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SUMÁRIO CAPITULO I.....................................................................................................................................2 Renascimento na Itália Pintura Escultura Arquitetura CAPITULO II......................................................................................................................................3 Renascimento na Alemanha e nos países baixos Pintores e suas obras CAPITULO III...................................................................................................................................4 A arte pré-colombiana e a arte pré-cabralina Arte Maia Arte Asteca Arte Inca Cultura anterior a civilização inca Arte indígena marajoara Arte Santarém CAPITULO IV...................................................................................................................................7. Arte barroca na Europa CAPITULO V.............................................................................................................................. O barroco no Brasil CAPITULO VI.............................................................................................................................. Século XIX na Europa (I): as inovações da arte CAPITULO VII.............................................................................................................................. Século XIX no Brasil (I): a influencia estrangeira

Renascimento 2012

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SUMÁRIO

CAPITULO I.....................................................................................................................................2Renascimento na Itália Pintura Escultura Arquitetura

CAPITULO II......................................................................................................................................3Renascimento na Alemanha e nos países baixos Pintores e suas obras

CAPITULO III...................................................................................................................................4A arte pré-colombiana e a arte pré-cabralina Arte Maia Arte AstecaArte Inca Cultura anterior a civilização inca Arte indígena marajoaraArte Santarém

CAPITULO IV...................................................................................................................................7.Arte barroca na Europa

CAPITULO V..............................................................................................................................O barroco no Brasil

CAPITULO VI..............................................................................................................................Século XIX na Europa (I): as inovações da arte

CAPITULO VII..............................................................................................................................Século XIX no Brasil (I): a influencia estrangeira

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CAPITULO I

RENASCIMENTO NA ITALIA • Os artistas do Renascimento expressam sempre os maiores valores da época: a racionalidade

– traduzida no rigor cientifico, na experimentação e na observação da natureza e a dignidade humana.

• o período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade Médiae o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura,sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.

• Características gerais: * Racionalidade * Dignidade do Ser Humano * Rigor Científico * Ideal Humanista * Reutilização das artes greco-romana

• PINTURA• Principais características:• Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que

têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.

• Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos.

• Os artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada.

• Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo.• Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é

marcado pelo ideal de liberdade e, conseqüentemente, pelo individualismo.• ESCULTURA• Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o seu

prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam .

• Principais Características:• * Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade

* Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade * Profundidade e perspectiva * Estudo do corpo e do caráter humano

• ARQUITETURA• Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações

matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.

• Principais características:• * Ordens Arquitetônicas

* Arcos de Volta-Perfeita * Simplicidade na construção * A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas * Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares)

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CAPITULO II

RENASCIMENTO NA ALEMANHA E NOS PAISES BAIXOS • Juntamente com a Itália, os países baixos foram um importante pólo do capitalismo

comercial, possuindo ainda uma vida urbana desenvolvida e um mercado que poderia consumir obras de arte.

• Pintores e suas obras • Albercht Duerer ( 1411-1528) foi o primeiro artista alemão a conceder a arte como uma

representação fiel da realidade.Durer famoso pelo retrato dele mesmo de seu pai e de personalidades da época.

• Hans Holbein ficou conhecido na história da pintura como retratista de personalidades políticas finananceiras e intelectuais da Inglaterra e dos países baixos.Dos seus retratos, é bastante conhecido o de Erasmo de Roterdã.

• Hiero Bosch ( 1450-1516) criou um estilo inconfundível. Sua pintura é rica em símbolos astrologia, da alquimia e da mágia conhecida no final da idade média. Suas obras são baseadas em conflitos. Dentre elas estão "As tentações de Santo António", " Corraça de Feno " e " Os sete pecados capitais".

• Pieter Bruegel o velho ( 1525-1569) venho de grandes cidades da região conhecida como Flandres já sobre a influencia dos ideais renascentistas. Ele retratou a realidade das pequenas aldeias que ainda conserva a cultura medieval. Dentre esses retratos estão: "Caçadores da Neve ", "Banquete Nupcial" e "Dança Campestre".

http://www.uniblog.com.br/gpicaxias6serie/7642/arte-renascentista.html

Imagem 01, 02, 03, 04

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CAPITULO III

A arte pré-Colombiana e pré-cabralina • ARTE MAIA organizada na região do atual Mexico

• Forma de expressão social, política e ideológica de um dos povos pré-colombianos mais

desenvolvidos. Durante mais de 2 mil anos, os maias utilizaram, em suas construções,

variados materiais e técnicas. Como conseqüência, a escultura destes povos acompanhou o

desenvolvimento arquitetônico e alcançou um grau de sofisticação não encontrado entre os

demais povos da América. A arquitetura maia tem caráter cerimonial, o que proporcionou o

surgimento de estruturas suntuosas. As grandes plataformas eram feitas de pedras. As

paredes, de terra batida e, depois, revestidas por pedra talhada ou argamassa. Os tetos

tinham forma de falsa abóbada. Os exteriores de palácios e pirâmides apresentavam

esculturas em suas decorações.

Imagem o7

• No que restou das cidades maias, os arqueólogos encontraram vestígios de observatórios

astronômicos

• Nas esculturas, em estilo naturalista, chama atenção a profusão de elementos que se

harmonizam com surpreendente senso de proporção. A serpente é a representação mais

encontrada em ruínas de palácios, estádios e pirâmides.

Imagem 08

http://www.historiadomundo.com.br/maia/arte-e-arquitetura-maia.htm

• ARTE ASTECA organizada na região do atual México• Os astecas eram artesãos hábeis. Tingiam algodão, faziam cerâmicas e ornamentos de ouro e

prata e esculpiam muitas jóias finas em jade.• Sua arquitetura era menos refinada dos que dos maias. Milhares de artesãos trabalhavam

continuamente para construir e manter os templos e palácios. Pequenos templos se elevavam no topo de altas pirâmides de terra e pedra, com escadaria levando aos seus portais. Imagens de pedra dos deuses, em geral de forma monstruosa, e relevos com desenhos simbólicos, eram colocados nos templos e nas praças.

Imagem 04• Pedra do Sol, conhecida como Calendário de Pedra Asteca. Com 3,7m de diâmetro, a pedra

tem no centro a imagem do deus sol, mostrando os dias da semana asteca e versões astecas da história mundial, além de mitos e profecias.

• A pintura destaca-se pelas formas figurativas, como também formas abstratas e geométricas.

A cerâmica constituiu-se de artefatos como jarras, potes e louças em geral. Muitos desses

utensílios domésticos constituíam-se de verdadeiros objetos de arte, com pinturas

policromadas.Imagem 05

• Fachada de um templo. Na entrada há vários detalhes, assim, os artesãos sempre reparavam

os templos e palácios.Imagem 06

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• Pintura com predominância de cores quentes, como vermelho, amarelo e laranja. As figuras estão de perfil e praticando o antropofagismo. Representação de um ritual, onde as pessoas eram sacrificadas para os deuses, um deles é a figura verde a direita.

• As esculturas eram muito ecléticas. Às vezes eram naturalistas e serenas, outras eram

grotescas e com traços grossos.• ARTE INCA organizada na região do atual Peru• Mais de 2 mil anos antes da chegada dos conquistadores espanhóis, os incas já tinham uma

cultura rica e própria, diferente das de outros povos pré-colombianos. Com o passar dos séculos, os incas alargaram seus territórios e foram assimilando características de outras culturas: chavins, nascas, huaris, paracas, tiahuanacos, mochicas e chimús. Pouco antes da descoberta da América, os incas dominavam um grande território que abrangia litoral e montanhas e haviam desenvolvido uma arte sofisticada, original e de elaborada técnica.

Imagem 01 Escultura em ouro representando um deus inca.• Os Incas desenvolveram um estilo muito funcional pública avançada da arquitetura

que era notável para a sua engenharia e técnicas de pedra finas do edifício. A planta das cidades foi baseada em um sistema das avenidas principais cruzadas pelas estradas menores que convergiram em um quadrado aberto principal cercado edifícios municipais e igrejas. A estrutura era de somente um assoalho de um conjunto perfeito de pedras cortadas; usaram também o tijolo da terra e da palha nas regiões litorais.Nas regiões da montanha, como a espetacular cidade dos Andes situada em Machu Pichu, a arquitetura Inca refletiu adaptações engenhosas do relevo natural.

Imagem 02 Escultura em ouro representando animais comuns nas regiões dos Andes.

• A ourivesaria também alcançou alto grau de desenvolvimento. Embora a maior parte das

peças tenha sido destruída pelos espanhóis durante a ocupação do território, ainda sobraram

mantos sacerdotais bordados a ouro, luvas de ouro (manoplas) também para uso dos

sacerdotes, capacetes ornados, copos, taças, pratos, brincos e placas peitorais. No intuito de

educar os futuros imperadores, criados em total reclusão, os incas produziram, em ouro,

pequenas esculturas que reproduziam atos sexuais. A prata era usada cotidianamente e, dos

objetos feitos neste material, restaram poucos exemplares: canecas, jarras, pratos, talheres e

enfeites domésticos.Imagem 03 Machu Pichu, o principal representante da arquitetura Inca e um grande avanço tecnológico na época.

http://artepre-clombiana.blogspot.com/

• Cultura anterior a civilização inca • Mochica• uma das primeiras civilizações andinas, são conhecidas sobretudo pelos relevos e pinturas

das numerosas peças de cerâmica ali encontradas.• Hábeis trabalhadores do cobre e de metais preciosos, além de ótimos tecelões, os artesãos

mochicas se aperfeiçoaram principalmente na arte da cerâmica, que alcançou entre eles notável adiantamento técnico nas incontáveis sepulturas subterrâneas descobertas

• A cerâmica era muito diversificada: inclui desde vasos habilmente arredondados sem a utilização da roda de oleiro, decorados com desenhos planos em que as figuras são geralmente representadas de perfil, até vasilhas modeladas a mão e trabalhadas como esculturas. Nesses vasos estão representados aspectos da vida cotidiana e episódios de guerra, bem como retratos de pessoas, animais reais ou fantásticos, demônios, motivos vegetais e religiosos

Imagem

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• Chimu• os Chimu destacaram-se como arquitetos e urbanistas e alguns defendem que, em verdade,

são precursores dos Incas no que se refere às construções monumentais.• também destacaram na cerâmica e na produção metalúrgica dos mais variados objetos,

desde adornos até armas.Imagem 09

• Tiahuanaco• O Império Tiahuanaco-Huari foi uma fusão de culturas, sendo as duas as mais influentes da

época, a Cultura Huari e a Cultura Tiahuanaco, que se desenvolveu nos Andes.• Seu estilo de cerâmica sem igual é encontrado numa vasta área • É considerada também uma cultura precursora das grandes construções megalíticas

da América do Sul, cortando, entalhando ou esculpindo pedras pesando até cem toneladas, encaixando-as umas às outras com uma precisão e engenhosidade raramente encontradas

Imagem 10

• Arte indígena marajoara• Os índios de Marajó realizavam objetos utilitários, mas também decorativos. Entre os vários

objetos encontrados pelos pesquisadores encontram-se vasilhas, potes, urnas funerárias, brinquedos, estatuetas, vasos, pratos e tangas para cobrir as zonas genitais das jovens, igualmente feitas de cerâmica. A igaçaba, por exemplo, era uma espécie de pote de barro ou uma talha grande para a água, que servia para conservar alimentos e outros.

• A cerâmica marajoara é geralmente caracterizada pelo uso de pintura vermelha ou preta sobre fundo branco.

• Os artefatos mais elaborados eram destinados ao uso funerário ou ritual. Os artefatos encontrados que demonstram uso cotidiano apresentam decoração menos rebuscada.

Imagem 01, 02, http://pt.wikipedia.org/wiki/Marajoaras

• CULTURA SANTARÉM

• é um complexo de culturas como a Marajoara que foram encontrados na área amazônica. A

cerâmica apresenta representações de humanos ou animais em relevo. Outra característica é

o realismo da representação do homen ou do animal.

• - Vasos de Cariátides: São pequenos vasos simétricos, em forma de taça, com parte superior

ligada à inferior por três cariátides antropomorfas; nas bordas da parte superior estão

afixadas outras figurações.• - Vasos de Gargalo: Apresentam um corpo central - gargalo - e abas, ou asas laterais

constituídas de animais - cabeças de aves ou jacarés, por exemplo, e sobre os quais estão assentados outros animais.

• - Estatuetas: Apresentam grandes variedades de formas antropomorfas ou zoomorfas,

predominando as primeiras e diferentes modos de confecção. Podem ser: ocas, maciças, ou

com partes ocas e partes maciças. Os personagens estão nus e são, na maioria das vezes, do

sexo masculino.Imagem 03, 04, 05

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CAPITULO IV

A arte barroca na Europa • A arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII), mas não tardou a irradiar-se por outros

países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.

• Suas características gerais são: * emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio. * busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; * entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; * violentos contrastes de luz e sombra; * pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.

• PINTURA• Características da pintura barroca:• Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental,

retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista. * Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade. * Realista, abrangendo todas as camadas sociais.

• Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.• Dentre os pintores barrocos italianos:• Michelangelo ou Caravaggio – “Caravaggio era o nome da aldeia natal de sua família, que ele adotou

como nome artístico”. O que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador. Obra destacada: Vocação de São Mateus.

Imagem 01• Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das

igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade. Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.

Imagem 02• A Itália foi o centro irradiador do estilo barroco. Dentre os pintores mais representativos, de

outros países da Europa, temos:• Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou

registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.

Imagem 03• Tintoretto

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Imagem 04• Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é

propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Obra destacada: Aula de Anatomia.

Imagem 05

• ESCULTURA• Suas características são: o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do

dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

• Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.

Imagem 06

http://www.historiadaarte.com.br/barroco.html

• ARQUITETURA • É o período da arte que vai de 1600 a 1780 e se caracteriza pela monumentalidade das

dimensões, opulência das formas e excesso de ornamentação. É o estilo da grandiloquência e do exagero

• A arquitetura, monumental, com exuberantes fachadas de mármore e ornatos de gesso, ou as obras de Borromini, caracterizadas pela projeção tridimensional de planos côncavos e convexos, serviram de palco ideal para as pinturas apoteóticas das abóbadas

Imagem07, 08,09

http://lilliverdi.blogspot.com/2011/04/os-jardins-do-palacio-de-versalhes.html

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CAPITULO V

BARROCO NO BRASIL

O Barroco foi um estilo de reação contra o classicismo do Renascimento, cujas bases conceituais giravam

em torno da simetria, da proporcionalidade e da contenção, racionalidade e equilíbrio formal. Assim, sua

estética primou pela assimetria, pelo excesso, pelo expressivo e pela irregularidade, tanto que o próprio

termo "barroco", que nomeou o estilo, designava uma pérola de formato bizarro e irregular. Além de uma

tendência puramente estética, esses traços constituíram uma verdadeira forma de vida e deram o tom a toda a

cultura do período, uma cultura que enfatizava o contraste, o conflito, o dinâmico, o dramático, o

grandiloquente, a dissolução dos limites, junto com um gosto acentuado pela opulência de formas e

materiais, tornando-se um veículo perfeito para a Igreja Católica da Contra-Reforma e

as monarquias absolutistas em ascensão expressarem visivelmente seus ideais. As estruturas monumentais

erguidas durante o Barroco, como os palácios e os grandes teatros e igrejas, buscavam criar um impacto de

natureza espetacular e exuberante, propondo uma integração entre as várias linguagens artísticas e prendendo

o observador numa atmosfera catártica e apaixonada. Assim, para Sevcenko, nenhuma obra de arte barroca

pode ser analisada adequadamente desvinculada de seu contexto, pois sua natureza é sintética, aglutinadora e

envolvente. Essa estética teve grande aceitação na Península Ibérica, em especial em Portugal, cuja cultura,

além de essencialmente católica e monárquica, estava impreganada de milenarismo e do misticismo herdado

dos árabes e judeus, favorecendo uma religiosidade caracterizada pela intensidade emocional. E de Portugal

o movimento passou à sua colônia na América, onde o contexto cultural dos povos indígenas, marcado pelo

ritualismo e festividade, forneceu um pano de fundo receptivo.[1][2]

O Barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença

colonizadora no território; a população já se multiplicava nas primeiras vilas e alguma cultura

autóctone já lançara sementes. O Barroco não foi, assim, o veículo inaugural da cultura brasileira,

o Maneirismo cumpriu o papel de iniciador, mas rapidamente o Barroco o sucedeu e então floresceu

ao longo da maior parte de sua curta história "oficial" de 500 anos, num período em que os

residentes lutavam por estabelecer uma economia auto-sustentável - contra uma natureza ainda

selvagem e povos indígenas nem sempre amigáveis - até onde permitisse sua condição

de colônia pesadamente explorada pela metrópole. O território conquistado se expandia em passos

largos para o interior do continente, a população de origem lusa ainda mal enraizada no litoral

estava em constante estado de alerta contra os ataques de índios pelo interior e piratas por mar, e

nesta sociedade em trabalhos de fundação se instaurou a escravatura como base da força produtiva

Nasceu o Barroco, pois, num terreno de luta, mas não menos de deslumbramento diante da paisagem

magnífica, sentimento que foi declarado pelos colonizadores desde início. Florescendo nos longos séculos de

construção de um novo e imenso país, e sendo uma corrente estética e espiritual cuja vida está no contraste,

no drama, no excesso, talvez mesmo por isso pôde espelhar a magnitude continental da empreitada

colonizadora deixando um conjunto de obras-primas igualmente monumental. O Barroco, então, confunde-se

com, ou dá forma a, uma larga porção da identidade e do passado nacionais; já foi chamado de a alma do

Brasil. Significativa parte desta herança em arte, tradições e arquitetura hoje é Patrimônio da Humanidade.

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O Barroco no Brasil foi formado por uma complexa teia de influências européias e locais, embora em geral

coloridas pela interpretação portuguesa do estilo. É preciso lembrar que o contexto econômico em que o

Barroco se desenvolveu na colônia era completamente diverso daquele que lhe dava origem na Europa. Aqui

o ambiente era de pobreza e escassez, com tudo ainda "por fazer". Por isso o Barroco brasileiro já foi

acusado de pobreza e incompetência quando comparado com o europeu, de caráter erudito, cortesão,

sofisticado, muito mais rico e sobretudo branco, apesar de todo ouro nas igrejas nacionais, pois muita coisa é

de execução tecnicamente tosca, feita por mão escrava ou morena de pouco estudo mas muita vontade de se

expressar. Mas esse rosto impuro, mestiço, é que o torna único e inestimável.

A espontaneidade naïf ou ingênua é uma característica de grande parte do barroco brasileiro.

Também é preciso assinalar que o Barroco se enraizou no Brasil com certo atraso em relação à Europa, e este

descompasso, que se perpetuou por toda sua trajetória, por vezes ajudou a mesclar, de forma imprevista,

elementos estilísticos que se desenvolviam localmente com outros externos mais atualizados que estavam em

constante importação. Os religiosos ativos no país, muitos deles literatos, arquitetos, pintores e escultores, e

oriundos de diversos países, contribuíram para esta complexidade trazendo sua variada formação, que

receberam em países como Espanha,Itália e França, além do próprio Portugal. O contato com o

oriente, via Portugal e as companhias navegadoras de comércio internacional, também deixou sua marca,

visível nas chinoiseries que se encontram ocasionalmente nas decorações, em pinturas e nas estatuetas

em marfim.

Como exceção interessante, existe um pequeno acervo de obras de arte realizadas ou exclusivamente por

índios, ou em colaboração com padres catequistas, fenômeno ocorrido no âmbito das Reduções jesuíticas do

sul e em casos pontuais no Nordeste. Por fim, mas não menos importante, está o elemento popular e inculto,

tantas vezes naïf, evidente em boa parte da produção local, já que os artistas com preparo sólido eram poucos

e os artesãos autodidatas ou com pouco estudo eram a maioria do criadores, pelo menos nos primeiros dois

séculos de colonização. Neste cadinho de tendências são detectados até elementos de estilos já obsoletos

como o gótico na obra de mestres ativos até no início do século XIX, como o Aleijadinho É do resultado de

todos estes entrecruzamentos e mesclas de influências aparentemente disparatadas que nasceu o original e

riquíssimo Barroco que hoje se vê espalhado em praticamente todo o litoral do país, desde o extremo sul

no Rio Grande do Sul até o norte, tocando o Pará. Para dentro, o estilo derramou-se por São Paulo e Minas

Gerais, onde se exprimiu com uma elegância característica, e alcançou o Centro-Oeste deixando jóias como

as encontradas em Goiás.

No início do século XVIII, o Barroco brasileiro conseguiu uma face relativamente unificada, no

chamado "estilo nacional português", cujas raízes eram de fato italianas, sendo adotado sem grandes

variações nas diversas regiões, e a partir de 1760, por influência francesa, se transformou

no Rococó, traço bem evidente nas igrejas de Minas Gerais. No fim do século XVIII o Barroco

brasileiro já estava perfeitamente aclimatado ao contexto nacional, tendo dado inumeráveis frutos

anteriores de alto valor, e aparecem, ambos em Minas Gerais - um dos maiores pólos culturais e

econômicos do Brasil daquela época - as duas figuras célebres que o levaram a uma culminação, e

que iluminaram também o seu fim como corrente estética dominante: Aleijadinho na arquitetura e na

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escultura, e na pintura Mestre Ataíde. Eles epitomizam uma arte que havia conseguido amadurecer e

se adaptar ao ambiente de um país tropical e dependente da Metrópole, ligando-se aos recursos e

valores regionais e constituindo um dos primeiros grandes momentos de originalidade nativa, de

brasilidade genuína. Demonstrando possuírem grande força plástica e expressiva, tornaram-se

ícones da cultura nacional - mas advirta-se: o chamado "Barroco mineiro" mais típico, que eles

representam tão bem, para muitos críticos respeitados já não é mais propriamente Barroco, e sim

seu estilo sucessor, o Rococó; mas se o Rococó é um estilo independente ou se é a fase final do

Barroco é uma polêmica ainda não decidida entre a crítica.[9][10][11][12][13][14][15] De qualquer maneira, o

grande e venerando ciclo artístico de onde aqueles artistas surgiram foi logo depois abruptamente

interrompido com a imposição oficial da novidade neoclássica, de inspiração francesa, a partir

da chegada da corte portuguesa ao Brasil em 1808 e da Missão Artística Francesa em 1816.

O papel da Igreja Católica

Na Europa a Igreja Católica foi, ao lado das cortes, a maior mecenas de arte neste período. Na imensa

colônia do Brasil não havia corte, a administração local era confusa e morosa, assim um vasto espaço

permanecia vago para a ação da Igreja e seus batalhões de intrépidos, capazes e

empreendedores missionários, que administravam além dos ofícios divinos uma série de serviços civis como

os registros de nascimento e óbito, estavam na vanguarda da conquista do interior do território servindo

como pacificadores dos povos indígenas e fundando novas povoações, organizavam boa parte do espaço

urbano no litoral e dominavam o ensino e a assistência social mantendo muitos colégios e orfanatos,

hospitais e asilos. Construindo grandes templos decorados com luxo, encomendando peças musicais para o

culto e dinamizando imensamente o ambiente cultural como um todo, e é claro ditando as regras na temática

e na maneira de representação dos personagens do Cristianismo, a Igreja centralizou a arte colonial

brasileira, com rara expressão profana notável. No Brasil, então, quase toda arte barroca é arte religiosa. A

profusão de igrejas e escassez de palácios o prova. Costa faz lembrar ainda que o templo católico não era

apenas um lugar de culto, mas era o mais importante espaço de confraternização do povo, um centro de

transmissão de valores sociais básicos e amiúde o único local seguro na muitas vezes turbulenta vida da

colônia. Gradativamente houve um deslocamento neste equilíbrio em direção a uma laicização, mas não

chegou a se completar no período de vigência do Barroco. As instituições leigas começaram a ter um peso

maior por volta do século XVIII, com a multiplicação de demandas e instâncias administrativas na colônia

que se desenvolvia, mas não chegaram a constituir um grande mercado para os artistas, não houve tempo. A

administração civil ganhou força com a chegada da corte portuguesa em 1808, que transformou o perfil

institucional do território, mas impediu uma continuidade do Barroco pelo seu apoio declarado

ao Neoclassicismo.

Assim como em outras partes do mundo onde existiu, o Barroco foi no Brasil um estilo movido pela

inspiração religiosa, mas ao mesmo tempo de enorme ênfase na sensorialidade e na riqueza dos materiais e

formas, num acordo tácito e ambíguo entre glória espiritual e êxtase carnal. Este pacto, quando as condições

permitiram, criou algumas obras de arte de enorme complexidade formal, que nos fazem admirar a perícia do

artesão e a inventividade do projetista - amiúde anônimos e de extrato popular. Basta uma entrada num dos

templos principais do Barroco brasileiro, seja em Minas, seja em Salvador, para os olhos de pronto se

perderem numa explosão de formas e cores, onde as imagens dos santos são emolduradas por

resplendores, cariátides, anjos, guirlandas, colunas e entalhes em volume tal que em alguns casos não deixam

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um palmo quadrado de espaço à vista sem intervenção decorativa, com ouro a cobrir paredes e altares. Como

disse Germain Bazin, "para o homem deste tempo, tudo é espetáculo".

Entenda-se essa prodigalidade decorativa na perspectiva da época, quando o religioso educava asalmas em

direção à apreciação das virtudes abstratas buscando seduzí-las antes pelos sentidos materiais, especialmente

através da beleza das formas. Mas tanta riqueza também era um tributo devido a Deus, por Sua própria

glória. Apesar da denúncia do luxo excessivo pelos Reformistas, e da recomendação de austeridade

pelo Concílio de Trento, o Catolicismo na prática ignorou as restrições, pois compreendia que "a arte pode

seduzir a alma, perturbá-la e encantá-la nas profundezas não percebidas pela razão; que isso se faça em

benefício da fé"'.

Esse cenário luxuriante era parte da própria essência da catequese católica durante o Barroco, então

largamente influenciada pelos preceitos dos Jesuítas, os mais ativos paladinos da Contra-Reforma.

A retórica era base para todo o ensino, e durante o Barroco adquiriu um forte sentidocenográfico e

declamatório, expressando cheia de hipérboles e outras figuras de linguagem, num discurso de largo vôo e

minuciosa argumentação, às vezes excessiva e rocambolesca para o gosto moderno. Tal característica se

traduziu plasticamente na extrema complexidade da obra detalha e na agitada e convoluta movimentação das

formas estatuárias e arquiteturais das arte barroca em todos os países onde o estilo prosperou, pois era uma

faceta básica do prolixo espírito da época expressa visualmente, e que no Brasil se manifestou do mesmo

modo, como não poderia deixar de fazê-lo.

Além da beleza das formas, durante o Barroco o Catolicismo se valeu enfaticamente do aspecto

emocional do culto. O amor, a devoção e a compaixão eram visualmente estimulados pela

representação dos momentos mais dramáticos da história sagrada, e assim abundam os Cristos

açoitados, as Virgens com o coração trespassado de facas, os crucifixos sanguinolentos, e as

patéticas imagens de roca, verdadeiros marionetes articulados, com cabelos, dentes e roupas reais,

que se levavam em procissões solenes e feéricas, onde não faltavam as lágrimas e os pecados eram

confessados em alta voz. Mas essa mesma devoção, que tantas vezes adorou o trágico, plasmou

também inúmeras cenas de êxtase e visões celestes, e outras tantas Madonnasde graça ingênua e

juvenil e encanto perene, e doces Meninos Jesus, cujo apelo ao coração simples do povo era imediato

e sumamente efetivo. Novamente Bazin captou a essência do processo dizendo que "a religião foi o

grande princípio de unidade no Brasil. Ela impôs às diversas raças aqui misturadas, trazendo cada

uma um universo psíquico diferente, um mundo de representações mentais básico, que facilmente

se superpôs ao mundo pagão, no caso dos índios e dos negros, através da hagiografia, tão

adequada para abrir caminho ao cristianismo aos oriundos do politeísmo".

Os primeiros edifícios sacros de algum vulto do Brasil foram erguidos a partir da segunda metade do século

XVI, quando algumas vilas já dispunham de população que o justificasse. Foram os casos de Olinda e

Salvador. As mais simples empregaram a técnica do pau-a-pique, sendo cobertas com folhas de palmeira,

mas desde logo os jesuítas se preocuparam com o aspecto da durabilidade e solidez dos edifícios, preferindo

sempre que possível edificar com pedra e cal, embora muitas vezes, por circunstâncias várias, foram

obrigados a usar a taipa de pilão ou o adobe. As plantas buscavam antes de tudo a funcionalidade, compondo

basicamente um quadrilátero sem divisão em naves e sem capelas laterais, com uma fachada elementar que

implantava um frontão triangular sobre uma base retangular, e pode-se dizer que não havia nesse período

inaugural qualquer preocupação com ornamentos. Em 1577 chegou a Salvador o frei e arquiteto Francisco

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Dias, com a missão declarada de introduzir melhoramentos técnicos e um refinamento estético nas igrejas da

colônia. Trazia a influência de Vignola, cujo estilo caíra no agrado da corte portuguesa, e fora o autor do

primeiro templo barroco na Europa, a Igreja de Jesus, em Roma, que se tornou imediatamente um modelo

para muitas outras igrejas jesuítas pelo mundo. No Brasil o modelo foi adaptado, prescindindo da cúpula e

do transepto, mantendo o esquema da nave única, mas por outro lado se favoreceram as torres.

Apesar das melhorias os edifícios jesuítas até meados do século XVII, concentrados no nordeste, se

mantiveram externamente em contornos de grande simplicidade, no que influenciaram os das outras ordens

religiosas, reservando para os interiores o luxo que foi possível acrescentar em altares entalhados, pinturas e

estatuária. Entretanto, se os jesuítas se mantiveram bastante fiéis ao modelo original, os franciscanos se

permitiram introduzir variações interessantes nas fachadas, que podiam ser precedidas de um alpendre, ou

incluir uma galilé, enquanto que ocampanário se deslocava para trás. No interior a capela-mor franciscana

tendia a ser menos profunda do que a jesuítica, e a ausência de naves laterais podia ser compensada por

doisdeambulatórios longitudinais estreitos. Nesse modelo é a Igreja de São Francisco em Cairú, considerada

a primeira a exibir um Barroco puro, já despido da influência maneirista. Seu autor, o frei Daniel de São

Francisco, criou uma fachada escalonada, num esquema triangular, com volutas fantasiosas no frontão e nas

laterais; foi uma completa novidade, sem paralelos mesmo na Europa.[25][26] Com a dominação holandesa no

nordeste muitas das edificações católicas foram destruídas, e na segunda metade do século XVII, após a

explusão dos invasores, o esforço principal se concentrou na restauração e reforma das estruturas pré-

existentes, com relativamente poucas fundações novas.

Mas então o estilo barroco já predominava em todos os aspectos e recebia a influência deBorromini,

emprestando-se mais movimento às fachadas com a adição de volutas no frontão, aberturas em arco, gradis,

relevos e óculos. Nos interiores a decoração também ganhava em riqueza, mas os esquemas eram algo

estáticos, organizados em áreas compartimentalizadas, os chamados caixotões ou cofres,

com retábulos providos de colunas torcidas revestidas de folhagens, aves e anjos, interligadas

por arquivoltas no mesmo padrão, com grande homogeneidade estilística. Ilustrativa dessa transição é

a Igreja de São Francisco de Salvador, e sua talha dourada, luxuriante, cobre inteiramente todas as

superfícies internas do templo, com impactante efeito de conjunto. Abrindo o século XVIII a talha começou

a desenvolver um relevo mais alto, projetando-se tridimensionalmente do plano da parede, com caráter

estatuário e arquitetônico, apresentando cariátides, anjos e guirlandas, coroamentos com sanefas e falsos

cortinados, revestidos com policromia ou em branco e dourado, definindo o chamado estilo joanino, cujas

feições mais importantes são a progressiva integração entre estatuária e talha, e a presença de dosséis de

coroamento nos altares

Ao mesmo tempo as fachadas adquiriram mais verticalidade e movimento, com aberturas em formas

inusitadas - pera, losango, estrela, oval ou círculo - os frontões, mais curvas, relevos emcantaria e estatuária,

e as plantas começaram a aparecer com formas poligonais ou elípticas. Exemplos são a Basílica de Nossa

Senhora do Carmo e a Igreja de Santo Antônio, em Recife, e em Salvador a Igreja de Nossa Senhora do

Rosário dos Pretos.[28] Um fenômeno um tanto diferente se verificou nas Reduções do sul, embora neste

período aquele território ainda pertencesse à Espanha. Lá as construções mostraram desde logo um caráter

mais monumental em suas fachadas, e com uma maior variedade de soluções estruturais,

com pórticos, colunatase frontispícios elaborados. Ao mesmo tempo, se desenvolveu um notável

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programa urbanísticopara o aldeamento dos indígenas. Hoje em ruínas, parte desse núcleo de arquitetura

civil e religiosa sulina foi declarado Patrimônio Mundial.

A partir de meados do século XVIII a influência portuguesa, que filtrava a espanhola e italiana, deu lugar à

francesa, gerando um Rococó cujo maior florescimento ocorreu em Minas Gerais, se caracterizando

pelos retábulos com coroamento de grande composição escultórica com elementos ornamentais como

conchas, laços, grinaldas e flores, revestimentos com fundos brancos e douramentos nas partes em relevo. No

exterior dos edifícios se percebe um aligeiramento nas proporções, tornando-os mais elegantes, as aberturas

são mais amplas, permitindo uma maior penetração da luz externa, e o detalhamento nos relevos em pedra

chegou a alto nível. Em Minas destacam-se a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Matriz de Nossa

Senhora do Pilar, a Igreja de São Pedro dos Clérigos, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e a Igreja de São

Francisco, talvez a obra máxima de Aleijadinho, com torres circulares de coruchéu em forma de capacete,

óculo obturado por relevo, e frontispício imponente. Além de Ouro Preto, o núcleo mais rico, diversas

cidades mineiras possuem exemplares significativos de arquitetura rococó, entre

elas Sabará,Serro, Mariana, Tiradentes, e também Congonhas, onde existe o grande complexo arquitetônico

do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, local que abriga ainda o mais importante grupo de esculturas de

Aleijadinho.

O Rococó também deu belos frutos no nordeste, na Matriz de Santo Antônio, com esplêndida talha nos

altares, e no Convento e Igreja de São Francisco em João Pessoa, considerado por Bazin a mais perfeita

dentre as construções franciscanas Rococó do Nordeste brasileiro, embora seja uma adaptação quase literal

do projeto do templo de Cairu, 50 anos mais antigo.[30] No Rio é notável a Igreja do Carmo.

Na arquitetura civil, privada ou pública, o barroco deixou relativamente poucos edifícios de maior vulto,

sendo em linhas gerais bastante modestos, cuja ornamentação se resume em arcos nas aberturas,

ocasionalmente algum trabalho de cantaria ou de azulejaria, e alguma pintura decorativa no interior. Mas os

conjuntos dos centros históricos de algumas cidades (Salvador, Ouro Preto, Olinda, Diamantina, São

Luís e Goiás), declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO, ainda permanecem em boa parte intactos,

apresentando uma paisagem ininterrupta extensa e valiosíssima de arquitetura urbana do barroco, com farta

ilustração de todas as adaptações do estilo aos diferentes estratos sociais e às suas transformações ao longo

dos anos. Do reduzido número de exemplos civis significativos se destacam a antiga Casa da Câmara e

Cadeia de Ouro Preto, hoje o Museu da Inconfidência, com uma rica e movimentada fachada onde há

um pórtico com colunas, escadaria de acesso, uma torre, estátuas ornamentais e estrutura em pedra, a Casa da

Câmara e Cadeia de Mariana, a Câmara de Salvador, e o Paço Imperial no Rio, que foi a residência da

família real.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Barroco_no_Brasil

"O Barroco Mineiro nasceu mestiço como seus criadores, filtrando influências de várias partes de Portugal e do Brasil. Muitas vezes seu esplendor se esconde no interior das pequenas igrejas de paredes de taipa, quadradas e brancas, revelando-se com impacto quando se abrem as portas. É o que acontece, por exemplo, na Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Sabará, ou na Capela do Padre Faria, em Vila Rica, e em várias outras construções da primeira metade do século XVIII". O Barroco, foi uma das formas de expressão artística mais visíveis entre o século XVII e a primeira metade do século XVIII, no Brasil. O enriquecimento provocado pela mineração e a forte religiosidade dos povos das minas, favoreceram o

desenvolvimento das artes em Minas Gerais.

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O barroco desenvolveu-se no Brasil ao lado dos primeiros núcleos urbanos. As principais manifestações dessa arte foram as construções religiosas levantadas em Salvador e Recife. Mas, o auge do barroco, manifestou-se nas cidades mineiras do Ciclo do Ouro, como Ouro Preto e Mariana. A riqueza resultante da exploração do ouro na região de Minas Gerais estimulou, em Ouro Preto, o

surgimento do maior conjunto de arquitetura barroca do mundo e justificou o tombamento da cidade como patrimônio nacional, em 1933, e em patrimônio mundial, em 1980. Apesar da influência inicial do Barroco europeu, a arte barroca no Brasil assumiu características próprias. A arte barroca evoca a religião em cada detalhe: altares, geralmente em madeira, expõe ricos ornamentos

espirais ou florais e é todo entalhado com figuras de anjos e imagens revestidas de uma fina película de ouro. Santos em relevo se espalham pelas capelas da nave central, e o teto, representando geralmente um céu em perspectiva, que aumenta a sensação de profundidade no ambiente. A vida cultural nas Minas Gerais desenvolveu-se principalmente em torno das Igrejas e confrarias. Por

essa razão, a arquitetura, a escultura sacra e a música se desenvolveram na região e deixaram importantes registros do barroco brasileiro. Na arquitetura, temos importantes construções no estilo barroco, como a Igreja do Carmo, em São João

Del Rei e a Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto. A arquitetura não-religiosa também foi importante nessa época, um exemplo é a cidade de Tiradentes. Na escultura, as obras eram feitas geralmente em madeira ou pedra-sabão, estavam ligadas à religiosidade.

Destaque para Aleijadinho, um dos principais representantes do barroco brasileiro. Escultor e arquiteto, Antônio Francisco Lisboa, chamado de Aleijadinho. Na pintura, destacou-se Manuel da Costa Ataíde. Ataíde criou seu próprio estilo, utilizando-se de cores

vivas, tropicais. Pintou em suas obras figuras cordiais, mas um tanto irreverentes. Sua obra de maior destaque está no teto da nave da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto. Obra realizada entre 1800 e 1809.

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CAPITULO VI

Século XIX na Europa (I): as inovações da arte

No fim do século XVIII e no início do século XIX, predominou na arte européia o Neoclassicismo, ou Academismo. Neoclassicismo, do grego neo, “novo”, significa “novo classicismo”, retomada da cultura clássica, greco-romana. Academismo vem do fato de as concepções clássicas serem a base para o ensino nas academias, as escolas de belas-artes mantidas pelos governos europeus.O século XIX, porém, passou por fortes mudanças, decorrentes da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, no fim do século XVIII. A arte refletiu essas mudanças, tornando-se mais complexa e dando lugar a vários movimentos artísticos. Enquanto os artistas neoclássicos submetiam-se às regras das academias, outros buscavam libertar-se delas e expressar livremente seus sentimentos e sua imaginação.O francês Jacques-Louis David (1748-1825) é o maior representante da pintura neoclássica. Segundo o neoclassicismo, a obra de arte só seria perfeitamente bela se imitasse as formas criadas pelos artistas clássicos gregos e pelos renascentistas italianos. Exemplo: (Fig. 01 - Bonaparte atravessando os Alpes, 1800, de Jacques-Louis David. 2,60 x 2,21 m. Museu Nacional de Malmaison, Rueil-Malmaison.As inovações na pintura: Há dois aspectos relevantes no trabalho dos artistas que reagiram ao neoclassicismo: a valorização da cor e os contrastes de claro-escuro. Quanto aos temas, eles se interessaram mais pelos fatos de sua época que pela mitologia greco-romana. A natureza também passa a ser tema da pintura.Goya: a luta contra a tirania. O espanhol Francisco José Goya y Lucientes (1746-1828) usou temas diversos: retratos da corte espanhola e do povo, os horrores da guerra, a ação incompreensível de personagens fantásticas e cenas históricas. Dessa variedade, destacamos uma imagem que é símbolo das lutas pela liberdade (Fig. 02 - Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808- Goya – 2,63 x 4,10 m. Museu do Prado, Madri).Delacroix: a agitação nas ruas. Aos 29 anos, o Francês Eugène Delacroix (1799-1863) viveu uma importante experiência: visitou o Marrocos, no norte da África, com a missão de documentar, por meio da pintura, os hábitos e costumes das pessoas daí. Mas Delacroix tornou-se famoso também por retratar a agitação das ruas, como em seu quadro mais conhecido (Fig. 03 - A liberdade guiando o povo, 1830 - 2,60 x 3,25 m. Museu do Louvre, Paris).A realidade e a arte: Entre 1850 e 1900 desenvolveu-se na arte européia, principalmente na pintura francesa, uma nova tendência, relacionada à crescente industrialização. Segundo ela, ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a realidade, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. A função da arte é apenas revelar o que há de mais característico e expressivo no mundo em que vivemos.Assim, os pintores deixaram de lado temas mitológicos, bíblicos, históricos e literários – a realidade imaginada – e voltaram-se para a realidade vivida. Trata-se, portanto, de uma pintura realista. Entre seus representantes podemos apontar Courbet e Manet, que, embora da mesma época, desenvolveram trabalhos muito diferentes.Courbet: os trabalhadores como tema. O pintor francês Gustave (1819-1877) é considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Sua obra manifesta especial simpatia pelos trabalhadores e membros mais pobres da sociedade (Fig. 04 - Moças peneirando trigo – 1853-1854. Museu de Belas Artes, Nantes).A preocupação de alguns artistas em representar questões sociais relaciona-se à época: a industrialização trouxe grande desenvolvimento tecnológico, mas também fez formar-se nas cidades uma grande massa de trabalhadores vivendo e trabalhando em condições precárias e desumanas.Manet: o outro lado da realidade. Édouard Manet (1832-1883) pertencia a uma família rica da burguesia parisiense. Seu realismo, diferente de Courbet, não tem intenções sociais; ao contrário, chega a ser aristocrático. Sua carreira foi marcada por alguns desafios aos críticos conservadores. O maior deles aconteceu em 1863, com a tela (Fig. 05 - “Almoço na relva” 1863, 2,14 x 2,70. Museu D’Orsay, Paris). Na época, esse quadro causou grande escândalo por representar uma mulher nua em companhia de dois homens elegantemente vestidos.

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A obra de Manet foi importante por inovar a pintura, dando-lhe uma luminosidade mais intensa, como podemos apreciar em outro de seus trabalhos, (Fig. 06 - O Balcão – 1,70 x 1,24 m. Museu D’Orsay, Paris). Essa luminosidade foi considerada um elemento precursor do impressionismo, que você conhecerá mais adiante.

A PAISAGEM: UM NOVO TEMA PARA A PINTURA

A pintura de paisagens já havia se desenvolvido no século XVIII, mas no século XIX ganhou nova força,

principalmente na Inglaterra. Caracterizou-se, de um lado, pelo realismo, de outro, pela preocupação dos

artistas em estudar e representar as contínuas variações de cores da natureza decorrentes da luz solar ao

longo do dia.

Turner: a agitação na paisagem natural. O inglês Joseph Mallord William Turner (1775-1851) usou como

tema fenômenos da natureza: chuvas, tempestades, ventos. A natureza representada por ele não é serena e

tranqüila; nela predominam o movimento e a agitação (Fig. 07 - Vapor numa tempestade de neve (1842). 91

x 1, 22 m. Tate Gallery, Londres).

Outro aspecto que chama a atenção na pintura de Turner é a presença de máquina. Os pintores anteriores

representaram elementos da natureza, seres humanos, animais ou mesmo embarcações. Em uma das telas de

Turner, porém, vemos uma locomotiva, meio de transporte que começava a fazer parte do cotidiano das

pessoas (Fig. 08 – Chuva, vapor e velocidade (1844). 90 x 1,21 m. Galeria Nacional, Londres).

Constable: o cotidiano na paisagem. Ao contrário de Turner, o também inglês John Contable (1776-1837)

retrata uma natureza serena e profundamente ligada aos lugares onde ele nasceu, cresceu e trabalhou ao lado

do pai. Muitos elementos de suas paisagens – moinhos de vento, barcaças carregadas de cereais – fazem

parte de suas lembranças de juventude (Fig. 09 - A carroça de feno (1821), 1,30 x 1,85 m. Galeria Nacional,

Londres.

As inovações na escultura: Rodin. Entre os escultores que inovaram a escultura do século XIX destaca-se o

francês Auguste Rodin (1840-1917). Sua produção despertou muita polêmica: alguns estudiosos apontam em

seu trabalho a acentuada tendência ao realismo; outros consideram mais a emoção revelada por muitas de

suas obras. Outros, ainda, vêem em sua escultura características do impressionismo, movimento do qual foi

contemporâneo. A mais famosa de suas obras (Fig. 10 - O pensador (1889), 1,83 m. Museu Rodin, Paris).

http://historiadaarte2ano.blogspot.com/2010/09/seculo-xix-na-europa-1-as-inovacoes-na.html

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CAPITULO VII

Século XIX no Brasil (I): a influencia estrangeira

O início do século XIX no Brasil é marcado pela vinda da família real portuguesa, que pretendia ficar de fora do conflito entre a Inglaterra e a França, governada por Napoleão. Dom João VI e uma comitiva de milhares de pessoas desembarcaram na Bahia em 1808 e no mesmo ano transferiram-se para o Rio de Janeiro. Chega a Missão Artística Francesa. Chefiada por Joachim Lebreton, a Missão Artística Francesa chegou ao Rio de Janeiro em 1816, oito anos depois da família real. Dela faziam parte, entre outros artistas, Nicolas-Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret e Auguste-Henri-Victor Grandjean de Montigny. Em agosto de 1816, o grupo organizou a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios, transformada, em 1826, na Academia Imperial de Belas-Artes. Taunay: a paisagem brasileira do século XIX. Nicolas-Antoine Taunay (1755-1830) é um dos nomes mais importantes da Missão Francesa. Na Europa, participou de várias exposições e foi muito requisitado para pintar cenas de batalhas napoleônicas. Nos cinco anos que aqui ficou, pintou cerca de trinta paisagens do Rio de Janeiro e regiões próximas (Fig. 11 – Morro de Santo Antonio (1816). Museu Nacional de Belas-Artes, RJ). Debret: os costumes brasileiros do século XIX. Com trabalhos muito reproduzidos nos livros escolares, Jean-Baptiste Debret (1768-1848) é o artista da Missão Francesa, mais conhecido pelos brasileiros. Na Europa já era um artista premiado e pintava quadros com temas relacionados a Napoleão. Debret ficou no Brasil até 1831 e produziu uma obra imensa: retratos da família real, cenários para o teatro São João e trabalhos decorativos para festas públicas e oficiais, como as solenidades que envolviam Dom João VI. Foi professor de Pintura Histórica na Academia Imperial de Belas-Artes e realizou a primeira exposição de arte no Brasil, em 1829. O artista produziu inúmeros desenhos e aquarelas*, mais tarde reproduzidos em seu livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, publicado em Paris entre 1834 e 1839. Neles é possível conhecer paisagens e costumes da época (Fig. 12 e 13 – de Debret).Arquitetura: A Missão Francesa adotou o estilo neoclássico e abandonou o Barroco, que, em nosso país, Principalmente em Minas Gerais, havia se desenvolvido com características e soluções brasileiras. O Principal responsável por essa mudança foi o arquiteto Grandjean de Montigny (1772-1850), autor do projeto da Academia Imperial de Belas-Artes (Fig. 14 – Pórtico de entrada da academia imperial de belas-artes). Outra construção de destaque na arquitetura da época é o Solar dos Marqueses de Itamaraty (Fig. 15 – Arquiteto José Maria Jacinto Rebelo, aluno de Montgny). Os primeiros estudantes da Academia. Entre os primeiros alunos, o gaucho Manuel de Araújo Porto Alegre (1806-1879). Aí desenvolveu seu talento no desenho, na pintura, na caricatura. Mais tarde, foi professor de desenho e pintura, crítico de arte, poeta, escritor e teatrólogo. Quase trinta anos depois, tornou-se diretor da Academia. Grande incentivador das atividades da academia. Mas os dois estudantes da instituição que mais se destacaram foram August Muler e Agostinho José da Mota. O alemão August Muler (1815-1883) veio para o Rio de Janeiro ainda criança. Sua obra abrange pinturas históricas, retratos (Fig. 16 – Retrato em azul – Baronesa de Vassouras, 150 x 94 cm. Museu Imperial RJ) e paisagens. Agostinho José da Mota (1824-1878) começou a freqüentar a academia em 1837 e tornou-se famoso como pintor de paisagens. Foi o primeiro artista brasileiro a ser premiado com uma viagem à Europa, em 1850. Pintou também naturezas-mortas, tema em que igualmente se destacou. Artistas europeus independentes da Missão Artística Francesa. Além dos artistas da Missão, vieram ao Brasil outros pintores europeus atraídos pela luminosidade dos trópicos e pela burguesia rica que queria ser retratada em pinturas. Entre eles, destaca-se Thomas Ender e Johann Moritz Rugendas. O austríaco Thomas Ender (1793-1875) chegou ao Brasil em 1817, com a comitiva da Princesa Leopoldina. Tinha 23 anos e ficou aqui por onze meses. Retratou paisagens e cenas do cotidiano de São Paulo e Rio de Janeiro em um conjunto de oitocentos desenhos e aquarelas. Esses trabalhos ficaram expostos no Museu Brasileiro de Viena. Já o alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1868) esteve no Brasil entre 1821 e 1825. Participou, como desenhista e documentarista, da expedição científica que o Barão Langsdorff, cônsul-geral da Russia no Rio de Janeiro, organizou pelo interior do Brasil. Tinha então 19 anos. Desse período, deixou um livro, Viagem pitoresca através do Brasil, contendo cem desenhos. E foi com seus desenhos e aquarelas que ele melhor expressou sua percepção do nosso país, deixando-nos importantes registros da flora, da fauna

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(Fig. 17 e 18) e dos costumes brasileiros do século XIX. http://historiadaarte2ano.blogspot.com/2010/09/seculo-xix-no-brasil-1-influencia.html

Nas duas últimas décadas do século XVIII e nas três primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Neoclassicismo (neo = novo), que expressou os valores próprios de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da Sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o Império de Napoleão.

Principais características:

* retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos;* academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;* arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de Aristóteles.

ARQUITETURA

Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou o das edificações do Renascimento italiano. Exemplos dessa arquitetura são a igreja de Santa Genoveva, transformada depois no Panteão Nacional, em Paris, e a Porta do Brandemburgo, em Berlim.

PINTURA

A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição.

Características da pintura:

* Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante.* Exatidão nos contornos* Harmonia do colorido

FIM

Referencias Proença, Graça. Descobrindo a historia da arte. São Paulo, Ática, 2005.

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AnexosAnexo 1

Pintura

A pintura refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento em forma líquida a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, tons e texturas.

Em um sentido mais específico, é a arte de pintar uma superfície, tais como papel, tela, ou uma parede (pintura mural ou de afrescos). A pintura a óleo é considerada por muitos como um dossuportes artísticos tradicionais mais importantes; muitas das obras de arte mais importantes do mundo, tais como a Mona Lisa, são pinturas a óleo.

Diferencia-se do desenho pelo uso dos pigmentos líquidos e do uso constante da cor, enquanto aquele apropria-se principalmente de materiais secos.

No entanto, há controvérsias sobre essa definição de pintura. Com a variedade de experiências entre diferentes meios e o uso da tecnologia digital, a idéia de que pintura não precisa se limitar à aplicação do “pigmento em forma líquida”. Atualmente o conceito de pintura pode ser ampliado para a representação visual através das cores. Mesmo assim, a definição tradicional de pintura não deve ser ignorada.

Pintura a óleoA pintura a óleo é uma técnica artística, que se utiliza de tintas a óleo, aplicadas com pincéis, espátulas, ou outros meios, sobre telas de tecido, superfícies de madeira ou outros materiais.

A popularidade da pintura a óleo atribui-se à extraordinária versatilidade que oferece ao artista conferindo magníficos resultados nas técnicas tradicionais (como a mistura cromática e o brilho) e excelente e consistente qualidade. Hoje, a palete cromática de tintas de óleo abrange cerca de 114 cores disponíveis oferecendo uma conjugação harmoniosa de cores espectrais e um elevado nível de pigmentação intenso com óptimas propriedades de pintura. Uma larga variedade de médios está, entre muitos factores, avaliada a alterar certas caraterísticas das tintas de óleo como a consistência, a textura, o lustro/brilho e uma taxa de secura/fixação.

Óleo sobre tela é uma técnica de pintura das artes plásticas

Consiste em utilizar tintas à óleo, diluídas em aguarrás e óleo de linhaça. O suporte da obra neste caso é a tela, que pode ser feita de linho cru, ou de outras fibras. Para misturar as cores, os tons desejados, utiliza-se uma paleta de madeira. Antigamente os grandes mestres faziam suas próprias tintas.

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RenascimentoCuriosidades Itália foi o marco de um novo conceito de beleza, desenvolvendo também novas tendências artísticas, literárias, científicas e principalmente estéticas.O Renascimento herdou uma desconfiança fundamental do corpo, da sua natureza efémera, dos seus apetites perigosos e das suas inúmeras fraquezas.A Europa do século XVI viria a caracterizar-se tanto por uma vaga de puritanismo e de vergonha em relação ao corpo, à sua aparência e à sexualidade, como viria a celebrar-se pelo seu culto da beleza e pela redescoberta do nu.Nesta época, a mulher decidiu sair da obscuridade e revelar-se mais, visto que na Idade Média, muito pouco podia fazer, decidiu agora vir com novas exigências, principalmente a nível do seu aspecto.Higiene – BanhosO asseio e a higiene pessoal são conceitos relativos que sofreram uma transformação radical entre os finais da Idade Média e o século XVIII. Dependendo outrora de banhos regulares e do luxo das saunas, a higiene corporal veio nos séculos XVI e XVII a transformar-se numa questão a que a água era alheia, e onde a limpeza da roupa branca substituía a limpeza da pele.O Renascimento italiano pode ter sido responsável pela divulgação em toda a Europa, dos ideais clássicos de perfeição física e espiritual, assim como de uma reabilitação neoplatónica do amor e da beleza, mas foi igualmente na península italiana que o duplo flagelo da peste e da sífilis atingiu o resto da Europa, provocando o encerramento da maior parte dos banhos e a rejeição da água na higiene corporal.O receio da água deu origem a uma série de substitutos, tais como os pós e os perfumes, que criaram uma nova base de distinção social. Mais do que nunca, a limpeza passou a ser prerrogativa dos ricos.Passou também, a ser dada mais atenção às partes do corpo que se apresentavam descobertas, como a cara e as mãos, sendo então a água utilizada para a sua higiene. Mas no geral, ainda no século XVI, a preocupação com a higiene pessoal foi deixada de lado, o que contribui para o crescimento do uso de maquilhagem e perfumes. Como mantinham a sua higiene?A higiene baseava-se em usar roupa lavada até ficar suja, pois tinham a ideia de que a roupa absorvia a sujidade.Os dentes eram lavados com um produto 100% natural: urina, cinzas ou saliva.A roupa não era lavada, mas sim sacudida e carregada de perfume. As mãos eram lavadas apenas de 3 em 3 dias, e a face era limpa com clara de ovo ou vinagre para aclarar e amaciar a pele. A sujidade era escondida com doses enormes de maquilhagem. Para evitar o mau cheiro nas axilas, embebiam a pele com trocisco de rosas. Cosméticos Durante esta época a figura feminina passou a ter mais valor, e a utilização excessiva do perfume devia-se à falta de higiene. A actividade social obrigava a que houvesse um cuidado pessoal maior. Nesta época, descobre-se também o álcool, extractos essenciais, princípios orgânicos cristalizados, óleos, etc... ficando a alquimia como um ponto alto, visto que a cosmética beneficia cada vez mais com o seu desenvolvimento. Várias cidades europeias tornaram-se centros produtores de sabão, que era considerado um produto de luxo, usado apenas por pessoas ricas. Nos finais do século XVI o uso do pó de arroz tornou-se uma condição necessária de limpeza. Os pós perfumados e coloridos tornam-se então parte integrante do arranjo diário dos ricos. Este acessório proclamava a limpeza, o estatuto social de quem o utilizava.A preocupação com o aspecto fez com que as mulheres nobres usassem durante o dia alvaiade, e à noite cobrissem a cara com emplastros de vitelo cru molhado no leite afim de minimizar os efeitos nocivos causados pelo alvaiade.Alvaiade: composição feita para aclarar a pele; misturas de giz, pasta de vinagre e claras de ovos. Utilizavam-se também luvas perfumadas, usadas apenas pelos nobres da Corte Europeia. Esta excessiva forma de uso de fragrâncias proporcionou a profissionalização da actividade do perfumista. Entre o século XV e XVI, os óleos essenciais continuaram a influenciar a saúde e a felicidade. Pois porque se alguns perfumistas criaram aromas sedutores, bem como mortíferos venenos, as essências serviram também como boa causa de lutar contra infecções.A vida social na corte fez com que a mulher se sentisse necessitada de melhoramentos estéticos, por isso, já em meados do século XV, por toda a Europa começaram a surgir livros de “segredos” e de receitas de perfumes e cosméticos, reforçando e enriquecendo uma tradição oral que se transmitia de mãe para filha, e

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entre os boticários, de pai para filho. Quem os lia eram as mulheres de uma certa posição social, suficientemente instruídas para saberem ler.Alguns livros também forneciam receitas alternativas de cremes destinados a tornar o rosto branco, ou de pinturas para dar às maçãs do rosto um tom rosado, reservando certos ingredientes, como as pérolas, a prata e as pedras preciosas para os que podiam comprar, sugerindo ao mesmo tempo, componentes mais económicos para os menos ricos.As diversas receitas preenchiam uma de duas funções: corrigir defeitos existentes ou melhorar a natureza da pele. O corpoO Renascimento não foi só um período em que as mulheres das classes dominantes se distinguiam das que lhes eram socialmente inferiores pelas suas formas mais nutridas e pela brancura imaculada da roupa interior, mas também um período em que se tornou mais importante que as mulheres fossem “diferentes” dos homens, tanto na forma de vestir como na aparência e no comportamento.As mulheres manifestaram uma tendência para se vestirem de forma mais pudica. Os seus vestidos compridos e volumosos, revelavam uma cintura torneada ainda mais delgada pelo uso do espartilho, e, quando os costumes mais liberais o permitiam, podiam mesmo exibir um peito leitoso e adequadamente empoado e pintado com rouge.O neoplatismo renascentista veio atribuir um novo valor à beleza ao reconhecê-la como sinal exterior e invisível de uma “bondade” interior e invisível. A beleza já não é considerada um trunfo perigoso, mas antes um atributo necessário do carácter moral e da posição social.Ser bela tornou-se uma obrigação, já que a fealdade era associada não só à interioridade social, mas também ao vício. O invólucro exterior do corpo tornou-se um espelho no qual o íntimo de cada um ficava visível para todos.Nesta época, cânones da beleza feminina e o modelo ideal de mulher sofreram várias transformações: de esbelta a roliça e de natural a pintada. A silhueta e o rosto femininos foram correspondendo às diferentes condições de dieta, de estatuto e de riqueza, dando origem a novos padrões de aparência e gosto, a novos ideais de beleza e erotismo.O ideal medieval da dama aristocrática graciosa, estreita de ancas e de seios pequenos, deu lugar nos finais do século XV e durante o século XVI, a um modelo de beleza feminina mais roliça, de ancas largas e seios generosos, que se iria manter até finais do século XVIII.O corpo e a beleza física ganharam importância histórica a partir do final da Idade Média com a Renascença.A beleza através dos Tempos O que torna uma pessoa feia ou bela é na verdade um mistério. Mas cada lugar e cada época estabelecem critérios para definir a aparência desejável às pessoas, ainda que muitas delas superem esses critérios por causa da sua personalidade, da sua segurança, da sua capacidade de adaptação ou do seu poder.

http://historiadaestetica.com.sapo.pt/extdocs/renascimento.htm

curiosidades da Monalisa Como se não bastasse ser provavelmente um dos homens mais inteligentes que já existiu, Leonardo da Vinci é reportado como um homem bonito, forte e com uma excelente voz para cantar. Era vegetariano e seguia à risca uma dieta saudável. Como protetor de animais que foi, dava-se ao luxo de comprar animais em feiras para ter o prazer de os soltar em liberdade.Conta-se que , para pintar "A Última Ceia", Leonardo da Vinci teve necessidade de encontrar 13 homens que pudessem servir de modelos, cada qual com uma cara que exprimisse a visão de da Vinci sobre a figura que iria representar. Pra lá do caráter fastidioso desta tarefa, diz-se que, com 25 anos de intervalo, o mesmo homem posou para as figuras de Jesus e Judas O sorriso de Mona Lisa já despoletou várias teorias, entre elas uma que defende que se deve ao fato de Gioconda estar secretamente grávida. Sigmund Freud, por seu lado, interpretava a figura enigmática de Mona Lisa como uma simbiose entre o sorriso da sua mãe adotiva e o olhar triste de sua mãe natural. A teoria mais aceite é a de que Mona Lisa não é mais do que um auto-retrato do artista. Alguns testes com raios-X comprovam esta teoria.

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Leonardo da Vinci era canhoto e, numa época em que os canhotos eram tidos como enviados do diabo, a teimosia de Leonardo em continuar a escrever com a mão esquerda foi causa de alguns dissabores. Além disso, Leonardo escrevia também da direita para a esquerda, sendo apenas possível a leitura dos seus textos em frente a um espelho

http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/davinci/curiosidades.htm

curiosidades da Monalisa Monalisa, com seu enigmático sorriso, foi inspirada em uma modelo viva, Lisa Gherardini, terceira esposa de um rico mercador florentino, Francesco Del Giocondo, 19 anos mais velho. Francesco encomendou um retrato da mulher para pendurá-lo na sala de jantar. Lisa começou a posar em 1503. Leonardo da Vinci levou 4 anos fazendo o trabalho e jamais chegou a concluí-lo como desejava. É que Francesco ficou impaciente com a demora, proibiu sua mulher de continuar posando e não pagou pela obra. O rei francês Francisco I comprou o quadro para decorar o banheiro e pagou o equivalente a 15,3 quilos de ouro.* Um crítico de arte, em 1568, escreveu: "Enquanto pintava o retrato dela, Leonardo contratou pessoas que cantavam e tocavam para manterem-na alegre, eliminando aquela ponta de melancolia que o fato de posar acarreta".* Alguns estudiosos dizem que Monalisa poderia ser Constanza d'Avalos, amante de Giuliano de Medici.* Há também quem sustente que Leonardo da Vinci teria pintado um quadro de Monalisa nua. O quadro e os esboços nunca foram encontrados.* Monalisa não tinha sobrancelhas. Há diversas versões que explicam o fato. O médico Julio Cruz y Hermida diz no livro A Gioconda Vista Por Um Médico que a modelo sofria de uma doença chamada alopecia. O mal causa a queda de todos os pêlos do corpo. Também existe uma história que conta que um restaurador desastrado apagou as sobrancelhas ao usar um solvente muito forte na obra. Mas a justificativa mais aceita é que Monalisa raspava os pêlos do rosto, como era costume na renascença.* Pesquisadores acreditam que Da Vinci demorou 3 anos para finalizar o quadro.* Ele tem 77 centímetros de largura por 53 de largura.* A técnica usada pelo pintor para imprimir um ar misterioso à jovem retratada se sfumato (esfumaçado). Já foi feita uma versão mais clara da obra e comprovou-se que ela perde toda sua profundidade e beleza.* Segundo o biógrafo Giorgio Vasari, Leonardo chamou músicos e bufões para tocar em seu estúdio, na tentativa de arrancar um sorriso de sua modelo. Na época, não era apropriado uma moça sorrir demais.* Em 06 de abril de 2005, o quadro foi transferido para uma sala especialmente construída para ele no Museu do Louvre, em Paris (França). O recinto, que conta holofotes especiais, custou cerca de 16 milhões de reais e demorou quatro anos para ficar pronta. Antes, a tela de Da Vinci ficava no setor de pinturas italianas.* Pesquisadores da Universidade de Amsterdã (Holanda) aplicaram sob a obra em dezembro de 2005 um programa de "reconhecimento de emoções". O software concluiu que a modelo retratada estava 83% feliz, 9% entediada, 6% atemorizada

http://amadorouterelo.multiply.com/journal/item/53/Curiosidades_sobre_a_Mona_Lisa

A educação de Atenas A educação ateniense tinha como objetivo principal à formação de indivíduos completos, ou seja, com bom preparo físico, psicológico e cultural.Por volta dos sete anos de idade, o menino ateniense era orientado por um pedagogo. Na escola, os jovens estudavam música, artes plásticas, Filosofia, etc. As atividades físicas também faziam parte da vida escolar, pois os atenienses consideravam de grande importância a manutenção da saúde corporal. Já as meninas de Atenas não freqüentavam escolas, pois ficavam aos cuidados da mãe até o casamento.

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Moda Feminina do Século 16Os trajes históricos da Europa Ocidental são os mais belos e ricos em detalhes, merecendo destaque no assunto. Portanto, esse espaço estará voltado às tendências de moda dessa região.A roupa típica da mulher no início do século 16 consistia num vestido longo com saia em forma de cone e cauda sobre uma bata e uma camisola de linho junto à pele. A saia poderia ter uma fenda para mostrar uma anágua decorativa. O corpete possuia decote quadrado, adornado com laços de fitas finas e jóias. As mangas eram amplas e bem largas no pulso, exibindo uma segunda manga trabalhada anexa à bata. A cintura alta descia gradualmente até a natural. Uma variedade de chapéus, toucas, véus, capuzes, redes de cabelo e outros acessórios eram usados na cabeça, com fortes variações regionais. Os calçados eram rasteiros e de bico quadrado.Por volta de 1550 a camisola de linho foi descartada, a cauda caiu em desuso e o corpete e a saia tornaram-se vestuários independentes. As mulheres eram encaixadas dentro de complexas gaiolas feitas de arame, ossos da baleia e tecido, as chamadas farthingales, e suas roupas eram colocadas sobre essa peça. As saias continuavam a ter uma fenda para mostrar as anáguas cada vez mais decoradas. As mangas tornaram-se apertadas do pulso até o cotovelo, com ombros bufantes e/ou aberturas exibindo inserções coloridas. Cintos de tecido ou corrente eram usados com um pingente, bolsa ou livro de oração suspenso da altura da cintura até o joelho. A cor predominante no dia-a-dia era o preto. Veludos, brocados e sedas combinados a pérolas, rubis, diamantes e outras pedras preciosas passeavam pela Europa. Começam aparecer as blusas de gola alta e decotes preenchidos por peças de linho bordadas.O final do século foi caracterizado por uma opulência maior no que se refere ao vestuário. Os rufos cresceram em tamanho e popularidade e a descoberta do amido, por uma mulher holandesa, fez com que as golas pudessem ser levantadas vários centímetros. Esse período foi também marcado pelo expansivo farthingale francês, o preferido da Rainha Elizabeth I, e pela cintura frontal em forma V. Os corpetes tinham gola alta ou um decote quadrado abundante. Os leques dobráveis apareceram substituindo os leques estáticos de penas de avestruz.

http://www.picnicvitorianocwb.com/moda-historica/moda-renascentista/

ANEXO 2 O RENASIMENTO NA ALEMANHA E NOS PAISES BAIXOS

ANEXO 3

MochicasUma dos fatos mais marcantes das culturas pré-

colombianas é que praticamente todas, senão todas, realizavam sacrifícios humanos. Recentemente foram descobertos dois túmulos com dezenas de ossadas humanas em uma pirâmide no Peru. Huaca de la Luna como é chamada esta pirâmide, o principal templo mochica, tinha 32 metros de altura. Ela possui um altar no topo de onde eram realizados os sacrifícios e os corpos eram então jogados la de cima.

Os mochicas não possuíam escrita, porem possuíam uma rica iconografia. Nela são pintadas várias tradições de sua

cultura como, por exemplo, todo o ritual de sacrifício. Estes começavam com a captura de

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prisioneiros em batalhas, geralmente travadas no deserto, entre as cidades-estado. Os soldados vencedores batiam com pesados porretes no nariz dos vencidos que então eram despidos e amarrados pelo pescoço para serem conduzidos até a cidade vencedora. Os captores traziam os prisioneiros e desfilavam com eles na praça principal do templo. Ali eram apresentados aos sacerdotes e à imagem de Ai-Apaec, o deus que exigiria o sacrifício e que estava pintada nos muros da grande praça. Os cativos eram então preparados para morte com sementes de coca e alucinógenos. Os prisioneiros eram então levados ao altar da Huaca de la Luna, de onde apenas os lordes e sacerdotes podiam sair vivos. O cativo era degolado pelo sacerdote com uma espátula afiada. Uma sacerdotisa, então, recolhia o sangue em uma taça de cerâmica que era oferecida ao lorde que o bebia. Estima-se que em torno de três humanos eram sacrificados a cada cerimônia.

Os motivos destes rituais eram políticos e religiosos. “Os mochicas fizeram do sacrifício humano um elemento religioso central”, diz Steve Bourget [1] . Os murais coloridos da Huaca de la Luna mostram uma figura assustadora, com dentes felinos, que traz um machado em uma mão e uma cabeça na outra. Seu nome é Ai-Apaec, também chamado de El Degollador em espanhol. Figura comum entre as culturas andinas, supõe-se que seu culto começou há mais de 3000 anos. Porem, foram os mochicas que elevaram-no ao posto de divindade máxima. Isso ocorreu por volta do ano 50 de nossa era, quando uma classe de sacerdotes-guerreiros tomou o poder nos vales da costa norte peruana. Esses homens, conhecidos como lordes mochicas, criaram uma confederação de cidades-estado que dominou um território de 400 quilômetros de extensão. “Os lordes criaram

uma estrutura social incrivelmente complexa, baseada no controle da autoridade religiosa, política e militar”, diz o arqueólogo Walter Alva [2] . Assim como os faraós egípcios, eles reinvidicavam para si mesmos o status de divindade. Os cultos sangrentos eram demonstrações publicas intimidadoras. O Estado mochica usava o terror religioso como instrumento de poder político.

Os motivos religiosos eram ajudar Ai-Apaec, o deus da ordem, a enfrentar um puma, representante da desordem. A vitória do todo-poderoso prenunciava boas chuvas e invernos amenos, mas para garantir que ele ganhasse a luta era preciso alimenta-lo com sangue. Dessa forma os sacerdotes afirmavam poder controlar o mundo, o tempo e o clima através dos sacrifícios realizados. E os métodos de execução usados eram muitas vezes tenebrosos. Nas tumbas recentemente escavadas havia sinais claros de tortura antes da morte. “Alguns esqueletos têm marcas de cortes na mão, feitos no mesmo ponto repetidas vezes. Outros parecem ter sidos espetados com varetas entre os dedos do pé”, diz o antropólogo John Verano[3] . Depois da morte os corpos apodreciam a céu aberto.

Mesmo com tamanho horror, os mochicas liderados por seus sacerdotes sanguinários conseguiram realizar grandes feitos. Transformaram enormes faixas de deserto em terras cultiváveis, construindo aquedutos tão eficientes quanto os da Roma antiga e que ate hoje são usados pelos camponeses peruanos. Também ergueram algumas das maiores construções da América pré-colombiana, como as huacas de El Brujo e Del Sol. Esta ultima tinha mais de 40 metros de altura e ocupava uma área superior a da famosa pirâmide de Quéops, a maior do Egito. Sua principal cidade, no vale do rio moche, chegou a ter 15 000 habitantes. La, artesãos e ourives produziram as obras de arte mais espetaculares de toda a América pré-hispanica.

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Curiosamente, os mochicas tinha uma sensibilidade estética extraordinária. “Suas obras de arte estão entre as mais espetaculares da América pré-hispanica”, diz o arqueólogo americano Christopher Donnan [4] , “eles alcançaram um grau de realismo nas esculturas de cerâmica que supera de longe os maias, a mais desenvolvida civilização americana”. O estilo mochica clássico é o chamado huaco-retrato, que surgiu no século V na cidade que estava aos pés da Huaca de la Luna. São vasos de gargalo com esculturas que mostram figurões da política, o cotidiano da população e cenas de sexo explicito. Para produzi-los em grande quantidade, os artesãos mochicas foram os primeiros na América do Sul a usar moldes. As peças de ouro e cobre, desenterradas em 1987, formam o conjunto mais rico da ourivesaria pré-hispanica. Assim como a cerâmica decorada, as peças de metal eram de uso exclusivo dos nobres, que prezavam sobretudo o ouro.

Porem, entre os séculos VI e VII, o clima pirou na região. Estima-se que alterações meteorológicas tenham produzido uma sucessão de secas, esgotando os rios que abasteciam as cidades mochicas. Como se não bastasse, depois deste período, veio uma enorme quantidade de chuvas que arrebentaram canais de irrigação e destruíram as casas de barro e palha dos camponeses. Os lordes e sacerdotes, como guardiões da ordem natural das coisas, perderam credibilidade. As dezenas de guerreiros sacrificados de nada adiantaram para apaziguar os dedos. Sem apoio da população, a sociedade liderada pelos sacerdotes entrou em colapso, e assim as ultimas cidades foram abandonadas por volta do século VIII.

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MaiasA civilização Maia se localizava no que era chamado Peten, como mostra o mapa ao lado. Durante o primeiro milênio de nossa era os Maias ergueram nesse território uma das civilizações mais florescentes da América, e que foi bruscamente abandonada no inicio do século XI.

“Matemáticos de gênio, grandes astrônomos e inventores de uma escrita, ignoravam os metais e utilizaram instrumentos de pedra polida, o que muito se assemelha ao nosso período Neolítico, mas edificaram suntuosas cidades sagradas em pleno coração dessa floresta virgem. Nos seus templos imponentes, colocados no cimo de pirâmides que atingem, por vezes, a altura de cinqüenta metros, desenrolavam-se cerimônias rituais e de iniciação, das quais algumas pedras magnificamente esculpidas nos transmitiram o testemunho.” [5]

Mesmo existindo um livro Maia que fala sobre a criação do universo, o Popol-Vuh, pouco se sabe sobre o inicio dessa curiosa civilização. “[O Popol-Vuh] começa com os feitos dos deuses Maias na escuridão de um oceano primitivo e termina com o radiante esplendor dos lordes que fundaram o reino de Quiche nos planaltos da Guatemala.” [6] Sobre a real origem dos Maias, porem, existem diversas teorias. Eles poderiam ser descendentes dos povos que atravessaram o estreito de Bering, cerca de vinte mil anos atrás. “J.E. Thompson diz que eles poderiam muito bem ser primos afastados dos Sumérios, os astrônomos que edificaram numerosas pirâmides três mil anos antes.” [7] Essa teoria também é mencionada por Adrian Gilbert em “Las Profecias Mayas”, onde diz que poderiam ser decendentes de Cartagineses. “Careri, en su libro Giro Del Mondo, hace eco de estos sentimientos, pues señala que incluso Aristóteles sabía que los cartagineses viajaban más allá de las Columnas de Hércules (el Estretcho de Gilbratar).” [8] Ele ainda diz que “fue registrado por Herodoto, por ejemplo, que los cartagineses circunnavegaron África unos 2 000 años antes que Vasco da Gama.” [9]

Definitivamente um dos maiores feitos artísticos da civilização Maia foi sua escrita. “Escrita hieróglifos Maia consiste de símbolos que representam palavras completas (logogrifos) ou silabas que consistem de pares de vogais com consoantes ou de vogais. Numa escrita silábica, palavras são escritas pelos símbolos de cada bloco, ordenados um atrás do outro.” [10] A pagina desta nota explica bem como ler e escrever com os símbolos silábicos Maias. Nas próximas folhas constam vários exemplos destes símbolos.

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Estes eram alguns exemplos de hieróglifos completos. Eles são formados a partir dos símbolos a seguir, cada um com o seu respectivo significado.

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Estes hieróglifos, juntos, podem constituir um texto que possui a seguinte aparência:

A aparência física dessa escrita, em pedras das paredes das maravilhosas construções Maias são como nas fotos a seguir, de degraus da escada do Templo de Cinco Andares em Edzna:

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Este templo é uma das várias construções realizadas pelos Maias para sua religião.

Templo de Cinco Andares de Edzna

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“Também conhecido como O Palácio, o Templo de Cinco Andares ‘tem a frente para o oeste e é alinhado de forma que dia primeiro de maio e 13 de agosto - quando o sol alcança o seu zênite neste local, o sol poente brilha diretamente em suas salas. Este alinhamento é provavelmente relacionado com as épocas de plantio.’” [11]

“Com olhos ampliados, estas mascaras provavelmente representavam aspectos do deus do sol.” [12]

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“Os palácios e templos se misturavam um ao outro através de graduações continuas. Provavelmente um dos principais objetivos do arquiteto Maya era atingir a diferenciação por altura em diferentes níveis vagamente marcando a função para qual cada edifício era dedicado. Ao mesmo tempo ele estava extremamente sensível para os espaços colocados entre as edificações, procurando obter largos e ritmicamente ordenados volumes abertos. Estas áreas abertas com diferenças de nível são uma das fantásticas realizações da arquitetura Maya.” [13]

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Este é um desenho de reconstrução do Palácio de Xpuil, feito por Tatiana Proskouriakoff em 1943. Ela foi uma das exploradoras que se aventurou em Peten tentando decifrar os segredos Maias.

Esta foto é como se encontra atualmente o Palácio de Xpuil, ou o que restou dele após anos sofrendo o desgaste do tempo.

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“O Templo-Palácio de Dzibilnocac se situa numa plataforma de 250 pés de comprimento e 98 de largura. A estrutura consiste em uma comprida e baixa construção em um eixo de leste a oeste, com um templo de cada lado e outro muito maior no meio. A foto acima mostra o templo situado no lado leste.”

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Uma das curiosidades da cultura Maia era seu padrão de beleza. Eles achavam esteticamente bonito pessoas com a testa achatada. Os recém nascidos eram colocados amarrados entre duas tabuas por vários dias. A pressão era suficiente para

remodelar o crânio permanentemente, deixando-o alongado. O processo não tinha efeito na inteligência porque o cérebro tem grande capacidade plástica na infância, e iria simplesmente se acomodar ao novo formato.

Estima-se que isto era feito para que a cabeça tivesse a aparência de uma espiga de milho, a substancia, de acordo com o Popol Vuh, de onde toda a humanidade fora criada. O deus do milho era com freqüência representado com esta cabeça alongada.

Outra peculiaridade do padrão de beleza Maia eram os olhos vesgos. Para fazer com que as pessoas tivessem olhos assim, era pendurado uma pequena bola de resina entre os olhos da criança, na esperança de que atingir o efeito desejado.

Já a vestimenta Maia também era peculiar. Ate mesmo para jogos de bola as pessoas utilizavam seus chapéus que, quando maior, mais elevada classe a pessoa pertencia. No desenho abaixo tem-se, a esquerda, alguns exemplos de chapéus, e no da direita um jogador de bola.

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Já o desenho abaixo demonstra como mulheres da aristocracia se vestiam.

Uma das lendas Maias conta a historia de uma princesa que se apaixonou por um homem com o qual não poderia casar. Tão inconsolável estava que chorava dia e noite por causa de seu amor proibido. Um Shaman, ouvindo seu choro e descobrindo a sua causa, transformou-a num besouro brilhante, uma jóia viva. O seu amado colocou o broche em seu peito. Assim, ela passou a sua vida perto do coração daquele que ela gostava. A foto ao lado é de um broche que hoje em dia ainda é vendido na América Central.

Os Maias desenvolveram ainda uma aguçadissima astronomia. Observavam os céus, tinham um calendário complexo onde se encaixava os anos de Vênus no céu terrestre, que é em torno de oito anos oficiais. Eles ainda acreditavam que o tempo seria constituído de cinco mundos, estando eles no quarto. A data final para este quarto mundo, porem, seria no ano de 1047. “Esta proximidade iminente da inevitável catástrofe certamente criou entre a elite Maia do século IX um tremendo clima de angustia. (...) Cada dia que se passava aproximava-os do fim do mundo, e tinham plena consciência disso. (...) O medo instalou-se então no coração dos homens, uma atividade anormal agitava as cidades sagradas e o povo inquietava-se.” [14]

Os Maias realizaram ainda, no século IX, um congresso de astrônomos. A reunião provavelmente foi convocada na esperança de encontrar, a todo o preço, um meio de fazer face ao aniquilamento anunciado pelos calendários. “Para os Maias, o único modo de escapar era renunciando ao sistema. Fugindo desta terra sagrada onde haviam vivido durante séculos e séculos, abandonando a selva invasora, os templos, os palácios e os campos de milhos, realizavam um fim do mundo voluntário e artificial. Esquecendo seu esquema cósmico, escapavam miraculosamente ao terrível destino que os esperava. Os Maias tiveram de renunciar a tudo: ao conhecimento, ao poder, à organização social e as belas cidades. As elites foram realmente sacrificadas para salvação dos homens ou então tomaram com eles o mesmo caminho do exílio, para acabarem por se instalar numa outra região e ai levarem uma vida onde somente pudesse intervir o tempo do homem, o único com sabor de eternidade.” [15] E assim se deu cabo de outra das mais fantásticas civilizações pré-colombianas.

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ConclusãoParticularmente, o estudo dos povos pré-colombianos é algo fascinante. As peculiaridades destas culturas tão diferentes da nossa podem nos fazer refletir sobre os absurdos dos quais tomamos parte todo dia sem nos dar conta. E não apenas os povos antigos da América, como também as culturas orientais seguem o mesmo dogma.

A escrita Maia é fascinante e extremamente peculiar. Ate pelo tempo que se levou para entende-la, passaram-se décadas para decifra-la e ainda não foi completamente entendida.

Todo o conhecimento adquirido neste trabalho ainda esta sendo utilizado em meu próprio trabalho, pois para a historia do jogo que estou desenvolvendo estamos utilizando vários aspectos mitológicos. E ainda provavelmente incluiremos monumentos antigos, e com certeza os pré-colombianos estarão entre eles.

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Imagens RENASCIMENTOnas artes

FREDERICO DE

MONTEFELTRO (1472),

DE

PIERO DELLA FRANCESCA.

BATTISTA SFORZA (1472)

DE

PIERO DELLA FRANCESCA.

CRIANÇA NO ÚTERO, DESENHO DE DA VINCI.

Monaalisa VINCI.

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Homem vitruviano

Santa ceia de DA VINCI.

A primavera de botticelli

DAVI (1476), DE VERROCCHIO DAVI (1501 – 1504), DE MICHELANGELO

PIETÀ, (1499), DE MICHELANGELO.

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Renascimento na Alemanha

imagem 02 imagem 01

Lebre, 1502, aquarela e guache em papel , de. Durer Combate de São Miguel com dragão, de Durer

imagem 03 Erasmo de Roterdã, de Holbein

imagem 04 O jardim das delicias, de Bosch

http://www.uniblog.com.br/gpicaxias6serie/7642/arte-renascentista.html

A arte pré-colombiana e pré-cabralina

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Imagem 03 Imagem 04 pedra do sol

Imagem 05Imagem 06

Imagem 10 Tiahuanaco

Imagem 09 chimu

Imagem 01Urna funeraria da fase marajoara Arte indígena marajoara

Imagem 02estatueta antropomorfa feminina Fase marajoara

Imagem 03vaso de ceramica com cariatides da cultura santarém

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Page 52: Renascimento  2012

imagem 05Estatueta, da cultura santaremImagem 04

vaso de gargalo da cultura santarem

ARTE BARROCA NA EUROPA

Imagem 01 juizo final, Michelangelo

Imagem 02 a gloria de santo inacioAndrea Pozzo

Imagem 03as meninas, Velazquez Imagem 04

Cristo em casa de maria e marta , tintoretto

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Page 53: Renascimento  2012

Imagem 05Lição de anatomia, Rembrandt

Imagem 06Entase de Santa Tereza, Bernini

Imagem 08Jardim de versalhes

Imagem 07Praça de Sao Pedro, Bernini

Imagem 09Jardim de versalhes

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