95
Relações Interpessoais PSICOLOGIA 2010/2011 Jorge Barbosa, 2010

Relações Interpessoais 4

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Relações Interpessoais 4

Relações Interpessoais

PSICOLOGIA 2010/2011

Jorge  Barbosa,  2010  

Page 2: Relações Interpessoais 4

Factores que Influenciam as Relações Interpessoais •  O Contexto de Vida  

•  O Papel Desempenhado  

•  O Interlocutor

•  O tipo de relações que as pessoas estabelecem dependem dos meios em que elas se estabelecem: família, escola, grupo de amigos, etc.

Page 3: Relações Interpessoais 4

Contexto de Vida

•  Contexto Familiar: •  Os indivíduos, ligados por

laços familiares, tendem a falar de si, das suas vivências pessoais, do quotidiano, das suas expectativas e apoiam-se mutuamente.  

•  Os estudantes, por exemplo, falam da sua aprendizagem, do seu sucesso/insucesso, da sua relação com os professores e com os restantes colegas

Page 4: Relações Interpessoais 4

Contexto de Vida

•  Grupo de Amigos: •  Os conteúdos da relação

interpessoal incidem, essencialmente, sobre os valores, as crenças e as necessidades de cada um.  

•  É um espaço onde é possível a relação entre pessoas com o mesmo nível etário e com características comuns.

Page 5: Relações Interpessoais 4

Contexto de Vida

•  Contexto da Escola, do Trabalho: •  Os conteúdos da relação

interpessoal são muito influenciados pelas condições, pelo ritmo e pelas tarefas a realizar.  

•  É um espaço onde é possível fazer aquisições de novas competências académicas e relacionais.

Page 6: Relações Interpessoais 4

Papel Desempenhado

•  Cada Pessoa desempenha mais do que um Papel: •  O professor, no contexto

escolar, desempenha um papel específico que exige uma relação com os alunos no sistema de aprendizagem.  

•  Como professor, ele deverá ser um orientador do saber dos seus alunos;

•  Mas, além de professor, ele desempenha, noutros contextos, outros papéis: entre os seus colegas, na família, ele actua de forma diferente

Page 7: Relações Interpessoais 4

Papel Desempenhado

•  Cada Pessoa desempenha mais do que um Papel: •  O aluno, no contexto escolar,

desempenha um papel que exige uma relação específica com os adultos e com os colegas.  

•  Como aluno, ele deverá seguir as orientações dos professores e ser correcto nas relações com os adultos e colegas.

•  Mas, além de aluno, ele desempenha, noutros contextos, outros papéis: entre os seus colegas, na família, ele actua como amigo, filho, vizinho... Etc.

Page 8: Relações Interpessoais 4

O Interlocutor

A pessoa com quem se estabelece a relação é outro factor que determina o conteúdo da relação interpessoal:

A  relação  que  um  adulto  mantém  com  uma  criança  não  pode  ser  do  mesmo  =po  da  que  mantém  com  um  

adolescente.  

A  relação  que  um  aluno  mantém  com  o  seu  

professor  não  pode  ser  do  mesmo  =po  da  que  

mantém  com  os  colegas  ou  com  os  pais  

ou  vizinhos.  

Page 9: Relações Interpessoais 4

Níveis de Relações Interpessoais

Nível  0:  O  indivíduo  não  tem  em  conta  os  diferentes  pontos  

de  vista.    

O  seu  raciocínio  tende  a  estabelecer:  

Estratégias  impulsivas  e  4sicas  de  

confronto,  ou  

De  fuga  à  situação  conflituosa  

A  agressão  é  uma  estratégia  caracterísAca  de  quem  não  tem  capacidade  para  negociar  o  seu  ponto  de  vista  com  o  do  outro.  Revela  imaturidade  nas  relações  interpessoais.  

Page 10: Relações Interpessoais 4

Níveis de Relações Interpessoais

Nível  1:  O  indivíduo  reconhece  a  diferença  entre  o  seu  ponto  de  vista  e  o  ponto  de  vista  do  outro.    

Não  tendo  noção  global  das  duas  perspec=vas,  u=liza  estratégias  

de  sen=do  único:  

Estratégias  de  passividade  

Estratégias  de  Conformismo  

A  pessoa  torna-­‐se  passiva  e  acomoda-­‐se  como  se  a  sua  presença  e  intervenção  não  interessasse.  

Page 11: Relações Interpessoais 4

Níveis de Relações Interpessoais

Nível  2:  O  indivíduo  reconhece  a  diferença  entre  o  seu  ponto  de  vista  e  o  ponto  de  vista  do  outro.    

Coloca-­‐se  numa  posição  de  confiança  nas  suas  capacidades  e  acredita  que  pode  modificar  a  opinião  do  outro:  

Consegue  raciocinar  a  parAr  da  perspecAva  do  

outro  

UAliza  estratégias  de  persuasão,  

para  convencer  o  outro  

Page 12: Relações Interpessoais 4

Níveis de Relações Interpessoais

Nível  3:  O  indivíduo  reconhece  que  existem  estratégias  para  

resolver  os  problemas.    

Tem  em  consideração  os  pontos  de  vista  próprio  e  o  do  

outro:  

Envolve-­‐se  em  compromissos  e  negociações  

Procura  desenvolver  

objecAvos  comuns  

Esta  a=tude  exige  a  sua  afirmação  e  apresentação  dos  seus  objec=vos,  colaborando  para  o  desenvolvimento  de  objec=vos  comuns.  

Page 13: Relações Interpessoais 4

Estilos nas Relações Interpessoais

•  OS  ESTILOS  MAIS  FREQUENTES  SÃO:  –  Agressivo  –  Passivo  – Manipulador  

–  Asser=vo  

Page 14: Relações Interpessoais 4

Estilo Agressivo

O  Agressivo  procura:  

Dominar  os  outros  

Valorizar-­‐se  à  custa  dos  outros  

Ignorar  e  desvalorizar  o  que  os  outros  fazem  

Page 15: Relações Interpessoais 4

Estilo Agressivo

Comportamentos  Agressivos  nas  Relações  Hierárquicas:  

Em  posição  dominante:  autoritarismo,  frieza,  

menosprezo,  intolerância  

Em  posição  subordinada:  contestação  sistemá=ca,  

hos=lidade  “a  priori”  contra  tudo  o  que  vem  de  cima.  

Page 16: Relações Interpessoais 4

Estilo Passivo O  Passivo:  

Sente-­‐se  bloqueado  e  paralisado  quando  lhe  apresentam  um  problema  

para  resolver;  

Tem  medo  de  avançar  e  de  decidir  porque  receia  a  decepção;  

Tem  medo  de  importunar  os  outros;  

Deixa  que  os  outros  abusem  dele;  

Tende  a  fundir-­‐se  com  o  grupo,  por  medo:  chama  a  isto  realismo  e  

adaptação  

Page 17: Relações Interpessoais 4

Estilo Passivo Consequências  da  

Passividade:  

Desenvolve  ressen=mentos  e  rancores;  

Estabelece  uma  má  comunicação  com  os  outros;  

U=liza  mal  a  sua  energia  vital;  

Perde  o  respeito  por  si  próprio;  

Sofre  

Page 18: Relações Interpessoais 4

Estilo Manipulador O  Manipulador:  

Considera-­‐se  hábil  nas  relações  interpessoais;  

Dificilmente  aceita  a  informação  directa;  

Apresenta-­‐se  como  um  intermediário  indispensável;  

Raramente  se  assume  como  responsável  pelas  situações;  

Age  muito  frequentemente  por  interpostas  pessoas  

Page 19: Relações Interpessoais 4

Estilo Manipulador

Comportamentos  Típicos:  

Apresenta  uma  relação  tác=ca  com  os  outros;  

Tende  a  desvalorizar  o  outro  através  de  frases  que  pretende  humorís=cas;  

Exagera  e  caricatura  algumas  partes  da  informação  emi=da  pelos  outros;  

Repete  a  informação  desfigurada  e  manipula-­‐a  

Page 20: Relações Interpessoais 4

Estilo Manipulador Comportamentos  

Típicos:  

U=liza  a  simulação  como  instrumento.    

Nega  factos  e  inventa  histórias  para  mostrar  que  não  tem  

responsabilidade  nas  coisas;  

Fala  por  meias  palavras:  é  especialista  em  rumores;  

É  mais  hábil  em  criar  conflitos  do  que  em  reduzir  as  tensões  

Page 21: Relações Interpessoais 4

Estilo Manipulador Comportamentos  

Típicos:  

Tira  par=do  do  sistema  (das  leis  e  das  regras),  e  adapta-­‐o  aos  seus  

interesses.    

Oferece  os  seus  talentos  em  presença  de  públicos  diiceis.  

Faz  chantagem  moral:  explora  as  tradições,  convicções  e  os  escrúpulos  

de  cada  um  

Apresenta-­‐se  sempre  cheio  de  boas  intenções.  

Page 22: Relações Interpessoais 4

Estilo Assertivo ou Auto-Afirmativo

Asser=vidade:  

Está  à  vontade  na  relação  face  a  face.    

É  verdadeiro  consigo  mesmo  e  com  os  outros,  não  dissimulando  os  seus  

sen=mentos.  

Coloca  as  coisas  muito  claramente  às  outras  pessoas  

Procura  compromissos  realistas,  em  caso  de  desacordo.  

Page 23: Relações Interpessoais 4

Estilo Assertivo ou Auto-Afirmativo

Asser=vidade:  

Negoceia  na  base  de  interesses  mútuos  e  não  mediante  ameaças.    

Não  deixa  que  o  pisem,  mas  também  não  pisa  os  outros.  

Estabelece  com  os  outros  uma  relação  fundada  na  confiança  e  não  na  dominação  ou  no  calculismo.  

Page 24: Relações Interpessoais 4

Estilo Assertivo ou Auto-Afirmativo

A  Asser=vidade  é  ú=l  nos  seguintes  casos:  

Quando  é  preciso  dizer  qualquer  coisa  de  desagradável  a  alguém.    

Quando  se  pretende  pedir  qualquer  coisa  de  invulgar.  

Quando  é  necessário  dizer  não  àquilo  que  alguém  pede.  

Page 25: Relações Interpessoais 4

Estilo Assertivo ou Auto-Afirmativo

A  Asser=vidade  é  ú=l  nos  seguintes  casos:  

Quando  se  é  cri=cado.    

Quando  se  pretende  desmascarar  uma  manipulação.  

Page 26: Relações Interpessoais 4

Estilo Assertivo ou Auto-Afirmativo

O  Não-­‐AsserAvo  Diz:   O  AsserAvo  Diz:  

Estás  sempre  a  interromper  o  meu  trabalho  

Eu  gostaria  de  realizar  o  meu  trabalho  sem  interrupção.  Pode  ser?  

Tu  és  um  traidor  Eu  sen=-­‐me  traído  na  confiança  que  =nha  em  =.  

És  um  incompetente  Há  tarefas  em  relação  à  tua  função  que  tens  de  aprender  para  seres  mais  competente.  

Só  um  idiota  como  tu  é  que  apresenta  essa  solução  

Como  chegaste  a  essa  conclusão?  Quais  as  consequências  dessa  solução?  

Não  percebes  nada  do  que  te  digo  Eu  vou  clarificar  melhor  o  meu  pensamento  e  a  minha  ideia.  

Page 27: Relações Interpessoais 4

Es=los  de  Relações  Interpessoais  

Cada  pessoa  adopta  diferentes  esAlos  em  diferentes  situações.    

Mas  tem  tendência  para  manter  um  

perfil  dominante  que  combina  os  

diferentes  es=los.  

Pode  ser,  por  exemplo,  mais  manipulador  e,  em  algumas  situações,  ser  agressivo  e,    menos  frequentemente,  passivo.  

Page 28: Relações Interpessoais 4

Es=los  de  Relações  Interpessoais  

É  legí=mo  que  o  indivíduo  queira  mudar  e  melhorar  o  

seu  perfil  de  relações  interpessoais  

Para  isso,  tem  de  admi=r  que  a  mudança  no  seu  

comportamento  é  possível  e  que  a  mudança  trará  

bene4cios  para  si  e  para  as  suas  relações  

É  preciso  compreender  que:  

1.  A  estrutura  pessoal  não  é  imutável;  

2.  O  Indivíduo  tem  capacidade  para  aprender  novos  comportamentos  e  para  se  adaptar  a  novas  situações  

Page 29: Relações Interpessoais 4

Actividade

•  Atribua  o  Es=lo  de  Relações  Interpessoais  adequado  a  cada  enunciado:  

“Só  há  este  filme  interessante;  é  o  que  vamos  ver”  

ENUNCIADO   ESTILO  

Agressivo  

“Vou  ver  qualquer  filme;  decide  tu;  eu  não  sei  muito  bem  escolher”  

Passivo  

Page 30: Relações Interpessoais 4

Actividade

•  Atribua  o  Es=lo  de  Relações  Interpessoais  adequado  a  cada  enunciado:  

“Não  tenho  bem  a  certeza  se  quero  ir  ao  cinema”  

ENUNCIADO   ESTILO  

Manipulador  

“O  filme  X  interessa-­‐me.  E  a  =?”   Auto  Afirma=vo  

Page 31: Relações Interpessoais 4

Conflitos Interpessoais

Os  conflitos  interpessoais  surgem,  de  um  modo  geral,  pelas  seguintes  razões:  

Diferenças  Individuais;  

Limitações  de  Recursos;  

Diferenciação  de  Papéis.  

Page 32: Relações Interpessoais 4

Diferenças Individuais

•  As  diferenças  de  idades,  sexos,  a=tudes,  crenças,  valores  e  experiências  contribuem  para  que  as  pessoas  vejam  e  interpretem  as  situações  de  maneiras  diferentes  

Page 33: Relações Interpessoais 4

Diferenças Individuais

•  Pais  e  filhos,  velhos  e  novos,  professores  e  alunos,  homens  e  mulheres  criam  situações  onde  existe  divergência  de  pontos  de  vista.  

•  Em  situações  onde  a  diferença  individual  é  importante,  as  situações  de  conflito  são  inevitáveis.  

Page 34: Relações Interpessoais 4

Limitações dos Recursos

•  Nenhuma  organização,  escola,  grupo  ou  família  possui  todos  os  recursos  de  que  necessita  para  sa=sfazer  todas  as  necessidades  individuais.  

•  A  justa  par=lha  destes  recursos  por  todos  os  indivíduos  é  diicil.  

Page 35: Relações Interpessoais 4

Limitações dos Recursos

•  A  compe=ção  surge  porque  o  sistema  (escola,  família,  etc.)  possui  recursos  limitados.  

•  Mesmo  que  se  decida  fazer  uma  par=lha  equita=va,  surgem  sempre  divergências,  porque  há  pessoas  que  se  consideram  sempre  prejudicadas.  

Page 36: Relações Interpessoais 4

Diferenciação de Papéis

•  Os  conflitos  interpessoais  podem  também  surgir  da  dificuldade  em  determinar  quem  pode  dar  ordens  a  outro.  

•  Se  a  autoridade  de  uma  pessoa  não  é  aceite  pelo  outro,  surge  o  conflito.  

Page 37: Relações Interpessoais 4

O Conflito numa Organização – A Escola •  Numa  escola  trabalham  e  vivem  pessoas  que  estão  integradas  em  níveis  diferentes,  consoante  as  sua  tarefas:    –  Alunos  –  Professores  –  Funcionários  –  Director  de  Escola  –  Director  de  Turma,  etc.  

Page 38: Relações Interpessoais 4

O Conflito numa Organização – A Escola

As  diferenças  de  níveis  numa  Escola  são  tanto  mais  

problemá=cas    

Quanto  mais  distantes  estão  uns  dos  outros;  

Menos  informação  é  par=lhada  entre  

eles.  As  perspec=vas  das  pessoas  que  estão  em  diferentes  níveis  não  são  comuns,  o  que  se  apresenta  como  fonte  potencial  de  conflito.  

Page 39: Relações Interpessoais 4

O Conflito numa Organização – A Escola

As  pessoas  têm  concepções  e  comportamentos  divergentes  e  exprimem-­‐nos  no  seu  dia  a  dia,  na  Escola.  

•  Numa  escola,  existem  pessoas:  rapazes,  raparigas,  homens  e  mulheres,  que  nem  sempre  consideram  a  escola  como  um  simples  local  de  trabalho  ou  de  estudo.  

Page 40: Relações Interpessoais 4

O Conflito numa Organização – A Escola

As  pessoas  têm  concepções  e  comportamentos  divergentes  e  exprimem-­‐nos  no  seu  dia  a  dia,  na  Escola.  

Os  conflitos  funcionais  são  inevitáveis:  

Os  diferentes  elementos  que  cons=tuem  a  Escola  

têm  interesses,  necessidades  e  pontos  de  

vista  diferentes.  

Page 41: Relações Interpessoais 4

O Conflito numa Organização – A Escola

Os  conflitos  funcionais  são  inevitáveis:  

O  Poder  está  distribuído  em  proporções  desiguais;  

A  responsabilidade  e  a  autoridade  são  

diferentes,  consoante  as  funções.  

Page 42: Relações Interpessoais 4

O Conflito numa Organização – A Escola

As  pessoas  são  sensíveis  à  forma  como  são  

tratadas  pelos  outros:  

Do  seu  nível  funcional;   De  nível  superior.  

Page 43: Relações Interpessoais 4

O Conflito numa Organização – A Escola

Os  conflitos  são  muito  úteis  quando:  

Impedem  a  estagnação;  

Servem  para  es=mular  novas  

ideias.  

Page 44: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Evitar Conflitos •  As  pessoas  evitam,  frequentemente,  os  conflitos  e  tudo  o  que  é  potencialmente  conflituoso  na  esperança  de  que  a  situação  de  conflito  desapareça.  

Page 45: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Evitar Conflitos •  Maneiras  de  Evitar  o  Conflito:  –  Suprimi-­‐lo,  abandonando  as  situações  de  conflito:  

•  Abandonar  a  Escola;  •  Deixando-­‐se  dormir;  •  Fugindo  de  casa.  

–  Refugiar-­‐se  no  trabalho,  como  forma  de  fugir  a  uma  situação  embaraçosa  

Page 46: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Evitar Conflitos •  Maneiras  de  Evitar  o  Conflito:  –  Acomodar-­‐se,  evitando  os  conflitos,  afirmando  que  está  tudo  bem.  

– Mudar  de  assunto,  sempre  que  o  conflito  é  focado;  

–  Não  levar  nada  a  sério  e  u=lizar  a  farsa,  distraindo  os  outros.  

Page 47: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Enfrentar o Conflito •  GANHAR-­‐PERDER:  

–  Uma  das  partes,  sendo  mais  forte  do  que  a  outra,  exerce  a  sua  autoridade  para  remover  o  conflito.  

–  Recorre-­‐se  sobretudo  aos  ataques  pessoais.  

A  estratégia  de  “Ganhar-­‐Perder”  é  mais  comum  nas  situações  de  director/empregado,  pai/filho,  professor/aluno  

Page 48: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Enfrentar o Conflito •  PERDER-­‐PERDER:  

–  Perante  duas  alterna=vas  em  confronto,  inventa-­‐se  uma  terceira  para  que  ninguém  fique  a  ganhar.  

Esta  estratégia  implica  que  as  partes  em  conflito  se  empenhem  mais  em  impedir  que  a  outra  ganhe,  do  que  em  encontrar  uma  solução.  

Page 49: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Enfrentar o Conflito •  GANHAR-­‐GANHAR:  

–  O  conflito  é  considerado  como  um  problema  a  resolver  e  não  uma  batalha  a  ganhar;  

–  As  partes  envolvidas  confrontam  os  pontos  de  vista  

–  As  partes  são  frontais  e  empenham-­‐se  em  superar  o  problema  

Page 50: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Enfrentar o Conflito Eva/Ema:  •  A  Eva  e  a  Ema  queriam  a  mesma  laranja.  Só  havia  uma  laranja.  O  conflito  estava  eminente.  A  Eva  era  mais  forte  e  dominadora.  Queria  a  laranja  independentemente  do  interesse  da  irmã.  

•  Se  o  interesse  dela  se  sobrepusesse,  estaríamos  perante  a  estratégia     Ganhar-­‐Perder  

Page 51: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Enfrentar o Conflito Eva/Ema:  

•  Se  se  pusessem  a  chorar  e  a  mãe  lhes  re=rasse  a  laranja,  e  elas  ficassem  sem  ela  estaríamos  perante  uma  estratégia   Perder-­‐Perder  

Page 52: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Enfrentar o Conflito Eva/Ema:  •  Mas  as  duas  sentaram-­‐se  e  perguntaram  uma  à  outra  para  que  queriam  a  laranja.  A  Eva  disse  que  para  raspar  a  casca  e  colocar  no  bolo.  A  Ema  disse  que  para  fazer  sumo.  

•  A  mesma  laranja  respondeu  às  necessidades  das  duas  irmãs.  Estamos  perante  uma  estratégia   Ganhar-­‐Ganhar  

Page 53: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Competências

Diagnos=car  a  Natureza  do  Conflito:  

Se  o  problema  nos  afecta  realmente  

Se  as  causas  do  problema  resultam  de  divergências  ao  nível  de:  

Valores  e  interesses   Factos  ou  situações  

Se  a  outra  parte  tem  uma  estratégia  

ganhador-­‐perdedor  

Page 54: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Competências

Envolver-­‐se  no  Confronto:  

Dizer  Concretamente  

O  que  a  outra  pessoa  fez  ou  disse   Como  isso  o  afectou  

Dizer  o  que  gostaria  que  a  outra  pessoa  fizesse.  

Page 55: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Competências

Escutar  Ac=vamente:  Prestar  atenção  a:  

Conteúdo  da  mensagem  

Sen=mentos  e  emoções  do  

outro.  

Índices  não  verbais  

Contexto  

Page 56: Relações Interpessoais 4

Lidar com os Conflitos – Resolver o Problema

Considerar  os  argumentos  de  defesa  de  cada  uma  das  soluções  

Apresentar  argumentos  com  toda  a  abertura  

Discu=r  e  Analisar  todos  os  Argumentos  

Seleccionar  a  solução  que  sa=sfaça  os  

interesses  das  partes  

Page 57: Relações Interpessoais 4

Actividade

•  Seleccione,  para  cada  enunciado,  a  estratégia  usada  (evitamento,  acomodação,  dominação,  colaboração)    

O  Artur  tudo  faz  para  não  encontrar  o  director  de  turma  porque  sabe  que  ele  tem  algo  para  lhe  dizer  que  não  é  nada  agradável.    

Evitamento  

Page 58: Relações Interpessoais 4

Actividade

•  Seleccione,  para  cada  enunciado,  a  estratégia  usada  (evitamento,  acomodação,  dominação,  colaboração)    

O  Artur  ouve  o  director  de  turma  e  diz  claramente  que  não  escreve  o  relatório  sobre  o  seu  comportamento,  porque  isso  não  tem  nada    a  ver  com  ele.    

Dominação  

Page 59: Relações Interpessoais 4

Actividade

•  Seleccione,  para  cada  enunciado,  a  estratégia  usada  (evitamento,  acomodação,  dominação,  colaboração)    

O  Artur  faz  o  relatório,  pedido  pelo  director  de  turma,  contrariado  e  enraivecido.  Pede  a  um  colega  com  quem  não  simpa=za  para  lhe  emprestar  a  esferográfica.    

Acomodação  

Page 60: Relações Interpessoais 4

Actividade

•  Seleccione,  para  cada  enunciado,  a  estratégia  usada  (evitamento,  acomodação,  dominação,  colaboração)    

O  Artur  pergunta  ao  director  de  turma  o  porquê  da  realização  do  relatório;  tendo  compreendido  que  a  sua  versão  dos  acontecimentos  pode  ser  valorizada,  combina  com  ele  fazê-­‐lo  em  casa  e  trazê-­‐lo  no  dia  seguinte  de  manhã.    

Colabora=vo  

Page 61: Relações Interpessoais 4

Análise  Transaccional  –  Eric  Berne  

•  Transacção  é  a  “Unidade  das  Relações  Sociais”,  segundo  Eric  Berne.  

Page 62: Relações Interpessoais 4

Análise  Transaccional  –  Eric  Berne  

A  análise  transaccional  é  um  utensílio  de  conhecimento  que  permite:  

Compreender  a  estrutura  pessoal  

Iden=ficar  dificuldades  de  relação  

Dar  eficácia  à  comunicação  interpessoal.  

Page 63: Relações Interpessoais 4

Análise  Transaccional  –  Eric  Berne  

Conceitos-­‐Chave:  

Estados  do  Eu  

“Jogos  Psicológicos

”  

Palavras  de  Ordem.  

Page 64: Relações Interpessoais 4

Análise  Transaccional  –  Eric  Berne  

Comunicação  Transaccional:  Cada  Sujeito  

faz  algo  (fala,  sorri,  olha...)  

está  consciente  do  

comportamento  do  outro  

Tem  consciência  de  que  o  outro  tem  consciência  

de  si  

Constrói  uma  imagem  do  

outro.  

Page 65: Relações Interpessoais 4

Análise  Transaccional  –  Eric  Berne  

Dois  Níveis  de  Análise  

Análise  Estrutural  –  funcionamento  da  estrutura  

pessoal  do  EU  

Análise  Funcional  –  refere-­‐se  às  relações  que  se  estabelecem.    

Page 66: Relações Interpessoais 4

Análise  Transaccional  –  Eric  Berne  

Análise  Estrutural  

Estado  Parental  

Estado  Adulto  

Estado  Criança  

Os  três  Estados  reflectem  as  experiências  reais,  vividas  pelo  sujeito  ao  longo  do  seu  desenvolvimento  

Page 67: Relações Interpessoais 4

Análise  Estrutural  

Estado  Parental  Vida  Aprendida  

Noções  de  bem  e  de  mal  e  

outros  valores  Preconceitos   Tradições,etc  

Reflecte  a  educação  que  se  recebeu  e  que  marcou  a  infância  e  a  adolescência.  

Page 68: Relações Interpessoais 4

Estado  Parental  

•  O  período  mais  marcante  desta  realidade  psicológica  é  o  que  decorre  até  aos  6  anos  de  idade.  

•  Nesta  fase,  a  criança  não  interpreta  os  comportamentos  em  função  das  suas  causas,  intenções  ou  contextualizações  

•  Para  ela,  a  realidade  é  tal  e  qual  a  vê.  

Page 69: Relações Interpessoais 4

Estado  Parental  

•  O  =po  de  relações  que  os  Pais  =veram  com  a  criança,  o  apoio,  as  carícias,  o  medo,  os  gritos,  etc.,  ficam  registadas  de  forma  muito  ní=da.  

Page 70: Relações Interpessoais 4

Estado  Parental  

Uma  das  caracterís=cas  desta  realidade  psicológica  é  a  incoerência  vivida  e  sen=da  pela  criança  em  relação  aos  Pais.  

Os  pais  dizem  que  não  se  deve  men=r,  mas  eles  mentem;  Afirmam  que  os  mais  velhos  ou  os  mais  fortes  não  devem  bater  nos  mais  novos  e  nos  mais  fracos,  mas  batem  nos  filhos...  

Page 71: Relações Interpessoais 4

Análise  Estrutural  Estado  Adulto  Vida  Experimentada  

Capacidade  do  Eu  receber  informações  

Pensamento  lógico  e  racional  

Objec=vidade  

É  um  estado  que  exige  autonomia  e  independência:  é  a  vida  experimentada  pelo  sujeito.  

Page 72: Relações Interpessoais 4

Estado  Adulto  

•  O  sujeito  começa  a  perceber  a  diferença  entre:  –  A  vida  que  o  pai  lhe  ensinou;  

–  A  vida  como  a  sen=u  e  desejou  

–  A  vida  como  ele  a  vê  por  si  próprio  

•  Quando  existe  coerência  entre  o  que  os  Pais  lhe  disseram  e  o  que  ele  experimenta  e  vive,  surge  um  estado  coerente,  de  confirmação  (para  o  bem  e  para  o  mal).  

Page 73: Relações Interpessoais 4

Análise  Estrutural  Estado  Criança  –  Vida  Emocional  na  Infância  

Relacionamento  infan=l  com  o  mundo  

Realidade  essencialmente  emo=va  

Acontecimentos  agradáveis  e  desagradáveis  

É  o  estado  emocional,  que  reflecte  o  modo  como  a  criança,  na  primeira  fase  de  desenvolvimento,  se  relaciona  com  o  mundo.  

Page 74: Relações Interpessoais 4

Análise  Transaccional  

•  A  Análise  Funcional  consiste  em  subdividir  os  diferentes  estados  do  EU,  segundo  as  funções  que  desempenham  e  preenchem.  

Page 75: Relações Interpessoais 4

Caracterís=cas  comportamentais  em  função  do  predomínio  dos  Estados    

•  Encoraja  os  outros:  colabora;  

• Gosta  de  fazer  o  trabalho  dos  outros  

• Gosta  de  fixar  regras  e  limites;  

•  Poderá  ser  autoritário;  

•   Baseia-­‐se  mais  em  opiniões  

•  Exige  Obediência  

Pai  Crí=co   Pai  Alimentador  

VIDA  APRENDIDA  

Page 76: Relações Interpessoais 4

Caracterís=cas  comportamentais  em  função  do  predomínio  dos  Estados    

ADULTO  

Toma  decisões  e  resolve  problemas  através  da  

análise  lógica  dos  factos  

Conhece  as  Prioridades  

É  prá=co  e  objec=vo  

VIDA  EXPERIMENTADA  

Page 77: Relações Interpessoais 4

Caracterís=cas  comportamentais  em  função  do  predomínio  dos  Estados    

• Não  aceita  as  normas  e  as  regras  

• Contesta  a  autoridade  

• É  curioso  e  ques=ona  tudo  

• É  simpá=co,  educado  

• Respeita  a  autoridade  

• É  autên=co  na  expressão  dos  sen=mentos;  

• É  entusiasta  • Não  esconde  as  emoções  

Criança  Espontânea  

Criança  Adaptada  

Criança  rebelde  

Criança  Cria=va  ou  Pequeno  Professor  

VIDA  SENTIDA  

Page 78: Relações Interpessoais 4

Tipos  de  Transacções  

O  que  acontece  quando  um  

Pai   Adulto   Criança  

Encontra  um  

Pai   Adulto   Criança  

Page 79: Relações Interpessoais 4

Transacções  Paralelas  

P  

C  

A  

As  crianças  de  hoje  são  mal  educadas  

P  

C  

A  

Não  respeitam  nada  nem  ninguém  

Page 80: Relações Interpessoais 4

Transacções  Paralelas  

P  

C  

A  

O  Que  pensas  desta  solução?   P  

C  

A  

De  acordo  com  os  dados,  é  a  mais  indicada.  

Page 81: Relações Interpessoais 4

Transacções  Paralelas  

P  

C  

A  Se  não  sais  comigo,  não  te  falo  mais.  

P  

C  

A   E  isso  que  me  importa?  

Page 82: Relações Interpessoais 4

Transacções  Paralelas  

P  

C  

A  

Não  desperdices  a  tua  mesada.  

P  

C  

A  Vou  comprar  o  CD  e  guardo  o  resto.  

Page 83: Relações Interpessoais 4

Transacções  Paralelas  

P  

C  

A  Ajuda-­‐me  a  fazer  este  trabalho.  

P  

C  

A  

Nunca  fazes  nada  sozinho  

Page 84: Relações Interpessoais 4

Transacções  Ocultas  (que  lidam  com  vários  Estados  do  EU)    

P  

C  

A  

Preciso  de  acabar  este  trabalho  dentro  de  meia  hora  

P  

C  

A  

Vou  já  ajudar-­‐te  

Podes  dar-­‐me  uma  ajudinha?  

Não  faz  nada  sem  

mim  

Page 85: Relações Interpessoais 4

Transacções  Ocultas  (que  lidam  com  vários  Estados  do  EU)    

P  

C  

A  

Vem  à  reunião  dos  condóminos?  

P  

C  

A  

Vou  já.  É  um  preguiçoso  

Pensa  que  não  tenho  mais  para  fazer  

Page 86: Relações Interpessoais 4

Transacções  Tangenciais  (cada  interlocutor  ignora  o  que  o  outro  diz)    

P  

C  

A  

Quem  o  vai  avaliar?  

P  

C  

A  

Onde  está  o  

relatório?  

Page 87: Relações Interpessoais 4

Transacções  Tangenciais  (cada  interlocutor  ignora  o  que  o  outro  diz)    

P  

C  

A  

Que  horas  são?  

P  

C  

A  O  dia  hoje  nunca  mais  acaba...  

Page 88: Relações Interpessoais 4

Transacções  Tangenciais  (cada  interlocutor  ignora  o  que  o  outro  diz)    

P  

C  

A  Ajuda-­‐me  neste  trabalho.  

P  

C  

A  Queres  ir  logo  ao  cinema?  

Page 89: Relações Interpessoais 4

Transacções  Cruzadas  

P  

C  

A  

Não  gosto  do  que  fizeste.  Só  fazes  asneiras  

P  

C  

A  

Aprendi  consigo,  que  é  um  incompetente  

Page 90: Relações Interpessoais 4

Transacções  Cruzadas  

P  

C  

A  Não  sei  como  se  faz  este  trabalho...  

P  

C  

A  

Quais  são  as  tuas  dificuldades?  

Page 91: Relações Interpessoais 4

Transacções  Cruzadas  

P  

C  

A  

Porque  fazes  tudo  em  cima  da  hora?  

P  

C  

A  

Dentro  de  dez  minutos  acabo  o  meu  trabalho.  

Page 92: Relações Interpessoais 4

Ac=vidade  

ESTÍMULO   RESPOSTA  

CRUZADA  Não  sei  o  que  fazer,  estou  desesperado.  

Se  me  ouvisses,  nada  disso  teria  acontecido  

Iden=fique  os  =pos  e  o  diagrama  das  transacções  que  se  seguem  

PARALELA  Andas  a  deitar-­‐te  muito  tarde.  Devias  ter  mais  cuidado  com  a  saúde  

Tu  também  andas  muito  cansado.  O  teu  trabalho  é  esgotante.  

Page 93: Relações Interpessoais 4

Ac=vidade  

ESTÍMULO   RESPOSTA  

PARALELA  Vou  buscar  os  documentos  e  analisá-­‐los.  

Eu  tenho  elementos  que  te  podem  ajudar  a  concluir  o  teu  trabalho.  

Iden=fique  os  =pos  das  transacções  que  se  seguem  

CRUZADA  Detesto  que  me  obriguem  a  fazer  as  coisas.  

Ainda  bem  que  não  trabalho  con=go,  senão  teríamos  problemas.  

Page 94: Relações Interpessoais 4

Ac=vidade  

ESTÍMULO   RESPOSTA  

TANGENCIAL  Estou  muito  cansado.   Nunca  mais  é  fim  de  

semana.  

Iden=fique  os  =pos  das  transacções  que  se  seguem  

PARALELA  Que  bom,  amanhã  é  o  meu  dia  livre.  

Eu  também  não  trabalho.  E  se  fôssemos  às  compras?  

Page 95: Relações Interpessoais 4

Relações Interpessoais

PSICOLOGIA 2010/2011

Jorge  Barbosa,  2010