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Rose Mari Gaio Bianchi Sequência Didática – Elas só pensam em trabalho! A sequência didática foi realizada na Escola Básica Municipal Santo Antônio e no Centro Educacional Municipal Professor Juviliano Manoel Pedroso, situados no Município de Fraiburgo. O público-alvo, deste trabalho foram os alunos do 2° ano do Ensino Fundamental. A sequência didática teve início no mês de maio, quando foram trabalhadas diferentes versões da fábula: A Cigarra e a Formiga. Durante todo o ano, trabalhamos com os diversos gêneros do discurso e procuramos trabalhar os diversos componentes curriculares, contextualizando-os sempre à vivência diária dos alunos. Iniciamos a proposta com a leitura da poesia “A Cigarra e a Formiga” de José Paulo Paes. Como nossa intenção seria trabalhar as várias versões, levamos também: A Cigarra e a Formiga, de Monteiro Lobato e a versão de Ruth Rocha – Fábulas de Esopo. Após a leitura, conversamos muito sobre as características das fábulas, moral da história, estrutura dos textos (embora tenham o mesmo tema, os textos são escritos em formato diferente). Buscamos entender o significado de algumas palavras. Comparamos as três versões para identificar pontos convergentes e divergentes. Identificamos as diferentes formas de se tratar um mesmo problema, através da atitude da formiga em acolher ou expulsar a cigarra. Neste momento, abordamos os sentimentos de compaixão e acolhimento com os que sofrem de alguma forma. Exploramos nas imagens o contraste entre as estações: verão, outono e inverno…

Sequencia Didática - Formigas

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Page 1: Sequencia Didática - Formigas

Rose Mari Gaio Bianchi

Sequência Didática – Elas só pensam em trabalho!

A sequência didática foi realizada na Escola Básica Municipal Santo Antônio e no

Centro Educacional Municipal Professor Juviliano Manoel Pedroso, situados no Município de

Fraiburgo. O público-alvo, deste trabalho foram os alunos do 2° ano do Ensino Fundamental. A

sequência didática teve início no mês de maio, quando foram trabalhadas diferentes versões da

fábula: A Cigarra e a Formiga. Durante todo o ano, trabalhamos com os diversos gêneros do

discurso e procuramos trabalhar os diversos componentes curriculares, contextualizando-os

sempre à vivência diária dos alunos.

Iniciamos a proposta com a leitura da poesia “A Cigarra e a Formiga” de José Paulo

Paes. Como nossa intenção seria trabalhar as várias versões, levamos também: A Cigarra e a

Formiga, de Monteiro Lobato e a versão de Ruth Rocha – Fábulas de Esopo.

Após a leitura, conversamos muito sobre as características das fábulas, moral da história,

estrutura dos textos (embora tenham o mesmo tema, os textos são escritos em formato diferente).

Buscamos entender o significado de algumas palavras. Comparamos as três versões para

identificar pontos convergentes e divergentes. Identificamos as diferentes formas de se tratar um

mesmo problema, através da atitude da formiga em acolher ou expulsar a cigarra. Neste

momento, abordamos os sentimentos de compaixão e acolhimento com os que sofrem de alguma

forma. Exploramos nas imagens o contraste entre as estações: verão, outono e inverno…

Como desafio, os alunos receberam o poema de José Paulo Paes, em tiras de cartolinas e

propomos a ordenação do poema, recuperando o texto de memória e colocando em jogo as

estratégias de leitura. Na sequência, receberam o texto xerocado, em ordem aleatória dos versos,

os quais deveriam ser recortados e organizados em seu caderno. Alguns alunos precisaram

recorrer ao texto completo para organizar, porém muitos conseguiram organizá-lo apoiados

apenas na memorização e ou na coerência entre os versos.

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Exploramos bem as fábulas, tanto na oralidade quanto na escrita. No momento posterior,

os alunos ouviram atentamente um texto informativo sobre a vida das formigas. Os alunos foram

instigados a procurar no dicionário as palavras novas que apareceram durante a explanação do

texto (larvas, pupa, bolor).

Apresentamos também a leitura do livro “A Vida da Formiga” de Francisco Martins

Garcia. Conversamos sobre o que cada aluno já conhece sobre as formigas.

Na sequência das atividades, fomos até uma área verde, próximo à escola para que os

alunos observassem o trabalho das formigas.

Coletamos algumas formigas e construímos um formigueiro portátil utilizando areia, um

tubo de papelão, gazes e uma caixa de papelão. Lançamos questões desafiadoras aos alunos para

que elaborassem suas hipóteses:

- Como se alimentam?

- Será que elas gostam de água com açúcar?

-Por que as pessoas que gostam de doces são chamadas de “formigas”?

- Como elas estão se comportando dentro do pote?

- Estão fazendo pequenos túneis?

Observamos por uma semana a movimentação das formigas e relatamos coletivamente o

que aconteceu no formigueiro portátil.

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Propomos também a construção de uma maquete referente ao passeio que fizeram pelos

arredores da escola, utilizando argila, massinha de modelar, tinta guache e papel Paraná. Nesta

atividade aproveitamos para explorar as figuras espaciais de face arredondada: esfera, cone e

cilindro.

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A partir desta atividade, construiu-se um painel, onde todos os alunos puderam visualizar

o resultado do trabalho. Alunos de outras turmas foram convidados para prestigiar e compartilhar

as experiências vividas pelos alunos do segundo ano. Isso ajudou os alunos a perceberem a

importância de se preparar para a explanação para outros colegas.

O ponto alto dessa atividade foi o desenvolvimento da oralidade. Na atividade proposta

em que os alunos representariam a fábula com recorte, colagem e ou desenho, aproveitamos para

trabalhar as figuras planas.

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Na sequência das atividades, fomos até a biblioteca da escola. Entre muitos livros, os

alunos foram desafiados a separar os livros de fábulas, utilizando-se do conhecimento prévio,

para conseguir fazer a seleção.

Após a leitura individual, sugerimos a listagem das fábulas lidas em uma cartolina.

Propomos a tabulação das preferências das fábulas listadas, construímos uma tabela e um

gráfico.

Levantaram-se questionamentos sobre o gráfico como: Qual a fábula que recebeu maior

votação? E menos? Qual a diferença de votos entre a mais votada e a menos? Qual é o total?

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Após muita leitura e conversas sobre as fábulas, solicitamos aos alunos que escrevessem sua

própria fábula, enfatizamos que quando escrevemos, fazemos para outras pessoas lerem e

precisamos ser claros para que a mensagem seja entendida. Dentre muitas fábulas escritas pelos

alunos, selecionamos a fábula “O Tamanduá e a Formiga”, do aluno Kauã Henrique.

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Relatório do Terrário Portátil

1° dia – Para a tristeza dos alunos, observou-se que algumas formigas estavam mortas.

Discutiu-se a causa e os alunos concluíram que o pote estava muito fechado, pois colocamos

dentro de uma caixa de papelão conforme as instruções. Colocamos algumas folhinhas verdes e

um pouco de água e enquanto trabalhávamos as formigas cavavam pequenos túneis.

2° dia – Um aluno coletou mais algumas formigas no jardim de sua casa e trouxe para

reforçar o trabalho. Colocamos no pote, porém desesperadamente elas começaram a sair pelos

buraquinhos da gaze e na tentativa de colocá-las no pote novamente, levamos algumas picadas

na mão. Fomos até o pátio buscar folhas e um pouco de água com açúcar para alimentá-las. Os

alunos questionaram o porquê que a picada das formigas doeu e coçou muito, diante deste

questionamento, sugeri como lição de casa, a pesquisa em site, jornais, revistas para o dia

seguinte.

3º dia – Entusiasmo! Os alunos trouxeram o resultado da pesquisa e nos contaram que

as formigas não picam, liberam um ácido fórmico em sua saliva para se defender, é isso que

causa a dor e coceira que sentimos. Um dos alunos relatou que sua mãe lhe ensinou a lavar com

água e sabão ou colocar água com sal, que ameniza a dor.

Após o relato, fomos observar o nosso formigueiro e percebemos que as formigas

construíram poucos caminhos, trocamos a gazes por durex largo e perfuramos com clips, para a

entrada de ar. Neste dia não colocamos folhinhas, apenas um pouco de água e migalhas de pão.

O tema despertou tanta atenção dos alunos que os olhares se dirigiam sempre às formigas

andando pelo pátio e tentando atraí-las para colocá-las no nosso formigueiro. A disputa é grande

na hora do intervalo, pois todos querem segurar o formigueiro para mostrar a outros colegas.

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4º dia- Que alegria ao chegarmos à sala de aula, as formigas passaram o final de semana

trabalhando muito, os túneis estavam maiores. Observamos também que elas comeram as

folhinhas e as migalhas de pão. Providenciamos mais comida, fomos até o terceiro ano para

mostrar o formigueiro e contar nossa experiência. Um aluno sugeriu que alguém trouxesse uma

lupa, pois desta forma a visualização seria melhor.

5° dia - Para a surpresa de todos, providenciamos uma lupa. Os alunos conseguiram ver melhor

os túneis e constataram que aumentou o número de formigas mortas. Na formação do túnel

identificaram a letra “D”, relacionando com a letra cursiva que eles usam no dia a dia. Um aluno

sugeriu que fosse escolhido um nome para nosso formigueiro e que este deveria iniciar com a

letra ”D”. Houve várias sugestões como: Dino, Drácula, Drino....

Em meio à discussão, um aluno sugeriu que o nome deveria ser DORMIGA e justificou:

“ Profe, tira o F de formiga e coloque o “D”: dor, porque muitas formigas morreram e amiga

porque elas ficaram nossas amigas”. Os nomes sugeridos foram colocados no quadro branco para

a votação. Unanimemente, Dormiga venceu com aplausos!

Devido à morte de muitas formigas resolvemos soltá-las. Não foi possível irmos até o

local da coleta, porque choveu bastante durante todo o período.

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Para construirmos nosso formigueiro, seguimos as seguintes orientações:

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Trabalhando com imagens e escrita na identificação das fábulas:

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Ao término desta etapa, foi possível concluir que as práticas pedagógicas planejadas

por meio de sequências didáticas proporcionaram aprendizagem de uma maneira

prazerosa, estimulando a pesquisa e tornando o conhecimento mais significativo.