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Miguel
Falcão
Rousseau
Emílio, ou Da Educação
“Não se conhece a infância; no caminho das falsas ideias que se têm, quanto mais se anda, mais se fica perdido. Os mais sábios prendem-se ao que aos homens importa saber, sem considerar o que as crianças estão em condições de aprender. Procuram sempre o homem na criança, sem pensar no que ela é antes de ser homem. (...) Começai, pois, por melhor estudar vossos alunos, pois com toda certeza não os conheceis (...)” (ROUSSEAU, 2004, p. 4).
▪ [...] sendo portanto a educação uma arte, torna-se quase impossível que alcance êxito total, porquanto a ação necessária a esse êxito não depende de ninguém. Tudo o que se pode fazer, à força de cuidados, é aproximar-se mais ou menos da meta, mas é preciso sorte para atingi-la. (p. 11)
Foco da sua educação é a formação do homem
“saindo de minhas mãos, ele não será, concordo, nem magistrado, nem soldado, nem padre, será primeiramente um homem” (Rousseau, 1973, p. 15).
A educação não pode negligenciar o fato de que honrar e amar o autor da espécie e o ser que a protege é uma consequência natural do amor a si nem deve esquecer que a liberdade precisa ser orientada para que não haja abuso do livre arbítrio e que suas faculdades sejam canalizadas para o uso das boas ações: “Ocupai vosso aluno com todas as boas ações a seu alcance” (Rousseau, 1973, p. 280).
Temos físicos, geômetras, químicos, astrônomos, poetas, músicos, pintores; ‘não temos mais cidadãos’ ou, se nos restam alguns deles dispersos pelos nossos campos abandonados, lá perecem indigentes e desprezados (ROUSSEAU, 1999a, p. 210, grifos do autor).