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Aplicação da Justiça Restaurativa com Crianças e Jovens Petronella Maria Boonen Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo, São Paulo www.cdhep.org.br EDUCAÇÃO DO FUTURO – 2015 AMOR & INTELIGÊNCIA CRIATIVA I MPLANTANDO AS WECON - CONFERÊNCIAS MUNDIAIS DE EDUCA ÇÃO EM SÃO PAULO MAR ÇO 19-20 - SENAC LAPA F ÁUSTOLO - SÃO PAULO - SP

Petronella Boonen: Aplicação da Justiça Restaurativa com Crianças e Jovens

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Aplicação da Justiça Restaurativa com Crianças e Jovens

Petronella Maria Boonen Centro de Direitos Humanos e

Educação Popular de Campo Limpo, São Paulo www.cdhep.org.br

EDUCAÇÃO DO FUTURO – 2015AMOR & INTELIGÊNCIA CRIATIVA

IMPLANTANDO AS WECON - CONFERÊNCIAS MUNDIAIS DE EDUCAÇÃO EM SÃO PAULO

MARÇO 19-20 - SENAC LAPA FÁUSTOLO - SÃO PAULO - SP

O ponto de partida

Nosso trabalho é norteado pela certeza de que o conflito é um elemento constitucional da vida humana.

O conflito e a violência são manifestações de que necessidades não foram ou não estão sendo atendidas adequadamente.

No entanto, as respostas comuns a estas situações tem sido a punição e a reprodução das condições sociais que geram violência e que servem, em muitos casos, como instrumento de humilhação e aprofundamento das desigualdades sociais.

Necessidades Sentimentos são importantes, mas o mais importante é chegar às

necessidades das pessoas envolvidas nas questões conflitivas

Aceitação AcolhimentoAfirmaçãoAmizadeAmor ApoioAuto afirmaçãoBondadeCalor humanoClarezaCompaixão

Conexão,Confiança (restabelecimento da) Consideração Cooperação Desafio construtivoDignidadeDiversão Empatia Encorajamento

Entendimento Escuta atentaEsperançaGratidãoHonestidadeIncentivo InclusãoJustiça/EquidadeLiberdadeLimiteOtimismo

PaciênciaPertencimentoPositividadePrazerReconhecimentoRespeitoSegurançaSensibilidadeSenso de humorTolerância

A punição

A JR é tão importante porque ajuda a interromper a reprodução da violência. O desejo de punir, de vingar no sentido de infringir dor no ofensor, é muito comum em nós.

Punir é uma forma de humilhação que satisfaz algo em nós, mas é inútil para o estabelecimento da justiça e da paz social.

Punir é voltar-se para o passado.

Restaurar é voltar-se para o futuro.

Tipos de ocorrência escolar EMEF 2014

Encaminhamentos EMEF 2014

1018 Encaminhamentos

Justiça Restaurativo

Reconhecer

Responsabilizar-se

Restaurar

Reintegrar

Um caminho para superar a humilhação e a punição.

Um caminho para estabelecer a justiça.

Inteligência Emocional

Inteligência Emocional é a capacidade que cada ser humano tem para lidar com os conflitos cotidianos e com o volume e controle de suas angústias e ansiedades, aprendendo a compreender seus próprios sentimentos e a descobrir-se nos outros, com quem busca efetivamente conviver.

Antunes, Celso. Inteligências múltiplas e emocionais. Rio de Janeiro,2009.

A Prática de Justiça Restaurativa

É um processo de transformação de conflitos no qual vítima, ofensor e suas comunidades, com a ajuda de um(a) facilitador(a), se encontram para

dialogar sobre o acontecido, construir consensos e reparar o dano que os envolvidos sofreram.

Diferente da justiça retributiva, a Justiça Restaurativa considera como central o sentimento e as necessidades dos envolvidos e devolve à comunidade a possibilidade e a responsabilidade para transformar e resolver seus próprios conflitos.

Escola de Perdão e Reconciliação como

Fundamentos da Justiça Restaurativa

Círculo da violência; Raiva; Perdão; Compaixão; Construção de verdade; Comunicação assertiva e habilidades emocionais; Responsabilização e justiça justa; Desenvolvimento e transformação do conflito; Reconciliação e Justiça restaurativa.

Escola de Perdão e Reconciliação como prevenção

Escola de Perdão e Reconciliação como prevenção nos CCAs

Capacitação inicial de educadores – Curso EsPeRe de 40 horas

Encontros mensais de supervisão que permitem a troca de experiências, o aprofundamento dos conceitos e o planejamento para aplicar com as crianças e adolescentes.

Aplicação de 20 módulos EsPeRe com crianças e adolescentes.

Acompanhamento e visitas nos CCAs pela equipe pedagógica.

Oficinas de sensibilização para o perdão e a justiça com os pais e familiares das crianças e adolescentes.

Resultados da EsPeRe

O trabalho corporal no inicio de cada módulo, assim como a roda da conversa inicial ou na saída ajuda as crianças e adolescentes a lidar melhor com suas emoções e ajuda no dialogo e na inclusão de pessoas mais difíceis.

Mudanças significantes aconteceram nos aspectos emocional e comportamental das crianças e adolescentes.

Os próprias educadoras mudam em sua forma de lidar com os conflitos.

A diminuição da agressividade entre crianças e adolescentes beneficia a vida e profissional das educadoras e as motiva para a multiplicação da metodologia.

Os melhores resultados aconteceram nos centros nos quais a equipe completa ou o máximo possível de funcionárias fazem a formação.

Em vários núcleos, as próprias educadoras multiplicaram alguns aspectos do curso EsPeRe com outros membros da equipe e das famílias.

Depoimento de uma criança de 11 anos de idade

Quando questionado por um jornalista se a mudança no

comportamento das crianças e adolescentes iriam durar, um

menino de nove anos respondeu:

“Eu vejo assim. Depois que a gente aprende a ler e escrever, a gente nunca

esquece. É a mesma coisa com EsPeRe. Eu mudei e sinto que não vou voltar

como era antes.”

DEPOIMENTOS DOS ADOLESCENTES

“Aprendi a perdoar meu pai”.

“ O mais importante foi aprender a perdoar,

mesmo que seja muito difícil pedir perdão”.

“ Foi muito importante quando eu consegui

falar sobre meu problema”.

É uma opção para “fazer” justiça após uma ofensa ou crime que está orientada, antes de tudo, para reparar o dano individual, relacional e social causado pela ofensa.

Em primeiro lugar está a vítima e seu problema, sua dor, sua perda e a preocupação sobre como reparar, curar.

No segundo momento vem a preocupação com o ofensor.

A tarefa é chamá-lo ou la à responsabilização i.é fazer com que ele/ela possa entender o que sua ação causou no outro e nas relações e contribuir para a superação deste.

Contextualização da Justiça Restaurativa

Sete passos da vingança para a

reconciliaçãoOlga Botcharova

Reconciliação Agressão

Expressão

da dor / luto Aceitar a perda

Lidar com o medo

Admitir a culpa

Pedir desculpas

Justiça justa para todos

Fazer acordos

Re-humanizar o inimigo

"Por que eles?"

Escolher perdoar Seguir adiante com a

vida

Ato de agressão (justificado)

Dor

Ofensa

Choque

Consciência da perda / pânicoDesejo de

justiça / vingança

Criar a história “certa“

Repressão da dor / medo

Ira

“Por que eu?”

Formação em práticas de JR = Exercícios

• Entender a perspectiva do outro, abdicando de minhas opiniões e julgamentos

• Praticar o ouvir sem intenção, escuta ativa.

• Cuidar da comunicação não verbal (chega a ser 80%

• Expressar sentimentos, pensamentos, necessidades e pedidos claros.

• Reconhecer as emoções e necessidades no outro.

• Pede a conexão com algo em mim que conhece aquele sentimento (dor, tristeza, alegria,vergonha )

• No momento da empatia saímos de nossa casa e, ao mesmo tempo, nos conectamos profundamente com nossas próprias emoções.

APOIO (encorajamento, sustentação)

ALTO

ALTOBAIXO

baixo controlealto apoio

=PERMISSIVA

CO

NT

RO

LE (disciplina,

limites)

baixo controlebaixo apoio

=NEGLIGENTE

alto controlebaixo apoio

=PUNITIVA

alto controlealto apoio

=RESTAURATIVA

BAIXO

Janela da Disciplina SocialTed Wachtel e Paul McCold

Com

Para

Contra

Nada

• Como a violência se faz perceber em sua escola?

• Como, no exercício de sua profissão, você é violento/a? como se manifesta?

• Como a criança percebe, sente estas duas formas de violência.

Perguntas para o dialogo

Justo e necessário Justiça Restaurativa

Youtube:

http://cdhep.org.br/justo-e-necessario-praticas-de-justica-restaurativa-do-cdhep.html

“A espiral do injusto” - Reflexão sobre a Justiça Penal e as alternativas da Justiça Restaurativa.

Assista os DVD do CDHEP

Para mais informações:

Dra. Petronella Maria Boonen

Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo, São Paulo

[email protected]

www. cdhep.org.br