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ROTEIRO DE CURSO 2010.1 Parte II PRÁTICA JURÍDICA IV Autora: Cláudia Ribeiro Pereira Nunes

Prática jurídica iv-vol_2 (1)

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ROTEIRO DE CURSO2010.1

Parte II

PRÁTICA JURÍDICA IVAutora: Cláudia Ribeiro Pereira Nunes

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SumárioPRÁTICA JURÍDICA IV

Programa Prática Jurídica IV vol II ................................................................................................ 3Plano de Aulas – PJ IV 2010.1 – Direito Empresarial: ......................................................... 3

Dicário e exemplos da sua aplicação ............................................................................................... 4Direito Empresarial ...........................................................................................................41. Ação Monitória ................................................................................................................ 42. Sustação de Protesto com Pedido Liminar ........................................................................... 83. Ação de Responsabilidade Civil de Administrador ou

Conselheiro Fiscal ....................................................................................................... 174. Ação de Responsabilidade Civil de Acionista Controlador .................................................. 225. Ação de Dissolução Parcial de Sociedade Fundada

em Retirada de Sócio ................................................................................................... 236. Requerimentos de Falências .............................................................................................. 317. Ação Revocatória ............................................................................................................. 428. Ação de Restituição ......................................................................................................... 44

Anexos: ........................................................................................................................................ 48A) Ação de Busca e Apreensão com Pedido Liminar ............................................................... 48

Repositório de Peças em Falência e Recuperação .......................................................................... 49

Apostila dos informativos do STJ em Direito Empresarial .......................................................... 129Informativo do STJ 415 .................................................................................................... 129Informativo do STJ 414 .................................................................................................... 131Informativo do STJ 413 .................................................................................................... 134Informativo do STJ 412 .................................................................................................... 138Informativo do STJ 411 .................................................................................................... 140Informativo do STJ 409 .................................................................................................... 143Informativo do STJ 408 .................................................................................................... 148Informativo do STJ 407 .................................................................................................... 149

Provas da OAB – 1ª fase ............................................................................................................. 15140º Exame de Ordem ........................................................................................................ 15139º Exame de Ordem ........................................................................................................ 15238º Exame de Ordem ........................................................................................................ 15437º Exame de Ordem ........................................................................................................ 15636º Exame de Ordem ........................................................................................................ 15735º Exame de Ordem ........................................................................................................ 15934º Exame de Ordem ........................................................................................................ 16033º Exame de Ordem ........................................................................................................ 163

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FGV DIREITO RIO 3

PROGRAMA PRÁTICA JURÍDICA IV VOL II

PLANO DE AULAS – PJ IV 2010.1 – DIREITO EMPRESARIAL:

• 30/04/2010 Apresentação do curso e explicação da metodologia de aula. Demonstração do material a ser utilizado. Estabelecer o conte-údo programático e a forma de avaliação. Analisar as regras impostas pela CESPE.  Procedimentos Especiais–Ação Monitória

• 07/05/2010  Medidas Cautelares–Sustação de Protesto• 14/05/2010 Entrega de Peça Simulada e Ação de Responsabilidade

dos Administradores• 21/05/2010 Ação de Dissolução Parcial de Sociedade• 28/05/2010 Entrega de Peça Simulada e Requerimentos de Falências

(Impontualidade, Execução Frustrada e Insolvência)• 04/06/2010 FERIADO• 11/06/2010 Ação Renovatória e Ação de Restituição• 18/06/2010 P2–Prova• 25/06/2010 P2 – Vista de Prova

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DICÁRIO E EXEMPLOS DA SUA APLICAÇÃO

DIREITO EMPRESARIAL

1. AÇÃO MONITÓRIA

LEGISLAÇÃO • CÓDIGO PROCESSO CIVIL

ARTIGOS • 1102-A ; 1102-B e 1102-C

VARA • Cível do domicílio do devedor

LEGITIMIDADE AD CAUSAM ATIVA

• Credor de título não exigível

LEGITIMIDADE AD CAUSAM PASSIVA

• Devedor

PRELIMINAR • NÃO HÁ

DISTR. POR DEPEND • NÃO HÁ.

FUNDAMENTAÇÃO

• Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utilizando os artigos 1102-A ao 1102-C, do CPC.

• Explicar qual é a prova escrita que apesar de não possuir a efi cácia de título executivo, permite a iden-tifi cação de um crédito, gozando de valor probante, sendo merecedor de fé, quanto à sua autenticidade e efi cácia probatória.

• Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto e justifi car o pedido (Súmulas do STJ)

PEDIDO

• a intimação do réu para realizar o pagamento, no endereço supra mencionado, expedindo-se o com-petente mandado, para no prazo de 15 dias, efetuar o pagamento no valor de R$, acrescido de correção monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou oferecer embargos;

• o julgamento procedente do pedido visando o paga-mento ou entrega da coisa, e no caso de não ofereci-mento dos embargos ou de sua rejeição, constituir-se título executivo judicial e prosseguir-se a execução, na forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, do CPC;

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência, nos termos do art. 1102c, do CPC, ou seja, só em caso de apresentação de Embargos à Monitória.

VALOR DA CAUSA • valor da planilha contábil

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QUESTÃO 1: (agosto de 2005)

A instituição fi nanceira Banco Empresta Fácil S/A, sediada no Rio de Ja-neiro, detém importante crédito em face de Cia. Decorações Bizarras, tam-bém no Rio, originado de contrato ilíquido de abertura de crédito em conta-corrente, no valor de cem mil reais. De posse do instrumento de contrato, acompanhado do demonstrativo do débito, o diretor da referida instituição lhe procura e solicita que seja feita a ação judicial cabível, para garantir o mais célere recebimento da dívida.

Prepare a peça pertinente assinando Napoleão da Silva, OAB/RJ 00.000.

Resposta e comentários:

Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:

a) Quem é o cliente (autor)?b) Quem é o réu(s)?c) O que aconteceu no problema?d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)

do cliente?

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PRÁTICA JURÍDICA IV

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Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da __º Vara Cível da Comarca Capital:

(espaço aproximado de 10 linhas)

Instituição fi nanceira Banco Empresta Fácil S/A, sediada no Rio de Janeiro (qualifi cado nos termos do art. 282 do CPC), representado nos termos do documento societário (qualifi cado nos termos do art. 282 do CPC), vem à presença de V. Exa., por seu advogado infra-assinado, com escritório estabe-lecido no endereço __________ propor

AÇÃO MONITÓRIA

com base nos artigos 1102ª, 1102b, 1102c todos do CPC E DOS ENUN-CIADOS DAS SÚMULA 233C/C247 DO STJ, em face da Cia. Decora-ções Bizarras, também no Rio (qualifi cada nos termos do art. 282 de CPC), representada nesta ato na forma da lei (qualifi cado nos termos do art. 282 do CPC), pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:

DOS FATOS:

A AUTORA sediada no Rio de Janeiro, detém importante crédito em face RÉU, também no Rio, originado de contrato ilíquido de abertura de crédito em conta-corrente, no valor de cem mil reais.

De posse do instrumento de contrato, acompanhado do demonstrativo do débito, o diretor da referida instituição fi nanceira, ora AUTORA, não obten-do acordo com o RÉU é obrigada a propor esta medida judicial cabível, para garantir o mais célere recebimento da dívida.

DOS FUNDAMENTOS:

A ação monitória compete a quem pretender, com base em prova escrita sem efi cácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, o que é o caso sub judice.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 7

Nos termo das Súmulas 233 c/c 247do STJ, o instrumento de contrato, acompa-nhado do demonstrativo do débito de uma conta corrente representa prova escrita sem efi cácia de título executivo, o que permite a propositura da Ação Monitória.

Além de ser a peça processual cabível para defender os interesses do RÉU, o AUTOR está comprovado pelos documentos e planilha contábil, em anexo, que o Réu encontra-se em inadimplência, o que comprova que tem direito o Autor à devolução do bem descrito acima.

DO PEDIDO

Do exposto, requer a V. Exa o que se segue:

a) a intimação do Réu, por meio de mandato de pagamento, para vir, queren-do, pagar (valor estabelecido conforme planilha contábil) ou defender-se no prazo de 15 (quinze) dias, sob as penas de revelia;

b) o julgamento procedente do pedido para receber os valores devidos;

c) o pagamento dos honorários advocatícios e o reembolso das custas e taxa judiciária, se não houver o pagamento imediato, nos termos do art. 1102B;

Protesta por todas as provas admitidas em direito, em especial a documental, a testemunhal e a pericial.

Dá-se a causa o valor de R$ .. (valor da planilha contábil).

Local e data.

Termos em que

Pede e espera deferimento.

Napoleão da Silva, OAB/RJ 00.000.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

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2. SUSTAÇÃO DE PROTESTO COM PEDIDO LIMINAR

LEGISLAÇÃO • Lei nº 9492/97

ARTIGOS • art. 16 e 17

VARA • Cível ou Empresarial (dependendo da qualidade do tí-tulo), sempre no domicílio do devedor, onde se realizou o cumprimento da obrigação ou o protesto

REQUERENTE • Devedor de título protestado indevidamente

REQUERIDO • Quem protestou o título

PRELIMINAR • Não há obrigação legal

PEDIDO LIMINAR • Requerer a sustação do protesto justifi cando a presen-ça dos dois requisitos: fumus boni iuris e o periculum in mora.

FUNDAMENTAÇÃO

• Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utili-zando os artigos16 e 17, da Lei nº 9492/97.

• Explicar qual é a prova escrita que apesar de não possuir a efi cácia de título executivo, permite a iden-tifi cação de um crédito, gozando de valor probante, sendo merecedor de fé, quanto à sua autenticidade e efi cácia probatória.

• Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto e justifi car o pedido (Súmulas do STJ e jurisprudências)

PEDIDO

• a intimação do réu para realizar o pagamento, no endereço supra mencionado, expedindo-se o com-petente mandado, para no prazo de 15 dias, efetuar o pagamento no valor de R$, acrescido de correção monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou oferecer embargos;

• o julgamento procedente do pedido visando o paga-mento ou entrega da coisa, e no caso de não ofereci-mento dos embargos ou de sua rejeição, constituir-se título executivo judicial e prosseguir-se a execução, na forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, do CPC;

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência, nos termos do art. 1102c, do CPC, ou seja, só em caso de apresentação de Embargos à Monitória.

VALOR DA CAUSA • colocar apenas a existência de indicação de valor do título protestado conforme o que for estabelecido no problema

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PRÁTICA JURÍDICA IV

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Peça prático-profissional –CESPE 2006.2:

No ano de 2003, na cidade de Recife, iniciou-se a construção do “Praiano Business Center Apart Hotel”. A fi nalidade principal do respectivo empreende-dor, Praiano Business Center Apart Hotel Ltda., era construir um condomínio edilício situado à beira da praia de Boa Viagem, vender as unidades autônomas a terceiros e, a seguir, constituir, com estes, sociedade em conta de participação para a exploração de atividade hoteleira. O arranjo societário tinha a seguin-te conformação: i) a Praiano Business Center Apart Hotel Ltda. seria a sócia ostensiva, única responsável pela administração do negócio e pelas obrigações perante terceiros, e, por isso, receberia parte do lucro da conta em participação; ii) os proprietários das unidades autônomas seriam sócios-participantes, que permitiriam o uso dos correlatos bens imóveis pelo negócio, sem responsabili-dade perante terceiros, e concorreriam, também, no lucro. Alienadas todas as unidades e encerrada a construção do prédio, em fi nal de 2005, deu-se início às atividades do “Praiano Business Center Apart Hotel”. Entretanto, às vésperas de começar a exploração do negócio, a Praiano Business Center Apart Ho-tel Ltda. adquiriu, da Ximenes Móveis Funcionais S.A., vasto mobiliário para guarnecer os apartamentos. Todos os bens comprados foram entregues na data aprazada. Contudo, o Apart Hotel não pagou por eles. Após várias tratativas, a Ximenes percebeu que havia sido ludibriada e não viria a receber o valor acer-tado. Nesse contexto, descobriu que Lucas de Jesus, grande empresário local, era dono de três unidades do “Praiano” e, contra ele, emitiu uma duplicata, no valor de R$ 28.000,00, correspondentes ao mobiliário que ocupou seus apar-tamentos. Lucas se recusou a pagar o título, o qual foi apresentado a protesto. Desesperado, Lucas, que não deseja ter o seu nome vinculado à pecha de mau pagador, procurou um advogado, para que fosse ajuizada medida judicial obs-tativa do registro do protesto. Na qualidade de advogado procurado, diante dos fatos hipotéticos acima narrados e atento ao exíguo prazo que a lei estabelece na espécie, elabore a petição inicial para atender ao cliente.

Resposta e comentários:

Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:

a) Quem é o cliente (autor)?b) Quem é o réu(s)?c) O que aconteceu no problema?d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)

do cliente?

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Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ..... Vara Empresarial da Comarca de Reci-fe–PE.

Lucas de Jesus, grande empresário local...... , qualifi cação e endereço na for-ma do art. 282, inciso I do CPC, vem à presença de V. Exa., por seu advo-gado infra-assinado (proc., em anexo), com escritório no endereço ....... (art. 39, I, do CPC), com base no artigo 17 da Lei 9492/97, requerer:

SUSTAÇÃO DE PROTESTO COM PEDIDO LIMINAR

em face de Ximenes Móveis Funcionais S.A., sociedade anônima, represen-tado na forma da lei (documentos societários e ata de assembléia, em anexo), qualifi cação e endereço na forma do art. 282 inciso I, do CPC. 282, I CPC, pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:

DOS FATOS:

A requerente recebeu, no dia ...., notifi cação expedida pelo ....º Cartório de Protesto de Títulos de Recife, noticiando a existência de duplicata apontada para protesto, no valor correspondente a R$ 28.000,00, tendo como credor o Requerente (doc. , em anexo).

A ausência de pagamento do título implicará na realização do protesto, no dia de hoje, .... de .... de 2003.

O título de crédito apontado a protesto consiste em uma duplicata mercantil, que se originou de um ajuste entre o sócio ostensivo e administrador da so-ciedade em conta de participação, Praiano Business Center Apart Hotel Ltda. que adquiriu, da Requerida, vasto mobiliário para guarnecer os apartamentos do empreendimento.

Naquela ocasião, combinou-se o preço que seria pago pelo Praiano no dia .... de .... de 2003, mediante a apresentação de nota de entrega das mercadorias (cópia da nota fi scal no valor integral, em anexo).

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Nesse contexto, a Requerida ilegalmente emitiu contra o Requerente, que não é parte da relação jurídica, uma duplicata, no valor de R$ 28.000,00 (cópia da duplicata, em anexo) correspondentes ao mobiliário que ocupou três unidades que são de propriedade do Requerente (RGI, em anexo).

O Requerente se recusou a pagar o título, o qual foi apresentado a protesto. O Requerente não deseja ter o seu nome vinculado à pecha de mau pagador e tem como única alternativa ajuizar a presente medida judicial obstativa do registro do protesto, já que está sendo ameaçado pela Requerida.

DOS FUNDAMENTOS:

A) Ilegitimidade da cobrança ao Autor e a responsabilidade pela administra-ção na Sociedade em Conta de Participação:

No caso sub judice, a construção do “Praiano Business Center Apart Hotel” – “Praiano”, em 2003, ocorreu na modalidade de sociedade em conta de par-ticipação para a exploração de atividade hoteleira.

O arranjo societário tem a seguinte conformação: o “Praiano” é o sócio os-tensivo e administradora da sociedade; e os proprietários das unidades au-tônomas, como é o caso do Requerente, que é dono de três unidades do “Praiano”, são os sócios-participantes.

A sociedade em conta de participação é aquela formada por dois tipos de sócios:

a) sócio ostensivo; e

O sócio ostensivo desenvolve a atividade da sociedade, em seu nome e sob sua exclusiva responsabilidade, cabendo aos sócios ocultos a participação nos resultados correspondentes, como prevê o art. 991 do Código Civil.

b) sócio participante.

O sócio participante não participa da administração da sociedade em conta de participação, conferindo-lhe a lei, porém, o direito de fi scalização, com a ressalva de que não poderá tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros

Os sócios participantes não mantêm qualquer relação jurídica com os credo-res, logo, respondem apenas regressivamente perante os sócios ocultos.

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Assim sendo:

Com essa conformidade social, garante-se privacidade aos investidores, pois seu contrato social não deverá ser averbado perante a Junta Comercial e a constituição de uma sociedade em conta de participação independe de maio-res formalidades e pode provar-se por todos os meios em direito admitidos, como esclarece o art. 992 do Código Civil.

Por este motivo, o Requerente traz aa colação documentação na qual com-prova que a administração da sociedade da qual fi gura na qualidade de sócio participante é realizada pelo “Praiano” (doc em anexo).

Conseqüentemente, nessa sociedade em conta de participação, o “Praiano” é o sócio ostensivo e é “quem se obriga para com terceiros pelo resultado das tran-sações e das obrigações sociais, realizadas ou empreendidas em decorrência da sociedade, mas nunca, o sócio participante, que não é conhecido de terceiros nem como eles trata ou se obriga em nome da sociedade” (RT 797/212).

Destarte, a responsabilidade civil pelos negócios jurídicos realizados pela socie-dade é exclusivamente do sócio ostensivo, por ser este o administrador da socie-dade. Por este motivo a Requerida deve ajuizar a competente ação em face do “Praiano” que é sócio ostensivo e que responde ilimitadamente pelas obrigações assumidas em nome próprio para o desenvolvimento do empreendimento.

Desta forma, requer que os efeitos do título objeto da presente medida caute-lar apresentado a protesto sejam suspensos de efi cácia por força da ilegitimi-dade da cobrança realizada ao Requerente.

B) Da expedição de Duplicata Simulada pela Requerida:

Ainda tem-se outro vício na relação jurídica, pois, a duplicata é espécie de título de crédito, distinguindo-se das demais por pertencer à categoria dos títulos causais, o que signifi ca dizer que não devem ser emitidos sem que haja efetivamente a transação que lhe deu origem.

No caso específi co, pode ser a nota fi scal de venda e a prova da regular entrega do objeto da transação, o que geralmente consta da própria nota fi scal, que como se observa nada tem haver com a cobrança realizada contra o Reque-rente, pois, o contrato da Requerida com a “Praiano” é de valor superior ao valor estabelecido na duplicata apresentada ao Requerente e tem objeto dis-tinto daquele que está sendo exigido na duplicata apresentada para protesto e que é objeto da presente medida proposta.

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A emissão de tal documento usa, evidentemente, de má-fé para cobrar inde-vidamente um empresário local que não contratou qualquer compra e venda de móveis com a Requerida.

Essa prática de emissão de duplicatas “frias” ou “simuladas” é fonte de dor de cabeça para o Requerente, que se vê ameaçado de ter o desgosto de ver o título em seu nome protestado indevidamente, com graves prejuízos para o seu fundo de comércio e sua vida empresarial.

E, com o advento da Lei nº 8.137/90, o artigo 172 do Código Penal passou a tipifi car como crime de duplicata simulada a seguinte conduta: “emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda a mercadoria ven-dida, em quantidade ou qualidade, ou a serviço prestado” e esta conduta foi praticada pela Requerida.

Assim sendo, requer que seja ofi ciado ao MP para que as medidas penais cabíveis sejam determinadas contra a Requerida por ter praticado um tipo penal e, com isso, justifi ca o requerimento para que os efeitos do título objeto da presente medida cautelar apresentado a protesto sejam suspensos de efi cá-cia por força da ilegitimidade da cobrança realizada ao Requerente.

C) Protesto indevido do título objeto dessa Medida Cautelar e o deferimento da Sustação do Protesto:

Assim, a gravidade do protesto indevido e da sua atuação executiva e de suas conseqüências práticas reclama, por si só, a preeminência da cognição sobre a existência do direito do credor, o que, de ordinário, se faz através do processo de conhecimento. Somente com a observância dessa prioridade é que se pode evitar o risco de se chegar a agressão patrimonial executiva sem controle da efetiva existência da relação que se há de fazer atuar, como se esclarece nas jurisprudências abaixo transcritas:

CAUTELAR INOMINADA. SUSTAÇÃO DE PROTESTO DE TÍTULOS. LIMINAR. DEFERIMENTO. A postulação para que o credor seja impedido de levar a protesto títulos referentes à dívida ilegal autoriza o deferimento da cau-telar de sustação de protesto, constitui ofensa ao exercício de direito do credor. Agravo de instrumento a que se dá seguimento, porque manifestamente proce-dente (art. 557, caput, do CPC). (Agravo de Instrumento Nº 70024584559, Décima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Voltaire de Lima Moraes, Julgado em 03/06/2008).

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AGRAVO DE INSTRUMENTO – Processual civil ação cautelar de sustação de protesto provado, documentalmente, que alguns títulos levados a aponte não tem lastro em documentos hábeis, a saber, notas fi scais e os correspondentes comprovantes de entrega de mercadorias ilegítimos impõe-se a manutenção par-cial da liminar concedida, autorizando o protesto das demais cártulas. Agravo provido em parte. (TJRS – AGI 70003570967 – 5ª C.Cív. – Relª Desª Ana Maria Nedel Scalzilli – J. 21.02.2002)

O título executivo, portanto, é fi gura complexa, que engloba em seu conteú-do elementos formais e substanciais, e cuja efi cácia precípua é a de constituir para o credor o direito subjetivo à execução forçada (direito de ação). Mas, para que o título tenha essa força não basta a sua denominação legal. É indis-pensável que, por seu conteúdo, se revele um título certo, líquido e exigível, como dispõe textualmente o artigo 586 do nosso Código de Processo Civil. Só assim terá o Cartório Alfa elementos prévios que lhe assegurem a abertura da atividade executiva, em situação de completa defi nição da existência e dos limites objetivos e subjetivos do direito a realizar.

No caso sob análise, a duplicata objeto da apresentação de protesto não é nem causal, logo como pode ser um título certo, líquido e exigível, como dispõe textualmente o artigo 586 do nosso Código de Processo Civil e dever ser determinada a sustação do protesto por ser este indevido na forma da lei de duplicatas (art. 1º e § 1º da Lei nº 5474/68)

DO PEDIDO LIMINAR

No dizer de Pedro Vieira Mota, in Sustação de Protesto Cambial, Ed. Saraiva, 1984, p. 125:

”A sustação como medida cautelar impõe em geral nas ações onde se discuta a validade ou a efi cácia obrigacional do título protestado ... Em suma, a sustação do protesto há de conceder-se como medida cautelar (preparatória ou inciden-tal) sempre que, sem essa cautela afi gure-se provável a inexequibilidade ou a inefi cácia prática da sentença de mérito da ação principal.”

Verifi ca-se, ainda, a presença de “fumus boni juris”, que na lição de Calaman-drei, está caracterizado:

”O fi m do processo cautelar é a antecipação dos efeitos da providência defi nitiva; antecipação que se faz para prevenir o dano que pode advir da demora natural da solução do litígio.”

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FGV DIREITO RIO 15

De outro lado, o “fumus boni juris” fi ca evidenciado, no entendimento de Ronaldo Cunha Campos, in Estudos de Direito Processual, Ed. 74, p. 128/133:

”... corresponder, não propriamente à probabilidade de existência do direito na-tural, pois qualquer exame a respeito só é a própria ação principal, mas a efetiva verifi cação de que, realmente, a parte dispõe do direito de ação, direito ao pro-cesso principal ser tutelado.”

Ainda, o “periculum in mora”, evidencia-se através do fato de que se o pro-testo for concretizado, acarretará dano de difícil e incerta reparação, vez que o Autor necessita, constantemente, de certidões negativas de protestos para efetuar contratos com seus fornecedores, nas compras a prazo, bem como para participar de concorrências públicas, o que tem feito com freqüência.

Sendo assim, ao Requerente restou apenas ingressar com esse pedido liminar, pois, está na iminência de ser gravemente lesado e não obter reparação a tempo pela atitude abusiva do Requerido em ameaçar realizar o protesto indevido.

Para comprovar que tem o direito ao presente pedido liminar, na forma do art. 804 do CPC, caracteriza o fumus boni iuris no fato do documento creditício não ter sido assinado pelas partes, pois, trata-se de duplicata simulada e o prei-culum in mora no fato do Requerente poder ser prejudicado nos seus negócios empresariais, particularmente, porque é empresário na região onde esta fraude está acontecendo e sua imagem de mercado pode fi car abalada para sempre.

Isto posto, provados os requisitos para o deferimento da liminar visando sustar ou obstar o referido protesto que está sendo apresentado no Cartório, requer-se que seja concedida, “inaudita altera pars”, LIMINARMENTE a sustação do protesto e, se for exigido, a concessão do prazo de 05 (cinco) dias para a pres-tação de caução, expedindo-se, para tanto, ofício ao .... Cartório de Protesto de Títulos desta cidade de ...., sustando-se, assim, o protesto dos títulos descritos, informando-se ao Sr. Ofi cial a concessão de liminar, inclusive através do telefo-ne ...., para que não leve a contento o protesto do título noticiado.

DA AÇÃO PRINCIPAL A SER PROPOSTA:

Por fi m, para atender ao contido no artigo 806 do Código de Processo Civil, informa o Autor que proporá, no prazo legal, ação visando a declarar a inexis-tência de vínculo jurídico e de ressarcimento de danos patrimoniais e morais.

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FGV DIREITO RIO 16

DO PEDIDO

Desta forma, requer à V. Exa. o que se segue:

a) o deferimento do pedido liminar por estarem presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora nos termos do art. 804;

b) a citação do réu para vir querendo defender-se da presente, no prazo de 3 dias, sob as penas da lei;

c) indicar que em cumprimento com o art. 806 do CPC, proporá oportuna-mente dentre os 30 dias após o deferimento da liminar, a Ação Anulatória de Título de Duplicata e Indenizatória;

d) o pagamento dos ônus sucumbênciais; e

e) a expedição de ofício ao Cartório visando sustar ou obstar o protesto da nota promissória, objeto da cobrança indevida.

Protesta por todos os tipos de provas admitidas em direito, em especial a documental.

Dá-se à causa o valor de R$ 28.000,00.

Termos em que

Pede e espera deferimento.

Local e data.

Nome e OAB do advogado

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 17

3. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE ADMINISTRADOR OU CONSELHEIRO FISCAL

LEI • Lei 6404/76

ARTIGO • Art. 159 ou 165 LSA

VARA • EMPRESARIAL

AUTOR • Sociedade, representada na forma do documento socie-tário

RÉU • Administradores: diretores, membros do Conselho de Administração ou do Conselho Fiscal

PRELIMINAR • Legitimidade do Autor

DISTR. POR DEPEND.

• NÃO HÁ.

FUNDAMENTAÇÃO

• Art. 153 ao 157 • Art 165, se houver membro do Conselho fi s-cal envolvido.

• Importante : possibilidade de propositura da ação por acionistas, mesmo se não houver a deliberação favorá-vel em assembléia geral – art. 159, § 4º .

• Se cabível, aplicar Súmula 227 do STF – dano moral pessoa jurídica.

DO PEDIDO

• a citação do(s) réu(s) para querendo defender-se na presente sob às penas da lei;

• o julgamento procedente do pedido visando a indeni-zação, em valores não inferiores a _______, pelo dano material e _______ pelo dano moral (se houver);

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência.

VALOR DA CAUSA • valor do prejuízo

QUESTÃO 1: (março de 2002)

Na Companhia de Navegação Fluvial da Amazônia, empresa privada, o Diretor Financeiro Josemar Almeida, em colusão com o Diretor-Presidente Pedro Paulo Lopes Mancuso, adquiriu, agindo como representante legal da empresa e sob a justifi cativa de que esta necessitava ampliar suas instalações, construindo estaleiros de reparo, cinco terrenos em região pantanosa com-ponente de área de preservação ambiental. A aquisição foi feita pelo preço certo e irreajustável de R$ 1.200.000,00, pago à vista. Um grupo de sócios da empresa, após desenvolver sindicâncias privadas, verifi cou que os terre-nos pertenciam à mãe de Josemar, e que haviam sido adquiridos por preço equivalente ao décuplo da avaliação feita por empresa especializada, avaliação essa que datava de antes da publicação do Decreto que havia transforma-

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do a área em zona de preservação ambiental. Notifi cados por esse grupo de sócios para prestar contas de seus atos, já que o orçamento de capital não contemplava investimento congênere no exercício social em curso, ambos os administradores ignoraram o questionamento. Nem sequer se justifi caram, porque entendiam que apenas necessitavam prestar contas à assembléia geral que os havia eleito. O grupo de sócios, à vista da omissão dos administra-dores em responder, houve por bem questioná-los sobre esse mesmo tema, durante a assembléia geral extraordinária convocada para o mês seguinte, e de cuja ordem do dia constava a destituição dos administradores e a possi-bilidade de propositura da ação ressarcitória competente e a apreciação da renúncia do Diretor de Controle, Edmar Florestan de Albuquerque. Duran-te a assembléia, esse mesmo grupo de sócios, que detém no Capital Social um percentual equivalente a 9%, expondo aos demais sócios a conduta dos dois administradores e insatisfeito com as frágeis explicações dadas, propôs a respectiva destituição, que contou com a concordância da maioria dos pre-sentes, tendo então sido eleitos três novos administradores para a empresa, e autorizadas as medidas judiciais necessárias ao ressarcimento à empresa, dos valores indevidamente utilizados pelos Diretores destituídos. Você foi procu-rado em seu escritório de advocacia pelo novo Diretor Presidente, no dia 10 de julho de 2002, exatamente dois meses após a deliberação assemblear, e foi contratado para adotar as medidas cabíveis. Elabore a petição inicial da ação, embasando-a na legislação societária em vigor e datando-a; não se esqueça dos demais aspectos técnicos atinentes ao contencioso judicial.

Advogado: Orides Júnior–OAB/RJ Nº. 0001

Resposta e comentários:

Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:

a) Quem é o cliente (autor)?b) Quem é o réu(s)?c) O que aconteceu no problema?d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)

do cliente?

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Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ___ª Vara Empresarial da Comarca ________:

(espaço aproximado de 10 linhas)

A Companhia de Navegação Fluvial da Amazônia, empresa privada (quali-fi cada nos termos do art. 282 do CPC) representada, na forma do estatuto social e da ata de assembléia, pelo novo diretor presidente (qualifi cado nos termos do art. 282 do CPC), vem à presença de V. Exa., por seu advogado infra-assinado com endereço na Rua ___ para cumprir o art. 39, inciso I do CPC, vem à presença de V. Exa. propor

AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES

com base nos artigos 153 e 159 da LSA, em face de Josemar Almeida, ex-diretor fi nanceiro da Autora e Pedro Paulo Lopes Mancuso ex-diretor presi-dente da Autora, (ambos qualifi cados nos termos do art. 282 de CPC), pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:

DOS FATOS:

Os Réus adquiriram cinco terrenos em região pantanosa componente de área de preservação ambiental, agindo como representantes legais da primeira Au-tora e sob a justifi cativa de que esta necessitava ampliar suas instalações cons-truindo estaleiros de reparo.

A Autora, após desenvolver sindicâncias privadas, verifi cou que os terrenos pertenciam à mãe do primeiro Réu, e que haviam sido adquiridos pelo preço certo e irreajustável de R$ 1.200.000,00, pago à vista, que equivale ao décu-plo da avaliação feita por empresa especializada (avaliação essa que datava de antes da publicação do Decreto que havia transformado a área em zona de preservação ambiental).

Os Réus foram notifi cados por um grupo de sócios para prestar contas de seus atos, já que o orçamento de capital não contemplava investimento con-gênere no exercício social em curso; os réus sequer se justifi caram, porque

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entendiam que apenas necessitavam prestar contas à assembléia geral que os havia eleito.

À vista da omissão dos réus em responder, houve por bem questioná-los sobre esse mesmo tema, durante a assembléia geral extraordinária convocada para o mês seguinte, na forma da lei.

Durante a assembléia, um grupo de acionistas expondo aos demais sócios a conduta dos Réus, e insatisfeito com as frágeis explicações dadas, propôs a respectiva destituição, que contou com a concordância da maioria dos pre-sentes, tendo então sido eleitos três novos administradores para a empresa, e autorizadas as medidas judiciais necessárias ao ressarcimento à empresa, dos valores indevidamente utilizados pelos Réus, ex-diretores destituídos.

DOS FUNDAMENTOS:

Preliminarmente,

Faz-se mister ressaltar que a Autora tem legitimidade ad causam facultativa ativa para propor a presente ação, na forma da lei.

Nada é mais justo e legal do que a Autora, mediante prévia deliberação da assembléia-geral, possa propor a ação de responsabilidade civil contra os ad-ministradores, ora Réus, pelos prejuízos causados ao patrimônio da primei-ra Autora.

No mérito,

Estabelece a LSA, no art. 153, que o administrador da companhia deve em-pregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.

De modo contrário agiram os Réus, sendo que os administradores devem servir com lealdade à companhia. A ética e a legislação estabelecem que o administrador deve exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe confe-rem para lograr os fi ns, no interesse da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e da função social da empresa, o que não foi atendido pelos Réus.

Aos administradores, ora Réus, sempre foi vedado, sem prévia autorização da assembléia-geral ou do conselho de administração, usar, em proveito próprio, ou de terceiros, os seus créditos da sociedade, ora Autora.

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Ademais, nos termos da LSA, no art. 156 é vedado aos administradores inter-virem em qualquer operação social em que tiverem interesse confl itante com o da companhia, bem como na deliberação que a respeito tomarem os demais administradores, cumprindo-lhe cientifi cá-los do seu impedimento e fazer consignar, em ata de reunião do conselho de administração ou da diretoria, a natureza e extensão do seu interesse.

Os administradores, ora Réus, são solidariamente responsáveis pelos prejuí-zos causados em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo esta-tuto, tais deveres não caibam a todos eles. Por isso, responde solidariamente com o administrador quem, com o fi m de obter vantagem para si ou para outrem, concorrer para a prática de ato com violação da lei ou do estatuto.

DO PEDIDO

Do exposto, requer a V. Exa o que se segue:

a) a citação dos Réus para virem, querendo, defenderem-se no prazo de 15 dias, sob as penas de revelia;

b) o julgamento procedente do pedido com a fi nalidade de obter o ressarci-mento à empresa, dos valores indevidamente utilizados pelos ora Réus por força de fraude ou conluio, e

c) o pagamento dos honorários advocatícios e o reembolso das custas e taxa judiciária.

Protesta por todas as provas admitidas em direito, em especial a documental, a testemunhal e a pericial.

Dá-se a causa o valor de R$ . (valor do prejuízo).

Local e data.

Termos em que

Pede e espera deferimento.

Advogado: Orides Júnior

OAB/RJ Nº. 0001

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4. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DE ACIONISTA CONTROLADOR

LEI • Lei 6404/76

ARTIGO • Art. 117 LSA

VARA • EMPRESARIAL

AUTOR • Acionista minoritário, que responde, no mínimo, por 5% do capital votante.

RÉU • Acionista controlador.

PRELIMINAR • Legitimidade do Autor

DISTR. POR DEPEND.

• NÃO HÁ.

FUNDAMENTAÇÃO • Art. 117, § 1º–uma das alíneas deve enquadrar o abuso de poder.

DO PEDIDO

• a citação do réu para querendo defender-se na presente sob às penas da lei;

• o julgamento procedente do pedido visando a indeni-zação, em valores não inferiores a _______, pelo dano material e _______ pelo dano moral;

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência.

VALOR DA CAUSA • valor do prejuízo

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5. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE FUNDADA EM RETIRADA DE SÓCIO

LEI • Código Civil

ARTIGO • Art. 1030 e 1031 ou 1004 e 1058 CC

VARA • EMPRESARIAL

AUTOR • Sócios que vão progredir com a sociedade

RÉU • Sócio que se pretende excluir.

PRELIMINAR • NÃO HÁ

DISTR. POR DEPEND.

• NÃO HÁ

FUNDAMENTAÇÃO

• Art 1031 CC e Súm. 265, do STF • Fazer prova que houve infração e pagamento de com-pensação ; tem que levar o contrato social e provar que há sociedade regularmente inscrita.

DO PEDIDO

• a citação do réu para vir querendo defender-se na pre-sente sob as penas da lei;

• o julgamento procedente do pedido visando a exclusão do sócio FULANO DE TAL;

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência.

VALOR DA CAUSA • HÁ

OBS.: Esta ação não é cabível quando as partes forem participantes em sociedades por ações. O instrumento processual é adequado quando tratar de sociedades contratuais, estabelecidas no Código Civil.

PEÇA PROFISSIONAL – CESPE 2007.2

João e José, amigos de longa data, constituíram a sociedade Souza & Silva Comércio e Indústria de Móveis. O primeiro sócio aludido detém 49% das quotas da sociedade e ambos a administravam. As afi nidades eram muitas, mas, com o passar dos anos, as diferenças vieram à tona. As difi culdades do mercado acabaram contaminando a relação entre os sócios, que freqüente-mente passaram a brigar. No ápice de uma discussão, chegou a haver agressão física: João desferiu dois socos na face de José. A manutenção da sociedade tornou-se insustentável. Tentou-se chegar a um consenso acerca de eventual compra das quotas de José por João, o que não foi possível. Tentou-se também a alienação das quotas de José a um terceiro, o que não contou com a anu-ência de João. José, por fi m, não querendo permanecer no empreendimento, procurou um advogado para promover ação de dissolução da sociedade.

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Considerando a situação hipotética acima, elabore, de forma fundamenta-da, a petição inicial que benefi cie José.

Resposta e comentários:

Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:

a) Quem é o cliente (autor)?b) Quem é o réu(s)?c) O que aconteceu no problema?d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)

do cliente?

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Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

(espaço de 10 linhas)

JOSÉ … , na qualidade de sócio majoritário da sociedade Souza & Silva Comércio e Indústria de Móveis, (qualifi cação), portador da Cédula de Iden-tidade/RG nº. .... e CPF nº …. , com residência e domicílio na Rua .... nº ...., na Cidade de ...., vem, perante V. Exa., com o devido respeito, por seu advo-gado adiante assinado e cumprindo o art. 39, I, do CPC, “ut” instrumento procuratório, em anexo, assina, com a fi nalidade de propor

AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

contra JOÃO … , na qualidade de sócio da sociedade Souza & Silva Comércio e Indústria de Móveis, (qualificação), portador da Cédula de Identidade/RG nº .... e CPF nº …. , com residência e domicílio na Rua .... nº ...., e a sociedade Souza & Silva Comércio e Indústria de Móveis (qualificação e endereço na forma do art. 282, inciso I do CPC), com base no art. 1029 c/c 1031, ambos do CC, apresentando as seguintes razões de fato e de direito:

DOS FATOS

As partes do processo eram amigos de longa data, constituíram a sociedade Souza & Silva Comércio e Indústria de Móveis há muitos anos atrás.

As afi nidades eram muitas, mas, com o passar dos anos, as diferenças vieram à tona. Entretanto, as difi culdades do mercado acabaram contaminando a relação entre os sócios, que freqüentemente passaram a brigar. No ápice de uma discus-são, chegou a haver agressão física: João desferiu dois socos na face de José.

Tentou-se chegar a um consenso acerca de eventual compra das quotas de José por João, o que não foi possível. Tentou-se também a alienação das quo-tas de José a um terceiro, o que não contou com a anuência de João, con-

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seqüentemente, só resta ao Autor propor a presente ação para se retirar da sociedade e apurar os seus haveres.

DOS FUNDAMENTOS

A manutenção da sociedade tornou-se insustentável, pois, o aff ectio socie-tatis, elemento específi co do contrato de sociedade comercial, caracteriza-se como uma vontade de união e aceitação das áleas comuns do negócio.

Quando este elemento não mais existe em relação a algum dos sócios, cau-sando a impossibilidade da consecução do fi m social, sendo plenamente pos-sível a sua retirada.

Toda sociedade empresária tem por objetivo imediato, do ponto de vista das pessoas que a compõem, aos sócios-cotistas interessa, o lucro. Contudo, há interesses outros, de cunho social, de ordem pública e econômica, que devem ser considerarados, como, por exemplo, os empregos gerados, a produção ou transformação econômica de bens úteis, a geração de divisas, etc, etc.. Sobre-levam, portanto, pelo alcance do bem comum, estes interesses, àqueles dos sócios, individualmente, considerados.

Por tais razões, a doutrina e a jurisprudência se fi rmaram pela primazia da preservação da empresa. E, a partir deste entendimento, se construiu, preto-riamente, a chamada “ação de dissolução parcial da sociedade”, com o que se permite a retirada do sócio dissidente, apurando-se seus haveres e preservan-do a sociedade com os outros sócios, o que se pretende com a propositura da presente ação.

Exatamente. Cuida-se, na hipótese, de uma possibilidade de dissolução par-cial de sociedade, composta apenas de dois sócios, em face do desaparecimen-to da aff ectio societatis entre ambos.

O que, na verdade, retrata a questão é a velha discussão de que, sendo a socie-dade composta apenas de dois sócios, com a saída de um deles, teria ela de ser dissolvida e liquidada ou se ela pode continuar a existir com a pessoa do sócio remanescente, apurando-se apenas os haveres do sócio retirante.

A questão foi, primitivamente, muito debatida, chegando a predominar o en-tendimento de que teria, a empresa, de ser dissolvida e liquidada, na medida em que não se concebia, à luz do Direito Comercial, sociedade apenas com uma pessoa, o que seria um contradictio in terminis.

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Mas, na verdade, o Direito Empresarial evoluiu, para receber a aragem dos novos ventos que as novas realidades sociais, comerciais e econômicas sopra-vam e foi, assim, evoluindo para o fi rme entendimento de que deve predo-minar, tanto quanto possível, a sociedade comercial, facultando-se, num caso de sociedade de apenas dois sócios, que, com a saída de um deles, perdure a sociedade, apurando-se apenas os haveres do sócio dissidente, na forma do at. 1033, inciso IV do CC.

Dentro, pois, desta nova aragem do Direito Empresarial, é plenamente sus-tentável a tese de que, com a saída de um sócio, a sociedade continua com o remanescente, devendo-se apenas apurar os haveres do sócio retirante, con-forme a tendência de nossos tribunais:

SOCIEDADE LIMITADA–DISSOLUÇÃO PARCIAL–ADMISSIBILIDA-DE. Ainda quando composta de apenas dois sócios, admissível é a dissolução parcial da sociedade por cotas de responsabilidade limitada, aplicando-se sub-sidiariamente o art. 206, inc. I, d, da Lei das Sociedades Anônimas, e em aten-dimento ao princípio da preservação da sociedade e da utilidade social desta, apurando-se os haveres do sócio retirante, devendo, entretanto, ser recomposta a sociedade no prazo de 1 ano, sob pena de dissolução de pleno direito (TA-MG–Ac. da 5ª Câm. Cív. publ. no DJ de 16-6-92–Ap. 103.219-3-BH–Rel. Juiz Marino Costa–José Roberto Castilho vs. Neyda Maria Campos Amaral)

SOCIEDADE COMERCIAL–DISSOLUÇÃO PARCIAL–PROCESSA-MENTO- Tratando-se de dissolução parcial de sociedade, deve-se agir como se de dissolução total se tratasse, embora apenas em relação ao sócio que sai, por-que, para esse, o vínculo social se extingue, continuando, assim, normalmente a sociedade. A dissolução, portanto, não implica a perda do objeto da sociedade e não enseja a sua dissolução total, pois compete aos sócios remanescentes tocar o negócio (TJ-SP–Ac. unân. da 16ª Câm. Cív. julg. em 3-5-94–Ap. 226.149-2/5-São José dos Campos–Rel. Des. Pires de Araújo)

SOCIEDADE COMERCIAL–FIM DA “AFFECTIO SOCIETATIS”–DISSO-LUÇÃO PARCIAL A aff ectio societatis, elemento específi co do contrato de so-ciedade comercial, caracteriza-se como uma vontade de união e aceitação das áleas comuns do negócio. Quando este elemento não mais existe em relação a algum dos sócios, causando a impossibilidade da consecução do fi m social, plenamente possível a dissolução parcial, com fundamento no art. 336, I, do Código Comercial, permi-tindo a continuação da sociedade com relação aos sócios remanescentes (STJ–Ac. unân. da 3ª T. publ. no DJ de 15-4-96, pág. 11.531–Agr. Reg. no Agr. 90.995-RS–Rel. Min. Cláudio Santos–Advs.: Cláudio Leite Pimentel e Luiz Carlos E. Piva )

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SOCIEDADE COMERCIAL–Dissolução parcial. Empresa constituída por apenas dois sócios. Rompimento da aff ectio societatis. Possibilidade de o réu, quotista majoritário e remanescente, admitir novo sócio ou tocar o negócio in-dividualmente. Dissolução com apuração de haveres do autor determinada. Re-curso provido para esse fi m. (TJSP–AC 172.398-2–14 ª C.–Rel. Des. Franciulli Netto–J. 20.08.91) (RJTJESP 132/224)

SOCIEDADE COMERCIAL – Dissolução parcial. Discórdia grave entre os sócios. Rompimento da aff ectio societatis. Cabimento da dissolução pela impossibilidade de execução dos fi ns sociais. Arts. 336, I, do CCo., e 1.399, III, do CC. Apuração de haveres dos excluídos de forma mais ampla possível, em face dos fatos trazidos para os autos. Aplicabilidade, ademais,do art. 5º, XX, da CF. Ação procedente. ( TJSP – AC. 160.235–2 – 19ª C – Rel. Des. Mohamed Amaro – J. 18.03.91). (RJ 180/103)

Sob o tema, comenta Rubens Requião:

”A dissolução parcial passou a ser, em último caso, a regra indicada para solu-ção dos problemas cruciais da sociedade nos seus momentos críticos. Em nossa tese de concurso para a cátedra de direito comercial, numa de suas conclusões, expunha-mos a nossa convicção de que “consideramos obsoleto o instituto da dissolução da sociedade comercial na extensão adotada pelo Código. O prin-cípio preservativo da sociedade ou da empresa impõe a necessidade de novas fórmulas, que o direito comercial encontrou na exclusão do sócio.

Para encaminhar nossos estudos, vamos partir, pois, de outra classifi cação mais moderna e lógica. Propomos então a classifi cação, em duas espécies, da disso-lução social: a) dissolução total e b) dissolução parcial. É bem verdade que essa expressão dissolução parcial é contestada por alguns autores, e entre nós pelo professor Hernani Estrela, que não se conforma com essa linguagem. Mas a imposição de seu uso tornou-a correntia, não só nas decisões judiciais como nos livros de doutrina de autores de grande tomo, motivo por que não vemos incon-veniente em usá-la desembaraçadamente.”

No entanto, importantíssimo ressaltar que há de se resguardar a integralidade do patrimônio do sócio retirante, consubstanciado no seu capital e lucros in-serido na sociedade. Isto signifi ca estabelecer que somente a forma pactuada no contrato social – para os casos de retirada–não satisfaz, com efi cácia, a apuração dos haveres do sócio excluído da referida sociedade, nos termos do art. 1031, do CC.

Deve-se observar in casu, o enunciado da Súmula 265 do Eg. STF:

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”Na apuração de haveres, não prevalece o balanço não aprovado pelo sócio fale-cido, excluído ou que se retirou.”

É conveniente, assim, assegurar ao sócio, que se retira da sociedade receba o valor de sua cota com base em apuração de haveres que encontre valores reais e tudo o mais o que constituir o fundo de comércio e não apenas valores históricos ou contábeis.

Como referido pelo Desembargador Fernandes Filho, em caso análogo:

”Em outras palavras: a apuração dos haveres se fará com base em valores reais, e não apenas em valores contábeis ou históricos, sob pena de enriquecimento ilícito dos réus, ao indireto confi sco da propriedade dos autores, pois a tanto equivaleria sua exclusão da sociedade sem o efetivo e integral recebimento do va-lor do patrimônio que nela tem.” (In Jurisprudência Mineira, vol. 82, pág. 40).

Vem, também, muito a propósito o seguinte acórdão:

SOCIEDADE–DISSOLUÇÃO PARCIAL–SÓCIO RETIRANTE–APURA-ÇÃO DOS HAVERES. Na apuração dos haveres para determinação daqueles do sócio que se retira devem ser considerados os seus valores reais e não aqueles do último balanço (TJ-RJ–Ac. unân. da 2ª Câm. Cív. reg. em 26-8-93–Ap. 1.485–Rel. Des. Murillo Fábregas).

DA CONCLUSÃO E DO PEDIDO

Primeiramente, com fulcro no artigo 273 do CPC, § 7º, – que instituiu a fungibi-lidade das tutelas de urgência, postula a parte autora ao insigne Juízo se digne con-ceder a antecipação dos efeitos da tutela pretendida com escopo de ensejar requer que seja ofi ciado a Junta Comercial onde a sociedade mantém o arquivamento dos documentos societários, documento deste juízo para que seja determinada a regu-larização, DE PLANO, da retirada do Autor da sociedade, pois desde a proposi-tura da presente não tem interesse em integrar o quadro social da sociedade Souza & Silva Comércio e Indústria de Móveis, para que não seja lesado pelo outro sócio que se encontra na administração isolada da sociedade e poderá realizar negócios que prejudiquem o Autor nos termos do art. 1032 , do CC.

Por conta de todo o exposto, postula a parte autora ao descortino Juízo se digne ordenar a citação do Réu para comparecer à audiência de conciliação a ser designada, se lhe aprouver, mas sob pena de revelia, quando pode con-testar a presente ação de dissolução de sociedade por retirada de sócio, cujo pedido deve ser julgado procedente com escopo de declarar a dissolução

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parcial da sociedade com a retirada do sócio, Autor da presente e condenar a 2ª Ré a pagar à parte autora, a título de apuração de haveres.

Ainda, para garantir o pagamento dos valores devidos ao Autor, que seja deter-minada a penhora na renda da sociedade dos valores sob a epígrafe apuração de haveres aos quais tem direito ao Autor, nos termos do art. 1031, do CC c/c Súmula 265, do STF, a partir da sentença de 1º grau, sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), se houver o descumprimento do deferimento da antecipação da tutela, para que os valores fi quem disponibilizados em Juízo.

Lastreada no princípio da causalidade e sucumbência, requer a autora, ou-trossim, a condenação do ré ao pagamento dos ônus sucumbenciais, em que a verba honorária deve ser fi xada em sua dosimetria máxima.

De todos os modos, propugna os fatos articulados por meio de todas as modalidades de prova em direito permitidas, em especial a documen-tal superveniente.

Termos em que, atribuindo-se à causa o valor provisório de R$ 10.000,00 (dez mil reais), sujeito à alteração ao fi nal, nos termos do artigo 258 do CPC,

Pede deferimento.

Local e data.

Nome e OAB do Advogado

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6. REQUERIMENTOS DE FALÊNCIAS

LEGISLAÇÃO • Lei nº 11.101/05

ARTIGOS

• art. 105 a 107 (se for autofalência); art. 94, inciso I § 1º a 3º (falência motivada por impontualidade); art. 94, inciso I, § 4º (falência motivada por execução frustrada) ou art. 94, inciso III, § 5º (falência motivada por insolvên-cia presumida)

VARA • Empresarial do local onde se empreendimento é gerido

AUTOR • Devedor (se for caso de autofalência) e os sujeitos de direito do art. 97, II a IV (nos demais casos)

RÉU • Não há réu na autofalência. • Devedor (falido)

PRELIMINARES • Não há

PEDIDO LIMINAR • Não há

FUNDAMENTAÇÃO

• Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utili-zando os artigos da Lei nº11.101/05.

• Explicar como se apresentam em documentos anexos as provas escritas conforme o que a lei estabelece.

• Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto e justifi car o pedido (Súmulas do STJ e jurisprudências, se houver)

PEDIDO

• a intimação do réu para realizar o pagamento, no endereço supra mencionado, expedindo-se o compe-tente mandado, para no prazo assinalado na lei, efetuar o pagamento no valor de R$, acrescido de correção monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou oferecer defesa;

• o julgamento procedente do pedido visando a decreta-ção da falência ;

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência. • a oitiva do MP

VALOR DA CAUSA

• colocar apenas a existência de indicação de valor do título protestado conforme o que for estabelecido no problema ou se for autofalência estabelecer o valor da massa de ativos

1. (Exame de Ordem MG – 2007) João Pedro e Antônio Manoel cons-tituíram sociedade limitada (JPAM Telefonia Ltda.), que tem por objeto a compra e venda para revenda de aparelhos de telefonia celular. O negócio prosperou até 2005, quando, em razão de mudança na política da operadora a que estava vinculada, a sociedade passou a enfrentar difi culdades fi nancei-ras. Apesar dos planos e tentativas de estabilizar suas relações de crédito, não

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houve sucesso, o que levou João e Antônio à constatação de que o empre-endimento não é viável e à sua decisão de encerrar a atividade econômica. A JPAM Telefonia Ltda. possui as instalações de sua loja, cento e dez aparelhos em estoque, cheques pré-datados de clientes, o direito à devolução de tribu-tos indevidamente recolhidos (ainda em fase de reconhecimento em processo de conhecimento) e o registro de marca no INPI. De outro lado, a sociedade deve as verbas rescisórias dos empregados demitidos na semana passada, di-versos tributos declarados e não recolhidos, o saldo devedor de dois contratos de abertura de crédito em conta-corrente, duas duplicatas mercantis vencidas há um mês no valor de vinte mil reais, já protestadas e que se fazem acom-panhar dos comprovantes de entrega das respectivas mercadorias, além de obrigações assumidas perante outros fornecedores. A JPAM Telefonia Ltda., através de seus sócios, procura o seu Escritório de Advocacia, pedindo que, a partir do exame da atual legislação que regula a matéria, o Advogado deve propor a medida judicial cabível.

Resposta e comentários:

Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:

a) Quem é o cliente (autor)?b) Quem é o réu(s)?c) O que aconteceu no problema?d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)

do cliente?

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 33

Modelo de peça

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara de Empresarial da Comarca de

(pular 10 linhas)

JPAM Telefonia Ltda (ou Autor, Demandante, Suplicante), representado pe-los sócios João Pedro e Antônio Manoel (Estado Civil), portador da Carteira de Identidade nº (xxx), inscrito no CPF sob o nº (xxx), com estabelecimento comercial (xxx), inscrito no CNPJ sob o nº (xxx), localizado à Rua (xxx), nº (xxx), Bairro (xxx), Cidade (xxx), Cep. (xxx), no Estado de (xxx), por seu procurador infra-assinado, mandato anexo (doc.1, nos termos do art. 39, I CPC), vem à presença de V. Exa., propor

AUTOFALÊNCIA

nos termos do art.105 da Lei nº 11.101/05, pelos motivos que passa a expor:

A Requerente tem por objeto a compra e venda para revenda de aparelhos de telefonia celular. O negócio prosperou até 2005, quando, em razão de mudança na política da operadora a que estava vinculada, a sociedade passou a enfrentar difi culdades fi nanceiras. Apesar dos planos e tentativas de esta-bilizar suas relações de crédito, não houve sucesso, o que levou os sócios à constatação de que o empreendimento não é viável e à sua decisão de encerrar a atividade econômica.

A Requerente possui as instalações de sua loja, cento e dez aparelhos em estoque, cheques pré-datados de clientes, o direito à devolução de tributos indevidamente recolhidos (ainda em fase de reconhecimento em processo de conhecimento) e o registro de marca no INPI.

De outro lado, a sociedade deve as verbas rescisórias dos empregados demitidos na semana passada, diversos tributos declarados e não recolhi-dos, o saldo devedor de dois contratos de abertura de crédito em conta-corrente, duas duplicatas mercantis vencidas há um mês no valor de vin-te mil reais, já protestadas e que se fazem acompanhar dos comprovantes de entrega das respectivas mercadorias, além de obrigações assumidas

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 34

perante outros fornecedores, o que a torna a Requerente uma socieda-de inadimplente.

Em cumprimento ao art. 105 da Lei n.11.101/05, o Requerente, ora deve-dor em completa crise econômico-fi nanceira, julga não atender aos requi-sitos para pleitear a recuperação judicial, logo, por obrigação legal requer a este Juízo sua falência, acompanhando o pedido dos seguintes documentos:

        I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obriga-toriamente de:

        a) balanço patrimonial;

        b) demonstração de resultados acumulados;

        c) demonstração do resultado desde o último exercício social;

        d) relatório do fl uxo de caixa;

        II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classifi cação dos respectivos créditos;

        III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;

        IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;

        V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei;

        VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária.

Restando cumpridos os requisitos legais e dada a impossibilidade para a con-tinuação do empreendimento econômico, é seu direito obter o deferimento do pedido.

Ex positis, a Requerente requer:

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 35

a) a citação dos credores, por edital, para virem, querendo, habilitarem-se sob a forma da lei;

b) seja julgado procedente o presente pedido de decretação da falência;

c) a intimação do ilustre Representante do Ministério Público e das Fazen-das Públicas.

Protesta por toda a produção de provas em Direito admitidas, em especial, a documental.

Dá-se à causa o valor de R$............ (valor da indenização).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 36

(Exame de Ordem ES – 2007)

O Banco Disa S/A celebrou contrato de mútuo com a Cia. Itaúna de Dra-gagem, o qual tinha como garantia um contrato acessório de arrendamento mercantil (Lease Back), fi rmando pelas mesmas partes e assinado por duas testemunhas, na forma do art. 585, II do CPC.

Tendo-se notícia da difi culdade fi nanceira da devedora arrendatária, o ad-vogado José Soares foi procurado pelo Banco para tomar as medidas judiciais necessárias para defender os direitos do credor. Partindo da premissa de que o Arrendante já recebeu os bens que lhe pertencem, entretanto o inadimple-mento da devedora é de R$ 42.000,00 e o administrador não pagou ou ten-tou realizar um acordo porque se encontra insolvente, redija a petição inicial cabível, atendendo aos requisitos legais.

Resposta e comentários:

Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:

a) Quem é o cliente (autor)?b) Quem é o réu(s)?c) O que aconteceu no problema?d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)

do cliente?

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 37

Modelo de peça

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de .......

(pular 10 linhas)

(Nome, qualifi cação e endereço), por seu procurador ao fi nal assinado (doc. anexo), com escritório profi ssional estabelecido à rua......, na cidade de......., onde recebe intimações e avisos, vêm,à presença de V. Exa., baseado nos arti-gos 94 e 97, IV da Lei n°. 11.101/05, requerer, o processamento do presen-te PEDIDO DE FALÊNCIA da empresa:.........., com sede nesta cidade, à rua......, inscrita no CNPJ sob o n°. ....., em vista das seguintes razões de fato e de direito abaixo:

1. O autor é credor da ré, pela quantia de R$......., representado pelo contrato de leasing n°. ....., no valor de R$......., que ultrapassa o valor equivalente a quarenta salários mínimos nesta data, de acordo com a exigência do art. 94, I da Lei de Falências.

(ATENÇÃO: Permite-se que mais de um credor em litisconsórcio, reúnam-se para se atender tal requisito, conforme o parágrafo 1° do artigo 94).

2. Tal contrato fora devidamente protestado por falta de pagamento (docs. anexo), sem que a ré nada alegasse acerca dos títulos, líquidos, certos e exigí-veis fi rmados pela mesma.

3. De forma amigável, tornou-se impossível o recebimento de tais quantias.

4. Nos termos do art. 94 da lei citada, considera-se falido o devedor que, sem relevante razão de direito, não paga no vencimento obrigação líquida, mate-rializada em título ou títulos executivos protestados.

5. A vista do exposto, requer-se na forma do artigo 98 da Lei de Falência, a citação da ré, na pessoa de um de seus representantes legais, a saber:

- para no prazo de 10 (dez) dias, apresentar contestação acompanhando a presente, até fi nal decisão e decreto da falência ora requerida.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 38

6. No caso de a ré pretender no prazo da contestação depositar a quantia correspondente ao crédito reclamado, para elidir o pedido de falência (art. 98 parágrafo único), fi ca requerida a inclusão da correção monetária, juros de mora desde o vencimento, além das custas processuais, despesas com os protestos no valor de R$..... e honorários advocatícios. (Súm. N°. 29 do STJ).

Requer, outrossim, após o decurso do prazo para defesa, que seja dado pros-seguimento ao feito, com o decreto da falência da ré por decisão declaratória da falência (art. 99 da Lei 11.101/05), e a tomada de todas as providências previstas na mencionada legislação.

Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em Direito.

Dá-se a causa o valor de R$ ........(valor do débito)

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

(ATENÇÃO: O pedido poderá ser fundado em quaisquer das hipóteses elen-cadas no artigo 94 da Lei de Falência. A legitimidade para o presente pedido está prevista no art. 97 da mesma lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 39

(Exame de Ordem ES – 2006)

O Sr. Armando Kano é um devedor empresário que foi executado em função de uma dívida representada por um título de crédito (Nota Promissória), de sua emissão, em valor total de R$ 10.000,00 (dez mil reais). No prazo de 24 (vinte quatro) horas contados a partir da citação, o Sr. Armando não pagou nem no-meou bens à penhora. Cariacica equipamentos industriais LTDA., credor do em-presário, o procura o seu escritório para que proponha a medida judicial cabível.

Resposta e comentários:

Nota: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguintes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:

a) Quem é o cliente (autor)?b) Quem é o réu(s)?c) O que aconteceu no problema?d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)

do cliente?

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 40

Modelo de peça

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de .......

(pular 10 linhas)

(Nome, qualifi cação e endereço), por seu procurador ao fi nal assinado (doc. anexo), com escritório profi ssional estabelecido à rua......, na cidade de......., onde recebe intimações e avisos, vêm,à presença de V. Exa., baseado nos arti-gos 94, II e 97, IV da Lei n°. 11.101/05, requerer, o processamento do pre-sente PEDIDO DE FALÊNCIA da empresa:.........., com sede nesta cidade, à rua......, inscrita no CNPJ sob o n°. ....., em vista das seguintes razões de fato e de direito abaixo:

1. O autor é credor da ré, pela quantia de R$......., representado pela Certi-dão de Trânsito em Julgado ....., emitida na data de ...... pela .... Vara Cível desta Comarca, cumprindo, desta forma, a exigência do § 5º do art. 94 da Lei de Falências.

2. Tal Certidão nos termos da Lei não necessita do devido protesto por falta de pagamento por ser um instrumento revestido por fé pública e a ré nada pode alegar acerca dos títulos, líquidos, certos e exigíveis fi rmados pela mesma.

3. De forma amigável, tornou-se impossível o recebimento da quantia.

4. Nos termos do art. 94, II da lei citada, considera-se falido o devedor que, sem relevante razão de direito, executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens sufi cientes dentro do pra-zo legal.

5. A vista do exposto, requer-se na forma do artigo 98 da Lei de Falência, a citação da ré, na pessoa de um de seus representantes legais, a saber:

- para no prazo de 10 (dez) dias, apresentar contestação acompanhando a presente, até fi nal decisão e decreto da falência ora requerida.

6. No caso de a ré pretender no prazo da contestação depositar a quantia correspondente ao crédito reclamado, para elidir o pedido de falência (art.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 41

98 parágrafo único), fi ca requerida a inclusão da correção monetária, juros de mora desde o vencimento, além das custas processuais, despesas com os protestos no valor de R$..... e honorários advocatícios. (Súm. N°. 29 do STJ).

Requer, outrossim, após o decurso do prazo para defesa, que seja dado pros-seguimento ao feito, com o decreto da falência da ré por decisão declaratória da falência (art. 99, da Lei 11.101/05), e a tomada de todas as providências previstas na mencionada legislação.

Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em Direito.

Dá-se a causa o valor de R$ .. (valor do débito)

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

(ATENÇÃO: O pedido poderá ser fundado em quaisquer das hipóteses elen-cadas no artigo 94 da Lei de Falência. A legitimidade para o presente pedido está prevista no art. 97 da mesma lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 42

7. AÇÃO REVOCATÓRIA

LEGISLAÇÃO • Lei nº 11.101/05

ARTIGOS • 130 e ss

VARA • Empresarial

AUTOR • Credor de título não exigível

RÉU • Devedor

PRELIMINARES • Não há obrigação legal

PEDIDO LIMINAR • Não há

FUNDAMENTAÇÃO

• Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utili-zando os artigos 1102-A ao 1102-C, do CPC.

• Explicar qual é a prova escrita que apesar de não pos-suir a efi cácia de título executivo, permite a identifi ca-ção de um crédito, gozando de valor probante, sendo merecedor de fé, quanto à sua autenticidade e efi cá-cia probatória.

• Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto e justifi car o pedido (Súmulas do STJ e jurisprudências)

PEDIDO

• a intimação do réu para realizar o pagamento, no endereço supra mencionado, expedindo-se o com-petente mandado, para no prazo de 15 dias, efetuar o pagamento no valor de R$, acrescido de correção monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou oferecer embargos;

• o julgamento procedente do pedido visando o paga-mento ou entrega da coisa, e no caso de não ofereci-mento dos embargos ou de sua rejeição, constituir-se título executivo judicial e prosseguir-se a execução, na forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, do CPC;

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência, nos termos do art. 1102c, do CPC, ou seja, só em caso de apresentação de Embargos à Monitória.

VALOR DA CAUSA • colocar apenas a existência de indicação de valor

(Exame de Ordem – CESPE UNIFICADA – 2009.2)

Amin e Carla são sócios da A&C Engenharia Ltda., pessoa jurídica que, em 26/11/2008, teve falência decretada pela Vara de Falências e Concorda-tas do Distrito Federal, tendo o juízo competente fi xado o termo legal da falência em 20/11/2007. Pedro, administrador judicial da massa falida da A&C Engenharia Ltda., tomou conhecimento que Amin, à época em que este praticava atos concernentes à administração da sociedade, transferira, em 5/12/2007, a título gratuito, um automóvel, de propriedade da sociedade

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 43

empresária, a sua irmã, Fabiana, o que causou prejuízos à massa falida. Em face dos referidos fatos, Pedro decidiu promover medida judicial visando à revogação da doação praticada por Amin, com o objetivo de preservar os interesses da sociedade e dos credores.

Considerando a situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Pedro, redija a medida judicial cabível para a referida revogação, com fundamento na matéria de direito aplicável ao caso, apresentando todos os requisitos legais pertinentes.

Gabarito Oficial da CESPE/OAB extraído do site: www.oabac.org.br

Espera-se que o(a) examinando(a) elabore ação revocatória, com fulcro no art. 130 e ss. da Lei nº 11.101/2005: “São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida. (...)

Art. 133. “A ação revocatória pode ser promovida: I – contra todos os que fi guraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou benefi -ciados; II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores;”. A ação deve ser proposta no juízo da falência (art. 134 da Lei n.º 11.101/2005), ou seja, perante a Vara de Falências e Concordatas do Distrito Federal. Deve abordar, ainda:

a) legitimidade ativa: o administrador judicial tem legitimidade para pro-por a demanda. Art. 132. “A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência”;

b) inefi cácia do ato de doação praticado por Amin.Art. 129. “São inefi cazes em relação à massa falida, tenha ou não o con-

tratante conhecimento do estado de crise econômico-fi nanceira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:

(...) IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência” (Lei 11.101/05).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 44

8. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO

LEGISLAÇÃO • CPC

ARTIGOS • 1102-A ; 1102-B e 1102-C

VARA • Cível do domicílio do devedor

AUTOR • Credor de título não exigível

RÉU • Devedor

PRELIMINARES • Não há obrigação legal

PEDIDO LIMINAR • Não há

FUNDAMENTAÇÃO

• Destacar os motivos pelo qual escolheu esta ação, utili-zando os artigos 1102-A ao 1102-C, do CPC.

• Explicar qual é a prova escrita que apesar de não pos-suir a efi cácia de título executivo, permite a identifi ca-ção de um crédito, gozando de valor probante, sendo merecedor de fé, quanto à sua autenticidade e efi cá-cia probatória.

• Escolher jurisprudências pertinentes ao caso concreto e justifi car o pedido (Súmulas do STJ e jurisprudências)

PEDIDO

• a intimação do réu para realizar o pagamento, no endereço supra mencionado, expedindo-se o com-petente mandado, para no prazo de 15 dias, efetuar o pagamento no valor de R$, acrescido de correção monetária e juros até a data do efetivo pagamento ou oferecer embargos;

• o julgamento procedente do pedido visando o paga-mento ou entrega da coisa, e no caso de não ofereci-mento dos embargos ou de sua rejeição, constituir-se título executivo judicial e prosseguir-se a execução, na forma prevista no Livro I, Título VIII, Capítulo X, do CPC;

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência, nos termos do art. 1102c, do CPC, ou seja, só em caso de apresentação de Embargos à Monitória.

VALOR DA CAUSA • colocar apenas a existência de indicação de valor

(OAB/RJ–Prova de Dezembro de 1999)

Alexandre Corrêa deixou seu automóvel Vectra na Concessionária Mesbla Veículos S/A, para a revisão anual. No dia seguinte, foi surpreendido com a notícia da falência da concessionária, tendo, ainda, sido informado de que esse bem fora arrecadado pelo síndico da massa falida.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 45

Alexandre, então, procurou seu advogado, Dr. Guilhermo Ricques, para tomar as medidas cabíveis para reaver seu automóvel. Ajuíze a ação cabível, na forma da lei.

Advogado: GUILHERMO RICQUESOAB/RJ nº 1000Rua da Cancela, 20–Rio de Janeiro

Resposta e comentários:

Nota 1: Para ter certeza da peça a redigir, o candidato pode fazer as seguin-tes perguntas, antes de iniciar a resposta da prova:

a) Quem é o cliente (autor)?b) Quem é o réu(s)?c) O que aconteceu no problema?d) O que o cliente/autor quer do réu(s)?e) Quais os dispositivos legais que fundamenta(m) o(s) direito(s)

do cliente?

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 46

Modelo de peça aceita com nota máxima no gabarito do Exame de Ordem:

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ___º Vara Empresarial da Comarca da __________l:

(espaço aproximado de 10 linhas)

Alexandre Corrêa (qualifi cado nos termos do art. 282 do CPC), vem à pre-sença de V. Exa., por seu advogado infra-assinado, com endereço para inti-mações na Rua da Cancela, 20–Rio de Janeiro, propor

AÇÃO DE RESTITUIÇÃO

com base nos artigos 85 a 90 do LRF, em face da Massa Falida da Conces-sionária Mesbla Veículos S/A (qualifi cada nos termos do art. 282 de CPC), pelos fatos e fundamentos abaixo expostos:

DOS FATOS:

Em data de ..., o Autor deixou seu automóvel Vectra na Concessionária Mes-bla Veículos S/A, para a revisão anual.

No dia seguinte, foi surpreendido com a notícia da falência da concessioná-ria, ora Ré, tendo, ainda, sido informado de que esse bem fora arrecadado pelo síndico da massa falida.

O Autor, então, quer tomar as medidas cabíveis para reaver seu automóvel por meio da presente.

DOS FUNDAMENTOS:

Preliminarmente, requer a distribuição por dependência ao processo de fa-lência de nº ___ , que tramita por este Juízo.

Ao proceder à arrecadação dos bens do falido, o Síndico, no cumprimento de suas obrigações legais, arrecadou o seguinte bem móvel (qualifi car o bem) de

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 47

propriedade do requerente, que se encontrava, na época, em poder do falido por força de contrato.

Ocorre que, o Autor é o proprietário do automóvel Vectra, conforme o DUT em anexo, sendo que o veículo se encontrava na concessionária apenas para a regular revisão anual, conforme contrato entre as partes.

Restando comprovado, que o bem arrecadado pertence ao Autor, com base no art. 85 do referido diploma legal, tem direito o Autor a devolução do bem descrito acima.

DO PEDIDO

Do exposto, requer a V. Exa o que se segue:

a) a intimação do falido, do Comitê, dos credores e do administrador judicial para que, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo como contestação a manifestação contrária à restituição, sob as penas de revelia;

b) o julgamento procedente do pedido para reaver seu automóvel por meio da presente;

c) o pagamento dos honorários advocatícios e o reembolso das custas e taxa judiciária, se este bem não for devolvido sem a manifestação contrária à res-tituição (contestação);

d) a oitiva do Ministério Público;

Protesta por todas as provas admitidas em direito, em especial a documental, a testemunhal e a pericial.

Dá-se a causa o valor de R$ ... .(o valor do bem objeto da restituição)

Local e data.

Termos em que

Pede e espera deferimento.

Advogado: GUILHERMO RICQUES

OAB/RJ nº 1000

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 48

ANEXOS:

A) AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO COM PEDIDO LIMINAR

LEI • Decreto-lei 911/69

ARTIGO • Art. 3º DL

VARA • CÍVEL

AUTOR • SEMPRE Instituição Financeira

RÉU • Devedor do contrato de alienação fi duciária.

FUNDAMENTOS • Súm. 72 e 92 do STJ e Art. 2º § 2º e 3º DL

DO PEDIDO LIMINAR

• Diante do exposto, não há dúvida de que o os requisi-tos legais para esta medida estão presentes, represen-tando o fumus boni iuris _________ e o periculum in mora_________. Sendo prova inequívoca deste direito “a mora ou inadimplemento” (depender do problema) pelo documento tal_____________.

DISTR. POR DEPEND.

• NÃO HÁ

DO PEDIDO

• Requer seja concedida liminar, de busca e apreensão do ______________, expedindo o mandado e tornando o pedido defi nitivo;

• a citação do réu para pagamento, no prazo de 5 (cinco) dias ou defender-se na presente sob as penas da lei;

• o julgamento procedente do pedido visando o pagamen-to integral da dívida e não sendo este efetuado no prazo legal de 5(cinco dias), a expedição de mandado de busca e apreensão para restituição do bem, e caso necessário a ordem de expedição de novo certifi cado de registro ao órgão competente;

• a condenação do réu aos ônus da sucumbência.

VALOR DA CAUSA

• o valor das prestações em atraso

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 49

REPOSITÓRIO DE PEÇAS EM FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO

PEDIDO DE HABILITAÇÃO DE CRÉDITO AO ADMINISTRADOR JUDICIAL

Exmo. Sr. Administrador Judicial da Falência (ou da Recuperação Judicial) da empresa.........

(nome, qualifi cação e endereço), por seu advogado infra-assinado (doc. em anexo), com escritório situado nesta cidade, à rua......, onde recebe intima-ções e avisos (Art. 39, I do CPC), vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no parágrafo 2° do artigo 6° da Lei 11.101/95, pleitear a habilitação de seu crédito da quantia de .........derivado de relação de trabalho, de modo que sejam tomadas as providências tendentes ao pagamento do mesmo na forma do parágrafo 3° do dispositivo citado.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n° da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 50

PEDIDO DE RESERVA DE VALOR – CREDOR RETARDATÁRIO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de ..............

Processo n.°:XXXXX

(nome do credor), já qualifi cado nos autos em epígrafe, de HABILITAÇÃO DE CRÉDITO na massa falida de ...., por seu advogado infra-assinado, vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no parágrafo 4° do artigo 10 da Lei 11.101/95, requerer a reserva de valor para satisfação do seu crédito, cuja ha-bilitação fora retardatária, e cuja importância encontra-se demonstrada, com as providências inerentes ao assunto.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 51

PEDIDO DE INCLUSÃO DE CRÉDITO E RETIFICAÇÃO DO QUADRO GERAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de......

Processo n°:XXXXXX

(nome, qualifi cação e endereço), por seu advogado infra-assinado, nos autos de falência (ou recuperação judicial) da empresa......., que se pro-cessa por este MM. Juízo, vêm à presença de V. Exa., com fulcro no pará-grafo 6° do artigo 10 da Lei 11.101/95, requerer a RETIFICAÇÃO DO QUADRO GERAL DE CREDORES da empresa citada, para que seja incluído seu crédito da ordem de ...... referente a .....que atualizado até a data da decretação de falência importa em ......., levando-se em conta que o mencionado crédito não fora habilitado a homologação do menciona-do quadro.

Assim, pede-se a oitiva do administrador judicial e a tomada das demais pro-vidências pertinentes.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 52

AÇÃO PARA EXCLUSÃO, OUTRA CLASSIFICAÇÃO OU RETIFICAÇÃO DE CRÉDITO.

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de......

(nome do credor, endereço e n°. do CNPJ), por seu advogado infra-assinado (doc. em anexo), com escritório situado nesta cidade, à rua......, onde recebe intimações e avisos (Art. 39, I do CPC), vêm à presença de V. Exa.., com fulcro no art. 19 da Lei 11.101/95, propor perante o procedimento ordiná-rio previsto no art. 282 do Código de Processo Civil, a presente AÇÃO DE EXCLUSÃO (outra classifi cação ou retifi cação de qualquer crédito), em face (nome da empresa, endereço e n°. do CNPJ), em vista das seguintes razões de fato e de direito:

1. A empresa suplicante é credora da empresa ....... que se encontra em re-gime de recuperação judicial (ou falência), objeto do processo n.°...... que tramita por este MM. Juízo.

2. Mencionado processo encontra-se em andamento, estando na fase de ......, conforme se verifi ca dos autos.

3. Ocorre, que apesar de ter ocorrido a habilitação do crédito da requeri-da na mencionada massa da empresa......, descobriu-se que .....( esclarecer a existência de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial, ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores).

4. Assim, irregular a habilitação procedida, pelo que deverá ser a mesma ex-cluída para os fi ns de direito, o que se busca na presente ação.

(ATENÇÃO: Se for o caso de irregularidade na classifi cação do crédito e não de irregularidade na constituição em si da habilitação, pleitear a reclassifi ca-ção nesse item e se for o caso de retifi cação somente pleiteá-la.).

5. A vista do exposto, requer-se o processamento da presente ação, reque-rendo-se a citação da requerida, para contestar, querendo, os temos da mes-

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 53

ma, acompanhando-a até fi nal decisão fi nal, quando a mesma haverá de ser julgada como procedente para o fi m de ......., condenando-a nos efeitos da sucumbência.

6. Pede-se que até o julgamento defi nitivo da lide, seja suspenso o pagamento ao titular do crédito objeto dessa ação, exceto havendo a prestação de caução (art. 19, parágrafo 2° da Lei de Falências).

7. Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em Direito.

Dá-se a causa o valor de ........ (o valor aqui descrito deverá corresponder ao crédito impugnado).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 54

PEDIDO DE NOMEAÇÃO DO REPRESENTANTE OU SUBSTITUIÇÃO DO REPRESENTANTE

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de.......

Processo n°.:XXXXX

(nome dos credores), por seus advogados infra-assinados, nos autos de falência de ..... que se processa por este MM. Juízo, vêm à presença de V. Exa., com fulcro no artigo 26, parágrafo 2° da Lei 11.101/95, a nomeação do representante e dos suplentes da respectiva classe ainda não representada no Comitê (inciso I), ou a substituição do representante ou dos suplentes da respectiva classe (inciso II).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 55

PEDIDO DE SUBSTITUIÇÃO DO ADMINSTRADOR JUDICIAL OU DOS MEMBROS DO COMITÊ

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de.......

Processo n.° XXXXX

(Nome da parte), por seu advogado infra-assinado, nos autos de Falência de ..... que se processa por este MM. Juízo, vêm à presença de V. Exa., com fulcro no art. 30, parágrafo 2° da Lei 11.101/95, requerer a SUBSTITUIÇÃO DO AD-MINISTRADOR JUDICIAL nomeado às fl s..... dos autos (ou dos Membros do Comitê), em vista de que a respectiva nomeação ocorreu em desobediência ao que estabelece o artigo supra citado (ou parágrafo 1°), da Lei de Falências, requerendo se digne V. Exa., decidir o pedido em vinte e quatro (24) horas, com a nomeação de novo administrador judicial (ou de membros do comitê).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 56

PEDIDO DE DESTITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL OU DE QUAISQUER DOS MEMBROS DO COMITÊ

Exmo. Sr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de.......

Processo n.°: XXXXX

(Nome do interessado), por seu advogado infra-assinado, nos autos da FALÊNCIA de ........ que se processa por este MM. Juízo, vêm à presença de V. Exa., com fulcro no art. 31 da Lei n.° 11.101/95, requerer a DES-TITUIÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL nomeado às fl s... dos autos, ( ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores), em vista de que .....(demonstrar a ocorrência de desobediência aos preceitos da Lei de Falência, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou terceiros, verifi cando-se as hipó-teses legais).

Assim, requer a nomeação de novo administrador judicial (ou a convoca-ção dos suplentes para recompor o Comitê, perante à exclusão de algum membro).

(ATENÇÃO: Tratando-se de falência, pedir que o juiz determine que o ad-ministrador judicial preste contas em 10 (dez) dias, conforme o parágrafo 2° do artigo 31 da Lei).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 57

PEDIDO DE CONVOCAÇÃO GERAL PARA A CONSTITUIÇÃO DO COMITÊ DE CREDORES OU A SUBSTITUIÇÃO DE SEUS MEMBROS

Exmo. Sr. Dr. Juiz da Vara Empresarial da Comarca de .....

Processo n.°: XXXXX

(Nome do credor), qualifi cado nos autos de recuperação judicial da empre-sa...., que se processa por este MM. Juízo, por seu advogado infra-assinado, vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no artigo 52, parágrafo 2° da Lei 11.101/95, requerer a convocação da ASSEMBLÉIA GERAL para que seja seu Comitê de credores (ou a substituição de seus membros), observado o disposto no artigo 36, parágrafo 2° da referida lei.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 58

COMUNICAÇÃO DA SUSPENSÃO DAS AÇÕES E EXECUÇÕES CONTRA A EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL AOS JUÍZOS COMPETENTES

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial Comarca da ...........

Processo n.° XXXXX

(Nome da empresa), com sede na cidade de ......., localizada na Rua ....., com ins-crição no CNPJ sob o n°.:......., por seu advogado infra-assinado (doc. em anexo), vêm, à presença de V. Exa., nos autos de execução (ou outra ação) que lhe move....., com fulcro no artigo 52, parágrafo 3° da Lei 11.101/95, COMUNICAR a sus-pensão das ações em face a mesma, em virtude de ter sido deferido o processamen-to de sua recuperação judicial, conforme faz fé os documentos anexos.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

Page 59: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 59

PEDIDO DE DESISTÊNCIA DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da......

Processo n°.: XXXXX

(Nome da empresa), por seu advogado infra-assinado, nos autos do pedi-do de sua recuperação judicial que se processa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., com amparo no artigo 52, parágrafo 4° da Lei n°. 11.101/05, requerer a DESISTÊNCIA do favor legal pleiteado e já deferido o seu processamento, informando ter obtido aprovação do presente pedido na Assembléia Geral de Credores, conforme documento incluso.

Assim, pede-se a homologação do presente pedido e seu arquivamento para os fi ns de Direito.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 60

PEDIDO DE ALIENAÇÃO OU ONERAÇÃO DE BENS PELA EMPRESA EM REGIME DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de .......

Processo n°.: XXXXX

(Nome da parte), por seu advogado infra-assinado, nos autos de seu pedido de recuperação judicial que se processa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., expor e requerer o seguinte:

1. Encontra-se em andamento o pedido de recuperação judicial da suplican-te, já distribuído, portanto.

2. Ocorre que para que a suplicante possa efetuar o pagamento de..... a mes-ma necessita alienar (ou onerar) o seguinte bem de sua propriedade.... que tem o valor de ...., sendo que tal bem não se encontra relacionado no plano de recuperação judicial.

3. Assim, digne-se V. Exa., reconhecer a evidente utilidade da alienação (ou oneração) pleiteada, ouvindo-se o Comitê de credores, para ao fi nal autori-zar-se o que ora se pede.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 61

PEDIDO DE FALÊNCA FEITO PELO DEVEDOR

Exmo. Sr. Dr. de Direito da Vara Empresarial da Comarca da....

(Nome, endereço e n°. do CNPJ do requerente), por seu advogado in fi ne assinado, ut instrumento de procuração em anexo, com escritório localiza-do na Rua....., onde recebe intimações e avisos, vem, mui respeitosamente, ajuizar o presente pedido de AUTO-FALÊNCIA com fulcro nos artigos 97, I e 105 da Lei n°. 11.101/05, mediante as razões de fato e direito adian-te articuladas:

1. A requerente atua no ramo do comércio de ... há... anos, sempre no mes-mo endereço.

2. Entretanto, nos últimos 02 (dois) anos, em virtude da falta de capital de giro para administrar as suas atividades, recorreu a empréstimos bancários e junto a particulares, não obtendo o retorno almejado que viesse que viesse a estabilizar suas fi nanças.

3. Sem recursos, passou à condição de inadimplente perante os seus fun-cionários, fornecedores, bancos e particulares, submetido a um processo de recessão irremediável, contra si tirados vários protestos, conforme certidões ora anexadas.

4. Numa breve análise dos últimos balancetes mensais e do balanço anual, vislumbra-se com evidência a debilidade fi nanceira e econômica da peticio-naria, não lhe restando outra alternativa, senão o pedido de auto-falência, subscrito nesta oportunidade pela integralidade dos seus sócios, esclarecendo não ser possível para si o pedido de recuperação judicial.

5. Ex positis, com fundamento no artigo 105 da Lei de Falências, a suplican-te requer:

a) seja decretada sua falência, obediente o ato decisório às recomendações da lex specialis que regula a quebra;

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 62

b) a juntada da procuração, com poderes especiais para pedir a auto-falência, outorgada por todos os sócios da empresa requerente;

- contrato social;

- balanço patrimonial (art. 105, I, “b” da Lei de Falência);

- demonstração do resultado desde o último exercício social (art. 105, I, “c” da Lei);

- relatório do fl uxo de caixa (art. 105, I, “d” da Lei);

- relação nominal dos credores, seus endereços, importância devida, natureza e classifi cação dos respectivos créditos (art. 105, II da Lei).

- relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estima-tiva de valor e documentos comprobatórios de propriedade (art. 105, III da Lei);

- prova de condição de empresário, mediante apresentação de seu contrato social, estatuto em vigor, ou se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais (art. 105, IV);

- livros obrigatórios e documentos contábeis (art. 105, V);

- relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respecti-vos endereços, suas funções e participação societária (art. 105, VI);

c) a produção de todas as provas admitidas em Direito.

Dá-se a causa o valor de R$.............................

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

(ATENÇÃO: Deverá conter as assinaturas de todos os sócios com a fi rma reconhecida).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 63

PEDIDO DE FALÊNCIA FEITO PELO CREDOR

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca de .......

(Nome, qualifi cação e endereço), por seu procurador ao fi nal assinado (doc. anexo), com escritório profi ssional estabelecido à rua......, na cidade de......., onde recebe intimações e avisos, vêm,à presença de V. Exa., baseado nos artigos 94 e 97, IV da Lei n°. 11.101/05, requerer, o processamento do pre-sente PEDIDO DE FALÊNCIA da empresa:.........., com sede nesta cidade, à rua......, inscrita no CNPJ sob o n°. ....., em vista das seguintes razões de fato e de direito abaixo:

1. O autor é credor da ré, pela quantia de R$......., representado pela dupli-cata n°. ....., emitida na data de ...... no valor de R$......., que ultrapassa o valor equivalente a quarenta salários mínimos nesta data, de acordo com a exigência do art. 94, I da Lei de Falências.

(ATENÇÃO: Permite-se que mais de um credor em litisconsórcio, reúnam-se para se atender tal requisito, conforme o parágrafo 1° do artigo 94).

2. Tal título fora devidamente protestado por falta de pagamento (docs. ane-xo), sem que a ré nada alegasse acerca dos títulos, líquidos, certos e exigíveis fi rmados pela mesma.

3. De forma amigável, tornou-se impossível o recebimento de tais quantias.

4. Nos termos do art. 94 da lei citada, considera-se falido o devedor que, sem relevante razão de direito, não paga no vencimento obrigação líquida, mate-rializada em título ou títulos executivos protestados.

5. A vista do exposto, requer-se na forma do artigo 98 da Lei de Falência, a citação da ré, na pessoa de um de seus representantes legais, a saber:

- para no prazo de 10 (dez) dias, apresentar contestação acompanhando a presente, até fi nal decisão e decreto da falência ora requerida.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 64

6. No caso de a ré pretender no prazo da contestação depositar a quantia correspondente ao crédito reclamado, para elidir o pedido de falência (art. 98 parágrafo único), fi ca requerida a inclusão da correção monetária, juros de mora desde o vencimento, além das custas processuais, despesas com os protestos no valor de R$..... e honorários advocatícios. (Súm. N°. 29 do STJ).

Requer, outrossim, após o decurso do prazo para defesa, que seja dado prosseguimento ao feito, com o decreto da falência da ré por sentença (art. 99 da lei), e a tomada de todas as providências previstas na mencio-nada legislação.

Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em Direito.

Dá-se a causa o valor de R$ ...........

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

(ATENÇÃO: O pedido poderá ser fundado em quaisquer das hipóteses elen-cadas no artigo 94 da Lei de Falência. A legitimidade para o presente pedido está prevista no art. 97 da mesma lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 65

FALÊNCIA – CONTESTAÇÃO – PROTESTO IRREGULAR

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da .....

Processo n°. XXXXX

(Nome, endereço e n°. do CNPJ da contestante), por seu advogado in fi ne assinado, ut instrumento de procuração em anexo (doc. em anexo 01), com escritório situado nesta capital, à rua....., onde recebe intimações e avisos, nos autos do pedido de falência promovido por......., vem, respeitosamente, apresentar sua CONTESTAÇÃO (art. 98 da Lei de Falência), mediante as razões de fato e de direito apresentadas abaixo:

1. No caso em espécie há vício no protesto (ou em seu instrumento), que obsta o decreto de falência, nos termos do art. 96, VI, da Lei, eis que o endereço da empresa contestante não é e nunca foi aquele lançado em tal instrumento de protesto.

2. Urge de estalo distinguir que para instruir um pedido de falência, a exor-dial deve vir acompanhada de regular instrumento de protesto dos títulos que calçam a pretensão drástica falitária, sem o que vazia a aspiração.

3. A exigência do protesto prevista art. 94, parágrafo 3ª da Lei de Falência, deve, entretanto, ser feita com todo rigor para evitar a chicana muito comum atualmente, protestando-se em local que certamente o indigitado devedor não receberá o aviso de protesto, com isso, consumando-o, tal qual o ocorri-do na hipótese vertente, data vênia, onde fora colocado um outro endereço, senão o da empresa ora contestante.

4. Ensina Silva Pacheco que “o protesto deve se revestir das formalidades legais. Se irregular o protesto, não confi gura o título executivo falencial, e, por conseguinte, acarreta a não decretação da quebra...o protesto nulo pode se constituir defesa argüível pelo réu-devedor, eis que, se nulo o protesto, inexiste o fato legitimador da falência, se pedida com base no art. 1° do Dec. Lei 7.661/45. Irregular o protesto quanto não for intimado o devedor”.

5. Logo a seguir Silva Pacheco aduz que “ o instrumento de protesto nesse caso, deve conter necessariamente... d) a certidão de não haver sido encon-

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 66

trado, ou de ser desconhecido ou estar ausente o devedor, casos em que a intimação será feita por edital, afi xado à porta do cartório e publicado pela imprensa... se nulo, porém, for o protesto, não se há de admiti-lo como elemento sufi ciente a caracterização do título executivo falencial ou a decre-tação da quebra” (Processo de Falência e Concordata, ed. Forense, 6ª edição, p.192 e 193).

6. Quando o local onde deve ser tirado o protesto, diz Rubens Requião: “o protesto do título da obrigação líquida deve ser tirado perante o ofi cial públi-co respectivo, no domicílio comercial do devedor, na jurisdição competente para a declaração da falência”.

E, ainda confi rma: “provando o devedor que a tramitação foi irregular e, portanto nula, o credor, em face dessa defesa oposta pelo devedor, pode ver denegada a falência requerida. Existe abundante jurisprudência a respeito, confi rmando a sentença denegatória da falência” (Curso de Direito Falimen-tar, ed. Saraiva, 9ª edição, p. 98 e 100).

7. Importante registrar que a Lei n°. 9.492 que trata do Protesto de Títulos de Crédito em seu artigo 14 menciona que o Tabelião de Protesto expedirá a intimação ao devedor “no endereço fornecido pelo apresentante do título, desde que o recebimento fi que assegurado e comprovado através de protoco-lo, aviso de recepção (AR) ou documento equivalente”.

8. Revela-se sem muito esforço que o autor reconhecidamente sabia previa-mente do endereço onde achava-se estabelecido o réu, e, mesmo assim, mal-dosamente, procedeu ao protesto em endereço diverso, na comarca de.....

9. Fulminando de vez, o suplicado traz todas as suas alterações contratuais, desde o início da empresa que sempre foi estabelecida a sua sede na “........ município de .....( doc. n°...... – todas as alterações contratuais).

10. E nem venha o autor dizer que desconhecia ou não sabia do endereço da suplicada, pois está registrado em “órgão público”, na Junta Comercial de ......, e ele próprio (autor), havia consignado nas notas fi scais o endereço correto daqui de......

11. Ademais, desconhece o réu o motivo da remessa de hipotética compra para a rua....., bairro......, local no qual jamais o suplicado manteve sua sede administrativa, restando o autor ilhado em suas palavras, contrárias à avalan-che de elementos processuais e dos próprios registros na.... quanto ao local de funcionamento do demandado.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 67

12. Noutra senda, não há prova ao menos da entrega do protesto do réu, e, mesmo se e realizado via editalícia, aí sim piora a sua situação, já que o suplicado tem endereço certo e sabido, publicamente divulgado na .... e, aliás de conhecimento notório seu funcionamento regular por estas bandas do interior, conforme infere-se das várias notas fi scais aqui carreadas de .... a....... de..... (doc. em anexo), além do conhecimento do mesmo pelo autor, fato incontroverso.

13. Ressalte-se que o próprio Juízo da Vara Empresarial, desde cedo captou a fl agrante nulidade do protesto, as deparar com endereços “diferentes” entre aquele informado na inicial.

14. Assim, nulos são os protestos, ante aos insanáveis vícios que os conta-minam, tornando-os imprestáveis para os fi ns de instruir pedido de falên-cia, devido a intimação totalmente irregular do protestado/réu em ende-reço e comarca nos quais, repita-se, nunca esteve o demandado sediado, quando já tinha o autor conhecimento por si que a sede do demandado era em .......

15. Efeito de nulidade dos protestos é a falta de requisito indispensável para viabilizar a pretensão do pleito inaugural, derivando daí a extinção imediata e de plano do processo, por faltar-lhe um requisito para o seu desenvolvimen-to, já que sem protesto válido e regular, não há como prosseguir o pedido de ingresso, devendo, por isso, ser extinto, a teor da regra insculpida no artigo 267, IV do CPC.

16. Única a jurisprudência neste caso:

“FALENCIA – PROTESTO IRREGULAR-INTIMAÇÃO DO DEVEDOR- CARÊNCIA DE AÇÃO. Para perfectibilizar o protesto e caracterizar a impon-tualidade do devedor, é indispensável a sua intimação. Se irregular o protesto, não confi gura o título executivo falencial e, por conseguinte, não viabiliza a decretação da quebra”. (ADV/COAD 95, verbete n.° 72122)

“FALÊNCIA-PROTESTO IRREGULAR. O protesto cambial e o pedido de falência tem sido desvirtuados de suas fi nalidades legais, constituindo-se, não raro, meios coercitivos de pagamento. Pelos graves efeitos que deles resultam, notadamente da quebra, impõem-se que os requisitos formais sejam rigorosa-mente observados. O protesto irregular do título cambial, de cujo instrumento não consta certidão de ter sido pessoalmente intimado o representante legal da devedora com endereço conhecido, nem juntando o aviso de recebimento na hi-

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 68

pótese da intimação ter sido processada por via postal, não autoriza a decretação da quebra”. (ADV/COAD 95, verbete n°. 71181)

17. Ex positis, o suplicado requer:

a) o acolhimento da presente contestação em face das inarredáveis nulidades e irregularidades dos protestos tirados em endereço completamente diverso da sede do réu, impossibilitando-o exercer como lhe competia seu direito de defesa frente aos referidos protestos, ausente, portanto, o requisito obrigató-rio do artigo 94, parágrafo 3° da Lei de Falência, pelo que deve ser julgado o autor carecedor de ação por falta de requisito válido para o prosseguimento do feito (art. 267, IV do CPC), condenando-o ao pagamento das custas pro-cessuais e honorários no importe de 20% (vinte por cento) sobre o valor da dívida cobrada, devidamente atualizada desde o ajuizamento da ação (art. 20 § 3° do CPC);

b) a produção de provas documental, testemunhal, pericial, e, especialmente, o depoimento pessoal do representante legal da autora, sob pena de confi ssão;

c) a intimação do signatário dos despachos proferidos nestes autos na forma da lei (CPC, art. 237, II), em seu escritório, sito à........

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

(ATENÇÃO: O direito de se contestar a falência é do devedor que terá o prazo de dez (10) dias para tanto (art. 98 da Lei de Falência).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 69

PEDIDO DE ELISÃO DA FALÊNCIA MEDIANTE DEPÓSITO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

Processo n°.: XXXXX

(Nome da empresa), com sede nesta cidade, à rua....., inscrita no CNPJ sob o n°. ........., por seu advogado infra-assinado, com escritório situado nesta ci-dade, à rua......, onde recebe intimações (art. 39, I do CPC), vem, à presença de V. Exa., nos autos em epígrafe, de pedido de falência, requerer com fulcro no parágrafo único do art. 98 da Lei n°. 11.101/05, a NÃO DECRETAÇÃO DE SUA FALENCIA, mediante o depósito e juízo do valor correspondente ao valor total do crédito reclamado, acrescido de correção monetária, juros de mora, custas processuais e honorários advocatícios, elidindo-se, assim o pedido falimentar.

Nestes termos, com a expedição do alvará de levantamento em favor do autor,

Pede Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

(ATENÇÃO: O pedido só será admissível nas hipóteses de pedido de falên-cia com fulcro nos incisos I e II do art. 94 da lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 70

PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE MERCADORIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da ....

Processo n°. XXXXX

(Nome do credor), com sede na cidade de .............., à rua............., inscrito no CNPJ sob o n°. ............., por seu advogado infra-assinado (doc. anexo), com escritório profi ssional situado na cidade de ........, à rua........., onde recebe intimações e avisos, vem, à presença de V. Exa., com fundamento no artigo 85 da Lei n°. 11.101/05, requerer o processamento de um PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE MERCADORIAS em face (nome da empresa), com sede nesta cidade, à rua............, inscrita no CNPJ sob o n°. ........, ora com pedido de concordata, cujo procedimento fora deferido por este MM. Juízo, às fl s..... dos autos principais, para o que passa a expor e a fi nal requerer o seguinte:

1. A requerente em data de ........fez entrega à concordatária de mercadorias, relacionadas na inclusa nota fi scal de n.°..........., e respectivo canhoto, num total de ..................

2. Tais mercadorias são............... (descrever todas as mercadorias vendidas).

3. Para a cobertura da venda à prazo, fora emitida a duplicata de n.°......... no valor de ............ a vencer..........em data de .............., já protestadas.

4. Avista do exposto e com fulcro no arts. 87 e ss da lei, é a presente para requerer a V. Exa., se digne em mandar ouvir o falido, o comitê, os cre-dores e o administrador judicial, para que no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo como contestação a manifestação contrária à restituição, e prosseguindo-se até fi nal decisão, quando deverá o falido, ser intimado à entrega da coisa, no prazo de quarenta e oito (48) horas, sen-do que, em havendo contestação deverá ser o falido condenado nas custas processuais e em honorários advocatícios à base de 20 % do valor total da restituição.

5. Pede e requer, outrossim, que na eventualidade da inexistência das mer-cadorias, por terem sido benefi ciadas ou vendidas, seja o falido intimado a

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 71

proceder à restituição em moeda corrente nacional, como prevê o inciso I do art. 86 da Lei de Falência, acrescido dos juros de mora e atualização monetá-ria, devendo em qualquer caso o falido ser condenado ao ressarcimento das custas processuais e honorários advocatícios do patrono da autora.

6. Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em Direito.

Dá-se a causa o valor de R$...........

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 72

PEDIDO DE CAUÇÃO NA RESTITUIÇÃO DE MERCADORIAS

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do requerente), por seu advogado infra-assinado, nos autos em epí-grafe, de restituição de mercadorias requerida face ao falido.........., vem, à presença de V. Exa., requerer o que se segue:

1. Por r. sentença fora reconhecido o direito do suplicante e determinada a entrega da coisa no prazo de quarenta e oito (48) horas.

2. De tal sentença houve recurso de apelação, que não possui, efeito suspen-sivo, a teor do que reza o art. 90 da Lei de Falência.

3. Desejando o suplicante receber o bem (ou a quantia reclamada) antes do trânsito em julgado de tal decisão, pretende ele prestar caução, com amparo no art. 91 da Lei de Falência, requerendo assim seja admitida caução consis-tente de ........, com a lavratura do respectivo termo, e conseqüente prosse-guimento da restituição.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n°. da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 73

EMBARGOS DE TERCEIRO NA FALÊNCIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

(Nome, qualifi cação e endereço), por seu advogado infra-assinado, vêm a presença de V. Exa., com fulcro no art. 93 da Lei de Falência e nos artigos 1.046 a 1.054 do Código de Processo Civil, promover os presentes EMBAR-GOS DE TERCEIRO nos autos de Falência de ................ que se processa por esse MM. Juízo (Processo n.°...............), em vista das seguintes razões de fato e de direito:

1. Por ocasião da arrecadação de bens do falido (art. 108 da Lei de Falência), o administrador judicial nomeado por V. Exa. (fl s.....), incluiu na relação de bens, como pertencesse à massa, o seguinte bem.........

2. Na realidade, contudo, tal bem não é de propriedade da fi rma falida, mas sim do embargante, consoante fazem prova os documentos inclusos, encon-trando-se tal bem em poder da fi rma falida, por mera liberalidade do embar-gante que a emprestou para a realização de alguns testes.

3. Assim, não pertencendo tal bem arrecadado à empresa falida, mas sim ao embargante, seu legítimo proprietário, impõe-se a imediata devo-lução do mesmo ao suplicante, concedendo-se liminarmente o presen-te pedido.

4. Requer, outrossim, a citação do síndico, que representa a massa falida, para contestar, querendo, os presentes embargos de terceiro, acompanhando-os até fi nal decisão, quando os mesmos haverão de serem julgados procedentes, liberando-se defi nitivamente o bem indevidamente arrolado.

Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em Direito, notadamente o depoimento pessoal do representante legal da empresa falida, inquirição de testemunhas, juntada, requisição e exibição de documentos.

Dá-se a causa o valor de R$.............................

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 74

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

Rol de testemunhas (CPC, art. 1.050)

Page 75: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 75

IABILITAÇÃO DE CRÉDITO NA FALÊNCIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do credor, endereço e número do CNPJ – pessoa jurídica) ou CPF (pessoa física), por seu advogado infra-assinado (doc. anexo), com escritório localizado na rua.........., onde recebe intimações e avisos, vêm, à presença de V. Exa., nos autos de Falência de ..... que se processa por este MM. Juízo, requerer, na forma do art. 7°, parágrafo 1°; art. 9° e art. 99, IV da Lei n.° 11.101/05, a HABILITAÇÃO DE SEU CRÉDITO expondo o seguinte:

1. Que é credor da falida, pela quantia de.... representado por....., vencido em data de ......(doc. anexo), cujo valor atualizado até a data da decretação da falência é de....

2. Que seu crédito refere-se à........., estando classifi cado como..........(art. 83 da Lei de Falências).

3. À vista do exposto, requer seja seu crédito incluído no respectivo quadro geral dos credores da falida declinada, ouvindo-se o administrador judicial para fi ns de impugnação, com o prosseguimento do feito até a decisão fi nal, requerendo que todas as intimações sejam procedidas na pessoa do advogado signatário da presente.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 76

IMPUGNAÇÃO À HABILITAÇÃO DE CRÉDITO FEITA PELO CREDOR

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do credor, endereço e número do CNPJ – pessoa jurídica) ou CPF (pessoa física), por seu advogado infra-assinado, nos autos de habilitação de crédito requerida por........nos autos do processo de falência de .........., que se processa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., na forma dos artigos 8° e 13 da Lei 11.101/05, oferecer sua IMPUGNAÇÃO men-cionada habilitação, em vista de que........(observar que cabe impugnação com referência à legitimidade, importância ou classifi cação de crédito re-lacionado).

À vista do exposto, requer o processamento da presente e sua autuação em separado, ouvindo-se o credor impugnado (art. 11 da lei) no prazo de cinco dias, e a seguir o devedor e o Comitê (se houver) e o administrador judicial, (art. 12 da lei), para ao fi nal, observadas as formalidades legais, ser a presente impugnação julgada procedente.

Protesta-se por provar o alegado pelos meios de provas admitidas pelo Direito.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

(ATENÇÃO: O prazo para a impugnação é dez dias (art. 8° da Lei de Fa-lência), contado da publicação da relação referida no art. 7.°, parágrafo 2° da mesma lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 77

IMPUGNAÇÃO À HABILITAÇÃO DE CRÉDITO FEITA PELO CREDOR

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do devedor), por seu advogado infra-assinado, nos autos de habili-tação de crédito requerida por.......... nos autos do processo de sua falência, que se processa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., na forma dos artigos 8° e 13 da Lei 11.101/05, oferecer sua IMPUGNAÇÃO à men-cionada habilitação, em vista de que..............(observar que cabe impugna-ção com referência à legitimidade, importância ou classifi cação de crédito relacionado).

À vista do exposto, requer o processamento da presente e sua autuação em separado, ouvindo-se o credor impugnado (art. 11), no prazo de cinco dias, e a seguir o devedor e o Comitê (se houver) e o administrador judicial (art. 12), para ao fi nal, observadas as formalidades legais, ser a presente impugnação julgada procedente.

Protesta-se por provar o alegado pelos meios de provas admitidas em Direito.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

(ATENÇÃO: O prazo para a impugnação é dez dias (art. 8° da Lei de Fa-lência), contado da publicação da relação referida no art. 7.°, parágrafo 2° da mesma lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 78

EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES NA FALÊNCIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do falido), por seu advogado infra-assinado, nos autos do proces-so de Falência que se processou por este MM. Juízo vem, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 159 da Lei 11.101/05 requerer a EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES eis que decorrido o prazo de cinco anos (inciso III), contado a partir do encerramento da falência.

Requer a autuação do presente pedido em separado, com a juntada da inclusa certidão que atesta o decurso do mencionado prazo, pleiteando-se a publi-cação de edital com prazo de trinta dias, no órgão ofi cial e em outro jornal de grande circulação, acerca do presente pedido, para que qualquer credor oponha-se, querendo, ao presente pedido.

Decorrido tal prazo, pede-se seja proferida sentença, declarando-se extintas as obrigações do falido, com a comunicação a todas as pessoas e entidades informadas na decretação da falência e observância de todas as demais for-malidades legais.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 79

PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

(Nome , qualifi cação e endereço da requerente), inscrita no CNPJ sob o n°. ........., situada à rua......................., por seu advogado in fi ne assinado, ut instrumento de procuração em anexo, com escritório profi ssional situado nesta capital, à rua............, onde recebe intimações e avisos(CPC, art. 39, I), vem, respeitosamente, impetrar o presente pedido de RECUPERAÇÃO JU-DICIAL para fi ns de viabilizar a superação da situação de crise econômico-fi nanceira do devedor, a fi m de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo assim a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica (art. 47 e ss da Lei n.° 11,101/05), mediante as razões de fato e direito adiante articuladas:

1. A peticionaria exerce suas atividades de ....... há mais de dois anos, aten-dendo-se o inciso I do art. 48 da Lei de Falências.

2. Entretanto, nestes últimos três anos foi obrigada a uma completa rees-truturação no seu maquinário, adquirindo equipamentos mais modernos e capazes de atender à demanda de carros importados e mesmo os nacio-nais com modelos mais avançados que utilizam tecnologia norte-americana e japonesa.

3. Referidos investimentos não tiveram o retorno planejado e esperado pelo requerente, em razão da forte crise fi nanceira, por demais recessiva que asso-lou a economia pátria, refl etindo nos salários de todos.

4. Com isso, os rendimentos previstos sofreram reduzida queda, abaixando o número de clientes na utilização dos serviços prestados pelo requerente.

5. Para satisfazer suas obrigações com salários, trabalhistas, fi scais e com for-necedores, alternativa não restou senão o desconto de duplicatas em insti-tuições fi nanceiras, que lhe cobraram taxas de juros altíssimos, gerando uma eventual falta de capital de giro.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 80

6. Dentro deste quadro, a suplicante não dispõe no momento de recursos fi nanceiros sufi cientes para pagar os seus fornecedores.

7. A recuperação fi nanceira é lenta, por isso, necessita de um prazo para re-erguer a empresa, com as benesses legais da recuperação judicial, como única forma de evitar-se uma indesejável falência.

8. A requerente nunca faliu, nunca teve obtido concessão de recuperação ju-dicial (incisos I a III do art. 48), e não ocorre, ainda, a restrição do inciso IV do art. 48 da Lei n.° 11.101/05 que pudesse obstar o presente pedido.

9. Para instruir o presente pleito traz à colação os documentos fi scais e con-tábeis abaixo (art. 51, II), retratando com rigor a difícil situação fi nanceira do suplicante:

a) balanço patrimonial;

b) demonstração de resultados acumulados;

c) demonstração do resultado desde o último exercício social;

d) relatório gerencial de fl uxo de caixa e de sua projeção.

(ATENÇÃO: Com amparo no parágrafo 2° do art. 51 da Lei de Falências, as microempresas e as empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplifi cados nos termos da legislação específi ca).

10. Esclarece que são seus credores ............ (apresentar relação nominal com-pleta dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classifi cação e o valor atua-lizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos venci-mentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente, na forma do inciso III do art. 51 da lei).

11. Apresenta certidão de sua regularidade no Registro Público de Empresas, bem como o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores, na forma do inciso V do art. 51 da lei.

12. Indica a seguir, a relação dos bens particulares dos seus sócios controladores e dos seus administradores, atendendo-se ao inciso VI também do mesmo artigo.

13. Apresenta, ainda, os extratos bancários atualizados de suas contas (Art. 51, VII).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 81

14. Apresenta, mais, certidão expedida pelo cartório de protestos (art. 51, VIII), bem como relação de todas as ações judiciais em que a mesma fi gura como parte, inclusive de natureza trabalhista, com os valores de .............. (Art. 51, IX).

15. Ex positis, o suplicante requer:

a) seja deferido o processamento do presente pedido de recuperação judicial, com a nomeação de administrador judicial e tomada de todas as ulteriores providências previstas no art. 52 da Lei de Falência;

b) a produção de provas em Direito admitidas, e,

c)a intimação do ilustre Representante do Ministério Público, art. 52, V da Lei n.° 11.101/05.

Dá-se à causa o valor de R$..............................

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 82

OFERECIMENTO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL PELO DEVEDOR

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome da empresa) por seu advogado infra-assinado, nos autos de sua RE-CUPERAÇÃO JUDICIAL que se processa por este MM. Juízo, vêm, à pre-sença de V. Exa., a tempo e modo (art. 53 da Lei n.° 11.101/05), apresentar seu PLANO DE RECUPERAÇÃO, na seguinte forma:

1. A suplicante pretende a recuperação de sua empresa, da seguinte forma: (Esclarecer ao juiz os meios pormenorizados que serão utilizados para a recu-peração da empresa. Art. 50 da lei).

2. Esclarece a viabilidade econômica de sua manutenção, eis que...........

3. Apresenta em anexo, laudo econômico-fi nanceiro e de avaliação dos seus bens e ativos, fi rmado por profi ssional legalmente habilitado (art. 53, III).

4. Obriga-se ao cumprimento de suas obrigações no prazo máximo de dois anos (art. 61), comprometendo-se ao pagamento no prazo máximo de um ano para o pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho vencidos até a data do pedido de recupe-ração judicial.

À vista do exposto, requer-se o prosseguimento do feito, com a oportunidade para eventuais impugnações na forma do art. 55 da Lei de Falência.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

Page 83: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 83

OFERECIMENTO PELO DEVEDOR DE CERTIDÕES

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome da empresa), por seu advogado infra-assinado, nos autos de seu pe-dido de RECUPERAÇÃO JUDICIAL que se processa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 57 da Lei n.° 11.101/05, re-querer juntada das certidões negativas de débitos tributários nos termos dos arts. 151,205,206 da Lei n.° 5.172/66.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

(ATENÇÃO: Tal apresentação será feita após a juntada aos autos do plano aprovado pela assembléia gral de credores ou decorrido o prazo para objeção ao plano de recuperação (arts. 55 e 56 da lei de falência).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 84

PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

(Nome, qualifi cação e endereço da requerente), inscrita no CNPJ sob o n°. ........., situada à rua......................., por seu advogado in fi ne assinado, ut instrumento de procuração em anexo, com escritório profi ssional situado nesta capital, à rua............, onde recebe intimações e avisos(CPC, art. 39, I), vem, respeitosamente, impetrar o presente pedido de RECUPERAÇÃO JU-DICIAL para fi ns de viabilizar a superação da situação de crise econômico-fi nanceira do devedor, a fi m de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo assim a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica (art. 47 e ss da Lei n.° 11,101/05), mediante as razões de fato e direito adiante articuladas:

1. A peticionaria é microempresa (ou empresa de pequeno porte), enqua-drando-se assim para o benefício legal como autoriza o art. 70 e seu parágrafo 1° da Lei de Falência.

2. A peticionaria exerce suas atividades de ....... há mais de dois anos, aten-dendo-se o inciso I do art. 48 da Lei de Falências.

3. Entretanto, nestes últimos três anos foi obrigada a uma completa rees-truturação no seu maquinário, adquirindo equipamentos mais modernos e capazes de atender à demanda de carros importados e mesmo os nacio-nais com modelos mais avançados que utilizam tecnologia norte-americana e japonesa.

4. Referidos investimentos não tiveram o retorno planejado e esperado pelo requerente, em razão da forte crise fi nanceira, por demais recessiva que asso-lou a economia pátria, refl etindo nos salários de todos.

5. Com isso, os rendimentos previstos sofreram reduzida queda, abaixando o número de clientes na utilização dos serviços prestados pelo requerente.

Page 85: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 85

6. Para satisfazer suas obrigações com salários, trabalhistas, fi scais e com for-necedores, alternativa não restou senão o desconto de duplicatas em insti-tuições fi nanceiras, que lhe cobraram taxas de juros altíssimos, gerando uma eventual falta de capital de giro.

7. Dentro deste quadro, a suplicante não dispõe no momento de recursos fi nanceiros sufi cientes para pagar os seus fornecedores.

8. A recuperação fi nanceira é lenta, por isso, necessita de um prazo para re-erguer a empresa, com as benesses legais da recuperação judicial, como única forma de evitar-se uma indesejável falência.

9. A requerente nunca faliu, nunca teve obtido concessão de recuperação ju-dicial (incisos I a III do art. 48), e não ocorre, ainda, a restrição do inciso IV do art. 48 da Lei n.° 11.101/05 que pudesse obstar o presente pedido.

10. Para instruir o presente pleito traz colação os documentos fi scais e con-tábeis exigidos na forma do art. 51, parágrafo 2° da Lei de Falência , ou seja, livros e escrituração contábil simplifi cados nos termos da legislação vigente.

11. Esclarece que são seus credores ............ (apresentar relação nominal com-pleta dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classifi cação e o valor atua-lizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos venci-mentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente, na forma do inciso III do art. 51 da lei).

12. Apresenta certidão de sua regularidade no Registro Público de Empresas, bem como o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores, na forma do inciso V do art. 51 da lei.

13. Indica a seguir, a relação dos bens particulares dos seus sócios contro-ladores e dos seus administradores, atendendo-se ao inciso VI também do mesmo artigo.

14. Apresenta, ainda, os extratos bancários atualizados de suas contas (Art. 51, VII).

15. Apresenta, mais, certidão expedida pelo cartório de protestos (art. 51, VIII), bem como relação de todas as ações judiciais em que a mesma fi gura como parte, inclusive de natureza trabalhista, com os valores de .............. (Art. 51, IX).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 86

16. Ex positis, o suplicante requer:

a) seja deferido o processamento do presente pedido de recuperação judicial, com a nomeação de administrador judicial e tomada de todas as ulteriores providências previstas no art. 52 da Lei de Falência;

b) a produção de provas em Direito admitidas, e,

c) a intimação do ilustre Representante do Ministério Público, art. 52, V da Lei n.° 11.101/05.

Dá-se à causa o valor de R$..............................

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

Page 87: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 87

OFERECIMENTO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL PELO DEVEDOR

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.°. XXXXX

(Nome da empresa), por seu advogado infra-assinado, nos autos de sua RE-CUPERAÇÃO JUDICIAL que se processa por este MM. Juízo vêm, à pre-sença de V. Exa., a tempo e modo (art. 71 da Lei n.° 11.101/05, apresentar seu PLANO DE RECUPERAÇÃO, na seguinte forma:

1. A suplicante pagará o montante de sua dívida objeto do processo de re-cuperação judicial em até tinta e seis parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e acrescida de juros de 12% ao ano.

2. A suplicante pagará a primeira parcela a que se obrigou no prazo máximo de cento e oitenta dias, contado da distribuição do pedido de recuperação judicial que ocorreu em data de.....

3. A suplicante estabelecerá oportunamente e requererá em juízo a necessi-dade de aumentar despesas e contratar empregados para a continuação de seus negócios.

4. Apresenta em anexo, laudo econômico-fi nanceiro e de avaliação dos seus bens e ativos, fi rmado por profi ssional legalmente habilitado (art. 53, III).

À vista do exposto, requer-se o prosseguimento do feito, com a oportunidade para eventuais impugnações na forma do art. 55 da Lei de Falência.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

Page 88: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 88

OBJEÇÃO AO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL PARA MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.°. XXXXX

(Nome dos credores), com sede na cidade de .... a rua..........inscrito no CNPJ sob o n.°........, vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 55 da Lei 11.101/05, oferecer OBJEÇÃO AO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDI-CIAL da microempresa (ou empresa de pequeno porte)........, o que faz em vista dos seguintes motivos de fato e de direito:

1. A microempresa......requereu os favores de uma recuperação judicial, fun-dando seu pedido no art. 70 da Lei de Falência.

2. Os suplicantes, na condição de credores titulares de mais da metade dos créditos descritos no inciso I do caput do art. 71 da Lei de Falência.

3. A vista de exposto, requerem com fulcro no parágrafo único do art. 72 da Lei de Falência, se digne V. Exa., julgar improcedente o pedido de recupera-ção judicial e conseqüentemente decretar a falência da mencionada empresa, com o processamento do feito nos moldes da lei falimentar.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

(ATENÇÃO: O prazo para tal objeção será de trinta dias contado da publi-cação da relação de credores de que trata o parágrafo 2° do art. 7° da Lei de Falências.)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 89

PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL FEITO DENTRO DO PRAZO DE CONTESTAÇÃO AO PEDIDO DE FALÊNCIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

(nome, endereço e n.° do CNPJ do requerente), por seu advogado in fi ne, ut instrumentos de procuração em anexo, com escritório situado nesta capital, à rua..........., onde recebe intimações e avisos, nos autos em que tramitam sua falência, processo n.°........ vem, respeitosamente, com fulcro no art. 95 da Lei n.° 11.101/05, propugnar seja-lhe CONCEDIDA A SUA RECUPERA-ÇÃO JUDICIAL (arts. 47 e ss da lei), evitando-se assim sua quebra, pelo que passa a expor e ao fi nal requer:

1. A peticionaria é microempresa (ou empresa de pequeno porte), enqua-drando-se assim para o benefício legal como autoriza o art. 70 e seu parágrafo 1° da Lei de Falência.

2. A peticionaria exerce suas atividades de ....... há mais de dois anos, aten-dendo-se o inciso I do art. 48 da Lei de Falências.

3. Entretanto, nestes últimos três anos foi obrigada a uma completa reestru-turação no seu maquinário, adquirindo equipamentos mais modernos e ca-pazes de atender à demanda de carros importados e mesmo os nacionais com modelos mais avançados que utilizam tecnologia norte-americana e japonesa.

4. Referidos investimentos não tiveram o retorno planejado e esperado pelo requerente, em razão da forte crise fi nanceira, por demais recessiva que asso-lou a economia pátria, refl etindo nos salários de todos.

5. Com isso, os rendimentos previstos sofreram reduzida queda, abaixando o número de clientes na utilização dos serviços prestados pelo requerente.

6. Para satisfazer suas obrigações com salários, trabalhistas, fi scais e com for-necedores, alternativa não restou senão o desconto de duplicatas em insti-tuições fi nanceiras, que lhe cobraram taxas de juros altíssimos, gerando uma eventual falta de capital de giro.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 90

7. Dentro deste quadro, a suplicante não dispõe no momento de recursos fi nanceiros sufi cientes para pagar os seus fornecedores.

8. A recuperação fi nanceira é lenta, por isso, necessita de um prazo para re-erguer a empresa, com as benesses legais da recuperação judicial, como única forma de evitar-se uma indesejável falência.

9. A requerente nunca faliu, nunca teve obtido concessão de recuperação ju-dicial (incisos I a III do art. 48), e não ocorre, ainda, a restrição do inciso IV do art. 48 da Lei n.° 11.101/05 que pudesse obstar o presente pedido.

10. Para instruir o presente pleito traz a colação os documentos fi scais e con-tábeis exigidos na forma do art. 51, parágrafo 2° da Lei de Falência, ou seja, livros e escrituração contábil simplifi cado nos termos da legislação vigente.

a) balanço patrimonial;

b) demonstração de resultados acumulados;

c) demonstração do resultado desde o último exercício social;

d) relatório gerencial de fl uxo de caixa e de sua projeção.

(ATENÇÃO: Com amparo no parágrafo 2° do art. 51 da Lei de Falências, as microempresas e as empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplifi cados nos termos da legislação específi ca).

10. Esclarece que são seus credores ............ (apresentar relação nominal com-pleta dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classifi cação e o valor atua-lizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos venci-mentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente, na forma do inciso III do art. 51 da lei).

11. Apresenta certidão de sua regularidade no Registro Público de Empresas, bem como o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores, na forma do inciso V do art. 51 da lei.

12. Indica a seguir, a relação dos bens particulares dos seus sócios controladores e dos seus administradores, atendendo-se ao inciso VI também do mesmo artigo.

13. Apresenta, ainda, os extratos bancários atualizados de suas contas (Art. 51, VII).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 91

14. Apresenta, mais, certidão expedida pelo cartório de protestos (art. 51, VIII), bem como relação de todas as ações judiciais em que a mesma fi gura como parte, inclusive de natureza trabalhista, com os valores de .............. (Art. 51, IX).

15. Ex positis, o suplicante requer:

a) seja deferido o processamento do presente pedido de recuperação judicial, com a nomeação de administrador judicial e tomada de todas as ulteriores providências previstas no art. 52 da Lei de Falência;

b) a produção de provas em Direito admitidas, e,

c)a intimação do ilustre Representante do Ministério Público, art. 52, V da Lei n.° 11.101/05.

Dá-se à causa o valor de R$..............................

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 92

HABILITAÇÃO DE CRÉDITO DE CREDOR QUIROGRAFÁRIO NA FALÊNCIA OU NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do credor, endereço e número do CNPJ – pessoa jurídica) ou CPF (pessoa física), por seu advogado infra-assinado, com escritório localizado na rua............, vem, à presença de V. Exa., nos autos de FALÊNCIA (ou recu-peração judicial), de ......... que se processa por este MM. Juízo, requerer a HABILITAÇÃO DE SEU CRÉDITO, de acordo com os requisitos do art. 9° da Lei de Falência, expondo o seguinte:

1. Que é credor quirografário da falida (ou da empresa sob recuperação judi-cial), pela quantia de ............ representado por, ..........vencido em data de ....(doc. anexo), que atualizado até a data da falência (ou pedido de recuperação judicial) é de........

2. Que seu crédito refere-se à.........

(Verifi car, sendo o caso, os demais requisitos do pedido, na forma do art. 9° da Lei de Falências).

3. À vista do exposto, requer seja seu crédito incluído no respectivo quadro geral dos credores da falida (ou da empresa que obteve pedido de recuperação judicial) declinada, requerendo que todas as intimações sejam precedidas na pessoa do advogado signatário da presente.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 93

HABILITAÇÃO DE CRÉDITO DE CREDOR RETARDATÁRIO NA FALENCIA OU PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do credor, endereço e número do CNPJ – pessoa jurídica) ou CPF (pessoa física), por seu advogado infra-assinado (doc. anexo), com escritório localizado na rua.........., onde recebe intimações e avisos, vêm, à presença de V. Exa., nos autos de Falência (ou recuperação judicial) de ..... que se pro-cessa por este MM. Juízo, requerer, na forma do art. 7°, parágrafo 1°; art. 9° e art. 99, IV da Lei n.° 11.101/05, a HABILITAÇÃO DE SEU CRÉDITO expondo o seguinte:

1. Que é credor quirografário da falida (ou empresa que obteve recuperação judicial), pela quantia de.... representado por....., vencido em data de ......(doc. anexo), cujo valor atualizado até a data da decretação da falência é de....

2. Que seu crédito refere-se à.........,

(Verifi car, sendo o caso, os demais requisitos do pedido, na forma do art. 9° da Lei de Falências).

3. À vista do exposto, requer seja seu crédito incluído no respectivo quadro geral dos credores da falida (ou da empresa que obteve pedido de recupera-ção judicial), declinada, como retardatária por não ter sido feito a tempo, requerendo que todas as intimações sejam procedidas na pessoa do advogado signatário da presente.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

Page 94: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 94

OBJEÇÃO AO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

(nome, endereço, e n.° do CNPJ da embargante), ), por seu advogado infra-assinado (doc. anexo), com escritório localizado na rua.........., onde recebe intimações e avisos, vêm, à presença de V. Exa., opor a presente OBJEÇÃO AO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL impetrada por............., o que faz com fulcro no art. 55 da Lei n.° 11.101/05, pelos motivos de fato e direito adiante articuladas:

(ATENÇÃO: expor os motivos da objeção, esclarecendo ao juiz que a em-presa não preencheu os requisitos ou não faz juiz ao benefício legal–ver a respeito os arts. 50 e 51 da lei).

Ex positis, o oponente requer seja ACOLHIDA A PRESENTE OBJEÇÃO ao plano de recuperação judicial da empresa....., requerendo se digne V. Exa., convocar a assembléia geral de credores para deliberar sobre o assunto (art. 56 da lei) e para a seguir, observadas as devidas formalidades legais se negar a concessão do benefício legal e via de conseqüência que seja DECRETADA A FALÊNCIA, o que se pede na forma do parágrafo 4°., do art. 57 da Lei de Falência, condenada a vencida ao pagamento dos ônus sucumbenciais.

Dá-se a causa o valor de R$.............

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 95: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 95

MODELO DE PETIÇÃO DE RESCISÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

(nome do credor), por seu advogado infra-assinado (doc. anexo), com escri-tório localizado na rua.........., onde recebe intimações e avisos, nos autos de RECUPERAÇÃO JUDICIAL de......... que se processa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 73 (inciso I a IV) da mencio-nada Lei n.°. 11.101/05, requerer a DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA, da mencionada empresa, eis que....

(expor os motivos do pedido com base no(s) inciso(s) declinado(s), que ser-vem de amparo ao pedido).

Á vista do exposto, requer o processamento do presente pedido, intimando o devedor, com a oitiva do administrador judicial e do representante do Mi-nistério Público, e decretando-se a falência da mencionada concordatária na forma pleiteada.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 96: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 96

AÇÃO DE RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS DA EMPRESA FALIDA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

Processo n°.: XXXXX

(Nome, qualifi cação e endereço), por seu advogado infra-assinado, com es-critório situado nesta cidade, à rua......, onde recebe intimações (art. 39, I do CPC), vem, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 82 da Lei 11.101/05 e sob o procedimento ordinário (art. 282, CPC), promover a presente AÇÃO ORDINÁRIA DE RESPONSABILIDADE em face de (nome, qualifi cação e endereço dos requisitos), em vista das seguintes razões de fato e de direito:

1. Conforme se verifi ca dos documentos anexos constantes dos autos de falência da empresa...objeto do processo n.°.......... que tramitou por este MM. Juízo, fi -cou evidenciada a responsabilidade pessoal dos sócios da mencionada empresa, cujas responsabilidades foram devidamente apuradas no processo falimentar.

2. Assim, tem a suplicante legitimidade para pleitear a responsabilidade dos mencionados sócios pela quantia de.....correspondente a ..............

3. A vista do exposto, requer-se a citação dos requisitos, para contestarem, querendo, os termos da presente ação, acompanhando-a até a decisão fi nal, quando a mesma haverá de ser julgada como procedente, decretando-se a responsabilidade dos mesmos pelo pagamento da quantia de ........ acrescida de juros de mora, atualização monetária, custas processuais e honorários ad-vocatícios, o que fi ca desde já requerido.

Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em Direito.

Dá-se a causa o valor de R$...........

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 97: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 97

PEDIDO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS NA FALÊNCIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

Processo n°.: XXXXX

(Nome da parte), por seu advogado infra-assinado, nos autos do processo de falência em epígrafe, da empresa.......vem, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 82, parágrafo 2° da Lei 11.101/05, requerer a INDISPONIBILIDA-DE dos bens particulares dos sócios da mencionada sociedade pela quantia de ......... até que seja devidamente julgada a ação de responsabilidade ajuiza-da na forma do art. 82 “caput” da legislação declinada.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 98: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 98

PEDIDO DE AQUISIÇÃO OU ADJUDICAÇÃO DOS BENS ARRECADADOS

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

Processo n°.: XXXXX

(Nome do credor), qualifi cado nos autos em epígrafe, de falência de ....... que se processa por este MM. Juízo, vem, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 111 da Lei n.° 11.101/05, requerer em razão dos custos e no interesse da massa falida, a AQUISIÇÃO (ou a adjudicação) dos bens arrecadados, a saber......., pelo valor da avaliação que é de ........, comprometendo-se ao pa-gamento imediato do valor, pleiteando-se a oitiva do Comitê de Credores e o deferimento do presente pedido na forma e para os fi ns de Direito.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 99: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 99

PEDIDO DE REMOÇÃO DE BENS ARRECADADOS

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

Processo n°.: XXXXX

(Nome da parte), por seu advogado infra-assinado, nos autos de falência, vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 112 da Lei 11.101/05, re-querer a REMOÇÃO dos bens arrecadados às fl s........, para que os mesmos sejam melhor guardados e conservados, pedindo-se fi quem esses sob depósito e responsabilidade do administrador judicial que fi rmará compromisso.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 100

NOTIFICAÇÃO FEITA AO ADMINISTRADOR JUDICIAL PELO CONTRATANTE

(local e data)

Exmo. Sr. ..........

DD. Administrador Judicial da falência de .........

Rua...........

Cidade............

Prezado Senhor,

Tendo em data de........ fi rmado um contrato para prestação de serviço à em-presa.........(doc. em anexo), que teve sua falência decretada em data de ....., vem, o suplicante interpelar aV.Sa., para que seja informado se irá ou não ser cumprido o contrato, o que se faz na forma do art. 117, parágrafo 1° da Lei de Falência.

Sem mais, aguardando vosso pronunciamento, fi rmo-me,

Atenciosamente,

(assinatura do interpelante).

(ATENÇÃO: A presente poderá ser feita extrajudicialmente, por A.R. ou através de um cartório de registro de Títulos e Documentos.)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 101

PEDIDO DE INEFICÁCIA DE ATOS PRATICADOS ANTES DA FALÊNCIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

Processo n°.: XXXXX

(Nome da parte), por seu advogado infra-assinado, nos autos em epígrafe, de falência da empresa............., vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 129 da Lei 11.101/05, requerer se digne a V. Exa., declarar incidentalmente nesse processo, a inefi cácia do seguinte ato praticado pela massa falida.......(verifi car as hipóteses do art. 129 da lei).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 102: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 102

AÇÃO REVOCATÓRIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

(Nome do credor), por seu advogado infra-assinado, com escritório situado nesta cidade, à rua......, onde recebe intimações (art. 39, I do CPC), vem, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 132 e ss da Lei 11.101/05 , promover a presente AÇÃO REVOCATÓRIA PELO PROCEDIMENTO ORDINÁ-RIO (CPC, art. 282) em face de (nome, qualifi cação e endereço- ver a legi-timidade passiva para ação no art. 133, I a III da lei), em vista das seguintes razões de fato e de direito:

1. Pela regra do art. 1330 da Lei de Falência soa revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

2. No caso em apreço, constatou-se a prática de tal conluio, eis que.......

(esclarecer os fatos, demonstrando o que ocorreu e o prejuízo sofrido pela massa falida).

3. A competência legal é do juízo falencial (art. 134 da lei), tendo legitimi-dade ativa o administrador judicial, qualquer credor ou o Ministério Público (art. 132 da Lei de Falência), e legitimidade passiva as pessoas elencadas no art. 133 da mesma lei.

4. Presente in casu, sem exceção, os elementos caracterizadores pela fraude aos credores: conluio fraudulento e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

5. Ex positis, o autor requer:

a) seja julgada procedente a ação, para reconhecendo-se a fraude, prejudican-do-se sobremaneira os credores da massa falida, se declarar como revogados os atos praticados e ora denunciados, voltando-se à situação anterior;

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 103

b) citação da ré, no endereço registrado no preâmbulo, para, querendo, con-testar, sob pena de revelia, acompanhando-a até fi nal decisão, quando haverá de ser julgada procedente a ação e condenada a ré nos efeitos sucumbenciais;

(ATENÇÃO: Requerer, sendo o caso, o seqüestro dos bens com amparo no art. 137 da lei).

c) a distribuição por dependência ao processo principal de falência n.°..............

d) a produção de prova pericial, testemunhal, documental, e, especialmente, o depoimento pessoal dos réus, sob pena de confi ssão;

e) a manifestação do Ministério Público.

Dá-se a causa o valor de R$.............

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 104

AÇÃO DE PERDAS E DANOS MOVIDA POR TERCEIRO DE BOA-FÉ CONTRA O DEVEDOR OU SEUS GARANTES

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

(Nome, qualifi cação e endereço), por seu advogado infra-assinado, com es-critório situado nesta cidade, à rua......, onde recebe intimações (art. 39, I do CPC), vem, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 136, parágrafo 2° da Lei 11.101/05 , promover a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS em face de (nome, qualifi cação e endereço), em vista das seguintes razões de fato e de direito:

1. O suplicante em data de...... adquiriu um bem da empresa (descriminar o bem)..........., vindo à mesma a ter sua falência decretada em data de .......... (docs. anexos).

2. Fora ajuizada ação revocatória pelos credores, visando o retorno dos bens à massa falida, que fora julgada procedente, reconhecendo-se assim o direito desses (doc. anexo), cuja sentença transitou em julgado em data de .....

3. O suplicante na condição de comprador de boa-fé não pode ser preju-dicado pela atitude da vendedora, razão pela qual e mercê da presente ação pretende ser ressarcido à título de perdas e danos pela quantia de..... corres-pondente ao valor do bem adquirido, cujo valor deverá ser corrigido mone-tariamente, acrescido de juros moratórios, além de...... (esclarecer e pedir a condenação de algum outro prejuízo que o vendedor, ora autor teve com o desfazimento do negócio face à sentença proferida na ação revocatória).

4. A vista do exposto, propõe-se a presente ação, requerendo seja a mesma julgada como procedente, de modo a se condenar o suplicado, a pagar-lhe o que foi reclamado no item anterior, com os acréscimos, além das custas processuais e honorários advocatícios, citando-o, para contestar, querendo, os termos da presente ação e acompanhá-la até fi nal decisão.

Protesta-se por provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em Direito.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 105

Dá-se a causa o valor de R$............. (valor do pedido).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 106: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 106

PEDIDO DE ALIENAÇÃO DO ATIVO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

Processo n°.: XXXXX

(Nome da parte), por seu advogado infra-assinado, nos autos em epígrafe, de falência da empresa............., vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 142 da Lei 11.101/05, requerer se digne a V. Exa., requerer a alienação do ativo da mencionada empresa, na modalidade de .... (verifi car os incisos I a III do art. 142 da lei).

Requer, assim a oitiva do administrador judicial e com a orientação do comi-tê de credores, o deferimento do pedido e observância das prescrições legais para a alienação.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 107: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 107

IMPUGNAÇÃO DE ALIENAÇÃO DO ATIVO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.........

Processo n°.: XXXXX

(Nome da parte), por seu advogado infra-assinado, nos autos em epígrafe, de falência da empresa............., vêm, à presença de V. Exa., com fulcro no art. 143 da Lei 11.101/05, requerer se digne a V. Exa., oferecer a presente IMPUGNAÇÃO à alienação do ativo da mencionada deferida às fl s...., em vista das seguintes razões de fato e de direito:

1. A pedido da falida, e mediante parecer favorável do administrador judicial, fora deferida a alienação do ativo da empresa mencionada, através de (leilão, propostas fechadas ou pregão).

2. A alienação ocorreu em data de ...., pelo valor de .... conforme consta nos autos.

3. Ocorre, que a alienação não poderia ter sido deferida e realizada, eis que.... (esclarecer os motivos impeditivos).

4. A vista do exposto, fi ca impugnada a alienação em apreço, requerendo se digne V. Exa., no prazo de cinco dias decidir sobre a mesma, julgando-a pro-cedente para os fi ns de Direito.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 108: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 108

MODELO DE PEDIDO DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL COM ADESÃO DOS CREDORES

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome da empresa, endereço e número do CNPJ – pessoa jurídica) ou CPF (pessoa física), por seu advogado infra-assinado (doc. anexo), com escritó-rio localizado na rua.........., onde recebe intimações e avisos, vêm, à pre-sença de V. Exa., com fulcro nas disposições dos artigos 161 e ss da Lei n.° 11.101/05, requerer a HOMOLOGAÇÃO DO PRESENTE PEDIDO DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL fi rmado com seus credores, expondo o seguinte:

1. A empresa requerente preenche os requisitos do art. 48 da Lei de Falência, fazendo jus ao presente pedido, não havendo, ainda, impedimento do art. 161, parágrafo 3° da lei.

2. Que todos os seus credores aderiram ao presente pedido, estando de acor-do com ele (docs. em anexo), conforme termo que contem os termos e as condições (art. 162), contendo, ainda, a forma de pagamento.

3. A vista do exposto, requer se digne V. Exa., dar prosseguimento ao pedido na forma do art. 164 da lei, homologar por sentença o presente pedido para que o mesmo surta seus efeitos de direito, sendo tal sentença um título exe-cutivo judicial (CPC, art. 584, III).

Nestes termos, atribuindo-se ao pedido o valor de .....e com os documen-tos inclusos.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

Page 109: Prática jurídica iv-vol_2 (1)

PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 109

MODELO DE PEDIDO DE REPERCURAÇÃO EXTRAJUDICIAL SEM ADESÃO DOS CREDORES

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome da empresa, endereço e número do CNPJ – pessoa jurídica) ou CPF (pessoa física), por seu advogado infra-assinado (doc. anexo), com escritório localizado na rua.........., onde recebe intimações e avisos, vêm, à presença de V. Exa., com fulcro nas disposições dos artigos 163 e ss da Lei n.° 11.101/05, requerer a HOMOLOGAÇÃO DO PRESENTE PEDIDO DE RECUPE-RAÇÃO EXTRAJUDICIAL fi rmado com seus credores, o que faz em vista dos seguintes motivos de fato e de direito:

1. A empresa requerente preenche os requisitos do art. 48 da Lei de Falência, fazendo jus ao presente pedido, não havendo, ainda, impedimento do art. 161, parágrafo 3° da lei.

2. De forma a atender as exigências constantes do parágrafo 6° do art. 163 da lei, a requerente esclarece que a situação patrimonial atual é a seguinte....

3. Apresenta em anexo a demonstração contábil relativa ao último exercício social e as levantadas especialmente para instruir o presente pedido, na forma do inciso II do caput do art. 51 da mesma lei.

4. Anexa, ainda os documentos que comprovam os poderes para novar ou transigir.

5. Esclarece que são seus credores (apresentar aqui a relação dos credores), com os requisitos abaixo:

(nome do credor, endereço e número do CPF ou CNPJ), sendo tal crédito de natureza....., sendo classifi cado como........., com o valor atualizado até a pre-sente data de...., cuja obrigação venceu em data de........... estando registrado contabilmente em sua empresa (doc. em anexo).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 110

6. Que mais de 3/5 de seus credores aderiram ao presente pedido, estando de acordo com ele (docs. em anexo), conforme termo em anexo que contem as condições e forma de pagamento (art. 162),

(ATENÇÃO: Verifi car a regra dos §§ 1°, 2° e 3° do art. 163, acerca das regras para o pedido de homologação sem a adesão de todos os credores, mas de parte deles.)

7. A vista do exposto, requer se digne V. Exa., dar andamento no feito na forma do art. 164 da lei, expedindo-se edital para que os demais credores que não aderiram ao presente ofereçam, querendo, impugnação a tempo e modo, para ao fi nal homologar por sentença o presente pedido para que o mesmo surta seus efeitos de direito, sendo tal sentença um título executivo judicial (art. 584, III do CPC).

Nestes termos, atribuindo-se ao pedido o valor de .....e com os documen-tos inclusos.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 111

MODELO DE IMPUGNAÇÃO PELOS CREDORES QUE NÃO ADERIRAM AO PEDIDO DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome da parte), por seu advogado infra-assinado, nos autos em epígrafe, vem à presença de V. Exa., expor e requerer o seguinte:

1. Conforme se verifi ca dos autos, a suplicante pediu a homologação de pla-no de recuperação extrajudicial.

2. Não obstante, o pedido não fora homologado, eis que..........

3. Ocorre, que o motivo que ensejou a não homologação fora superado, estando assim cumpridas as formalidades legais para tanto, razão pela qual requer com fulcro no § 8° do art. 164 da Lei de Falência, se digne V. Exa., homologá-lo, observando-se o trâmite processual para tanto.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 112

RELAÇÃO DE CREDORES

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da massa falida de ......., vem, respeitosamente, nes-ta oportunidade, apresentar a “relação de credores” (art. 7°, § 2° da Lei de Falência), conforme abaixo discriminado:

Relação de Credores: (nome, endereço e n° de identifi cação – CPF ou CNPJ)

Requer, na forma legal, seja juntado aos autos, subscrito por V. Exa., e publi-cado no órgão ofi cial, para que produza seus efeitos jurídicos.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

(ATENÇÃO: O prazo para apresentação desta relação será de quarenta e cin-co dias contado do fi m do prazo constante do parágrafo 1° do art. 7° da lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 113

QUADRO GERAL DE CREDORES

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da massa falida de........., ,vem, respeitosamente, nesta oportunidade, apresentar o QUADRO GERAL DE CREDORES (art. 7°, parágrafo 2° da Lei de Falência), conforme abaixo descriminado:

Relação de Credores da Falida: (nome, endereço e n° de identifi cação – CPF ou CNPJ).

Importância e Classifi cação:

a) Créditos derivados da legislação do trabalho (art. 83,I ): O credor......... tem a receber a quantia de ..........sendo seu crédito classifi cado derivado da legislação do trabalho.

b) Créditos com Garantia Real (art. 83,II): O credor......... tem a receber a quantia de ..........sendo seu crédito classifi cado derivado como garantia real.

c) Créditos Tributários (art. 83, III): O credor......... tem a receber a quantia de ..........sendo seu crédito classifi cado derivado como créditos tributários.

d) Créditos com Privilégio Especial (art. 83, IV): O credor......... tem a rece-ber a quantia de ..........sendo seu crédito classifi cado derivado como privilé-gio especial.

e) Créditos com Privilégio Geral (art. 83,V): O credor......... tem a receber a quantia de ..........sendo seu crédito classifi cado derivado como privilégio geral.

f ) Créditos Quirografários (art. 83, VI): O credor......... tem a receber a quantia de ..........sendo seu crédito classifi cado derivado como crédito quirografário.

g) Multas Contratuais (art. 83, VII): O credor......... tem a receber a quantia de ..........sendo seu crédito classifi cado derivado como multas contratuais.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 114

h) Créditos Subordinados (art. 83, VIII): O credor......... tem a receber a quantia de ..........sendo seu crédito classifi cado derivado como crédi-tos subordinados.

Requer, na forma legal, seja juntado aos autos, subscrito por V. Exa., e publi-cado no órgão ofi cial no prazo de cinco dias, para que produza seus efeitos jurídicos (art. 18, parágrafo único).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

(ATENÇÃO: O prazo para apresentação desta relação será de quarenta e cinco dias contado do fi m do prazo constante do parágrafo 1° do art. 7° da lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 115

PEDIDO DE CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DE CREDORES

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da massa falida de ......., vem, respeitosamente, nes-ta oportunidade, requerer na forma do art. 22,I, “g” da Lei de Falências, se digne a V. Exa., convocar a assembléia geral de credores (art. 35), para o fi m de................

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 116

PEDIDO DE FALENCIA NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da empresa de ......., em regime de recuperação judicial, ao fi nal assinado, vem, respeitosamente, a presença de V.Exa., com amparo no art. 22, II, “d” da Lei de Falência, requerer seja decretada a falên-cia da mencionada empresa, eis que está ocorrendo no caso em espécie des-cumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação, consistente de......(verifi car as hipóteses do art. 53 da Lei de Falência).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 117

RELATÓRIO MENSAL DAS ATIVIDADES DO DEVEDOR EM REGIME DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da empresa de ......., em regime de recuperação judicial, ao fi nal assinado, vem, respeitosamente, a presença de V.Exa., com amparo no art. 22, II, “c” da Lei de Falência, apresentar o relatório das ativi-dades da mencionada empresa, informando o seguinte:

1. Que as atividades estão sendo exercidas de forma normal.

2. Que as obrigações assumidas estão sendo cumpridas.

3. Que não vê motivo para não se continuar a empresa em regime de recu-peração judicial.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 118

RELATÓRIO SOBRE A EXECUÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da empresa de ......., em regime de recuperação judicial, ao fi nal assinado, vem, respeitosamente, a presença de V.Exa., com amparo no art. 22, II, “d” da Lei de Falência, apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação da mencionada empresa, previsto no art. 63,caput e inciso III da mesma lei, informando que........

(Verifi car o plano de recuperação judicial previsto no art. 53 da lei).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 119

AVISO AOS CREDORES PARA EXAME DOS LIVROS E DOCUMENTOS DO FALIDO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do administrador judicial), nos autos de falência da empresa...... que se processa por este MM. Juízo, vem, à presença de V. Exa., na forma do art. 22, III, letra “a” da Lei de Falências, requerer a publicação no órgão ofi cial de informação aos credores de que em dias comerciais, no horário de ...... às......., terão os mesmos à sua disposição, em seu escritório localizado na rua ........., os livros e documentos do falido, para exame.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 120

RELATÓRIO DAS CAUSAS E CIRCUNSTÂNCIAS QUE CONDUZIRAM À FALÊNCIA

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do administrador judicial), nos autos de falência da empresa...... que se processa por este MM. Juízo, vem, à presença de V. Exa., na forma do art. 22, III, letra “e” da Lei de Falências, apresentar sua EX-POSIÇÃO CIRCUNSTANCIADA, pelos fatos e fundamentos adian-te articulados:

I. Causas da Falência.

Após a analise de feito falitário e da parte contábil da falida, sem dúvida algu-ma, tem-se que o motivo da falência foi (desenvolver os motivos que levaram a empresa a falir).

II. Procedimento do Devedor

Os falidos antes da falência sempre tiveram um bom conceito no comércio....(desenvolver os conceitos positivos e negativos, manobras para desviar bens e circunstâncias que a sindicância entender deva ser colocada).

Após a quebra, tanto os falidos por si, como seus ilustres advogados, sempre atenderam prontamente às solicitações deste administrador judicial....(desen-volver o comportamento após a quebra, positivos e negativos).

III. Atos da Administração da Massa.

O administrador judicial tão logo assumiu o cargo, providenciou à arrecada-ção dos bens.... (desenvolver um breve relatório das suas atividades no pro-cesso de falência, em outros juízos e mesmo extrajudicial até o momento da apresentação).

IV. Valor do Ativo e do Passivo.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 121

O ativo falimentar corresponde em tese, à avaliação dos bens arrecadados, mais a quantia de R$....., depositada em conta judicial à disposição deste eg. Juízo. O passivo falitário alcança, aproximadamente nesta oportunidade, a cifra de R$ ....., conforme apura-se do quadro geral de credores publicado, e decisões posteriores proferidas em habilitações retardatárias.

V. Ações em Andamento.

Em curso, exceto as habilitações de crédito decididas, acobertadas pelo trân-sito em julgado, existem as seguintes ações de interesse da massa:

(colocar os dados referentes a: vara, comarca, n.° do processo, autor e réu).

VI. Atos susceptíveis de Revogação.

A sindicância não localizou até então atos passíveis de revogação (caso tenha encontrado, deverá comunicar ao juízo, e, analisar para promoção de ação revocatória).

VII. Atos que Constituem Crime Falimentar.

O laudo pericial contábil, ora anexado, captou o cometimento de alguns crimes falimentares por parte dos sócios da empresa falida.

Alguns destes delitos de natureza formal foram fl agrados na inspeção con-tábil, corroborando a sindicância com o exame elaborado pelo experiente e competente expert, a saber:

(Esclarecer a respeito da prática de algum delito (arts. 168 e 178).

VIII. Pedidos

Antes do exposto, o síndico requer:

a) seja juntada a 2ª via desta “Exposição Circunstanciada” em anexo aos au-tos principais;

b) a abertura de inquérito judicial, obediente à forma prevista na Lei Fali-mentar, para, se assim entender o ilustre Curador de Massas, seja, oferecida denúncia contra o sócio da falida....., pela prática do crime falimentar (ou um dos crime falimentares), capitulado no art..... da lei, conforme alhu-res enfatizado;

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 122

c) após autuado este incidente, seja adotado o procedimento previsto na lei de quebra.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

(O presente deverá ser apresentado no prazo de quarenta dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 123

AUTO DE ARRECADAÇÃO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do administrador judicial), nos autos de falência da empresa...... que se processa por este MM. Juízo, vem, à presença de V. Exa., na forma do art. 22, III, letra “f” e art. 108 da Lei de Falências, requerer a juntada do AUTO DE ARRECADAÇÃO consiste do inventário dos bens do falido, que são......

(Verifi car os arts. 108 a 114 da lei, elaborando um auto sobre os bens da em-presa falida, com a avaliação dos mesmos).

(Caso não seja possível a avaliação imediata dos bens, pedir ao juiz a con-cessão do prazo de trinta dias para apresentação do laudo de avaliação, cujo prazo contar-se-á da apresentação do laudo de arrecadação, do art. 110, pa-rágrafo 1° da lei).

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

(Os bens absolutamente impenhoráveis previstos no CPC, não poderão ser arrecadados).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 124

PEDIDO DE VENDA ANTECIPADA DE BENS

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

(Nome do administrador judicial), nos autos de falência da empresa...... que se processa por este MM. Juízo, vem, à presença de V. Exa., na forma do art. 22, III, letra “j” e art. 113 da Lei de Falências, se digne V. Exa., autorizar a VENDA ANTECIPADA DOS BENS PERECÍVEIS, pertencentes a em-presa falida e que se encontram em sua sede, levando-se e conta a vantagem à massa falida.

(O presente pedido poderá ser feito após a arrecadação e a avaliação, median-te autorização judicial, ouvidos o comitê e o falido no prazo de quarenta e oito horas, conforme estabelece o art. 113 da lei).

A vista do exposto, requer a oitiva do comitê e do falido no prazo de quarenta e oito horas, decidindo-se a seguir.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 125

CONTA DEMOSNTRATIVA DA ADMINISTRAÇÃO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da empresa.......em regime de falência que se pro-cessa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., na forma do art. 22, III, letra “p” e da Lei de Falências, apresentar a tempo e modo, a presente CON-TA DEMOSNTRATIVA DA ADMINISTRAÇÃO DA MASSA FALIDA, com as seguintes informações:

Para o exercício da administração gastou-se a quantia de....... referente a .....e recebeu-se a quantia de ..... referente a .....

Com os documentos anexos, comprobatórios do alegado,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 126

PRESTAÇÃO DE CONTAS

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da empresa.......em regime de falência que se pro-cessa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., na forma do art. 22, III, letra “r” e da Lei de Falências, pelo que passa a aduzir:

(A prestação de contas será devida quando o processo falimentar fi ndar-se quando for o administrador judicial substituído, destituído ou renunciar ao cargo).

1. O ativo falimentar da massa falida resumiu-se no depósito junto ao ban-co....., agência ......, na conta n.°......, no valor de R$......, já deduzidos os encargos da massa, estes depositados na conta n.°...... na mesma agência ban-cária, conforme recibos em anexo.

2. A administração judicial promoveu o pagamento aos credores utilizando do produto atingido pela realização do ativo, dentro do critério de rateio por classe, e na ordem de preferência, conforme petição e recibos dos depósitos realizados nos autos principais, por xerox ora anexados.

3. Eis o resumo:

Saldo positivo ..... R$...... +

Encargos da massa .... R$ ..... –

Subtotal: ..... R$..... +

Pagamento aos credores .... R$

Saldo restante .... R$ ou zerado

4. Ante o exposto, o síndico requer:

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 127

a) seja apensada a presente prestação de contas ao feito matriz;

b) seja publicado o aviso aos credores e interessados pelo prazo legal de dez dias;

c) depois de transcorrido o prazo do aviso, sejam os autos enviados ao repre-sentante Ministerial para seu indispensável parecer;

d) ao fi nal, sejam por sentença julgadas boas e bem prestadas contas do administrador.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(nome e assinatura do administrador judicial).

(Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no prazo de dez dias, nos termos dos parágrafos 1° a 6° do art. 154 da lei).

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 128

PEDIDO DE INTIMAÇÃO DE PESSOAS PARA COMPARECIMENTO EM JUÍZO

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Empresarial da Comarca da.............

Processo n.° XXXXX

O administrador judicial da empresa.......em regime de falência (ou recu-peração judicial) que se processa por este MM. Juízo, vêm, à presença de V. Exa., na forma do art. 22, parágrafo 2° da Lei de Falências, requere intimação de ....., na condição de (credor, devedor ou seus administradores), eis que o mesmo recusou-se a prestar informações ao suplicante inerentes à......., para comparecer em dia e hora à sede deste juízo, sob pena de desobediência, para que seja interrogado na presença do suplicante, tomando-se suas declarações por escrito.

Justifi ca o suplicante a necessidade de tais informações para o perfeito anda-mento do feito e concretização de suas atividades na forma que a lei estabelece.

Nestes Termos,

P. Deferimento.

(local e data)

(assinatura e n.° da OAB do advogado)

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 129

APOSTILA DOS INFORMATIVOS DO STJ EM DIREITO EMPRESARIAL

Fonte Bibliográfi ca: www.stj.gov.br

INFORMATIVO DO STJ 415

CONCORRÊNCIA DESLEAL. DANO MATERIAL.

Em confl ito de nome comercial e a marca utilizada em produtos de empre-sas que atuam no mesmo mercado e atividade, as instâncias ordinárias reconhe-ceram a prática de concorrência desleal e o desvio de clientela, resultando na condenação da recorrente para abster-se do uso da marca e pagar os danos ma-teriais a serem apurados em liquidação. No REsp, entre outros questionamen-tos, discute-se a identifi cação dos elementos necessários à caracterização dos danos materiais na hipótese de prática dos atos de concorrência desleal e desvio de clientela. Para a Min. Relatora, o tema não pode ser tratado isoladamente à luz do CC/2002, devido à existência de lei específi ca a respeito, ou seja, a Lei n. 9.279/1996, cujo art. 209 autoriza a reparação material pela constatação do ato de concorrência desleal e pelo desvio de clientela, por gerar dúvidas entre os consumidores pela confusão entre estabelecimentos e os produtos adquiridos, muitas vezes, um pelo outro. Concluiu que, como o citado artigo não apresenta nenhuma condicionante, autoriza a reparação do dano material pela ocorrência do ato de concorrência desleal, dispensando a comprovação do dano, assim, como o prejuízo é presumido, o seu valor será determinado em liquidação de sentença. Diante do exposto, a Turma negou provimento ao recurso. REsp 978.200-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/11/2009.

DESCONSIDERAÇÃO. PERSONALIDADE JURÍDICA.

A controvérsia está a determinar se a simples inexistência de bens de pro-priedade da empresa executada constitui motivo apto à desconsideração da per-sonalidade jurídica – o que, como é cediço, permite a constrição do patrimônio de seus sócios ou administradores. Explica a Min. Relatora que são duas as principais teorias adotadas no ordenamento jurídico pátrio: a teoria maior da desconsideração (consagrada no art. 50 do CC/ 2002) – é a mais usada –, nela mera demonstração da insolvência da pessoa jurídica não constitui motivo su-fi ciente para a desconsideração da personalidade jurídica, pois se exige a prova de insolvência ou a demonstração de desvio de fi nalidade (ato intencional dos sócios fraudar terceiros) ou a demonstração de confusão patrimonial (confusão quando não há separação do patrimônio da pessoa jurídica e de seus sócios). Já na outra, a teoria menor da desconsideração, justifi ca-se a desconsideração pela simples comprovação da insolvência de pessoa jurídica, e os prejuízos são

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 130

suportados pelos sócios, mesmo que não exista qualquer prova a identifi car a conduta culposa ou dolosa dos sócios ou administradores. Essa teoria tem-se restringido apenas às situações excepcionalíssimas. Na hipótese dos autos, a desconsideração jurídica determinada pelo TJ baseou-se na aparente insolvên-cia da empresa recorrente, pelo fato de ela não mais exercer suas atividades no endereço em que estava sediada, sem, contudo, demonstrar a confusão patri-monial nem desvio de fi nalidade. Por isso, tal entendimento não pode pros-perar, sendo de rigor afastar a desconsideração da personalidade jurídica da recorrente. Diante do exposto, a Turma deu provimento ao recurso especial. REsp 970.635-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/11/2009.

CAUTELAR. SUSTAÇÃO. PROTESTO. CHEQUE.

O REsp busca saber se é viável a arguição de prescrição do título em ação vol-tada contra esse protesto e ainda discute a possibilidade de revigoração do pro-testo sustado liminarmente, em virtude da prestação de contracautela consisten-te no depósito do valor consignado no cheque protestado. Para o Min. Relator, não há óbice para que o devedor, ao se servir de ação destinada a obter a decla-ração de inexistência de relação jurídica e, consequentemente, o cancelamento do protesto, argua, a qualquer momento, a ocorrência de prescrição da própria dívida em proveito da sua pretensão. Observa que, com a prescrição da própria dívida, o crédito desveste-se da sua exigibilidade jurídica. Entretanto destaca que a eventual perda do atributo de executividade do cheque não importa o cance-lamento do protesto (art. 1º da Lei n. 9.492/1997). A exigibilidade da dívida mencionada no título permanece, e a satisfação poderá ser buscada por outra via. Por outro lado, aponta ser inviável suscitar, na ação declaratória de inexigi-bilidade de relação jurídica e da sustação do protesto, a arguição de prescrição cambial. Outrossim, a improcedência do pleito de sustação de protesto e da declaração de inexigibilidade de relação jurídica não autoriza que a caução (valor do cheque) possa ser considerada como pagamento integral e idônea a coibir a restauração do protesto sustado liminarmente, pois o montante é bem maior (art. 19 da citada lei). Com esses argumentos, entre outros, a Turma negou pro-vimento ao recurso. Precedente citado: REsp 671.486-PE, DJ 25/4/2005. REsp 369.470-SP, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 10/11/2009.

FALÊNCIA. HABILITAÇÃO. MULTA TRABALHISTA.

Trata-se de REsp em que se pugna pela exclusão de multa trabalhista de natureza indenizatória da habitação de crédito em decorrência da decretação de falência. Nesse caso específi co, a recorrente celebrou acordo judicial com seu ex-empregado em 2/12/1998, com vencimento da primeira parcela em 19/1/1999, vencendo as seguintes a cada 30 dias, com previsão de multa

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 131

de 30% em caso de inadimplemento. Ocorre que a decretação da falência deu-se em 14/12/1998, ou seja, antes do vencimento da primeira parcela. Diante disso, verifi ca-se que não se trata nem de dívida vencida ao tempo da falência, nem, tampouco, de ato moratório da empresa falida. Assim, a Tur-ma deu provimento ao recurso para excluir do crédito habilitado o valor da mencionada penalidade, não obstante inexistirem dúvidas acerca da natureza indenizatória da referida multa de cunho trabalhista. REsp 569.217-SP, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 10/11/2009.

INFORMATIVO DO STJ 414

CARTÃO. CRÉDITO. BLOQUEIO. ADMINISTRADORA.

Trata-se de ação de indenização por danos morais interposta pelo recorrido contra o banco, em razão dos constrangimentos decorrentes da impossibilida-de de usar seu cartão de crédito pelo bloqueio efetivado pela administradora. Em seu recurso, a instituição fi nanceira sustenta que a culpa é exclusiva do consumidor por encontrar-se em atraso no pagamento da fatura, sendo per-feitamente legal a cláusula que prevê seu bloqueio. Assim, a questão cinge-se em saber se há vantagem exagerada à administradora do cartão com a cláusula contratual que permite o bloqueio temporário em razão do não pagamento da fatura mensal. Para o Min. Relator, não se verifi ca a potestatividade apontada pelo Tribunal de origem na citada cláusula contratual. A cláusula, em verdade, não permite à administradora bloquear o cartão de crédito do consumidor ao seu exclusivo talante, mas apenas em razão do descumprimento das obrigações assumidas pelo consumidor no contrato assinado, especialmente diante do não pagamento da fatura mensal com as despesas efetuadas no período. Desse modo, a permissão de bloqueio temporário do cartão após a verifi cação de descumprimento contratual pelo consumidor, não o coloca em sujeição ao puro arbítrio da administradora (art. 122 do CC/2002). O bloqueio só ocor-rerá regularmente se o consumidor não cumprir suas obrigações contratuais. Afasta-se, portanto, a alegação de abusividade da cláusula do contrato cele-brado entre as partes e, assim, reconhece-se a regularidade do bloqueio tem-porário do cartão do consumidor, uma vez que se encontrava inadimplente. Outro ponto a ser considerado para a verifi cação da liceidade da conduta da administradora diz respeito ao tempo decorrido entre o pagamento da fatura até o desbloqueio do cartão. O pagamento da fatura, inclusive com os valores atrasados e encargos, foi efetuado em uma sexta-feira, sendo que o cartão foi liberado para uso na quarta-feira seguinte, isto é, no terceiro dia útil, uma vez que o contrato prevê o prazo de até cinco dias para tal. Prospera, portanto, a

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 132

tese da administradora recorrente de que agiu no exercício regular de um di-reito (art. 188, I, do CC/2002), pois pautou sua conduta dentro das previsões contratuais e de que os danos decorridos do bloqueio e a impossibilidade de uso do cartão ocorreram por culpa exclusiva do consumidor (art. 14, § 3º, do CPC), já que se encontrava inadimplente e é razoável o tempo gasto para re-gularização do uso do cartão após o pagamento efetuado. REsp 770.053-MA, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 3/11/2009.

ASTREINTES. MULTA. CARÁTER COERCITIVO.

O agravante insurge-se contra a manutenção do valor de multa, reputando-a absurdamente excessiva. Para a Min. Relatora, o banco agravante manipula os dados do processo para inovar de forma indevida no curso da lide, pois consta cla-ramente que a irresignação referia-se ao fato de que o valor diário da astreinte – 10 mil reais – seria muito alto e teria originado o montante total de cerca de R$ 1,7 milhões, porque o agravante, confessadamente, demorou 172 dias para cumprir a determinação judicial, sem maiores explicações para a delonga, exclusivamente a ele imputável. Nas razões do agravo, ocorre descabida alteração da argumentação e se afi rma que o mencionado valor, atualizado para a data de hoje com a incidência de correção monetária pelo INPC e juros moratórios de 1% ao mês, contados a partir do dia em que a providência foi cumprida pelo agravante, cessando-se a incidência da mencionada multa diária, corresponde ao absurdo valor de cerca de R$ 3,6 milhões. Tal manipulação, clara tentativa de sensibilizar o órgão julgador, é inaceitável, pois o agravante tenta usar o tempo do processo de embargos do devedor a seu favor, na medida em que procura dar destaque ao valor atualizado “até a data de hoje”, infl ando substancialmente o montante, quando tais juros e correções em nada dizem respeito ao problema jurídico inicialmente apresentado, qual seja, o eventual excesso no valor da multa diária. Para a Min. Relatora, a rigor, a multa já poderia ter sido paga em seu valor original. Há sentido na discussão desse valor, mas não na discussão dos acréscimos legais. Qualquer argumentação que tome por base tais fatores é impertinente. Sendo função da multa diária coagir o devedor, ela precisa durar o quanto for necessário para alcançar seu objetivo, e nisso reside o caráter pedagógico, pois a multa atingiu tal valor em razão do desca-so do agravante. A Súm. n. 7-STJ está inteiramente justifi cada nessa perspectiva, ao contrário do que alegado. Diante disso, a Turma negou provimento ao agravo. Precedente citado: REsp 681.294-PR, DJ 18/2/2009. AgRg no REsp 1.026.191-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 3/11/2009.

AÇÃO. PRESTAÇÃO. CONTAS. INTIMAÇÃO.

Cinge-se a questão em determinar se é necessária a intimação pessoal do recorrente na segunda fase do procedimento de prestação de contas

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ou se é sufi ciente a intimação feita ao advogado da parte. Na hipótese, a ação de prestação de contas foi ajuizada com fundamento no art. 915 do CPC, ou seja, por quem tem o direito de exigir contas. Nessa situação, o procedimento especial da ação de prestação de contas é dividido em duas fases. A primeira determina a existência ou não do dever de prestar contas, ao passo que a segunda fase, iniciada quando há sentença reconhecendo a procedência do pedido, objetiva a apuração do saldo existente entre as partes. Portanto, considerando que, apesar de ser dividida em duas fases, a ação de prestação de contas é una, não é necessária uma nova citação, nem intimação pessoal do recorrente quando já existe advogado habilitado para atuar no processo. Do disposto nos termos do art. 915, § 2º, do CPC, verifi ca-se que o legislador omitiu-se quanto à forma de comunicação da sentença que decide a primeira fase da ação de prestação de contas. Não há como considerar, portanto, indispensável a intimação pessoal do recor-rente, porque a regra é que a intimação deve ser feita ao advogado da par-te, salvo disposição legal em contrário. Dessarte, a intimação da sentença que julga procedente o pedido de exigir contas, de que trata o art. 915, § 2º, do CPC, deve ser realizada ao advogado, de modo que é prescindível a intimação pessoal da parte. Precedente citado: REsp 961.439-CE, DJe 27/4/2009. REsp 913.411-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 3/11/2009.

TRANSPORTE MARÍTIMO. SEGURADORA. REGRESSIVA.

A Turma desproveu o recurso, entendendo cabível a ação regressiva pro-posta pela seguradora contra entidade portuária, em razão de transporte de mercadorias avariadas. Contrariamente do que sustentou a entidade portu-ária, a falta da lavratura imediata do termo de avaria não a isenta da res-ponsabilidade pela respectiva indenização dos danos (arts. 2º e 3º do DL n. 116/1967 c/c arts. 468 a 470 do Dec. n. 91.030/1985 e Dec. n. 6.759/2009 – regulamentos aduaneiros antigo e atual, respectivamente). REsp 958.956-ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 5/11/2009.

IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. SIMULAÇÃO.

O acórdão recorrido reconheceu, de ofício, a impossibilidade jurídica do pedido referente à anulação, devido à simulação, do ato de constituição da sociedade, porque justamente formulado esse pedido por quem participou do ato negocial. Quanto a isso, o Min. Relator, ao anotar que aquele ato ocorreu sob o comando do CC/1916, mas seus efeitos estenderam-se após a vigência do CC/2002, entendeu que aferir a motivação do ato tido por simulado é objeto do mérito da ação declaratória, sendo possível, em tese, o

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pedido, conforme precedentes. Por sua vez, o Min. Luis Felipe Salomão, em voto vista, acompanhou o Min. Relator, asseverando que inexiste vedação legal ao prosseguimento da demanda, visto que a possibilidade jurídica do pedido, no caso, é inquestionável; pois, mesmo nos termos do CC/1916, era possível a parte alegar simulação inocente, o que levaria à produção de provas com o fi to de afastar a restrição prevista no art. 104 daquele código (simulação maliciosa). Aduziu, também, que o instituto da simulação sofreu modifi cações com o advento do novo CC, não mais se situando entre as causas de anulabilidade do negócio jurídico, mas sim de sua nulidade, que, por ser matéria de ordem pública, pode ser conhecida mesmo de ofício. Daí que, tanto pelo CC/1916 quanto pelo CC/2002, o pedido é juridicamente possível, entendimento, ao fi nal, acolhido pela Turma. REsp 776.304-MG, Rel. Min. Honildo de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ-AP), julgado em 5/11/2009.

AÇÃO REVOCATÓRIA. FALIDO.

A massa falida ajuizou ação revocatória de contrato de locação, mas a inicial foi aditada com o fi to de incluir a sociedade empresária falida no polo passivo, o que foi acolhido pelo juízo. Sucede que, com a decretação da quebra, há a perda da legitimidade ativa e passiva do falido como con-sequência lógica de não poder dispor de seus bens e os administrar, visto que os interesses patrimoniais passam a ser geridos e representados pelo síndico da massa falida, com o fi m precípuo de pagar os credores. Assim, é inútil a presença do falido no polo passivo da revocatória, devendo ser excluído da lide. REsp 764.815-RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha,

julgado em 5/11/2009.

INFORMATIVO DO STJ 413

SÚMULA N. 402-STJ.

O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão. Rel. Min. Fernando Gonçalves, em 28/10/2009.

SÚMULA N. 404-STJ.

É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadas-tros. Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, em 28/10/2009.

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CAUTELAR. EXIBIÇÃO. DOCUMENTOS.

Trata-se de REsp em que se discute a correção de acórdão que considerou indispensável a propositura de ação cautelar prévia e autônoma de exibição de documentos para obtenção de cópia de contrato de consórcio de veículos a que a autora alega ter aderido. In casu, a autora, ora recorrente, em vez de valer-se de cautelar preparatória, ajuizou diretamente a ação principal, discutindo o contrato e pleiteando a devolução de parcelas pagas, com a requisição inciden-tal de exibição do contrato. No julgamento, nesta instância especial, inicial-mente, observou-se que a regra, no Processo Civil brasileiro, é que a petição inicial deve ser instruída com os documentos que fundamentam a pretensão do autor, indispensáveis à propositura da ação. A produção de prova docu-mental posterior, pelo sistema do código, somente é admissível quanto a fatos posteriores ou para impugnação de alegações da parte contrária. Desse modo, mediante uma interpretação literal e estática dessas normas, assistiria razão ao Tribunal a quo ao concluir que o contrato de consórcio, bem como os recibos de pagamento, são documentos indispensáveis à propositura da ação decla-ratória de nulidade de cláusula cumulada com cobrança. Com efeito, a visão clássica do processo determinaria que, ante a inexistência de tais documentos em poder da autora, competiria a ela, nos termos do art. 844 e seguintes do CPC, propor ação cautelar preparatória e, somente após concluído o procedi-mento cautelar, concluir pela conveniência ou não de ajuizar a ação principal. Sem isso, a petição inicial estaria incompleta, competindo ao juízo indeferi-la nos termos do art. 284, parágrafo único, do CPC. Por outro lado, contudo, ressaltou-se que o Processo Civil moderno tem, na máxima medida possível, de se direcionar a uma solução de mérito. As nulidades processuais somente po-dem ser decretadas em casos extremos, em que esteja clara a ofensa a princípios fundamentais do processo. Destacou-se que, entre as modalidades de exibição de documentos, a que mais se adéqua à intenção da autora, no ponto de vista técnico, de fato, é a exibição preparatória. Mas, na situação concreta, não há prejuízo em decorrência da formulação incidental do pedido de exibição. Na contestação, o recorrido, em momento nenhum, alegou não existir o contrato em que se funda o pedido, ao contrário, demonstrou conhecimento acerca da existência do grupo de consórcio ao qual supostamente aderiu a autora. Assim, a falta do documento na petição inicial não inviabilizou a defesa do réu. To-das as questões dúbias quanto à existência do contrato, quanto aos montantes pagos ou quanto à transferência do grupo de consórcio a outro administrador poderiam ser solucionadas mediante a aplicação direta das regras que discipli-nam a exibição incidental de documentos, sem necessidade de medida cautelar preparatória. Com esses argumentos, entre outros, a Turma deu provimento ao recurso. Precedente citado: REsp 1.068.040-GO, DJe 16/12/2008. REsp 896.435-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/10/2009.

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FINANCIAMENTO. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. ARREPENDIMENTO.

Trata-se de REsp em que se discute, em síntese, o direito de arrependimento, previsto no art. 49 do Código de Defesa do Consumidor (CDC), como cláusula de resolução de contrato de fi nanciamento com alienação fi duciária em garan-tia. Na hipótese em questão, o recorrente assinou dois contratos, um de compra e venda com a concessionária de veículos e outro de fi nanciamento com o banco recorrido. Após a assinatura do contrato de fi nanciamento, ocorrido em lugar diverso do estabelecimento comercial do recorrido, o recorrente arrependeu-se e enviou notifi cação a este no sexto dia seguinte à celebração do negócio. Diante disso, a Turma entendeu que é facultado ao consumidor desistir do contrato no prazo de sete dias a contar da assinatura, quando a contratação ocorrer fora do estabelecimento comercial, nos termos do referido dispositivo legal. Assim, notifi cado o vendedor, a cláusula de arrependimento, implícita no contrato de fi nanciamento realizado em local diverso do estabelecimento comercial da instituição fi nanceira, deve ser interpretada como causa de resolução tácita do contrato, cuja consequência é restabelecer as partes ao status quo ante. Ademais, não prospera a argumentação do recorrido de que não é possível o exercício do direito de arrependimento, porque o valor referente ao contrato de empréstimo foi repassado para a concessionária de veículos antes da manifestação do recor-rente. Pois, como visto, este, ao exercer o direito de arrependimento, agiu em exercício regular de direito amparado pelo referido art. 49 do CDC. Outrossim, o eventual arrogo na posse do valor referente ao contrato de empréstimo pela concessionária de veículos não pode ser imputado ao recorrente nem dele ser exigido, uma vez que o contrato de compra e venda celebrado entre ele e a con-cessionária não se perfectibilizou; na verdade, sequer houve imissão na posse do bem. Ressalte-se que, nos termos do art. 2º do DL n. 911/1969, a ação de busca e apreensão é fundamentada com o inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais. Todavia, no caso, ocorreu a resolução do contrato pelo exercício do direito de arrependimento e não houve formação nem ajuste de obrigações contratuais. Nesse contexto, deu-se provimento ao recurso. REsp 930.351-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/10/2009.

MARCAS. ALTO RENOME. REGISTRO.

Trata-se de REsp em que o cerne da questão está em saber se é possível a aplicação do princípio da especialidade às marcas de alto renome, citadas no art. 125 da Lei n. 9.279/1996, quando se reconhecer a ausência de confusão dos consumidores. A Turma negou provimento ao recurso ao entendimento de que não se aplica o princípio da especialidade à marca considerada de alto renome, sendo irrelevante discutir a possibilidade de confusão do con-sumidor. Ressaltou-se que, na hipótese, não houve renovação do registro das

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recorrentes como marca notória nos termos do art. 67 da Lei n. 5.772/1971 nem aquisição de registro de “alto renome”, de acordo com o art. 125 da Lei n. 9.279/1996, no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Conforme se depreende do último dispositivo legal, que é uma reminiscência do mencionado art. 67 da Lei n. 5.772/1971, verifi ca-se que é necessário, para o reconhecimento do alto renome da marca, procedimento adminis-trativo junto ao INPI, que, inclusive editou a Resolução n. 121/2005 para tal fi nalidade, procedimento que não ocorreu no caso. Assim, em face da ausência de declaração do INPI reconhecendo a marca das recorrentes como de alto renome, não é possível a proteção conferida pelo art. 125 da Lei n. 9.279/1996. Precedente citado: REsp 658.702-RJ, DJ 21/8/2006. REsp 951.583-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/10/2009.

DANOS MORAIS. SPAM.

Trata-se de ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de inde-nização por danos morais em que o autor alega receber e-mails (spam com mulheres de biquíni) de restaurante que tem show de streaptease e, mesmo tendo solicitado, por duas vezes, que seu endereço eletrônico fosse retirado da lista de e-mail do réu (recorrido), eles continuaram a ser enviados. Entre os usuários de internet, é denominada spam ou spammers mensagem eletrônica comercial com propaganda não solicitada de fornecedor de produto ou ser-viço. A sentença julgou procedente o pedido e deferiu tutela antecipada para que o restaurante se abstivesse do envio da propaganda comercial sob pena de multa diária, condenando-o a pagar, a título de danos morais, o valor de R$ 5 mil corrigidos pelo IPC a partir da data do julgamento, acrescidos de juros de mora, contados a partir do evento lesivo. Entretanto, o TJ proveu apela-ção do estabelecimento e reformou a sentença, considerando que o simples envio de e-mails não solicitados, ainda que dotados de conotação comercial, não confi guraria propaganda enganosa ou abusiva para incidir o CDC e não haveria dano moral a ressarcir, porquanto não demonstrada a violação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem. Para o Min. Relator, que fi cou vencido, o envio de mensagens com propaganda, quando não autori-zada expressamente pelo consumidor, constitui atividade nociva que pode, além de outras consequências, gerar um colapso no próprio sistema de inter-net, tendo em vista um grande número de informações transmitidas na rede, além de que o spam teria um custo elevado para sociedade. Observou que não há legislação específi ca para o caso de abusos, embora existam projetos de lei em tramitação no Congresso. Daí se aplicar por analogia o CDC. Após várias refl exões sobre o tema, reconheceu a ocorrência do dano e a obrigação de o restaurante retirar o autor de sua lista de envio de propaganda, e a invasão à privacidade do autor, por isso restabeleceu a sentença. Para a tese vencedora,

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inaugurada pelo Min. Honildo de Mello Castro, não há o dever de indenizar, porque existem meios de o remetente bloquear o spam indesejado, aliados às ferramentas disponibilizadas pelos serviços de e-mail da internet e softwares específi cos, assim manteve a decisão do Tribunal a quo. Diante do exposto, a Turma por maioria não conheceu do recurso. REsp 844.736-DF, Rel. origi-nário Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para acórdão Min. Honildo de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ-AP), julgado em 27/10/2009.

INFORMATIVO DO STJ 412

SÚM. N. 84-STJ. POSSE INDIRETA.

Os recorrentes celebraram compromisso de compra e venda de imóvel que ainda estava fi nanciado e hipotecado. Pagaram, então, o ágio e se comprometeram a continuar a quitar as prestações restantes. Contudo, havia cláusula, no pacto, que permitia aos promitentes vendedores continuar residindo no imóvel por mais dois anos. Sucede que, após a celebração do compromisso e antes que fosse levado ao registro, a recorrida obteve a constrição do imóvel mediante penhora em processo de execução referente à locação afi ançada pelos promitentes vendedores. Nesse contexto, é necessário defi nir se os promitentes compradores podem manejar em-bargos de terceiro, nos termos da Súm. n. 84-STJ. Anote-se que o Tribunal a quo reconheceu haver posse indireta dos recorrentes, o que faz pressupor uma trans-missão fi cta da posse mediante uma espécie de constituto possessório, o que não pode ser afastado sem reexame de prova ou cláusulas contratuais (Súmulas ns. 5 e 7 do STJ). Todavia, há inúmeros julgados deste Superior Tribunal que concluem ser possível o oferecimento de embargos de terceiro com base em posse indireta, tal como alguns precedentes que lastreiam a própria Súm. n. 84-STJ. Por sua vez, o art. 1.046 do CPC não exclui a possibilidade de ajuizamento dos embargos de terceiro na hipótese. Assim, conclui-se admissível a oposição dos embargos de ter-ceiros sob alegação de posse indireta referente a compromisso de compra e venda sem registro. Mostra-se inadequado acolher uma interpretação mais restritiva do texto da citada súmula com o fi m de resguardar-se de eventual má-fé, visto que ela pode ser adequadamente combatida pelo Poder Judiciário. Precedentes citados: REsp 573-SP, DJ 6/8/1990; REsp 421.996-SP, DJ 24/2/2003; REsp 68.097-SP, DJ 11/9/2000, e REsp 64.746-RJ, DJ 27/11/1995. REsp 908.137-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2009.

URGAÇÃO. MORA. DIREITO MATERIAL.

O devedor requereu a purgação da mora ainda sob a égide da redação original do art. 3º do DL n. 911/1969, que previa o depósito das parcelas

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vencidas, conforme cálculo judicial, como requisito para a purgação. Porém, o juízo só apreciou esse pedido quando já alterado, substancialmente, o refe-rido DL pela Lei n. 10.931/2004, que determina o depósito do total da dívi-da (parcelas vencidas e vincendas) para aquele mesmo efeito. Contudo, não se pode aplicar a nova lei ao caso, pois a purgação da mora tem conteúdo de direito material, e não processual, o que atrai a aplicação do princípio da ir-retroatividade (art. 6º e parágrafos da LICC e art. 5º, XXXVI, da CF/1988). Exercido o direito à purgação, a vigência do contrato é restabelecida e o credor perde a faculdade de promover sua rescisão pelo inadimplemento. Dessarte, a questionada norma incide no plano de efi cácia do contrato, pois a prévia existência de ação de busca e apreensão apenas compõe o suporte fático para a incidência da norma, não lhe alterando a natureza de direito material. Anote-se caber ao juiz apenas reconhecer o direito potestativo exercido, pois não está em suas mãos nem nas do credor impedir a purgação formulada nos termos da lei. Daí a conclusão de que todas as condições para a materialização desse direito verifi cam-se no momento em que formulado o pedido pelo devedor. REsp 904.752-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2009.

FALÊNCIA. HABILITAÇÃO. NOTA PROMISSÓRIA.

A recorrente é massa falida de uma sociedade empresária que exercia a ati-vidade de factoring, mas captava recursos de forma ilícita junto à população, dando em garantia apenas notas promissórias que sequer eram registradas em seus livros contábeis. Com lastro em uma dessas notas, a recorrida pre-tendeu a habilitação de crédito sob a égide do DL n. 7.661/1945. Porém, o art. 82 desse mesmo DL dispõe ser indispensável o credor do falido de-monstrar a exata importância de seu crédito, bem como sua própria origem. Entende-se por origem do crédito o negócio, o fato ou as circunstâncias que geraram a obrigação do falido. Essa exigência tem por fi m possibilitar a verifi cação da legitimidade dos créditos para evitar fraudes e abusos contra os verdadeiros credores da falida, não se tratando de mero formalismo. A jurisprudência do STJ entende imprescindível o cumprimento dessa exi-gência, mesmo nos casos em que título de crédito dotado de autonomia e abstração lastrear o valor pretendido. Dessa forma, a simples declaração de que o crédito é consubstanciado na nota promissória apresentada, tal como se deu no caso, não atende as exigências impostas ao credor na referida lei falimentar. Apesar da hipótese narrada nos autos, em que é notória a ocor-rência de condutas ilícitas, a lei tem que ser respeitada, justamente para benefi ciar aqueles que, comprovadamente e de boa-fé, contrataram com a falida. Precedentes citados: REsp 556.032-SP, DJ 20/9/2004; REsp 10.208-SP, DJ 28/10/1991, e REsp 18.995-SP, DJ 3/11/1992. REsp 890.518-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/10/2009.

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PROPRIEDADE INDUSTRIAL. MARCA. IMPORTAÇÃO.

A Turma decidiu que, referente ao pedido da recorrente, não procede a pretensão de impedir a importação e comercialização de produtos na forma do art. 132, III, da Lei n. 9.279/1996, por falta de autorização expressa para utilização de marca por seu titular e pela distribuidora exclusiva no Brasil, porquanto, ainda que se trate de importação paralela, realizada licitamente no país, a proibição absoluta de tal comércio é incompatível com a livre ini-ciativa, ex vi dos arts. 1º e 170 da CF/1988. Também, a análise de eventual ilicitude na importação e distribuição de produtos originais demanda exame fático-probatório (Súm. n. 7-STJ). REsp 609.047-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/10/2009.

INFORMATIVO DO STJ 411

LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. INSOLVÊNCIA.

Desprovido o recurso porquanto, ainda que não fi que caracterizada a completa insolvência da empresa, é cabível a liquidação extrajudicial quando restar comprovado grave desrespeito às normas de regência das instituições fi nanceiras e das determinações regulamentares dos órgãos competentes, as-sim como a eventual insolvência da instituição gera a liquidação (art. 15, I, a e b, da Lei n. 6.024/1974). REsp 1.116.845-RJ, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 15/10/2009.

REGISTRO. MARCA. IDIOMA ESTRANGEIRO.

Na espécie, a empresa requereu ao INPI o registro da sua marca, sendo indeferido administrativamente tal registro pelo fato de que a expressão traduzida signifi ca “marca inigualável”, constituindo, embora em outra língua, menção genérica pertencente ao patrimônio comum. Isso posto, a Turma conheceu do recurso e lhe deu provimento ao entendimento de que a vedação legal ao registro de marca cujo nome é genérico ou comum visa emprestar a ela singularidade sufi ciente para destacá-la do domínio comum, do uso corriqueiro. Isso porque a razão imediata da existência do direito sobre marca é a distintividade, de sorte que não se pode conceder direito de registro quando outra pessoa, natural ou jurídica, já possui sobre o nome direito de uso, ou mesmo quando a coletividade possui direito de uso sobre o mesmo objeto, o qual, por sua vulgaridade ou desvalor jurídi-co, já se encontra no domínio público. Porém, o caráter genérico ou vulgar da marca deve ser aferido segundo os usos e costumes nacionais, ou seja,

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deve-se analisar se, muito embora em outra língua, o nome cujo registro se pretende é de uso comum, tal como grafado. Assim, conquanto traduzido o nome, revele ele expressão genérica, não há óbice no registro da marca se, analisada a expressão em sua literalidade, nada disser ao homem médio brasileiro. REsp 605.738-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/10/2009.

TRIPLICATA. REQUISITOS FORMAIS.

As instâncias ordinárias entenderam constituir título líquido, certo e exi-gível a triplicata, ainda que desacompanhada de qualquer documento com-probatório do recebimento das mercadorias. Para o Min. Relator, nesse pon-to, o acórdão estadual encontra-se em dissonância com a jurisprudência deste Superior Tribunal, que defende a necessidade de a triplicata vir acompanhada de documento que faça prova da entrega e recebimento de mercadoria para que seja considerada apta a embasar a ação executiva. Não se trata de excesso de formalismo, e sim de cumprimento dos requisitos legais para a exigibili-dade dos títulos de crédito. Assim, perdem a força executiva as triplicatas que não atendem aos requisitos previstos no art. 15 da Lei n. 5.474/1968. Diante disso, a Turma conheceu do recurso e lhe deu parcial provimento para consi-derar nulos os títulos que embasam a execução que estiverem desacompanha-dos dos comprovantes de entrega de mercadorias. Precedentes citados: REsp 115.767-MT, DJ 4/2/1999; REsp 46.261-MG, DJ 13/6/1994, e AgRg no Ag 1.061.757-MG, DJe 24/8/2009. REsp 801.477-RS, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 15/10/2009.

ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. GARANTE.

O autor sustenta que o acórdão, ao endossar a decisão do juiz, conferiu interpretação equivocada ao dispositivo legal contido no art. 66 de Lei n. 4.728/1965, porquanto nele não consta nenhuma proibição de que terceiro interveniente dê, em alienação fi duciária, bem de sua propriedade. Para o Min. Relator, pela análise do referido artigo, que disciplina o mercado de capitais e estabelece medidas para seu desenvolvimento, seja de sua redação originária seja também da atual, conferida pelas alterações introduzidas pela Lei n. 10.931/2004, de fato, não consta nenhuma proibição de que o terceiro interveniente (garantidor) dê em alienação fi duciária, bem de sua proprie-dade. Na espécie, a instituição fi nanceira aceitou a alienação fi duciária em garantia conferida por terceiro, sem qualquer contra prestação. O Tribunal de origem entendeu que não poderia haver alienação fi duciária de bem do garante, considerando haver, na realidade, uma garantia pela obrigação pe-cuniária contraída e não paga pelo devedor, não tendo o garantidor anuído

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com as modifi cações contratuais. Com efeito, uma das principais caracterís-ticas da alienação fi duciária é a onerosidade, uma vez que benefi cia ambos os contratantes, proporcionando instrumento creditício ao alienante e assecura-tório ao adquirente. Nesse sentido, inexistindo a indispensável onerosidade no negócio jurídico entabulado entre as partes (banco e garante), outro não poderia ser o entendimento que não o do desvirtuamento da alienação fi du-ciária. Assim, o acórdão, ao não admitir a alienação fi duciária em garantia, entendeu corretamente, porquanto terceiros podem ser garantes, mas não alienantes fi duciários. Essa posição somente pode ser exercida pelo devedor. Entendeu o Tribunal a quo que, no caso, constitui uma “alienação fi duciária desnaturada de sua função social”, motivo pelo qual não poderia o Judiciário chancelar o procedimento praticado pela instituição fi nanceira ou compac-tuar com ele. Para o Min. Relator, a conclusão a que chegou o Tribunal a quo decorreu da convicção formada em face dos elementos existentes nos autos, da interpretação dos contratos, das diversas renegociações e da análise das de-mais provas existentes. Rever a decisão recorrida importaria no vedado reexa-me de provas e na interpretação contratual (Súmulas. ns. 5 e 7 do STJ). REsp 866.300-BA, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 15/10/2009.

ECAD. DIREITOS AUTORAIS.

O titular dos direitos autorais detém a prerrogativa legal de dispor de sua obra da forma como melhor lhe convier, não estando adstrito, para tanto, à anuência do Ecad. A condição de órgão legitimado a realizar a cobrança de valores devidos a título de direitos autorais não exime o Ecad da obrigação de demonstrar em juízo a consistência da cobrança empreendida. No caso, mostrando-se a defi ciência das razões do recurso especial, o fato de o recor-rente deixar de impugnar o fundamento balizador do acórdão recorrido faz incidir a aplicação da Súmula n. 284-STF. REsp 681.847-RJ, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 15/10/2009.

INSOLVÊNCIA CIVIL. APELAÇÃO. EFEITO DEVOLUTIVO.

A questão consiste em aferir quais efeitos devem ser atribuídos à apelação interposta da sentença que declara a insolvência civil cujo deslinde exige o exame de aspectos relativos à natureza jurídica dos embargos do devedor de que tratam os arts. 755 e seguintes do CPC. Entende o Min. Relator que a insolvência civil é ação de cunho declaratório/constitutivo, tendente a aferir, na via cognitiva, a insolvabilidade do devedor, condição essa que, uma vez declarada judicialmente, terá o efeito de estabelecer nova disciplina nas rela-ções entre o insolvente e seus eventuais credores. Tal premissa não há de ter, entretanto, o efeito de convolar em contestação os embargos disciplinados

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nos arts. 755 e seguintes do CPC. Dessa forma, mostra-se apropriado o en-tendimento jurisdicional que equipara os embargos à insolvência aos embar-gos à execução opostos por devedor solvente, para fi ns de aplicação da regra ínsita no art. 520, V, do CPC, que determina o recebimento da apelação apenas no seu efeito devolutivo. Precedentes citados: REsp 170.251-MG, DJ 11/12/2000, e REsp 171.905-MG, DJ 27/3/2000. REsp 621.492-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 15/10/2009.

INFORMATIVO DO STJ 409

MULTA. INMETRO. SOLIDARIEDADE. VENDEDOR.

A sociedade empresária recorrida foi autuada porque comprou massa de modelar sem a necessária rotulação (símbolo de identifi cação de certifi ca-ção), sem falar na diferença de quantidade que o produto apresentava. Assim mesmo, vendeu a mercadoria aos consumidores com vício quantitativo e em franca violação do dever de informar o consumidor. Quanto a isso, anote-se que a violação do dever de informação e o vício de quantidade são ilícitos administrativos de consumo sujeitos à sanção pelo Inmetro (art. 4º da Lei n. 5.966/1973), agente regulador da atividade econômica que não detém atuação apenas pautada nas normas de Direito Administrativo, mas também na legislação de Direito Privado. Ambas as hipóteses (a violação e o vício) sujeitam os participantes da cadeia de consumo ao liame da responsabilidade solidária (art. 275 do CC/2002 e art. 18 do CDC), pois a responsabilidade civil nos ilícitos administrativos de consumo tem a mesma natureza ontoló-gica da responsabilidade civil na relação jurídica de base de consumo, logo é, por disposição legal, solidária. Portanto, diante do fato de que a relação de consumo é una e sua repercussão nos outros ramos do Direito deve obser-var justamente sua natureza ontológica, conclui-se que o vendedor pode ser responsabilizado solidariamente por ilícitos administrativos, civis e penais de consumo. Por último, os argumentos de que o comerciante não fabricou o produto e de que quem o fabricou foi identifi cado não afastam sua respon-sabilidade administrativa, visto não incidir, no caso, o art. 18, § 5º, do CDC (conforme a sentença, não se trata de produto in natura). Precedente citado: MS 5.943-DF, DJ 27/3/2000. REsp 1.118.302-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 1º/10/2009.

PENHORA ON LINE. CONTA-CORRENTE. IR.

O recorrente, ao se insurgir contra a penhora on line do valor deposi-tado em conta-corrente a título de restituição de imposto de renda, alega

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violação do art. 649, IV, do CPC. Então, cinge-se a questão em analisar se o valor do imposto de renda retido, decorrente de excesso descontado do soldo recebido pelo recorrente como militar da reserva, manteria a natureza remuneratória (alimentar) até a data de sua restituição, decorrente da de-claração anual de ajuste; se o depósito de quantias referentes a salário, ven-cimento, provento ou soldo em conta-corrente retiraria a natureza alimen-tar da quantia depositada e se seria absoluta a regra de impenhorabilidade dos rendimentos dispostos no art. 649, IV, do CPC. Para a Min. Relatora, é possível discutir a possibilidade de penhora dos valores restituídos apenas em hipóteses em que se comprove que a origem do valor relativo à restitui-ção de imposto de renda refi ra-se a receitas compreendidas no mencionado artigo. A devolução ao contribuinte do imposto de renda retido, referente à restituição de parcela do salário ou vencimento, não desmerece o caráter alimentar dos valores a serem devolvidos. Em princípio, é inadmissível a penhora de valores depositados em conta-corrente destinada ao recebimen-to de salário ou aposentadoria do devedor. Ao entrar na esfera de disponi-bilidade do recorrente, sem que tenha sido consumido integralmente para o suprimento de necessidades básicas, a verba relativa ao recebimento de sa-lário, vencimento ou aposentadoria perde seu caráter alimentar, tornando-se penhorável. É de se concluir pela possibilidade de penhora dos valores depositados na conta-corrente do recorrente a título de restituição de im-posto de renda, porquanto, em observância ao princípio da efetividade, não se mostra razoável, em situações em que não haja comprometimento da manutenção digna do executado, que o credor não possa obter a satisfação de seu crédito, ao argumento de que os rendimentos previstos no art. 649, IV, do CPC gozariam de impenhorabilidade absoluta. Precedente citado: RMS 25.397-DF, DJe 3/11/2008. REsp 1.059.781-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 1º/10/2009.

DANOS MORAIS. SOLIDARIEDADE. BANCO. CARTÃO. CRÉDITO.

O recorrido ajuizou ação de compensação por danos morais contra o ban-co e a administradora de cartões de crédito, alegando que pretendeu pagar despesas de hospedagem no exterior valendo-se de seu cartão de crédito e teve a autorização indevidamente negada. Tentou resolver o problema junto ao banco e à recorrente, não obtendo êxito. A recorrente alegou que não é parte legítima para fi gurar no polo passivo da ação porque não administra cartões de crédito, que não é parte no contrato fi rmado entre as partes e que não procedeu ao bloqueio do cartão. Mas a Turma negou provimento ao recurso ao argumento de que o art. 14 do CDC estabelece regra de responsabilidade solidária entre os fornecedores de uma mesma cadeia de serviços, razão pela qual as “bandeiras”/marcas de cartão de crédito respondem solidariamente

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com os bancos e as administradoras de cartão de crédito pelos danos decor-rentes da má prestação de serviços. A recorrente alega que o valor arbitrado em R$ 16.500,00 a título de reparação por danos morais revela-se elevado, merecendo a devida redução. Porém, este Superior Tribunal orienta-se no sentido de que a alteração do valor fi xado a título de compensação por da-nos morais somente é possível, em recurso especial, nas hipóteses em que a quantia estipulada pelo tribunal de origem seja irrisória ou exagerada. Na hipótese, não há exagero na sua fi xação, uma vez que o recorrido sujeitou-se a constrangimentos indevidos em país estrangeiro, requereu solução para o problema e não foi atendido. Precedente citado: REsp 259.816-RJ, DJ 27/11/2000. REsp 1.029.454-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 1º/10/2009.

FALÊNCIA. EMPRESA AÉREA. DEPÓSITO ELISIVO.

Ainda que previamente ajuizada ação anulatória do título que lastreia o pedido de falência, se inexiste depósito elisivo e não houve garantia do ju-ízo, não há de se cogitar a suspensão do processo de falência, cuja natureza processual de execução coletiva, de cognição sumária, permite a aplicação analógica do art. 585, § 1º, do CPC. O procedimento estabelecido pelo DL n. 7.661/1945 previa, para a fase pré-falimentar, uma instrução sumária, própria das ações executórias, de sorte que, não havendo depósito elisivo e não sendo requerida a concessão do prazo previsto no art. 11, § 3º, do referido decreto, o Tribunal, após afastar os argumentos da defesa, podia de plano decretar a quebra. Não havia, no DL n. 7.661/1945, um único dis-positivo que determinasse a intervenção do Ministério Público no processo pré-falimentar. A análise sistemática do art. 15, II, daquele mesmo decreto permite concluir que o Ministério Público somente deveria ter ciência do pedido de falência após a prolação da respectiva decisão de quebra. O art. 188 do Código Brasileiro de Aeronáutica veicula mera faculdade do Poder Público de intervir em empresas aéreas, faculdade que não poderia embara-çar a efetividade do DL n. 7.661/1945, que não impunha nenhum empe-cilho à decretação da falência de empresas aéreas. O contrato de confi ssão de dívida é título executivo, podendo executar-se a nota promissória a ele vinculado. Não havendo a criação de uma obrigação nova para substituir a antiga, não há de se falar em novação. Na sistemática do retrocitado DL, a nomeação do síndico faz parte do próprio conteúdo da declaração de falên-cia. Nos termos do § 2º do art. 201 desse mesmo decreto, a falta ou demora da nomeação do fi scal não prejudica o andamento do processo da falência. Com esses fundamentos, a Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, negou provimento aos recursos. REsp 867.128-SP, Rel. Min. Nancy Andri-ghi, julgado em 1º/10/2009.

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DANO MORAL. INTERESSE. RECURSO ADESIVO.

Em ação de indenização por danos morais, o autor buscava entre 100 e 500 salários mínimos para reparar o constrangimento de ter sido abordado de modo ostensivo e acusador, por suspeita de furto no interior de supermer-cado. Julgada procedente a ação, o réu foi condenado a pagar R$ 3.000,00, o que equivalia, à época, a 10 salários mínimos. Então, apelou o réu e, ade-sivamente, o autor, mas só o recurso adesivo foi provido, majorando a con-denação para R$ 5.000,00. Adveio o REsp, no qual o réu afi rma não ser ca-bível recurso adesivo na hipótese, porque não houve sucumbência recíproca. Isso posto, explica o Min. Relator que, se cabe o recurso principal, também caberá o recurso adesivo desde que haja recurso da parte contrária. Dessa forma, agrega-se o requisito da impugnação realizada pela parte adversa aos requisitos gerais de admissibilidade dos demais recursos, ou seja, determi-nada decisão poderá ser impugnada por recurso adesivo se essa for apelável, embargável ou recorrível mediante RE ou REsp, desde que haja impugnação da parte adversa. Também observa, invocando a doutrina e a jurisprudência, que, em ação de indenização por danos morais, o valor indicado na inicial para o arbitramento é meramente estimativo. Ademais, ainda que não hou-vesse pedido determinado na inicial, deixando ao arbítrio do magistrado a fi xação da indenização, se, por acaso o autor não se satisfi zesse com a sentença (de total procedência), ele poderia dela recorrer. Logo, no caso dos autos, com mais razão há o interesse recursal, uma vez que o pedido da inicial era muito maior que aquele arbitrado pela sentença, sendo notório o cabimento da apelação principal e adesiva. Diante do exposto, a Turma não conheceu do recurso. Precedentes citados: REsp 265.133-RJ, DJ 23/10/2000; REsp 330.256-MG, DJe 30/9/2000, e REsp 543.133-PR, DJ 28/9/2009. REsp 944.218-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 29/9/2009.

RESPONSABILIDADE CIVIL. PAGAMENTO. SEGURO.

A Turma confi rmou o acórdão recorrido com o entendimento de que, ape-sar da possibilidade de ressarcir-se perante o fraudador, a sociedade empresária revendedora de veículo responde por ato de seu preposto que induzia os com-pradores a realizar contrato de seguro com empresa inidônea para mais rápido receber o valor da venda, visto que, sem seguro, o banco não liberaria o leasing. No caso dos autos, o comprador entregou ao vendedor cheque para pagamento do seguro à vista, o cheque foi repassado ao corretor da seguradora, que falsifi -cou o endosso, recebeu o valor do cheque e fez o contrato de seguro para paga-mento a prazo, adimplindo apenas a primeira parcela, o que resultou no cance-lamento da apólice. O veículo, então, foi furtado e, quando o proprietário ora recorrido acionou a seguradora, verifi cou o ocorrido e ingressou com a deman-

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da para ressarcimento do valor do bem somado a perdas e danos. No REsp, a sociedade revendedora defendia a impossibilidade de ser responsabilizada pelos danos causados por outrem. Para o Min. Relator, a hipótese descrita enquadra-se no inciso III do art. 1.521 do CC/1916, ou seja, responde o patrão por ato do seu empregado. No caso, o ato traduz-se em, durante o trabalho prestado, induzir o comprador a erro, assim, não está a recorrente respondendo por ato praticado pelo corretor da seguradora, mas por ato de preposto seu (o vende-dor); pode entretanto, vir a ressarcir-se perante o fraudador. REsp 268.021-SP, Rel. Min. Fernando Gonçalves, julgado em 29/9/2009.

SEGURO. DENUNCIAÇÃO. LIDE. SEGURADORA. SEGURADO.

Trata-se de ação indenizatória em acidente de trânsito em que o Tribunal a quo excluiu a seguradora litisdenunciada da lide. A Turma entendeu que o ajuizamento da ação indenizatória pode ser contra a seguradora e o bene-fi ciário do seguro. Uma vez que o seguro tem natureza contratual, diferente do DPVAT, que é legal, é necessária a participação do segurado na lide, por-quanto ele tem interesse direto na condenação. Se assim não fosse, poderia haver um refl exo em uma eventual demanda para cobrança de diferença, se a condenação securitária não fosse sufi ciente. Poderia ainda, sendo o segurado protagonista do acidente e conhecendo a dinâmica dos fatos, empenhar-se na defesa. Ressalta-se que os acidentes acarretam outros efeitos, inclusive pe-rante o órgão de trânsito, como aplicação de multa e a cassação da carteira de habilitação. Em razão de sua relação com a seguradora, se responsabilizado pelo acidente, o segurado renovará o contrato de forma mais onerosa. Por último, como não há liame jurídico entre o terceiro e a seguradora, caso esta venha a negar o seguro, por exemplo, na inadimplência de prestações, haverá uma difi culdade a ser suplantada. Assim, a Turma conheceu do recurso e deu provimento a ele para condenar a seguradora litisdenunciada solidariamente com o réu até o limite da cobertura do contrato de seguro. REsp 670.998-RS, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 1º/10/2009.

NOTA PROMISSÓRIA. NULIDADE. TÍTULO EXECUTIVO.

A jurisprudência pacífi ca deste Superior Tribunal entende que a ausência da indicação expressa da data de emissão descaracteriza a nota promissória como título executivo. Contudo, na espécie, a falta foi suprida pela própria recorrente, que afi rma expressamente a data em que foi emitida. Assim, não há qualquer dúvida quanto à data de vencimento, caracterizando-se um exa-gero formal declarar a nulidade da nota promissória no caso. Logo, a Turma não conheceu do recurso. REsp 988.328-MG, Rel. Min. Fernando Gonçal-ves, julgado em 1º/10/2009.

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INFORMATIVO DO STJ 408

PENHORA. BEM IMÓVEL. INALIENABILIDADE.

Trata-se de REsp em que o cerne da questão é saber se a cláusula de inalie-nabilidade que grava bem imóvel herdado prolonga-se no tempo, mesmo após a morte da benefi ciária. A Turma conheceu do recurso e lhe deu provimento ao entendimento de que o propósito da referida cláusula é proteger o patrimônio do benefi ciário. A restrição, portanto, não pode ter vigência para além de sua vida. Com a sua morte, se não há a instituição de novo gravame por disposição testa-mentária, os bens transmitem-se aos herdeiros de forma livre e desembaraçada. A cláusula está atrelada à pessoa do benefi ciário, não ao bem, porque sua natureza é pessoal, não real. Ressaltou-se que, na hipótese, não há testamento da falecida nem manifestação para manter o gravame sobre o bem a ser partilhado. Assim, ao contrário do que concluiu o acórdão recorrido, o bem imóvel ingressou na esfera patrimonial dos herdeiros sem qualquer restrição, podendo, portanto, ser objeto de penhora. Precedente citado: REsp 80.480-SP, DJ 24/6/1996. REsp 1.101.702-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/9/2009.

ASTREINTE. TURBAÇÃO.

Trata-se de REsp em que se busca defi nir se pode haver execução de multa co-minatória, no caso, diária (astreinte), fi xada para o descumprimento de decisão judicial que determinava a derrubada de muro e o fi m da turbação possessória. Para a Min. Relatora, na hipótese em questão, restou evidente que o único obstáculo à efetividade do direito já reconhecido por sentença era o descaso da recorrente pela Justiça. Se a multa diária tem por objetivo forçar o devedor renitente a cumprir sua obrigação, não há como reduzi-la sem cair em contra-dição, pois a conclusão inafastável que se retira de todo o contexto fático é que, nem diante do acúmulo de uma multa pesadíssima, a recorrente cedeu à ordem judicial. Assim, desde a fi xação da multa, passaram-se tantos dias quantos quis a recorrente e nada era óbice para que se cumprisse a ordem de demolição. Em-bora afi rme que a destruição do muro estava sob o poder de terceira empresa, todas as difi culdades que a recorrente afi rmou haver no atendimento à ordem judicial só vieram à tona quando a multa foi-lhe cobrada. Na verdade, não foi reconhecido, e sequer alegado, qualquer esforço da recorrente no sentido de cumprir sua obrigação. Isto é, fi cou inerte e nem mesmo demonstrou que tentou obter a colaboração de quem quer que seja para cumprir seu dever. A multa, portanto, perdurou enquanto foi necessário; se o valor fi nal é alto, ainda mais elevada era a resistência da recorrente a cumprir o devido. Dessa forma, a análise do excesso desse valor não deve ser feita na perspectiva de quem, olhan-do para os fatos já consolidados no tempo, procura razoabilidade quando, na

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raiz do problema, existe justamente um comportamento desarrazoado de umas das partes; ao contrário, a eventual revisão deve ser pensada de acordo com as condições enfrentadas no momento em que a multa incidia e com o grau de resistência do devedor. Desse modo, a redução não se faz possível sem que, com isso, a própria natureza da multa cominatória seja violada. Com esses argumen-tos, entre outros, a Turma negou provimento ao recurso. REsp 1.022.033-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/9/2009.

LIQUIDEZ. TÍTULO EXECUTIVO.

Trata-se de recurso interposto nos autos de embargos à execução que foram providos em parte para fi xar o BTN fi scal como critério para correção do valor executado, além de decotar do cálculo os juros remuneratórios e a capitalização de juros em período inferior a um ano. Diante disso, o Tribunal a quo considerou nula a execução porque havia ação de consignação em pagamento quando do ajuizamento da execução e a cobrança era superior ao valor devido. Para o Min. Relator, a pendência de ação de consignação em pagamento quando do ajui-zamento da execução não obsta a pretensão do credor de promover a execução (art. 585, § 1º, do CPC), nem retira a liquidez do título executivo judicial para acarretar a extinção do feito. É necessária, apenas, a adequação do valor executado às modifi cações impostas pela consignatória transitada em julgado e considerada pelo sentenciante dos embargos, pois o acertamento judicial do título por meio de embargos à execução não lhe retira a liquidez, uma vez que continua possível determinar o quantum debeatur. Ressaltou, ainda, que, se os embargos do deve-dor são posteriores ao aparelhamento da execução e se seu fi m é ajustar o valor exequendo, seria contrassenso considerar que o acertamento judicial do título resultaria em perda de sua liquidez. Diante do exposto, a Turma deu provimen-to ao recurso principal, prejudicado o recurso adesivo, para afastar a nulidade considerada pelo acórdão recorrido e determinou o retorno dos autos, visto que, superada a questão preliminar, deve prosseguir o julgamento. REsp 1.097.930-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 22/9/2009.

INFORMATIVO DO STJ 407

APELAÇÃO. EFEITO DEVOLUTIVO. BUSCA. APREENSÃO.

Em sede de ação de busca e apreensão, após a alteração do art. 3º, § 5º, do DL n. 911/1969 pela Lei n. 10.931/2004, a apelação interposta contra sentença que julga improcedente o pedido ou extingue o processo sem reso-lução de mérito é também recebida apenas no efeito devolutivo, o que impõe a cassação de liminar anteriormente concedida. A alteração veio em resguar-

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do do princípio da igualdade entre os litigantes, pois a anterior redação, de recebê-la no duplo efeito nesses casos, levava à preterição do devedor porque ele não recuperava a posse do bem mesmo com a cassação da liminar pela sentença de improcedência ou da extinção sem resolução de mérito, havendo apelação do credor. REsp 1.046.050-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julga-do em 17/9/2009.

ASTREINTES. VEÍCULO. SUBSTITUIÇÃO.

A Turma reiterou o entendimento de que confi gura enriquecimento sem causa a execução do valor das astreintes em quantia superior a R$ 1 milhão, quando o bem objeto do pleito principal (automóvel similar) é bem inferior a R$ 100 mil atuais, pois o objetivo deve ater-se aos limites da razoabilidade. Com efeito, foi provido o recurso para reduzir o valor da multa diária de R$ 200 para R$ 100, até porque o autor obteve a substituição do veículo por ou-tro, bem como a indenização por danos morais (no valor de R$ 20 mil). Pre-cedentes citados: REsp 793.491-RN, DJ 6/11/2006; AgRg no Ag 745.631-PR, DJ 18/6/2007, e REsp 705.914-RN, DJ 6/3/2006. REsp 947.466-PR, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, julgado em 17/9/2009.

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PROVAS DA OAB – 1ª FASE

Fonte Bibliográfi ca: www.oab-rj.gov.br

40º EXAME DE ORDEM

De acordo com a Lei da Propriedade Industrial, poderá ser registrado como marca:

A reprodução ou imitação de título, de moeda ou cédula de curso for-çado da União, dos estados, do DF, dos territórios e dos municípios.

B termo técnico que, usado na indústria, na ciência e na arte, tenha relação com o produto ou serviço a distinguir.

C sinal de caráter genérico comum, necessário ou simplesmente des-critivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir, vedada a utilização de forma distintiva.

D símbolo ou sinal específi co formado por cores e denominações que estejam dispostas ou combinadas de modo peculiar e distintivo.

Comentários: Letra D–Art. 122, da Lei 9279/96

A respeito da classificação das sociedades em simples e empresárias, bem como da relação prevista em lei entre os tipos societários pertencentes a cada um desses grupos, é correto afirmar que as regras legais relativas à sociedade simples:

A são subsidiárias a todos os tipos societários.B aplicar-se-ão à sociedade limitada se o respectivo contrato social

não estabelecer a regência supletiva das normas sobre socieda-de anônima.

C são subsidiárias apenas à sociedade em nome coletivo e à sociedade em comandita simples.

D são subsidiárias às da sociedade cooperativa, e as regras relativas à sociedade limitada são subsidiárias às demais sociedades empresá-rias, especialmente a sociedade anônima.

Comentários: Letra B–Art. 1053 e parágrafo único, do CC.

Afrânio, empresário individual, foi submetido a exame por junta médica que atestou ser ele portador de grave esquizofrenia, qualificando-o como permanen-temente incapaz de gerir os próprios negócios. Por essa razão, o pai do empresário ajuizou pedido de interdição, com o pleito de ser nomeado seu curador e gerir seus negócios da vida civil. Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção correta.

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A Caso o pai de Afrânio, já como seu curador, esteja impedido, por lei, de exercer atividade empresarial, também não poderá proceder com a indicação de gerentes ao juízo para o exercício desse mister, com o que extinguirá a empresa.

B A interdição de empresário individual determina necessariamen-te a extinção da empresa, sendo inviável a sua continuidade por qualquer meio, portanto o pai de Afrânio não poderá substituí-lo nos negócios.

C Eventuais clientes que tenham comprado de Afrânio produtos me-diante pagamento à vista, mas que ainda não tenham recebido as mercadorias, na hipótese de continuidade da atividade empresária, estarão impedidos de reclamar o prejuízo em razão da patologia do empresário individual.

D O pai de Afrânio, se curador nomeado judicialmente, poderá exer-cer atividade empresária em nome do fi lho interditado.

Comentários: Letra D–Art. 974 c/c 3º, ambos do CC

39º EXAME DE ORDEM

Os sócios da Frente e Verso Tecidos Ltda. Praticaram atos desvirtuados da função da pessoa jurídica, constatando-se fraude relativa à sua autonomia patrimonial. Os credores propuseram a ação judicial competente e o juízo a quo decretou a descon-sideração da personalidade jurídica da referida sociedade. Considerando a situação hipotética apresentada e a disciplina normativa da desconsideração da personali-dade jurídica, assinale a opção correta.

A O juízo a quo não tem competência para decretar a desconsidera-ção da personalidade jurídica da Frente e Verso Tecidos Ltda., mas apenas para decidir por sua dissolução, total ou parcial, nos casos de fraude relativa à autonomia patrimonial.

B A decretação da desconsideração da personalidade jurídica da Fren-te e Verso Tecidos Ltda. acarreta sua liquidação.

C A decisão judicial importará na extinção da Frente e Verso Tecidos Ltda., com a posterior liquidação de seus bens materiais e imateriais.

D A desconsideração da personalidade jurídica importará na retirada momentânea da autonomia patrimonial da Frente e Verso Tecidos Ltda., para estender os efeitos de suas obrigações aos bens particu-lares de seus sócios.

Comentários: doutrina – A teoria da desconsideração da persona-lidade jurídica nada mais é senão o afastamento episódico da per-

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sonalidade jurídica para dar efetividade a possibilidade de correção de manobras fraudulentas de um ou mais dos seus sócios. Episódi-co por que só se processa mediante análise do caso concreto, pois, do contrário, não existiria diferença entre a pessoa jurídica e seus constituintes. Afastamento por não se tratar de dissolução da pessoa jurídica. Com efeito, é uma fase momentânea, onde, para atingir a pessoa do sócio, considera-se que a pessoa jurídica não existisse.

“Pela teoria da desconsideração, o juiz pode deixar de aplicar as regras de separação patrimonial entre sociedade e sócios, ignoran-do a existência da pessoa jurídica num caso concreto, por que é necessário coibir a fraude perpetrada graças à manipulação de tais regras. Não seria possível a coibição se respeitada a autonomia da sociedade. Note-se, a decisão judicial que desconsidera a persona-lidade jurídica da sociedade não desfaz o seu ato constitutivo, não

o invalida nem importa a sua dissolução. Trata, apenas e rigorosa-mente, de suspensão episódica da efi cácia desse ato [...]” (Coelho, F. U., 2009, v. 1, p. 40, grifo nosso).

Nas sociedades em nome coletivo:

A a administração pode competir a sócio ou a terceiro designado pe-los sócios.

B os sócios respondem, de forma subsidiária e limitada à integraliza-ção de suas quotas, pelas obrigações sociais.

C os sócios podem ser pessoas físicas ou jurídicas.D o falecimento de sócio implica a liquidação das quotas do falecido,

caso o contrato social seja omisso a tal respeito.Comentários: Letra D–doutrina – É característica nas sociedades em

nome coletivo prevalecer a fi dúcia entre os sócios (sociedade de pessoas), logo, o falecimento de sócio implica a liquidação das quotas do falecido, caso o contrato social seja omisso a tal respeito.

O nome comercial ou de empresa, ou, ainda, o nome empresarial, compreende, como expressão genérica, três espécies de designação: a firma de empresário (a antiga firma individual), a firma social e a denominação.Rubens Requião. Curso de direito comercial. 1.º vol., 27.ª ed., S. Paulo: Saraiva, 2007, p. 231 (com adaptações).

Considerando a doutrina relativa às espécies de nomes comerciais, assinale a opção correta.

A A utilização da expressão “sociedade anônima” pode indicar a fi rma de sociedade simples ou empresária.

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B O registro do nome comercial na junta comercial de um estado garante à sociedade constituída a exclusividade da utilização inter-nacional da denominação registrada.

C O direito brasileiro se fi lia ao sistema legislativo da veracidade ou da autenticidade. Assim, a fi rma individual deve ser constituída sob o patronímico do empresário individual.

D A omissão do termo “limitada” na denominação social não implica necessariamente a responsabilidade solidária e ilimitada dos admi-nistradores da fi rma.

Comentários: Letra C – Art. 1156, do CC e doutrina – sistema legislativo da veracidade (informa que o nome empresarial deve corresponder aos nomes dos sócios que integram o quadro socie-tário. Se houver mudança nesse quadro e o nome do sócio que se retira constar do nome da fi rma deve-se proceder também a essa mudança) ou da autenticidade (art. 1.163, CC), o nome empre-sarial será distinto de qualquer outro existente no território do Estado da federação em que se pretender iniciar os negócios.

38º EXAME DE ORDEM

Considerando os vários tipos de sociedades descritos no Código Civil e com base na teoria geral do direito empresarial, assinale a opção correta.

A As cooperativas, independentemente do objeto social, são sempre sociedades simples.

B A sociedade anônima pode adotar a forma simples, desde que o seu objeto social compreenda atividades tipicamente civis.

C A sociedade simples não possui personalidade jurídica, sendo des-necessária a inscrição de seu contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede.

D Na sociedade em comum, todos os sócios respondem limitadamente pelas obrigações da sociedade; assim, todos os sócios podem valer-se do benefício de ordem a que os sócios da sociedade simples fazem jus.

Comentários: Letra C – Art.982, parágrafo único, do CC

Com base na disciplina jurídica das sociedades anônimas, julgue os seguintes itens.

I As sociedades por ações podem ser classifi cadas em abertas ou fecha-das, considerando-se a participação do Estado em seu capital social.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

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II A Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica em regi-me especial vinculada ao Ministério da Fazenda, é responsável pela emissão de ações em mercado primário.

III Ações preferenciais são aquelas que conferem ao seu titular uma vantagem na distribuição dos lucros sociais entre os acionistas e podem, exatamente por isso, ter limitado ou suprimido o direito de voto.

IV As ações, as debêntures, os bônus de subscrição e as partes benefi ci-árias, entre outras, são espécies de valores mobiliários emitidos pelas companhias para a captação de recursos.

V O valor nominal da ação é alcançado com a sua venda no ambiente de bolsa de valores.

Estão certos apenas os itens:

A I e V.B II e III.C III e IV.D I, II, IV e V. Comentários: Letra C (São corretas as assertivas dos incisos III e IV): III – Art. 17, da Lei nº 6.404/76 IV – Art. 2º e seus incisos, da Lei nº 6.385/76

Uma letra de câmbio foi sacada por Z contra X para um beneficiário Y e foi aceita. Posteriormente, foi endossada sucessivamente para A, B, C e D.Nessa situação hipotética:

I Z é o sacado, X é o endossante, Y é o tomador.II aposto o aceite na letra, X torna-se o obrigado principal.III se, na data do vencimento, o aceitante se recusar a pagar a letra, o

portador não precisará encaminhar o título ao protesto para garan-tir o seu direito de ação cambial ou de execução contra os coobri-gados indiretos.

IV se A promover o pagamento ao portador D, os endossantes B e C estarão desonerados da obrigação.

Estão certos apenas os itens:

A I e III.B I e IV.C II e III.D II e IV.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 156

Comentários: Letra D (São corretas as assertivas dos incisos II e IV):III – Art. 22, do Anexo I do Decreto nº 57.663/66IV – Art. 23 a 29, do Anexo I do Decreto nº 57.663/66

37º EXAME DE ORDEM

Alienado o estabelecimento empresarial, é correto afirmar, quanto às obrigações ligadas à sua exploração, que:

A o adquirente sub-rogar-se-á legalmente em todos os contratos esti-pulados pelo alienante.

B o adquirente não poderá fazer concorrência ao alienante pelo prazo de cinco anos.

C o adquirente receberá por cessão todos os créditos do alienante, invalidando-se qualquer pagamento posterior feito pelo devedor ao cedente.

D o adquirente obrigar-se-á solidariamente por créditos regularmente contabilizados, vencidos e vincendos, existentes na data do trespas-se, agora por ele devidos.

Comentários: Letra D–Art. 1146, do CC

A sociedade simples difere, essencialmente, da sociedade empresária porque:

A aquela não exerce atividade própria de empresário sujeito a registro, ao contrário do que ocorre nesta.

B aquela não exerce atividade econômica nem visa ao lucro, ao con-trário desta.

C naquela, a responsabilidade dos sócios é sempre subsidiária, en-quanto nesta, é sempre limitada.

D aquela deve constituir-se apenas sob as normas que lhe são próprias, enquanto esta pode constituir-se utilizando-se de diversos tipos.

Comentários: Letra A–Art. 982 a contrário senso, do CCO

Com relação às regras que disciplinam a situação do sócio-quotista da sociedade limitada, assinale a opção correta.

A As quotas representam a necessária divisão do capital social em par-tes iguais, sendo as deliberações consideradas de acordo com o nú-mero de quotas de cada sócio.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 157

B As quotas podem ser integralizadas pelos sócios por valores re-presentados em dinheiro, bens ou prestação de serviços, respon-dendo solidariamente todos os sócios pela exata estimação des-sas contribuições.

C As quotas são bens de livre disposição do sócio, que poderá vendê-las a outro sócio ou a terceiro, independentemente da anuência dos demais sócios.

D A responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem pela integralização do capital social.

Comentários: Letra D–Art. 1052, do CC

36º EXAME DE ORDEM

Acerca do exercício da empresa em sociedade, assinale a opção correta.

A A sociedade que precipuamente exercer atividade de empresário ru-ral só poderá adotar tipo reservado às sociedades empresárias.

B A constituição de sociedade para a realização de apenas um negócio determinado é incompatível com a atividade empresarial, pois im-pede a habitualidade de seu exercício.

C O conceito de sociedade implica o exercício de atividade econô-mica, embora nem toda sociedade que realize atividade econômica seja necessariamente considerada empresarial.

D A qualifi cação de uma sociedade como empresarial só ocorre quan-do ela exerce atividade própria de empresário sujeito a registro.

Comentários: Letra C–Art. 981, do CC

Com base na Lei n.º 6.406/1976, que dispõe sobre as sociedades por ações, assinale a opção correta acerca das características jurídicas desse tipo de sociedade empresarial.

A As partes benefi ciárias compõem o capital social desse tipo de socie-dade, sendo permitida a participação nos lucros anuais.

B As ações, quanto à forma, podem ser classifi cadas em ordinárias e preferenciais.

C Nessas sociedades, apenas acionistas poderão ser simultaneamente titulares de ações e debêntures.

D Os bônus de subscrição conferem direito de crédito contra a com-panhia, podendo conter garantia real ou fl utuante.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 158

Comentários: Letra C – Art. 1ª c/c Art. 52, ambos da Lei nº 6404/76

De acordo com as leis brasileiras, considera-se criação passível de ser objeto de direito de patente:

A um processo de fabricação de tinta.B a pintura em que se retrata a imagem de um grupo de pessoas.C o livro científi co em que se descrevem aplicações de medicamentos.D o método cirúrgico de transplante de coração em animais.

Comentários: Letra A–Art. 9º, da Lei nº 9279/92

Os títulos de crédito são tradicionalmente concebidos como documentos que apre-sentam requisitos formais de existência e validade, de acordo com o regulado para cada espécie. Quanto aos seus requisitos essenciais, a nota promissória:

A precisa ser denominada, com sua espécie identifi cada no texto do título.

B poderá ser fi rmada por assinatura a rogo, se o sacador não puder ou não souber assiná-la.

C conterá mandato puro e simples de pagar quantia determinada.D poderá não indicar o nome do sacado, permitindo-se, nesse caso,

saque ao portador. Comentários – Letra A–Art. 75, do Anexo I do Decreto nº

57.663/66

A Lei n.º 11.101/2005 prevê a possibilidade de o empresário renegociar seus débitos mediante os institutos da recuperação judicial e da recuperação extra-judicial. Acerca das semelhanças e diferenças entre ambos os institutos, assinale a opção correta.

A Diferentemente do previsto para a recuperação extrajudicial, o pe-dido de recuperação judicial poderá acarretar a suspensão de ações e execuções contra o devedor antes que o plano de recuperação do empresário seja apresentado aos credores.

B Diferentemente do previsto para a recuperação judicial, a recupera-ção extrajudicial limita-se a procedimento negocial entre o devedor e os respectivos credores, excluída a participação do Poder Judiciá-rio em qualquer uma de suas fases.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 159

C Ambos os procedimentos envolvem a negociação de todos os crédi-tos oponíveis ao devedor, sendo a recuperação extrajudicial reserva-da apenas às microempresas e empresas de pequeno porte.

D Ambos os procedimentos exigem que o devedor apresente plano de recuperação, o qual somente vinculará os envolvidos se devidamen-te aprovado em assembléia geral de credores.

Comentários: Letra A–Art. 6 º, § 4º da Lei nº 11.101/05

35º EXAME DE ORDEM

Armando e Arnaldo, advogados, resolveram celebrar contrato de sociedade para realizar, por prazo indeterminado, a fabricação regular de peças para automóveis. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.

A A sociedade só existirá se o instrumento do contrato for submetido a registro.

B O instrumento do contrato deverá ser inscrito no Registro Público de Empresas Mercantis, por ser empresarial o objeto da atividade.

C O instrumento do contrato deverá ser inscrito no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, em razão de os sócios serem advogados.

D Sendo ambos os sócios advogados, a sociedade será necessariamen-te simples.

Comentários: Letra B–Art. 1150, do CCQUESTÃO

Com base nas disposições do Código Civil relativas à sociedade em conta de partici-pação, é correto afirmar que:

A o ato constitutivo da sociedade deve ser, obrigatoriamente, inscrito na junta comercial.

B todos os sócios devem responder ilimitadamente pelas obrigações sociais devidas a terceiros.

C somente sócios que sejam pessoas físicas podem constituí-la.D apenas os sócios ostensivos podem exercer a atividade constitutiva

do objeto social. Comentários: Letra D–Art. 991, do CC

Segundo o art. 122 da Lei n.º 9.279/1996, são suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais. Com base no regime jurídico das marcas, previsto nessa lei, assinale a opção correta.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 160

A À marca de produto ou serviço será concedida proteção para distin-guir produto ou serviço de outro, idêntico, semelhante ou afi m, de origem diversa.

B À marca notoriamente conhecida, desde que registrada no Brasil, será concedida proteção em todos os ramos de atividade.

C À marca de alto renome será concedida proteção em seu ramo de atividade, independentemente de estar registrada no Brasil.

D À marca coletiva, se devidamente registrada no Brasil, será concedi-da proteção para ser utilizada por todos os que atuarem no corres-pondente ramo de atividade.

Comentários: Letra A–Art. 123, inciso I, da Lei nº 9279/96

De acordo com a legislação em vigor relativa a títulos de crédito, não é passível de aceite a

A letra de câmbio.B nota promissória.C duplicata.D duplicata rural.

Comentários – Letra B–Art. 77, do Anexo I do Decreto nº 57.663/66

Consoante a regulamentação processual da falência, prevista na Lei n.º 11.101/2005, compete necessariamente ao juízo falimentar

A a reclamação trabalhista oferecida contra o falido após a decretação da falência.

B a execução fi scal em curso contra o devedor falido quando da decre-tação da falência.

C a ação em que o falido fi gurar como autor e que seja oferecida após a decretação da falência.

D o pedido de restituição de bem alheio sob posse do devedor quando da decretação da falência.

Comentários – Letra D–Art. 85, da Lei nº 11.101/05

34º EXAME DE ORDEM

Renato e Flávio eram sócios da pessoa jurídica X Comércio de Alimentos Ltda. Flávio era casado sob o regime de comunhão universal de bens e Renato era viúvo. Em ju-

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 161

lho de 2007, Renato faleceu em virtude de acidente automobilístico, deixando como único herdeiro seu filho de quatorze anos, o qual ficou sob a tutela de seu tio João. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

A O fi lho de Renato, representado por João, com a concordância do sócio remanescente, poderá continuar a empresa, sendo desnecessá-ria autorização judicial se essa hipótese de sucessão estiver prevista no contrato social.

B Os bens particulares, estranhos ao acervo da empresa, que o fi lho de Renato já possuía ao tempo da sucessão não responderão por dívidas da sociedade.

C Se, durante a fase de liquidação, Flávio optar pela dissolução da sociedade, na alienação de bens imóveis integrantes do patrimônio da empresa, será necessária a outorga de sua esposa.

D Se João não puder exercer atividade de empresário, para que o fi -lho de Renato possa continuar a empresa, deve-se nomear, com a aprovação judicial, um ou mais gerentes, fi cando João isento da responsabilidade pelos atos do gerente nomeado.

Comentários: Letra B–Art. 985 c/c 45, ambos do CC

Paulo e Vinícius, únicos sócios da Ômega Comércio de Roupas Ltda., decidiram ceder integralmente suas cotas sociais e, também, alienar o estabelecimento empresarial da sociedade para Roberto e Ana. Ômega Comércio de Roupas Ltda. Havia celebrado contrato de franquia com conhecida empresa fabricante de roupas e artigos esportivos. Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta.

A A efi cácia da alienação do estabelecimento empresarial dependerá sempre do consentimento expresso de todos os credores.

B O adquirente não responderá por qualquer débito anterior à trans-ferência do estabelecimento empresarial.

C O franqueador não poderá rescindir o contrato de franquia com a Ômega Comércio de Roupas Ltda. com base na transferência do estabelecimento.

D Os alienantes do estabelecimento empresarial da Ômega Comércio de Roupas Ltda. não poderão fazer concorrência aos adquirentes nos cinco anos subseqüentes à transferência, salvo se houver autori-zação expressa para tanto.

Comentários: Letra D–Art. 1147, do CC

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 162

As sociedades anônimas:

A podem ser simples ou empresárias, conforme o objeto social.B estão proibidas por lei de receberem nome de pessoa física em

sua denominação.C são sociedades de capitais, sendo irrelevantes as características pes-

soais de seus acionistas.D devem ser constituídas por, no mínimo, sete acionistas.

Comentários: Letra C–Art.4º, da Lei nº 6.404/76

Considerando-se que Paula tenha endossado a Luana um cheque de terceiro no valor de R$ 500,00, é correto afirmar que:

A Paula, por ter endossado o cheque, responde pela solvência do de-vedor principal, no valor de R$ 500,00.

B o endosso produz os mesmos efeitos jurídicos de uma cessão civil de créditos.

C o endosso transfere a Luana a posse, não a propriedade do título de crédito.

D o endosso de Paula será nulo de pleno direito se a obrigação con-substanciada no cheque já estiver vencida.

Comentários: Letra A–Art. 17, da Lei nº 7357/85

Os sócios da MN Serviços Ltda., pessoa jurídica que atua no ramo de prestação de serviços de limpeza e conservação, visando superar situação de crise econômico-financeira, deliberaram pela recuperação judicial da referida pessoa jurídica. Con-siderando a situação apresentada e as normas relativas à recuperação judicial das sociedades empresárias, assinale a opção correta.

A Para que a MN Serviços Ltda. possa requerer a recuperação judicial, é necessário que ela, no momento do pedido, esteja exercendo regu-larmente suas atividades há mais de cinco anos.

B Apenas os créditos vencidos do devedor, existentes na data do pedi-do, estarão sujeitos à recuperação judicial.

C A petição inicial da MN Serviços Ltda. deve ser instruída com as de-monstrações contábeis relativas aos cinco últimos exercícios sociais.

D No ato em que for deferido o processamento da recuperação judi-cial da MN Serviços Ltda., deve ser nomeado administrador judi-cial, que pode ser pessoa física ou jurídica.

Comentários: Letra B–Art.49, da Lei nº 11.101/05

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 163

33º EXAME DE ORDEM

Assinale a opção incorreta em relação ao nome empresarial.

A As sociedades que tiverem exclusivamente sócios com responsabi-lidade ilimitada somente podem operar sob fi rma que ostente o nome de pelo menos um deles.

B O nome empresarial é próprio das sociedades empresárias, não havendo proteção legal à denominação adotada pelas socieda-des simples.

C A alienação do estabelecimento não importa em concessão de uso do nome empresarial, salvo disposição contratual diversa.

D É vedada a alienação pura e simples do nome empresarial.

Comentários: Letra B–Art. 1155, parágrafo único, do CC

Sobre a alienação do estabelecimento, assinale a opção correta.

A O respectivo contrato produz efeitos quanto a terceiros após a sua averbação à margem da inscrição do empresário no registro públi-co de empresas mercantis, ainda que não publicado na impren-sa ofi cial.

B Somente pode ser validamente realizada mediante a autorização ex-pressa dos credores à época existentes.

C O alienante responderá subsidiariamente pelos débitos anteriores à transferência.

D Se ao alienante não restarem bens sufi cientes para solver o seu pas-sivo, a efi cácia da alienação do estabelecimento depende do paga-mento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notifi cação.

Comentários: Letra D–Art. 1145, do CC

A propósito da dissolução e liquidação de sociedade simples, assinale a opção correta.

A É imprescindível, em qualquer hipótese, que haja o consenso de todos os sócios.

B Os administradores continuam gerindo os negócios normalmente até que seja concluída a liquidação.

C A dissolução e a liquidação da sociedade não podem ocorrer no mesmo ato.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 164

D O Ministério Público está legitimado a, em situações especiais, pro-mover a liquidação judicial da sociedade.

Comentários: Letra D–Art. 1033, inciso V c/c/ 1037, ambos do CC

Dos títulos de crédito abaixo, o único que admite aceite do sacado é o(a)

A nota promissória.B conhecimento de frete.C duplicata de prestação de serviços.D cédula de crédito rural.

Comentários: Letra C–Art. 20 a 22, da Lei nº 5474/64

Entende-se por principal estabelecimento o

A lugar da sede da empresa.B local onde está assentado o ponto empresarial.C o local do domicílio do empresário.D lugar onde o empresário centraliza as suas atividades e a administra-

ção de seu negócio. Comentários: Letra D–Art. 3º, da Lei 11.101/05

Os atos extrajudiciais que interrompem a prescrição da pretensão à execução do emitente de cheque incluem o(a)

A devolução do cheque pelo sacado por insufi ciência de fundos.B protesto cambial.C envio de correspondência notifi cando o não pagamento.D saque de duplicata à vista em substituição ao cheque devolvido.

Comentários: Letra B–Art. 202, inciso III, do CC

Não pode ser incluído no plano de recuperação extrajudicial o crédito

A quirografário.B trabalhista.C com garantia real.D subordinado.

Comentários: Letra B–Art. 161, da Lei 11.101/05

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 165

Depósito elisivo da falência é o depósito:

A que poderá ser realizado pelo devedor, nos casos autorizados em lei, e no prazo da contestação, correspondente ao valor total do crédito, devidamente corrigido, acrescido de juros e honorários ad-vocatícios, visando impedir a decretação da quebra, caso a defesa apresentada seja rejeitada pelo juiz.

B feito em pagamento pelo devedor, cuja falência é requerida em qualquer das hipóteses legais, visando confessar a legitimidade da dívida e impedir a decretação da falência.

C que o credor domiciliado no exterior está obrigado a realizar, para que possa requerer a falência no Brasil.

D que o devedor em recuperação judicial poderá realizar, relativamen-te à garantia do pagamento das obrigações assumidas no plano de recuperação correspondente, visando impedir a sua convolação em falência fraudulenta.

Comentários: Letra A–Art. 98, parágrafo único, da Lei 11.101/05

Relativamente à deliberação dos sócios em uma sociedade limitada, assinale a opção incorreta.

A As operações de incorporação e fusão dependem, obrigatoriamente, da deliberação dos sócios.

B A deliberação em assembléia será obrigatória se o número dos só-cios for superior a dez.

C A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas.

D A convocação da assembléia é privativa dos administradores e fi scais da sociedade, sendo obstado ao sócio realizá-la.

Comentários: Letra D–Art.1073, do CC

No curso do processo de recuperação judicial de sociedade anônima fechada, foi contratado o fornecimento de insumos à companhia, cujos administradores, em ato regular de gestão, aceitaram as correspondentes duplicatas contra ela sacadas. Nes-sa situação, se, ulteriormente, verificar-se o inadimplemento, o fornecedor deverá:

A apresentar em juízo pedido de afastamento dos administradores.B requerer a convolação da recuperação em falência.C apresentar reclamação contra os administradores ao comitê

de credores.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 166

D ajuizar ação executiva em face da companhia ou requerer-lhe a falência.

Comentários: Letra D–Art. 6º § 1º e 73, da Lei 11.101/05

Considerando-se a ordem de pagamento aos credores prevista na Lei n.º 11.101/2005, assinale a opção incorreta.

A Os créditos tributários exigíveis durante a falência serão pagos pos-teriormente às restituições em dinheiro.

B As multas fi scais moratórias serão pagas posteriormente aos crédi-tos quirografários.

C Os créditos derivados da relação de trabalho gozam de preferência absoluta pelo seu valor integral, diferentemente das indenizações por acidentes de trabalho.

D Os créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado, serão pagos anteriormente aos créditos com privilégio geral.

Comentários: Letra C–Art. 83, inciso I e VII, da Lei 11.101/05

Considere que um advogado seja consultado sobre a possibilidade de uma socieda-de limitada formada por dois sócios, um deles pessoa natural e o outro pessoa jurí-dica, com partes iguais no capital, ser administrada por pessoa jurídica não sócia. A propósito dessa situação, assinale a opção que apresenta uma resposta correta à referida consulta.

A Não há impedimento à nomeação de não sócio como administra-dor, inclusive pessoa jurídica.

B A nomeação de administrador pessoa jurídica só é vali da se a mes-ma for sócio.

C Somente pessoa natural pode administrar a sociedade limitada.D A administração pode ser exercida por pessoa jurídica desde que a

mesma não seja sócio. Comentários: Letra C–Art. 1053 c/c 1011, do CC

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 167

CLÁUDIA RIBEIRO PEREIRA NUNES Graduação em Direito pela UERJ (1991), Mestrado em Direito (2002) e Doutorado em Direito e Economia (2008) pelo Programa de pós-douto-ramento em Direito pela UGF. Professora visitante de Mercer University School of Law–MUSL (2007). Atualmente é Professora do Núcleo de Prá-tica Jurídica da Fundação Getúlio Vargas–FGV e do IURIS–Centro de Es-tudos Jurídicos. Responsável pelo Projeto de Pesquisa Prática Forense em Direito Privado (C,T & A: 4 e fi nanciamento do IURIS–Centro de Estudos Jurídicos). Organizadora da Revista de Direito Privado e Processual Civil Contemporâneo. Membro do INFO-BG–Grupo de Estudos Empresariais Internacionais. Secretária do Convênio EMARF/MUSL – Grupo de Estudos da CVM. Palestrante da ABAMI, RCPJ, UNIFLU, entre outras Instituições. Advogada Senior do Escritório Nordi e Pereira Advogados Associados. Ex-Consultora da área de Direito Civil do SEBRAE-RJ, por licitação. Ex-Advo-gada da Petrobrás S/A, por concurso público. Autora dos livros: Como se preparar para o Exame de Ordem da Editora Método (co-autoria) e Exame de Ordem Segunda Fase em Direito Comercial da Editora Espaço Jurídico e articulista.

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PRÁTICA JURÍDICA IV

FGV DIREITO RIO 168

Fundação Getulio Vargas

Carlos Ivan Simonsen LealPRESIDENTE

FGV DIREITO RIO

Joaquim FalcãoDIRETOR

Fernando PenteadoVICE-DIRETOR DA GRADUAÇÃO

Luís Fernando SchuartzVICE-DIRETOR ACADÊMICO

Sérgio GuerraVICE-DIRETOR DE PÓS-GRADUAÇÃO

Luiz Roberto AyoubPROFESSOR COORDENADOR DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO EM PODER JUDICIÁRIO

Ronaldo LemosCOORDENADOR CENTRO DE TECNOLOGIA E SOCIEDADE

Evandro Menezes de CarvalhoCOORDENADOR DA GRADUAÇÃO

Rogério Barcelos AlvesCOORDENADOR DE METODOLOGIA E MATERIAL DIDÁTICO

Paula SpielerCOORDENADORA DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Daniela Silva Fontoura de BarcellosCOORDENADORA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Lígia Fabris e Thiago Bottino do AmaralCOORDENADORES DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

Wania TorresCOORDENADORA DE SECRETARIA DE GRADUAÇÃO

Diogo PinheiroCOORDENADOR DE FINANÇAS

Milena BrantCOORDENADORA DE MARKETING ESTRATÉGICO E PLANEJAMENTO

FICHA TÉCNICA