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SOCIOLOGIA AUGUSTE COMTE, EMILE DURKHEIM, MAX WEBER, KARL MARX. Rogério José Pereira, FMU Educação Física.

Sociologia, os 4 principais idealizadores

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SOCIOLOGIA

AUGUSTE COMTE, EMILE DURKHEIM, MAX WEBER, KARL MARX.

Rogério José Pereira, FMU Educação Física.

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Auguste Comte, pai da sociologia

O positivismo foi a primeira corrente teórica sistematizada de pensamento sociológico,

a primeira a definir com precisão o objeto, estabelecer conceitos e métodos de

investigação, Auguste Comte foi seu principal sistematizador.

O positivismo derivou do cientificismo (conhecimento científico como absoluto). Seus

conhecimentos pretendiam substituir as explicações teológicas , filosóficas e de senso

comum por meio das quais, até então, o homem explicava a realidade.

O positivismo também foi chamado de organicismo, pois a própria sociedade foi

constituída como um organismo constituído de partes integradas e coerentes que

funcionavam em harmonia, segundo um modelo físico e mecânico.

Conclui-se portanto, que o principio teórico desse pensamento foi, a tentativa de

constituir seu objeto, pautar seus métodos e elaborar seus conceitos se baseando nas

ciências naturais , procurando chegar na mesma objetividade e mesmo êxito nos

fenômenos estudados.

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Auguste Comte, pai da sociologia

Comte formulou uma lei histórica de três estágios:

• Estágio teológico, quando recorria às ideias de deuses e espíritos para explicar os fenômenos naturais.

• Estágio metafísico, caracterizado por fundamentar o conhecimento em abstrações - como essências, causas finais ou concepções idealizadas da natureza.

• Estágio positivo, que pressupõe a admissão das limitações do entendimento humano. Para ele, a razão não é capaz de operar a não ser pela via da experiência concreta. Todo esforço da ciência e da filosofia deveria se restringir, portanto, a encontrar as leis que regem os fenômenos observáveis. 

• Comte dividiu a sociedade em dois movimentos: Movimento dinâmico (fator de progresso): que estudaria o progresso (a industrialização e o avanço das ciências)

• Movimento estático (fator de permanência e harmonia): que estudaria a ordem (as instituições sociais: família, igreja, forças armadas, leis, estado). Daí surge o lema "ordem e progresso", que figura na bandeira brasileira por inspiração comtiana.

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Emile Durkheim (1858-1917)

Foi um dos primeiros grandes teóricos, sua preocupação foi definir precisamente o objeto, o

método e as aplicações da nova ciência, em uma de suas obras em 1895, definiu com

clareza o objeto da sociologia “os fatos sociais”, são três características que distinguem os

fatos sociais, são elas:

1ª- coerção social: força que os atos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-

se às regras da sociedade em que vivem, independente de sua vontade ou escolha. A

coerção social se torna evidente pelas sanções que podem ser legais e espontâneas.

Legais são sanções prescritas pela sociedade, sob forma de leis, nas quais se estabelece a

infração e penalidade subsequente.

Espontâneas são as que aflorariam uma conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da

sociedade à qual o indivíduo pertence.

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Demais Características e Objetividade (Durkhieim)

2ª É que são exteriores aos indivíduos, eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou adesão consciente.

3ª É a generalidade. É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos na

maioria deles.

Objetividade do fato social: para Durkheim assim como no positivismo, o pesquisador deveria manter

distância e neutralidade em relação aos fatos, deveria deixar de lado suas pré-noções ou seja, seus valores e

sentimentos em relação aos fatos, exige também a não interferência do cientista com o fato observado.

Ele pretendia com esse rigor, garantir o sucesso da sociologia como ciência, rompendo as ideias e o senso

comum, que interpretava de forma vulgar a realidade social.

Para apoderar-se dos fatos sociais, o cientista deve identificar, dentre os acontecimentos gerais e repetitivos,

aqueles que apresentam características exteriores comuns. Vemos que os fenômenos devem ser sempre

considerados em suas manifestações coletivas, distinguindo-se dos acontecimentos individuais ou acidentais.

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Sociedade: um organismo em adaptação (Durkheim)

Para Durkheim a sociologia além de explicar a sociedade, também tinha finalidade de encontrar

soluções para a vida social. Assim como todo organismo vivo a sociedade apresentaria estados

normais e patológicos:

Fatos sociais normais são aqueles que não atrapalham os limites dos acontecimentos mais

gerais de uma determinada sociedade, e que reflete as condutas e valores aceitos pela maioria

da sociedade.

Fatos sociais patológicos são aqueles que se encontram fora dos limites permitidos pela

ordem social e pela moral vigente.

A generalidade de um fato social, é garantida de normalidade na medida que representa o

consenso social, vontade coletiva ou acordo de um grupo sobre determinada questão.

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A consciência coletiva (Durkheim)

Durkheim pretende demonstrar que os fatos tem existência própria, independentemente do

que pensa e faz cada indivíduo em particular.

“Consciência coletiva é o conjunto de crenças e sentimentos comuns a média dos

membros de uma mesma sociedade”. se baseia na consciência espalhada por toda a

sociedade, ela que revela o tipo psíquico da sociedade, que atribuiria aos indivíduos e

passaria através das gerações.

É a forma vigente na sociedade, em certo sentido. Ela aparece como um conjunto de regras

fortes e estabelecidas que atribuem valor e delimitam os atos individuais, também define o

que é imoral, reprovável ou criminoso.

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Morfologia social (Durkheim)

É a classificação das espécies sociais numa referência as espécies estudadas na biologia. Durkheim considerava que todas as sociedades haviam evoluído a partir da horda, ou seja, da forma social mais primitiva, onde os indivíduos se assemelhavam a átomos, justapostos e iguais.

Guiado pelo procedimento de que o trabalho de classificação fosse uma apurada observação experimental, estabeleceu a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica como motor de transformação de toda e qualquer sociedade.

Solidariedade mecânica era aquela que predominava nas sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam por meio da família, religião, tradição, costumes, permanecendo autônomos referindo a trabalho social.

Solidariedade orgânica típica das sociedades capitalistas onde os indivíduos se tornam interdependentes pela acelerada divisão do trabalho social, isso garante a união social no lugar dos costumes e tradições. Cada um se especializa numa atividade e desenvolve autonomia pessoal.

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Durkheim e a sociologia científica

Ele se diferenciou dos estudos positivistas porque seus estudos não ficaram

somente na reflexão, mas sim através de métodos, análises e pesquisas,

realizou estudos sistemáticos e metodológicos sobre a sociedade.

Procurou estabelecer limites e diferenças entre particularidades e a natureza

dos acontecimentos filosóficos, históricos, psicológicos e sociológicos.

Elaborou um conjunto coordenado de conceitos e de técnicas de pesquisa que,

embora norteado por princípios das ciências naturais, guiava o cientista para o

discernimento de um objeto de estudo próprio e dos meios adequados para

interpretá-lo.

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Max Weber (1864-1920), principais ideias

Max Weber foi o grande sistematizador da sociologia alemã , uma

característica marcante do pensamento alemão é a diversidade enquanto o

francês e inglês para a universidade. Para Weber, a pesquisa histórica é

essencial para a compreensão das sociedades.

O homem passou a ter significado e especificidade. É o homem que da sentido

a sua ação social; estabelece conexão entre motivo da ação e a ação

propriamente dita e os efeitos.

Weber opõe-se a Durkheim que afirmava “determinadas pessoas nascem

naturalmente superiores a outras, portanto não haverá forma de alterar essa

realidade”

Explica que a pesquisa histórica é fundamental para o entendimento das

sociedades e que a coleta de dados e o esforço na interpretação das fontes

permite entender as diferenças.

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Max Weber e seu método compreensivo

• Seus estudos não foram influenciados pelos ideais políticos, muito menos pelo

racionalismo positivista (Auguste Comte)

• Teoria de grande importância, pois, buscou compreender os fatos através de análise

históricas e sociais que são qualitativas.

• A formação social e histórica deve ser respeitada; o conhecimento histórico busca

evidências e é um poderoso instrumento para o cientista social.

• Weber combina duas perspectivas: a histórica , que respeita as particularidades de

cada sociedade; e a sociológica que ressalta os elementos mais gerais de cada

processo histórico.

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Max Weber e seu objeto de estudo

• A ação social “É o objeto de investigação, conduta humana dotada de sentido, de uma justificativa

subjetivamente elaborada”.

• Na visão de Max Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das  ações sociais, e fazê-lo é encontrar

os nexos causais que as determinam. Pode ser resumida em quatro ações fundamentais, a saber:

• 1ª Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um fim e este é,

então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim;

• 2ª Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o valor, seja este

ético, religioso, político ou estético;

• 3ª Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura,

paixão, inveja, medo, etc., e

• 4ª Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados. (Observe que

as duas últimas são irracionais).

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Papel do cientista, organização do estudo (Weber)

A tarefa do cientista é a de descobrir os possíveis sentidos das ações humanas; um

indivíduo age segundo sua motivação e consciência; há um grau significativo de

interdependência entre os indivíduos; a atitude compreensiva permite ao cientista

atribuir aos fatos um sentido social e histórico.

Weber rejeita as proposições positivistas, evolucionismo, o isolamento (ou prenoção

pelo cientista), pois, o cientista também age segundo seus motivos.

Para Weber cada indivíduo age levado por um motivo que é dado pela tradição, por

interesses racionais ou pela emotividade.

O motivo que aparece na ação social permite desvendar seu sentido, que é social na

medida em que cada indivíduo age por conta da resposta de outros indivíduos.

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Weber

É o indivíduo que, por meio dos fatores sociais e de sua motivação, produz o sentido da ação social.

Mas não significa que consiga prever as consequências da ação. Não significa também que a análise

sociológica se confunda com a análise psicológica.

Por mais individual que seja uma ação, o fato de agir levando em consideração o outro, da a ela um

caráter social.

Weber distingue a ação social da relação social. Por exemplo: um sujeito pede uma informação a outro

esta estabelecendo uma ação social. Para que haja relação social é preciso que o sentido seja

compartilhado, por exemplo: numa sala de aula onde o objetivo de vários indivíduos é compartilhado.

Portanto para a sociologia de Weber, os acontecimentos que integram a sociedade tem origem nos

indivíduos. A meta só cientista é buscar os nexos causais que deem o sentido da ação social.

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Karl Max (1818-1883)

Com objetivo de entender o capitalismo, produziu obras de filosofia, economia e sociologia. Sua intenção não era somente contribuir para a ciência, mas também para a transformação politica e social.

Ideia de alienação , A industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separou o trabalhador dos meios de produção, que se tornaram propriedade privada do capitalismo, separava ou alienava também o trabalhador do fruto de seu trabalho , que também é apropriado pelo capitalista, essa é a base de alienação do homem sobre o capital.

Politicamente também o homem se tornou alienado, pois o principio de representatividade, base do liberalismo, criou a ideia de estado como órgão politico imparcial, capaz de representar a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos indivíduos. Porém na sociedade de classes o Estado representa apenas a classe dominante e age conforme seus interesses.

Karl Max propôs não apenas um novo método de abordar a sociedade, mas também um projeto para a ação sobre ela.

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Karl Max, as classes sociais

As ideias liberais consideravam o homem, por natureza, iguais política e juridicamente. Liberdade e

justiça eram direitos inalienáveis de todo cidadão. Max por sua vez, diz que tal igualdade natural não

existe, e observa que o liberalismo vê os homens como átomos como se estivessem livres das

evidentes desigualdades estabelecidas pela sociedade. As desigualdades são a base da formação das

classes sociais.

Max identificou a relação de exploração da classe dos proprietários (burguesia), sobre a classe dos

trabalhadores (proletariado). Isso porque a posse dos meios de produção pela propriedade privada, faz

com que os trabalhadores vendam sua força de trabalho para assegurar a sua sobrevivência.

Origem do capitalismo na produção artesanal da idade media, o trabalhador mantinha em casa os

instrumentos de produção. Aos poucos esses passaram para as mãos de indivíduos enriquecidos, que

organizaram oficinas. A revolução industrial introduziu inovações técnicas que aceleram a produção,

que contribuiu para a separação entre trabalhador e instrumentos de produção.

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Karl Max, salário, trabalho, valor e lucro

o operário como nada possui, é obrigado a vender sua força de trabalho. No capitalismo a força de trabalho se torna uma mercadoria. O salario é assim o valor da força de trabalho considerada como mercadoria.

O salario deve corresponder à quantia que permitia ao trabalhador alimentar-se, vestir-se, cuidar dos filhos, recuperar as energias e, assim estar de volta no dia seguinte, resumindo, o salário deve garantir a reprodução das condições das condições do trabalhador e de sua família.

Trabalho, valor, lucro. Os economistas ingleses já haviam postulado que o valor das mercadorias dependia do tempo de trabalho gasto na sua produção. Max acrescentou que esse tempo de trabalho se estabelecia em relação às habilidades individuais médias e as condições técnicas vigentes na sociedade. Por isso dizia que no valor de uma mercadoria, era incorporado o tempo de trabalho socialmente gasto na sua produção.

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Karl Max, a mais valia, relações politicas

Segundo Max, a mais valia era uma exploração capitalista sobre os trabalhadores, onde era destinado ao trabalhador apenas uma pequena porcentagem do que era produzido. Resumindo, era a diferença entre o salario recebido por um funcionário e o valor que ele produziu.

Mais valia absoluta, quando um trabalhador produz em 4 horas o suficiente para garantir seu salário, quando a jornada é de 8 horas, as 4 horas restantes vai para o proprietário.

Mais valia relativa, aumento da produtividade através de processos tecnológicos, novas maquinas grandes quantidades em menos tempo, isso aumenta o lucro e o salario dos trabalhadores é pago em menos dias.

As relações politicas, as condições específicas geradas pela industrialização tendem a impulsionar a sua organização politica para a ação, através dos interesses comuns da classe trabalhadora. Portanto essa classe sofrendo progressivo empobrecimento em relação a exploração, acaba por se organizar politicamente.

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Karl Marx, materialismo histórico

Marx parte do princípio de que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam

a produção social de bens. A produção social segundo ele engloba 2 fatores básicos: as forças produtivas e as

relações de produção.

Forças produtivas constituem as condições materiais de toda a produção. Qualquer processo de trabalho implica

em matérias-primas identificadas e extraídas da natureza e determinados instrumentos como ferramentas e

máquinas, etc... A cada forma de organização de forças produtivas corresponde uma de ralação de produção.

Relações de produção são as formas pelas quais os homens se organizam para executar uma atividade

produtiva. Essas relações se referem as diversas maneiras pelas quais são apropriados os elementos envolvidos no

trabalho como matéria-prima, instrumentos e a técnica, e o próprio trabalhador e produto final.

As relações podem ser: cooperativas (mutirão), escravistas (antiguidade), servis ( Europa feudal),

capitalista( indústria moderna.