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O Encanto das Trovas tomo II Rio Grande do Norte vol. 2

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SUMÁRIO Ademar Macedo ........................................................................................... 3

Francisco Garcia (Prof. Garcia) .................................................................. 22

Francisco Neves de Macedo ....................................................................... 32

Eva Yanni de Araújo Garcia ....................................................................... 36

Mara Melinni de Araújo Garcia .................................................................. 40

Manoel Cavalcante de Souza Castro .......................................................... 48

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Queria ao fim da jornada, na manhã do meu adeus, ver o brilho da alvorada

na luz dos olhos de Deus!

1 A distância nos redime

se a saudade nos escolta; ir pra longe é tão sublime como sublime é a volta!

2 Adotei o isolamento,

feito um ermitão qualquer. Pra fugir do casamento

e das manhas de mulher!... 3

A justiça incompetente, por um deslize qualquer, toma o dinheiro da gente e dá todo pra mulher!…

4 Almoço e janto poesia. E neste meu universo,

mastigo um pão todo dia amanteigado de verso.

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5 A lua, de vez em quando

fica um pouco sem brilhar, para ficar “espiando”

dois pombinhos namorar! 6

A lua, sem empecilho, desfilando, linda e nua,

deixa também o seu brilho “nas poças d’água da rua”!

7 A Lua, que a noite ronda com o seu lindo clarão, é a lamparina redonda

que ilumina o meu sertão! 8

Amar… verbo transitivo que em qualquer conjugação

traz um novo lenitivo para o nosso coração!

9 À noite, as brisas divinas

dão som aos seus movimentos; e, "na Lua," as bailarinas

dançam a valsa dos ventos... 10

Após causar desencantos e nos fazer peregrinos,

a seca fez chover prantos nos olhos dos nordestinos!

11 Aquela mão estendida

é Nau que ainda trafega no mar revolto da vida

que a própria vida renega... 12

A “solidão” me parece, ser um conforto sem fim…

quando um grande amor me esquece; “Ela” se lembra de mim.

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13 As rosas tem seus floridos que a “natura” se apodera,

dando beijos coloridos no rosto da primavera!

14 Assim que começa o dia,

envolto em profundo enlevo, sinto o cheiro da poesia

em cada verso que escrevo. 15

A vida escreve-me enredos com finais que eu abomino.

Meus sonhos viram brinquedos nas mãos cruéis do destino…

16 Causa-me espanto o coqueiro;

algo de bom ele tem… Mas, sendo torto ou linheiro,

nunca deu sombra a ninguém!

17 Chega a causar agonia,

uma visita sacana, que vem pra passar um dia, passa mais de uma semana!

18 Coloquei a foto errada.

Viram logo os menestréis… Como eu vou subir escada

Se me falta um dos meus pés? 19

Com certa preponderância eu impus esta verdade:

- Quem inventou a distância não conhecia a saudade!...

20 Com minha alma amargurada,

envolto em meu sofrimento, passo inteira a madrugada jogando versos ao vento…

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21 Com o dom que Deus lhe envia,

no riso o palhaço aflora um semblante de alegria… Que ele só sente por fora!

22 Como quem faz sua escolha,

disfarçando o desatino, alterei folha por folha

do livro do meu destino! 23

Com os temas mais dispersos, eu mesmo me fiz enchente numa enxurrada de versos jorrando da minha mente…

24 Com sua língua de trapo

disse, ao ser mandado embora: – É moleza engolir sapo, o duro é botar pra fora!

25 Construí dentro de mim,

com minh’alma enternecida, um teatro onde, por fim,

pude encenar minha vida!… 26

Da Bebida fiquei farto, bebendo, perdi quem amo; hoje bebo no meu quarto

as lágrimas que eu derramo. 27

Da fonte que jorra o amor, Deus, na sua imensidão, faz jorrar com todo ardor

as carícias do perdão. 28

Da ingratidão praticada eu tirei uma lição:

- Perdoar, não pesa nada, pesado…É pedir perdão!

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29 Das colheitas dadivosas

que Deus deixa nos caminhos, uns curvam-se e colhem rosas, outros, só colhem espinhos…

30 Debruçado sobre a mata,

o luar, tal qual pintor, pinta as folhas cor de prata e pinta o chão de outra cor.

31 De maneira indefinida, por amar e querer bem; vou dividir minha vida

com a vida de outro alguém! 32

De nada eu sinto ciúme, nem mesmo da mocidade;

pois hoje eu sinto o perfume da flor da terceira idade!…

33 Depois do beijo, um aceno,

e, sofrendo em demasia, bebo doses de um veneno

que a sua ausência me envia. 34

Descobri no envelhecer que a musa que me enaltece

não deixa o verso morrer, pois musa nunca envelhece!

35 Desde o tempo de menino

vi o quanto eu sou machão; pois meu lado feminino é um tremendo sapatão!

36 De sonhar eu não me oponho

nem sequer me desiludo. Quem faz de “Paz” o seu sonho,

já fez metade de tudo!…

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37 De um olhar triste, alquebrado, desse meu filho que é “mudo”…

eu vejo, mesmo calado, seus olhos dizerem tudo!

38 Deus, demonstrando poder, quando a mulher engravida, transforma a dor em prazer

na celebração da vida! 39

Deus vendo que não tem fim essa fé que me conduz, deixou cair sobre mim uma cascata de luz!

40 Do fogo no matagal,

na fumaça que irradia, vejo um câncer terminal no pulmão da ecologia!...

41 Do meu jeito apaixonado, envolvente, terno, mudo…

Faço um apelo calado, onde os olhos dizem tudo!

42 Em busca de ser feliz,

e em prol do amor de nós dois, quantos atalhos que eu fiz…

Mas só chegava depois! 43

Em humor não me destaco, mas, por pura peraltice;

mesmo não sendo macaco, vou fazendo macaquice.

44 Em inspirações, imerso, fiz do sol o próprio guia

para conduzir meu verso nos caminhos da poesia!

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45 Entre os atos de bonança e meus pecados mortais,

quando eu botar na balança, Deus sabe quais pesam mais!…

46 Essas gotas maculadas,

itinerantes no rosto, são as lágrimas magoadas

que dão vida ao meu desgosto. 47

Esses meus versos doridos que estão bem perto do fim,

são retratos coloridos que eu mesmo tirei de mim…

48 Eu aprendi a perder

mesmo sem haver perdido, também aprendi vencer

“sem humilhar o vencido!”

49 Eu ouvi de um cidadão

brincalhão, sagaz, afoito: -Melhor ser um cinquentão

do que morrer aos dezoito…! 50

Eu que já nasci Poeta, digo-lhe nesta obra prima:

- meu coração só se aquieta depois que eu faço uma rima!

51 Eu, que nunca pude tê-las…

Que é um sonho do menestrel; sonhei enchendo de estrelas,

meu barquinho de papel! 52

Eu sinto a brisa do vento como se fosse magia,

soprando em meu pensamento os versos que Deus me envia…

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53 É terapeuta da mente,

mestre maior do saber… O Livro é o melhor presente que alguém pode receber.

54 Eu, num desejo medonho,

quis tê-la, mas nunca pude… Transformar desejo em sonho,

foi minha grande virtude! 55

Eu sou qual um jangadeiro que a fé no peito tatua…

Num barco sem paradeiro, sua esperança flutua.

56 Fiz a “pergunta ao espelho” que para não me ofender : - disfarçou, ficou vermelho e não quis me responder!

57 Fiz do quarto um santuário,

pus sua foto no andor e rezei um novenário

para louvar nosso amor! 58

Fiz minha casa de barro ao lado de uma favela.

Lá fora, eu sei, não tem carro, mas tem amor dentro dela!...

59 Fui reviver meu passado na casa que pai morou…

Um velho espelho quebrado, foi tudo o que me restou!

60 Hoje na terceira idade, eu, de amores já vazio,

voltei ao mar da saudade para ancorar meu navio.

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61 Igualmente aos nossos pais, nos cabelos brancos temos

as impressões digitais dos anos que já vivemos.

62 Inimigo do trabalho,

é meu primo, o “Paraíba;” seu emprego é no baralho: - buraco, truco e biriba.

63 Já quase louco de amor, envolto num triste enlevo ponho toda a minha dor

no papel…quando eu escrevo! 64

Lágrimas, águas em fugas, que num trajeto indolente, deixam escritos nas rugas, os sofrimentos da gente…

65 Lágrimas, fuga das águas por um riacho inclemente

que numa enchente de mágoas inunda o rosto da gente!

66 Lembranças deixam feridas

que nascem na alma da gente. Que tenham elas nascidas

no passado… ou no presente! 67

Meu momento mais doído foi perder quem tanto adoro, por isso eu choro escondido

para ninguém ver que eu choro! 68

Ninguém calcula essa dor no coração dos mortais…

Quando a saudade é de amor, a dor é cem vezes mais !

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69 No instante da despedida, arquivei no pensamento

a tristeza da partida e a dor do meu sofrimento.

70 No momento em que eu nascia

Deus colocou no meu ser, um mundo de fantasia, de poesia e de prazer…

71 Nos momentos mais tristonhos

chega a musa da poesia, torna reais os meus sonhos

num mundo de fantasia. 72

Nos poemas que componho, de beleza quase extrema,

eu ponho em verdade um sonho dentro de cada poema!

73 Numa caminhada inglória,

com minha alma enternecida; pude ver a minha história

no retrovisor da vida. 74

Num desespero medonho, acordei quase enfartando, pois vi no melhor do sonho

que a sogra estava voltando! 75

Num sonho eu me fiz refém, ao viver uma emoção

que o próprio sonho a retém na mente e no coração…

76 O pantanal se engalana,

mas eu mesmo desconfio; que até a própria chalana

sente ciúmes do rio.

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77 O papel que eu desempenho

na poesia, não tem preço; pelos amigos que eu tenho… Ganho mais do que mereço!

78 O tempo austero e sisudo põe na memória da gente

o alzheimer que apaga tudo do vídeo tape da mente!

79 O tempo, já quase em fuga,

para aumentar meu desgosto, fez nascer mais uma ruga

entre as rugas do meu rosto! 80

O tempo, qual sanguessuga, para aumentar meu desgosto,

fez nascer mais uma ruga entre as rugas do meu rosto!

81 O vencedor tem que ter

alguns tropeços por meta, para só depois obter

uma vitória completa! 82

O vento da minha Fé, de maneira enternecida, sopra, mas deixa de pé

as dunas da minha vida! 83

O vício sempre nos joga numa dor que nos revolta:

– ver um filho usando droga, numa viagem sem volta!

84 Para alcançar a pujança,

basta-me ter, sem fadigas, a força e a perseverança

do Trabalho das formigas!…

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85 Para alcançar o perdão,

não há fronteira ou entrave: - a porta do coração

não tem ferrolho nem chave. 86

Para contar sua história, a pobre cigana cria

uma verdade ilusória que ela mesma fantasia!

87 Para os sem fé, os tristonhos,

a vida deles termina sem sequer colher os sonhos que a própria fé nos ensina…

88 Partiste deixando a dor,

e eu talvez não me acostume a viver sem seu amor,

seu carinho e seu perfume!

89 Passam sempre em meu portão,

trazendo um fardo de dor, crianças que não têm pão,

pedindo “um pão por favor”!... 90

Perdão, palavra bonita que se pede, que se implora; palavra que é muito dita… Mas, só da boca pra fora!

91 Pela insensatez da idade e pelo que o amor requer,

choro, às vezes, de saudade fingindo outra dor qualquer!

92 Pelas “coisas” que fazia,

vive o malandro enjaulado; usando de noite a dia

o seu “pijama listrado”.

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93 Perdido, pois, nas rotinas,

nos labirintos da dor, encontrei entre as ruínas pedaços do nosso amor…

94 Perdi minha mocidade,

toda hombridade que eu tinha… Vivi sua identidade

em vez de viver a minha! 95

Plantei um pé de tomate e fiz tanta adubação,

que ele está dando abacate, alho, cebola, e melão...

96 Política, era a vizinha. Ela trocou por Brasília

todos empregos que tinha… Menos o bolsa família.

97 Por conhecer meu valor, mesmo já no envelhecer,

vou em busca de outro amor… Não tenho tempo a perder!

98 Por minha fé ser tamanha,

pude remover enfim, pedaços de uma montanha que tinha dentro de mim...

99 Por seu próprio desatino, tem gente que se maldiz pondo a culpa no destino

por não ter sido feliz! 100

Por ter a língua de trapo, disse, ao ser mandado embora:

- É moleza engolir sapo... o duro é botar pra fora!

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101 Por ter uma fé suprema

não sofrerei agonia… Se eu sinto uma dor extrema,

dou-lhe injeções de poesia! 102

Por ver o sonho desfeito de um grande amor, de verdade,

na varanda do meu peito eu vi nascer a saudade…

103 Posso jurar (não é finta): – eu não temo pesadelos,

pois fiz da saudade a tinta para pintar meus cabelos…

104 Preso e longe do seu lar, canta o pássaro inocente,

no intuito de amenizar a dor que ele mesmo sente!

105 Pra poder me atazanar,

por vingança ou por castigo, minha sogra vem morar parede e meia comigo!…

106 Procuro sempre crescer

mesmo enfrentando empecilhos, mostrando em meu proceder,

exemplos para os meus filhos… 107

Quadro de extrema beleza, de cor verde e cor de anil, onde a própria natureza

pinta o mapa do Brasil!… 108

Quando a inspiração lhe acena, o bom Trovador se expande. Numa Trova tão pequena, faz um Poema tão Grande!

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109 Quando a inspiração me envia

a um cenário de beleza, eu dou beijos de poesia

na face da natureza! 110

Quando a sonhar eu me ponho, vejo de forma extremada, que das ilusões do sonho

não restou-me quase nada! 111

Quando de um amor me aparto, em tristezas me esparramo:

- bebo sozinho em meu quarto as lágrimas que eu derramo!

112 Quase toda madrugada, Já vendo os raios do dia,

busco um verso à minha amada numa fonte de poesia…

113 Quem o livre-arbítrio prega caminha contra a verdade.

Pois eu não creio em quem nega a si mesmo…a Liberdade!

114 Quem semeia de verdade,

tendo o amor como receita, colhe frutos à vontade

no fim de cada colheita! 115

Que venham chuva e calor, que os ventos desçam ou subam,

pois ninhos feitos de amor tempestades não derrubam…

116 Retratando sua história,

o pobre cigano cria uma verdade ilusória

que ele mesmo fantasia!

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117 Saudade… dor cruciante que nos maltrata demais; palavra sempre constante nas Trovas que a gente faz!

118 Se a inspiração me inebria,

com temas, os mais dispersos; mato a sede de poesia

na eterna fonte dos versos… 119

Sedento dos teus abraços, num desejo que é só nosso,

quero correr pra os teus braços, mas de muletas... Não posso!…

120 Sem galinha cabidela,

sem ter arroz nem feijão, hoje eu botei na panela

meu sapo de estimação!…

121 Sempre quando a noite nasce, traz, na escuridão dos campos,

a luz que Deus pôs na face dos pequenos pirilampos…

122 Sempre que eu vou me deitar

acompanhado na cama; já que eu sei que vou tirar... – Pra que botar o pijama?

123 Sem ter escolha, a criança,

pobre inquilina da rua, na sua desesperança,

dorme sob a luz da lua! 124

Se não puder dar um bolo, dê um pedaço de pão… A caridade é um tijolo da casa da salvação!

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125 Se não vês mais a saída,

se estás perdido e sozinho… É nos atalhos da vida

que a gente encontra o caminho! 126

Se o livre-arbítrio é uma escolha, e, não vendo outra saída, arranquei folha por folha do livro da minha vida…

127 Se o verso se faz presente e a inspiração se irradia, abro o celeiro da mente onde armazeno poesia.

128 Se por piedade ou por pena,

o casal NÃO se desfaz; vivem os dois triste cena… Onde nem pena tem mais!

129 Sinto ciúme, é verdade, quase morro de ciúme

quando passas na cidade exalando o seu perfume!…

130 Sinto um dom que me extasia

e uma inspiração sem fim, quando a musa da poesia passeia dentro de mim.

131 Sou matuto em alto astral e um velho muito ranzinza.

Só festejo o Carnaval na quarta-feira de cinza!

132 Sozinho nas madrugadas,

em noites de solidão, ouço as notas magoadas das cordas de um violão.

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133 Sua ausência, por maldade, deixou, talvez, por vingança,

um punhado de saudade dentro da minha lembrança!

134 Tal qual um pequeno horto, sem plantação, sem jardim, sou Nau e procuro um porto que ainda espera por mim.

135 Tenho fábrica de poemas e um galpão de fantasia.

Sou desbravador de temas… Sou viciado em Poesia.

136 Teve um chilique o Oscar

ao ver seu filho, um nissei, ser o primeiro lugar numa passeata gay.

137 Tive amores – não sei quantos -

Saudades tive, é verdade. Mas sei… derramando prantos, ninguém mata uma saudade!

138 Toda dor deixa sequela,

mas devido eu sofrer tanto, minha dor só se revela

na angústia triste do pranto. 139

Todo mundo me cobrando, parece um alto relevo;

a dívida vai aumentando, quanto mais pago, mais devo!

140 Traz alentos, novas vidas, muda a cor da plantação; a chuva sara as feridas

que a seca faz no sertão.

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141 Uma fé que não se abala,

dai-me, Senhor, sem medida, para eu poder semeá-la pelos roçados da vida.

142 Uma lição foi tirada

do tribunal da paixão; perdoar, não pesa nada, pesado é pedir perdão!…

143 Um desejo que me abrasa,

no Ano Novo é ver os nobres, levando as sobras de casa

para a casa dos mais pobres! 144

Vejo sentadas no chão, trajadas de desamor, crianças comendo pão amanteigado de dor!

145 Vendo o navio ancorado e o lindo sol quase posto,

sinto, lembrando o passado, uns pingos d’água em meu rosto..

146 Versos já fiz – não sei quantos -

relembrando a mocidade. Hoje servem de acalantos

para ninar a saudade. 147

Visita pra meter medo, que nem vassoura adianta, É aquela que chega cedo e só sai depois que janta!

148 Vou vender meus poemetos

na feira, seja onde for, e comprar alguns espetos para espetar "julgador"!

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1

A dor que se intensifica e amedronta os dias meus,

é pensar na dor que fica depois da palavra adeus!

2 A estrela da mocidade,

que em minha infância brilhou; brilha em meu céu de saudade, depois que a infância passou!

3 A existência é dividida

em dois extremos da idade: - um, alvorada da vida,

outro, arrebol de saudade! 4

A insensatez, na verdade, separou nossos lençóis;

e agora a dor da saudade dói muito mais entre nós!

5 A liberdade do poeta,

está num verso... Num grito... No equilíbrio se completa,

vencendo o próprio infinito!

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6 Amores na mocidade!... Depois, a contrapartida: cansaço, dor e saudade

na curva extrema da vida! 7

A musa chega e me inspira, num delírio encantador...

Afina as cordas da lira e enche o meu mundo de amor!

8 Antes que a aurora desponte

dando vida à luz do dia, tenho que cruzar a ponte

nos braços da poesia. 9

A poesia se engalana, mas só se torna completa,

quando se faz soberana na voz do próprio poeta!

10 As cordas desafinadas

e esta voz chegando ao fim!... São mimos das madrugadas guardados dentro de mim!

11 A solidão me angustia

e à noite aumenta o meu drama, vendo a cadeira vazia

que a tua ausência reclama! 12

Às vezes, me falta estima, vendo a multidão que passa...

Muita gente se aproxima, mas pouca gente se abraça!

13 A terra inteira secou!…

E, a dor me fez sofrer tanto, que quando a chuva voltou, tinha secado o meu pranto!

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14 Busquei no universo um dia,

uma resposta eficaz; que transformasse a POESIA

num hino de amor e paz!!! 15

Cada tropeço me ensina que a vida é eterno sonhar.

Na vida nada termina, muda de forma e lugar.

16 Cadeira velha!...Esquecida,

sem dono e sem mais ninguém... Só a saudade atrevida

reclama a ausência de alguém! 17

Cascata, teu pranto triste, parece que não tem fim!...

Comparo ao pranto que existe doendo dentro de mim!

18 Como quem faz uma prece, braços erguidos se abrindo,

a borboleta parece um anjo da paz dormindo!

19 Dai-nos ó, Pai, a razão,

desta santa imagem tua… e que eu reparta o meu pão,

com quem não tem pão na rua!!! 20

Desperto e fico tristonho, é triste o meu despertar, ver acabado o meu sonho antes do sonho acabar!

21 Deus - pintor da natureza, usando a tinta mais viva:

- pinta o céu, de azul-turquesa e os mares, de verde-oliva!

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22 De volta ao lar que eu não via,

desde a minha mocidade... Enquanto a emoção crescia,

crescia a dor da saudade! 23

Distante dos teus afagos, nesta inquieta nostalgia,

meus olhos formam dois lagos que me afogam todo dia!

24 Do sino, ouvindo a amargura,

da tarde que já morria, fiz da triste partitura a mais feliz melodia !

25 Em cada beijo roubado,

que roubo de ti, meu bem, sinto o gosto do pecado

que o beijo roubado tem.

26 Em seu vai-e-vem bonito, a lua em seu caminhar... Enche de luz o infinito,

de prata, as ondas do mar! 27

Enquanto a ciência avança, fato novo se descobre…

E o fruto do que se alcança torna a ciência mais nobre

28 Esta aliança que um dia,

já guardou nossos segredos; hoje guarda a nostalgia

das digitais de outros dedos! 29

Esta distância tão triste, entre nós dois, na verdade, mede a distância que existe entre o AMOR e a saudade!

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30 Esta dor que em mim persiste

e não me deixa dormir!... é "aquela" lembrança triste do que deixou de existir!

31 Este amor que em mim fervilha, quando estamos sempre a sós...

se for bem feita a partilha, será eterno entre nós!

32 Eu vejo ó linda criança, neste teu sorriso lindo, a mais feliz esperança

das esperanças dormindo!!! 33

Há uma sombra em meu caminho que me segue…e, mesmo assim…

Nem quer me deixar sozinho nem diz o que quer de mim!

34 Já escalei morros medonhos, caminhando passo a passo.

Mas nunca pude em meus sonhos escalar nuvens no espaço!

35 Já pronta e de vela içada tremulando de ansiedade, vai para o mar a jangada carregada de saudade!

36 Larga a tristeza e acalanta

teus sonhos, por onde fores. Nada no mundo suplanta

teus lindos sonhos de amores! 37

Mãe preta! teu negro seio deu-me o mais puro sabor;

nele eu bebi sem receio a eternidade do amor!

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38 Meu Deus! se a chuva caída,

fecunda o sertão no estio, o inverno é fonte de vida

do sertanejo bravio! 39

Morre a flor na flor da idade, padece a planta de dor;

a ausência deixa saudade, até na morte da flor!

40 Morre a tarde!...E ao fim do dia,

na imagem do sol poente, há tintas de nostalgia

do fim da tarde da gente! 41

Na sinfonia das almas ensaia-se lindo canto;

ouvem-se preces e palmas: - Padre João Maria é santo!

42 Na loucura dos meus versos, e em quase todos seus traços,

há pedacinhos dispersos do amor que tive em teus braços.

43 Não me faça mais perguntas,

erro assim, não mais cometa... Talvez, só nossas mãos juntas

possam salvar o planeta! 44

Nas asas de um vento brando, na espuma branca do mar… as ondas chegam cantando,

trazendo o sal potiguar! 45

Na vida que se renova, no Natal que se aproxima, eu forro a mesa com trova, e brindo a noite com rima.

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46 Nesta longa caminhada

que fazemos sempre a sós... Nem o silêncio da estrada

quebra o silêncio entre nós! 47

Ninguém é pedra polida, se não mudar de conduta;

pois, a pedreira da vida é feita de pedra bruta!

48 No outono triste da idade,

meu lago de solidão transborda só de saudade dos meus dias que se vão!

49 Nosso casebre, é de palha de pau-a-pique a parede.

O amor que aqui se agasalha, dorme comigo na rede!

50 O aborto, triste ferida,

que nos faz tanto sofrer; como dói matar a vida, antes da vida nascer!

51 Ó cigarra destemida

o seu disfarce me encanta, por não ter nada na vida e ser feliz quando canta!

52 Ó coqueiro pequenino,

que tanta água nos deu! Que ironia o teu destino:

- por falta d’água morreu!!! 53

O mundo é roda gigante, girando sempre a girar,

e eu sou passageiro errante procurando meu lugar!

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54 O outono da vida ingrata, chega fazendo atropelos: Joga tinta cor de prata,

na tinta dos meus cabelos! 55

Pelas manhãs vou buscando minha esperança perdida...

Há sempre um sonho vagando nas alvoradas da vida!

56 Porteira velha, o gemido desta dor que te corrói...

é o teu passado esquecido que em teu presente inda dói!

57 Por teu amor sofri tanto,

foi tão grande o meu desgosto, que cada gota de pranto

se fez cascata em meu rosto!

58 Prazer é sentir os dedos de nossas mãos artesãs

pintando os lindos segredos das auroras das manhãs!

59 Quando a tarde veste o manto,

torna escura a luz do dia... Saudade dói outro tanto

do tanto que já doía! 60

Quantas lições primorosas, num pequeno beija-flor, que beija todas as rosas

enchendo o mundo de amor! 61

Quase seca...E a fonte insiste em seu lamento de dor! É o canto ficando triste e a fonte jorrando amor!

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62 Rasga o manto que te cobre, mostra teu riso e esplendor… Pois, a cortina, mais nobre, não cobre um riso de amor!

63 Revendo entulhos e tacos,

na tapera dos meus sonhos, chorei por ver tantos cacos

dos meus dias mais risonhos! 64

Saudade de amor… lembrança, que dói mais que qualquer dor!

Nem na velhice descansa, quem tem saudade de amor!

65 Saudade – no fim do dia,

já sei por que me dói tanto: - aumenta a melancolia,

dobra as dores do meu pranto!

66 Saudade – seja onde for,

sempre é saudade, meu bem. Um sentimento de amor

que dói no peito de alguém! 67

Sempre sozinha, aos farrapos, mas de rosário na mão...

A fé tecida entre os trapos, remendava a solidão!

68 Se o tempo me desse tempo, de fazer mais do que faço,

queimava a sobra do tempo no calor do teu abraço!

69 Sinalizando o caminho, do nauta na escuridão; o farol velho, sozinho é fantasma e solidão!

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70 Sonho repetidamente,

vendo um clone em tristes ais, chorando porque não sente

o carinho dos seus pais. 71

Sou sertanejo e não nego crestei meus pés neste chão. Nestas marcas que carrego ,

carrego o próprio sertão!

72 Teu amor que me enternece, que acaba todo meu pranto,

da sobra faço uma prece, e ainda sobra outro tanto.

73 Vem das águas cristalinas e vem da espuma do mar, o sal das brancas salinas do meu rincão potiguar!

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1

Antes do verbo era o nada, o caos do "não-existir"...

Mas, Deus, de forma ordenada, fez cada coisa surgir.

2 A trova nascida da alma tem mensagem diferente, ela incendeia e acalma as atitudes da gente.

3 Bateu na porta da frente e correu para a de trás. Desta forma inteligente,

pegou dez “sócios” ou mais! 4

Buscando a felicidade por este mundo sem fim... Descobrir uma verdade:

- Ela está dentro de mim! 5

Ciúme não é terror e não há quem me convença

que seja prova de amor ou que não seja doença.

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6 Contemplo à noite, à janela...

e entre as estrelas e a lua, eu sinto o perfume dela

que no meu quarto flutua. 7

Eu digo e tenho certeza: - Cigarro só traz derrota,

numa ponta a brasa, na outra ponta um idiota.

8 Garrancho, graveto, espinho,

feito de amor, que eu suponho, vai aquecer nosso ninho

para “chocar” nosso sonho. 9

João-de-Barro, um engenheiro, que jamais leu apostila.

Seu ninho é quase um mosteiro: - poema feito de argila!

10 Na rapidez da informática

meu sonho dura um segundo, numa proposta automática:

- paz, ponto com, ponto mundo. 11

Neste emadrugadecer em silêncio sepulcral,

fiz o check-in do meu ser pro reino do amor total!

12 O meu vício é controverso, tem dependência e vicia. sou dependente do verso, rima, métrica e poesia!

13 Proibido proibir,

esse beijo de nós dois. Eu beijo e vou assistir o que acontece depois!

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14 Saudade é o fundo de um poço

onde minha alma vegeta, mantendo vivo, no fosso,

o coração do poeta! 15

Saudade, uma imensa conta, com juro que sempre dobra. Se chega um dia a tal monta

vem a solidão e cobra! 16

Saudade, um grande cercado, sem cancela e sem mourão; onde vivo “enchiqueirado”

à sombra da solidão. 17

Só uma prisão eu respeito, quando rendo-me à paixão... Qualquer castigo eu aceito, se a cela é o teu coração!

18 Toda espera é dolorida... Nos faz sofrer ou chorar, mas é pior, nesta vida,

não ter por quem esperar. 19

Três invenções sem futuro: - carro, mulher e baralho.

As três me deixaram "duro", não sei quem deu mais trabalho!

20 Uma cena inusitada,

tão bonita e comovente. Em ribalta improvisada,

com público inexistente... 21

Uma estrada, uma esperança, uma mesma direção.... Sonho livre de criança nas asas do coração!

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22 Um passeio de canoa,

com minha mulher amada, em Veneza, numa boa.

e eu não queria mais nada! 23

Vença o medo, a escuridão... Desistir, nunca, jamais! Vá, lute até a exaustão, perseguindo os ideais.

24 Vida, a longa caminhada: - Nascer, viver e morrer. E ao final sua morada, você não pode escolher.

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Eva Yanny de Araújo Garcia

1

A bailarina que um dia encantava em seus compassos,

hoje vive a nostalgia na saudade dos seus passos!

2 A bela flor de papel

que tu me deste, outro dia, foi tão perfeita e fiel

que o cheiro dela... eu sentia! 3

Aquele sonho, tão lindo... entre nós dois, na verdade, era um mistério sorrindo entre o amor e a saudade!

4 Aquele velho retrato...

uma lenda, que me invade, hoje é um sonho abstrato, na moldura da saudade!

5 Busquei seguir o meu tino para encontrar a proposta que a vida pôs no destino,

mas não me deu a resposta!

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6 Cai o sereno... e ao teu lado,

enquanto a noite partia, o velho adeus do passado,

outra vez se repetia! 7

Com singela perfeição um pequeno passarinho faz uma linda mansão

da construção do seu ninho. 8

Cultura é vida, é história; outra forma de viver;

que vem guardar na memória o que o tempo fez morrer.

9 Desponta sereno o dia,

e o meu sonho, sem demora, enche o mundo de poesia

ao romper da linda aurora!

10 Este silêncio, tão mudo,

que o nosso olhar escondia... nos fez sentir quase tudo

de tudo o que eu já sentia! 11

Formiga, tão pequenina, mas tão grande é a persistência, que o seu trabalho é a doutrina

da própria sobrevivência! 12

Musa, que brilha no céu, tê-la comigo, quem dera... Descobre logo o teu véu,

que há sempre alguém que te espera! 13

No chão cinzento da terra, restava um sinal de cor:

não era o sangue da guerra, mas o vermelho... da flor!

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14 O nosso amor era tanto,

e tão grande a persistência, que hoje consolo o meu pranto

na sombra da tua ausência. 15

Por trás de tão lindos montes Há fonte em todo lugar;

Mas a mais bela das fontes É a fonte do teu olhar!

16 Procurei felicidade

por este mundo sem fim, sem saber que, na verdade,

estava dentro de mim! 17

Quando a aurora esconde o enredo, de um despertar tão bonito, esconde um grande segredo

dos mistérios do infinito!

18 Sei que me esperas, suponho,

te sinto além do infinito; se és a musa do meu sonho, és meu sonho mais bonito!

19 Senti, no aroma da flor, um doce afeto: a leveza

da mão de Deus, com amor, perfumando a natureza!

20 Teu retrato... Outra metade

de um tempo que não se alcança; mas mantém viva a saudade

que me escraviza a lembrança! 21

Todo o amor que a ti proponho, vem no afeto mais bonito;

que se esconde no meu sonho, nas estradas... do infinito!

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22 Tua espera não me cansa,

e esta tua insensatez, não mata a minha esperança

de esperar tudo outra vez!

23 Vencendo as horas do medo, ao te encontrar, sem demora,

revelo o triste segredo de quem, com saudade, chora!

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Mara Melinni de Araújo Garcia

1

A amizade verdadeira, mesmo quando se despede, fica de qualquer maneira…

Não se compra… e nem se mede…!

2 A ausência é tanta, em verdade,

que a minha desilusão tem a forma da saudade

e os braços… da solidão!!! 3

A identidade que encobre cada não e cada sim,

vem da verdade mais nobre que eu trago dentro de mim…!

4 Ano Novo, quantos sonhos

em ti renovo, tão certo de que dias mais risonhos já me parecem mais perto!

5 A passagem mais sofrida, que nós fazemos a sós, é ver o alcance da vida

sair do alcance de nós...!

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6 As folhas secas de outono,

seguindo, sem direção, são sonhos que vão, sem dono,

à espera de outra estação. 7

Atravessei todo o espaço na passagem do teu sim...

E até senti teu abraço passando dentro de mim!

8 A união dos nossos sonhos,

como as flores de um jardim, planta dias mais risonhos

em cada canto de mim! 9

A velha esquina esquecida toda enfeitada de flor,

sem querer, fez-se guarida de nossa história de amor.

10 A vida é palco, onde há canto de maldade, espanto e dor… Não há cortina, entretanto,

que feche um palco de amor! 11

Da linda infância de outrora, guardo os brinquedos diversos, na lembrança, que hoje mora, no doce encanto… dos versos!

12 De olhos fechados me alcança

que este mundo desigual, detém nas mãos a esperança

da justiça social. 13

De papel, foi meu barquinho, pelo rio, sem destino…

Mas encontrou, no caminho, os meus sonhos de menino!

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14 Dos gritos pela calçada

a lembrança derradeira… Hoje a rua, abandonada, sente saudade da feira!

15 É Ano Novo… Tens a chance em que a vida tem o preço de ter tudo ao teu alcance

no sonho de um recomeço…! 16

Espera…! Que eu te proponho, pois a ausência é triste sina: - Sê a musa do meu sonho,

que o meu sonho não termina…! 17

É tanta a maldade insana… Mas cresce, dia após dia, um grito que nos irmana

pela nossa ecologia!

18 Eu sinto a força da vida e a mão divina de Deus, em cada manhã florida,

na aurora… dos versos meus! 19

Eu vi o amor eclodindo na mensagem de um chamado:

- O mar, despido, sorrindo… - O sol se pondo… apressado!

20 Foste embora... E aquela imagem,

por teu aceno de mão, foi bilhete de passagem

sem volta à minha estação...! 21

Identidade é o segredo que revela muito mais

do que a marca do teu dedo e das tuas digitais…

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22 Já não chores, madrugada, que o orvalho, na linda flor,

cristaliza, na alvorada, tua lágrima de amor!

23 Mais vale amar, sem receios, numa entrega destemida… Do que não sentir os veios

da doce fonte da vida! 24

Mar adentro, mundo afora, a distância aumenta mais… e enquanto a saudade chora,

um lenço acena no cais. 25

Melodia, um sonho agudo que eu toco em meu bandolim...

Sem escutar, por ser mudo, Deus ouve as notas, por mim...!

26 Meu senhor, por caridade,

não me julgue em atos vãos… Trago a minha identidade

nos calos das minhas mãos. 27

Minha mão, riscando o lago, enquanto a noite flutua,

procura, num triste afago, o inútil toque da sua...!

28 Não busco da vida o intento

senão de ser, todo dia, feliz a cada momento

no meu ninho de poesia! 29

Nas noites de solidão… — Lua, que embala os amores,

és, em tua mansidão, a musa dos trovadores!

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30 No outono, a folha caída,

que espera o seu triste fim, revela o quanto, na vida,

é outono… dentro de mim…! 31

Nossas juras semeadas na infância, de amor risonho…

Inda giram, de mãos dadas, Na ciranda do meu sonho!

32 Ó, mãe… teu afeto é tanto, tão angelicais teus traços…

que a vida tem mais encanto na doçura dos teus braços!

33 O tempo passa, é verdade, levando tudo o que sou…

mas só não passa a saudade que o próprio tempo deixou!

34 Por te amar tanto, é que a vida,

embora dure um segundo, possui o espaço e a medida

das horas todas do mundo...! 35

Quando adormeço, sozinho, relembrando aquele adeus… a lembrança é o triste ninho

do calor dos braços teus! 36

Quando a saudade vagueia pelas noites, nos meus ais,

o encanto da lua cheia acalma os meus madrigais.

37 Que a lei, com todo o seu porte,

seja um escudo do bem. .. E que a justiça do forte seja a do fraco também!

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38 Que a luz da sabedoria

nas justiças sociais, lembre a balança vazia:

- Com seus dois lados... Iguais! 39

Queimando em silente chama, a floresta, em triste sina,

caindo ao chão, ainda clama pela vida... que termina...!

40 Relembrando velhos traços, por mil recantos dispersos… eu me perco nos teus braços,

e te encontro… nos meus versos! 41

Rio amigo, quando acordo, sempre foste tão fiel...

Levando o meu sonho a bordo dos meus barcos de papel...!

41 Rompeste o mar, sem piedade

e o cais da desilusão, ancorou minha saudade no porto... Da solidão...!

42 Saudade – quantos desejos por esta espera sem fim…

Relembrando os teus arpejos, hoje sou refém… de mim!

43 Seca: quanta desventura enche a terra de tristeza!

O homem sofre, mas a cura vem da própria natureza.

44 Se eu me for, antes de ti… Levarei, dos nossos traços,

cada noite que vivi na cortina… dos teus braços.

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45 Segue o tempo, indiferente, pela idade, em despedida… Passa, mas deixa presente

o doce encanto da vida! 46

Sentindo o temor da idade, vejo, no amor que ficou,

teu retrato – uma saudade que o tempo não revelou…!

47 Senti o afeto embalando aquela linda criança…

No abraço da mãe, ninando, o seu sonho de esperança!

48 Sereno é quem, sem temores,

faz de sua caminhada, um jardim cheio de flores

entre os espinhos da estrada!

49 Ser turista, caro amigo,

torna mais leve a bagagem... E os teus sonhos vão contigo, seguindo a mesma viagem...!

50 Sob a mesma nostalgia, a saudade, sem pudor,

sobrevive, todo dia, à ausência do teu amor!

51 Tanto esperei… E, sem jeito,

fiz daquela madrugada, a doce musa, em meu leito, nessa espera amargurada…!

52 Teu amor, na realidade,

Desfaz a minha tormenta E vive, em cada saudade,

Reprise em câmera lenta...!

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53 Tocam sinos de alegria

no encanto do firmamento… E a luz da estrela anuncia Jesus em seu nascimento!

54 Uma família sem teto,

repartia o mesmo pão… Mas sobrava sempre afeto,

no final da divisão…! 55

Vejo a lua se despindo do manto da escuridão...

E, nos meus pés, vou sentindo as suas roupas, no chão...!

56 Velha fonte… O largo antigo… Sob as ruínas… Num canto…

Hoje tu choras comigo, Dividindo o mesmo pranto!

57 Vejo no espelho da vida

transpor-se, à luz da saudade, minha face enternecida

dos tempos da mocidade! 58

Vida: caminho que alcança na esquina a sua metade;

de um lado, vive a esperança, do outro, dorme a saudade.

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1

A brisa bateu na porta naquela noite abatida...

Trouxe uma esperança morta pra minha face sem vida...

2 A cascata me interpela

questões das mais resolutas. Por que a água doce e bela

cai beijando as pedras brutas?? 3

A noite sai do espetáculo, inerme, discreta e estranha;

o sol por trás de um pináculo eriça a luz na montanha… (…)

4 Ao chegar neste recinto

das terras de Caicó, com todo fervor eu sinto

que aqui não me sinto só. 5

Ao rever a sua imagem N’alma abri minhas cortinas

e retoquei a tatuagem feita nas minhas retinas!

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6 A trova levou-me aos céus,

pois entre joios e trigos perdi pequenos troféus

mas ganhei grandes amigos. 7

A velhice, em tom sarcástico, gosta de mostrar que sou

restos de sonhos de plástico que o trem do tempo esmagou.

8 Cada gole de aguardente traz um ardor vitalício,

queimando as queixas da mente dentro do fogo do vício…!

9 Com desespero e irritado, apertou devagarzinho…

– Quem é você seu safado????? – Eu sou Raimundo, o mudiiinho!!!!

10 Covarde, pobre e mesquinho; quem durante a caminhada ante às pedras do caminho, decreta o final da estrada.

11 Disse a velha sem orgulho:

– no quarto, em horas de amor, o velho que faz barulho é só meu ventilador…

12 É duro olhar para o lado em meio ao redemoinho,

no vento mais conturbado e ver… Eu estou sozinho!

13 É inverno… Choveu na mata…

E a lua, deusa sem fama, penteia as tranças de prata

pelos espelhos de lama.

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14 É queimada a Dona Benta

no bairro de Botafogo, por já passar dos oitenta

e não ter baixado o fogo…! 15

– Já passaste, Primavera?! Nenhuma flor me marcou! Querendo ser quem eu era,

nunca mais fui quem eu sou... 16

Joguei na fonte a moeda… Por ser a única que eu tinha, antes que eu ouvisse a queda,

pedi pra você ser minha! 17

Joguei moedas no lago..., mas meu desejo afundou com as esmolas de afago

que você me renegou.

18 Junta-se o poeta aos loucos;

um diário vivo em versos, expressando como poucos os sentimentos diversos.

19 Na entrevista com rigor

que o tempo insiste em fazer, se a pergunta é sobre amor, eu me nego a responder…

20 Na madrugada sem fim, a saudade, desvairada,

acende um confronto em mim entre um ninguém e um nada!…

21 Não vens. Sozinho na sala, na espera à luz do ciúme, meu coração despetala,

mas não perde teu perfume.

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22 Na realidade, o pecado

que me faz vagar a esmo, foi na vida ter amado

outro alguém mais que a mim mesmo! 23

No lago seco onde o sol, racha o chão e se esparrama,

o pobre de um rouxinol bica fiapos de lama…

24 Nosso fim está, talvez

como um segredo escondido, nas entranhas dos “porquês” que você deu sem sentido…

25 No trem, a vida é mesquinha. Pare! Não tema empecilhos. Não há quem ande na linha neste planeta sem trilhos.

26 Nunca temerei fracassos, chegarei mesmo sozinho.

Quem segue do pai os passos sabe as curvas do caminho…

27 O barco é movido a remos …

E hoje, pai, longe de ti, eu só sei dizer: - vencemos; é injusto eu dizer: - venci.

28 Olhos fundos; enfadonhos, tez crestada, mão ferida…

Só você, pai, por meus sonhos, foi capaz de dar a vida…!

29 Passastes, trem, mas por que

deixastes ficar assim?! Vagões cheios em você;

vagões vazios em mim…?!

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30 Peço a “Noel”, com leveza,

que ao chegar do Pólo Norte, bote ao menos pão na mesa

dos que nasceram sem sorte. 31

Pela dor da decepção eu já me recuperei, só falta a devolução

de um amor que eu te entreguei! 32

Pode ir embora, querida... Que eu guardo a dor compulsória

de ter que arrancar da vida quem tatuei na memória.

33 Por uma acusação falsa fui levado pra cadeia.

Lá ganhei a meia calça depois de uma surra e meia…!

34 Puseste-me na clausura!

E hoje, em sonhos sem sentido, eu me alimento da jura

que murmuras noutro ouvido… 35

Quando a dor de raivas breves, de ti, musa, não tem fim, escreves com traços leves

mil versos de amor em mim… 36

Quando a família é rompida por atos cegos, tiranos, deixa destroços de vida,

restos de seres humanos... 37

Quando o céu, em nuvens rotas, derrama a chuva em cascata,

as gotas dedilham notas nas verdes liras da mata…

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38 Sê cidadão! Pois é rara,

a virtude de quem sonha em primeiro por na cara os adornos da vergonha.

39 Se foi feitiço ou segredo,

pra mim não adianta, é tarde! Quando alguém ama com medo,

esculpe um amor covarde! 40

Sempre te amei como um louco bem mais do que se permite; para quem é amado, é pouco, pra quem ama é sem limite!

41 Sem saber o que fazer, a prostituta, perdida,

vende prazer p’ra viver, mesmo sem prazer na vida…!

42 Ser literato ele soube,

com "Os Sertões", obra lendária. Foi tão grande que não coube

numa escola literária. 43

Seu olhar de sinceridade, crava paz nesse meu peito.

Nosso laço de amizade tem as fitas do respeito!

44 Sobre a estante, na sala, teu velho retrato, mudo,

mostra que a saudade fala num silêncio... que diz tudo!!

45 Sou como as uvas pisadas

pra fazer vinho e licor, que mesmo sendo esmagadas

dão de presente o sabor.

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46 Sua imagem é minha escolha,

dela assumo ser devoto, pois por mais que eu vire a folha,

eu só vejo a mesma foto! 47

Sua imagem, na lembrança, em mim se consolidou

num retrato de esperança que a vida não revelou...

48 Tantas lágrimas na face

de tantos que a vida ignora. E cada aurora que nasce,

é apenas mais uma aurora. 49

Toda família suspende em seu pilar, os fracassos;

quando um filho dela pende, sempre se ampara em seus braços!

50 Trinam pássaros nos galhos,

a brisa é leve e sombria; a aurora sobre os orvalhos,

abre as cortinas do dia. 51

Vim do chão de um interior e hoje tenho visões novas.

Quão feliz é o Trovador que vai das Trevas às Trovas…

52 Viro a chave...E a nostalgia

da solidão que me corta é impressa na melodia

do lento ranger da porta… 53

Voando em sonhos dispersos, sigo em louca diretriz

no céu do rastro dos versos das trovas que nunca fiz.

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NOTA As trovas foram obtidas em livros, boletins de trovas, jornais, trovas enviadas pelos trovadores e em alguns sites, como www.falandodetrova.com, www.poesiasemtrovas.blogspot.com.br, www.singrandohorizontes.blogspot.com.br Biblioteca J. G. de Araújo Jorge, as Mensagens Poéticas enviadas pelo falecido trovador potiguar Ademar Macedo, etc. Montagem da Capa da Revista sobre imagem obtida na internet, não foi encontrada a autoria. Esta revista não pode ser comercializada em hipótese alguma, sem autorização de seus autores ou representantes legais. Pode ser copiado, desde que se coloque o autor das trovas, caso contrário pode ser caracterizado como crime e ser enquadrado nas sanções legais. Respeite os direitos do autor.