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Lamarck
Lamarck, através de suas observações, propõe
o lamarckismo, hipótese que fundamenta-se em
duas premissas, sendo elas a lei do uso e
desuso e a lei da herança dos caracteres
adquiridos. A primeira defende a teoria de que
os órgãos utilizados pelo indivíduo com maior
frequência se desenvolvem mais, e aqueles
pouco utilizados tendem-se a atrofiar. A segunda
teoria diz que todas as características adquiridas
pelo indivíduo são transmitidas para os seus
descendentes.
Charles Darwin
Darwin, por sua vez, propôs teorias evolucionistas
mais contundentes, dando origem ao darwinismo. As
principais teorias darwinistas são: reprodução, que
defende que todas as espécies são capazes de se
reproduzir, e seus descendentes têm igual dever de se
reproduzirem também; hereditariedade, em que, todas
as espécies têm que apresentar características
daqueles que lhe deram origem; variação, uma forma
genética de permitir a diversidade da espécie; seleção
natural, em que os indivíduos são selecionados pelo
ambiente. Tais teorias são amplamente aceitas e
Darwin hoje é um dos expoentes da biologia evolutiva.
Posteriormente surge o Neodarwinismo, ou Teoria Moderna da Evolução proposta por vários pesquisadores com base nas teorias darwinistas, englobando conceitos não só evolucionistas como também genéticos. A biologia evolutiva surge e se consolida através de perguntas, dúvidas relacionadas à evolução das espécies. Os estudos em evolução foram largamente repelidos pela Igreja, que acredita na teoria criacionista, ou seja, tendo Deus como criador de tudo o que existe, confronto entre ciência e religião que permeia até nos dias de hoje. Atualmente, mesmo com a gama de pesquisas desenvolvidas para sanar tais dúvidas, muitas perguntas ainda carecem de resposta, e que, se respondidas muito contribuíram para o entendimento da vida no Terra.
Às classificações da diversidade humana, baseadas na morfologia física e no conceito de raça, sobrepunham-se igualmente aspectos do comportamento e formas de pensar e sentir (aspectos sócio-culturais). O evolucionismo darwinista inspirara, inicialmente, uma hierarquização da diversidade humana e das “raças” em que a raça “branca” estaria no ápice da escala de evolução, devido à sua “superioridade” tecnológica e, acreditava-se, moral (etnocentrismo evolucionista que, na antropologia social ou cultural, teve também grande influência).
Não obstante, com a influência do evolucionismo darwinista e da biologia experimental do início do século XX, as classificações da antropologia física passaram, das características morfológicas à inclusão de parâmetros mais profundos da biologia humana, como os grupos sanguíneos; as características da hereditariedade genética; da estatística, com as seqüências médias de caracteres genéticos e da teoria da probabilidade.
A associação entre a antropologia biológica e a genética faz parte deste movimento que aprofundou o olhar científico da morfologia para as moléculas e que, segundo Ventura dos Santos, consistiu em um movimento metodológico significativo, designado como a “segunda revolução darwinista”. A associação entre antropologia e genética faz parte deste movimento metodológico. Os antropólogos físicos, atualmente, buscam mais medir a distribuição de certas substâncias no sangue; a pressão sanguínea e de seqüências genéticas específicas em determinados grupos humanos. Os estudos da antropologia física estariam assim, mais próximos dos estudos arqueológicos; médicos e genéticos, voltados, no contexto do processo saúde-doença, para as interações adaptativas entre a biologia humana e o meio-ambiente natural e sócio-cultural. Para uma revisão crítica e síntese dos rumos da Antropologia Física atual, ver Gould (1991).
A genética, aprofundando mais o enfoque metodológico, ganhou um estatuto que passou de disciplina puramente científica para a de técnica, com a engenharia genética. É particularmente decisivo para as questões atuais sobre a diversidade humana, na bioética e na antropologia social, o emprego da engenharia genética, o decifrar da cadeia de DNA humano, e a ênfase no “genoma”. A “Nova Genética”, fruto das revisões críticas pós-modernas, define-se enquanto técnica terapêutico-preventiva de doenças herdadas e como uma engenharia. Este assunto será reelaborado no próximo item, sobre a Diversidade Cultural. Para uma crítica atual das questões ligadas às implicações sócio-culturais e políticas da Nova Genética, cf. Petersen e Bunton, 2002.