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O BRINCAR NA ESCOLA Inês Zita Lorenzetti Galelli Marivânia Bento Canei Pábola Dalprai Resumo Brincar é mais do que uma atividade sem conseqüência para a criança. Brincando, ela não apenas se diverte, mas recria e interpreta o mundo em que vive, se relaciona com este mundo. Brincando, a criança aprende. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e brincadeiras ocupem um lugar de destaque no programa escolar desde a Educação Infantil. A escola não pode confundir a brincadeira, na sala de aula utilizando-a como um papel didático, ou considerando-a uma perda de tempo. E até no recreio, a criança não precisa conviver com um monte de proibições, como também ocorre em outros espaços. Valorizar neste caso significa cada vez mais levar o brinquedo para a sala de aula e também munir os profissionais de conhecimentos para que possam entender e interpretar o Brincar, assim como utilizá-lo para que auxilie na construção do aprendizado da criança. Para que isso aconteça, o adulto deve estar muito presente e participante nos momentos lúdicos. Palavras - chave: Lúdico, brincadeiras, escola. Abstract Play is more than one activity without consequence for the child. Jokingly, she not only entertains, but recreates and interprets the world you live in, relates to this world. Play, the child learns. Therefore, more and more educators suggest that the fun and games to occupy a prominent place in the school curriculum from kindergarten. The school can not confuse the play, in the classroom using it as a didactic role, or considering it a waste of time. And even in the playground, the child does not have to live with a lot of prohibitions, but also occurs in other areas. Value in this case means more to take the toy to the classroom and also equip the professional knowledge so that they can understand and interpret the play as well as

O brincar na escola

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O BRINCAR NA ESCOLA

Inês Zita Lorenzetti Galelli

Marivânia Bento Canei

Pábola Dalprai

Resumo

Brincar é mais do que uma atividade sem conseqüência para a criança. Brincando,

ela não apenas se diverte, mas recria e interpreta o mundo em que vive, se

relaciona com este mundo. Brincando, a criança aprende. Por isso, cada vez mais

os educadores recomendam que os jogos e brincadeiras ocupem um lugar de

destaque no programa escolar desde a Educação Infantil.

A escola não pode confundir a brincadeira, na sala de aula utilizando-a como um

papel didático, ou considerando-a uma perda de tempo. E até no recreio, a

criança não precisa conviver com um monte de proibições, como também ocorre em

outros espaços.

Valorizar neste caso significa cada vez mais levar o brinquedo para a sala de aula

e também munir os profissionais de conhecimentos para que possam entender e

interpretar o Brincar, assim como utilizá-lo para que auxilie na construção do

aprendizado da criança. Para que isso aconteça, o adulto deve estar muito presente

e participante nos momentos lúdicos.

Palavras - chave: Lúdico, brincadeiras, escola.

AbstractPlay is more than one activity without consequence for the child. Jokingly, she not

only entertains, but recreates and interprets the world you live in, relates to this

world. Play, the child learns. Therefore, more and more educators suggest that the

fun and games to occupy a prominent place in the school curriculum from

kindergarten.

The school can not confuse the play, in the classroom using it as a didactic role, or

considering it a waste of time. And even in the playground, the child does not have to

live with a lot of prohibitions, but also occurs in other areas.

Value in this case means more to take the toy to the classroom and also equip the

professional knowledge so that they can understand and interpret the play as well as

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use it to help build your child's learning. For this to happen, the adult must be very

present and participating in leisure moments.

Keywords: Playful, games, school.

Desenvolvimento

Na busca das experiências e vivências das crianças, principalmente aquelas

relacionadas com o brincar, as relações que estabelecem com o mundo à sua volta

e os desafios que instigam a ampliar essas relações, observa-se o quanto de

aprendizado a criança adquire, ou melhor, constrói através de uma brincadeira, por

mais simples que esta possa parecer aos olhos de um adulto. E a experiência

escolar, deve então, ser mais uma possibilidade de ampliação das relações da

criança com o mundo, pois as contribuições do ato de brincar trazem aprendizado

para o processo de construção do conhecimento sistematizado.

Vigotski (1987) afirma que as crianças, enquanto brincam não se limitam apenas a

recordar e reviver experiências passadas, mas as reelaboram criativamente. Nesse

movimento encontramos Benjamin, que chama a atenção para quando as crianças

brincam e criam o seu próprio mundo: “Não há dúvida que brincar significa sempre

libertação. Rodeadas por um mundo de gigantes, as crianças criam para si,

brincando, o pequeno mundo próprio” (BENJAMIN, 2002, p. 85).

No ato de brincar, a criança não só experimenta os sentimentos que vivem, como

amplia esses sentimentos por meio da invenção:Basta olhar para uma criança que brinca e se perceberá que nelahá muito mais possibilidades de vida do que aquelas que serealizam [...] a criança brinca de soldado, bandido ou cavalo, issoocorre porque nela estão explícitos o bandido, o cavalo e o soldado(VIGOTSKI, 1999, p. 312).

Desta forma, a escola que “é lugar” de aprender, deve ser então, lugar de brincar,

uma vez que uma coisa está atrelada à outra. A escola pode, por um lado, anunciar

o brincar e o convívio com os amigos, as brincadeiras, mas por outro lado, pode

tornar-se o lugar da imposição, da escolarização, da disciplinarização. Algumas falas

mostram que as crianças não gostam de ter que ir à escola para fazer muita lição,

mas gostam da escola para brincar, para ter liberdade de escolha.

De um modo geral, quando algumas crianças falam sobre o brincar na escola que

freqüentam, anunciam que existem horários rigidamente estabelecidos para fazer as

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lições escritas, para as brincadeiras, para o brincar, isto ocorre durante o recreio, na

educação física, antes de entrar para a aula, pois na classe todos precisam cumprir

as atividades.

Se os adultos observassem atentamente as crianças, suas diversas formas de

brincar, seus movimentos, seus corpos, perceberiam que elas mesmas inventam e

estabelecem relações entre si, a partir do que vivenciam. Fazem escolhas sobre o

que querem brincar, criam regras, reinventam as brincadeiras. E, através destas

observações, os educadores devem estar atentos para jamais esquecerem que o

aluno não é um depósito de informações e sim um sujeito que tem conhecimento

prévio sendo este informal. Como afirma Freire:A grande tarefa do sujeito que pensa certo não é transferir, depositar,

oferecer, doar ao outro, tomando como paciente do seu pensar. A

inteligibilidade das coisas, dos fatos, dos conceitos. A tarefa coerente do

educador que pensa certo é [...] desafiar o educando com quem se

comunica e a quem comunica produzir sua compreensão do que vem sendo

comunicado.

Uma das importantes tarefas educativas é proporcionar aos alunos uma relação

de experiência de conhecer–se, comunicar-se como ser pensante nas atividades

relacionando o imaginário dos contos com a vida real.

Segundo vygostky (1988)A criação de uma situação imaginaria, a permitir o deslocamento

objeto/significado, abre caminho par o desenvolvimento do pensamento

abstrato [...] desta forma os gestos, os brinquedos simbólicos o desenho e

principalmente a linguagem falada se constituem em importantes linguagens

que viabilizam cada vez mais complexas do pensamento.

A criança por sua vez vive uma seqüência de etapas e aprendizagens durante os

primeiro anos de vida, tendo como principio tentar encontrar equilíbrio em uma serie

de exercícios em uma estruturação continua tendo em vista que a criança pensa

com o imaginário.

De acordo com Piaget (1973)Uma vez que os símbolos e os sinais se diferenciem de seus significados

vão possibilitar a evocação de objetos e situação não percebidos

atualmente, constituído o inicio da representação. Dessa forma, a função

simbólica permite a interiorização, passam cada vez mais a ser exercitada

em pensamento, ou simbolicamente.

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Desse modo, ao acompanhar estas brincadeiras, o professor abriria espaço para

compreender a dinâmica estabelecida em sala de aula, pelo aluno, como a

construção de seu conhecimento e também de sua subjetividade. Se de um lado

temos o aluno buscando através das brincadeiras novos saberes, do outro

deveríamos ter o professor que investiga, observa, escuta, propõe situações

problemas, intervem e organiza o espaço para que a aprendizagem se concretize. É

por isso, que aprender/ensinar só faz sentido para cada um dos envolvidos nesse

processo se houver uma conexão entre as partes, se na sala de aula, como propõe

Barbier (2002): “for possível sentir o universo afetivo, imaginário e cognitivo do outro

para poder compreender de dentro suas atitudes, comportamentos e sistema de

idéias, de valores, de símbolos e de mitos.” Esse é um dos desafios para a

construção do brincar na educação para que esta seja de qualidade, pois ao

falarmos em sentir o universo afetivo, imaginário e cognitivo do outro estamos nos

referindo à construção de um novo saber.

Conclusão

Portanto, é certo que o uso de brincadeiras tem sua importância no que tange ao

ensino aprendizagem do aluno, porém, é interessante que o professor, que é a

figura mais próxima desta criança, esteja preparado para utilizar tais recursos

visando auxilia-lo nestas brincadeiras.

Cabe a escola também o papel de adequar seu projeto pedagógico à realidade em

que a escola esteja inserida sabendo que tipo de aluno tem sob sua

responsabilidade e o que é necessário para que o mesmo possa adquirir o

conhecimento necessário para atuar na sociedade como agente ativo tendo também

o papel de dar ao professor os materiais necessários para que seu trabalho se

desenvolva a contento.

Referencial teórico www.psicopedagogia.com.br (Ângela Cristina M.Maluf)

http://cecemce.rc.unesp.br

http://scielo.bvs-psi.org.br

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