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PSICOLOGIA Relações Interpessoais III Jorge Barbosa - 2009

Relações Interpessoais

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Page 1: Relações Interpessoais

PSICOLOGIARelações Interpessoais III

Jorge Barbosa - 2009

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SUMÁRIO

• As Relações InterpessoaisRelação do Eu com os OutrosCognição Social Influência SocialProcessos de Relação

do Eu

2

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2

OBJECTIVOS:

Descrever a cognição social como um processo que permite ao sujeito em relação posicionar-se no mundo.

Identificar alguns dos processos centrais da cognição social.

Reconhecer a importância da influência social.

Explicar os fenómenos de conformismo, normalização e obediência.

Definir estereótipo, preconceito e discriminação.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência físicaProximidadeFamiliariedadeSimilaridade

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência física

Em questionários de opinião, a maior parte das pessoas não considera a aparência física como muito importante nos seus afectos.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência física

As investigações sobre o comportamento real revelam que a aparência física (atracção física) é muito valorizada na estima que é gerada e mantida entre duas pessoas.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência física

1. Estudantes universitários foram distribuídos aleatoriamente em pares de rapazes e raparigas para realizar um trabalho de informática.

Experiência de Brehm, 1992

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência física

2. Cada estudante foi avaliado:a) Pelo seu par, no intervalo do trabalho,

através de um questionário anónimo;b) Por testes independentes de

personalidade, de atracção física, e de inteligência.

Experiência de Brehm, 1992

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência física

3. Os resultados mostraram que:a) A atracção física desempenhou um papel

importante no desenvolvimento da estima entre os parceiros;

b) A inteligência, as competências sociais e a personalidade não se relacionavam, nem positivamente nem negativamente, com a estima entre parceiros.

Experiência de Brehm, 1992

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência física

1. Resultados experimentais mostraram que:a) A avaliação da nossa posição social e

auto-estima aumentam quando somos vistos com parceiros fisicamente atraentes. (desde que as diferenças, ao nível da atracção física não sejam muito grandes entre os dois)

Um motivo estudado para a importância da atracção física, na estima e escolha de parceiros:

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência física

1. Resultados experimentais mostraram que:b) Quer os homens quer as mulheres são

julgados menos favoravelmente quando são vistos com uma estranha ou um estranho fisicamente muito mais atraente do que eles.

Um motivo estudado para a importância da atracção física, na estima e escolha de parceiros:

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoAparência física

A importância da aparência física diminui significativamente, para os homens e para as mulheres, quando o que está em jogo é a escolha de uma parceiro permanente ou de longa duração.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoProximidade

Estudos realizados em Residências Universitárias mostraram que:1. Os parceiros de quarto tinham duas vezes mais

hipóteses de serem amigos do que os vizinhos de andar;

2. Os vizinhos de andar tinham duas vezes mais hipóteses de se tornarem amigos do que os vizinhos do resto da residência.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoProximidade

Outros estudos revelam, no entanto, que a proximidade pode ter efeitos contraditórios (por ex.: Schiffenbauer, 1976):1. Cada sujeito foi colocado no laboratório à espera do

investigador;2. Cada sujeito era acompanhado na espera por uma

cúmplice do investigador;3. A cúmplice ora era agradável ora era desagradável

para com o sujeito.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoProximidade

4. Quando a cúmplice era agradável, quanto mais próximo se sentava do sujeito mais o sujeito gostava dela ou se afeiçoava a ela;

5. Quando a cúmplice era desagradável, quanto mais próximo se sentava do sujeito, menos ele a apreciava.

Como devem ser interpretados estes resultados?

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoProximidade

A proximidade simplesmente aumenta a intensidade da reacção inicial.

Como a maioria dos encontros iniciais variam sobretudo entre o neutro e o agradável, o resultado mais frequente da manutenção da proximidade é a amizade.

Como devem ser interpretados estes resultados?

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoFamiliariedade

Um dos motivos pelos quais a proximidade gera afeição é que ela aumenta a familiariedade.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoFamiliariedade

Existem amplas evidências de que a familiariedade, só por si, (a simples exposição) aumenta substancialmente a probabilidade de gerar amizades e afeições.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoFamiliariedade

Ratos repetidamente expostos à música de Mozart ou de Schoenberg, aumentaram a sua afeição pelo compositor que ouviram.

Humanos repetidamente expostos a determinadas sílabas sem sentido passaram a preferir aquelas que viram com mais frequência.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoFamiliariedade

Experiência de Zajonc, 1968).

1. Mostraram-se aos sujeitos fotografias de rostos humanos desconhecidos, e;

2. Perguntou-se-lhes até que ponto achavam que gostavam ou poderiam vir a gostar da pessoa representada.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

4

AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoFamiliariedade

Experiência de Zajonc, 1968).

Os resultados mostram que:1. Quanto mais vezes tivessem visto a

fotografia de um determinado rosto, mais probabilidade se registava de gostarem ou poderem vir a gostar da pessoa fotografada.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoFamiliariedade

Experiência de Mita, Derner e Knight, 1977

1. Foram tiradas fotografias de rostos a alunas universitárias:

2. Essas fotografias foram reveladas em duas versões:a) Mostrando o rosto original, e b) Mostrando a imagem em espelho.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoFamiliariedade

Experiência de Mita, Derner e Knight, 1977

3. As duas versões das fotografias foram apresentadas às próprias alunas, a suas amigas e a seus namorados ou amigos especiais.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoFamiliariedade

Experiência de Mita, Derner e Knight, 1977

4. Os resultados mostram que:a) As próprias alunas

preferiram as imagens em espelho (68 a 32%)

b) Os amigos e namorados preferiram as imagens não invertidas (61 a 39%).

Esta experiência será replicada pelos alunos do 12º 6ª

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoSimilaridade

Há quem diga que os opostos se atraem;As evidências experimentais não confirmam esta crença.

Estudos estatísticos revelam que homens e mulheres, casados entre si, são significativamente semelhantes relativamente a:

1. Idade2. Religião3. Nível de instrução4. Nível socioeconómico

5. Características psicológicas, e

6. Características físicas

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoSimilaridade

Há quem diga que os opostos se atraem;As evidências experimentais não confirmam esta crença.

Estudos estatísticos revelam os mesmos resultados em casais de namorados.

No caso de namorados, os que tinham mais semelhanças entre si também tinham maior probabilidade de estarem juntos um ano depois do estudo realizado.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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AFEIÇÃO.

Factores que influenciam a AfeiçãoSimilaridade

A crença de que os opostos se atraem aplica-se, no entanto, a alguns traços de personalidade complementares.

• O exemplo de complementaridade mais estudado é das personalidades dominantes face a personalidades mais submissas ou flexíveis.

• A tentativa de identificar outros traços, susceptíveis de serem complementares, não tem tido sucesso.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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ATRACÇÃO ROMÂNTICA/SEXUAL E AMOR.

• O conceito de amor romântico é muito antigo e universal;

• No entanto, a crença de que ele se relaciona com o casamento é muito recente e não é universal.

• Em 1967 foi feita a seguinte pergunta a estudantes universitários: (Kephart, 1967)

“Se um homem (mulher) tivesse todas as qualidade que aprecia, casaria com essa pessoa não estando apaixonada (o) por ela?”

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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ATRACÇÃO ROMÂNTICA/SEXUAL E AMOR.

• O conceito de amor romântico é muito antigo e universal;

• No entanto, a crença de que ele se relaciona com o casamento é muito recente e não é universal.

• Em 1967 as Repostas foram:65% dos homens disseram que não;24% das mulheres disseram que não.

(a esmagadora maioria das mulheres disseram que ficariam indecisas; só 4% disseram realmente que sim).

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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ATRACÇÃO ROMÂNTICA/SEXUAL E AMOR.

• O conceito de amor romântico é muito antigo e universal;

• No entanto, a crença de que ele se relaciona com o casamento é muito recente e não é universal.

• A mesma investigação foi repetida em 1984; as respostas foram: (Simpson, Campbell e Berscheid, 1986)

85% dos homens disseram que se recusariam a casar sem estarem apaixonados.

85% das mulheres disseram igualmente que se recusariam a casar sem estarem apaixonadas.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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ATRACÇÃO ROMÂNTICA/SEXUAL E AMOR.

• Preconceitos sobre as Relações Amorosas.

Muitos pensam que as mulheres se apaixonam, em regra, mais depressa do que os homens.

Os dados da investigação revelam que os homens se apaixonam mais depressa do que as mulheres.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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ATRACÇÃO ROMÂNTICA/SEXUAL E AMOR.

• Preconceitos sobre as Relações Amorosas.

Muitos pensam que as mulheres se mantêm apaixonadas durante mais tempo do que os homens.

Os dados da investigação revelam que os homens lutam mais por uma paixão que está a diminuir e que as mulheres são quem decide acabar a relação com mais frequência.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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ATRACÇÃO ROMÂNTICA/SEXUAL E AMOR.

• Preconceitos sobre as Relações Amorosas.

Muitos pensam que as mulheres têm de se mostrar difíceis na conquista para que um homem as aprecie.

Os dados da investigação revelam que os homens só apreciam as mulheres difíceis para os outros. Para si, apreciam mais uma mulher que não se mostre difícil.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU

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ATRACÇÃO ROMÂNTICA/SEXUAL E AMOR.

• Preconceitos sobre as Relações Amorosas.

Muitos pensam que os casamentos são raros entre vizinhos e pessoas que convivem em proximidade.

Os dados da investigação revelam que a maioria dos casamentos é entre pessoas de convivência próxima.

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU (Sternberg)

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4. PROCESSOS DE RELAÇÃO DO EU (Sternberg)

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ATRACÇÃO ROMÂNTICA/SEXUAL E AMOR.

PAIXÃO INTIMIDADE COMPROMISSO TIPOS DE AMOR

Alto Baixo Baixo = Paixão

Baixo Alto Baixo = Amizade

Baixo Baixo Alto = Amor Vazio

Alto Alto Baixo = Amor Romântico

Baixo Alto Alto = Amor Companheiro

Alto Baixo Alto = Amor Fátuo (curta duração)

Alto Alto Alto = Amor

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5. ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO

4

Características dos Estereótipos (Maisonneuve, 1985)

1. Uniformidade – é consistente e uniforme dentro de um determinado grupo;

2. Simplicidade – as imagens que estruturam o estereótipo são simples e pobres

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5. ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO

4

Características dos Estereótipos (Maisonneuve, 1985)

3. Pregnância – o grau de adesão de um indivíduo ao estereótipo pode variar, desde uma adesão superficial a uma adesão profunda;

4. Constância – os estereótipos tendem a manter-se no tempo;

5. Tonalidade Afectiva – o estereótipo nunca é neutro, contendo significados afectivos favoráveis ou desfavoráveis.

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5. ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO

4

Características dos Estereótipos (Maisonneuve, 1985)

Os estereótipos:1. Correspondem a categorias favoráveis ou

desfavoráveis;2. São partilhados por um grupo social ou

cultural;3. Referem-se a características pessoais:

a) Traços de personalidadeb) ComportamentosDe um outro grupo de indivíduos

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5. ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO

4

Características dos Preconceitos

Os Preconceitos:1. Correspondem a um conceito mais amplo do

que o de estereótipo, e2. Contêm uma predisposição para agir

desfavoravelmente contra uma pessoa ou um grupo com base na sua pertença a uma determinada categoria.

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5. ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO

4

Características dos Preconceitos

Os Preconceitos:1. Possuem uma valência cognitiva – implicam

um processo de representação e de diferenciação de categorias;

2. Possuem uma valência afectiva – que integra os sentimentos que os indivíduos expressam;

3. Apresentam uma componente comportamental – orientam a acção do indivíduo relativamente a pessoas ou grupos

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5. ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO

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Estereótipo e Preconceito

Os Estereótipos apresentam uma função cognitiva e uma função afectiva:

1. São sustentados por processos de categorização que organizam as realidades complexas em classes e atributos – função cognitiva;

2. Permitem atribuir a grupos significações afectivas, favoráveis ou desfavoráveis, promovendo a coesão do grupo – função afectiva

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5. ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO

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Estereótipo e Preconceito

Embora os Preconceitos possuam características cognitivas, a sua principal função é uma função afectiva.

1. Mantém também a coesão do grupo, mas com base em predisposições desfavoráveis relativamente a grupos externos.

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5. ESTEREÓTIPOS, PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÃO

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Discriminação

Discriminação – conceito que representa o comportamento de desprezo ou humilhação de indivíduos ou grupos, normalmente com base em preconceitos.

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Não se Esqueça:É preciso fazer os exercícios que estão no “moodle”.

Psicologia, 2009