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Ψ Fundamentos Teóricos em Psicologia II: Comportamentalismo Aula 1 Origens históricas do Behaviorismo Prof. Dr. Caio Maximino

Origens históricas do behaviorismo

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Fundamentos Teóricos em Psicologia II: Comportamentalismo

Aula 1

Origens históricas do Behaviorismo

Prof. Dr. Caio Maximino

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Objetivos da aula

● Descrever o contexto histórico e conceitual do behaviorismo metodológico

● Analisar as críticas e avanços do behaviorismo de Hull e Tollman

● Identificar movimentos filosóficos afins no behaviorismo lógico (Hempel, Neurath, Carnap, Ryle)

● Descrever os antecedentes históricos e conceituais da Análise Experimental do Comportamento

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Antecedentes do funcionalismo

● Edward Titchener (1867-1927) – Aluno de Wundt, redefine o objeto da Psicologia como sendo a experiência dependente de um sujeito, e não mais a experiência imediata

● Paralelismo psicofísico

● Métodos das ciências naturais (observação e experimentação)– Em Psicologia, a observação se

daria na forma de introspecção

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Funcionalismo vs. Atomismo (Figueiredo, 2008)

● “A análise causal dos mecanismos acompanha e está logicamente subordinada à análise funcional voltada para os efeitos adaptativos”

● “O funcionamento global e pressuposto em todas as operações analíticas. Nesta medida a análise funcional é sempre e necessariamente uma análise sistêmica e estrutural”

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Psicologia funcional americana● John Dewey (1859-1952), James Rolland Angel (1869-1949), Harvey

A Carr (1873-1954)

● Psicologia como ciência biológica interessada em estudar processos, operações e atos mentais como formas de interação adaptativa (i.e., tem uma função)

● “O estudo dessas operações mentais e comportamentais se opõe à análise atomística proposta pela reflexologia e pelo elementarismo de Titchener e Mach” (Figueiredo, 2008)

● Diversidade de métodos– Inclui a introspecção com ressalvas

– Comportamento publicamente observável como índice da função psicológica

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O funcionalismo jamesiano● Principles of Psychology (1890)

● Apresentação dos resultados experimentais do séc. XIX– Neurologia

– Neuroanatomia

– Neurofisiologia

● Recurso à Psicologia Comparativa → “Os instintos dos animais são saqueados para lançar luz sobre os nossos próprios...”

● Método experimental é importante, mas a introspecção é o método primário

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Críticas ao funcionalismo

● “Mas, em minha opinião, é perfeitamente possível que o termo 'consciência' caia num desuso tão completo quanto o termo 'alma', no que diz respeito a todos os propósitos cotidianos da Psicologia. Isso não significará o desaparecimento dos fenômenos que chamamos 'conscientes' mas, outrossim, que o interesse da Psicologia deslocar-se-á para outros fenômenos ou fases dos mes­mos, para os quais um termo como 'comportamento' proporcio­naria uma indicação mais útil.” (James Rowland Angell, referido em Marx & Hillix, 1976)

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Watson e o funcionalismo● “A Psicologia teve uma partida em falso com Wundt (...) porque não

enterrou o seu passado. Tratou de apegar-se à tradição com uma das mãos, enquanto, com a outra, puxava para o lado da ciên­cia. Antes que a Astronomia pudesse progredir, foi preciso enter­rar a Astrologia; a Neurologia teve de enterrar a Frenologia; e a Química teve de enterrar a Alquimia. Mas as Ciências Sociais, a Psicologia, a Sociologia, as Ciências Políticas e a Economia, não quiseram enterrar os seus 'bruxos e curandeiros'” (Watson & MacDougall, 1929, p.3)

● “O behaviorismo tomou do funcionalismo uma parte, mas não toda a tradição parental” (Boring, 1950)

● Figueiredo (2008): Ainda que “o estudo das formas adaptativas da interação (…) serviria a finalidades práticas de previsão e controle”, o behaviorismo metodológico rejeita a análise molar para focar-se na análise molecular

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Positivismo Comtiano● “A tradição do objetivismo (…) tem em La

Mettrie fonte significativa, certamente com a culminância no trabalho de Comte, fundador do positivismo, que enfatizava a busca do positum, o conhecimento indiscutível” (Carrara, 2005)

● O conhecimento positivo é baseado em fenômenos naturais e suas propriedades e relações

● Base empirista: A informação derivada da experiência sensorial, interpretada pela razão e pela lógica, forma a fonte exclusiva de todo o conhecimento

● “Paradoxalmente, embora seja hoje certo que a obtenção de conhecimento de tal ordem é sempre discutível, por exemplo, em razão de que as técnicas em uso geralmente não evidenciam completa objetividade, desde Comte (ca. 1830) houve uma rejeição à introspecção, por depender de uma consciência privada” (Carrara,2005)

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Neopositivismo (Década de 1920-Década de 1970)

● Verificacionismo: Somente afirmações verificáveis lógica ou empiricamente tem significado cognitivo

● Antecedentes filosóficos:– Tractatus Logico-Philosophicus: Discurso inteligível

vs. discurso sem sentido; verdades lógicas são tautologias

– Logicismo de Frege e Russell: Redução da matemática à lógica

– Empirismo: Positivismo e fenomenalismo de Ernst Mach

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Teses do empirismo lógico● É possível descrever a sistematicidade e a estrutura do

conhecimento através da lógica formal moderna

● Os dados dos sentidos são observações que produzem sentenças de observação; essas provêm certeza fundacional para a ciência– Incorrigíveis, i.e., sentenças nas quais o juízo do observador não pode

ser falso

● Verdades lógicas e verdades definicionais também são incorrigíveis porque são tautologias

● Todas as outras sentenças adquirem sentido a partir das sentenças de observação → O significado de uma sentença é o método de sua verificação

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Conhecimento justificado

● Hempel (1965): Uma hipótese é testada deduzindo-se sentenças de observação a partir dela e, em conjunto com outras condições iniciais, determinando experimentalmente se as observações deduzidas fazem sentido sob as condições especificadas (Modelo hipotético-dedutivo)

● Um fenômeno é explicado quando sua ocorrência é deduzida de uma generalização nomológica (tipo-lei) que descreve a ocorrência regular de eventos desse tipo nas condições especificadas.

● Operacionalismo: O significado de um termo é dado pelas condições empíricas sob as quais o fenômeno que é descrito pelo termo irá exibir efeitos observáveis

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A influência de Jacques Loeb● Boa parte do contato de Watson

com o positivismo foi mediado por Loeb

● Ênfase em fatores externos e periféricos

● Busca de generalizações amplas entre indivíduos e espécies

● Aproximação holística e dinâmica

● Objetivava o controle experimental e a engenharia comportamental

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Behaviorismos e o positivismo

● Watson (1913): “A Psicologia, tal como o behaviorista a vê, é um ramo puramente objetivo e experimental da ciência natural. A sua finalidade teórica é a previsão e o controle do comportamento”

● Watson (1930): O objetivo da Psicologia é “prever, dado o estímulo, que reação tomará lugar; ou, dada a reação, qual situação ou estímulo a causou”

● Skinner (1974): Alguns termos mentalistas “podem ser 'traduzidos em comportamento'; outros, descartados como desnecessários ou sem sentido” (p. 20) → Redução inter-teórica

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Pragmatismo

● Peirce, James e Dewey– “o conhecimento é produto de uma manipulação intencional

de fenômenos, cujos resultados jamais podem ser interpretados em termos de uma explicação última e definitiva” (Tourinho, 1996)

– “tanto as descrições da natureza quanto a atividade de produzi-las devem ser interpretadas segundo seu valor instrumental” (idem)

● Skinner é essencialmente um pragmatista– “as práticas de uma comunidade científica devem ser

entendidas como função de contingências de reforçamento, providas por uma comunidade verbal científica, e não determinadas por uma natureza última da realidade” (idem)

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Behaviorismo radical como filosofia da ciência

● Skinner (1974) assume uma análise comportamental da epistemologia; portanto, nunca se importou com a demarcação entre termos com e sem sentido (O'Donohue e Ferguson, 2001)

● Segue o modelo dedutivo-nomológico

● Crítica ao operacionalismo de Bridgman (a partir da década de 1940): Identificação com o reducionismo inter-teórico mudou o sentido para o caráter inter-subjetivo dos conceitos usados em ciência

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“Operational analysis of psychological terms” (Skinner, 1945)● “Para manter a consistência, o psicólogo deve

lidar com as suas próprias práticas verbais desenvolvendo uma ciência empírica do comportamento verbal. Ele não pode, infelizmente, juntar-se ao lógico em definir uma definição, p. ex., como uma 'regra para o uso de um termo' [Feigl]; ele deve voltar-se para as contingências de reforçamento que referem-se à relação funcional entre um termo, como resposta verbal, e um dado estímulo. Essa é a 'base operacional' para o seu uso dos termos; e não é lógica, mas ciência”

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Fisicalismo

● Forma de monismo filosófico que afirma que a matéria é a substância fundamental da natureza, e que todos os fenômenos, incluindo fenômenos mentais, são idênticos ou redutíveis de alguma forma a interações materiais

● Resposta ao dualismo de substâncias, com diversas possibilidades– Behaviorismo analítico

– Teoria da identidade

– Funcionalismo

– Fisicalismo não-redutivo

– Emergentismo fraco

– Materialismo eliminativo

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Behaviorismo analítico● Ryle (1949): O erro cartesiano é um erro de categoria (representar algo

como pertencente a uma categoria ou tipo lógico quando, na verdade, pertence a outro).

● A mente é comportamento; sentenças descrevendo estados mentais ou psicológicos podem ser traduzidos, sem perda de significado, em sentenças descrevendo comportamentos possíveis ou atuais.– Os termos mentais denotam disposições para se comportar de uma dada forma.

● “Possuir uma propriedade disposicional não é estar em um estado particular, ou sofrer uma mudança particular; é estar inclinado ou sujeito a estar em um estado particular, ou a sofrer uma mudança particular, quando uma condição particular for realizada” (Ryle, 1949)

● O behaviorismo metodológico e o behaviorismo radical não implicam, necessariamente, nessa posição!

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Watson e o fisicalismo

● “Em 1913, a consciência e a introspecção foram criticadas por serem supostamente não científicas, não verificáveis, inverossímeis, intangíveis (…). Dito de outra forma, Watson, ao excluir parte das ações humanas (aquelas que não “via”, não “observava”, não “tocava”), estava privilegiando o método acima do objeto de estudo.” (Carrara, 2005)

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Fala subvocal● Em Image and affection in behavior (1913), Watson aprofunda sua

crítica, negando a existência de imagens mentais e argumentando que o comportamento verbal implícito intervém entre estímulo e resposta

● “As imagens mentais (…) têm sido a fortaleza central de uma psicologia baseada na introspecção. Todas as defesas externas podem ter sido entregues ao inimigo, mas a causa nunca poderá ser perdida enquanto a passagem (introspecção) para essa fortaleza (imagem mental) puder ser mantida (…). Não existem processos iniciados centralmente (…). Onde quer que o comportamento explícito seja atrasado (i.e., quando ocorrem processos de deliberação), o tempo interveniente entre estímulo e resposta é dedicado a comportamento implícito (a 'processos de pensamento') (…). Se pudermos demonstrar que o comportamento implícito não é nada além de movimentos de palavras [elocuções] (…) o comportamento do ser humano como um todo estará tão aberto à observação objetiva e ao controle quanto o comportamento dos organismos inferiores”.

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● “O modelo de explicação interna do comportamento é exem­plificado pela doutrina do animismo, que está primariamente preocupada em explicar a espontaneidade e inconstância do comportamento. O organismo vivo é um sistema extremamente complicado se comportando de maneira extremamente complicada. Muito do seu comportamento parece ser, à primeira vista, absolutamente imprevisível. O procedimento tradicional tem sido o de inventar um determinante interno, um 'demônio', 'espírito', 'homúnculo' ou 'personalidade' capaz de mudar espontaneamente o curso ou a criação da ação. Esse determinante interno oferece apenas momentaneamente uma explicação do comportamento do organismo externo, porque ele precisa, também, ser compreendido.” (Skinner, 1954)

A posição skinneriana

● “A visão mais simples e mais satisfatória é a de que o pensamento é simplesmente comportamento – verbal ou não verbal, manifesto ou encoberto. Não é um processo misterioso responsável pelo comportamento, mas é o comportamento ele mesmo, em toda a complexidade de suas relações de controle, com respeito tanto ao homem que se comporta quanto ao ambiente em que ele vive” (Skinner, 1957)

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A questão do instintoFuncionalismo

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● Jacques Loeb, 1900: Comparative Physiology of the Brain and Comparative Psychology – Redução do instinto a tropismos e reflexos encadeados

● Knight Dunlap, 1919: Are there any instincts?

● Literatura psicológica anterior à síntese neodarwiniana e a importantes reformulações no conceito de instinto!

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Watson e os instintos● 1914 (“Behavior”): Descreve 11 tipos diferentes de instintos

● 1925 (“Behaviorism”): Os aspectos do comportamento humano que parecem instintivos são, na verdade, reflexos condicionados socialmente.

● “Gostaria de avançar mais um passo esta noite e dizer: dêem-me uma dúzia de crianças saudáveis, bem formadas, e um ambiente para criá-las que eu próprio especificarei e eu garanto que, tomando qualquer delas ao acaso, prepará-la-ei para tornar-se qualquer tipo de especialista que eu selecione – um médico, advogado, artista, comerciante e, sim, até um pedinte ou ladrão, independentemente de seus talentos, pendore s, tendências, aptidões, vocações e raça de seus ancestrais (…). E favor notar que, quando esse experimento for realizado, estarei autorizado a especificar o modo como elas serão criadas e o tipo d e mundo em que terão que viver...”

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Condicionamento clássico: Vladimir Bechterev

● 1884-1885: Bolsa de pesquisa na Alemanha e França; passa pelos laboratórios de Wundt, Flechsig, Meynert, Westphal, du Bois-Reymond e Charcot

● 1886: Funda o primeiro laboratório de psicologia experimental da Rússia

● Desenvolveu uma teoria do reflexo condicionado, que chamou de “reflexo de associação”

● Explicação em termos neurais

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Condicionamento clássico: PavlovFuncionalismo

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● Estudo in vivo da fisiologia do sistema digestório usando fístulas

● Teoria do papel do sistema nervoso no controle da salivação

● Investigação da “secreção psíquica” – Secreção em resposta a estímulos alimentares localizados à distância

● Condicionamento de respostas salivares

● Teoria sobre o reflexo condicionado muito semelhante à de Bechterev

● Explicação em termos neurais

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Métodos descritos em “Behavior”Funcionalismo

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● Caixas-problema

● Labirintos

● Métodos Pavlovianos

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Resposta emocional condicionada: Watson e Rayner (1920)

● Experimentos conduzidos com um bebê de 11 meses, “Albert”

● Uso de condicionamento clássico (“respondente”) para condicionar respostas tipo-medo– Apresentação de um S (não definido) e observação do comportamento (Albert brinca com o

objeto)

– A apresentação de um US (som alto) produz choro (UR)

– Associação S-US o transforma em CS

– CS produz CR (choro)

– Generalização para outros objetos não utilizados no condicionamento

● Resposta não extinta explicitamente após o experimento

● O registro científico do experimento exato é muito defeituoso; não se sabe quais estímulos foram usados, a quais estímulos o bebê desenvolveu CR

● Mary Carver Jones (1924): Uma resposta condicionada similar pode ser eliminada pela exposição gradual ao CS.

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Edward Thorndike

● Orientado por William James na Universidade de Harvard

● 1898: Termina sua tese de doutorado, sob orientação de James McKeen Cattell, na Universidade de Columbia

● “Animal Intelligence: An Experimental Study of the Associative Processes in Animals”

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Leis da aprendizagem (Thorndike, 1898)

● Lei do Efeito: “De várias respostas feitas para a mesma situação, aquelas que são acompanhados ou seguidas de perto pela satisfação para o animal, em igualdade de circunstâncias, serão mais firmemente conectadas com a situação, de modo que, quando voltar a ocorrer, eles serão mais propensos a recorrer; aquelas que são acompanhadas ou seguidas de perto pelo desconforto para o animal, em igualdade de circunstâncias, têm as suas conexões com essa situação enfraquecida, de modo que, quando se voltar a ocorrer, eles serão menos prováveis de recorrer. Quanto maior a satisfação ou desconforto, maior o fortalecimento ou enfraquecimento do vínculo.”

● Lei do Exercício: “Qualquer resposta a uma situação irá, em igualdade de circunstâncias, ser mais fortemente conectada com a situação em proporção ao número de vezes em que a conexão aconteceu e com o vigor e duração médios das conexões”

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A interpretação de Skinner

● “Para atingir o âmago da Lei do Efeito de Thorndike precisamos elucidar a noção de 'probabilidade de resposta'” (1953).

● Um estímulo eliciador não “causa a ocorrência de um determinado comportamento”, mas simplesmente torna a ocorrência mais provável.

● Os termos “satisfação” e “desconforto” serão substituídos por termos operacionais (reforçamento, punição), e a explicação se desloca para a resposta diretamente observável.

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Tipos de condicionamento

● Konorski e Miller (1933): Reflexos condicionados secundários (“tipo II”) → Resposta evocada por flexão passiva ou estimulação elétrica da pata

● Skinner (1935): Dois tipos de respostas condicionadas, Tipo I (“operante”) e Tipo II (“respondente”)

● Konorski e Miller (1937) – Nas condições experimentais utilizadas por eles, a explanação do condicionamento operante como aumento de probabilidade não se aplica

● Skinner (1937) – A distinção entre respondentes e operantes está na relação com o estímulo (“comportamento eliciado” vs. “comportamento emitido”)

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Edward Chace Tolman (1886-1959)Funcionalismo

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● Formado em Psicologia no MIT, doutorado em Harvard– Parte do doutorado na

Alemanha; entra em contato com a Gestalt

● 1932: Purposive behavior in animals and man

● 1948: Cognitive maps in rats and men

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Aprendizagem latente (Tolman e Honzik, 1930)

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Mapas cognitivos

● Os resultados dos experimentos com aprendizagem latente sugerem que o reforçamento não é necessário nem suficiente para a aprendizagem

● Tolman sugeriu que os animais estavam produzindo uma representação interna do ambiente externo

● Um indivíduo poderia utilizar um grande número de pistas do ambiente para construir uma imagem mental do ambiente (i.e., um mapa cognitivo)

● Ao usar essa representação interna, o indivíduo poderia chegar até o objetivo sabendo onde ele se localiza em um complexo de características ambientais

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Propriedades emergentes do comportamento

● Propósito: Persistência em relação a um fim ou a uma meta– Observado nas ações de um organismo

● O comportamento tem um sentido, uma direcionalidade, que pode ser inteiramente observada

● Argumento realista (Lopes, 2009): As propriedades do comportamento molar estão no comportamento, e não são meramente inferidas (1925)

● Argumento pragmatista (Lopes, 2009): As propriedades do comportamento molar podem ser inferidas porque as previsões das teorias dão certo (1932)

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Clark L. Hull: Variáveis intervenientes

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● Grande influência de Pavlov, Darwin, Thorndike e Tolman, com quem debateu extensamente

● Papel central de variáveis intervenientes no controle do comportamento– Quando um experimentador

manipula variáveis independentes, observa um efeito sobre variáveis dependentes e infere uma modificação em uma variável interveniente

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Epistemologia da Psicologia em Hull

● Hull derivou, a partir do modelo hipotético-dedutivo, uma epistemologia da Psicologia na qual “a teoria científica, em seu melhor sentido, consiste na dedução lógica estrita a partir de postulados definidos do que deveria ser observado sob condições específicas” (Hull, 1935)

● Pontos de partida: Pavlov, Thorndike

● Adição de variáveis intervenientes

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Variáveis intervenientes

● Variáveis ancoradas através de definições operacionais em ambos os lados da formulação S-R

● Na revisão final de seu sistema, “um total de dezoito postulados e doze corolários foram produzidos. De acordo com o procedimento hipotético-dedutivo que Hull intentava seguir, esses princípios primários seriam usados para prever princípios secundários, como o gradiente de objetivos e a aprendizagem latente” (Marx e Hillix, 1963)

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O modelo de Hull, versão 1943● Quatro variáveis de estímulo mensuráveis– Número de tentativas reforçadas

– Nível de privação do estímulo

– Intensidade do estímulo

– Magnitude do reforçador

● Cada variável conectada a uma variável interveniente correspondente– Força do hábito sHr

– “Drive” D

– Dinamismo da intensidade do estímulo V

– Incentivo K

● A relação entre essas variáveis intervenientes é multiplicativa

● Outras variáveis intervenientes dão conta da extinção e recuperação espontânea, diferenças individuais, e consistência da resposta aprendida– Inibição reativa Ir

– Inibição condicionada sIr

– Oscilação sOr

– Limiar sLr

– Variáveis de resposta mensuraveis● Latência str● Amplitude A● Número de respostas atéa extinção n● Probabilidade de resposta p

sÊr = (sHr x D x V x K) – Ir – sIr – sLr +/- sOr

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Teoria motivacional de 1952Funcionalismo

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● “Drive” - Uma força interna intensa que motiva o comportamento

● A aprendizagem resulta de vários fatores que determinam a probabilidade de ocorrência de um comportamento específico– Drive

– Incentivo (recompensa)

– Força do hábito

– Inibição (devido à ausência de recompensa)

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O modelo “final”

1. Variáveis independentes, eventos sistematicamente manipulados pelo experimentador● Quantidade de trabalho W● Intensidade do estímulo S● Número de reforçadores N● Magnitude do reforço M

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O modelo “final”

2. Variáveis intervenientes, processos que ocorrem dentro do organismo mas não são observáveis

● Força do hábito sHr● Inibição reativa IR

● Inibição condicionada SIR

● Potencial de reação efetivo SER

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O modelo “final”

3. Variáveis dependentes, aspectos mensuráveis do comportamento

● Amplitude do comportamento A● Latência de resposta STR

● Número de tentativas até a extinção n● Probabilidade de resposta p

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O modelo “final”Funcionalismo

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A Análise Experimental do Comportamento

● Metodologia skinneriana para a analise de fenômenos comportamentais

● Derivada inicialmente da pesquisa com operantes e esquemas de reforçamento

● Apóia-se sobre uma filosofia específica, o behaviorismo radical– Fisicalista, epifenomenalista

– Pragmatista

– Causalidade substituída por relações funcionais

● Ponto de partida: tríplice relação de contingências S-R-S

● Delineamento de sujeito único, sem recurso ao método comparativo

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