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BRASIL: RELEVO E ESTRUTURA GEOLÓGICA A superfície terrestre apresenta várias “fisionomias” ou irregularidades a que chamamos relevo. Estas formações se originam de forças e movimentos no interior da Terra e são modeladas pelo trabalho conjunto dos agentes externos com as águas do mar, dos rios, e das chuvas, o gelo, o vento e o homem. Das principais formas de relevo, o Brasil apresenta apenas planícies, planaltos e depressões. Sempre que nos referimos ao relevo brasileiro, duas características são mencionadas: a sua antiguidade e as suas baixas altitudes. A antiguidade está relacionada a agente internos que atuaram em antigas eras geológicas e as baixas altitudes são o resultado da longa exposição de suas rochas aos agentes externos. 1. A dinâmica interna: Situada no centro da placa Sul – Americana, o território brasileiro apresenta relativa estabilidade geológica. Os movimentos orogênicos ocorreram principalmente na Era Pré-Cambriana. Esses movimentos são conhecidos como ciclo brasiliano e suas formações mais importantes são a Serra do Mar, Mantiqueira e Espinhaço, todas localizadas na região Sudeste. 2. A dinâmica externa: o processo de erosão: O relevo brasileiro vem sofrendo a ação dos agentes externos (principalmente água, vento e do intemperismo). Encontramos no Brasil vários exemplos do trabalho das águas dos rios (meandos no rio Paraíba do Sul, planícies fluviais em vários pontos do país, cataratas do Iguaçu); do mar (falésia no sul e no Nordeste, tômbolos e restingas ao longo do litoral); das águas das chuvas (voçoroca, deslizamentos) e do vento (dunas litorâneas). 3. Estrutura Geológica do Brasil: Dois tipos de estruturas geológicas que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil apresenta escudos cristalinos ou núcleos cratônicos, bacias sedimentares e cadeias antigas. Não possui dobramentos modernos. Observando o mapa abaixo, que o professor Aziz Ab’Saber idealizou, são apontadas 6 bacias sedimentares e vários núcleos de menos extensão na estrutura geológica brasileira. As bacias sedimentares correspondem a 64% da área total do território brasileiro, sendo divididas em grandes e pequenas bacias que se formaram nas Eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica. As áreas de escudos cristalinos correspondem a 36% da área total, sendo formados na Era Pré – Cambriana. Os terrenos arqueozoicos correspondem a 32 % e os proterozoicos a 4 % da área total do país. São nesses terrenos proterozoicos que encontramos o ferro, manganês, ouro e outros minerais. 4. Classificação do Relevo Brasileiro Três dos nossos mais importantes geógrafos realizaram estudos e pesquisas para classificar o relevo brasileiro. Cada um utilizou os recursos que tinham à disposição na época desses estudos. 4.1. Classificação de Aroldo Azevedo (1940): empregou termos geomorfológicos para denominar as divisões gerais (planície e planalto) e critérios de altimetria para diferenciá-los, estabelecendo o limite de 200m para cada forma. 4.2. Classificação de Aziz Ab’Saber (1960): utilizou os critérios morfoclimáticos (que explica as formas de relevo pela ação do clima), amplio a classificação de seu antecessor, acrescentando novas unidades de relevo e uma nova diferenciação. As áreas de planalto são aquelas em que o processo de erosão é predominante; e as planícies são aquelas em que a deposição é predominante. 4.3. Classificação de Jurandyr Ross (1989): utilizou técnicas avanças da cartografia e sensoriamento remoto, aliadas a imagens de satélites que permitiram um olhar mais detalhado sobre o relevo brasileiro, criando uma nova categoria, as depressões. 5. As formas de Relevo:

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BRASIL: RELEVO E ESTRUTURA GEOLÓGICA

A superfície terrestre apresenta várias “fisionomias” ou irregularidades a que chamamos relevo. Estas formações se originam de forças e movimentos no interior da Terra e são modeladas pelo trabalho conjunto dos agentes externos com as águas do mar, dos rios, e das chuvas, o gelo, o vento e o homem. Das principais formas de relevo, o Brasil apresenta apenas planícies, planaltos e depressões. Sempre que nos referimos ao relevo brasileiro, duas características são mencionadas: a sua antiguidade e as suas baixas altitudes. A antiguidade está relacionada a agente internos que atuaram em antigas eras geológicas e as baixas altitudes são o resultado da longa exposição de suas rochas aos agentes externos.

1. A dinâmica interna: Situada no centro da placa Sul – Americana, o território brasileiro apresenta relativa estabilidade geológica. Os movimentos orogênicos ocorreram principalmente na Era Pré-Cambriana. Esses movimentos são conhecidos como ciclo brasiliano e suas formações mais importantes são a Serra do Mar, Mantiqueira e Espinhaço, todas localizadas na região Sudeste.

2. A dinâmica externa: o processo de erosão: O relevo brasileiro vem sofrendo a ação dos agentes externos (principalmente água, vento e do intemperismo). Encontramos no Brasil vários exemplos do trabalho das águas dos rios (meandos no rio Paraíba do Sul, planícies fluviais em vários pontos do país, cataratas do Iguaçu); do mar (falésia no sul e no Nordeste, tômbolos e restingas ao longo do litoral); das águas das chuvas (voçoroca, deslizamentos) e do vento (dunas litorâneas).

3. Estrutura Geológica do Brasil: Dois tipos de estruturas geológicas que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil apresenta escudos cristalinos ou núcleos cratônicos, bacias sedimentares e cadeias antigas. Não possui dobramentos modernos. Observando o mapa abaixo, que o professor Aziz Ab’Saber idealizou, são apontadas 6 bacias sedimentares e vários núcleos de menos extensão na estrutura geológica brasileira. As bacias sedimentares correspondem a 64% da área total do território brasileiro, sendo divididas em grandes e pequenas bacias que se formaram nas Eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica. As áreas de escudos cristalinos

correspondem a 36% da área total, sendo formados na Era Pré – Cambriana. Os terrenos arqueozoicos correspondem a 32 % e os proterozoicos a 4 % da área total do país. São nesses terrenos proterozoicos que encontramos o ferro, manganês, ouro e outros minerais.

4. Classificação do Relevo Brasileiro Três dos nossos mais importantes geógrafos realizaram estudos e pesquisas para classificar o relevo brasileiro. Cada um utilizou os recursos que tinham à disposição na época desses estudos.

4.1. Classificação de Aroldo Azevedo (1940): empregou termos geomorfológicos para denominar as divisões gerais (planície e planalto) e critérios de altimetria para diferenciá-los, estabelecendo o limite de 200m para cada forma.

4.2. Classificação de Aziz Ab’Saber (1960): utilizou os critérios morfoclimáticos (que explica as formas de relevo pela ação do clima), amplio a classificação de seu antecessor, acrescentando novas unidades de relevo e uma nova diferenciação. As áreas de planalto são aquelas em que o processo de erosão é predominante; e as planícies são aquelas em que a deposição é predominante.

4.3. Classificação de Jurandyr Ross (1989): utilizou técnicas avanças da cartografia e sensoriamento remoto, aliadas a imagens de satélites que permitiram um olhar mais detalhado sobre o relevo brasileiro, criando uma nova categoria, as depressões.

5. As formas de Relevo: