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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RIO GRANDE UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação Projetos de ação na escola: comunicação e educação na Web Projetos de Aprendizagens utilizando as TICs Salete Vargas Perini “Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá- lo; se na é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar todas as possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas para participar de praticas com ela coerentes.” (Freire, 2000, p.33) Educação é transformadora, pois nós educadores somos como o oleiro que molda o seu barro e o transforma em um lindo vaso, se este não tem toda a sua atenção ele pode não sair o que queremos por isso a importância de termos a atenção no momento de formação para transformar no objeto desejado. E na educação a nossa preocupação é fazer com que transformamos o mundo em que estamos com ele e com os outros, e buscar um mundo melhor formando cidadãos. O projeto de ação na escola visa exatamente à preocupação de inserir no cotidiano escolar os significados importantes dentro da educação: sustentabilidade, interdisciplinaridade, inclusão digital e principalmente

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RIO GRANDE

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação

Projetos de ação na escola: comunicação e educação na Web

Projetos de Aprendizagens utilizando as TICs

Salete Vargas Perini

“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se na é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar todas as possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas para participar de praticas com ela coerentes.” (Freire, 2000, p.33)

Educação é transformadora, pois nós educadores somos como o oleiro que

molda o seu barro e o transforma em um lindo vaso, se este não tem toda a sua atenção

ele pode não sair o que queremos por isso a importância de termos a atenção no

momento de formação para transformar no objeto desejado. E na educação a nossa

preocupação é fazer com que transformamos o mundo em que estamos com ele e com

os outros, e buscar um mundo melhor formando cidadãos.

O projeto de ação na escola visa exatamente à preocupação de inserir no

cotidiano escolar os significados importantes dentro da educação: sustentabilidade,

interdisciplinaridade, inclusão digital e principalmente significa a possibilidade de

transformar temas da vida em veículos para a compreensão do mundo.

Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para sua produção ou sua construção!(Paulo Freire, 1994)

Através da metodologia construtivista onde de sentido mais amplo às práticas

escolares tornando a garotada corresponsável pela própria aprendizagem.

“Na visão construtivista, o estudante constrói representações por meio de sua interação com a realidade, as quais irão constituir seu conhecimento, processo insubstituível e incompatível com a idéia de que o conhecimento possa ser

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adquirido ou transmitido. Assumir esses pressupostos significa mudar alguns aspectos centrais do processo de ensino-aprendizagem em relação à visão tradicional” Rezende (2010)

Conforme Rezende devemos fazer com que nosso educando possa se interar da

realidade e construindo seu conhecimento, isto quer dizer que o conhecimento não pode

ser adquirido ou transmitido, mas sim através de um processo em que o educando vai

construindo o seu próprio conhecimento.

“Em outras palavras, o mais importante é aprender como aprender, como construir e refinar novos significados. A metacognição pode, assim, ser associada à resolução de problemas, quando, além de refletir sobre a solução, o indivíduo reflete sobre suas próprias abordagens ao problema. Essa reflexão pode gerar estratégias alternativas mais produtivas. O alvo do processo educativo passa a ser a habilidade de reflexividade (Cunningham et al., 1993)”

Portanto é saber como aprender e construir novos significados. Conhecer o seu

próprio ato de conhecer, ou, por outras palavras, conscientizar, analisar e avaliar como

se conhece, “pensar sobre o próprio pensamento. Através da reflexão sobre a maneira

como se aprende, pode-se repensar sobre os processos de pensamento individual.

As tecnologias aprendidas na disciplina veio a acrescentar os meus

conhecimentos adquiridos até então e colocar em prática no projeto, inclusive até tenho

comentado com meus alunos sobre o que venho aprendendo e colocando as novidades

para eles e o que vamos inserir em nosso projeto (meu projeto está ocorrendo em tempo

real com as disciplinas): SlideShare, Blogs, redes sócias, pesquisas na internet, Google

eart.

A participação nos fóruns é super especial, pois há uma integração e interação

entre os cursistas e faz com que muitas dúvidas consigamos trocar com a partilha de

idéias e dúvidas vistas nestes. Muitas vezes não é necessário fazer outra proposta de

dúvidas as dos próprios colegas são as mesmas e já temos sempre respostas rápidas e

sempre com os tutores disponíveis a ajudar-nos. Os fóruns é outra forma pedagógica de

aprendizado, pois temos que nos dispor das leituras e muitas vezes fazer outras leituras

para estarmos em sintonia sobre os diversos assuntos tratados.

Na realidade o curso em si contribui para a mudança em minha práxis, pois

desde o início percebo a minha mudança no meu cotidiano escolar, no ano passado na

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disciplina de Metodologias foi visto sobre trabalho com projetos, desde então fiz o

projeto sobre o Estudo da Geografia e a relação com o Meio-ambiente apliquei só que

em um trimestre e o tutor Paulo sugeriu que o projeto ficaria mais completo se fosse

realizado ao longo do ano letivo. Este ano comecei com o projeto e a escola aprovou-o e

ele está sendo utilizado em diversas disciplinas e séries, e também eu vou aplicá-lo

durante todo o ano letivo.

É extraordinário o avanço tecnológico e as possibilidades de uma nova realidade

educacional: o ensino mediado por computador. O uso AVAs, PAs, UAs faz com que

esteja disponível uma grande quantidade de informação disponível e acessível aos

alunos e professores. Surgindo a possibilidade de contato remoto entre os participantes

do processo através da comunicação pela Internet. Assim, a sala de aula perde

gradativamente suas fronteiras de tempo e espaço.

"Conhecer é modificar, transformar o objeto, e compreender o processo dessa transformação e, conseqüentemente, compreender o modo como o objeto é construído”. (Piaget, 1972, p.4).

Com esse ambiente de aprendizagem nos leva também a reflexão e a

reformulação das metodologias de ensino praticadas nas escolas.

"... a difusão da tecnologia amplifica seu poder de forma infinita, à medida que os usuários apropriam-se dela e a redefinem. As novas tecnologias da informação não são simplesmente ferramentas a serem aplicadas, mas processos a serem desenvolvidos. Usuários e criadores podem tornar-se a mesma coisa. Dessa forma, os usuários podem assumir o controle da tecnologia... Pela primeira vez na história, a mente humana é uma força direta de produção, não apenas um elemento decisivo no sistema produtivo.” (Castell, 1999, p.51).

O ambiente virtual permite conseguir uma postura mais ativa e menos passiva

dos alunos. O professor também é atingido por estas mudanças, abandonando o centro

do processo, onde ele detinha todo o conhecimento, transformando-se em um mediador

das atividades de aprendizagem. Com essa nova realidade, o ensino tornar-se mais

individualizado, formatando-se diversas formas de aprender dos diferentes alunos. O

estudo obtém maior flexibilidade, sendo realizado de acordo com a disponibilidade de

tempo do aluno e no local mais adequado.

"A principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se

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no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento”. (Lévy, 1999 p. 171).

O professor precisa adaptar-se às novas tecnologias e ao seu novo papel na sala

de aula. Como essa é uma mudança brusca nos paradigmas do ensino tradicional, a

opção de difusão e absorção dessas novas tecnologias, com este novo formato de

transição (virtual) não entra em choque com o modelo tradicional, apenas é incorporado

elementos novos ao modelo com que professores e alunos estão acostumados, com isso

facilita a introdução das novas tecnologias.

O desenvolvimento de materiais didáticos para uso em Ambientes Virtuais de

Aprendizagem exige conhecimentos de diversos campos, como informática, e o

conteúdo específico a ser ensinado. Esse novo formato de trabalho leva o professor a

uma reformulação de suas práticas e métodos de ensino, de forma a obter uma mudança

de qualidade significativa no processo ensino - aprendizagem.

“No contexto de Projetos de Aprendizagem Baseados em Problemas, os professores, além de serem especialistas, são também aprendizes e passam a ser ativadores da aprendizagem, articuladores da prática, orientadores dos projetos. (Schlemmer p.16)”

É de vital importância que o professor esteja preparado para se relacionar com

seus alunos através do dispositivo computacional e para isso ele precisa dominar as

ferramentas disponíveis. Uma barreira ser ultrapassada é a visão tradicional do professor

sobre o ensino. A aplicação da tecnologia na educação, o que para muitos professores é

vista como um risco, e que não substitui o ensino presencial tradicional. Desta forma,

tanto alunos quanto professores, podem realizar uma transição suave para o novo

contexto e os professores podem se concentrar na adaptação e utilização das estratégias

mais adequadas ao novo ambiente de ensino.

“Dessa forma, a compreensão de um processo de trabalho que propicie a interdisciplinaridade precisa levar em conta uma mudança profunda na forma como o professor é capacitado. Precisa priorizar a possibilidade de troca e reciprocidade, considerar o próprio processo de formação do professor, suas concepções de aprender e ensinar, numa constante redefinição da própria práxis em contato com seus pares. (Schlemmer p.17)”

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O uso de Ambientes Virtuais de Aprendizagem é mais uma alternativa para

dinamizar o ensino e tornar as aulas mais agradáveis e interessantes. Porém, sua adoção

como suporte ao ensino, depende fortemente da existência de uma infra-estrutura

adequada e de uma proposta pedagógica eficiente, fatores primordiais na promoção de

uma melhoria significativa do processo ensino - aprendizagem. No meu projeto de

aprendizagem vou procurar usar todas as tecnologias possíveis mesmo com as

dificuldades vistas durante o curso com relação aos ambientes virtuais propostos no qual

no momento em que estávamos trabalhando não conseguíamos acessar.

Com relação às redes sociais achei muito interessante e com certeza contribuiu

para a reflexão sobre a minha práxis, pois não havia pensado desta forma vista de como

colocar as redes sociais ao nosso favor e usá-las em nosso cotidiano escolar Só que com

as pesquisas feitas com os alunos também temos a nossa realidade em nossa frente, pois

consegui perceber que único acesso as tecnologias para muitos de nossos alunos é

através da escola, pois eles a grande maioria não tem acesso a computadores e internet

em suas moradias. Mais um motivo que devemos re-pensar como poder inclui-los neste

mundo virtual.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação – Cartas Pedagógicas e outros escritos. São

Paulo: Editora UNESP, 2000.

LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência - O Futuro do pensamento na era da

Informática. São Paulo: Editora 34.1996.

MORAES, Roque; Ramos, Günttzel, Maurivan; GALIAZZI, Maria do Carmo.

Pesquisa em Sala de Aula: fundamentos e pressupostos.Disponível

em:http://inf.upf.tche.br/saep-net/artigos/documento1.pdf acesso em Janeiro 2010

REIGOTA, Marcos. Meio Ambiente e representação social. 5 ed. São Paulo, Cortez:

2001. (Questões da nossa época; v. 41).

SANTAELLA, Lúcia. A crítica das mídias na entrada do século XXI. In: Crítica das

práticas midiáticas: da sociedade de massa às ciberculturas / org. José Luiz Prado. São

Paulo: Hackers Editores, 2002.

SCHLEMMER, E. Projetos de Aprendizagem baseados em Problemas: Uma

metodologia interacionista/construtivista para formação de comunidades em Ambientes

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Virtuais de Aprendizagem Colabora - Revista Digital da CVA-RICESU, v.1, n. 2,

novembro 2001. 10 pags.

SOARES, Eliana Maria do Sacramento, VALENTINI, Carla Beatris. Aprendizagem

Ambientes Virtuais: compartilhando idéias e construindo cenários. Caxias do Sul:

EDUCS, 2005.