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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CAMPUS COLATINA JOÃO NEIVA: COLATINA – ES, junho de 2011

Seminário grupo 3 joão neiva

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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS COLATINA

JOÃO NEIVA:

COLATINA – ES, junho de 2011

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ALHANA GABRIELLA DE BORTOLI TONON

MELINA CARVALHO ROCHA

RAVENA DIAS NEVES

VANDEILTON ALVARENGA

JOÃO NEIVA:

Trabalho apresentado no Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Colatina, na

disciplina de Geografia, como parte dos requisitos necessários à obtenção de nota

para conclusão do sexto semestre letivo.

Orientadora: Professora e Mestre Lília Márcia de Alvarenga Lourete.

COLATINA – ES, junho de 2011

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Resumo

Este trabalho aborda dados importantes acerca do município de João Neiva, e

sugere um empreendimento, inovador e lucrativo, em vista do sistema capitalista

que comanda o mundo de hoje. Destaca a importância de se conhecer fatores como:

história, economia, cultura e principalmente a população de um determinado

município, antes de se pensar em qualquer sugestão de negócio voltado para a

região. Aborda também de forma clara, porém específica, o que deve ser levado em

conta para tornar um empreendimento vantajoso ou não. Mostra como um trabalho

longo de pesquisa em campo pode trazer informações mais concisas e confiáveis de

forma a não errar na escolha do projeto, como dados e estatísticas extraídos da

população, principalmente jovens e famílias no município. Embasa-se em

informações e dados econômicos relacionados ao município, além da participação

das cidades vizinhas de João Neiva, que se dá muito intensa no giro da economia

da região, devido a um estreito relacionamento e certa dependência existente entre

elas. Por fim, sugere a criação de um espaço, chamado “Strike”, com boliche,

pizzaria, área de dança, local pré-determinado, e orçamento anexo, para absorver

toda demanda de jovens e famílias, que querem lazer seguro e familiar no município,

mais perto de suas casas, evitando um deslocamento incômodo para cidades

vizinhas, além de uma sugestão lucrativa e empreendedora, através da união de

conhecimentos geográficos e técnicos expostos ao longo do trabalho.

Obs.: A falta de fontes históricas dificultou muito a nossa pesquisa, pois

encontramos apenas dois livros, mas ambos do mesmo autor. Contudo, não

deixamos de citar nenhum fato histórico importante, extraindo o máximo das

informações coletadas.

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Lista de Imagens

Ilustração 1 Estação de João Neiva Fonte: Museu Ferroviário (1915).......................9

Ilustração 2 Deputado João Augusto Neiva Fonte: Museu Ferroviário (1910).........10

Ilustração 3 Vista aérea da cidade de João Neiva na década de 40(A). Primeiro Trem

da EFVM - 1854( B). Fonte: Museu Ferroviário.........................................................10

Ilustração 4 Quadro de exemplares do jornal “A voz do Monte Negro” Fonte: Museu

Ferroviário (1983)........................................................................................................12

Ilustração 5:“O último apito”. Ultima locomotiva reparada nas oficinas de João Neiva.

Fonte: Museu ferroviário (1991)..................................................................................13

Ilustração 6 : (A) Retirada do maquinário e (B) desmontagem dos trilhos da oficina.

Fonte: Museu Ferroviário (1991).................................................................................14

Ilustração 7 Aulas práticas no Centro de formação Profissional “Talmo Luiz Silva”

Fonte: Museu ferroviário (1970)..................................................................................15

Ilustração 8: Centro de formação Profissional “Talmo Luiz Silva” Fonte: Museu

ferroviário (1970).........................................................................................................16

Ilustração 9 : Emancipação de João Neiva Fonte: Museu Ferroviário.......................17

Ilustração 10 Foto 10: Primeiro prefeito de João Neiva, Aluyzio Morellato Fonte:

Museu Ferroviário (1988)............................................................................................18

Ilustração 11 : Folder da festa de Demétrio Ribeiro: “Itália Mia” Fonte: Secretaria de

Cultura (2010).............................................................................................................19

Ilustração 12 (A) Banda de Congo; (B) Folia de Reis; (C) Coral Italiano Nona Saína;

(D) Grupo de capoeira Cordel Vermelho; Fonte: http://demetrioribeiro.blogspot.com

(2009)..........................................................................................................................20

Ilustração Foto 13: Coral do Instituto Preservarte 13 Fonte:

http://demetrioribeiro.blogspot.com (2009).................................................................21

Ilustração 14 : Mapa de divisa....................................................................................22

Ilustração 15 Vista de João Neiva de cima do Monte Negro Fonte:

http://www.panoramio.com (2011)..............................................................................23

Ilustração 16 : (A) Pico de Cavalinho; (B) Torre da Embratel situada no Pico de

Cavalinho; Fonte: http://www.panoramio.com (2011).................................................23

Ilustração 17: Cachoeira do Paraíso Fonte: Guia das Cachoeiras (2009).................25

Ilustração 18 Cachoeira do Rio Ubás Fonte: Guia das Cachoeiras (2009)...............25

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Ilustração 19 Fonte: IBGE (2008) Gráfico Produto Interno Bruto...............................29

Ilustração 20 Fonte: IBGE (2010): Frota de Veículos de João Neiva.........................30

Ilustração 21 Fonte: Fotos tiradas pelo grupo. (2011) : Centro de João Neiva..........32

Ilustração 22 Fonte: Foto tirada pelo grupo (2011): Prefeitura Municipal de João

Neiva...........................................................................................................................33

Ilustração 23 Fonte: Foto tirada pelo grupo (2011): Sede temporária da Secretaria de

Cultura.........................................................................................................................33

Ilustração 24 Fonte: Fotos tiradas pelo grupo (2011) : Museu Ferroviário.................34

Ilustração 25 Fonte: Foto tirada pelo grupo (2011) : Localização da Sugestão de

empreendimento.........................................................................................................36

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Lista de Tabelas

Tabela 1.......................................................................................................... 36

Tabela 2.......................................................................................................... 37

Tabela 3.......................................................................................................... 37

Tabela 4.......................................................................................................... 38

Tabela 5.......................................................................................................... 38

Tabela 6.......................................................................................................... 39

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Sumário

1.Introdução ................................................................................................................... 7

2.Histórico ...................................................................................................................... 8

Em relação à fundação desses núcleos coloniais, Ribeiro (1990) destaca que tinha por

objetivo solucionar o problema da colonização do Rio Doce. Os primeiros trabalhos de

reconhecimento da região, que depois constituiu o Núcleo Colonial Acioli de Vasconcelos,

foram realizados pelo Engenheiro Artur Napoleão de Barros no início de 1887. Nesse

mesmo ano, Artur Napoleão de Barros foi transferido para a Comissão de Terras no

Município de Pelotas, Província do Rio Grande do Sul, para exercer igual cargo e foi

substituído pelo Engenheiro Antônio Francisco de Athayde. Este foi o fundador do Núcleo

Colonial Acioli de Vasconcelos, nome dado em homenagem ao então Inspetor Geral de

Terras e Colonização, Tenente-Coronel Acioli de Vasconcelos, veterano na Guerra do

Paraguai...................................................................................................................................8

3.Cultura ...................................................................................................................... 18

4.Aspectos Físicos ...................................................................................................... 21

4.1 Localização Geográfica..................................................................................................21

4.2 Relevo e Hidrografia.......................................................................................................22

4.3 Clima...............................................................................................................................26

4.4 Vegetação........................................................................................................................27

4.5 Solo.................................................................................................................................27

5.Economia .................................................................................................................. 28

5.1 Infra-estrutura ........................................................................................................ 29

6.Pesquisa ................................................................................................................... 31

7.A proposta de Empreendimento - “STRIKE” ............................................................ 35

Gastos com Propaganda: ............................................................................................ 38

8.Conclusão ................................................................................................................. 41

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1. Introdução

Neste trabalho falaremos sobre a cidade de João Neiva, analisamos sua história,

cultura, geografia, formação, características da população e todos demais fatores

que foram base e influencia na consolidação do município como é hoje.

Apresentaremos uma sugestão de projeto criada a partir das informações extraídas

em campo por nós, classificando, avaliando e entendendo as exigências e

características de consumo do publico alvo de nosso empreendimento, visando

tornar-se um projeto promissor e de sucesso, melhorando assim a qualidade de vida

e lazer da população local.

Através de um grande trabalho de pesquisa, apresentaremos aqui uma junção de

dados estatísticos, históricos e curiosidades em torno do município de João Neiva,

apresentando a cidade de forma clara, e evidenciando suas qualidades e sua

tradição, motivo pelo qual se tornou um município tão promissor e que virá a crescer

muito futuramente.

Relataremos também todo nosso trabalho de elaboração e desenvolvimento desde

pesquisa a projeto, com dificuldades, surpresas e gratificações encontradas por nós

ao longo do desenvolvimento do mesmo, discorrendo sobre etapas, elaboração e

conclusão de nosso empreendimento.

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2. Histórico

Segundo Ribeiro (1992), a história de João Neiva se inicia no ano de 1877, com a

imigração de várias famílias italianas inicialmente estabelecidas em Conde D’Eu,

que por volta de 1888 atravessaram o rio Piraqueaçú, fixando-se no vale do Rio

Clotário a partir de sua foz. Dando origem aos povoados de Acioli (1887), e Demétrio

Ribeiro (1891).

Em relação à fundação desses núcleos coloniais, Ribeiro (1990) destaca que tinha

por objetivo solucionar o problema da colonização do Rio Doce. Os primeiros

trabalhos de reconhecimento da região, que depois constituiu o Núcleo Colonial

Acioli de Vasconcelos, foram realizados pelo Engenheiro Artur Napoleão de Barros

no início de 1887. Nesse mesmo ano, Artur Napoleão de Barros foi transferido para

a Comissão de Terras no Município de Pelotas, Província do Rio Grande do Sul,

para exercer igual cargo e foi substituído pelo Engenheiro Antônio Francisco de

Athayde. Este foi o fundador do Núcleo Colonial Acioli de Vasconcelos, nome dado

em homenagem ao então Inspetor Geral de Terras e Colonização, Tenente-Coronel

Acioli de Vasconcelos, veterano na Guerra do Paraguai.

O site oficial da Prefeitura de João Neiva (2006) destaca que os primeiros habitantes

de Acioli foram acometidos de graves enfermidades, pois se estabeleceram na

região mais insalubre do núcleo. Essa região compreendia uma vasta extensão de

terras, entre a foz do Córrego Esperança, no Pau Gigante, até as proximidades do

Rio Doce, incluindo a Lagoa do Café. Tratava-se de uma região baixa, pantanosa e

infestada de doenças. A colonização, nessa parte do núcleo processou-se com

sacrifício de muitas vidas humanas e não obteve o resultado esperado.

A respeito do núcleo colonial Demétrio Ribeiro, fundado em 1991 nas divisas do Rio

Doce com o rio Piraqueaçú, Lucílio (1992) diz que o mesmo tinha por objetivo ligar

os municípios de Linhares e Santa Cruz, além disso, Demétrio Ribeiro tornou-se um

produtor agrícola considerável de culturas como: café, cana, milho, feijão, arroz e

batata. No entanto, não dispunha de formas eficazes para escoamento das safras,

que se dava principalmente através do Porto de Córrego fundo, devido às

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dificuldades de acesso aos portos do Rio Doce. A situação do povoado de Demétrio

Ribeiro começou a melhorar no início do século XX com um projeto proposto na

Câmara Federal pelo Deputado e Engenheiro João Augusto Neiva que visava a

criação da estrada de Ferro Diamantina, pertencente à Estrada de Ferro Vitória à

Minas (EFVM), criada em 1903 pelo engenheiro Pedro Nolasco.

Ilustração 1 Estação de João Neiva Fonte: Museu Ferroviário (1915)

De acordo com este autor, a Estação Ferroviária da cidade foi inaugurada em 20 de

Dezembro de 1905. O idealizador da construção, Pedro Nolasco, batizou-a de “João

Neiva” em homenagem ao Deputado criador do projeto. Posteriormente, a estação

foi transferida para um bairro mais distante do centro, Piraqueaçú, que passou a ser

também o atual nome da estação da estrada de ferro Vitória a Minas.

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Ilustração 2 Deputado João Augusto Neiva Fonte: Museu Ferroviário (1910)

Segundo dados do SABRAE encontrados no site da Secretaria de Turismo do

Espírito santo, no terreno doado foram montadas as oficinas de reparo de vagões, a

vila de João Neiva passou então a concentrar ferroviários. Em torno das oficinas, foi

surgindo um pequeno povoado, que logo experimentou rápido desenvolvimento, a

população cresceu muito seguida do comercio, superando em pouco tempo o da

sede do antigo Núcleo Demétrio Ribeiro.

Ilustração 3 Vista aérea da cidade de João Neiva na década de 40(A). Primeiro Trem da EFVM - 1854( B). Fonte: Museu Ferroviário

A respeito das oficinas, Lucílio (1992) destaca que a construção das mesmas

iniciou-se em 1905 junto à estação e concluiu-se em 1908, com a transferência das

já existentes em Porto Velho (atual Pedro Nolasco). As oficinas demandaram cada

vez mais mão de obra, afinal logo nos primeiros anos de operação já realizavam

importantes trabalhos, tanto na montagem de locomotivas, carros e vagões, como

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também na reparação de todo o material que já se encontrava em circulação. Ao

mesmo tempo passavam por um intenso processo de remodelação com novas

máquinas e aumento do espaço físico para atender às exigências cada vez maiores

dos serviços.

Ainda segundo Ribeiro (1992), depois de longos anos de bons serviços prestados a

empresa, às oficinas atingiram o limite de sua capacidade de produção, tendo em

vista o aumento contínuo do material rodante (locomotivas), o então Chefe da

Locomoção, Engenheiro Alexandre de Araújo Góis Filho sugeriu a reforma ou a

transferência imediata das mesmas para outro local. O tempo passava e nenhuma

providência era tomada, nem a reforma, nem a transferência, ficando assim os

serviços ali prestados seriamente comprometidos. Em 02 de agosto de 1920 foi

inaugurado o depósito de locomotivas de Natividade (Aimorés), que foi sendo

ampliado e melhorado absorvendo algumas tarefas que vinham sendo executadas

nas oficinas de João Neiva, já que se encontravam sobrecarregadas e mal

conservadas.

Esse autor diz ainda que a idéia da transferência das oficinas ou remodelação voltou

a ser tratada em 1932 pelo Dr. Roberval G. Medeiros, então Chefe da Locomoção.

Mas, só em 1935, quando o Doutor Joaquim Arsênio Benedicto Ottoni assumiu a

chefia da locomoção, pela segunda vez, ficou decido a não transferência das

oficinas para Porto Velho por ser um processo de elevado custo, foram iniciados

então estudos para sua remodelação. O projeto de remodelação em 1936 foi

organizado pelo ajudante da locomoção Dr. João Linhalis, os serviços foram

iniciados em julho de 1937. Pouco tempo depois do início da remodelação das

oficinas, estas já apresentavam bons resultados, porém nem todas as modificações

do projeto puderam ser concluídas em função da carência de recursos da

companhia. Em contrapartida havia um aumento sempre crescente dos serviços.

Ainda segundo o relato de Ribeiro, a partir de 1940 tiveram início os transportes e a

exportação de minério de ferro pela Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia

S/A (3 anos depois tornou-se Companhia Vale do Rio Doce, hoje chamada de Vale),

houve um aumento de volume dos trens e dos seus pesos e as linhas que já se

encontravam em precárias condições pioraram ainda mais, gerando um grande

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número de acidentes e sobrecarregando assim as oficinas que sobreviveram em

meio a muitas dificuldades até 1991 quando a população, com muita tristeza,

assistia perplexa e comovida a passagem do trem pela última vez.

Ilustração 4 Quadro de exemplares do jornal “A voz do Monte Negro” Fonte: Museu Ferroviário (1983)

“Que tristeza sem fim! Que dor sem Par! Ontem, dia 25 de julho de 1991, haja

DEUS! A locomotiva que viera para João Neiva totalmente debilitada, fragmentada,

sem formosura, sem forças, trôpega, foi vista, talvez pela última, derradeira e

inesquecível vez”. (SARCINELLI, 26 de julho de 1991, Jornal A voz do Monte Negro

- O Apito Final).

No relato acima vemos que a desativação das oficinas foi um marco histórico

negativo para a população, uma vez que o desenvolvimento da cidade sempre foi

alavancado pela estrada de ferro. Buscando evitar a desativação das oficinas, a

população se uniu em vários protestos como o abaixo assinado encaminhado ao

então presidente da república, Dr. José Sarney, a criação de sindicatos e também

comissão de empregados para tratar do assunto, porém, nada disso adiantou.

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Ilustração 5:“O último apito”. Ultima locomotiva reparada nas oficinas de João Neiva. Fonte: Museu ferroviário (1991)

A respeito das causas principais que levaram a paralisação das atividades nas

oficinas, Lucílio (1992) destaca: a mudança do traçado da ferrovia que em 3 anos

inutilizou a estação de João Neiva e também o ineficiente sistema de energia elétrica

e abastecimento de água que dava-se através da Usina Hidrelétrica (inaugurada em

13 de dezembro de 1924), que não atendia às necessidades das oficinas,

principalmente na época das estiagens o que diminuía muito a sua capacidade.

Diante disso foi inevitável a paralisação total das oficinas no ano de 1991, junto a um

acordo feito entre a Comissão de Empregados e a Companhia que previa a

transferência dos funcionários para o porto de Tubarão, com transporte diário

concedido pela empresa, evitando demissões.

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Ilustração 6 : (A) Retirada do maquinário e (B) desmontagem dos trilhos da oficina. Fonte: Museu Ferroviário (1991)

Apesar de as oficinas terem sido desativadas, elas impulsionaram o ensino da

região, pois Lucílio (1992) diz que as Escolas “SENAI” Ferroviárias de Porto Velho e

João Neiva foram construídos em 1947 com o objetivo de formar artífices para as

Oficinas da Estrada. A duração dos cursos (Tornearia Mecânica, Ajustagem

Mecânica, Caldeiraria e Ferraria) era de três anos, sendo que, no último, os alunos

faziam estágio nas Oficinas de Locomotivas. Por esses motivos pode-se dizer que

de todos os lugares localizados ao longo da linha, João Neiva foi o que mais

contribuiu com empregados para a Companhia Vale do Rio Doce.

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Ilustração 7 Aulas práticas no Centro de formação Profissional “Talmo Luiz Silva” Fonte: Museu ferroviário (1970)

Dados extraídos por nos no site oficial de João Neiva (2006) destacam que para

atender aos filhos dos ferroviários das oficinas de João Neiva, foi fundado o Liceu

Pedro Nolasco, dirigido e financiado por uma Associação de Ferroviários. Mais

tarde, em 1948 a Cia Vale do Rio Doce fundou o Centro De Formação Profissional

“Talmo Luiz Silva”, com o objetivo de formar profissionais para atender a própria

empresa. Em 1991, com a desativação das oficinas da CVRD em João Neiva, todo o

patrimônio foi doado à Prefeitura Municipal de João Neiva, criando então a

Fundação Educacional “Dr. Hildo Garcia”, que tinha como objetivo principal manter o

Centro de Formação “Talmo Luiz Silva”. A partir de então a fundação passou a ser

mantida pela Prefeitura Municipal de João Neiva, mantendo os mesmos padrões.

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Ilustração 8: Centro de formação Profissional “Talmo Luiz Silva” Fonte: Museu ferroviário (1970)

Em relação ao desenvolvimento político do Município de João Neiva, Lucílio (1992)

relata que até chegar à sua emancipação, o povoado passou por algumas etapas.

Primeiro através da lei nº 1305 de 30 de dezembro de 1921 ele tornou-se distrito e,

anos depois, em 11 de novembro de 1938 foi elevado a Vila, pertencendo ao

Município de Pau Gigante (atual Ibiraçú). Nessa época, o lugar já era dotado de

iluminação elétrica, água encanada, escolas, agência de correio, serviço médico,

cartório e também um ativo comércio e grande produção agrícola em seu interior.

Essa situação econômica estável favoreceu sua emancipação que foi efetivada

através da lei nº 4076, de 11 de maio de 1988, sancionada pelo Governo do Estado,

desmembrando assim, João Neiva de Ibiraçú.

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Ilustração 9 : Emancipação de João Neiva Fonte: Museu Ferroviário

Ribeiro (1992) complementa que as primeiras eleições se deram no dia 15 de

novembro de 1988, tendo sido eleito para Prefeito, Aluyzio Morellato, e para Vice-

Prefeito, José Anísio Ivo Seccomandi e também treze Vereadores. Porém, a

instalação oficial do município se deu no dia 1 de janeiro de 1889, no centro

Comunitário de João Neiva, presidida pelo Juiz de Direito da Comarca de Ibiracú, Dr.

José Machado de Souza.

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Ilustração 10 Foto 10: Primeiro prefeito de João Neiva, Aluyzio Morellato Fonte: Museu Ferroviário (1988)

3. Cultura

No site oficial da Prefeitura de João Neiva (2011), sobre a cultura da cidade,

encontramos muitas referencias à colonização italiana, que começou a ocorrer na

região por volta do ano de 1877. Com ela vieram os hábitos, costumes e crenças

desse povo que até hoje são celebrados e mantidos na cultura regional, devido à

ajuda da Secretaria de Cultura, Turismo e Juventude, órgão municipal responsável

por projetos de incentivo e divulgação da cultura e turismo da cidade.

Sobre esses projetos Culturais, Rudge Ione Gonçalves, funcionaria da respectiva

Secretaria, em entrevista concedida a nós em 19 de maio de 2011, relatou que a

cultura italiana é a base de muitos trabalhos realizados pela população e apoiados

pelo governo municipal. Esses trabalhos são realizados principalmente nos distritos

como Acioli, Barra do Triunfo e Demétrio Ribeiro, principais focos da imigração.

Exemplo desses trabalhos são as duas festas fixas no calendário anual de eventos,

a “Festa do Queijo” que acontece em Acioli com degustação de queijos e pratos

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típicos da culinária, e também a “Itália Mia” realizada normalmente no mês de

agosto, com shows regionais, apresentações de grupos culturais e almoço de

confraternização. Essa festa acontece no distrito de Demétrio Ribeiro, onde se

localizam boa parte dos atrativos turísticos da cidade, como o sitio histórico formado

por lindos e antigos casarões fundados no final do século XVIII, a igreja de Santo

Antônio datada de 1897, e até mesmo uma fabrica de violinos, onde podemos

conhecer o processo de fabricação dos mesmos.

Ilustração 11 : Folder da festa de Demétrio Ribeiro: “Itália Mia” Fonte: Secretaria de Cultura (2010)

O site oficial da Secretaria de Estado da Cultura (2010), traz que alguns grupos

culturais do município, por seu apresso a tradição, ganharam repercussão além da

cidade, sendo levados a apresentações por todo o estado. Como por exemplo, o

coral Nona Saína, que busca manter o hábito da musica italiana entre a população,

a Folia de Reis Nossa Senhora da Penha, formada por moradores do distrito do Alto

Cachoeirinha, que saem as ruas entre os meses de janeiro e fevereiro contando a

viagem dos Três Reis Magos à Belém para levar presentes ao menino Jesus,

dançando, cantando e celebrando seu nascimento, ou as bandas de congo do

município, São Benedito de Acioli e São Bendito de João Neiva, conhecida também

como” Da Alegria”, ambas celebram e resgatam os traços da cultura africana, que é

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muito marcante e presente não só na cidade mas também em seus arredores, as

chamadas “Congadas” são apresentações de dança e canto, que segundo a

tradição, representam o coração de um Rei de Congo.

Ilustração 12 (A) Banda de Congo; (B) Folia de Reis; (C) Coral Italiano Nona Saína; (D) Grupo de capoeira Cordel Vermelho; Fonte: http://demetrioribeiro.blogspot.com (2009)

Rudge Ione Gonçalves (2011) complementa que a prefeitura mantém projetos de

incentivo a cultura local, voltados principalmente para juventude evitando que o

tempo apague a tradição. Além disso, os jovens podem conhecer melhor suas

origens, com o projeto 102 Vivace, que oferece oficina de música e ensina o

concerto e fabricação de violinos, dando-lhes uma profissão. Alguns outros trabalhos

desenvolvidos são: Instituto Preservarte, que oferece oficinas de dança, musica e

grafite para jovens baseado na cultura “Hip hop”; o 8º Grupo de Escoteiros “ Pedro

Nolasco”; o Museu Ferroviário “Prof. Eliezer Pereira Ramos” e a Biblioteca Municipal

“Pe. João Batista Alves”, ambos com um acervo muito rico acerca da história do

Município.

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Ilustração Foto 13: Coral do Instituto Preservarte 13 Fonte: http://demetrioribeiro.blogspot.com (2009)

4. Aspectos Físicos

4.1 Localização Geográfica

Dados publicados por Lucílio da Rocha Ribeiro (1992) nos mostram que João Neiva

está situada na microrregião serrana Espírito-Santense. A mesma possui uma área

de 273 Km² com população de 15.809 habitantes, segundo dados do IBGE ,e limita-

se com seguintes municípios:

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Ilustração 14 : Mapa de divisa

4.2 Relevo e Hidrografia

Ainda de acordo com Lucílio (1992), o município de João Neiva possui um relevo

modelado com rochas de estruturas cristalinas, classificando-se como ondulado e

fortemente ondulado, com cotas variando de 100m a 600m, possuindo boa parte de

sua área com declividade acima de 30%.

Segundo o site oficial da prefeitura de João Neiva no município encontra-se o morro

do Monte Negro um ponto turístico que faz divisa com o município de Ibiraçu, o Pico

da Serra do Óleo com 800m, que fica localizado em Lombardia, perto da Barra do

Triunfo, distrito de Acioli, e ainda o morro de Santa Clara, em Alto Bérgamo, e o Pico

de Cavalinho, onde fica a torre da Empresa Brasileira de Telecomunicações

(EMBRATEL).

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Ilustração 15 Vista de João Neiva de cima do Monte Negro Fonte: http://www.panoramio.com (2011)

Ilustração 16 : (A) Pico de Cavalinho; (B) Torre da Embratel situada no Pico de Cavalinho; Fonte: http://www.panoramio.com (2011)

Informações encontradas por nós na Wikipédia (2010) relatam que o município se

encontra na bacia do Rio Doce. Ribeiro (1992) complementa que na região

destacam-se os rios:

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• rio Piraqueaçu: nasce em Santa Teresa, atravessa o município e deságua no

Oceano Atlântico, em Santa Cruz – município de Aracruz.

• rio Clotário: nasce na cabeceira do Morro do Descanso que fica em Cavalinho e

Demétrio Ribeiro e deságua no rio Piraqueaçu, em João Neiva, na ponte próxima ao

Centro Comunitário.

• rio Pau Gigante: nasce na cabeceira de Alto Bérgamo, passa por Acioli e no

município de Colatina forma a lagoa Pau Gigante que deságua no rio Doce.

Os rios mencionados servem como uma fonte de renda para as populações locais e

vizinhas, sendo utilizados como meio de sobrevivência uma vez que as pessoas se

utilizam do mesmo para pesca e ou retirada de areia a qual servirá na construção

civil.

As principais cachoeiras do Município segundo dados encontrados na wikipédia

(2010) são:

• cachoeira do Paraíso: chamada anteriormente de Cachoeira do Inferno – segundo

antigos moradores existe nesta cachoeira uma gruta com inscrições de Antigas

Civilizações, cujas cópias de letras já foram enviadas até para a Itália, para estudos.

Foi encontrada nesta cachoeira, uma pedra esférica com mais ou menos 15 cm de

raio, hoje exposta no restaurante Califórnia, em Ibiraçu. Através da Lei n.º 0886/98

fica denominada “Cachoeira do Paraíso” a popular “Cachoeira do Inferno”.

Localizada em Mundo Novo, com aproximadamente 80 metros de altitude. Por

possuir uma água de boa qualidade e poucas impurezas, foi canalizada pelo SAAE

para abastecimento de água da sede de João Neiva e algumas localidades do

município como: Santo Afonso, Cristal, Piraqueaçu, Ribeirão de Cima, Monte Negro

e Juá.

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Ilustração 17: Cachoeira do Paraíso Fonte: Guia das Cachoeiras (2009)

• no rio Clotário há uma cachoeira localizada dentro da cidade de João Neiva, no

final da rua 7 de setembro, antiga fornecedora de energia elétrica para a cidade.

• no rio Ubás há uma cachoeira na propriedade de João Batista, entre a Barra do

Triunfo e Acioli.

Ilustração 18 Cachoeira do Rio Ubás Fonte: Guia das Cachoeiras (2009)

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Pesquisas feitas pelo grupo relatam que tais cachoeiras já tiveram grande

importância a ponto de uma delas, localizada dentro de João Neiva, já ter sido uma

antiga fornecedora de energia elétrica para a cidade e, assim como a cachoiera do

Inferno, conhecida atualmente como Cachoeira do Paraíso ou Mundo Novo, que é

utilizada como fonte de abastecimento de água para o município, a cachoeira que

nasce do rio Clotário, a que se localizada dentro de João Neiva, passa por períodos

observavéis de redução de água que se dá ano após ano.

4.3 Clima

Conforme Ribeiro (1992), o município de João Neiva está situado nas latitudes

meridionais da zona tropical, possuindo um clima tropical megatérmico ou tropical

úmido onde apresenta temperatura média do mês mais frio acima de 18ºC, quase

mesotérmico ou temperado quente onde apresenta temperatura média do mês mais

frio entre -3ºC e 18ºC e sub-úmido onde as médias de temperatura variam de 20ºC à

28ºC.

Segundo a Wikipédia(2011), os totais anuais de chuva são pouco superiores a

1200mm, sendo que, nos últimos três anos, esse volume vem-se reduzindo de

acordo com informações obtidas junto ao pluviômetro instalado em Cavalinho. A

estação mais chuvosa inicia-se em outubro terminando em abril, ultrapassando um

pequeno período seco. O verão não é suficientemente chuvoso para segurar

grandes excedentes de água para escoamento superficial exceto em dezembro e

janeiro, quando há moderados excedentes de água no solo. O inverno por sua vez

não é suficientemente seco para tornar os solos deficientes de umidade. O município

possui um balanço hídrico razoavelmente equilibrado, com pequeno e moderado

excedente de água no verão e quase nenhum “déficit” nas demais estações.

Quanto à temperatura média anual, a predominância de valores mais altos de

novembro a abril, quando as máximas diárias oscilam em torno de 29ºC e,

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raramente, chegam aos 30ºC. As médias anuais no inverno oscilam em torno de

20ºC, mas são comuns mínimas diárias próximas de 16ºC.

4.4 Vegetação

Segundo dados encontrados no site oficial de João Neiva, a cobertura vegetal

primitiva caracteriza-se pela presença da floresta atlântica, com árvores emergentes

de até 40m de altura a qual possui densa vegetação arbusiva, composta por

samambáias, bromélias e palmeiras.

Ainda de acordo com o sítio, nos períodos mais secos, algumas árvores perdem

suas folhas. Embora quase toda área tenha sido devastada para implantação de

culturas e pastagens, alguns trechos preservados da floresta são testemunhos da

existência de uma cobertura vegetal densa.

Pesquisas realizadas pelo grupo nos levam a concluir que no município existiam

muitas madeiras de lei como: jacarandá, cedro, peroba e jequibá, mas com o tempo

o número de árvores foram se reduzindo devido ao seu uso indevido e

inconscientizado, onde tais madeiras eram utilizadas na confecção de móveis, na

construção civil e como dormente em estrada de ferro sem consciência que se

deveria replantar para continuar a usufruir. Hoje, as matas que ainda existem estão

em Alto Bérgamo e Terra Fria. Agora, predominam os campos para a criação de

gado, principalmente em Acioli, Barra do Triunfo e proximidades de João Neiva.

4.5 Solo

Com relação ao solo, Ribeiro (1992) relata que o tipo de solo predominante é

Latossolo Vermelho e Amarelo Distrófico, cuja fertitilidade varia de média a baixa a

qual deve-se adcionar práticas de manejo como: adubação, subsolagem, irrigação,

curvas de nível, etc.. caso queira plantar alguma coisa. Também são encontradas

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pequenas proporções de solos Litóficos Eutróficos e Distróficos com afloramento de

rochas em alguns trechos.

5. Economia

Segundo Ribeiro (1992), no fim dos anos 80 João Neiva viveu um forte crescimento

econômico industrial, em vários segmentos, onde concentrava-se a maioria da mão-

de-obra do município. Destacavam-se a indústria de ferro gusa Fiesa – Ferroeste

Indústria do Espírito Santo S/A- e a atividade carvoeira, que prestava serviços para a

antiga Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale.

A agricultura era altamente representativa na economia, com grande diversificação

de culturas, porém a principal delas foi a cafeeira, seguida pela bananicultura, tendo

sido, ambas, por muito tempo as maiores geradoras de renda e empregos da região.

A pecuária, menos representativa, era principalmente de bovinos, eqüinos e suínos,

girando em torno de 18 a 20 mil cabeças. A produção leiteira não chegava a 3.000

litros/dia, produção encaminhada a Vitória para grandes laticínios enquanto os

animais para corte eram consumidos e comercializados no próprio município.

Informações extraídas por nós do site Wikipédia (2011), mostram que nos últimos

anos tem havido um crescimento significante de empresas de médio e grande porte

na cidade, como por exemplo, a Siderúrgica Ibiraçu, que apesar de muitos acharem

que situa-se em Ibiraçu, município vizinho a João Neiva, pertence a terras

joãoneivenses, a NCS e a Somar Engenharia, empresas expressivas no cenário da

economia estadual. Ressalta também a grande quantidade de mão-de-obra

municipal extraída por essas empresas, e o crescimento do número de

microempresários locais, contribuindo para o aumento do trabalho e giro da

economia municipal.

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Ilustração 19 Fonte: IBGE (2008) Gráfico Produto Interno Bruto

No gráfico acima podemos ver a grande representatividade que a área de serviços

tem no Produto Interno Bruto (PIB) da cidade, que trás em seguida como segundo

maior colaborador no PIB municipal o setor de Indústria, por fim a Agropecuária, que

apesar de já ter sido uma pratica econômica muito importante e prioritária na região,

hoje, perde espaço para a globalização e a industrialização, cada vez mais

crescentes. Tudo isso afeta o giro financeiro local, aquecendo o comércio, que hoje

é parte significativa na economia da cidade, e incentivando futuros empreendedores,

que passam a ver a cidade como local promissor.

5.1 Infra-estrutura

Segundo o site Férias.tur (2011) A rede de transporte de João Neiva é composta

pelas modalidades ferroviária e rodoviária. A cidade é cortada pela Estrada de Ferro

Vitória - Minas (EFVM), mantida pela Vale. Quanto ao transporte rodoviário, a cidade

é cortada pela BR-101,que liga João Neiva a Vitória, e a BR-259 que liga o Espírito

Santo à Minas Gerais e inicia-se em João Neiva.

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A infra-estrutura local é boa, com ruas calçadas e bem cuidadas, apesar de serem

um pouco estreitas.

Ilustração 20 Fonte: IBGE (2010): Frota de Veículos de João Neiva

No gráfico acima podemos verificar que a grande maioria da frota municipal é

formada por automóveis, seguida por motocicletas e caminhonetes, que são de

grande utilização na sede do município, sendo os tratores e caminhões-trator em um

numero menor, e mais necessário no interior, para funções agrícolas.

O site oficial da prefeitura de João Neiva (2011) traz que o abastecimento de água

local é feito pela empresa SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto – uma

autarquia municipal, com assistência técnica realizada pela SESP (Serviço

Especializado de Saúde Publica). O serviço começou a funcionar em julho de 1955,

a Estação de Tratamento de Água possui reservatório com capacidade de 1000 m³,

distribuídos para reservatórios secundários em alguns bairros e povoados locais. A

ESCELSA – Espírito Santo Centrais Elétricas S/A – é o órgão responsável pelo

abastecimento de energia do município, assim como de cidades vizinhas.

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Segundo dados do IBGE (2010), a saúde local é ainda pouco evoluída, não existem

estabelecimentos de saúde como postos, hospitais ou clinicas federais nem

estaduais na cidade. Possui apenas 6 particulares e 14 municipais, o que pode ser

considerado pouco em relação ao número de habitantes do município, que segundo

dados da prefeitura da cidade, em 2010 girava em torno de 15.809.

Ainda segundo o IBGE (2010), a cidade de João Neiva ainda é pouco evoluída no

sentido de oferecimento de educação, pois possui apenas 11 escolas de ensino

fundamental, 8 pré-escolas, 1 escola de ensino médio e apenas 1 de ensino técnico,

levando muitos alunos a buscarem formação acadêmica em municípios vizinhos.

6. Pesquisa

Através da pesquisa, mostramos como grande parte do trabalho foi desenvolvida,

uma vez que andamos pela cidade, tiramos fotos e chegamos a muitas conclusões

por meio das nossas observações. Todos esses recursos nos ajudaram enriquecer o

trabalho com mais conhecimento sobre a infra-estrutura do município.

Em nossas caminhadas pelo centro do município notamos que este é marcado

predominantemente pelo comércio e empresas de prestação de serviços, tornando o

centro o local com maior concentração de mão de obra e muito movimentado.

Contudo, suas ruas são muito estreitas, causando dificuldades para o

estacionamento de veículos e tráfego de pedestres. Os bairros do município ficam

em geral distantes do centro e nem todos possuem ruas pavimentadas, mas

possuem transporte circular público dentro deles.

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Ilustração 21 Fonte: Fotos tiradas pelo grupo. (2011) : Centro de João Neiva

Ao visitarmos a Prefeitura Municipal e as Secretarias de Obras, Agricultura e

Fazenda, encontramos muitas dificuldades para conseguir dados geográficos e

econômicos. Devido ao horário de funcionamento (8h às 11h e 12h30min às 16h),

não conseguíamos encontrar as pessoas que trabalham nessas áreas, mas quando

encontrávamos, elas não eram capacitadas o suficiente para responder as nossas

perguntas. Por esses motivos tivemos que nos esforçar mais para conseguir esses

dados em outras fontes e com isso despendemos mais tempo do que o necessário.

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Ilustração 22 Fonte: Foto tirada pelo grupo (2011): Prefeitura Municipal de João Neiva

Quando procuramos ajuda para a pesquisa na Secretaria Municipal de Cultura,

Juventude e Turismo, percebemos que as funcionárias tinham muita vontade de nos

ajudar, disponibilizando muitos materiais a respeito da Cultura e Turismo do

município, além de riquíssimas informações sobre o tema. Elas eram realmente

capacitadas para trabalhar naquele local, mesmo que inadequado como se pode ver

na foto abaixo.

Ilustração 23 Fonte: Foto tirada pelo grupo (2011): Sede temporária da Secretaria de Cultura

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Durante nossas pesquisas de campo, encontramos no Museu Ferroviário um grande

acervo histórico a respeito do desenvolvimento da cidade, contendo muitas fotos

antigas e até mesmo alguns objetos usados nas oficinas de reparo de vagões. O

fato de a cidade conter um Museu mostra que ela preza por suas origens e

tradições. Apesar de o mesmo ser bem antigo e necessitar de reformas, ele é muito

valorizado e faz parte do patrimônio cultural da região.

Ilustração 24 Fonte: Fotos tiradas pelo grupo (2011) : Museu Ferroviário

Observamos também que a cidade possui poucos pontos para lazer, alguns naturais

como cachoeiras e fazendas no interior, mas, pouquíssimos no centro como Trailers

e duas pizzarias que não possuem boa aparência e localização, pois os trailers

ficam ao lado do rio e uma das pizzarias fica em um bairro distante do centro. Saber

disso nos ajudou a pensar na sugestão de empreendimento mais acessível a todos

e que oferecesse algo além de comida e mesinha para sentar.

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7. A proposta de Empreendimento - “STRIKE”

Em nossas caminhadas por João Neiva, buscando fazer as pesquisas para o

trabalho, notamos a deficiência de locais diferenciados para o lazer dos jovens ou

até mesmo familiar, de forma que as pessoas fossem buscar em municípios vizinhos

tal forma de entretenimento.

Devido a essa deficiência, como João Neiva só dispõe de lanchonetes e pizzarias

sem nenhum outro tipo de atrativo, as pessoas vão buscar diversão principalmente

em Aracruz, por ser uma cidade vizinha e dispor de cinema e boliche.

Tomando como base essa carência, começamos a pesquisar na região sobre

empresas do ramo de entretenimento. Foi então que descobrimos um dos motivos

cruciais para a realização do projeto: o boliche de Aracruz havia fechado. O motivo

para tal acontecimento foi que o empresário, junto com um grupo de sócios, decidiu

abrir outro tipo de negócio, também pouco explorado na região, uma boate.

Outro ponto importante analisado foi o deslocamento que ocorria de João Neiva para

Aracruz, principalmente para o boliche. A partir dessas conclusões, observamos que

seria uma boa idéia a instalação de um deste na cidade de João Neiva, uma vez que

não atenderia apenas a população joãoneivense, como também a de Ibiraçú e até

mesmo a de Aracruz.

Para a execução desse projeto foram encontradas várias dificuldades. As

informações específicas sobre as maquinas e equipamentos usados nesse tipo de

empreendimento foram difíceis de encontrar, por não haver nenhum local que

ofereça serviços parecidos na região. Por esse motivo tivemos que tomar como base

as informações que colhemos na internet, e depois de muita pesquisa, adquirimos

as informações necessárias para a sugestão do projeto.

A sugestão foi levada as ruas para ver qual seria a opinião das pessoas e se teria ou

não aceitação. Fizemos pesquisa com 60 pessoas, questionando a aceitação do

empreendimento. Não foi surpresa a maciça aprovação (98,3%), a população ficou

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muito interessada e se mostrou muito receptiva quanto ao projeto, devido à

exiguidade de empreendimentos similares.

Tabela 1: Gráfico do resultado das Entrevistas.Fonte: Pesquisas realizadas pelo grupo. (2011)

Ilustração 25 Fonte: Foto tirada pelo grupo (2011) : Localização da Sugestão de empreendimento

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O projeto sugerido foi colocado em um local estratégico, próximo ao centro e

bastante amplo, facilitando o estacionamento dos carros. O mesmo compreende

uma área de boliche com 4 pistas com área de estar, área destinada à alimentação

(lanchonete e pizzaria) com música ao vivo e um espaço reservado para boate. De

início, funcionará 4 vezes por semana, visto que o projeto é uma novidade na região,

espera-se uma grande demanda.

A programação para o funcionamento é a seguinte:

• 5ª Feira – Quintaneja;

• 6ª Feira – Musica ao vivo e Boate depois das 22h;

• Sábado – Musica ao vivo e Boate depois das 22h;

• Domingo – Musica ao vivo;

Sugerimos o “Strike” com o objetivo de inovar, proporcionando mais diversão à

cidade de João Neiva e contribuindo para o seu desenvolvimento econômico.

Gastos médios previstos:

Tabela 2: CUB (Custo Unitário Básico) – Indicador dos custos da Construção Civil (Preço por M ² ).

900 M² - CALPADRÃO NORMAL PADRÃO ALTO

R$ 831.123,00 R$ 900.756,00Tabela 3: Cálculo segundo tabela do CUB

• Preço do Lote: R$ 300 mil. – (900 m²)

Tabela de gastos dos principais produtos:

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Tabela 4

Gastos Totais para o Levantamento do ProjetoLote R$ 300.000,00

Construção (média) R$ 865.939,50Material específico R$ 34.084,12

Total: R$ 1.200.023,62Tabela 5

Tabela 6 * Preço variável

• Gastos com Propaganda:

Outdoor: R$ 500,00

Produto Quantidade Preço unitário Total

Pista de Boliche 4 R$ 5.950,00 R$ 23.800,00

Forno semi-industrial 1 R$ 4.202,00 R$ 4202,00

Fogão 6 bocas

industrial

2 R$1653,56 R$3.307,12

Jogo de Mesa 15 R$ 185,00 R$ 2.775,00

Total: 34.084,12

Gastos mensais com pessoalServiços Quantidade Salário TotalGarçom 3 R$ 700,00 R$ 2.100,00

Cozinheira 3 R$ 750,00 R$ 2250,00Faxineira 1 R$ 600,00 R$ 545,00Musico - - * -Total: R$ 4.895,00

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Ilustração 26: Planta baixaFonte: Imagem reproduzida pelo grupo.(2011)

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Fonte: Imagens reproduzidas pelo grupo.(2011) Foto 27: Vista aérea do empreendimento

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8. Conclusão

Ao longo do trabalho tivemos a valorosa oportunidade de conhecer mais a fundo a

cidade de João Neiva. Descobrimos sobre seus laços históricos, os processos que

levaram uma antiga vila de italianos a se tornar hoje um município promissor com

23 anos de emancipação política. Encontramos informações ricas sobre suas

origens culturais, e dados atuais que constatam a grande evolução e crescimento

que a cidade vive hoje.

Apesar das dificuldades encontradas pelo grupo para se reunir, e trabalharem no

projeto, todos os integrantes levam informações riquíssimas e importantes para

crescimento pessoal e profissional dos mesmos, proporcionados pelas atribuições

que requer o trabalho.

Aprendemos o quanto é importante conhecer a história de uma cidade e suas

características peculiares para entender a realidade do Municipio. Conhecemos mais

sobre as funções e influencias que uma cidade, qualquer que seja seu porte, exerce

e sofre da região em que esta situada.

Tivemos a oportunidade de associar assuntos técnicos e geográficos, aprendidos

em sala de aula, com a realidade, abordando a temática do curso

‘Empreendedorismo”, servindo de laboratório e pratica para nossas duvidas e

conhecimentos.

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Bibliografia:

• João Neiva, Origem e desenvolvimento. A contribuição da EFVM. Autor Lucílio da Rocha Ribeiro -1992

• pt.wikipedia.org/wiki/João_Neiva

• Subsídios à história da imigração italiana nos municípios de Ibiraçú e João Neiva. Autor: Lucílio da Rocha Ribeiro – 1990

• www.joaoneiva.com

• www.joaoneiva.es.gov.br/

• www.panoramio.com