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http://profdiafonso.blogspot.com / - http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/ [email protected] QUESTÕES - 1 Questões Questões Questões Questões SINTAXE / SEMÂNTICA / FIGURAS DE LINGUAGEM Texto I A PROPÓSITO DE UMA ARANHA 5 10 15 20 25 30 Fiquei vendo a aranha que construía sua teia, com os fios que saem dela como um fruto que brota e se alonga de sua casa. A aranha quer viver, e trabalha nessa armadilha caprichosa e artística que surpreenderá os insetos e os enredará para morrer. Tua morte, minha vida – diz uma frase antiga, resumindo a lei primeira da natureza. A frase pode soar amarga em nossos ouvidos delicados, à medida que 1 comemos nosso franguinho. Sua morte, vida nossa. Os vegetarianos não fiquem aliviados, achando que, além de terem hábitos mais saudáveis, não dependem da morte alheia para viver. É verdade que a alface, a cenoura, a batata, o arroz, o espinafre, a banana, a laranja não costumam gritar quando 2 arrancados da terra, decepados do caule, cortados e processados na cozinha. Mas por que não imaginar que estavam muito bem em suas raízes, e se deleitavam com o calor do sol, com a água refrescante da chuva, com os sopros do vento? Sua morte, vida nossa. Entretanto 3 voltemos à aranha. Ela não aprendeu arquitetura ou geometria, nada sabe sobre paralelas e losangos; vive da ciência aplicada e laboriosa dos fios quase invisíveis que não perdoam ao incauto. Uma vez preso na teia, o inseto que há pouco voava debate-se inutilmente, enquanto a aranha caminha com leveza em sua direção, percorrendo resoluta o labirinto de malhas familiares. Se alguém salvar esse inseto, num gesto de misericórdia, e caso 4 se dispunha a salvar todos os outros que caírem na armadilha, a aranha morrerá de fome. Em outras palavras: a boa alma tomará partido entre duas mortes. A cada pequena cena, a natureza nos fala de sua primeira lei: a lei da necessidade. O engenho da aranha, a eficácia da teia, o vôo do inseto desprevenindo compõem uma trama de via e morte, da qual igualmente participamos todos nós, os bichos pensantes. Que necessidade tem alguém de ser cronista? – podem vocês me perguntar. O que leva alguém a escrever sobre teias e aranhas? Minha resposta é crua assim como a natureza: os cronistas também comem. E já que 5 não sabem fazer teias, tecem palavras, e acabam atendendo a necessidade de quem gosta de ler. A pequena aranha, com sua pequena teia, leva a gente a pensar na vida, no trabalho, na morte. A natureza está a todo momento explicando suas verdades para nós. Se eu soubesse a origem e o fim dessas verdades todas, acredite, leitor, esta crônica teria um melhor arremate. (Vírgílio Covarim – com adaptações) QUESTÃO 1 (FCC – MPU - 2007) – A observação de uma aranha e sua teia leva o cronista a tratar: (1 ACERTO / ACERTO OBTIDO: ___ ) A) do princípio da necessidade, pelo qual se regula a natureza. B) da dificuldade de se relaciona a vida com a morte.

Questões de Sintaxe, Semântica, Figuras de Linguagem - Prof. DiAfonso 001

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Questões de sintaxe, semântica e figuras de linguagem, elaboradas pelo prof. DiAfonso

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QUESTÕES - 1

QuestõesQuestõesQuestõesQuestões

SINTAXE / SEMÂNTICA / FIGURAS DE LINGUAGEM

Texto I

A PROPÓSITO DE UMA ARANHA

5

10 15 20

25 30

Fiquei vendo a aranha que construía sua teia, com os fios que saem dela como um fruto que brota e se alonga de sua casa. A aranha quer viver, e trabalha nessa armadilha caprichosa e artística que surpreenderá os insetos e os enredará para morrer. Tua morte, minha vida – diz uma frase antiga, resumindo a lei primeira da natureza. A frase pode soar amarga em nossos ouvidos delicados, à medida que1 comemos nosso franguinho. Sua morte, vida nossa.

Os vegetarianos não fiquem aliviados, achando que, além de terem hábitos mais saudáveis, não dependem da morte alheia para viver. É verdade que a alface, a cenoura, a batata, o arroz, o espinafre, a banana, a laranja não costumam gritar quando2 arrancados da terra, decepados do caule, cortados e processados na cozinha. Mas por que não imaginar que estavam muito bem em suas raízes, e se deleitavam com o calor do sol, com a água refrescante da chuva, com os sopros do vento? Sua morte, vida nossa.

Entretanto3 voltemos à aranha. Ela não aprendeu arquitetura ou geometria, nada sabe sobre paralelas e losangos; vive da ciência aplicada e laboriosa dos fios quase invisíveis que não perdoam ao incauto. Uma vez preso na teia, o inseto que há pouco voava debate-se inutilmente, enquanto a aranha caminha com leveza em sua direção, percorrendo resoluta o labirinto de malhas familiares. Se alguém salvar esse inseto, num gesto de misericórdia, e caso4 se dispunha a salvar todos os outros que caírem na armadilha, a aranha morrerá de fome. Em outras palavras: a boa alma tomará partido entre duas mortes.

A cada pequena cena, a natureza nos fala de sua primeira lei: a lei da necessidade. O engenho da aranha, a eficácia da teia, o vôo do inseto desprevenindo compõem uma trama de via e morte, da qual igualmente participamos todos nós, os bichos pensantes. Que necessidade tem alguém de ser cronista? – podem vocês me perguntar. O que leva alguém a escrever sobre teias e aranhas? Minha resposta é crua assim como a natureza: os cronistas também comem. E já que5 não sabem fazer teias, tecem palavras, e acabam atendendo a necessidade de quem gosta de ler. A pequena aranha, com sua pequena teia, leva a gente a pensar na vida, no trabalho, na morte. A natureza está a todo momento explicando suas verdades para nós. Se eu soubesse a origem e o fim dessas verdades todas, acredite, leitor, esta crônica teria um melhor arremate.

(Vírgílio Covarim – com adaptações)

QUESTÃO 1

(FCC – MPU - 2007) – A observação de uma aranha e sua teia leva o cronista a tratar: (1 ACERTO / ACERTO OBTIDO: ___ )

A) do princípio da necessidade, pelo qual se regula a natureza.

B) da dificuldade de se relaciona a vida com a morte.

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QUESTÕES - 2

C) das leis da natureza, que só o homem consegue desafiar.

D) da crueldade e da irracionalidade das leis naturais.

E) do universo extravagante em que vivem os insetos.

QUESTÃO 2

(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Substitua os conectivos grifados e numerados no texto 1 por outros com igual valor morfológico e semântico:

(5 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )

1. _______________________________________

2. _______________________________________

3. _______________________________________

4. _______________________________________

5. _______________________________________

QUESTÃO 3

(FCC – MPU – 2007 – adaptada) – Preencha as lacunas, considerando – ou não – a necessidade do uso de uma preposição antes do conectivo destacado:

(5 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )

a. Pergunto-me ________ que armas pode contar essa aranha, afora os fios da magnífica teia que sabe tecer.

b. A necessidade de escrever, ________ que o autor nos confessa ao fim do texto, é compreendida como uma lei também natural.

c. A comparação ________ que o cronista estabelece entre uma teia de aranha e um texto não deixa de ser justificável.

d. Os fios ________ que se vale a aranha para tecer sua teia são praticamente invisíveis.

e. As mais duras leis da natureza, ________ que é impossível para nós combatermos, são ditadas pela necessidade de viver e de morrer.

QUESTÃO 4

(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Em “[...] achando que, além de terem hábitos mais saudáveis, não dependem da morte alheia para viver.” (l. 8-10) e “[...] vive da ciência aplicada e laboriosa dos fios quase invisíveis que não perdoam o incauto.” (l. 16), classifique os conectivos grifados conforme o solicitado abaixo:

(4 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )

A. Valor Morfológico: ________________________________ / ______________________________

B. Valor Semântico: _________________________________ / ______________________________

QUESTÃO 5

(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – O conectivo “assim como” (l. 25) expressa o valor semântico de

(1 ACERTO / ACERTO OBTIDO: ___ )

A) oposição

B) concessão

C) causa

D) tempo

E) comparação

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QUESTÕES - 3

QUESTÃO 6

(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Leia o período abaixo e, em seguida, faça o que se pede:

(3 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )

� Fiquei vendo a aranha1 que construía sua teia,2 com os fios que saem dela como um fruto3 que brota e se alonga de sua casa. (l. 1-2)

1. Reescreva o segmento (1), substituindo a forma verbal “vendo” pelo verbo “ASSISTIR”.

______________________________________________________________________________

2. Reescreva o segmento (2), substituindo o conectivo “que” por outro, morfologicamente,

equivalente.

______________________________________________________________________________

3. Reescreva o segmento (3), substituindo o conectivo “como” por outro, morfologicamente,

equivalente.

______________________________________________________________________________

QUESTÃO 7

(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Julgue os itens abaixo, considerando a adequada redação dos períodos quanto à regência verbo-nominal:

(5 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )

0 0 Com as armadilhas que constrói com sua teia, a aranha estaria apta a sobrevivência? 1 1 Construir teias é inerente das aranhas. 2 2 Nunca devemos esquecer-se a fenomenal capacidade de certos animais. A aranha é um deles. 3 3 O cientista preferia a engenhosidade da aranha à certas criações humanas. 4 4 A aranha não tece alheia com a natureza que a cerca. Texto II

QUESTÃO 8

(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Em “Nossa...! Esse moço é um gato!”, pode-se perceber o uso de que figura de linguagem?

(1 ACERTO / ACERTO OBTIDO: ___ )

� __________________________________________

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QUESTÕES - 4

Texto III Soneto da separação De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto. De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez o drama. De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.

(Vinícius de Morais)

QUESTÃO 9

(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – A leitura do texto 3 evidencia o uso de uma figura de linguagem. Identifique-a e, em seguida, reescreva os pares de expressões que justifiquem a existência da referida figura de linguagem:

(9 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )

� Figura de linguagem: __________________________________________

� Primeiro par: _______________________ X _______________________

� Segundo par: _______________________ X _______________________

� Terceiro par: _______________________ X _______________________

� Quarto par: _______________________ X ________________________

“Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante

Do que* ter aquela velha opinião Formada sobre tudo...”

(Paulo Coelho / Raul Seixas)

BOM DESEMPENHO!!!

* Segundo a norma padrão para a escrita formal da Língua Portuguesa, o verbo Preferir, neste contexto, rejeita elementos comparativos entre os termos preferidos e não preferidos. Alternativa para a construção acima: Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante A ter aquela velha opinião formada sobre tudo...