30
Movimentos Literários E.E Professor João Cruz Nome: Nataly Alves da Silva Nº 33 Série: 1º EM A

Movimentos literários

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Movimentos literários

Movimentos Literários

E.E Professor João CruzNome: Nataly Alves da Silva

Nº 33 Série: 1º EM A

Page 2: Movimentos literários

Trovadorismo

Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no

século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.

O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da

Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de

1418, quando começa o Quinhentismo.

Page 3: Movimentos literários

No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de

Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo). Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não. Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.

Page 4: Movimentos literários

Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido). Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.

Page 5: Movimentos literários

Principais Obras e AutoresDe Amor

Cantiga da RibeirinhaNo mundo non me sei parelha,entre me for como me vai,Cá já moiro por vós, e – ai!Mia senhor branca e vermelha.Queredes que vos retrayaQuando vos eu vi em saya!Mau dia me levantei,Que vos enton non vi fea!E, mia senhor, desdaqueldi, ai!Me foi a mi mui mal,E vós, filha de don PaaiMoniz, e bem vos semelhaDhaver eu por vós guarvaia,Pois eu, mia senhor, dalfaiaNunca de vós houve nem heiValia dua correa.Paio Soares de Taveirós

Page 6: Movimentos literários

De amigo

Ai flores, ai flores do verde pinhose sabedes novas do meu amigo,ai deus, e u é?Ai flores, ai flores do verde ramo,se sabedes novas do meu amado,ai deus, e u é?Se sabedes novas do meu amigo,aquele que mentiu do que pôs comigo,ai deus, e u é?Se sabedes novas do meu amado,aquele que mentiu do que me há juradoai deus, e u é?(…)D. Dinis

Page 7: Movimentos literários

De escárnioAi, dona fea, foste-vos queixarque vos nunca louv[o] em meu cantar;mais ora quero fazer um cantarem que vos loarei toda via;e vedes como vos quero loar:dona fea, velha e sandia!…João Garcia de Guilhade

Page 8: Movimentos literários

De maldizerRoi queimado morreu con amorEm seus cantares por Sancta Mariapor ua dona que gran bem queriae por se meter por mais trovadorporque lhela non quis [o] benfazerfez-sel en seus cantares morrermas ressurgiu depois ao tercer dia!…Pero Garcia Burgalês

Page 9: Movimentos literários

Humanismo

O Humanismo pode ser definido como um conjunto de ideais e princípios que valorizam as

ações humanas e valores morais (respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade,

etc). Para os humanistas, os seres humanos são os responsáveis pela criação e desenvolvimento

destes valores. Desta forma, o pensamento humanista entra em contradição com o

pensamento religioso que afirma que Deus é o criador destes valores.

Page 10: Movimentos literários

Surgimento e Desenvolvimento O humanismo se desenvolveu e se manifestou

em vários momentos da história e em vários campos do conhecimento e das artes.

Humanismo na antiguidade clássica (Grécia e Roma): manifestou-se principalmente na

filosofia e nas artes plásticas. As obras de arte, por exemplo, valorizavam muito o corpo

humano e os sentimentos.

Page 11: Movimentos literários

Humanismo no Renascimento: nos séculos XV e XVI, os escritores e artistas plásticos

renascentistas resgataram os valores humanistas da cultura greco-romana. O antropocentrismo

(homem é o centro de tudo) norteou o desenvolvimento intelectual e artístico desta

fase. Positivismo: desenvolveu-se na segunda metade

do século XIX. Valorizava o pensamento científico, destacando-o como única forma de

progresso. Teve em Auguste Comte seu principal idealizador.

Page 12: Movimentos literários

Autores e Obras do HumanismoMiguel de Cervantes: O engenhoso fidalgo dom Quixote de La Mancha; Novelas Exemplares; Viagem de Parnaso; Oito comédias e oito entremezes novos nunca antes representados.William Shakespeare: Romeu e Julieta; Hamlet; Rei Lear; Sonho de uma Noite de Verão; Otelo; Macbeth; Noite de Reis; A Tempestade; Megera Domada; Henrique V; A Comédia dos Erros; Sonetos.François Rabelais: Tiers Livre; Quart Livre; Gargântua e Pantagruel.Luís de Camões: Os Lusíadas; Rimas; Auto de Filodemo;Erasmo de Roterdã: O Elogio da Loucura; De Libero Arbitrio; As Navegações dos Antigos; Preparação para a Morte.Dante Alighieri: A Divina Comédia; Vita Nova; Sobre a Língua Vulgar; Canzioneri; De Monarchia.Francesco Petrarca: Canzoniere; Trionfi; Meu Livro Secreto; De Vita Solitaria.Giovanni Bocaccio: Decameron; Amorosa visione; Comedia delle ninfe fiorentine; De Claris Mulieribus; Rime; Teseida delle nozze di Emilia.

Page 13: Movimentos literários

ExemploAmor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se e contente; É um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Page 14: Movimentos literários

ClassisismoClassicismo, ou Quinhentismo (século XV) é o nome dado

ao período literário que surgiu na época do Renascimento (Europa séc. XV a XVI). Um período de

grandes transformações culturais, políticas e econômicas.Vários foram os fatores que levaram a tais

transformações, dentre eles a crise religiosa (era a época da Reforma Protestante, liderada por Lutero), as grandes navegações (onde o homem foi além dos limites da sua terra) e a invenção da Imprensa que contribuiu muito para a divulgação das obras de vários autores gregos e

latinos (cultura clássica) proporcionando mais conhecimento para todos.

Page 15: Movimentos literários

Foi na arte renascentista que o antropocentrismo atingiu a sua plenitude,

agora, era o homem que passava a ser evidenciado, e não mais Deus.

A arte renascentista se inspirava no mundo greco-romano (Antiguidade Clássica) já

que estes também eram antropocêntricos.

Page 16: Movimentos literários

Características do ClassicismoRacionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos era controlada pela razão.Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas.Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical, tudo isso passa a ser motivo de atenção e preocupação.Presença da mitologia greco-latinaHumanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por completo.

Page 17: Movimentos literários

Principais Autores e Obras

- Luís Vaz de CamõesUm dos maiores nomes da Literatura Universal, e certamente, o maior nome da Literatura Portuguesa.Escreveu poesias (líricas e épicas) e peças teatrais, porém sua obra mais conhecida e consagrada é a epopéia “Os Lusíadas” considerada uma obra-prima.Essa obra é dividida em 10 partes (cantos) com 8816 versos distribuídos em 1120 estrofes e narra a viagem de Vasco da Gama às Índias enfatizando alguns momentos importantes da história de Portugal.Outros escritores existiram, porém não tiveram tanto destaque quanto Camões, são eles: Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro e Antonio Ferreira.

Page 18: Movimentos literários

Exemplo:Alma minha gentil, que te partisteTão cedo desta vida, descontente,Repousa lá no Céu eternamenteE viva eu cá na terra sempre triste.Se lá no assento etéreo, onde subiste,Memória desta vida se consente,Não te esqueças daquele amor ardenteQue já nos olhos meus tão puro viste.E se vires que pode merecer-teAlgua cousa a dor que me ficouDa mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,Que tão cedo de cá me leve a ver-te,Quão cedo de meus olhos te levou.

Luiz Vaz de Camões

Page 19: Movimentos literários

BarrocoBarroco é o nome dado ao estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados

do século XVIII, inicialmente naItália, difundindo-se em seguida pelos

países católicos da Europa e da América, antes de atingir, em uma forma modificada, as

áreas protestantes e alguns pontos do Oriente.Considerado como o estilo correspondente

ao absolutismo e àContrarreforma, distingue-se pelo esplendor exuberante.

Page 20: Movimentos literários

Autores e Obras do BarrocoGregório de Matos: Florilégio da Poesia Brasileira; Buscando a Cristo; A Cristo N. S. Crucificado.Padre Antônio Vieira: Sermão da Sexagésima; Sermão de Santo Antônio aos Peixes; Sermão do Mandato; Sermão da Quinta Dominga da Quaresma; Sermão do Bom Ladrão; Sermão do Mandato; Sermão do Espírito Santo; Sermão Pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal, contra as da Holanda; Sermão de Nossa Senhora do Rosário; História do Futuro; Esperanças de Portugal.Bento Teixeira Pinto: Relações do Naufrágio; Diálogos das Grandezas do Brasil; Prosopopéia.Manoel Botelho de Oliveira: Mal Amigo; Música do Parnaso.Frei Manuel de Santa Maria Itaparica: Eustáquios; Canção Fúnebre; Descrição da Ilha de Itaparica; Epigrama Latino; Manifesto; Poemas Avulsos; Relação Panegírica; Sobre as Vozes Tristes dos Sinos.

Page 21: Movimentos literários

O Amor FinoO amor fino não busca causa nem fruto. Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não há-de ter porquê nem para quê. Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo: se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há-de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo; amo, ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam é agradecido. quem ama, para que o amem, é interesseiro: quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino.

Padre António Vieira, "Sermões"

Page 22: Movimentos literários

Literatura Informativa e Jesuítica no Brasil

Os impérios ibéricos continham em sua expansão uma profunda ambiguidade. Ao espírito capitalista-mercantil associavam um certo ideal religioso e salvacionista. Por

essa razão, dezenas de religiosos acompanhavam as expedições a fim de converter os gentios.

Como consequência da Contrarreforma, chegam, em 1549, os primeiros jesuítas ao Brasil. Incumbidos de catequizar os índios e de instalar o ensino público no

país, fundaram os primeiros colégios, que foram, durante muito tempo, a única atividade intelectual

existente na colônia.

Page 23: Movimentos literários

Do ponto de vista estético, os jesuítas foram responsáveis pela melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além

da poesia de devoção, cultivaram o teatro de caráter pedagógico, inspirado em passagens bíblicas, e produziram documentos que informavam aos superiores na Europa o

andamento dos trabalhos.O instrumento mais utilizado para atingir os objetivos

pretendidos pelos jesuítas (moralizar os costumes dos brancos colonos e catequizar os índios) foi o teatro. Para isso, os

jesuítas chegaram a aprender a língua tupi, utilizando-a como veículo de expressão. Os índios não eram apenas

espectadores das peças teatrais, mas também atores, dançarinos e cantores.

Os principais jesuítas responsáveis pela produção literária da época foram o padre Manuel da Nóbrega, o missionário

Fernão Cardim e o padre José de Anchieta.

Page 24: Movimentos literários

Autores e Obras Literatura Informativa e Jesuítica

Pero Vaz de Caminha

Pero de Magalhães Gandavo

José de Anchieta

Page 25: Movimentos literários

A Santa InêsA Santa InêsCordeirinha linda,Como folga¹ o povo,Porque vossa vinda Lhe dá lume² novo!Cordeirinha santa,De Jesus querida,Vossa santa vidaO Diabo espanta.Por isso vos cantaCom prazer o povo,Porque vossa vindaLhe dá lume novo.

Nossa culpa escuraFugirá depressa,Pois vossa cabeçaVem com luz tão pura.Vossa formosuraHonra é do povo,Porque vossa vindaLhe dá lume novo.

Virginal cabeça,Pela fé cortada,Com vossa chegadaJá ninguém pereça;

Vinde mui depressaAjudar o povo,Pois com vossa vindaLhe dais lume novo.

Vós sois cordeirinhaDe Jesus Formoso;Mas o vosso Esposojá vos fez Rainha.

Também padeirinhaSois do vosso Povo,pois com vossa vinda,Lhe dais trigo novo.

Page 26: Movimentos literários

ArcadismoO Arcadismo é uma escola literária que surgiu

na Europa no século XVIII, também denominada de Setecentismo ou Neoclassicismo. O nome

"arcadismo" é uma referência à Arcádia, região campestre do Peloponeso, na Grécia antiga, tida

como ideal de inspiração poética.A principal característica desta escola é a

exaltação da natureza e de tudo o que lhe diz respeito. Por essa razão muitos poetas do

arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos. Caracteriza-se ainda pelo recurso a esquemas rítmicos mais graciosos.

Page 27: Movimentos literários

Numa perspectiva mais ampla, expressa a crítica da burguesia aos abusos da nobreza e do clero praticados no Antigo Regime.

Adicionalmente os burgueses cultuam o mito do homem natural em oposição ao homem

corrompido pela sociedade, conceito originalmente expresso por Jean-Jacques Rousseau, na figura do “bom selvagem”.

Page 28: Movimentos literários

Autores e Obras do ArcadismoJosé Inácio de Alvarenga Peixoto (Eureste Fenício): Poesia Lírico-Amorosa. Obras Poéticas – destaque para os poemas Bárbara Heliodora e Estela e Nize.Frei José de Santa Rita Durão: Poema Épico. Caramuru.Manuel Inácio da Silva Alvarenga (Alcindo Palmireno): Poema Heroico-Cômico. O Desertor das Letras. Poesia Lírico-Amorosa. Glaura.José Basílio da Gama (Termindo Sepílio): Poema Épico. O Uraguai.Cláudio Manuel da Costa (Glauceste Satúrnio): Poema Épico. Vila Rica. Poesia. Obras Poéticas.Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu): Poemas Satíricos. Cartas Chilenas. Poesia Lírico-Amorosa.Marília de Dirceu.

Page 29: Movimentos literários

Lira I

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. [...]

Tomás Antônio Gonzaga (Dirceu)

Page 30: Movimentos literários

Fontes Biográficas

www.citador.ptwww.infoescola.comwww.estudopratico.com.brwww.wikipedia.orgwww.soliteratura.com.br