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A Teoria Crítica O tema da mistificação das massas pela indústria cultural Aula 23 do curso de Teoria da Comunicação. Prof. Dr. Fábio Fonseca de Castro, Faculdade de Comunicação da UFPA, Dezembro de 2009

O Tema Da MistificaçãO Das Massas Pela IndúStria Cultural

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Roteiro de aula do curso de Teoria da Comunicação; Prof. Fábio Fonseca de Castro, Facom - UFPA; 2009.hupomnemata.blogspot.com

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A Teoria Crítica O tema da mistificação das massas pela

indústria cultural

Aula 23 do curso de Teoria da Comunicação.Prof. Dr. Fábio Fonseca de Castro,

Faculdade de Comunicação da UFPA,Dezembro de 2009

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"A civilização atual a tudo confere um ar de semelhança"

M. Horkheimer e T. Adorno, A Indústria Cultural, 1947

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A noção de “indústria cultural” foi usado por Horkheimer e Adorno, pela primeira

vez, no ensaio “Indústria cultural, Iluminismo como sedução das massas”,

presente no livro “A Dialética do esclarecimento”, de 1947.

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A noção não se refere, especificamente aos veículos (televisão, jornais, rádio...), mas ao uso dessas tecnologias pelo mercado.

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Ou melhor, à possibilidade de consumo mercadológico da produção cultural e

intelectual e sua conversão em mercadoria.

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O filósofo francês contemporâneo Edgar Morin, a respeito da noção de indústria

cultural, diz que ela deve ser compreendida no cenário da segunda

grande “industrialização, a do espírito, que se processa nas imagens e nos sonhos,

penetrando na alma humana”. Com isso, ressalta o papel do domínio subjetivo do

coletivo social pela I. C.

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Na sociedade dominada pela I.C., as mercadorias culturais são valorizadas pela perspectiva do lucro e não pelo seu próprio

conteúdo.

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A I.C. se valoriza por meio de sua “técnica”. Porém, essa técnica não se

refere às condições artísticas de produção da obra, mas sim à organização e à

produção da cultura.

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É desta “técnica”, exterior à obra de arte, que surge um tipo de experiência cultural que pode ser compreendida como “extra-

artística”, da qual resulta o pastiche (Gemisch), uma cultura de imitação, plena

de resíduos individualistas.

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Essa sujeição da técnica artística à técnica instrumental faz com que as artes corram o risco de perder três de suas principais

características:

1. de expressivas, tornarem-se reprodutivas e repetitivas;

2. de trabalho da criação, tornarem-se eventos para consumo;

3. de experimentação do novo, tornarem-se consagração do consagrado pela moda e pelo consumo.

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A indústria cultural vende cultura.

Para fazê-lo, tem de torná-la atraente, seduzindo e agradando o consumidor.

Então, não pode chocar, provocar, fazer pensar, trazer informações novas... Bem

ao contrário disso: precisa, sempre, repetir o mesmo.

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Nesse cenário, a cultura passa a ser vista como lazer. Serve para

“espairecer”, para romper o cotidiano do trabalho.

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Na verdade, se produz uma divisão entre a esfera mental da reflexão, crítica e sensibilidade e a

esfera do entretenimento, diversão e distração.

Essas duas esferas não são, naturalmente, separadas. Porém, assim se tornam à medida em

que a humanidade afunda nas relações de produção do capitalismo.

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Enquanto a primeira esfera “não vende”, a segunda se associa ao mundo dos

negócios: é o capitalismo que separa essas duas esferas. A indústria cultural vulgariza

as artes e os conhecimentos, banaliza e massifica-os, e a condição disso é gerar uma fadiga e um preconceito quanto a tudo o que permanece pertencendo à

esfera da cultura.

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O que é a I.C. hoje?

7% do produto global bruto (2006).

Em 2020 esse percentual poderá ser de 10%.

A I.C. é um dos setores mais dinâmicos da economia e do comércio mundial.