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PÁGINAS abertas ANO I - N O 13 JANEIRO A ABRIL DE 2011 Américo Vespúcio: Falta de sinalização preocupa população A avenida Américo Vespúcio é hoje a principal via de ligação entre as regi- ões Norte e Nordeste e o bairro do Cai- çara, na região Noroeste. Além de ser um agitado centro comercial, tem trá- fego pesado e perigosas esquinas, onde a falta de sinalização tem provocado muitos acidentes. O mais movimentado de todos estes cruzamentos é o da rua José Benedito, que, além de ser um ótimo atalho para quem vai ao Shop- ping Del Rey e para o Anel Rodoviário, fica perigosamente próximo a escolas e creches. PÁGINA 7 CONTATOS 31. 30325452 [email protected] olegariobalbino.blogspot.com Além das já conhecidas cestas de café , caixas e artesa- natos em geral, o Atelier Arte’s e Cia apresenta à comunidade deliciosos ovos de páscoa caseiros. PÁGINA 4 Muito além das salas de aula Dificuldade na fase de aprendizado pode não ser apenas distração ou pre- guiça. Há outras explicações para crian- ças e adolescentes com problemas em desempenhar tarefas escolares. PÁGINA 3 Dislexia: um mal quase invisível Carla Ferreira Santos é destaque do Minas Tênis Clube e também da comu- nidade. Ela nos conta mais sobre sua carreira e sobre seu título de campeã mundial pela seleção brasileira juvenil. PÁGINA 8 Atleta enche de orgulho a comunidade Nayara Carmo Parceria entre SESC, Newton Paiva e ICOB movimenta praça no bairro Nova Esperança, levando aos moradores saúde, cul- tura e lazer. O evento con- tou com música, dança, oficina de rádio e muita diversão. PÁGINA 5 Tarde cultural anima Nova esperança

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Américo Vespúcio: Falta de sinalização preocupa população

A avenida Américo Vespúcio é hoje a principal via de ligação entre as regi-ões Norte e Nordeste e o bairro do Cai-çara, na região Noroeste. Além de ser um agitado centro comercial, tem trá-fego pesado e perigosas esquinas, onde a falta de sinalização tem provocado

muitos acidentes. O mais movimentado de todos estes cruzamentos é o da rua José Benedito, que, além de ser um ótimo atalho para quem vai ao Shop-ping Del Rey e para o Anel Rodoviário, fica perigosamente próximo a escolas e creches. PÁGINA 7

CONTATOS31. 30325452icolegariobalbino@yahoo.com.brolegariobalbino.blogspot.com

Além das já conhecidas

cestas de café , caixas e artesa-

natos em geral, o Atelier Arte’s

e Cia apresenta à comunidade

deliciosos ovos de páscoa

caseiros. PÁGINA 4

Muito além

das salas

de aula

Dificuldade na fase de aprendizado pode não ser apenas distração ou pre-guiça. Há outras explicações para crian-ças e adolescentes com problemas em desempenhar tarefas escolares. PÁGINA 3

Dislexia: um mal quase

invisívelCarla Ferreira Santos é destaque do

Minas Tênis Clube e também da comu-nidade. Ela nos conta mais sobre sua carreira e sobre seu título de campeã mundial pela seleção brasileira juvenil. PÁGINA 8

Atleta enche de orgulho a comunidade

Nayara Carmo

Parceria entre SESC, Newton Paiva e ICOB movimenta praça no bairro Nova Esperança, levando aos moradores saúde, cul-tura e lazer. O evento con-tou com música, dança, oficina de rádio e muita diversão. PÁGINA 5

Tarde cultural

anima Nova esperança

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Editorial OpiniãoNovidade

ÉDERSON BATISTA BALBINO

É com muita alegria que venho apresentar a vocês, mais

uma edição do jornal Páginas Abertas em parceira com a

Oficina de Imagens, Gráfica O Lutador e Alunos de jorna-

lismo Newton Paiva.

Nesta edição, abordamos importantes temas como ; Pes-

soas desaparecidas, Falta de sinalização na av. Américo

Vespúcio, Dislexia, Esportes e muito mais.

Sempre pensando em nossa comunidade este ano pro-

moveremos diversos eventos culturais como; o segundo

Gira praça, o terceiro Cald Fest, Palestras, Oficinas profis-

sionalizantes e não se esquecendo é claro do nosso Pré-ves-

tibular e Supletivo comunitário, que neste semestre conta

com 120 alunos e neste seis anos de trabalho ajudou a apro-

var diversas pessoas nos vestibulares e exames CESU para

a conclusão do ensino médio.

Um novo tempo com mais oportunidades para todos.

Uma boa leitura e até a próxima edição.

Equipe Páginas Abertas

INFORMATIVO DO INSTITUTO CULTURAL OLEGÁRIO BALBINORua Margarida P. Torres , 1460 - Nova Esperança - Belo Horizonte - Minas Gerais - CEP 31230 390 Contato: 31. 3347.3282 - e-mail: [email protected] ou blog: olegariobalbino.blogspot.comRECURSOS HUMANOSCOORDENADOR/PROFESSOR: Éderson Batista Balbino, DIRETOR ADMINISTRATIVO: Rômulo Antonio de Araújo, DIRETORA FINANCEIRA: Rosemayre Costa Carvalho, ADVOGADA:Donata Terezinha Balbino, SECRETÁRIO: Robson Anísio

JORNAL – LABORATÓRIO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA / CENTRAL DE PRODUÇÃO JORNALÍSTICA – CPJCOORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMO: Marialice Emboava, COORDENADOR DA CENTRAL DE PRODUÇÃO JORNALÍSTICA - CPJ: Eustáquio Trindade Netto – MG02146MT, PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE: Helô Costa – MG00127DG, colaboraram nesta edição estagiários do curso de Jornalismo:Nayara Carmo(edição); Ana Paula Duarte, Cica Alfer, Diego dos Santos, Geisiane de Oliveira, Isabella Rocha, Lohanna Lima, Miriã Amaro, Nayara Perez, Sérgio Viana.(textos); Daniela Mendonça e Ludmila Rezende (diagramação).

CORRESPONDÊNCIA: Centro Universitário Newton Paiva - Campus Carlos Luz: Rua Catumbi, 546 - Caiçara - Belo Horizonte - Minas Gerais - CEP: 31230-600 - Telefone: (31) 3516-2734 - [email protected]

Expediente

ANA PAULA DUARTE, MIRIÃ AMARO E NAYARA CARMO

Alunos da Central de Produção Jornalística Newton Paiva

A Campanha da Fraternidade foi lan-çada na quarta-feira de cinzas, dia 9 de março. O projeto, idealizado pela Confe-rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tem como tema “Fraternidade e a vida no Planeta”. O jornal “Páginas Abertas” conversou com dois religiosos sobre o assunto.

PASTOR PATRÍCIO, da Igreja Batista de Nova Esperança

“Ações como esta devem ser contínuas, já que os problemas são contínuos também. Iniciativas assim despertam para uma mudança de vida, porém, esta não se resolve do dia para a noite; é necessário um tempo de maturação para que efeti-vamente aconteça uma reestruturação de vida. A grande ação é se colocar no lugar do outro, já que muitas vezes esten-demos as mãos e fechamos os olhos”.

Campanha da Fraternidade

ajuda o planetaAmigo LeitorCICA ALFER

O instituto cultural Olegário Balbino, situado na Rua Margarida P. Torres, 1460, Nova Esperança, Belo Horizonte, vem trazendo oportunidades aos moradores da região através dos cursos preparatórios, pré-vestibular, pré-Enem e supletivo, que oferece mediante taxa simbólica.

Para participar, basta se inscrever na Avenida Américo Vespúcio, 1610, Nova Esperança, Belo Horizonte, levando copia e original do RG, CPF e compro-vante de residência. Para outras infor-mações, é só entrar em contato pelo telefone (31) 30325452. O horário de atendimento é de 19 às 21h, de segunda a sexta-feira.

Confira a opinião de dois alunos:

“Estou gostando muito da iniciativa. É um curso muito bom, que nos mostra também a importância do desempenho e da força de vontade do aluno. Pretendo prestar vesti-bular para o curso de direito, ainda esse ano, e sinto que com essa estrutura tenho uma chance maior de conseguir.”

JOSÉ HENRIQUE DE OLIVEIRA 34 ANOS, ESTUDANTE DO PRÉ-VESTIBULAR

“É um ótimo trabalho, me sinto muito motivado. Cheguei a comentar com amigos e com o coordenador do curso sobre a orga-nização e a qualidade do ensino. Todos estão de parabéns! Este ano, espero contar com o Instituto para conseguir ingressar no ramo de engenharia civil e edificações.”

CRISTOPHER ARCANJO 25 ANOS, ESTUDANTE DO PRÉ-VESTIBULAR

PADRE SEBASTIÃO DIOGO DE MELO, da Igreja São Cristóvão

“A palavra-chave é conscientização. A campanha é grande, mas é muito difícil atingir todas as pessoas. Apesar de a Igreja ser de âmbito nacional, não con-segue alcançar todo mundo. Atingimos no máximo uns 70%, e neste período acontecem encontros e seminários para mostrar às pessoas a realidade em que vivemos e refletir sobre a maneira que estamos agindo. E assim, motivá-los a mudar algumas atitudes que prejudi-cam o meio ambiente”.

Arquivo P

essoalA

rquivo Pessoal

Educação esolidariedade

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SÉRGIO VIANA (*)

A Oficina de Imagens – Comu-nicação e Educação é uma organiza-ção da sociedade civil fundada em 1998, a partir da experimentação de linguagens da comunicação no espaço escolar e da reflexão sobre as relações estabelecidas entre mídia e sociedade. É o que afirma Bruno Vilela, um dos educadores e produtores de imagens da ONG. Ao longo desse trabalho, ele explica que conceitos e práticas rela-cionadas à “educomunicação”, comu-nicação comunitária, novas mídias, arte e tecnologia, entre outros, com-põem o campo de pesquisa e experi-mentação da entidade.

Segundo Bruno, “a comunicação é de grande importância para a socie-dade, para uma melhor condição de vida, para ajudar as pessoas a reivindi-car seus direitos com mais conheci-

mento e clareza, sempre andando junto com a associação de bairro”. Para atingir seus objetivos, a institui-ção atua por meio do desenvolvimento de pesquisas e metodologias de comu-nicação que visam mobilização social, produção e disseminação de materiais educativos e informativos, formação de atores do Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes e cooperação com veículos e profissio-nais da mídia, instituições de ensino, conselhos de políticas públicas, órgãos governamentais, organismos interna-cionais, empresas e entidades sociais. Para isso, organiza, participa e apoia projetos, fóruns, frentes, redes e con-selhos que articulam os diferentes setores da sociedade na defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

Bruno cita vários projetos, como o Irradiando, Coletivo Jite, Rede de

jovens, Juventudes urbanas e o Cine-clube Sabotage, um dos que acontecem toda quinta-feira na Escola Municipal Professora Alcida Torres, no Bairro Taquaril, em Belo Horizonte — “é um espaço educativo dedicado á exibição de filmes nacionais seguidos por deba-tes e discussões sobre direitos huma-nos, cultura, cidadania entre outros, a entrada é gratuita”, explica Bruno.

A Oficina de Imagens tem parce-rias nacionais e regionais, que vão da Rede Andi Brasil (Agência de Notícias do Direito da Infância) à Frente Esta-dual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. A continuidade das ações é garantida por meio da presta-ção de uma série de serviços no campo da comunicação. Atualmente, a Ofi-cina, que atua em Minas, Rio de Janeiro, Pará e Maranhão, e é respon-sável, por exemplo, por ações de comu-nicação da Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e Juventude (ABMP). Em Belo Hori-zonte, está localizada à Rua Salinas, 1101 - no bairro Santa Tereza. Outras informações: www.oficinadeimagens.org.br ou pelo telefone (31) 3465-6800.

(*) Aluna da Central de Produção Jornalística

Comunicação e educação em novos temposEducação, comunicação e

participação são prioridades da ONG Ofi cina de Imagem

Dislexia nãopoupa nemos gênios

LOHANNA LIMA (*)

Dificuldade na memorização, cali-grafia muito feia (disgrafia), erros distin-tos em palavras simples. Estes são ape-nas alguns dos sintomas de uma pessoa que sofre de dislexia, um mal que surge com mais frequência do que se imagina. Coincidentemente, é na fase de aprendi-zado que as dificuldades ficam mais evi-dentes. Este distúrbio se dá devido a uma alteração neurológica do processo cere-bral que interfere em várias áreas e que dificulta o aprendizado da criança. Sofrer destas disfunções não quer dizer que a pessoa é menos inteligente que as outras, apenas que ela executa as tarefas de forma diferente.

Devido à falta de conhecimento, os pais, às vezes, interpretam as dificulda-des como falta de interesse, preguiça, e até passam a questionar a inteligência da criança. Mas, para reconhecer o problema é necessário que testes espe-cíficos sejam aplicados por uma equipe profissional formada basicamente por neurologistas, psicólogos, fisioterapeu-tas, fonoaudiólogas. Dependendo da área mais atingida, um desses profis-

sionais é designado para trabalhar o problema de forma mais intensiva.

Segundo a Dra. Márcia Guima-rães, médica oftalmologista, além desta dislexia clássica, existe também a dislexia de leitura, campo em que é especializada: “Trata-se de um pro-blema na percepção visual. A visão é responsável por 80% do nosso apren-dizado. Para identificar e compreen-der um objeto, primeiramente olha-mos para ele.” O que dificulta ainda mais diagnosticá-la é que nem sempre o portador dessa disfunção sofre de problema de vista. “Às vezes, a criança não precisa usar grau e não é estrábica — o problema está na hora de o cére-bro trabalhar a informação”, afirma.

DE GÊNIOS A PRESIDENTES

Engana-se, porém, quem pensa que a dislexia é coisa só de criança. A peda-goga Alice Bernadete, de 44 anos, des-cobriu há apenas dois anos que sofria de dislexia visual. A descoberta foi total-mente por acaso. “Fui levar minha filha para fazer os exames, e na conversa com a psicóloga acabei me identificando com alguns dos sintomas”, conta Alice. Ela

se lembra de que, ainda no período da faculdade, já sentia dificuldades, mas atribuía ao histórico de seus problemas de visão. “Sou formada em pedagogia, mas fiz direito por um tempo. Por se tratar de uma área que exige muita lei-tura, tive bastante dificuldade e acabei abandonando”, justifica. Com o trata-mento, ela sentiu logo a diferença. “Hoje consigo enxergar melhor as cores e leio melhor também — quem sente dificuldades deve procurar logo um especialista”, aconselha.

Alice faz parte de um contingente de disléxicos que, segundo a Associação Brasileira de Dislexia, pode chegar a até 17% da população mundial. E que não poupa gênios nem presidentes. Entre os disléxicos mais famosos do mundo estão o ator Tom Cruise, os gênios Leonardo Da Vinci e Thomas Edison (o inventor da lâmpada), Napoleão Bonaparte, a escri-tora Agatha Christie e os presidentes norte-americanos George Washington e Frank D. Roosevelt. Walt Disney — o “pai” de Mickey, Pluto, Pato Donald e Pateta — também era disléxico.

(*) Aluna da Central de Produção Jornalística

Erros na fase de aprendizado têm explicação além de

displicência e desinteresse

Bruno Vilela

Nayara Carmo

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Atelier Arte’s e CiaConfecção e venda de ovos de páscoa é a novidade, a partir de Abril, no Atelier

Direitos garantidos às crianças da Regional NoroesteNAYARA CARMO

Se o Estatuto da Criança e do Ado-lescente (ECA), criado em 1990, tem a função de ser um suporte quanto à proteção integral dos menores de idade, garantindo a vida, saúde, edu-cação, liberdade e respeito, atuar dia-riamente para assegurar o respeito aos direitos estabelecidos no ECA é o papel dos Conselhos Tutelares junto às Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEIS), um projeto diferen-ciado das escolas municipais.

Os conselhos são instituições inde-pendentes, mas que têm um vínculo administrativo com a prefeitura — estão presentes nas nove regionais da capital. O da Regional Noroeste fica na rua Rio Pomba, 287, bairro Padre Eus-

táquio, onde ainda não existe UMEI.Jaqueline Fonseca Viana, vice-

diretora da UMEI Castelo, regional Pampulha, ressalta que “as UMEI são mais do que apenas lugares para deixar as crianças; elas proporcionam desen-volvimento social, cultural e psicoló-gico — aqui elas aprendem a conviver”.

Nessa mesma linha de raciocínio, Miriam Aparecida Barbosa, conse-lheira tutelar da Regional Noroeste, afirma que os conselhos atuam justa-mente na garantia de uma convivên-cia agradável das crianças e adoles-centes com a sociedade. ”È preciso frisar que este é um trabalho diário. Quando o Estado nega os direitos esta-belecidos em lei pelo ECA, é aí que atuamos”, completa.

UMEI e Conselhos Tutelares são órgãos essências na luta em

favor da oportunidade

Divulgação

MIRIÃ AMARO

Há cinco meses, foi aberto no bairro Aparecida, o atelier Arte’s e Cia, com o objetivo de centralizar a comercializa-ção de artigos, que vão de artesanato e cestas para café da manhã até sacolas e bolsas. A renda é destinada à manuten-ção do Instituto Cultural Olegário Bal-bino, que antes divulgava e expunha seus itens nos eventos da comunidade.

A diversidade de produtos é o princi-pal atrativo da loja. E uma de suas mer-cadorias mais pedidas são as caixas de palha, concebidas de maneira artesanal e que já chegam prontas de diversas cidades do interior. A venda das caixas vem fazendo tanto sucesso, que agora só é feita sob encomenda. Depois disso, são ornamentadas da maneira que o cliente preferir. A maior frequência de pedidos acontece nos dias próximos a datas comemorativas, como na Páscoa, Dia das Mães ou dos Namorados ou Natal, momentos em que a maioria das pes-soas quer presentear familiares e ami-gos com algo criativo e diferente.

Outro artigo vendido são os ori-gami – a tradicional arte de origem

japonesa, que consiste na arte de dobrar papel, criando representações de determinados seres ou objetos. Tais peças são feitas por um detento, e os itens produzidos por ele são converti-dos na redução da pena.

A última novidade no atelier Arte’s e Cia é a confecção de ovos de chocolate caseiro feitos pelos próprios funcioná-rios, que se prepararam intensamente para o aperfeiçoamento na fabricação e produção de ovos de Páscoa. Segundo Drielle dos Reis, 24 anos, funcionária da

loja, essa preparação é necessária. “Já sabemos fazer, mas, este mês, vamos fazer um curso para aprimorar ainda mais as técnicas”, diz. Como a procura é grande, o início da venda e dos pedidos para a Páscoa deve começar no início do mês de abril. Outra novidade é que, no atelier, haverá pequenas amostras do chocolate para degustação.

COMO SURGIRAM OS OVOS DE PÁSCOA?

Reza a lenda que o hábito de dar ovos de chocolate surgiu na França. Antes disso, usava-se ovos de galinha

mesmo para celebrar a data. A tradição de presentear com ovos de verdade é antiga. Na Ucrânia, por exemplo, já se trocavam ovos pintados em celebração à chegada da primavera.

Os povos do Mediterrâneo também tinham esse hábito. Mas, para deixar os ovos coloridos, eles eram cozidos com beterrabas. É claro que não eram para ser comidos, apenas eram um presente que simbolizava o início da vida — é que durante a Idade Média, os povos pagãos da Europa celebravam a deusa da primavera, Ostera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, que representa a fertilidade. Daí, surgiu a ideia dos ovos e do coelho como símbo-los da Páscoa. Vale lembrar que, exata-mente por isso, são símbolos pagãos, e não católicos.

Foram necessários mais de 800 anos para que, no século XVIII, os confeitei-ros franceses tivessem a ideia de fazer ovos recobertos com chocolate – iguaria que chegou à França dois séculos antes, pois o cacau, matéria prima do choco-late, é originário das Américas.

Nayara Carmo

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Gira-Praça leva cultura e diversãoaos moradores da Região Noroeste

DIEGO DOS SANTOS (*)

Em comemoração aos 90 anos do bairro Nova Esperança, um dos mais populosos da região Noro-este de Belo Horizonte, o projeto Gira-Praça, organi-zado pelo SESC-MG, agitou a tarde dos moradores. O evento visa levar cultura e lazer para as comuni-dades carentes, por meio de oficinas de arte, música e brincadeiras, entre outras atividades. A Central de Produções Jornalísticas (CPJ) do curso de Jorna-lismo do Centro Universitário Newton Paiva partici-pou com uma oficina de rádio e outra de jornal impresso realizada pela

De acordo com Milene Rios, representante das Unidades Móveis de Orientação Social (UNIMOS) do SESC, diversas oficinas de qualificação foram realizadas desde com os moradores — de grafite, cai-xas e sacolas de presentes a panetones, bombons e cosméticos artesanais. Esses produtos foram expos-tos com sucesso na praça José Costa, ao lado do jornal “Diário do Comércio”.

Éderson Balbino, idealizador do Instituto Cultural Olegário Balbino e coordenador geral do jornal “Pági-nas Abertas” (produzido em parceria com a CPJ), res-saltou a importância de um projeto sociocultural como esse. “É o pontapé para transformar a praça em um

atrativo para a comunidade, integrando artistas e fol-clore”, disse. Vale lembrar que, em uma região muito carente de áreas de lazer, o local, a que os moradores se referem como “Praça do Jornal”, é um dos pontos de encontro da comunidade.

Segundo Sandro Nunes, as atrações como o Projeto Gira Praça trazem alegria para um local carente de atenção, por parte dos governantes. “É bom ver como as crianças se divertiram e interagi-ram com a proposta do evento”, afirmou Soares. Helenice Maria Rodrigues, 10 anos, interna em um orfanato da região, adorou participar — principal-mente da oficina de jornalismo impresso. “Queria ser cabeleireira, mas, ser jornalista parece ser muito bom também”. Josiane Alves, de 12, participou da oficina de rádio e disse que achou o máximo — “ado-rei entrevistar as pessoas”.

Raul Carvalho, aluno do 8º período de jorna-lismo, e Henrique Paulinelli, do 3º, afirmaram que aprenderam muito com as crianças e adolescentes que participaram do evento. ”Foi impressionante ver a necessidade da população; algo tão simples para nós, como falar ao microfone, se tornou uma alegria para todos”, disseram.

(*) Aluno da Central de Produção Jornalística

Fraternidade pela luta da vida no planeta

MIRIÃ AMARO (*)

Tão logo chegou a quaresma, diversas arquidioceses do Brasil se preparam para os lançamentos locais da Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema “Fraternidade e a Vida no planeta”, seguindo a citação “A criação geme em dores de parto”, tirada do livro de Roma-nos, capítulo 8, versículo 22.

A Campanha da Fraternidade foi criada em 1964 e esta é a quarta vez que aborda um tema relacionado à pre-servação da natureza e do meio ambiente. Antes, em 1979, foi discu-tido o tema “Preserve o que é de todos”; em 2004, “Água, fonte de vida”; em 2007, ”Vida e missão neste chão”,

falando da Amazônia.A escolha do tema foi feita diante de

várias propostas visando a urgência do assunto, a comoção e a objetividade. Devido à gravidade da situação dentro do ambiente nacional, a campanha de 2011, assim como as anteriores, quer ajudar a construir novas ideias, apon-tando princípios para justiça social, denunciando as ameaças e violações da dignidade e dos direitos humanos e, con-sequentemente, abrindo caminhos para a prática da solidariedade.

Oficialmente, a campanha teve início na quarta-feira de cinzas, dia 9 de março, na sede da Conferência Nacional dos Bis-pos no Brasil (CNBB), em Brasília. Já em

Belo Horizonte, o lançamento foi no sábado, 12, no Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade. O local foi escolhido justamente por seu valor religioso e ambiental — é considerado monumento natural pela Constituição do Estado de Minas Gerais e está em uma área prote-gida pelo Instituto Estadual do Patrimô-nio Histórico e Artístico (Iepha).

Segundo o padre Ademir Ragazzi, que responde pelo arcebispo metropoli-tano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, na área de Ação Social e Política, “a conscientização em massa das pessoas é feita nas igrejas católicas, mas se estende para o restante da população através dos meios de

comunicação”. Por isso, adianta padre Ragazzi, “aceitamos opiniões daqueles que não estão ligados a Igreja, para que aconteça a participação de todos”.

Durante todo ano serão realizadas palestras, seminários, semanas sociais e diversas ações para o envolvimento da população. E essas atividades têm como objetivo geral contribuir para conscien-tizar as comunidades cristãs e pessoas de boa vontade sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas. E assim, motivá-los a partici-par dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as con-dições de vida no planeta.

(*) Aluna da Central de Produção Jornalística

Campanha deste ano refl ete a questão ecológica com o foco

nas mudanças climáticas

Crianças se divertem na

ofi cina de rádio

Caroline Lopes

MIRIÃ AMARO (*)

AGUARDEM: O primeiro gira-praça de 2011 acontecerá no 30 de abril. Participem !

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Paz e bem!Aproveito o primeiro informativo de 2011 para apresentar a vocês um balanço

do Instituto Cultural Olegário Balbino. 2010 foi um ano bastante produtivo. Com-pletamos seis anos de trabalho e agora, temos a honra de apresentar um balanço positivo frente à comunidade e parceiros que nos assistem. Com índices de produ-tividade recorde do ponto de vista qualitativo e quantitativo. Realizamos mais even-tos como: palestras e cursos profissionalizantes, ações estas, que permitiram à comunidade discutir e repensar os seus problemas. Assim o projeto ICOB ganhou novos parceiros, em atuação no terceiro setor. Nossa prestação de contas continu-ará sendo publicada no blog- olegariobalbino.blogspot.com. Boa leitura e um exce-lente 2011 a todos com muita saúde e paz!

Um abraço, Éderson Balbino

NOVA ELEIÇAO DA DIRETORIA PARA 2011

PRESIDENTE: Éderson Batista Balbino, DIRETOR ADMINISTRATIVO:Rômulo Antonio de AraújoDIRETORA FINANCEIRA: Rosemayre Costa CarvalhoApós a composição da diretoria aclamada e empossada pela Assembleia o senhor presidente Procedeu-se a composição do CONSELHO FISCAL ficando na seguinte ordem;1º Romero Henrique Abdon Silva2º Fátima Aparecida Januario3º Sandro Nunes dos SantosApós a composição do conselho Fiscal, foi eleito o senhor Romero Henrique Abdon Silva como presidente do conselho fiscal. Foram imediatamente empossados em seus respectivos cargos, Diretoria executiva e Conselho Fiscal. EVENTOS PARA A COMUNIDADEO ICOB apresentou em 2010 diversos ofícios, requerimentos e indicações aos órgãos públicos solicitando a realização de obras importantes para a comunidade.Em parceria com o Sesc e o Movimento Mineiro pelas pessoas desaparecidas e crianças explo-radas ,realizamos em 2010 o projeto Gira praça, cursos de qualificação profissional , palestras e o Caldo fest I e II. CRIAÇÃO DO BLOGO Blog – olegariobalbino.blogspot.com criado em 2010 para servir de apoio ao aluno se tornou uma ferramenta de extrema importância na comunicação entre o ICOB seus professores ,cola-boradores e alunos. Em menos de três meses de existência já contamos 2000 visitantes. REUNIÕES O ICOB acredita nas ações (palestras, cursos eventos e parcerias) realizadas em 2010 como instrumento democrático para discussão de temas que fazem parte da rotina da população e que interferem na relação das comunidades com a cidade. Em 2010 o ICOB realizou 05 pales-tras e 06 cursos profissionalizantes além do Supletivo do segundo grau, pré-vestibular e pré-enem. Participamos também de inúmeras outras Reuniões e palestras contribuindo assim com os debates. EM PROL DA COMUNIDADEO Instituto Cultural Olegário Balbino (ICOB) tem trabalhado em parceria com outras ONGS em diversas situações: apoio em realização de projetos importantes para a nossa região e cidade, apresentação de projetos que valorizam a categoria, participação em reuniões e deba-tes, entre outras iniciativas. Éderson Balbino, que é Presidente e idealizador do Instituto acre-dita que este é um importante instrumento de luta e participação social (Um novo tempo, com mais oportunidade par todos). FALE CONOSCO: [email protected] Blog - olegariobalbino.blogspot.com EXPEDIENTE: Informativo eletrônico do Instituto Cultural Olegário Balbino - ICOB

Informativo eletrônico do Instituto Cultural Olegário Balbino • Janeiro/11

“A cidade não é um produto acabado”

LOHANNA LIMA E NAYARA CARMO (*)

Apesar da riqueza de seu patrimônio cultural, Belo Horizonte vem sofrendo com a descaracterização de seu acervo arquitetônico. O descaso para com o patri-mônio cultural e com os casarões que contam parte da história da capital mineira é visível nos bairros mais tradicio-nais — de Lourdes ao Centro, passando por parte da Floresta, Bonfim e Padre Eus-táquio. A relação entre desenvolvimento e preservação não deve ser de substituição, mas de aproveitamento da contribuição das gerações passadas como algo enrique-cedor e agregador de qualidade.

Segundo Flávio Carsalade, diretor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, ”o que ocorria até algum tempo atrás é que as pessoas achavam que o antigo era um entrave ao crescimento urbano; hoje já se reconhece que essa é uma ideia errônea, e que a memória edificada da cidade traz quali-dade de vida”. Para ele, o fato de a cidade nunca ser um produto acabado, e sempre estar em transformação, faz com que a arquitetura clássica represente a identi-dade de um povo, incentivando um amor pela cidade e orientando seus cidadãos.

Para a restauradora e professora do CECOR - Centro de Conservação e Res-tauração de Bens Culturais Móveis, Bethania Veloso, o processo de conser-vação e restauração de um bem envolve “o resgate da cultura da cidade, tal como a conservação da tradição, mantendo carac-terísticas representativas de um povo”.

E é justamente isso que enfatiza a pro-fessora de Inglês, Sandralea Sousa, her-deira de um lote muito antigo, onde funcio-nava uma escolinha inaugurada em 1950. “Meus irmãos e eu somos muito orgulho-sos por sermos guardiões de um local tão cheio de memórias da infância pobre e sofrida, alegre e divertida de tantos ali”.

Hoje o terreno é ocupado por barra-cões. A escolinha deixou de existir no local em meados de 1965, mas ainda há muito carinho e respeito por parte dos proprietá-rios. “O interior está, aos poucos, em fase de restauração; mudanças são necessá-rias por causa do processo natural de degradação. Daremos uma nova roupa-gem à fachada, mas vamos manter vivos seus traços característicos da época em que era apenas a escolinha que marcou a infância de muitos da região”.

(*) Alunas da Central de Produção Jornalística

Patrimônios antigos e modernos podem conviver em harmonia no cenário urbano

Nayara Carmo

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DESAPARECIDOS: tempo de reacender esperanças

CICA ALFER (*)

“Indignação em saber que o país possui um cadastro nacional de veículos roubados, mas não um cadastro nacional de pessoas desaparecidas”. Assim Rob-son Anísio, ex-garoto de rua, ator e radia-lista, define o sentimento que o levou a criar o Movimento Mineiro pelas Pessoas Desaparecidas e Crianças Exploradas (MIDESPAR-MG), que surgiu em março de 2006, após o desaparecimento de Douglas Freitas, 13 anos, jogador pré-

mirim do Clube Atlético Mineiro.O movimento busca auxiliar as

famílias, muitas vezes fragilizadas e sem saber como agir diante do desapareci-mento da criança ou adolescente, orientando-as e representando-as junto aos órgãos publicos para cobrar meca-nismos eficientes de busca. É trabalho do movimento criar tambem campa-nhas para a prevenção do desapareci-mento e busca, com palestras e cartilhas distribuídas em escolas públicas e priva-das de BH. “Volta”, a campanha, está em circulação em todo o Estado e seu trabalho de encontrar os desaparecidos.

Nestes cinco anos de existência, o movimento tem buscado parcerias para a criação de mecanismos eficientes de busca e defesa à pessoa desaparecida, por meio de contatos com deputados da esfera estadual e federal, vereadores de BH, governo do estado, prefeituras, ONG’s e alianças com outros movimen-tos importantes, como as Mães da Sé (São Paulo) e a CRIDESPAR (Crianças Desaparecidas do Paraná), além de par-cerias para atendimento psicológico às famílias afetadas.

COMO PARTICIPAR

Qualquer pessoa pode participar das

ações e projetos do MIDESPAR. Para isso, basta entrar em contato pelo e-mail: [email protected], ou pelos telefo-nes (031) 9251-1663/9733-6307. “Deve-mos nos unir em prol de uma sociedade melhor, para que possamos juntos cons-truir a verdadeira paz, em nossa socie-dade”, ressalta Robson Anísio.

(*) Aluna da Central de Produção Jornalística

Orientação e representação junto aos órgãos públicos é

o foco do movimento por pessoas desaparecidas

Robson, fundador do MIDESPAR, busca ajudar as famílias com pessoas desaparecidas

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NAYARA PEREZ (*)

Principal via de ligação das regiões Norte e Nordeste com a região Noroeste. A avenida Américo Vespúcio é que nem um sambódromo, por onde só desfilam problemas. O que justifica as palavras acima, da dona-de-casa Zilda Miranda, que mora na Rua Luiz Monteiro, uma das muitas esquinas perigosas da Américo Vespúcio. Inconformada, com a falta de sinalização no local e nas ruas próximas, a Zilda traduz o pensamento da maioria dos moradores em relação à avenida, onde quase não há fiscalização e os aci-dentes se tornaram rotina.

A imprudência se vê em todos os luga-res, mas uma das esquinas mais perigosas é a da Rua José Benedito, já no Bairro Apa-recida, próxima ao cemitério da Paz. A rua, que é muito estreita, faz ligação entre a Américo Vespúcio e a Carlos Luz, tem mão dupla e é um atalho dos mais procu-rados para quem vai para o Shopping Del Rey ou o Anel Rodoviário. Daí o movi-mento intenso, que contrasta com a falta de sinalização, que traz problemas para motoristas e pedestres.

Ao longo da avenida há escolas, cre-ches, muita circulação de crianças, supermercados, sacolões, farmácias e intensa circulação de ônibus escolares. Em compensação faltam faixas de pedes-tres, semáforos, e placas, deixando os pais aflitos. “Há dificuldade para atravessar a rua com segurança, demora muito, tem que prestar atenção nos dois lados”, explica Maria das Mercedes, moradora do Bairro Aparecida, que já presenciou dois aciden-tes. Há congestionamentos nos horários de pico, tanto de manhã quanto à tarde, aumentando o risco de acidentes fatais.

Um semáforo, rotatória ou canteiro?

Para os moradores, tanto faz, contanto que façam diminuir os acidentes e as dificuldades para atravessar de um lado a outro. “Uma rotatória para os carros faze-rem o retorno, e para os pedestres pode-rem atravessar, ou até mesmo a constru-ção de um canteiro, seria muito bom para evitar mais acidentes”, diz Guilherme Las Cazas, auxiliar de vendas, que traba-lha próximo ao local, e já presenciou algumas batidas.

A AVENIDA

A avenida Américo Vespúcio é o pro-longamento da avenida Bernardo Vascon-cellos e desempenha importante papel no

escoamento do tráfego da região, por ser a ligação entre os bairros das regiões Norte e Nordeste com a região Noroeste. Ela atra-vessa os bairros Ermelinda, Aparecida, Nova Esperança, Santo André (onde fica a sede da Rede Globo Minas) e chega até o Caiçara. É uma das avenida mais movi-mentadas da região, com intenso tráfego de carros e de pedestres, em função da atividade comercial, igualmente intensa.

A rua José Benedito, na esquina ao lado da Gráfica Paolinelli, é um atalho dos mais procurados para quem vai para o Shopping Del Rey ou para o Anel Rodovi-ário, pois diminui o percurso. O motorista José Paulo de Oliveira, que passa diaria-mente pelo local, afirma que nunca viu fiscais trabalhando no cruzamento. “Em compensação, cansei de ver batidas e eu mesmo já fui batido uma vez, por um caminhão carregado”, afirma José. Ele disse que os piores dias são a segunda e a sexta-feira, que coincidem com o movi-mento no Supermercado BH, que fica quase em frente. E concorda com Zilda Miranda: “na hora que morrer mais um eles vão por o semáforo”.

“Tem que morrer mais gente,para alguém fazer alguma coisa"

Falta de sinalização na esquina da Av. Américo Vespúcio

com José Benedito trás transtornos para

pedestres e motoristas

Diego dos Santos

O próximo passo?A seleção brasileira,

claro!

Ponteira e oposta, Carla é

campeã mundial infanto-juvenil,

mas sonha ir mais longe, ao lado das

mineiras Sheila e Fabiana, na

seleção adulta

ISABELLA ROCHA

Destaque das categorias de base do Minas Tênis Clube (MTC) por dois anos consecutivos, a jogadora de vôlei Carla Ferreira Santos, 19, é a mais jovem atleta da equipe profissional. Carla já foi campeã mundial atuando pela Seleção Brasileira infanto-juvenil em 2009 e adquiriu experiência inter-nacional viajando pelo Japão, Itália, Tailândia e Holanda.

Aos 11 anos, a atleta já chamava atenção pela altura e pelo gosto por esportes. Segundo sua mãe, Dona Sônia, a garota passava o dia todo jogando bola com os colegas. Diante da habilidade demonstrada na rua, Carla foi incentivada por um amigo a partici-par da “peneira” (seleção) no MTC, onde foi selecionada para uma pré-

equipe mantida pelo clube, inicial-mente apenas com o objetivo de ganhar experiência. Lá, permaneceu por um ano, mas não alcançou a equipe princi-pal, o que não a fez desistir do seu sonho. Ficou uma semana parada e emendou um teste com êxito no Mackenzie, de onde saiu após três anos, retornando ao Minas.

OSSOS DO OFÍCIO

Para quem pensa que a vida de atleta é cheia de regalias, Carla e a mãe provam que não. “No início da minha carreira, eu pegava ônibus com a minha mãe para ir treinar e contava com a ajuda financeira da minha irmã”, relata a jogadora. Dona Sônia não deixa por menos: conta que já com-prou até cota no Minas Tênis Clube, para que a filha tivesse oportunidade

de jogar. E não esconde que já passou apertos com os preços dos materiais esportivos utilizados por Carla.

Hoje, a garota é focada no esporte e garante que abrir mão de namorar e sair com os amigos foi uma escolha sua. Como prova dessa dedicação, mora, por opção própria, em uma república mantida pelo clube, com cerca de 30 atletas, mas com direito a tutora, vigi-lante e nutricionista. Só nos fins de semana é que Carla volta para casa e mata as saudades da família. A garota aproveita o tempo livre para assistir programas esportivos na televisão.

Atualmente, ela ainda planeja vol-tar aos estudos e fazer um curso de educação física ou fisioterapia. E tem motivos para isso: apesar de muito jovem, há quatro anos sofreu uma tor-

ção no tornozelo, e no momento, se recupera de uma cirurgia feita em dezembro do ano passado, no liga-mento cruzado do joelho esquerdo. “Faço fisioterapia e musculação e pre-tendo voltar às quadras em cinco meses”, revela.

A mãe não poupa elogios e esbanja orgulho pela filha. É sua maior incen-tivadora, comparece aos jogos e é assu-midamente empolgada. Se alcançar a seleção com o time profissional é o grande sonho, nem por isso Carla tira os pés no chão. Ela sabe que precisa seguir trabalhando no Minas, e que o título de campeã mundial que tem na bagagem só aumenta sua responsabili-dade, pois as cobranças são igual-mente maiores.

(*) Aluna da Central de Produção Jornalística

Orlando Bento