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Valor 7,0
Nota 6,0
Avaliação em EaD
Aline Rodrigues Totti, Pedagogia Digital, Docência no Ensino a Distância.
Introdução
Este trabalho pretende refletir sobre alguns pontos a cerca da avaliação no ensino a distancia,
sempre tão questionada e cercada de desconfianças. Nesta modalidade algumas funções do professor
se mantêm, tais como a formulação de objetivos, o planejamento da disciplina, unidades e aulas, bem
como a seleção e a organização lógica de conteúdos. Outras ganham ainda novas ferramentas, como no
caso da avaliação, que herda algumas características do ensino presencial e é acrescida de outras,
próprias da modalidade à distância.
Na EaD o educador assume muito claramente sua posição de mediador, não como aquele que
vigia, mas como aquele que está presente nas relações interagindo, nas discussões e bate papos on-line,
podendo colher também destes momentos elementos para a avaliação dos discentes. As avaliações
servirão como parâmetros para medir a qualidade do aprender e do ensinar. É um referencial para que
alunos e professores possam refletir sobre suas posturas.
As questões que envolvem a avaliação à distância
As questões que envolvem a avaliação a distância são algumas também presentes em uma
avaliação presencial e outras que surgem como exclusividade desta modalidade. Quando alguém
declara que está fazendo um curso à distância, uma das primeiras questões que vem a mente das
pessoas é sobre a avaliação. As pessoas querem logo saber como é a avaliação para julgarem o curso
como confiável ou não. Sem dúvida um dos papéis da avaliação em qualquer modalidade de ensino é
validar o curso e se bem feita, confere seriedade à instituição e profissionalismo aos envolvidos:
alunos, professores, aplicadores e novamente à instituição.
As técnicas para a avaliação à distância
Diferentes técnicas de avaliação serão usadas de acordo com os diferentes objetivos que se
pretende alcançar. O interessante é não se fixar numa única técnica, mas usar métodos que se
complementem ao longo do curso. “Como os objetivos educacionais são diversos, várias e diferentes
também serão as técnicas que necessitaremos usar para avaliar se a aprendizagem está sendo obtida ou
não” (Masseto, 2003). As avaliações podem ser formativas, que são aquelas pequenas avaliações feitas
durante o curso, sistemática e continuamente, geralmente em uma série de observações e ocorrências,
nunca em momentos isolados ou esporádicos. Exemplos de avaliações formativas tradicionais são:
registro de incidentes críticos, listas de verificação e diário de curso. Avaliações finais são aquelas
aplicadas no fim do curso pela maioria das instituições para conferir ao aluno o status de aprovado ou
reprovado, o que desta maneira não contribui muito para a melhoria do processo, já que ao final do
curso não há mais tempo para corrigir alguma falha quer seja do aluno ou do professor. Por isso é
importante que a avaliação final nunca seja utilizada isoladamente, mas em conjunto com as avaliações
formativas e ambas podem ser valorizadas de forma a compor uma nota final mais justa. Na educação a
distancia se destacam os fóruns como um tipo de avaliação formativa importante visando tanto a
qualidade quanto a quantidade de participações dos alunos e as relações estabelecidas por eles. É uma
ferramenta rica de oportunidades para o professor “medir” ou sentir a evolução individual e a do grupo.
“Examinamos com cuidado os diálogos on-line em busca de comentários espontâneos que se
relacionassem aos objetivos de aprendizagem e à qualidade da experiência de aprendizagem. O diálogo
gerado em um curso on-line pode ser uma fonte muito rica de material de avaliação se o professor
estiver alerta ao que os alunos escrevem” (Pratt e Palloff, 2002). As dissertações podem ser usadas na
avaliação final, sozinhas ou complementando uma avaliação objetiva, mas também podem ser
realizadas ao longo do curso representando assim uma outra opção de avaliação formativa. Além disso,
outros trabalhos, de outras naturezas, que não só a dissertação, poderão ser enviados aos professores
para compor a avaliação formativa ao longo do curso.
Refletindo sobre os critérios da avaliação e a flexibilização
Os critérios de avaliação devem explícitos e claros desde o início do curso. “Se os professores
determinarem com sucesso as diretrizes e os resultados de aprendizagem, e também os critérios de
avaliação de desempenho do aluno, será relativamente fácil estabelecer um processo formativo de
avaliação” (Pratt e Palloff, 2002). Uma avaliação deve ser coerente com os conteúdos estudados. Uma
avaliação deve ser coerente com os objetivos previamente estabelecidos no plano de ensino e estes por
sua vez devem estar em sintonia com as expectativas dos alunos. Neste sentido a flexibilização é uma
palavra que ronda tanto o plano de ensino quanto a avaliação. Se a partir de uma avaliação é
identificada alguma falha no processo educacional, o plano de ensino e as próprias avaliações podem
ser revistos e sofrerem alterações. Da mesma forma, uma avaliação tem que ser em si flexível,
considerando pessoas de diferentes idades, localidades, experiências pessoais e diferentes experiências
com a tecnologia.
Conclusão
Não é preciso traçar uma diferença clara entre o que é avaliação a distancia e o que é avaliação
presencial. Cursos presenciais podem ter momentos virtuais, a distancia, e cursos a distância podem ter
momentos presenciais. Podemos aproveitar o que cada modalidade tem de melhor. O mesmo acontece
com a avaliação, os principais conceitos, reflexões e questionamentos são praticamente os mesmos. O
ideal seria aplicar as diversas técnicas em avaliações formativas e finais, mesclando atividades
presenciais e a distância, bem como utilizar ferramentas síncronas e assíncronas. Uma boa avaliação é
aquela que não perde de vista seu foco principal: servir como instrumento de tomada de decisão tanto
para alunos como para professores. Uma boa avaliação responde a perguntas como: os objetivos foram
alcançados? É preciso mudar o plano de ensino? É preciso mudar alguma postura? “Avaliar é um
processo contínuo que se presta a identificar dificuldades e nortear o repensar didático pedagógico”
(Dias, 2007)
Referência Bibliográfica:
DIAS, Marly Moreira. Técnicas, Procedimentos e Recursos de Ensino. Alfenas: UNIFENAS,
2007. 161p.
MASETTO, Marcos Tarciso. Competências pedagógicas do professor universitário. São
Paulo: Summus, 2003.
PALLOFF, Rena M. & PRATT, Keith. Avaliação. In: ________ Construindo comunidades de
aprendizagem no ciberespaço. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002. Cap. 10, p. 174-189
Bibliografia:
MOREIRA, Simomede P. Teodoro. Pedagogia Digital. Varginha: GEaD-UNIS/MG, 2010.
78p.
TORI, Romero. Avaliando Distâncias na Educação. Disponível em
http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?
infoid=183&sid=102&UserActiveTemplate=4abed