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Projeto “Nós propomos! Cidadania e Inovação
na Educação Geográfica”
Escola Secundária da Sertã
“Sertã: um olhar sobre a floresta!”
Lisboa, 2 de maio de 2017
Ana Alves, Ana Mendes, Diogo Matias, Francisco Pereira, João Costa, Matheus Duarte, Tatiana Vaz; 11ºC e 12ºCProfessora orientadora: Ilda Bicacro
Questões de investigação
Quais os principais
problemas da floresta
no território nacional
e no concelho da
Sertã?
Qual a importância da
atividade florestal na
Sertã?
Que possíveis soluções
podem atenuar certos
problemas florestais?
Fundamentação do temaSertã – Grande parte do
concelho é ocupado por área
florestal
Importância:
Consciente deste impacto da floresta e
das atividades florestais no concelho, e
da importância das mesmas no
desenvolvimento e dinâmicas rurais, o
grupo considerou pertinente a
abordagem do tema.
Económica
(múltiplos postos de
trabalho –
especialmente
produção de madeira)
Cultural
(promoção do
contacto com a
natureza)
Ambiental
(preservação da
biodiversidade)
Fig. 1 - Vista aérea da Sertã
MetodologiaReportagens fotográficas;
Pesquisa webgráfica no site da Câmara Municipal da Sertã e no do Gabinete Florestal;
Entrevista à Engenheira Cristina Nunes, técnica do Gabinete Florestal;
Entrevistas informais a agricultores locais;
Análise de relatórios e planos sobre a floresta do concelho da Sertã;
Consulta de legislação referente ao ordenamento da floresta.
Fig. 2 - Grupo em trabalho de campo
Localização
Área: 453,13 km²
População (2011): 15 880
Freguesias: 10
NUT III: Médio Tejo
Fig. 4- NUT III Médio Tejo
Fig. 3- Identificação da Sertã no mapa de Portugal
Caracterização da floresta (Sertã)
Fig.5 - Ocupação das principais espécies florestais na Sertã (2007)
o Predomínio de propriedades pequenas e médias;
o Principais espécies arbóreas (2007): Eucalipto
comum (62,04%), Pinheiro-bravo (37,54%),
Sobreiro (0,31%) e Carvalhos (0,10%).
o Algumas espécies arbustivas: Giesta-amarela,
giesteira-das-serras, carqueja, esteva.
Em 2007, 78% do solo do concelho da
Sertã estava ocupado por espaços
florestais.
Classesde área
florestal (ha)
Área Explorações
ha % Nº %
]0,5] 31.003 18.1% 17.728 73.1%
[5,10[ 23.648 13.8% 3.475 14.3%
[10,20[ 24.183 14.1% 1.769 7.3%
[20,50[ 26.100 15.3% 938 3.9%
[50,100[ 10.078 5.9% 158 0.7%
>=100 56.034 32.8% 174 0.7%
TOTAL 171.046 100% 24.242 100%
Tabela 1 - Distribuição relativa do número de explorações com floresta e
da respetiva área da floresta, por classes de área florestal., Sertã
Segundo a técnica do Gabinete Florestal da Sertã, Cristina Nunes, a floresta da Sertã, e a
floresta nacional em geral, apresentam alguns problemas.
o Desorganização da estrutura fundiária
(tabela 1);
o Risco de incêndio – falta de limpeza de matas,
fenómenos meteorológicos extremos;
Principais problemas da floresta
Incumprimento do Decreto-Lei nº.
17/2009, de 14 de janeiro - “A
limpeza dos terrenos é obrigatória
nos 50 metros circundantes a
qualquer edificação ou instalação.”
o Desordenamento da floresta - Abandono das
propriedades, desconhecimento da localização
das mesmas, falta de qualificação dos
proprietários;
o Aumento da área de eucaliptos.
Principais problemas da floresta
❖ Esgotamento dos solos;
❖ Diminuição das reservas
hídricas.
Fig .6 -Entrevista com a Eng.ª Florestal, Cristina Nunes
Fig.7 - Trabalho de campo
Entrevistas aos agricultoresQuestões da entrevista aos agricultores:
1- É agricultor a tempo inteiro ou parcial?
2 - Qual a importância da floresta na sua vida?
3 - Há quanto tempo trabalha na atividade florestal?
4 - Na sua opinião, a área florestal está bem
aproveitada?
5 - Considera que a floresta está protegida?
6 - A Câmara Municipal oferece os apoios suficientes?
7 - Tem total conhecimento da dimensão do seu terreno
florestal?
8 -Sabendo que o trabalho na floresta tem muitos
riscos, qual é a sua maior preocupação?
9 - Quais são os seus grandes problemas na exploração
do pinhal?
10 - Tem alguma plantação de eucaliptos ou pinheiros?
10.1- Se sim, acha mais rentável uma plantação de
eucaliptos ou de pinheiros?Fig.8 - Respostas das entrevistas aos agricultores
Entrevistas aos agricultoresTodos os entrevistados são
agricultores a tempo parcial e todos
consideram a floresta uma essencial
fonte de recursos necessários para o
ser humano.
A maioria dos interrogados afirmou
que a floresta não está bem
aproveitada, nem protegida, devido,
em grande parte, à falta de limpeza dos
terrenos.
Deste problema, surge a maior
preocupação dos riscos que a
atividade florestal acarreta,
reconhecida pelos quatro agricultores:
os incêndios.Fig.8 - Respostas das entrevistas aos agricultores
Entrevistas aos agricultoresO risco de incêndio, associado à
demora do crescimento das espécies
e portanto, do lucro desejado,
constituem um dos principais
problemas da exploração do pinhal.
A quase maioria dos inquiridos, apesar
de afirmar possuir plantações de
eucalipto e pinheiro-bravo, admitem
ser o eucalipto a espécie mais
rentável, contudo com mais custos
para o ambiente.
Diferentes perspectivas encaradas pelos
agricultores sobre o rendimento dos
terrenos florestais: prós e contras da
plantação das duas espécies (ambiente e
lucro), levam à divergência das opiniões. .Fig.8 - Respostas das entrevistas aos agricultores
Nós Propomos!I. Criação de um organismo semelhante a uma zona de intervenção
florestal (ZIF)*, no concelho da Sertã.
Área territorial unicamente florestal, contínua e
delimitada, em cada freguesia do concelho
Desenvolvida sob as diretrizes de
um plano de gestão próprio, posto
em prática por uma entidade
gestora. Criação partiria de grupo fundador de
proprietários e/ou produtores florestais
(possuidores de pelo menos 5% dos terrenos). A
estes juntar-se-iam os restantes proprietários que
desejassem aderir ao organismo.
*As ZIF foram instituídas pelo Decreto - Lei nº 127/2005 de 5 de
agosto, alterado pelo Decreto-Lei nº 15/2009, de 14 de janeiro e, mais
tarde modificado pelo Decreto-Lei nº 27/2014, de 18 de fevereiro.
Fig
ura
9 –
Tra
balh
o d
e cam
po
Grupo fundador
+ restantes proprietários
Eleição do
núcleo gestor
Núcleo Gestor - dirigir as
atividades ligadas à silvicultura e
exploração florestal, depois de
uma correta inventariação de
todos os terrenos florestais
agregados.
Contrariamente às ZIF:
auxílio, contudo não direto,
da CM e Juntas de Freguesia
Tendo em conta a dimensão do concelho, considerar-
se-ia a superfície mínima para a criação deste projeto,
de 200 hectares, podendo esta ser alterada conforme a
situação. O número mínimo de proprietários agregados
seria estipulado pelas entidades municipais, mais
conhecedoras desta situação.
Fig.10 – Grupo com a entrevistada, a Eng.ª Florestal, Cristina Nunes
Principais vantagens da criação deste organismo:
Maior facilidade de elaborar e pôr em prática formas tecnicamente adequadas de
gestão;
Mais defesa das florestas contra agentes bióticos e abióticos, problemas fitossanitários;
Diminuição o risco de incêndio;
Proporcionar uma gestão potenciadora de maiores receitas para os respetivos proprietários/produtores florestais.
Fig. 11 - Gorgulho do eucalipto (Problema
fitossanitário)
Fig. 12- Parte de uma área florestal, na vila da
Sertã
Nós Propomos!II. Criação de um “banco” municipal* que promova a limpeza dos terrenos
florestais, especialmente os mais próximos de habitações.
Organismo agregaria trabalhadores agrícolas que se
disponibilizassem para a realização deste mesmo
trabalho e que, seriam contratados por eventuais
proprietários que, apesar de desejarem a limpeza das
suas propriedades, não teriam conhecimento ou
disponibilidade para o executarem.
Câmara Municipal funcionaria
apenas como um intermediário
entre contratante e proprietário.❖ Existência de rendimentos complementares -
melhor nível de vida dos trabalhadores;
❖ Atenuar os problemas da falta de limpeza dos
terrenos.* Durante a realização do trabalho, o grupo descobriu a existência de um organismo, a
APROFLORA, com uma atuação semelhante. Todavia, o facto de se considerar a Câmara
Municipal como um importante aliado e ator nos problemas da gestão florestal, decidiu-se
continuar com a proposta.
Fig
. 13 -T
rabalh
o d
e cam
po
“Nós Propomos!”III. Desenvolvimento, por parte das entidades municipais, de campanhas de sensibilização
que promovam a plantação de espécies mais “amigas do ambiente”.
Promoção da plantação de espécies como o
pinheiro-bravo ao invés de espécies como o
eucalipto.
Eucalipto tem vindo a aumentar a sua área de
plantação.Novas alterações na nova Reforma Florestal,
atualmente em debate, proposta pelo ministério
da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento
Rural, liderado por Luís Capoulas dos Santos.
Fig
.14 -
Gru
po n
a en
trevista à
Eng
ª
Flo
restal
WebgrafiaPara a realização do trabalho foram visitadas as seguintes fontes:
o http://cm-serta.pt/index.php/pt/viver/m-floresta/122-cat-floresta/366-fauna-flora-arvores-interesse-
publico;
o https://dre.pt/application/dir/pdf1sdip/2014/02/03400/0146401479.pdf;
o http://www.aflomacao.pt/zif.htm;
o http://cm-serta.pt/index.php/pt/viver/m-floresta/122-cat-floresta/368-floresta-planos.