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Pr. Weverton Costa - Hermenêutica bíblica

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HERMENUTICA BBLICA

A Arte da Interpretao BblicaProf. Pr. Weverton Gleison Mendes CostaE-mail: [email protected] Teolgico das Assemblias de Deus - SETADHermenutica Bblica

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O QUE HERMENUTICA? UMA CINCIA A ARTE DE INTERPRETAR a disciplina que estuda os princpios e as teorias de como os textos devem ser interpretados. (...) se preocupa com o atendimento dos papis e dos relacionamentos singulares entre o autor, o texto, o pblico-leitor original e posterior.

ETIMOLOGIA: HERMENEUEIN (verbo)Interpretar / TraduzirGr. Hermeios, sacerdote do orculo de DelfosFazia a proclamao e traduzia a mensagem dos deuses

HERMENUTICA UMA CINCIA DENTRO DA EXEGESE BBLICA

A TEOLOGIA MUTVEL, DIVERSIFICADA, ENQUANTO A F TEM UM CARTER ABSOLUTO, DEFINITIVOF - TEOLOGIA IMPLCITATEOLOGIA F EXPLCITA

A Teologia a Cincia centrada no TEXTO.Necessidade de Mtodos e Interpretaes que traro clareza ao texto e faro emergir um significado: CONTEXTO/ LEITOR

AUTOR ----- TEXTO ---- LEITOR = HERMENUTICA

UNIDADE I FUNDAMENTOS DA HERMENUTICA BBLICAI - O VALOR E A NECESSIDADE DA HERMENUTICA BBLICA

1.1 A IMPORTNCIA DA HERMENUTICA

Compreender as mltiplas interpretaes das EscriturasInterpretar as Escrituras em detrimento de seitas e religiesA Bblia O Livro por ExcelnciaEstudo correto requer carter e esprito reverente

1.2 O PROBLEMA DA DISTNCIA TEMPORAL

Lacuna de Tempo: escritores/ ouvintes/ leitoresMudanas: costumes/ idioma / culturaO que mudou ao longo dos anos?Que fatos histricos influenciaram as idias e caractersticas culturais presentes no tempo do autor?Sincronia Bblica / espao temporal de 1600 anosCada escritor viveu seu momento histrico diferentePerodo Interbblico: uma lacuna de 400 anos. Surgiram os Fariseus, Saduceus, Zelotes, Essnios, etc...

1.3 O PROBLEMA DA DISTNCIA GEOGRFICA

Mundo Ocidental -- Mundo Oriental Mundo AntigoOriente Mdio, Egito, naes mediterrneas meridionais da EuropaA Geografia foi relevante para a Revelao de Deus ESCRITARevelao de Deus: Jardim, Mori, Betel, Sinai, DesertoMateus 4.18 = o referido mar tambm o LAGO DE GENESAR , 45 km de profundidade, 24 km de comprimento por 14 km de largura

1.4 O PROBLEMA DA DISTNCIA CULTURAL

O povo bblico tinha sua cultura e costumes prpriosComo aquele povo pensa? Em que acreditam? O que diz? O que faz? O que produz?CHOQUE CULTURAL: o desconhecido provoca impacto em virtude do ambiente e hbitos diferentes de um povoPrimordial o Estudos das Culturas e Costumes, vislumbre do pano-de-fundo dos contextos bblicosSentido original/ literal/ social do significado de certa palavra, expresso ou hbitoAnlise do contexto

1.5 O PROBLEMA DA DISTNCIA LINGUSTICA

Fala e EscritaOriginais: grego, hebraico, aramaico. Cada um com sua particularidade diferente do nosso idioma.Lngua hebraica no continha vogais. Diferenas lingusticas de regio para regio no mesmo pasA linguagem bblica e modos de expresses foram diferentes e variados. Material de apoio: dicionrios etimolgico1 REIS 12. 8 -10A palavra um processo vivo e dinmico em constante modificaoA TRADUO ser influenciada pelo TEMPOAntigo Testamento: cosmoviso hebraicaNovo Testamento: cosmoviso helnica = cultura grega/ filosofia/ militarismo romano

1.6 O PROBLEMA DA DISTNCIA LITERRIA

Modo de escrita dos tempos bblicos (simblicas, apocalpticas, etc)Modo de escrita contemporneoProvrbios e Parbolas comuns nos tempos bblicosCnticos de Salomo: expresso sensual e no pornogrficaFiguras de Linguagens e Figuras de RetricaParalelos de Palavras: marcas de Jesus, de Cristo vos revestistes, Para Paulo obras em Romanos e Glatas significa o oposto f, a saber, as prticas da lei antiga como fundamento para a salvao. Para Tiago a mesma palavra tem o significado de obedincia e santidade que a verdadeira f em Cristo produz.

II A INTERPRETAO DAS ESCRITURAS PELOS JUDEUS

2.1 OS PRIMEIROS OUVINTES E LEITORES DAS ESCRITURAS SAGRADAS

A Famlia no Aprendizado: geraes futuras/ mandamentos de DeusTradio oral: valores ticos e princpios de festas e memoriaisInterpretao da Tor: preservar a identidade original do povoMemorial: o Verdadeiro e nico Deus/ Seus feitos/ Misericrdia dada ao seu povo/ Apologia Santidade em detrimento da degradao moral dos povos estrangeiros

2.2 O RESGATE DA CORRETA INTERPRETAO DAS ESCRITURAS NOS DIAS DE ESDRAS

O povo do exlio havia perdido a sua identidade lingusticaInfluenciados pelo idioma aramaicoNeemias 8.8: a Lei teve que ser traduzidaO Escriba: ensinar e copiar os textos sagradosExtremismos etimolgico: alguns rabinos imaginavam que se poderia esperar numerosos significados de determinados textosEspeculaes absurdas tm surgido ao longo dos sculos

2.3 CLASSES DE JUDEUS E SUAS FORMAS DE INTERPRETAR AS ESCRITURAS

Perodo do Ps-exlio: ocorreu grande desenvolvimento nas escolas judaicas de interpretao das Escrituras

JUDEUS PALESTINOS

A Bblia era a Palavra de Deus. Das Letras s frases eram inspiradas. Minuciosos e criteriosos nas compilaes. Estimavam mais a Lei do que os Escritos e os ProfetasA Bblia era a PESHAT, a exposio exegtica era a MIDRASHOs escribas valorizavam mais a Lei Oral do que a Lei Escrita. Surgiu vrias formas errneas de interpretaoHillel foi grande rabino expoente desta escola. Jesus os condena em Marcos 7.13

JUDEUS ALEXANDRINOS

Interpretaes, de certa forma, determinada pela filosofia dominante na grande cidade de Alexandria, EgitoPrincpio fundamental de Plato: ningum deve acreditar em algo que seja indigno de DeusA alegoria judaica sofreu influncia da alegoria grega. Os escritos de Homero e Hesodo eram admirados, mas era reprovado o comportamento imoral dos deuses do panteo gregoUso habitual de Antropomorfismos para apaziguar as aes de divindades. Alegorizavam o AT como defesa dos textos sagrados perante os gregosFilo foi o grande expoente desta escola. Para ele o significado oculto tinha primazia sobre a interpretao literal

OS JUDEUS CARATASDescendentes espirituais dos Saduceus. Consideravam as Escrituras como nica autoridade em matria de f. Caratas: filhos da leituraDesprezavam a Tradio Oral e a Interpretao Rabnica. Sua exegese como um todo era mais correta que dos judeus tradicionaisA seita foi fundada por Anan bem David, cerca de 760 d.C.

OS CABALISTASSurgiram a partir do Sec. XII.O Cabalismo: distoro do mtodo de interpretao usado pelos judeus palestinos, e do mtodo alegrico dos judeus alexandrinos.Misticismo exagerado. Toda a Lei em todo o seu escopo havia sido entregue a Moiss: versos/ palavras/ letrasAs letras obteriam um poder sobrenatural nas palavras

Carter EspeculativoMtodos usados: GEMATRIA / NOTARIKON / TEMOORAH

JUDEUS DE QUMRAN

Uso da interpretao PESHER = Explicao. Interpretao oriunda das prticas midrshicas, mas com significado escatolgicoDiziam ser os detentores de fazer cumprir o significado proftico dos Antigos ProfetasMtodo: interpretao apocalptica. Os mistrios ocultos, para eles, tinham sido reveladosEssnios. Acreditavam ser o remanescente de justos na Terra

QUNRAN

III A INTERPRETAO DAS ESCRITURAS DO NOVO TESTAMENTO

O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e aramaico e teve como nfase a relao dos hebreus com Yahweh. J o Novo Testamento foi escrito em grego e marcado com um pblico misto de judeus e gentios.

3.1 A PRESENA DO ANTIGO TESTAMENTO NO NOVO TESTAMENTO

Lucas o nico no-judeu entre os escritores do NT.aproximadamente 10% do NT constitui-se de citaes diretas, de parfrases do AT ou de aluses a eleAlgumas mudanas significativas ocorreram entre o perodo veterotestamentrio e o neotestamentrio

TEMPLO

O retorno dos exilados possibilitou a reconstruo, no entanto o segundo templo no tinha mais o mesmo fulgor do primeiroAs descries do templo no NT nos fazem perceber um monumento que causava admirao a todosHerodes, o Grande: reformador do segundo templo. Intencionava conquistar popularidade entre os judeusA fora religiosa de Jerusalm era em virtude do templo

A FESTA DOS JUDEUS

Os judeus do NT cultivavam as prticas de festas institudas por Deus na poca de MoissFestas dos Tabernculos (Jo 7.2); a Pscoa (Lc 22.1); Pentecostes (At 2.1)

O MINISTRIO SACERDOTAL

A instituio que foi iniciada no AT continuou no NT, o Sacerdcio LevticoMesmo com traos de corrupo no ministrio sacerdotal em Israel, os sacerdotes ainda desfrutavam de prestgioSacrifcios e ofertas, antes, indicadores da preservao da conscincia do favor de YHWH, agora, de carter mercantilista

A EXPECTATIVA MESSINICA

Os judeus cultivaram ao longo dos anos essa expectativaO NT e seu ambiente era propcio para a manifestao do MessiasGrupo de judeus sectrios aguardavam ansiosos esse Messias para sua emancipao poltica atravs da guerra

O Messias veio mais no fora reconhecido politicamenteTodas as caractersticas profticas indicavam para Jesus mas no souberam discernir em Cristo tudo que se havia anunciado

3.2 JESUS E O ANTIGO TESTAMENTO

Sua Bblia foi o AT Septuaginta. Em diversos momentos, ele utilizou passagens do AT para corroborar uma afirmao, etc.Abel (Lc 11.51); No (Mt24.37-39); Abrao (Jo 8.56)Para Jesus a Antiga Aliana era o competente tribunal de apelao em seus debates com os escribas e fariseusEram refutados no por desvalorizarem-na, mas por distorcerem ensinos claros para sua prpria convenincia

ALGUMAS CONTROVRSIAS SOBRE A INTERPRETAO DO ANTIGO TESTAMENTO POR JESUS

Alguns telogos acham que nos somos obrigados a ter uma mesma postura como Jesus teve ao validar os escritos do ATPara estes telogos possvel que a interpretao de Jesus no fosse literal mas uma finalidade ilustrativaCremos que o uso de Jesus considerou os fatos histricos como reais (Mc 12. 18-27)A perspectiva do AT de Jesus o apontava para uma continuidade histrica com base na Revelao Progressiva de DeusSeriam as expresses atribudas ao Mestre, na verdade, pontos de vistas dos autores dos Evangelhos do que propriamente de Jesus?

MTODOS DE CRISTO INTERPRETAR O ANTIGO TESTAMENTO

Perodo neotestamentrio: poca de vrios segmentos dentro do JudasmoVrios grupos divergiam acerca de diversos pontos nas EscriturasInterpretao literal exagerada e a interpretao alegricaCristo usava o mtodo literal, normal do texto. Sem alegorias, sem superficialidades e sem profundidades de idias msticasJesus no ensinava baseado nas interpretaes rabnicas das Escrituras, ele ensinava baseado nas EscriturasOs Escribas e Fariseus jamais conseguiram encontrar em Jesus interpolaes no uso das EscriturasO rigor da lei: fruto de uma viso extremada

3.3 OS APSTOLOS E O ANTIGO TESTAMENTO

CRISTO: a realizao das profecias sobre o Messias: inteno dos escritoresJESUS, a Revelao do Messias: realce das pregaes da Era Apostlica

OS DISCPULOS E A INTERPRETAO DO ANTIGO TESTAMENTO

Os Evangelhos que trataram especificamente do ministrio terreno de Cristo, especialmente Mateus, tiveram como preocupao mostrar que Jesus era o legtimo descendente de Davi. A genealogia : mostrar o Herdeiro do trono davdicoA influncia de Jesus: os evangelistas entenderam que o Messias no tinha sua misso em um plano meramente humanoJoo 1.1. Para eles a encarnao de Cristo inaugurava um novo tempo na histria. O VT foi o anncio. O NT foi a concretizao em Jesus

1 Joo 1.1,3: O que era desde o princpio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mos apalparam, a respeito do Verbo da vida; sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vs tambm tenhais comunho conosco; e a nossa comunho com o Pai, e com seu Filho JESUS CRISTOSensibilidade espiritual para ler os fatos e associ-los s profecias do Antigo Testamento. Ex: o dia de Pentecostes e a profecia de Joel

PAULO E O ANTIGO TESTAMENTO

Tinha profundo conhecimento da teologia judaica, era fariseuDiscpulo de Gamaliel, um rabino da escola de HillelOs 12 Apstolos estavam confinados s fronteiras da Palestina, inicialmente fazendo do Cristianismo uma espcie de continuidade do Judasmo

O chamado de Paulo foi para alm das fronteiras de IsraelInterpretou o Cristo como o Messias prometido do AT, assim como compreendeu o carter universal da salvaoA promessa a Abrao (Gen. 12.2-3) inclua todos aqueles que cressem (Rm 4.17)A grande revelao da Nova Aliana a IGREJA que no passou a existir acidentalmente, mas surgiu dos planos eternos de Deus (Efsios 1.4-11)

A EPSTOLA AOS HEBREUS E O ANTIGO TESTAMENTO

Dentre os livros do NT, certamente nenhum faz aluso ao AT como esta EpstolaSeu contedo concentra-se em interpretar os ritos judaicos, o Tabernculo, o sacerdcio levtico. Representavam a Velha Aliana como figuras que tipificavam a Nova AlianaA figura de Melquisedeque e o Sacerdcio de Cristo

3.4 CONTROVRSIAS SOBRE A INTERPRETAO DO ANTIGO TESTAMENTO PELOS APSTOLOS

H os que afirmam que os escritores do NT parecem usar partes do VT de forma arbitrria em certos pontos, at mesmo alterando seu sentido originalGlatas 3.16Paulo teria utilizado um mtodo rabnico ilegtimo na tentativa de provar seu ponto de vistaParece impossvel que uma palavra tenha, simultaneamente dois significados, um para o singular e outro para o pluralDescendente pode ter no singular um sentido coletivoAs promessas so para Abrao e sua descendncia, mas o cumprimento dessa promessa se realiza em Cristo.Jesus Cristo a figura representativa do grupo: judeus e gentiosJudeus Jesus, o Messias / Gentios Jesus, o Desejado das Naes

IV A HERMENUTICA BBLICA NA HISTRIA DA IGREJA - DA PATRSTICA REFORMA

Por volta do ano 100 d.C., todos os livros das Escrituras estavam escritosOs textos j eram usados como regra de f nas comunidadesSurgiram controvrsias teolgicas nos anos posterioresNecessidade de ratificar os livros do CnonA Hermenutica serviu como parmetro ao longo da histria eclesistica

4.1 PERODO PATRSTICO

No perodo dos Pais da Igreja o desenvolvimento dos princpios hermenuticos dependiam dos trs diferentes centros da vida da Igreja: Escola de Alexandria-Egito, a Escola de Antioquia-Sria e a Escola OcidentalCada escola de alguma forma contribuiu nessa rea

ESCOLA DE ALEXANDRIA

Final do segundo sculo, a hermenutica bblica foi influenciada especialmente pela escola catequtica de AlexandriaJudasmo e filosofia grega se encontraram e se influenciamPateno, o mais antigo mestre, foi professor de Clemente

Principais expoentes foram Clemente de Alexandria e OrgenesDefendiam que somente a interpretao alegrica contribua para um conhecimento oralPara Clemente somente atravs de alegorias toda a Escritura seria devidamente entendida. Seria o verdadeiro conhecimentoSentido literal apenas um tipo de f elementarTeoria dos cinco sentidos: HISTRICO/ DOUTRINAL/ PROFTICO/ FILOSFICO/ MSTICOOrgenes foi alm de seu mestre, em saber e em influncia. Maior telogo de seu tempoToda a Escritura uma vasta alegoria, cada detalhe simblicoOs textos bblicos: triplo sentido literal/ moral / alegricoReflexo: como voc alegorizaria a histria de No?

ESCOLA DE ANTIOQUIA

A escola se empenhou na nfase da interpretao histrico-gramaticalDevemos buscar e conhecer o sentido original do escritor e atentar ao significado daquele texto aos primeiros leitoresFaziam uso das lnguas originais: hebraico e gregoOs mais ilustres expoentes: Teodoro de Mopsustia e Joo CrisstomoTeodoro questionou a canonicidade de alguns livros sagrados, chamado de prncipe da exegese primitivaJoo Crisstomo o boca de ouro (por causa de sua eloquncia), era arcebispo de Constantinopla e considerado o maior comentarista dentre os pais da igrejaOs princpios exegticos da escola de Antioquia lanaram a base da hermenutica moderna

ESCOLA OCIDENTAL

Caractersticas: elementos alegricos e elementos histrico-gramaticalIncorporou um outro elemento: a autoridade da Tradio e da Igreja na interpretao bblicaMaiores expoentes: Jernimo e Agostinho de HiponaJernimo foi o tradutor da Vulgata LatinaSeu trabalho: notas lingusticas, histricas e arqueolgicas. Foi grande telogo na sistematizao das doutrinas e no na interpretao das mesmasAgostinho enfatizou a necessidade do uso do sentido literal, mas tambm usou livremente a interpretao alegricaAdotou o mtodo de quatro sentidos s Escrituras: histrico/etiolgico/ analgico/alegrico. Rejeitava a eixegese

4.2 IDADE MDIA

O desenvolvimento da hermenutica bblica adquirido pelas escolas anteriores perdeu-se na Idade Mdia devido profunda ignorncia bblica de muitos clrigosConhecia-se somente a Vulgata e os escritos dos PaisA Tradio amarrou a Hermenutica. Destaque maior alegoriaNo ltimo perodo medieval, os cabalistas na Europa e na Palestina continuaram na tradio do misticismo judaicoDestaque para Gregrio, o Grande. Considerado o primeiro Papa da Igreja Catlica Romana. Foi defensor da interpretao alegricaEX: 3 amigos de J hereges/ 7 filhos 12 apstolos/ 7000 ovelhas pensamentos inocentes/ 3000 camelos concepes vs/ 500 juntas de bois virtudes/ 500 jumentos tendncias lascivasMaior telogo: Toms de Aquino. Alm do sentido literal, defendeu o sentido espiritual por Deus ser o Autor de Sua Palavra

4.3 A REFORMA (SC. XVI)

O Final da Idade Mdia teve um grande divisor de guas, o Renascimento, perodo de profundas transformaes na histriaSc. XIV e XV, grande ignorncia quanto s Escrituras (contedo)A Vulgata era lida por idioma limitado e a Renascena chamou a necessidade de se recorrer aos originaisReuchlin e Erasmo: publicaes sobre gramtica hebraica e crtica do NT grego. Concentrou-se mais na ideia de um nico sentido para interpretao bblica. Reforma hermenuticaA Bblia era a inspirada palavra de Deus. Autoridade final em todas as questes teolgicasInfalibilidade da Igreja = Infalibilidade das EscriturasPrincipal princpio: a Escritura a intrprete da EscrituraSua compreenso deve ser de acordo com a analogia da f

MARTINHO LUTERO

Para ele a interpretao da Bblia feita atravs da f e iluminada pelo Esprito Santo. Nesse sentido, as Escrituras devem determinar o que a Igreja ensinaO mtodo em vigor era o literal e cristocntrico do texto. A exegese consistia em considerar a histria, gramtica e contextoA Bblia e sua compreenso no so exclusividades de um grupo privilegiado. Todos podem conhec-laAo defender sua interpretao em desacordo com as alegorias do passado explica que tanto o AT quanto o NT apontam para CristoFez a distino entre Lei e Evangelho, sendo errado repudiar a Lei como fundi-la no Evangelho

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JOO CALVINO

Calvino se destaca como o maior exegeta da Reforma ProtestanteConcordava com Lutero e via a necessidade da iluminao espiritual Interpretaes alegricas: jogos fteis, artimanha satnicaHarmonizou as prticas teolgicas com a teoria.Discordou da ideia luterana de que Cristo pode ser encontrado em toda parte da Escritura. Reduziu o nmero de salmos que poderiam ser considerados messinicosProfecias bblicas dependiam das circunstncias histricas para sua real significaoSuas Institutas contm 1.755 citaes do AT e 3.098 do NT

V A HERMENUTICA BBLICA NA HISTRIA DA IGREJA DA PS-REFORMA AOS DIAS ATUAIS

A Igreja logo reagiu ao vulto impactante da Reforma Protestante com a Contra-Reforma surgida no Conclio de Trento

5.1 PERODO PS-REFORMA SC. XVII E XVIII

Desafios iriam surgir em face s transformaes correntes na histria que afetariam a HermenuticaSurgiram grandes nomes: Louis Cappell, primeiro crtico textual do AT e Johann A. Bengel, conhecido como o pai da crtica textual moderna.Foi o primeiro a identificar famlias ou grupos de manuscritos, com base em caractersticas comuns

CONFESSIONALISMO

Preocupao desse perodo foi em no se submeter ao domnio da Tradio e da Igreja, dogmas da Contra-ReformaPerodo das Confisses. Cada cidade importante tinha seu credo preferidoExegese tornou-se serva da Dogmtica. Ia-se Bblia para justificar as verdades incorporadas nas Confisses

O PIETISMO

Reagiram exegese dogmtica. Spener (1635-1705) o pai do pietismoRetorno ao interesse cristo e s boas obrasMelhor conhecimento da Bblia e melhor preparo espiritual para os ministros. Interpretao ora histrico-gramatical, ora com base na luz interior ou uma uno do alto

RACIONALISMO

Posio filosfica que aceita a razo como nica autoridade que determina o que verdadeiro e falso. Milagres e afirmaes sem explicao racional devem ser rejeitadosVerdades comprovadas na Bblia somente as que correspondem razo humanaA Igreja tambm enfatiza da razo com ressalvas de que a Revelao superior era o meio de entender a VerdadeThomas Hobbes, filsofo ingls: As Escrituras eram apenas um livro contendo regras e princpios para a repblica inglesa Baruch Spinoza: judeu, para ele a razo humana est desvinculada da teologia. Teologia (revelao) e Filosofia (razo) so distintas. Contestou os milagres; via a necessidade de conhecer os idiomas originais; o contexto de cada livro. A razo o critrio absoluto para quaisquer interpretao bblica

5.2 DA HERMENUTICA MODERNA AOS DIAS ATUAIS

A partir do Sculo XIX, a crtica da Bblia alcanou uma dimenso jamais vistaA autoria divina em cheque em detrimento da autoria humana e as circunstncias histricas da elaborao das EscriturasA interpretao histrica desconfia do mtodo hermenuticoSemler: fundador da escola de interpretao histrica. Filho de pais pietistas. Sobre o Cnon, enfatiza o aspecto humano de sua origem e da composio da BbliaBblia e Cnon por terem origem de modo histrico era historicamente condicionados. Diferentes autores fazem o contedo ser, na maioria, local e passageiro. Sem valor normativo no tempo e espaoA razo tornou-se o rbitro da f. As Escrituras, meras produes falveis

O Perodo Histrico-Crtico expressou as teorias que se destacam: Teoria da Inspirao Natural Humana/ Teoria da Inspirao Divina Comum/ Teoria da Inspirao Parcial/ Teoria do Ditado Verbal/ Teoria da Inspirao das Ideias

LIBERALISMO TEOLGICO

Liberalismo Teolgico fruto do Racionalismo FilosficoA Bblia contm vrios graus de inspirao. Os graus inferiores se relacionam a detalhes histricos (poderiam conter erros)Alguns telogos negaram totalmente o carter sobrenatural da BbliaShleirmacher: o pai do liberalismo teolgico. A inspirao refere-se capacidade da Bblia inspirar a experincia religiosaBenjamin Jowett: A Bblia apenas um livro como qualquer outro, sem carter sobrenatural, em nada difere de qualquer outra produoAs leis naturais da cincia que ditam as regras. Os milagres so exemplos de uma mentalidade ultrapassada

Darwin e Hegel influenciaram o Liberalismo teolgicoA Bblia passa a ser vista como apenas um registro do desenvolvimento evolucionista da conscincia religiosa de Israel, e mais tarde da igreja

OS NEO-ORTODOXOS

A neo-ortodoxia um fenmeno do sculo XXFaz uma posio intermediria entre o liberalismo e a ortodoxiaAs Escrituras so o testemunho do homem acerca da revelao que Deus deu de si prprio. A reao presena divina com f a revelao. Revelao, ento, uma experincia presente acompanhada de uma reao existencial da pessoaA Bblia no infalvel e nem inerrante. Histrias de aes sobrenaturais so meros Mitos que visam verdades teolgicasBultmman formulou a desmistificao das Escrituras

O FUNDAMENTALISMO

Telogos e lderes conservadores reagiram fortemente ao liberalismo teolgico. Surgiu o Fundamentalismo que incentiva uma abordagem literal da Bblia, como livro sobrenatural que A tarefa do intrprete tentar compreender mais plenamente o significado intencional dos escritores inspirados por DeusMuitos estudiosos, contemporneos e anteriores, tm-se dedicado a uma concepo ortodoxa da Bblia, priorizando a interpretao gramatical e histrica, legados da escola de Antioquia e da Reforma

EXERCCIOS PRTICOSRESUMO DOS CAP. 1 A 4 DA UNIDADE II. (Entrega dia 16/11)Defina Hermenutica e o porqu de sua importncia para a Igreja hodiernaPorque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra Gen. 6.12 (ARC). Quais os reais significados das palavras grifadas no texto?Se algum vem a mim, e no aborrece a seu pai, e me... No pode ser meu discpulo Lucas 14.26. Qual versculo que podemos comparar com o texto acima, para descobrirmos o real significado do texto grifado? OBS: est em MateusMateus 20.29-32 / Marcos 10.46-49 / Lucas 18. 35-38. Considerando que:Um escritor menciona dois cegos/ outros mencionam apenas umJesus estava entrando em Jeric / Jesus estava saindo de JericProcure a maneira adequada de interpretar o texto, considerando os mtodos de hermenutica bblica (figuras de linguagens e paralelismo de texto)

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UNIDADE IIA HERMENUTICA E OS ESTILOS LITERRIOS DA BBLIAI QUESTES HERMENUTICAS DA LEI DO ANTIGO TESTAMENTO

Pentateuco ou Lei, pois de xodo a Deuteronmio encontramos os preceitos que YHWH determinou, aos filhos de Israel, que fossem cumpridos.Do carter especfico sobre os preceitos de outrora, podemos dizer que tais princpios se aplicam aos nossos dias?

1.1 O CRISTO E A INTERPRETAO DA LEI DO AT

A Nova Aliana prope um novo relacionamento do homem com DeusPassagens especficas da Lei Veterotestamentria foram inseridas no Novo testamentoValidadas todas as Escrituras como divinamente inspirada por Deus, surgiram questes de interpretao: Como aplicar as passagens que tratam da Lei do AT realidade crist da Nova Aliana?

A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO REPRESENTA UMA ALIANA ENTRE DEUS E ISRAEL

O contexto do AT estabelecia alianas entre o senhor, um chefe supremo e um vassalo, um servo obediente e fiel ao seu chefeAlianas de contratos com direitos e deveres de ambos os ladosO senhor oferecia benefcios e proteo/ o servo, cabia a lealdade irrestrita somente ao senhor, passvel de punio por deslealdade

Por obedincia o servo desfrutaria de cuidado e bondade do patroPor desobedincia sofria sanes penaisElohim (senhor) e Israel (servo) = Levtico 26.3-6

ALGUNS PRECEITOS DA ANTIGA ALIANA CLARAMENTE NO SO RENOVADOS NA NOVA ALIANA

As leis referentes vida social dos hebreus e as leis relacionadas prtica religiosa daquele povoLeis Sobre a Vida Social: apresentam punies por atos de crimes, grandes e pequenos. Objetivava a convivncia e zelo da ordem social. No se aplica para os nossos diasLeis Sobre a Prtica Religiosa: informavam Israel como proceder na prtica da adorao, do processo especfico detalhado de cada atribuio sacerdotal aos tipos de animais para o sacrifcio

ALGUNS PRECEITOS DA LEI SO REAFIRMADOS NA NOVA ALIANA

Estes princpios se referem aos aspectos da lei ticaDeus quer que esses aspectos da Antiga Lei continuem sendo aplicveis ao seu povo no sentido pleno. Mateus 22.37-40 / Deuteronmio 6.5; Levtico 19.18Outros preceitos ticos tiveram uma nova aplicabilidade com Jesus, como vemos em Mateus 5.21-48

1.2 LEIS INCOMUNS AOS NOSSOS DIAS

Tinham o propsito de manter o povo hebreu separado das ms influncias dos povos cananeus

LEIS DO ALIMENTO

Levtico 11.4-7Expressavam um cuidado especial divino srio com a sade fsica e espiritual do povo escolhidoOs alimentos proibidos tinham probabilidade de transmitir doenas do ambiente rido do deserto e Cana/ a produo era rara naquele contexto especficoEram alimentos de sacrifcios pagos, prticas abominveis p/ DeusNa viso do NT, esse cuidado com relao a comer carne deveria ser regido pelo critrio do Amor (Rm 14.15,21; I Co 8.13)

LEIS ACERCA DO SACRIFCIO

xodo 29.10-12Pecado resulta em castigoPerante a Lei o pecado no merece viverPara remover o pecado somente atravs da Expiao

nica forma aceita perante Deus naqueles temposAquele contexto especfico eram sombras de uma realidade futura e perfeita: a pessoa de Jesus e o sacrifcio da Cruzsem derramamento de sangue no h remisso de pecados Hebreus 9.22b). O alvo dessas leis era a morte do Cordeiro de Deus

LEIS ESPECFICAS

Levtico 19.19Voc j se deparou com essas orientaes que, a priori, no fazem nenhum sentido para a nossa realidade?O ponto X da questo: proibir o povo hebreu de participar das prticas canaanitas de cultuarem a fertilidade. O povo era Kadoshcozer o cabrito no leite da prpria me era uma magia de fertilidade perptua do rebanho. A mistura de raas de animais, sementes ou tecidos, produziria abundantes frutos agrcolasLeiamos tais textos sempre de olho no seu contexto histrico/cultural

1.3 COMO INTERPRETAR A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO

Ateno categoria das leis mencionadas, considerando o contexto histrico de tais preceitosLeis especficas para o Judasmo, no se aplicam literalmente realidade atualPreceitos sem aplicao literal nossa realidade podem conter uma aplicao de valor espiritual. Com lies importantes para a vida em geralCompreender o Pentateuco e Maneiras e Costumes nos Tempos Bblicos com o auxlio de livros e enciclopdias especficasJamais use textos isolados da realidade histrica, nem busque aplicao atual para os ouvintes sem considerar o sentido literalManter uma interpretao cuidadosa para no causar uma fundamentao errnea, equivocada, alegrica e hertica

II A HERMENUTICA DAS NARRATIVAS DO ANTIGO TESTAMENTO

As histrias bblicas compreendem boa parte das Escrituras. 40% s no AT. No NT temos algumas pores nos Evangelhos e nos Atos dos ApstolosTemos que ter algumas consideraes quanto sua interpretao hermenutica: pergunte ao texto COMO? AONDE? QUANDO? PORQU/PARA QU?Analisemos Marcos 10.46-52Desenvolva uma estrutura coerente e adequada usando as perguntas chaves da interpretao

AONDE? JericQUANDO isso aconteceu? Ministrio de JesusCOMO que isso aconteceu? Algum clamou em meio uma grande multido e Jesus ouviu. (tema enfatizado Clamor)PORQUE isso aconteceu? Para mostrar que s Jesus tem o poder PARA QU isso aconteceu? Para mostrar ao homem que por onde Jesus passar no se deve perder as Oportunidades para mudar de vidaANALISEM LUCAS 7.11-17; 15.11-24

2.1 AS NARRATIVAS BBLICAS SO FATOS REAIS

Suas narraes so situaes reais que envolveram pessoas, tempo e lugar a histria de Deus e de seu povo. No h lugar para estriasSua veracidade autenticada por outros autores conceituados, histrias de outros autores e achados arqueolgicosComo divulgadoras das verdades, as aes dos personagens bblicos no so omitidas, mesmo as escandalosas e reprovveis. O pecado est l contido para ser exposto, pois nada se esconde de Deus

2.2 EXISTEM TRS DIMENSES NAS NARRATIVAS BBLICAS

Elas no so fatos isolados. Toda sequncia histrica se relaciona entre si

A DIMENSO SUPERIOR

Compreende os fatos de envolvimento universal: o Deus da Humanidade/ a Criao do mundo/ a universalidade do pecado/ juzos universais de Deus/ a promessa MessinicaA mensagem bblica de relevncia universal. Profecias para outras naes gentlicas revelando o interesse e o domnio de Deus sobre todos os povosA desobedincia da ordem no den teve implicaes universais, afetando a relao de Deus com o homemA dimenso superior das narrativas bblicas o caminho traado por YHWH para a chegada do salvador do mundo

A DIMENSO INTERMEDIRIA

Envolve a chamada de Abrao. A Aliana de Deus para com o homemNo Plano Superior, pela encarnao do Unignito, Deus planejou salvar a humanidade; e no Plano Intermedirio, escolheu Israel para o nascimento do SalvadorA famlia hebria revela-nos seus dramas, principais personagens, e os ancestrais diretos na linhagem Messinica.

A DIMESO INFERIOR

A narrativa individual parte da intermediria da histria israelita, que faz parte do plano universal de Elohim: da Criao RedenoRevela-nos os detalhes da vida dos personagens das narrativas bblicas. Conhecer essa hierarquia das narrativas nos ajuda a evitar riscos de fragmentarmos o texto, concluindo-o isoladamente sem o sentido mais amplo

Sem conhecimento dessas hierarquias dificilmente o leitor entenderia os textos das narrativas de Josu acerca da tomada da Terra Prometida. O que justificaria a invaso do hebreus s terras dos cananeus e a forma de sua destruio?As narrativas de Sanso, que aps ficar cego e sem foras, orou ao Senhor para se vingar dos seus inimigos. Foi atendido, suicidou-se, matou os filisteus em plena festa pagEssas narrativas tornam-se compreensveis ao considerarmos as dimenses maiores que compreendem as narrativas individuais

2.3 AS NARRATIVAS BBLICAS NO SO HISTRIAS CHEIAS DE SIGNIFICADOS OCULTOS

Nem sempre as formas de Deus operar ao longo da histria sero plenamente compreensveis a todos ns

As narrativas no nos do todas as respostas, mas apenas uma parte do quadro geral das aes divinas na histria (significados obscuros no nos pertencem)Tentar achar significados ocultos nas entrelinhas poder levar algum a acrescentar coisas que no esto na histria. (Ex: numerologia)Deus simplesmente no nos contou na Bblia como fez tudo quanto fez (Fee e Stuart, 1984, p.67). Vejamos Isaas 64.4; II Co 12.2-4

2.4 AS NARRATIVAS NEM SEMPRE ENSINAM DE FORMA DIRETA

Frequentemente ilustram aquilo que ensinado em outros trechos. Um ensino implcito que se encaixam no ensino explcito das Escrituras. Isto eficaz em produzir o aprendizado espiritualEx: Davi e Bate-Seba (II Samuel 11). Adulterar e assassinar foram atos errados do rei Davi, mas esto explcitos em xodo 20.13,14. A histria de Davi uma ilustrao dos efeitos desses pecados

III A HERMENUTICA DA LITERATURA POTICA E DOS PROFETAS

Observaremos a hermenutica da literatura potica e das profecias no Antigo Testamento

3.1 A LITERATURA POTICA

O poema era utilizado nas culturas orientais como meio de preservar a histria dos povos. Em Israel, a poesia era apreciada como meio de aprendizagemA composio dos poemas se dava por meio de um ritmo, chamado mtrica, e de uma estrutura, chamada paralelismo. Deus se utilizou desse estilo para falar ao seu povo, numa poca em que ler e escrever eram habilidades raras. Memorizar e relembrar coisas compostas em poesia era fcil para os judeus

A POESIA HEBRAICA CONTM PARALELISMO

Os poemas eram palavras inspiradas por Deus atravs do corao do poeta.A natureza da poesia hebraica sempre envolve paralelismo, e uma das formas de expresso o paralelismo sinonmico (em que a segunda linha repete ou refora a ideia da primeira linha). Expressam a inteno do poeta.Salmo 114.1: Quando Israel saiu do Egito, / e a casa de Jac de um povo brbaroParalelismo antittico (ideia da primeira linha apresentada na segunda, pela evocao da ideia contrria, oposta)Salmo 30.5: Pois a tua ira dura s um momento/ Mas no seu favor est a vida / o choro pode dura uma noite / mas a alegria vem pela manh

A LITERATURA POTICA COMPOSTA DE POEMAS MUSICAIS

Um poema musical tem a inteno de apelar s emoes mais do que escritos narrativos, ou uma seo da Lei.Os Salmos so poemas musicais. No se esquea, os Salmos no so um sistema de doutrinas. Mesmo abordando questes de forma musical e potica no se pode interpretar racionalmente tomando de forma literal os termos usadosSalmo 18.6-8. Davi entoa esse cntico ao Senhor pela vitria sobre seus inimigos e utiliza termos da poesia para relatar como se deu a interveno divina

O VOCABULRIO DA LITERATURA POTICA EM GRANDE PARTE METAFRICO

Devemos atentar para as metforas e buscar sua verdadeira intenoSalmo 114.4 os montes saltam como carneiros mostram uma forma de louvar ao Senhor pelos milagres que ocorreram no xodo

Deus: pastor/ fortaleza/ escudo / rocha/. Deve-se buscar sua compreenso e o seu significado necessrio no forar as metforas, nem entend-las literalmenteUma incapacidade de apreciar a linguagem simblica e de traduzir as noes mais abstratas da literatura potica pode levar a pessoa a aplicar erroneamente essas figuras de linguagem

3.2 INTERPRETANDO OS TEXTOS PROFTICOS

Os livros profticos compem a maioria entre as categorias existentes na Bblia. So quatro Profetas Maiores e doze Profetas Menores. Tratam-se dos textos mais difceis de serem interpretados ou lidos com entendimento. A causa disso diz respeito falta de clareza quanto sua funo e forma

AS PROFECIAS NO ERAM SOMENTE PREDIES DE UM FUTURO DISTANTE

Na maioria dos dicionrios, profecia significa prenncio ou predio daquilo que est por vir. Assim, muitos leem textos profticos atentando sempre para o fim dos tempos, como se a predio de eventos muitos distantes dos seus prprios dias fosse a principal preocupao dos ProfetasOs profetas eram pessoas que acompanhavam diariamente a realidade do povo. Suas mensagens eram de: exortaes, denncias contra o sistema corrupto instaurado, consolo ao povo sofrido, anunciavam o futuro (usualmente, o futuro imediato de Israel, Jud e naes circunvizinhas)Os tempos que para eles ainda eram futuros, para ns so passadosMateriais de apoio nos ajudam a interpretao no contextoDimenso maior, contexto em que o Profeta viveu; Dimenso especfica, contexto de uma nica profecia

O CONTEXTO GERAL DAS PROFECIAS

Os dezesseis livros profticos do AT provm de um perodo relativamente pequeno em relao a todo panorama histrico de Israel (760 460 a.C)Concentra-se um registro proftico de trs sculos entre Ams e Malaquias. Foi um perodo dado ao povo para que observasse a Aliana. Essa era uma tarefa do ProfetaContexto: transtornos polticos/ militares / econmicos e sociais sem precedentes / infidelidade e desrespeito fora do comum para o a aliana mosaica / mudana das populaes e das fronteiras nacionais760 a.C. Israel era uma nao dividida entre Reino do Norte e Reino do Sul

Reino do Sul: centro religioso = Jerusalm / capital: JerusalmReino do Norte: centro religioso = Betel / capital: Samaria. O pecado crescia desenfreadamente. Destrudo pelos assrios como predisse Ams e OsiasO Sul foi advertido por Isaas, Jeremias, Joel, Miquias, Naum, Habacuque e Sofonias. No se arrependeu, por isso foi destrudo pelos babilniosProfetas do ps-exlio: Ezequiel, Daniel, Ageu, Zacarias e Malaquias

VEJAMOS O MAPA DA PALESTINA

O CONTEXTO ESPECFICO DAS PROFECIAS

Deus usou os profetas num determinado lugar, tempo e circunstancias especficasUm conhecimento da data, do pblico e da situao contribui substancialmente para a capacidade do leitor compreender o texto profticoEX: Osias 5.8-10. data 734 a.C. e o pblico so os judeus do Norte. A mensagem era dirigida a certas cidades no caminho da capital de Jud, Jerusalm, para o centro do falso culto israelita, Betel. A situao de guerra. Jud se aliou Assria e contra-atacou o Norte, por este com a Sria ter invadido Jud.

Osias anuncia o castigo tanto para cidades do Norte como para do Sul (v.8). A destruio ser certa (v.9). Deus castigar por esse ato de guerra e idolatriaConhecer esses fatos da profecia de Osias 5.8-10 ajudou a compreender o texto. Nem sempre esta tarefa fcilNem todos os textos profticos nos levaro ao tempo em que eles foram proferidosEm Ageu e nos primeiros captulos de Zacarias, cada profecia tem sua data. necessrio o intrprete ter o auxlio de um Manual Bblico

AS FORMAS LITERRIAS DA MENSAGEM PROFTICA

A Bblia composta de vrios estilos literrios. Os Profetas tinham um modo peculiar de transmitir suas mensagens. Eles se utilizaram de termos usuais da sua poca a fim de tornar claro o orculo de Deus ao povo

Termos jurdicos: Deus = um juiz num processo jurdico contra o ru, Israel (Isaas 3.13-26). Veja o cenrio de um processo jurdicoO tribunal convocado e o processo instaurado (vv. 13-14). A acusao: (vv. 15-16). Pelas provas, o ru culpado, sai o veredicto da condenao.Essa alegoria um modo dramtico de comunicar a Israel o seu pecado e o castigo como consequnciaAi: palavra que os israelitas exclamavam quando enfrentavam a desgraa ou a morte, ou quando lamentavam num enterro. Nenhum israelita deixaria de perceber a relevncia do emprego daquela palavra (Habacuque)Promessas: onde houver profecias acerca do futuro, se ver mudanas radicais, e haver a meno de bnos. O futuro: era comum o termo naquele dia. Mudanas radicais: enfatizavam a restaurao do trono de Davi. Bnos: o retorno do Exlio, incluindo a vida, sade, prosperidade, abundncia agrcola, respeito e segurana (Joel)

IV INTERPRETANDO OS EVANGELHOS

Todo intrprete deve atentar para alguns detalhes: primeiro, os escritores escreveram acerca do ministrio de Jesus vivendo em um contexto judaico, no entanto, fortemente influenciado pelos gregos e romanos. Segundo, mesmo escrevendo sobre basicamente o mesmo assunto, percebe-se algumas diferenas de detalhes que no passam despercebidos ao leitorPropsito: narrar os fatos acerca de Jesus com o objetivo de mostrar ser ele o Messias prometido de Deus, o Cristo (Ungido)Tinham um pblico em mente que deveria ser alcanado com seus escritos.O intrprete tem a rdua tarefa de captar o mximo possvel da inteno dos autores, bem como o entendimento dos leitores das primeiras cpias dos seus escritos

4.1 AS CARATERSTICAS DOS EVANGELHOS

Os escritores tiveram caractersticas particulares que podem claramente ser percebidas nos termos utilizados e no destinatrio dos seus escritosMateus: vida e ministrio de Jesus mostram ser ele o Messias, o Cristo, herdeiro do trono de Davi. (Mt 1.1). Ele usa o termo reino de Deus, reino dos cus para enfatizar a realeza do Messias. Para atingir seus leitores ele cita frequentemente instituies judaicasMarcos: o primeiro a ser escrito. Cristo o Servo a fim de encorajar os irmos romanos em meio as perseguies. (Mc 8.34). Uso de termos que indicam ao, uso prprio do militarismo romanoLucas: autor no-judeu. Grego erudito. Cristo o Homem Perfeito. Alvo eram os gregos. Lucas d detalhes minuciosos dos ltimos dias de Cristo, de sua morte e ressurreio que os demais no deram, por ser mdico e especialista em observar traos

Joo: Cristo o Filho de Deus. o mais teolgico de todos os Evangelhos. A inteno primordial de Joo enfatizar a Divindade de Cristo. As primeiras palavras destacam o papel do Unignito de Deus na criao do mundo e na execuo do plano redentor.o uso do termo Eu Sou nas afirmaes de Cristo; relato de vrios milagres, so provas suficientes de que Jesus era, de fato, o Deus Encarnado.Propsito joanino: Joo 20.30-31

4.2 FIGURAS DE LINGUAGEM NOS EVANGELHOS

Nos Evangelhos, por diversas vezes os escritores transcreveram as palavras de Cristo. Frequentemente, Jesus ensinava por parbolas, mas ele utilizou diversas formas de ensino.

Ex: Mateus 5.29-30O propsito de Jesus era de ensinar seus seguidores a tirar das suas vidas aquilo que os induzia ao pecadoEstejamos atentos para as figuras de linguagens e no vamos interpret-las literalmente. Esteja munido de um dicionrio bblico, etc.

4.3 ESTUDANDO PARALELAMENTE OS EVANGELHOS

Nenhum evangelista pretendeu que seu Evangelho fosse lido paralelamente com os demais de suma importncia vermos os textos dos Evangelhos de forma horizontal. Pois a existncia de quatro livros que narram o mesmo assunto, significa que no devem ser lidos totalmente isoladosOs textos paralelos nos fornecem uma percepo dos aspectos que distinguem cada Evangelho, caractersticas similares e fontes de consulta dos autores

Apresentam auto grau de semelhana verbal Mateus, Marcos e LucasJesus falava em aramaico, e a escrita foi em grego, sendo livre a ordem das palavras nas compilaesConcordncia: Mateus com marcos 59% / Mateus com Lucas 44% / Lucas com Marcos 40%Marcos escreveu primeiro seu Evangelho. Tornou-se fonte de pesquisa para Lucas e Mateus. Usaram outras fontes acerca da vida de JesusAs histrias em comum raramente so apresentadas na mesma ordem nos dois Evangelhos. Talvez nenhum deles teve acesso aos escritos do outro.Observemos alguns detalhes semelhantes na tabela do prximo tpico:

Mateus 24.15-16Marcos 13.14Lucas 21.20-21Quando, pois, virdesQuando, pois, virdesQuando, porm, virdes Jerusalm sitiada de exrcitos, sabei que est prximo a suaO abominvel da desolao de que falou o profeta DanielO abominvel da desolaoDevastaoNo lugar santoSituado onde no se deve estar(quem l, entenda),(quem l, entenda),Ento, os que estiverem na Judia fujam para os montesEnto, os que estiverem na Judia fujam para os montesEnto, os que estiverem na Judia fujam para os montes;

Tais palavras acima foram pronunciadas no Sermo Proftico, exatamente na mesma sequncia em todos os trs Evangelhos. Marcos queria uma reflexo de seus leitores a cerca do que Jesus queria dizer o abominvel da desolao situado onde no deve estar. Mateus, pelo Espirito Santo, tornou as palavras mais explcitas: o abominvel da desolao de que falou o profeta Daniel, e onde no de seve estar era no lugar santo. Lucas, tendo leitores gentios, relatou da seguinte maneira: Quando, porm, virdes Jerusalm sitiada de exrcitos, sabei que est prxima a sua devastao.

4.4 AS NARRATIVAS NOS EVANGELHOS

Alguns eruditos destacam o aspecto histrico dos Evangelhos. Na verdade, as narrativas tendem a funcionar de vrias maneiras no entendimento dos evangelistas.As histrias dos milagres: o alvo no so as lies de moral, ou para servir de precedentes; funcionam como ilustraes vitais do poder de Cristo instaurado no Reino.Mesmo ilustrando a f, o medo ou fracasso de modo indireto, essa no a sua funo primria.A histria de Mc 10.35-45, est inserida num contexto de ensino em que a prpria histria serve como ilustrao daquilo que est sendo ensinado. Isto no significa que todo seguidor deve vender todas as suas posses. A lio outra, difcil se desprender dos bens materiais quando estes so muitos na posse de um ser humanoVeja o contexto dos perdidos e achados de Lucas 15

V A HERMENUTICA DAS EPSTOLAS

A carta era um meio de comunicao usual nos primeiros sculos. Geralmente composta de seis partes: o nome do escritor, o destinatrio, a saudao, orao um desejo ou aes de graas, o corpo e a saudao final.A Igreja Crist utilizou esse recurso para circular orientaes da parte dos apstolos.

Nota: tipo de literatura muito comum no imprio romano. A carta mais curta em seu contedo e tem um carter pessoal. A epstola consiste de variedade de temas, abordados de maneira sistemtica, na forma de uma circular dirigida a vrias comunidades. A Epstola aos Glatas, por exemplo, dirigida s igrejas da Galcia. Entretanto, a prtica de algumas igrejas de usarem coletivamente cartas menores dirigidas a indivduos (a carta de Paulo a Filemom, lida e conservada pela igreja de Colossos) fez desaparecer essa distino entre carta e epstola, principalmente em virtude da autoridade crescente do apstolo Paulo sobre essas comunidades.

5.1 AS EPSTOLAS COMO RESPOSTAS AOS DESAFIOS DA IGREJA PRIMITIVA

A mensagem epistolar foi dirigida par atender a um problema especfico que a igreja primitiva enfrentavaForam uma resposta doutrinria e apologtica aos desafios de f dos primeiros cristosForam escritas tanto no contexto do autor quanto dos receptores originais. Documentos ocasionaisAs Epstolas respondem o que perguntas ocultas indagavam ou necessitavam ser corrigidas

5.2 O CONTEXTO HISTRICO DAS EPSTOLAS

Cabe ao intrprete buscar informaes adicionais quanto a igreja destinatria da carta, a cidade, os desafios e o momento histrico.Necessidade de dicionrio bblico, manual bblico e comentriosTodas foram escritas no Primeiro Sculo. Domnio do Imprio RomanoHaviam muitas cidades altamente idlatras (feso e Corinto) fluxo intenso de pessoas. As religies pags usava da explorao comercialQuanto mais a igreja crescia, mais desafiador tornava-se o ensino da verdadeGrupos de judaizantes e gnsticos da poca, foram o motivo da maioria das epstolas destinadas s igrejas

5.3 MTODOS DE ESTUDOS DAS EPSTOLAS

Ler a carta inteira, buscando uma viso panormicaFazer anotaes com referncias dos pontos principais da cartaExemplo da Exegese:O que pode ser percebido acerca do destinatrio, de quem se trata, seus problemas, suas atitudes, etc.As atitudes do escritorQuaisquer informaes mencionadas quanto ocasio especfica da cartaAs divises lgicas da cartaI Corntios:Os crentes de Corinto so principalmente gentios, embora haja tambm judeus (6.9-11); gostam muito do conhecimento (1.18-2.5); so sectaristas, orgulhosos e arrogantes (4.18) at ao ponto de julgar Paulo (4.1-5). Eles tm grandes problemas internos,A atitude de Paulo diante da igreja de Corinto foi de repreenso (4.8-21), apelo (16.10-11) e exortao (16.12-14)

5.4 A QUESTO DA RELATIVIDADE CULTURAL NAS EPSTOLAS

Os termos utilizados (culturais ou de orientaes especficas) podem ter um carter exclusivo ao contexto vivido pelo escritor e seu destinatrio originalUse o bom senso ao distinguir as situaesEpstolas: documentos ocasionais do Sc. I, condicionados pela linguagem e cultura desse perodo, que falavam para as situaes vivenciadas naquela pocaH situaes especficas e restritas e com invlidas aplicaes pessoais para os nossos diasA doutrina teolgica universal: todos pecamos e pela graa somos salvos. Isto , ainda vlido para nossos dias e o futuroComo as respostas aos problemas do sc. I falam aos cristos do sc. XXI? Busque o significado original do texto para os primeiros ouvintes. Analise o princpio espiritual que o cerne do que se escreveu.

Cuidados: quanto relativizao cultural dos ensinos sagrados.Ex1: o mago central da Bblia: o pecado levou queda toda a humanidade, pela graa de Deus, o Unignito encarnou-se e consumou a obra redentora por intermdio da sua expiao e ressurreio.Ex2: o que inerentemente moral e tem testemunho de toda a Escritura. Pecados: idolatria, embriaguez, homossexualismo, furto, avareza, etc. so sempre errados em quaisquer cultura.O que no inerentemente moral: o sculo santo, mulheres usando vu quando oram ou profetizam, celibato, ensino por mulheres dentro da igreja. Todavia, torna-se assim, quando o seu uso ou abuso em determinados contextos envolve desobedincia e falta de amor

UNIDADE IIISEGUINDO REGRAS NA INTERPRETAO BBLICAI A RESPONSABILIDADE DO INTRPRETE DAS ESCRITURAS

O intrprete deve ser cnscio de que ele est lidando com o Livro que determina o destino dos seres humanosDisciplina espiritual: devemos colocar em prtica o que lemos e aprendemosEsprito humilde, trato com a Palavra em reverncia e respeito, reconhecendo Seu Autor. Buscar o mximo esforo no estudo diligente de interpretar corretamente a revelao de Deus

1.1 O AUXLIO DO ESPRITO SANTO AO INTRPRETE DAS ESCRITURAS

a mente carnal tende inimizade contra Deus (Rm 8.7)A ao do Esprito Santo sobre a mente do intrprete das Escrituras o fator mais importante a ser consideradoO homem necessita da iluminao espiritual para compreender a inteno de Deus expressa na sua Palavra (I Co 2.14)Compreender no significa entender com o intelecto, e sim por experinciaA experincia fruto da regenerao pelo Esprito SantoApatia e arrogncia so obstculos para o entendimento espiritual2 Pedro 1.21. O Esprito Santo o autor das verdades eternasJoo 16.13. O Esprito Santo quem nos guia em toda a VerdadeO Esprito Santo conduz o cristo atravs do estudo sistemtico da Bblia verdade de Deus, no por vislumbre intuitivo e repentino sobre o sentido do texto (outra revelao oculta)

1.2 CUIDADOS NECESSRIOS QUANTO INTERPRETAO BBLICA

O homem inclinado ao erro, torna-se resistente quilo que correto. Torna-se incapaz de julgar o que certo e erradoInterpretao correta das Escrituras: ferramenta para a pregao e para a apologiaCuidado de no aceitar tudo o que se l e se ouve ingenuamente sem avaliar o contedo e a fonte. Devemos ouvir, analisar e avaliarH pessoas de mentes cauterizadas j pelos falsos ensinosA verdade ensinada pode desconstruir paradigmas estabelecidos erroneamente ao longo do tempo. A Bblia o critrio de nosso julgamento entre certo e erradoQuem estuda a Palavra deve estar ciente do confrontamento de seus posicionamentos ideolgicos a fim de aprender a real verdade do texto

1.3 O INTRPRETE E A LEITURA DIRIA DAS ESCRITURAS

A leitura bblica casual e superficial pelo intrprete no o far absorver as instrues e profundas lies contidas na PalavraPerseverana e pacincia se requer para extrair as riquezas espirituais contidas nas Escrituras Sagradas (At 17.11)Leia toda a Bblia a fim de obter dela um maior entendimentoO NT mais fcil interpret-lo do que outros livros do AT, assim como os Evangelhos em relao as Cartas Paulinas (que trazem ensinos doutrinrios mais complexos)No se pode ensinar o que no se estuda e no se sabe compreender corretamenteO devocional torna-se imprescindvel. Isto , leitura diria permanente por parte de quem ensina.

1.4 O INTRPRETE E A EXPOSIO DAS SAGRADAS ESCRITURAS

Deve ser prudente no sentido de restringir sua interpretao e aplicao ao que o texto realmente fala. Sem esse cuidado, pode-se provocar srias distores doutrinrias, e por conseguinte, pessoas aprendendo erros como verdades incontestveisA Bblia simples e de fcil compreenso, necessitando apenas de explicaes mais detalhadas em textos vagos ou polmicosCabe ao intrprete alicerar seus ouvintes sobre os slidos princpios das Escrituras (Neemias 8, exemplo de Esdras)Estudos e pregaes: esteja atento na escolha dos tpicos e trechos bblicos. Partir de pontos de fcil entendimentoTextos profticos so polmicos e oferecem vrias dificuldades para uma clara interpretaoOs ensinos bblicos devocionais so compreensveis (Jo 3.36). O texto deixa claro a revelao de Deus por intermdio de Jesus Cristo

II FATORES DETERMINANTES SOBRE A INTERPRETAO BBLICA

O exerccio de interpretar a Bblia corretamente deve ser submetido a regras necessrias que facilitam o caminho do leitor.

2.1 CUIDADO QUANTO AO USO DAS APLICAES

A interpretao comea com a compreenso do sentido real do texto, o que ele de fato quer dizerEm seguida, tendo o texto em mos, perguntar como essa passagem bblica foi aplicada aos primeiros leitores? (aplicao primria)Como esse texto se aplica minha vida? (aplicao secundria)Existe um sentido proftico e escatolgico nesse texto? (aplicao proftica)

APLICAO PRIMRIA

o significado histrico dos textos sagrados e se restringe ao momento da histria em que o escritor escreveu o textoEx: A Tanach foi escrita para o povo judeu. Contm todo o cdigo de instrues para a vida civil, moral, social e religiosa da nao judiaA expresso fala aos filhos de Israel encontrada em mais de 20 vezes somente em Levtico (instrues divinas para Moiss falar ao povo no seu modus vivendi)O VT se refere a nao israelita: atividades, desafios histricos, limitaes geogrficas e religiosidadeO NT: a pessoa de Jesus o centro, instruindo as multides, anunciando a chegada do Reino de Deus aos judeus e a todos que aceitassem sua mensagemOs Apstolos deram continuidade a esses ensinamentosAs Cartas s igrejas da sia e Apocalipse revelam as possveis caractersticas de cada cidade mencionada em sua realidade histrica

APLICAO SECUNDRIA

O contedo das Escrituras Sagradas abrange todas as pocas (Salmos 119.89; Is. 40.8)Esta aplicao alude a todos os perodos da histria desde quando as Escrituras foram escritasPecados de rebelio dos hebreus, idolatria, atos imorais humanos abominveis para Deus como depravao, homicdios, guerras, promiscuidade so fortemente combatidos no AT e no NTEm nosso tempos tais prticas continuam sendo pecado e abominveisOs princpios sagrados devem ser aplicados nossa realidadeGnesis j revelava explicitamente o carter santo de DeusEm xodo o povo chamado para viver em santidade. Isso no se limita a um perodo da histriaLegalismo como obras necessrias salvao foram combatidas por Paulo em Glatas. Ainda hoje h pessoas e igrejas que creem assimTodo ensino moral, social e espiritual da Bblia tem aplicao hodierna

APLICAO PROFTICA

Aplicao primria = sentido histrico do textoAplicao secundria = significado do texto para a vida atualAplicao proftica = se refere realidade futuraPoder haver as trs aplicaes em um s texto bblico, em certas situaesH passagens do AT que indicam o seu cumprimento no NT. Porm vo alm dos escritos neotestamentriosEx: a promessa de Joel do derramar do Esprito Santo se cumpriu em At 2.1-18. Profecia dada 8 sculos antes do Pentecostes. Ainda hoje cumpre-se essa promessa ao longo da histriaMateus 24 abrange a trs aplicaes. O sermo proftico apontava para a destruio de Jerusalm no ano 70, o Arrebatamento da Igreja e ainda relata o fim e a Parousia aps a Grande Tribulao

2.2 A REGRA FUNDAMENTAL DA HERMENUTICA E SUA APLICAO

A principal regra simples e prtica, no entanto, fundamental para a correta interpretao da Palavra de Deus: A Bblia sua prpria intrprete

OS PERIGOS DA FALTA DE USO DA REGRA FUNDAMENTAL

A falta de conhecimento ou integridade por parte dos falsos mestres ao ensinarem a Palavra fora do sentido geral da prpria Palavra, induzem muitos ouvintes ao erro.No se pode dar explicaes pessoais aos textos sagrados, haja vista que, tem que se observar que a prpria Palavra fornece guias para a sua reta interpretao. Quando isso no acontece criam-se falsas seitas e diversas religies com falsos ensinos: Mormonismo, S Jesus Testemunhas de Jeov, Cincia Crist, Espiritismo, Universalismo, etc

OS BENEFCIOS DO USO DA REGRA FUNDAMENTAL

Quem compreende que a Bblia se explica por si mesma ter mais possibilidade de descobrir qual o verdadeiro significado dos textos sagradosNenhuma doutrina bblica construda sobre um s versculo apenas. Deve-se considerar outros textos que falem do mesmo tema antes de tomar uma posio doutrinriaO desejo de Deus que ns conheamos e entendamos sua Palavra, seus desgnios e planos. O desejo do Esprito Santo nos guiar na verdade e nos conduzir ao verdadeiro entendimento da Palavra de Deus um dever apresentar os ensinos da Bblia na sua integridade e verdade, no torcendo ou ajustando ao pensamento pessoal

III A PRIMEIRA E A SEGUNDA REGRA FORMAL DA HERMENUTICA E SUA APLICAO

A hermenutica propes cinco regras simples e prticas para a correta interpretao da Bblia Sagrada.

3.1 A PRIMEIRA REGRA FORMAL E SUA APLICAO

Enquanto for possvel, devemos tomar as palavras e trechos bblicos no seu sentido comum e popular.Leva em considerao que a maioria dos escritores da Bblia escreveu para pessoas simples que tinham atividades comuns diariamenteSentido comum e popular sentido literalExpresses idiomticas que interpretadas literalmente perdem o seu sentido original

EMPREGANDO A PRIMEIRA REGRA EM ALGUMAS REFERNCIAS BBLICAS

Gn. 6.12: Porque toda carne havia corrompido o seu caminho.... Qual o significado desse texto? Aqui, tomado do sentido comum e repetido vrias vezes na Bblia, entendemos carne como pessoas, seres humanos / caminho como comportamento, maneira de viver, veja agora em Isaas 53.6; Rm 3.12Ez 3.1: Deus ordena ao profeta comer o rolo de um livro, e o profeta afirma que comeu. No v.10 explicado o termo quando o profeta deveria receber em seu corao todas as palavras do SenhorNota-se que as palavras so consideradas ao mesmo tempo um modo de falar popularmente e tambm um hebrasmo, ou seja, uma expresso idiomtica comum aos israelitas

CUIDADO QUANTO AO USO DA PRIMEIRA REGRA

Uma observao necessria o termo formal sempre que possvel. Nem sempre as palavras podero ser tomadas no seu sentido comum e popularA palavra comer em Ezequiel 3, uma expresso idiomtica, mas em Lc 24.43, a palavra comer sem dvida, nesse texto literal. Em Nm 16.32, a expresso a terra abriu a sua boca e devorou... trata-se de um texto figurado, com significado simblicoI Co 15.31: Paulo declara dia aps dia eu morro. Tal expresso no pode ser literal. uma expresso em linguagem figurada: eu no vivo mais para o mundo e seus prazeres. Somente vivo pela f em Cristo. Compare Rm 7.8-13; Gl 2.19,20Embora a primeira regra elucide alguns textos, ela no pode ser utilizada aleatoriamente

3.2 A SEGUNDA REGRA FORMAL E SUA APLICAO

Sempre se deve tomar as palavras bblicas no sentido indicado pelo conjunto da fraseH palavras nas Escrituras cuja definio variam de acordo com o conjunto da frase (texto no contexto / sentido e significado)

EMPREGANDO A SEGUNDA REGRA EM ALGUMAS REFERNCIAS BBLICAS

Entendemos a palavra salvao imediatamente Obra Redentora no Calvrio, que nos trouxe perdo dos pecados. Todavia, essa mesma palavra no grego tem vrios significados: libertao, livramento, preservao, tirado do perigo, escape de castigo, liberdade temporal, a revelao do Evangelho, etc.Vejamos o termo em outras passagens bblicas: At 7.25 (ARA): salvao = liberdade temporal / Rm 13.11: salvao = vinda de Cristo

As Escrituras articulam trs aspectos da salvao: a pessoa perdoada dos seus pecados e regenerada pelo Esprito Santo no ato da converso (Tt3.5-6; I Jo 1.9); o pecador salvo do castigo eternoSegundo aspecto: acontece aps a converso e a transformao de vida. O salvo torna-se livre do poder do pecado, atravs do domnio do Esprito Santo sobre ele (Rm 6.14). Mesmo se vier a pecar, sua atitude buscar o perdo imediato e o restabelecimento da comunho com CristoTerceiro aspecto: escatolgico. Aponta para o futuro da igreja, quando definitivamente seremos salvos da presena do pecado. Algo que se dar no momento do Arrebatamento (Rm 13.11; I Co 15.51-54)

CUIDADO QUANTO AO USO DA SEGUNDA REGRA FORMAL

O intrprete atento deve observar criteriosamente palavras-chaves no texto. Essas palavras do sentido ao pensamento geral do escritor. Destaque as nfases: palavras repetitivas num espao curto e indicam a inteno de quem escreve

Uma vez encontrados os termos enfticos no texto, devemos atentar para o conjunto da frase e perceber o verdadeiro sentido das palavras-chavesgraa, palavra frequentemente enfatizada no NT. Tem vrios sentidos.Ef 2.8: Porque pela graa sois salvos, por meio da f; e isto no vem de vs, dom de Deus. O termo grifado, pelo conjunto da frase, significa pelo favor imerecido de Deus somos salvos. (I Jo 1.16)Ester 2.9: graa significa privilgios; Colossenses 3.15: graa significa agradecimento. (Mt 11.25); Atos 4.33: graa significa fraternidade de amor; Atos 13.43: graa significa os ensinos do Evangelho; Romanos 5.20: graa significa perdodebaixo da lei e debaixo da graa: estar debaixo da lei era estar sob domnio da lei veterotestamentria, cdigo de leis que deveriam ser observados, e estar debaixo da graa estar sob o domnio de Cristo e se apropriar do seu sacrifcio como meio suficiente para a salvao. (ambos se referem a dois perodos distintos)

IV A TERCEIRA E A QUARTA REGRA FORMAL DA HERMENUTICA E SUA APLICAO

4.1 A TERCEIRA REGRA FORMAL E SUA APLICAO

Sempre se deve consultar o contexto, isto , os versculos ou captulos que procedem e seguem o trecho em questo necessrio consultar os versculos ou at mesmo os captulos que antecedem e precedem o texto-chaveRegra do bom senso

EMPREGANDO A TERCEIRA REGRA EM ALGUMAS PASSAGENS BBLICAS

Mt 13.3-8: Parbola do Semeador. A linguagem clara e parece permitir vrias interpretaes. Os vv. 18 a 23 explicam a mesma

Em verdade vos digo que alguns dos que aqui se encontram, de maneira nenhuma provaro a morte at que vejam o Filho do Homem no seu reino. (Mt 16.28; Mc 9.1; Lc 9.27) O que Jesus queria dizer com tais palavras? Sabemos que todos os discpulos morreramA explicao est nos versculos seguintes (Mt 17.1,2; Mc 9.2; Lc 9.28). Trs apstolos viram o Jesus Glorificado conversando com Moiss e Elias na transfigurao diante deles. O contexto esclarece e explica a declarao de CristoA que mistrio de Cristo Paulo estava se referindo em Efsios 3.4? No versculo anterior ele declara: foi me dado a conhecer o mistrio. O contexto esclarece, mais adiante nos versculos 5 e 6 (Rm 16.25,26)H muitas passagens alegricas que contm sua prpria explicao no contexto. Joo 6.31-35: ensino sobre o po, acerca do man, alimento dos filhos de Israel no deserto. Porque abordara esse assunto? Porque a multido havia participado do milagre da multiplicao dos pes e peixes. Jesus aproveitou para ensinar sobre o verdadeiro po que desceu do cu

CUIDADO QUANTO AO USO DA TERCEIRA REGRA FORMAL

Existem alguns cuidados (detalhes) necessrios a se observar nessa regraPrimeiro: algumas passagens bblicas contm parnteses que do uma explicao ao assunto. s vezes, colocados em textos longos e que nem sempre so perceptveis em toda a Bblia. Efsios 3, o parntese vai do v.2 at o ltimo vv, somente retorna ao assunto no incio do cap. 4. outros ex: Ef 2.14-18; Rm 2.13-16Segundo: refere-se a um cap. ou vv que comea com uma conjuno, como mas, porque, porm, pois, assim, sendo que, portanto, entretanto, por esta razo, a fim de, de sorte que, visto que, etc. ou indica que a prxima declarao depende de alguma forma do assunto anterior. Deve-se consultar a passagem bblica que a precede e a antecede para a devida interpretaoTerceiro: certos cap. Da Bblia esto unidos sem necessariamente iniciarem um novo assunto ao comeo de outro cap. Rm 7 e 8; I Co 12 e 13; Hb 11 e 12.1-3; Mt 9.38 10.1; Gn. 1 e 2.1-3

4.2 A QUARTA REGRA FORMAL E SUA APLICAO

Sempre levar em considerao o desgnio ou objetivo de livros ou passagens bblicas que apresentam expresses ou ensinamentos obscuros de difcil entendimentoQuando uma declarao, ou ensino na Bblia Sagrada, apresenta certa dificuldade na compreenso, podemos encontrar sua interpretao considerando o objetivo geral e a finalidade daquele livro ou texto: o autor, poca e contexto histrico, destinatrio (quem escreveu? Em que poca escreveu? Sob quais circunstncias? Para quem escreveu?)

EMPREGANDO A QUARTA REGRA EM ALGUMAS PASSAGENS BBLICAS

Uma das dificuldades dessa regra descobrir o desgnio e propsito de um livro da BbliaAlgumas passagens indicam o propsito do livro: II Tm 3.16,17; Jo 20.31; I Co 10.1-11 e I Jo 2.12-14O intrprete deve atentar para o estudo minucioso de um livro sagrado visando discernir o propsito deste e para compreender e explicar passagens obscuras na sua interpretaoA questo de Joo 8. A mulher pega em adultrio. Os acusadores queriam a aplicao da Tanach, todavia, o vers. 6 revela o verdadeiro motivo obscuro dos fariseus. Jesus utilizou o episdio para revelar a hipocrisia religiosa e a pecaminosidade dos acusadoresA questo de Lucas 10.25-37. A parbola do Samaritano. O objetivo da parbola era revelar a resposta da indagao: quem o meu prximo?

UTILIZANDO A QUARTA REGRA PARA ENTENDER OS ESCRITOS DE PAULO E TIAGO

Parece haver certa contradio entre Romanos, Glatas e Tiago (dirigida aos judeus cristos da dispora). Importante: Tiago redigiu a carta primeiro que Paulo e sob circunstncias totalmente diferenteEpstola aos Romanos: Paulo nunca visitou Roma. As informaes dessa igreja eram oriundas de notcias. Era uma igreja de gentios e judeus, da haver certa polmica doutrinria (observncia da Lei do Sinai) entre os cristos. Paulo exps o assunto tanto pela tica judaica como pela tica gentlica. A salvao no pela guarda da Lei, mas pela Obra expiatria de CristoIgreja da Galcia: Paulo ensinou-os enfatizando a liberdade crist. Os judaizantes foram o problema. Ao saber sobre os desvios doutrinrios, Paulo redigiu sua epstola para adverti-los dos perigos dos falsos ensinosRomanos e Glatas: a f que justifica o cristo e no as obras.Tiago: cristos foram alm da sua liberdade em Cristo, esqueceram de produzir boas obras, no pela Lei Mosaica, mas pelo fato de serem seguidor de Cristo e de seus ensinos. Nossas boas obras justificam nossa f perante a sociedade

V A QUINTA REGRA FORMAL E SUA APLICAO

Sempre se deve consultar passagens paralelasUma doutrina bblica, para ser estabelecida, deve ser apoiada pela repetio segura em outros textos das Sagradas EscriturasSeu valor e necessidade: disciplina o hermeneuta a comparar textos e o ajuda a esclarecer passagens obscurasEsta regra se divide em trs partes: paralelas de palavras, paralelas de ideias e paralelas de ensinos gerais

5.1 PARALELAS DE PALAVRAS

Certas palavras e frases apresentaro nas Escrituras Sagradas certa dificuldade de compreenso. Suas interpretaes estaro na prpria Bblia, atravs de outros textos que contm declarao ou palavras semelhantes

EMPREGANDO PARALELAS DE PALAVRAS EM ALGUNS TEXTOS

Mateus 7.7: Pedi, e dar-se-vos-... uns entendem que num estalar de dedos tudo que algum pedir alcanar. Seria um cheque em branco da parte de Deus para qualquer pessoa. Mas em Marcos 11.24, Jesus ensina que se tem que pedir com f e necessita haver duas condies bsicas: a pessoa estar em Jesus e a Sua Palavra estar na pessoaA conjuno se revela uma condio exigida por Deus para que algum possa reivindicar alguma promessa. Tg 4.3 diz que poderemos pedir e no receber. Que motivos nos impulsionam a pedir? Egosmo?I Joo 5.14: a vontade de Deus que prevalecerGlatas 3.37: porque todos quantos fostes batizados em Cristo j vos revestistes de Cristo. Rm 13.12; devemos nos revestir das armas da luz; Col 3.8-10,12-14, devemos nos despojar do velho homem e suas concupiscncias para revestir-nos do novo homem em Cristo Jesus. I Pe 3.3, ser revestido de Cristo o ser humano ter as virtudes espirituais e qualidades morais de Cristo dominando sua vida

CUIDADOS QUANTO AO USO DE PARALELAS DE PALAVRAS

Esta regra auxilia o intrprete a compreender diversos textos que necessitam de esclarecimentos. A concordncia bblica indispensvelAnalise os termos e perceba se tm o mesmo sentido em passagens diferentes. Por motivo de traduo, alguns vocbulos, no tm mesmo significado quando utilizados em outros textos. Ser preciso dispor da terceira regraArrepender: NT. 34 vezes como verbo = arrepender / 23 vezes como substantivo = arrependimento. Em sua maioria quer dizer uma mudana de mente e comportamento do pecador para com Deus. No AT aparece 35 vezes, significando uma mudana no trato de Deus para com os homens; segundo Seu justo julgamento (I Sm 15.11,35; Jn 3.9,10). O termo, s vezes, revelar o Deus que no se desviar do Seu propsito (I Sm 15.29; Sl 110.4; Jr 4.28). Apenas em cinco ocasies no AT refere-se ao arrependimento humano

5.2 PARALELAS DE IDEIAS

Havendo dificuldade a compreenso de um texto bblico deve-se consultar outros textos que abordem o mesmo assuntoAlgumas terminologias sero metafricas: a corrida crist, o jugo de Cristo, armadura espiritual, etc

EMPREGANDO PARALELAS DE IDEIAS EM ALGUNS TEXTOS BBLICOS

Hebreus 13.8: Jesus Cristo o mesmo, ontem, hoje e eternamente. Isto se refere imutabilidade de Cristo. Sob que circunstncias ele no muda? Aqui no se trata de circunstncias humanas, mas que Jesus continua o mesmo em essncia e nesse aspecto jamais houve mudana. Cristo Deus, a Segunda Pessoa da Triunidade com todos os atributos divinos

Mateus 16.18: alguns entendem que sobre Pedro que Cristo est edificando a sua Igreja. Todavia, outras passagens paralelas que tratam do mesmo assunto mostram claramente que sobre o prprio Cristo que a sua Igreja est edificada. Em I Co 3.11: s h um fundamento, que Cristo. I Pe 2.7: Cristo a pedra de esquina

CUIDADOS QUANTO AO USO DE PASSAGENS PARALELAS DE IDEIAS

Para certificar-se de que as passagens paralelas das mesmas ideias tratam de um assunto comum, deve-se utilizar a terceira regra e consultar o contexto.O sbado foi uma obrigatoriedade da lei mosaica. No NT Jesus provou que os lderes judaicos tinham distorcido o sentido do sbado, por isso tentavam mat-lo (Jo 5.17,18). Paulo esclarece que pela Nova Aliana o sbado no mais uma questo obrigatria (Col 2.16)

5.3 - PARALELAS DE ENSINOS GERAIS

Em determinadas passagens bblicas, uma interpretao clara das Escrituras exigir consultar o ensino geral de toda a Bblia sobre o assuntoTodas as doutrinas fundamentais das Escrituras so claramente ensinadas nas Escrituras: a existncia de Deus, a Divindade de Cristo, a Trindade, a Salvao, o Pecado, a existncia de Anjos, Demnios, cu, etcSurgem as heresias a partir da incompreenso desses ensinos, ou por conta da linguagem bblica ou por inteno consciente de distorcer a verdadeO equvoco de Joo 1.1 e Colossenses 1.15, das Testemunhas de Jeov que asseveram que cristo era apenas uma criatura de Deusa Divindade de Cristo e afirmada por todos os escritores do NT, assim como, as narrativas do ministrio terreno de Jesus

UNIDADE IVA LINGUAGEM BBLICA E AS FIGURAS DE RETRICAI - IMPORTANTES OBSERVAES SOBRE A LINGUAGEM BBLICA

Na interpretao das Escrituras, o cuidado devido com a linguagem bblica nunca pode ser ignorado. no nos permitido, em hiptese alguma, modificar, alterar ou tirar a fora e impacto dos termos bblicos. Temos de buscar o sentido exato da terminologia bblica e evitar inserir pensamentos pessoais

1.1 - O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS

Em sua maioria, as palavras que sobrevivem por longe tempo numa lngua adquirem muitas denotaes e conotaes. Fora os seus significados literais, muitas vezes as palavras tm uma variedade de denotaes vulgares. isto , o uso comum nas conversaes do cotidianoEx: O muro est acabado = o muro est concludo, completo.Ex: Jos est acabado = Jos est envelhecido, esgotado e abatidoDenotaes vulgares e ou tcnicas: h uma onda de coqueluche na cidade = empregado com termo mdico. a coqueluche da cidade andar de calas jeans desbotada = linguagem vulgarO vocbulo verde: significa literalmente uma cor. Mas metaforicamente ou conotativamente, poder significar uma fruta ainda imadura; uma pessoa imatura e inexperiente. Sentido literal = sentido neutro / sentido metafrico = sentido pejorativo

1.2 CONHECENDO OS SENTIDOS DAS PALAVRAS NA BBLIA SAGRADA

Literal: (ao p da letra), figurativo (simblico), popular (comum/usual)As regras 2 e 3 diro qual sentido uma palavra ou termo sero classificados ou aplicadosEx: Mt 27.40 e Mt 16.24: Cruz: uso literal como um suplcio aos criminosos condenados e tambm como uso figurativo da crucificao do nosso eu, da nossa vontade e d renncia de ns mesmos em detrimento da primazia de Jesus em nossas vidas (Lc 14.27). Em Fp 3.18 a ...cruz de Cristo refere-se aos seguidores de Jesus. Os falsos seguidores de Cristo, so de fato, inimigos de Jesus e da sua igrejaCompare e classifique as palavras das colunas baseando-se nas ref.ComerEz 3.2,3Lc 24.43Nm 16.32TemploJo 2.19I Co 6.19II Co 5.1TrevasEf 5.8Mt 27.45Lc 1.79DormirI Ts 4.15Mt 8.24Sl 44.23

muito importante saber se o vocbulo est no sentido literal ou figurativoPor no haver entendimento adequado em algumas declaraes de Jesus acerca da instituio da Ceia, ao partir o po isto o meu corpo, gerou fonte de diviso na ReformaA linguagem figurativa da Bblia se deriva especialmente dos aspectos fsicos da Terra Santa, das instituies religiosas de Israel, da histria do povo hebreu e da sua vida cotidiana e de vrios povos que ocupam lugar de destaque na BbliaEx: Salmo 51.7: Purifica-me com hissopo, e ficarei puro. Revela aqui um mtodo de purificao cerimonial entre os judeus

1.3 A INTERPRETAO DE EXPRESSES HEBRAICAS

Em grande parte as Escrituras foram elaboradas no ambiente cultural dos hebreus. V-se pela linguagem e o modo de expressar alguns pensamentos. Alguns termos sero especficos como os hebrasmos

TEXTOS BBLICOS COM EXPRESSES HEBRAICAS

Figuras de linguagens nunca se emprega no sentido literal em se tratando de hebrasmo, mas no figurativo ou comum ao povo hebreuEx: Lc 14.26: aborrecer aos pais, parece contradizer o sentido literal bblico (Mt 15.4; Mc 7.10). Como hebrasmo, a expresso aborrecer indica o contraste do sentimento que a pessoa deve nutrir pelos seus parentes e o sentimento por Jesus. O hebrasmo explicado: Mt 10.37Ex: Mt 26.8: os discpulos se indignaram pela perda do unguento. Por Joo sabemos que foi um deles, Judas, que sem dvida expressou o pensamento dos demaisUso frequente do nome dos pais para designar seus descendentes. Salmos 14.7. A meno do nome Jac representativa, este j havia morrido. O salmista queria dizer a nao de IsraelPessoas sendo chamadas por mais de um nome. O contexto identificar a que pessoa o escritor se refere (Natanael e Bartolomeu, so a mesma pessoa; Tom e Ddimo; Levi e Mateus; Simo/Cefas/Pedro)

OS NOMES DE LUGARES NO MODO DE EXPRESSO DOS HEBREUS

Quando o leitor estuda a Geografia Bblica, nota que vrias localidades so mencionados nas Escrituras com mais de um nome Atravs do hebrasmo, o povo hebreu tem preservado sua cultura, que inclui expresses idiomticas que continuam em uso nos tempos atuaisSinai = Horebe (nomes do mesmo monte)Etipia. No passado foi Abissnia; para os hebreus era o pas de CuxeMar da Galilia = Mar de Tiberades, Lago de Genesar (Mc 1.16; Jo 6.1, Lc 5.1). Outrora chamado de Mar de Quinerete (Nm 34.11)Mar Morto = Mar da Plancie, Mar Salgado, e s vezes, Mar do LesteMar Mediterrneo = Mar dos Filisteus, Mar Grande (Ez 47.15; 48.28; Dn 7.2). Em Dt 11.24 o Mar OcidentalNao de Israel: Terra Santa, Terra de Israel, Cana, Palestina, Terra da PromessaJerusalm = Jebus, Salm, Sio, Ariel, Santa Cidade, Cidade do Grande Rei, Cidade de Davi

1.4 A INTERPRETAO DE EXPRESSES GREGAS

A Bblia contm tambm expresses comuns aos gregos. Essas duas culturas destacam-se e justificam-se pela grande influncia que exerceram no AT e NTA diferena de linguagem em parte pelos escritores e pelos intrpretes. A Antiga Aliana: lida e interpretada por judeus. A Nova Aliana: alcance imediato dos gentios. Da ser utilizvel termos prprios do pensamento helnico, para tornar o Evangelho compreensvel a todas as pessoas da pocaCol 2.14: uma analogia entendida pelos leitores originais. Um fato comum aos gregos gentios: Quando uma pessoa contraa uma dvida no mercado ou centro comercial na poca, ao pagar, o credor no somente riscava o documento da dvida com tinta vermelha, como tambm enviava o documento riscado para ser cravado na porta da pessoa que pagou. Essa era uma indicao de sua honestidadeJesus cancelou a dvida que era contra ns, riscou-a e cravou-a na sua cruz, pagando, desse modo, pelos nossos pecados. Restituiu nossa dignidade e hoje somos justificados diante de Deus.

II OS SMBOLOS E AS TIPOLOGIAS NA BBLIA SAGRADA

Os escritores bblicos influenciados pelo modo de expresso da sua poca utilizaram diversas formas de comunicar as verdades eternas de Deus. Duas formas: Simbolismo bblico: representaes figurativas de eventos, pessoas ou objetos. Tipologia: instituies, eventos, pessoas, cerimnias ou eventos que representam uma realidade futura designada por Deus.

2.1 O USO DOS SMBOLOS NA BBLIA SAGRADA

As passagens bblicas que utilizam smbolos mostram claramente que no podem ter uma aplicao literal, e sim somente figurativa. Essa distino fundamental para uma interpretao correta da BbliaObjetos, eventos, nomes e pases que so simblicos numa passagem bblica nem sempre so simblicos em outras. Em Daniel 1.1 a Babilnia aqui literal; mas a Babilnia de Apocalipse 17.5 simblica (apostasia, blasfmia e imoralidade de um sistema corrompido pelo pecado)

Deve-se aceitar como smbolo somente elementos que mostram claramente a impossibilidade de ser reais ou literais

2.2 NOMES SIMBLICOS NA BBLIA

Alguns nomes bblicos so associados a caractersticas e comportamentos daquela pessoa ou lugar. Ex: traio a Judas. dvida a Tom. Tais associaes no so bblicas nem simblicas em se tratando da hermenuticaNomes simblicos na Bblia geralmente se do por meio de caractersticas ou atribuies da pessoa, lugar ou objeto. Ex: Egito, pas do Norte da frica (Gn. 41.46); a Bblia o cita como smbolo de idolatria e de um mundo mpio (Os 9.3)A Bblia e seus smbolos: Lmpada, Espelho, Lavatrio, Po, Leite, Carne, Mel, Fogo, Martelo, Espada, Semente, Luz (Sl 119.105; Tg 1.23; Ef 5.26; Is 55.10; Hb 5.12; I Co 3.2; Ez 3.3; Jr 23.29; Ef 6.17; Lc 8.11; Sl 119.130

Considere os seguintes nomes e sua classificao em diferentes textos bblicos:

SIMBLICOLITERAL OU COMUMAbelha reis da Assria (Is 7.18)Abelha (Jz 14.8)rvore um reinado (Jz 9.8)rvore (Gn. 1.12; Sl 1.3)Arca Cristo (1 Pe 3.20-22)Arca (Gn. 6.14)Balana o peso que Deus usa (Dn 5.27)Balana (Lv 19.35)Bosque governo idlatra (Ez 20.46,47)Bosque (1 Sm 22.5)Brao fora e poder (Sl 10.15)Brao (Mc 9.36)Cadeia a escravido da condenao eterna (2 Pe 2.4)Cadeia (At 16.26)Clice beber a ira de Deus (Is 51.17)Clice (1 Co 11.25)Ces vigias, pastores negligentes (Is 56.10,11)Ces (Lc 16.21)O Cedro o reinado da Assria (Ez 31.3)Cedro (Sl 104.16)O Leopardo inimigo cruel e terrvel Leopardo (Jr 13.23)

2.3 A TIPOLOGIA BBLICA

Tipologia o estudo ou cincia dos tiposTipo: trata de uma relao preordenada que certa pessoas, eventos e instituies tm com outras pessoas, eventos e instituies correspondentes, que ocorrem numa poca posterior na histria da salvao.Tipos so elementos reais que apontam uma realidade futura chamada anttipo. O anttipo sempre ser superior ao tipoA tipologia baseia-se na suposio de que h um padro na obra de Deus atravs da histria da salvao. Deus prefigurou sua obra redentora no AT e cumpriu-a no NTA Epstola aos Hebreus: nos mostra a revelao progressiva e o significado espiritual das instituies do Velho Testamento que apontavam para a Nova AlianaTipo = realidade do Antigo TestamentoAnttipo = cumprimento dessa realidade no Novo Testamento

CUIDADOS NECESSRIOS QUANTO AO USO DOS TIPOS NA BBLIA

Primeiro: o anttipo mais forte, superior que o tipo. O tipo apenas a sombra de uma realidade encontrada no anttipo, portanto, imperfeito e inferior.Segundo: o tipo sempre algo terrestre, enquanto que seu anttipo pode ser terrestre ou celeste (Hb 9.24)Terceiro: o tipo proftico, pois sempre anuncia algo futuro (Rm 5.14)Os tipos se assemelham aos smbolos e podem at ser considerados uma espcie particular de smbolo. H duas diferenas entre tipo e smbolo: os smbolos representam algo sem a necessidade de serem semelhantes ao aspecto, j os tipos se assemelham com uma ou mais formas, s coisas que prefiguram. A outra diferena que os tipos apontam para o futuro, ao passo que os smbolos podem no faz-loTipologia diferente de alegorismoTipologia = busca de vnculos entre os eventos histricosAlegorismo = busca de significados secundrios e ocultos que sublinham o significado primrio e bvio da narrativa bblica

No h muitos tipos na Bblia como alguns podem imaginarTrs caractersticas fundamentais dos tipos: primeiro, deve haver um ponto evidente de semelhana e analogia entre o tipo e o seu anttipo.Segundo, deve haver evidncia de que a coisa tipificada representa o tipo que Deus indicouTerceiro, o tipo deve prefigurar alguma coisa futuraOs tipos no so bases para as doutrinas fundamentais da f crist

ALGUNS EXEMPLOS DE TIPOS A BBLIA

Grande parte da tipologia bblica encontra-se no Antigo Testamento: o tabernculo, o sacerdcio, os sacrifcios, so temas explicados no NT em HebreusEm Joo podemos encontrar vrios tipos de Cristo: cordeiro de Deus (1.29); Templo (2.19-21); serpente de bronze levantada no deserto (3.14); a gua da vida (4.14); o man descido do cu (6.35); a rocha da gua da vida (7.37,38); o pastor de ovelhas (10.11); o gro de trigo (12.24)

Alguns tipos e seus significados

PESSOASEnoque tipo dos santos que sero arrebatados por CristoEliezer tipo do Esprito Santo que conduz a noiva de Cristo ao encontro do noivoFara - tipo do inimigo do povo de Deus que escraviza e causa sofrimentoRute tipo do crente que deixa tudo para seguir a CristoEVENTOSO levantamento da serpente no deserto - tipifica Jesus sendo levantado na cruz para a cura das naesO sacrifcio de Abrao tipifica Deus oferecendo seu Filho UnignitoA noite de pscoa significa que os crentes so guardados na morte pelo sangue de CristoPASESEgito tipifica o mundo de escravido e falso refgioBabilnia tipifica o poder do mal, da apostasia, do orgulho, da corrupo que busca dominar o mundoANIMAISCordeiro tipo de CristoOvelha tipo de crente que segue o Bom Pastor, Jesus CristoRaposa tipo de pessoa astuta

III O USO DE PROVRBIOS E PARBOLAS NA BBLIA

Provrbios so mais frequentes no Antigo TestamentoParbolas so mais frequentes no Novo Testamento

3.1 OS PROVRBIOS E SUA APLICAO NA BBLIA SAGRADA

Provrbios so expresses concisas acerca da vida no geral. Um dos maiores problemas da religio a falta de relao prtica da crena com a vida diria. Os provrbios demonstram a verdadeira religio em termos prticos possvel a separao da vida religiosa das aes do dia a dia

OS PROVRBIOS NO ANTIGO TESTAMENTO

Esto redigidos em sua maior parte em forma potica, consistentes em dois paralelismos, na maioria sinonmicos, antitticos ou sintticos

Provrbios: variedades de provrbios, enigmas e ditos obscurosFoco de Provrbios: aspecto moral da TorFocos especficos: sabedoria, moralidade, castidade, controle da lngua, associaes interpessoais, indolncia e justiaSeu propsito: Pv 1.2-6Existe essa relao intrnseca dos provrbios com o entendimento e um modo de vida correto. Baseia-se no compromisso tico-moral de atentar aos valores eternos de Deus, reconhecendo sua soberana VontadeOs provrbios se tornam assim meios intensamente prticos, significativos, e que inspiram m andar ntimo com Deus

OS PROVRBIOS NO NOVO TESTAMENTO

Jesus e tambm os Apstolos utilizaram ditos comuns sua poca para refutar ideias e ensinar princpios do Evangelho. O uso de provrbios tinha o intuito de tornar clara a mensagem que os escritores intencionavam transmitir

Ex: Mdico, cura-te a ti mesmo (Lc 4.23), esse deve ter sido um dito comum em Nazar. Referia-se a mdicos atacados de enfermidades fsicas, os quais tratavam de cur-las a outros. A incredulidade dos nazarenos empregou esse provrbio contra Jesus, mas o Mestre antecipadamente responde s indagaes destes com outro provrbio; Nenhum profeta bem recebido em sua prpria terra.Ex: O co voltou ao seu prprio vmito e a porca lavada volto a revolver-se no lamaal (II Pe 2.22). O Apstolo referia-se aos mestres apstatas e reincidentes, que estavam prejudicando a f dos membros da igreja

CUIDADOS QUANTO INTERPRETAO DOS PROVRBIOS

Os provrbios no devem ser estendidos para alm do seu sentido especfico, intencionado pelos escritor. A falta de cuidado com a forma de ser objetiva e direta dos provrbios, inevitavelmente leva o intrprete a aplic-los inadequadamente

Provrbios 31.14: o rei Lemuel comparou a mulher como um navio mercante. No se refere a aspectos fsicos, mas semelhana do navio mercante, a mulher vai a vrios lugares em busca de alimento para as necessidades da famliaOs provrbios servem para transmitir um nico pensamento ou comparao que o autor tinha em mente (Virkler,1998, loc.cit.)Muitos provrbios bblicos esto baseados em fatos e costumes que se perderam ao longo do tempoOs provrbios podem ser divididos em classes ou categorias: smiles, metforas, parbolas ou alegorias

AS PARBOLAS E SUA APLICAO NA BBLIA SAGRADA

Parbola significa colocar ao lado de. uma relao paralela que possibilita uma comparao. um mtodo figurativo de linguagem, cuja verdade moral ou espiritual ilustrada por analogia com experincia comum

As parbolas = comparao, smile ampliadaSmile = no necessariamente uma parbolaParbolas se limitam ao que real e no vai alm dos limites da possibilidade ou daquilo que pode acontecerAs parbolas no trazem consigo, de forma explcita, sua interpretao na narrao; j a alegoria, geralmente, contm em si mesma a interpretao

A FINALIDADE DAS PARBOLAS

O vocbulo aparece quase 50 vezes nos Evangelhos em conexo com o ministrio de Jesus, ferramenta esta utilizada para transmitir verdades espirituais.Os propsitos de Cristo nas parbolas: revelar os mistrios do reino de Deus a seus discpulos e ocult-los daqueles que no percebiam a realidade do mundo espiritualAs parbolas trazem consigo uma impresso duradoura, mais efetiva que o discurso comum. Ex: ilustraes adotadas por pregadores

Revelao de verdades = as parbolas das Escrituras servem para confrontar pessoas nos seus erros.Ex: Davi e Nat (II Sm 12.1-7) o rei Davi compreendeu os princpios morais intrnsecos na parbola; percebeu seu grave erro quando a aplicao ligava-se ao seu prprio comportamento

MTODOS DE INTERPRETAR UMA PARBOLA

Alguns cristos podem achar certa facilidade na interpretao das parbolas. Os textos de parbolas tm sofrido diversas interpretaes errneas na igrejaNo confunda parbolas com alegorias. A alegoria contm em cada elemento um significado diferente prprio da histria; a parbola intenciona apenas uma lio especficaA parbola tem um propsito lgico e claro. necessrio saber a ocasio em que a parbola foi proferidaMateus 20: parbola dos trabalhadores na vinha Cap. 19.27, a sua ocasio

O propsito da parbola se insere em sua introduo e na sua concluso (Lc 18.1; 12.21). A terceira regra formal da hermenutica poder auxiliar em desvendar o propsito de uma parbolaA interpretao de Lucas 10.30-36, segundo Agostinho um dos Pais da Igreja

Certo homem descia para JericAdoJerusalmA cidade celestial da paz, da qual Ado caiuJericA mortalidade de AdoSalteadoresO diabo e os seus anjosRoubaram-lheA saber: a sua imortalidadeCausaram-lhe sofrimentoAo persuadi-lo a pecarDeixando-o semimortoComo homem, vive, mas morreu espiritualmenteO sacerdote e o levitaO sacerdcio veterotestamentrioO samaritanoO prprio CristoAtou-lhe os ferimentosRestringir o constrangimento ao pecadoleoO consolo da boa esperanaVinhoExortao para trabalhar com um esprito fervorosoAnimalA carne da encarnao de CristoHospedariaA igrejaDia seguinteDepois da ressurreio

Sabemos que no era isso exatamente que Cristo queria dizer. A parbola serviu para responder indagao: Quem o meu prximo?No se deve atribuir significaes especiais a todos os pormenores das parbolas, como se cada detalhe descrito contivesse uma verdade oculta. Sem a devida discriminao poder surgir interpretaes fantasiosas e arbitrrias

IV AS FIGURAS DE RETRICA NA LIGUAGEM BBLICA

Dentre as diversas formas de comunicar a Revelao de Deus, os escritores utilizaram as figuras de retrica. Trata-se de figuras de linguagem que do expresso, intensidade, beleza ou significados s palavras

4.1 - METFORA

Indica alguma semelhana entre dois objetos,