13
MITOLOGIA GREGA ANTIGA Orfeu e Eurídice Orfeu, o mais conhecido dos músicos lendários da Grécia Antiga, é objeto de grande número de mitos um tanto divergentes. Na mitologia grega, era médico e o poeta mais talentoso que já viveu. Filho da musa Calíope ou Urânia e de Apolo ou Oeagrus, rei da Trácia (região do sudeste da Europa e Antiga região macedônia. Atualmente é dividida entre a Grécia, Turquia e a Bulgária) e irmão de Lino. Sempre que Orfeu tocava a cítara e a lira que ganhou e aprendeu a tocá-la com seu pai. Ao ouvi-lo, os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo e o seguiam. As árvores se curvavam para pegar os sons no vento e até os homens mais irascíveis se acalmavam.

Mitologia grega antiga

Embed Size (px)

Citation preview

  • MITOLOGIA GREGA ANTIGA

    Orfeu e Eurdice

    Orfeu, o mais conhecido dos msicos lendrios da Grcia Antiga, objeto de grande nmero de mitos um tanto divergentes. Na mitologia grega, era mdico e o poeta mais talentoso que j viveu. Filho da musa Calope ou Urnia e de Apolo ou Oeagrus, rei da Trcia (regio do sudeste da Europa e Antiga regio macednia. Atualmente dividida entre a Grcia, Turquia e a Bulgria) e irmo de Lino. Sempre que Orfeu tocava a ctara e a lira que ganhou e aprendeu a toc-la com seu pai. Ao ouvi-lo, os pssaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo e o seguiam. As rvores se curvavam para pegar os sons no vento e at os homens mais irascveis se acalmavam.

  • O momento mais trgico a Orfeu foi quando Eurdice morre picada por uma serpente, em que ele desce ao inferno procura da esposa. Com sua arte, Orfeu encanta monstros, as sombras dos mortos, o barqueiro Caronte e at os deuses infernais, Hades e Persfone. Hades ento aceita devolver Eurdice aos vivos, desde que o poeta ande, seguido por ela, sem olhar para trs uma nica vez. Atormentado pela dvida se a amada realmente o seguia, j prximo ao final do caminho, Orfeu no resiste e olha para trs, Eurdice, como que sugada, retornar ao mundo dos mortos e o desolado msico permanece no mundo dos vivos. Ao se manter nesse mundo Orfeu elabora poemas descrevendo o inferno. Algum tempo depois, sem muito esclarecimento lendrio, sabe-se que morreu esquartejado por um grupo de mulheres enfurecidas, as mnades. A cabea de Orfeu caiu no mar e chegou at a Ilha de Lesbos, onde os habitantes ergueram um tmulo de onde, dizia-se, ser possvel ouvir com frequncia o som de uma lira. Orfeu foi levado aos Campos Elsios onde entretinha os bem-aventurados com sua msica. Sua lira foi transformada pelos deuses em constelao.

    Eurdice

    Eurdice a ninfa esposa de Orfeu. O amor do casal, mesmo consagrado por Himeneu o deus dos matrimnios, no foi capaz de trazer boa sorte a este relacionamento. Uma atmosfera de pressgios inundou a unio desde o incio, o que se concretizou

  • quando a jovem, pouco depois, foi assediada por Aristeu, por sua intensa beleza. Ao escapar da perseguio, ela esbarrou em uma serpente a qual a picou, matando-a e a ninfa levada ao mundo inferior. Orfeu, solitrio pela perda de quem tanto amava, desafia a morte, desce ao inferno, passa por todos os obstculos e convence Hades a deixar Eurdice voltar ao mundo dos vivos. O deus emocionado pela msica de sua lira, aceita, mas com a condio de que Orfeu no olhasse para trs at que ele chegasse sob o Sol, mas Orfeu desobedece, v sua esposa, e ela volta ao Hades. J o gegrafo Pausnias critica os gregos por acreditarem na histria inverdica de que Orfeu era filho de uma musa e desceu ao Hades.

  • A ele, Orfeu teria ido a Aornum na Tesprcia onde havia um orculo dos mortos, acreditando que o esprito de Eurdice o seguia; mas o esprito foi embora quando ele se virou, e, por tristeza, ele cometeu suicdio. Noutra verso, Eurdice era uma aulonade (ninfas associadas aos pastos localizados em montanhas e vales). E encontrou sua morte no vale do rio Pineios, na Tesslia, pelas mos de Aristeu, filho de Apolo e de Cirene, outra ninfa. O desejo de vingana de Cirene fez com que ninfa se transformasse numa cobra venenosa, a qual picou Eurdice enquanto esta fugia de Aristeu. Desesperado, Orfeu tocou e cantou msicas to tristes que todos os deuses e ninfas choraram.

    Caronte ilustrado por Gustave Dor, para a Divina Comdia.

    Caronte , - Khron era o barqueiro do Hades, que carrega as almas dos recm-mortos sobre as guas do rio Estige e Aqueronte, que dividiam o mundo dos vivos ao dos mortos. Exigia-se uma moeda para pag-lo pelo trajeto, geralmente um

  • bolo ou dnaca, era por vezes colocado dentro ou sobre a boca dos cadveres, de acordo com a tradio funerria da Grcia Antiga. Segundo alguns autores, aqueles que no tinham condies de pagar a quantia, ou aqueles cujos corpos no haviam sido enterrados, tinham de vagar pelas margens por cem anos. No mitema da catbase, alguns heris como Hracles, Orfeu, Enas, Dioniso e Psiqu conseguem viajar at o mundo inferior e retornar, ainda vivos, trazidos pela barca de Caronte.

    Calope

    Calope No grego antigo significa , transl: Kalliop, "a da Bela Voz" A musa da Poesia Heroica e da Grande Eloquncia.

  • Urnia a primeira das nove musas da mitologia grega, filhas de Zeus e Mnemosine. Calope era a musa da poesia pica, da cincia em geral e da eloquncia e a mais velha e sbia das musas, considerada por vezes a rainha destas. representada por uma figura de donzela de ar majestoso, coroada de louros e ornada de grinaldas, sentada em atitude de meditao, com a cabea apoiada numa das mos e um livro na outra, tendo, junto de si, mais trs livros: a Ilada, a Odisseia e a Eneida. Em outras representaes, traz como atributo um rolo de pergaminho e uma pena. Tambm me das sereias e dos coribantes (sacerdotes da titnide Reia).

    Calope

  • Agora tu, Calope, me ensina

    O que contou ao Rei o ilustre Gama;

    Inspira imortal canto e voz divina

    Neste peito mortal, que tanto te ama.

    Assim o claro inventor da Medicina,

    De quem Orfeu pariste, linda Dama,

    Nunca por Dafne, Clcie ou Leucotoe,

    Te negue o amor devido, como soe.

    Fragmento de Os lusadas Cames

    Apolo, tambm conhecido com Febo (brilhante), na mitologia grega considerado o deus da juventude e da luz, identificado primordialmente como uma divindade solar e mais eclticas da mitologia greco-romana. Filho de Zeus e da titnide Latona (Leto). Irmo gmeo de rtemis conhecida pelos romanos como Diana, a deusa da caa. Representava o deus da morte sbita, das pragas e doenas, mas tambm o deus da cura e da proteo contra as foras malignas, deus da Beleza, da Perfeio, da Harmonia, do Equilbrio e da Razo, O iniciador dos jovens no mundo dos adultos, estava ligado Natureza, s ervas e aos rebanhos, e era protetor dos pastores, marinheiros e arqueiros. Embora tenha tido inmeros amores, foi infeliz nesse terreno, mas teve vrios filhos.

  • Apolo

    Foi representado desde a Antiguidade at o presente, como um homem jovem, nu e imberbe, no auge de seu vigor, s vezes com um manto, um arco e uma aljava de flechas (arco e a flecha dourados), a lira (smbolo da mais espiritual das artes), a coroa de louros (representando a vitria da sabedoria e da coragem) e algum de seus animais simblicos, como a serpente, o corvo ou o grifo (criatura com cabea e asas de guia e corpo de leo. Fazia seu ninho em bolcacas e punha ovos de ouro sobre ninhos de ouro. Outros ovos so descritos como sendo de gata).

  • Lino e Hracles

    Lino na mitologia grega era um msico mpar, considerado pelos autores antigos o inventor do ritmo e de vrias melodias, em especial canes tristes e lamentos. Lino mudando-se para Tebas tornou-se um cidado tebano. Na afirmao de Digenes Larcio, Lino comps um poema sobre a origem do mundo, o curso do Sol e da Lua e a gnese dos animais e das plantas, e conservou a primeira frase do poema: , ' , Houve um tempo em que tudo era criado ao mesmo tempo. O mais provvel que se trate de uma atribuio tradicional, cuja origem ignorada. Lino foi o professor

  • encarregado de ensinar msica a Hracles. Quando num acesso de fria o aluno o atingiu com a lira. Outra verso conta que Lino tentou rivalizar com Apolo e o deus, irritado com a pretenso, o matou. Hracles gosta de msica tanto quanto de todas as demais coisas que aprendia, mas, quando comeou a aprender lira, teve srias dificuldades. Com seus dedos grossos e fortes ele sempre acabava arrebentando as cordas. Lino desesperava-se, praguejava contra deuses e demnios. Por mais que Hracles se esforasse, no conseguia melhorar, e, certo dia, na execuo de um exerccio difcil, arrebentou todas as cordas de uma s vez. A Lino, aquilo foi a gota dgua, perdeu a pacincia e comeou a bater no seu pupilo como se quisesse mat-lo. No suportando mais a aula nem o professor, Hracles arremessou a lira na cabea do mestre com uma fora incontrolvel e o instrumento atingiu violentamente Lino, que caiu morto. Ao ser levado ao tribunal o heri teve a capacidade de se defender, devido aos vrios ensinamentos recebidos, inclusive sobre poltica. Explicou que no teve a inteno de matar seu professor e citou uma lei decretada pelo maior legislador da Grcia, Radamanto: aquele que atacado tem o direito de retaliar. Os juzes sem ter respostas declaram Hracles inocente.

    Hracles Orfeu

  • Hracles que quer dizer " Glria de Hera", cujo o nome original foi "Alcides", nome dado a uma tentativa sem sucesso de apaziguar o dio de Hera, louca de cimes pelas infidelidades do marido. Na mitologia romana e na maior parte do Ocidente moderno Hracles tornou-se clebre pelo seu nome latino, Hrcules. Na mitologia grega, era um semideus filhos de Alcmena e Zeus e meio-irmo de ficles. Reunindo grande fora e sagacidade, Hracles foi, na mitologia greco-romana, o mais clebre de todos os heris, um smbolo do homem em luta contra as foras da natureza, exemplo de masculinidade, ancestral de diversos cls reais (os herclidas) e paladino da ordem olmpica contra os monstros ctnicos. O heri aprendeu a ler e escrever, estudou literatura, filosofia, astronomia, msica e canto. Quando Hracles tinha oito meses de idade, quando Hera ou o pai Anftrion colocou duas serpentes em seu bero, para mat-lo, mas Hracles as destruiu, estrangulando uma em cada mo. Segundo Fercides, Anftrion fez isto para saber qual era seu filho, pois ficles fugiu e Hracles ficou firme. Hracles teve que defender-se das perseguies de Hera desde a tenra infncia.

    Orfeu no teatro

    Interpretao do sculo XIX da travessia de Caronte, por Alexander Litovchenko.

  • Desde 1942 que a ideia de transpor o mito grego de Orfeu para uma favela carioca habitava Vincius de Moraes. Durante esse ano que o poeta norte-americano Waldo Frank visitava o Brasil e Vincius ficou responsvel por cicerone-lo pelo pas. Suas incurses no mundo das favelas, dos terreiros de candombl, da regio do Mangue e das escolas de samba da cidade mergulharam o poeta em uma realidade afro-brasileira que no vivia at ento. Ali, segundo o prprio, comeou a aproximao entre os negros cariocas moradores das favelas e os gregos heroicos e trgicos dos tempos mticos. "Todas as personagens da tragdia devem ser normalmente representadas por atores da raa negra, no importando isto em que no possa ser, eventualmente, encenada com atores brancos."

    Hracles - leo

    E assim, Orfeu da Conceio uma adaptao em forma de pea musical do mito grego de Orfeu transposto realidade das

  • favelas cariocas. O espetculo estreiou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 25 de setembro de 1956.

    A Pea teve cenrios de Oscar Niemeyer. Vinicius declama e teatraliza (com uma flauta pastoral ao fundo) o "Monlogo de Orfeu" composto por ele mesmo e Tom Jobim especialmente para a pea.

    Vinicius Orfeu da Conceio

    Fonte: https://cpantiguidade.wordpress.com/2011/02/22/%E2%80%9Ccaliope%E2%80%9D-%E2%80%93-a-musa-grega-da-eloquencia/

    https://pt.wikipedia.org/

    https://cpantiguidade.wordpress.com/2011/02/22/%E2%80%9Ccaliope%E2%80%9D-%E2%80%93-a-musa-grega-da-eloquencia/https://cpantiguidade.wordpress.com/2011/02/22/%E2%80%9Ccaliope%E2%80%9D-%E2%80%93-a-musa-grega-da-eloquencia/https://pt.wikipedia.org/