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Tutorial de Ukulele Textos compilados por Fernando Anselmo “A educação é do tamanho da vida. Não há começo, não há fim. Só travessia” Rubem Alves 16 de julho de 2016 Versão 1.0

Tutorial para Ukulele

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Tutorial deUkulele

Textos compilados por Fernando Anselmo

“A educação é do tamanho da vida.Não há começo, não há fim. Só travessia”

Rubem Alves

16 de julho de 2016

Versão 1.0

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1.0 Introdução

Antes de começarmos quero deixar bem claro que nenhum desses textos que estão compilados aqui sãomeus, todos foram buscados em diversos sites na Internet e não é minha intenção assumir a autoria denenhum deles.

O que fiz foi simplesmente reunir, simplificar alguns conceitos e deixar em uma ordem clara para que uminiciante pudesse facilmente entendê-los. E acredito que a mudança será constante pois estamos sempremelhorando, minhas observações e novos aprendizados serão colocados no meu blog "Um Violinista noTelhado" e pode-se dizer que ambos são complementares.

Blog "Um Violinista no Telhado" – http://fanselmo.blogspot.com/

Abraços Fernando Anselmo

Parte 1 – HistóriaTutorial de Ukulele Pág 2

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1.1 As Origens dos Instrumentos de CordasOs instrumentos de cordas, começaram provavelmente a sua existência a partirdos Arcos e Flechas na Antiga Antiguidade. Temos os Estudos de Escalas dePitágoras datados de 500 A.C. na Grécia Clássica. Objetos Musicais, Afrescos eEstátuas, entre outros achados arqueológicos, tem suas origens nas civilizaçõesEgípcia, Hitita, Grega, Romana, Búlgara, Gandaresa, Turca, Chinesa eArménica/Siliciana, e estão presentes nos mais diferentes museus do planeta.

A luthieria ou liuteria é uma profissão artística que engloba a produção artesanalde instrumentos musicais de corda com caixa de ressonância. Tais palavrastiveram origem da construção do alaúde, que em italiano se chama liuto; portanto,liutaio significa aquele que faz alaúdes.

Tradicionalmente são instrumentos puramente acústicos, cujo som é amplificadonaturalmente pela caixa de ressonância de madeira. No entanto, existeminstrumentos amplificados eletronicamente, através de captadores ou microfones.

Assim como as guitarras elétricas, os violinos eletrificados não necessitam de caixa de ressonância.Alguns possuem corpo maciço e outros nem possuem corpo, mas apenas molduras para a sustentaçãodas cordas.

1.2 História do UkuleleO Ukulele tem sua origem no século XIX tendo como ancestrais a Braguinha ouMachete e o Rajão, instrumentos levados pelos madeirenses, nomeadamente JoãoFernandes, quando estes emigraram para o Havaí para trabalhar no cultivo da cana-de-açúcar naquelas ilhas.

Quando o Navio SS Ravenscrag chegou a Honolulu na tarde de 23 de Agosto de1879, levava 419 imigrantes portugueses a bordo, provenientes da ilha da Madeira(Portugal). Entre eles encontram-se cinco dos nomes que ficaram ligados à história daintrodução do instrumento no Havaí: dois tocadores (João Fernandes e José LuisCorreia) e três Luthieres (Manuel Nunes, Augusto Dias e José do Espírito Santo).

De acordo com um relato da revista "Paradise of the Pacific", de Janeiro de 1922, ao desembarcar, JoãoFernandes, então com 25 anos, trazia na mão a Braguinha, uma versão madeirense do cavaquinho, comque entretivera os demais companheiros na longa viagem. Para celebrar o fim da viagem de 4 meses e15.000 milhas, pulou do navio e começou a tocar modinhas típicas da sua terra natal. Os havaianos,impressionados com a velocidade com que os dedos de João percorriam o instrumento, chamaram este deUkulele, que traduzido significa “pulga saltitante”.

Uma outra história conta que o som do Ukulele encantou o rei havaiano Kalakaua, que requisitavaconcertos com frequência aos seus súditos. Um dos assistentes do rei tocava o tal “violão português” demaneira muito ágil, e como seu apelido perante o rei era Ukulele (que significa “pulga saltitante” emhavaiano), terminou batizando sem querer o instrumento.

Seguidamente, João Fernandes generalizou o seu uso em danças, festas e serenatas locais tendo depoisformado um conjunto com Augusto Dias e José Luis Correia. A Gazeta Havaiana dizia na época: “umabanda de portugueses, composta por insulares da Madeira, chegou aqui recentemente, tem deliciado aspessoas com concertos noturnos pelas ruas. Os músicos são verdadeiros artistas com os seus estranhos

instrumentos, os quais são um tipo de mistura entre uma viola e umbanjo, mas que produzem uma música muito doce nas mãos dostrovadores portugueses”.

A par de Manuel Nunes – com oficina aberta logo a seguir à suachegada e documentada desde 1884 –, Augusto Dias abre uma lojapara fabricar e vender o Ukulele e o mesmo faz José do Espírito Santo,em 1888. Estes três primeiros passaram a utilizar as madeiras locaisde kou e koa, com as quais construíram alguns instrumentos de muitoboa qualidade.

De acordo com o ‘Ukulele Guild of Hawai’i1, o primeiro instrumento,uma “braguinha” (típica da ilha de Madeira) chegou ao Havaí em 1879 a bordo do navio Ravenscrag, queveio direto de Madeira. Duas semanas depois de chegarem, o jornal local reportava que “Madeirenses

1 Em http://ukuleleguild.org/

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recém-chegados aqui têm encantado a população com concertos noturnos de rua, (…) com uma músicadoce, feita num instrumento que é uma mistura de violão com banjo”. Manuel Nunes, José do EspíritoSanto e Augusto Dias, marceneiros e músicos que estavam no Ravenscrag, resolveram então começar aconstruir o instrumento utilizando a madeira disponível nas ilhas na época, a koa, e comercializá-lo. A koadava ao instrumento uma sonoridade peculiar e aos poucos o instrumento foi se “modificando” até chegarao que é hoje. Os três portugueses são considerados os pais do Ukulele.

Seu sucesso no Havaí surgiu devido ao fascínio da família Real havaiana, o que fez com que ele setornasse popular para todas as classes da ilha. No início do século XX, ja era considerado símbolo doHavaí. Hoje, o instrumento já se popularizou como “identidade havaiana”, sempre acompanhaapresentações de hula (esta sim, uma dança nativa havaiana), em geral na variante Ukulele elétrico. Ésem dúvida a maior contribuição portuguesa à cultura das ilhas do Pacífico.

Em meados de 1907, F. H. Martin já testava os primeirosUkuleles, o registro mais antigo é de 10 de dezembro do mesmoano. Porém estes primeiros não foram muito bem aceitos,acredita-se que pelo fato deles terem sido feitos muito parecidoscom os violões (na sonoridade, não na aparência). Eles nãoproduziam o som leve (e saltitante) característico do Ukulele.

Devido a isso, o "Projeto Ukulele" da Martin ficouna gaveta por 10 anos e só saiu quando acompanhia percebeu que uma febre peloinstrumento havaiano estava tomando conta dosEstados Unidos. Dessa vez a companhia nãoerrou, embora as dimensões do instrumentotenham sido as mesmas usadas na versão

anterior, agora o mogno tomou conta do instrumento, as espessuras diminuíram entre outros(esse resultado é o mesmo que são vistos atualmente nos Ukuleles da Martin, que estãoentre os melhores de todos os tempos).

Em 1920 a Martin começou a trabalhar com a tradicional madeira koa havaiana, que osdeixou com um som mais brilhante e nítido, exatamente como os ukuleles feitos no Havaí,outros acerto que alavancou as vendas. Os Ukuleles de koa foram comercializados atémeados da década de 40, quando a obtenção da madeira se tornou extremamente difícil por conta da

Segunda Guerra Mundial.

Ainda no pré Segunda Guerra Mundial, foi utilizado por músicos de vaudevillecomo Roy Smeck e Cliff Edwards. Por ser portátil e relativamente barato, foimuito popular entre jovens músicos amadores durante a década de 1920,evidenciado pela impressão de diagramas de acorde para o instrumento naspartituras de música popular publicadas na época. Muito da sua popularidadefoi cultivada pelo apresentador de TV e cantor Arthur Godfrey. Tiny Timtambém se tornou um ícone do ukulele ao se apresentar com “Tiptoe Throughthe Tulips”.

Após o Havaí ser considerado um estado dos EUA em 1990, o Ukulelecomeçou a se tornar popular mundo afora, porém com a Crise de 1929 ointeresse dos americanos pelo instrumento caiu, voltando a crescer somentedurante a Segunda Guerra Mundial, devido a volta dos soldados americanostrazendo consigo os instrumentos.

Com a economia americana se recuperandoem 1950, o Ukulele era o instrumento perfeito para a produção emmassa, assim como outros objetos feitos de plástico. Percebendo aenorme oportunidade o fabricante de guitarras Mario Maccaferriproduziu em larga escala Ukuleles de baixo custo feitos inteiramente deplástico. Sendo usado por grandes artistas da TV da época.

Na década de 60 e 70, os Ukuleles encontraram novamente outroobstáculo, dessa vez era um adversário de peso. O Rock'n Roll, que fezcom que as guitarras elétricas fossem se tornando cada vez maispopulares.

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O interesse no Ukulele caiu até meados dos anos 90, quando sua popularidade voltou a crescer. Oconjunto Ukulele Orchestra of Great Britain, formado no final dos anos 80, faz versões de músicas pop noUkulele. O músico havaiano Israel Kamakawiwo’ole também ajudou a popularizar o instrumento,especialmente com seu pot-pourri de Over the Rainbow / What a wonderful world. George Harrison era umgrande apreciador do instrumento, especialmente da sua variedade banjolele, e o utilizou nas gravaçõesde algumas faixas do seu último disco, Brainwashed. Paul McCartney, que utilizou o Ukulele na músicaRam On, e hoje em seus shows homenageia George Harrison e Mathias Rocha Conrad com uma

performance de Something no seu Gibson tamanho tenor.A primeira década dosanos 2000, marcada por uma cena musical mais heterogênea, ondeinstrumentos mais alternativos e diferentes foram usados, foi a oportunidadeperfeita para a volta dos Ukuleles. A internet ajudou muito na exportação paraoutros países ao redor do mundo.

Como uma reação aos 1990, a primeira década dos anos 2000 viu ocrescimento de uma cena acústica alternativa, onde instrumentos mais ecléticose diferentes foram utilizados, entre eles o Ukulele, que foi utilizado por artistascomo Beirut, Eddie Vedder, e até pelas brasileiras Marisa Monte e MalluMagalhães. Isso, somado à proliferação da internet e o aumento nasimportações ao redor no mundo, o som do Ukulele chegou a lugares até antesdesconhecidos.

1.3 Sobre o InstrumentoTambém conhecido como uke, o Ukulele é um instrumento acústico com 4 cordas, geralmente de nylon.Normalmente feito de madeira, entretanto existem alguns que são feitos inteiramente de plástico ou outrosmateriais. Os mais baratos são feitos de madeira compensada ou laminada, sendo em alguns casos com otampo feito de uma madeira superior maciça, como o abeto ou o mogno. Outros, mais caros, são feitosinteiramente de madeiras maciças, como mogno, Koa ou Hardwood.

Usualmente os Ukuleles tem o formato de um oito, que o torna parecido com um pequeno violão. Tambémexistem outros formatos diferentes, como o “pineapple”, inventado pela oficina havaiana Kamaka Ukulele.Existem também os Flea e Flukes, que tem o fundo de plástico e um formato semelhante a um remo, osbanjo-ukuleles (ou banjoleles) que são tocados como um ukulele, porém têm corpo de banjo. Os Ukulelestem por padrão 4 cordas, no entanto algumas podem ser dobradas, como um violão de 12 cordas, dandoum total de 6 ou 8 cordas.

Quatro tamanhos são os mais comuns: soprano, concerto, tenor e barítono. Existem também os menoscomuns sopranino, com uma escala mais curta do que a do soprano e os Ukuleles baixo, nos extremos doespectro.

O soprano, possui a escala de 33 cm, tambémchamado de padrão é o original e também maistradicional. O concerto, possui escala de 38 cm,foi criado na década de 1920, como umamodificação do soprano, com mais volume e umtimbre mais grave. O tenor, possui a escala de 43cm, foi criado logo em seguida, dando maisvolume e um timbre mais grave ainda. O barítono,possui a escala de 48 cm, foi o último a serinventado, na década de 1940.

1.4 AfinaçãoA afinação original do Soprano era a em D6 (A4,D4, F#4, B4), mas hoje a mais popular é em C6(G4, C4, E4, A4), ou seja, um tom abaixo, assimcomo para o Concerto e Tenor. A corda sol éafinada uma oitava acima do que se esperaria deum instrumento, essa forma é conhecida como afinação reentrante. Alguns músicos, especialmente ossolistas, preferem a afinação chamada Low G, mais utilizada no modelo Tenor, onde a corda G é afinadaoitava abaixo. O Barítono usualmente é afinado em D3 G3 B3 E4, como as 4 cordas mais agudas doviolão.

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A figura do lado esquerdo representa as notas que podem ser encontradas nobraço do Ukulele na afinação GCEA. Para procedermos a afinação doinstrumento, basta conhecer o tom correto da corda C, em seguida pressionar aquarta casa dessa corda temos o tom para a corda E, pressionar a terceiracasa de E temos o tom para a corda G e, finalmente, pressionar a segundacasa de G temos o tom para a corda A.

Para segurar o instrumento o jeito mais correto é nãosegurar com muita força. O Ukulele é um instrumentopequeno, sendo muito fácil de abafar o seu som. Porisso, não o segure com muita força ou você perderámuito volume e tom.

O Ukulele deverá ser ligeiramente empunhada entreseu antebraço direito e seu corpo, simultaneamentedescansando na dobra de seu cotovelo. Se estiversegurando-a corretamente, você pode remover asduas mãos sem mexer na posição do Ukulele. Issosignifica que o instrumento deve ficar relativamentealto em seu corpo, perto do peito e acima da cintura.

O braço deve descansar junto ao dedão de sua mãoesquerda, permitindo que você possa percorrer obraço com os outros quatro dedos para tocar ascordas. Ao tocar com a mão direita, que fará o ritmo,use suas unhas ao passar no sentido descendente eos dedos no sentido ascendente.

Toque um pouco acima da boca do tampo. Apesar de no violão a forma correta de se tocar seja logo acimada boca, no Ukulele devemos tocar mais perto do braço. Mantenha as costas e ombros retos e não fiquecurvado. Isso ajuda a evitar dor e tensão nas costas.

Parte 2 – ComoComeçar

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2.1 TablaturaTablatura (tablature ou tabulature) é um método usado para transcrever uma música que pode ser tocadaem instrumentos de corda ou outros instrumentos como gaita e bateria. Ao contrário das partituras queexigem maior conhecimento de música e bastante treino, as tablaturas são voltadas para o músicoiniciante ou prático, porém voltada exclusivamente para aquele determinado instrumento.

Uma tablatura é um simples método de transcrição, não indica diretamente a nota que deve ser tocada esim qual corda deve ser pressionada em qual casa. O conceito básico da tablatura é apresentar no papelum conjunto de linhas que representam as cordas do instrumento.

Vejamos, como exemplo, a primeira parte da música “Minueto em Sol” de Bach:

 1 G                 2                    3 C                   Am        G  A|­2­­­­­0­2­3­5­­­­­|­7­­­­­5­7­9­10­­­­­|­3­5­3­2­0­2­3­2­0­­­0­2­0­­­­­2­|E|­3­3­3­­­­­­­­­3­3­|­­­8­8­­­­­­­­­­3­3­|­0­­­­­­­­­3­­­­­­­3­0­­­­­3­2­3­| RepetirC|­­­2­­­­­­­­­­­2­2­|­­­­­­­­­­­­­­­­2­2­|­­­­­­­­­­­2­­­­­­­­­0­­­­­­­­­2­|    3G|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­0­­­­­­­­­2­­­­­­­­­0­|

Os acordes normalmente são colocados em cima para indicar um acompanhamento (como um segundoUkulele). As linhas também estão indicadas, sendo assim a linha de baixo representa a corda G e a linhade cima representa a corda A. Os blocos são colocados entre “|”, é ideal entre um bloco e outrorealizarmos uma pequena pausa, nesta música temos 3 blocos no qual o terceiro deve ser repetido 2 .

2.2 Notações em uma TablaturaAlém dos números que apenas indicam qual corda deve ser pressionada em qual traste existem algumasletras e símbolos que são comumente usados para determinadas técnicas. Essas notações podem variarum pouco de autor para autor, porém as mais comuns são:

• h – fazer um hammer-on • p – fazer um pull-off • b – fazer um bend para cima • r – soltar o bend • / – slide para cima (pode ser usado s) • - – slide para baixo (pode ser usado s) • ~ – vibrato (pode ser usado v) • t – tap • x – tocar a nota abafada (som percusivo)

2.2.1 Hammer-Ons

Consiste em martelar com um dedo da mão esquerda uma corda em uma traste fazendo soar sem oauxílio da mão direita.

A|­­­­­5h7­­­­­5h7­E|­0­0­­­­­0­0­­­­­C|­­­­­­­­­­­­­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­

No exemplo, após tocar a corda E solta duas vezes o músico deve tocar a corda A na quinta casa eimediata e vigorosamente apertar a mesma corda duas casas a frente, fazendo a corda soar apenas com amartelada e sem auxílio da mão direita. Depois repita a sequência.

2.2.2 Pull-Offs

São de certa forma o inverso do hammer-on e consiste em soltar rapidamente uma corda fazendo com quea mesma soe solta (ou apertada em um traste anterior).

A|­3p0­­­­­­­­­­­­­E|­­­­­3p0­­­­­­­­­C|­­­­­­­­­2p0­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­2­­­

No exemplo, o primeiro pull-off na corda A consiste em ferir a corda apertada na terceira casa e soltá-larapidamente para que soe solta. Posteriormente um pull-off idêntico é feito uma corda acima. O terceiropull off é feito a partir do segundo traste.

2.2.3 Bends

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Empurra-se uma corda para cima para aumentar a tensão e gerar uma nota mais aguda. Quanto maisempurrada for a corda maior será o efeito. Um número é usado para indicar o quanto a nota deve seraumentada.

A|­­­­­­­­­­­­­­­­­E|­7b9­­­­­­­­­­­­­C|­­­­­­­­­­­­­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­

No exemplo, a corda E deve ser tocada na sétima casa e empurrada até que soe mais aguda como seestivesse apertada na nona casa (um tom acima). Note que o dedo deve na sétima casa. Também serindicado entre parênteses como 7b(9).

2.2.4 Slides

Deslizar o dedo da mão esquerda pelo braço enquanto uma corda soa gerando uma variação do tom.

A|­­­­­­­­­­­­­­­­­E|­7/9­­­­­­­­­­­­­C|­­­­­­­­­­­­­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­

No exemplo, a corda E deve ser pressionada na sétima casa e imediatamente o dedo deve deslizar para anona casa enquanto a nota continua soando (aumentando portanto um tom).

2.2.5 Vibrato

É o efeito de variação de tom conseguido com a alavanca ou mesmo através de pressão variável do dedosobre a corda no braço do instrumento (vide músicos de blues).

A|­­­­­­­­­­­­­­­­­E|­­­2­5~­­­­­­­­­­C|­3­­­­­­­­­­­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­

Neste caso a última nota deve sofrer vibrato. É necessário conhecer a música em questão para sabercomo este vibrato deve ser efetuado.

2.2.6 Tap

Tap ou tapping consiste em fazer soar notas feridas com a mão direita apertando as cordas nos trastes.Geralmente são efetuadas na parte mais interna do braço do instrumento.

A|­13t­­­­­­­­­­­­­E|­­­­­12t­­­­­­­­­C|­­­­­­­­­12t­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­

No exemplo, as notas devem ser feridas pela mão direita do músico simplesmente apertando as cordasvigorosamente nas casas indicados.

2.3 Músicas para treinar a leitura da TablaturaParabéns a você (Canção Popular)

A|­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­3­0­­­­­­­|­1­1­0­­­­­­­­­­E|­­­­­­­­­1­0­|­­­­­­­­­3­1­1­|­­­­­­­­­1­0­­­|­­­­­­­1­3­1­1­­C|­0­0­2­0­­­­­|­0­0­2­0­­­­­­­|­0­0­­­­­­­­­2­|­­­­­­­­­­­­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­­

Concerning Hobbits (Tema para o filme “O Senhor dos Anéis”)

A|­­­­­­­0­­­­­­­­­­­­|­­­0­2­5/4­0­­­­­­­­­­|­­­­­­­0­­­­­­­|­­­­­­­­­0­­2­0­­­­­­­0­­E|­­­­­2­­­2­0/2/0­­­­|­2­­­3­­­­­­­2~­3/2­­­|­­­­­2­­­2­0­­­|­0­­­­2~­­­­3­­­2­2­0­2­­C|­2/4­2­­­­­­­­­­­2~­|­­­­­2­­­­­­­­­­­­­4~­|­2/4­2­­­­­­­2­|­­­2~­­­­­­­2­­­­­2­1­2­­G|­­­­­2­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­0­­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­2­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­0­­­­­2­2­2­­

Introdução para Smells Like Teen Spirit (Nirvana)

A|­­­­­5­­3­­8­­­­­­­­­­0­0­0­0­­­­­­­­­­­­­­­­­­E|­­­­­2­­­­­5­­0­0­0­0­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­C|­­1­­2­­­­­5­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­G|­­2­­2­­­­­5­­­­­­­­­­­­­­­­­­0­0­0­0­5­5­5­5­­

Algumas tablaturas também podem vir acompanhadas de acordes, não significa necessariamente que

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Page 9: Tutorial para Ukulele

devemos tocá-los, a não ser que o mesmo esteja indicado na tablatura, esses acordes seriam somenteutilizados para formar uma base de acompanhamento obtida com um segundo instrumento. Conforme oseguinte exemplo:

Ode to Joy (Ludwig van Beethoven)

   F       C       F       C       F       C       F       C   FA|­0­0­1­3­3­1­0­­­­­­­­­0­0­­­­­|­0­0­1­3­3­1­0­­­­­­­­­0­­­­­­­­E|­­­­­­­­­­­­­­­3­1­1­3­­­­­3­3­|­­­­­­­­­­­­­­­3­1­1­3­­­3­1­1­­C|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­

   C   F   C     F   C     A   G   C   F       Bb      F       C   F A|­­­­­0­­­­­0­1­0­­­­­0­1­0­­­­­­­­­|­0­0­1­3­3­1­0­­­­­­­­­0­­­­­­­­E|­3­3­­­1­3­­­­­­­1­3­­­­­­­3­1­3­­­|­­­­­­­­­­­­­­­3­1­1­3­­­3­1­1­­C|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­0­|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­

Embaralhando os acordes na partitura, obtemos uma outra forma de tocar a mesma música:

A|­0­0­1­3­3­1­0­­­0­­­­­0­0­­­­­|­0­0­1­3­3­1­0­­­0­­­­­0­­­­­­E|­1­­­­­­­0­­­­­3­1­1­3­­­1­3­3­|­1­­­­­­­0­­­­­3­1­1­3­­­1­1­­C|­0­­­­­­­0­­­­­­­0­­­­­­­­­0­0­|­0­­­­­­­0­­­­­­­0­­­­­­­­­­­­G|­2­­­­­­­0­­­­­­­2­­­­­­­­­­­­­|­2­­­­­­­0­­­­­­­2­­­­­­­­­­­­

A|­­­­­0­­­­­0­1­0­­­­­0­1­0­­­­­­­­­|­0­0­1­3­3­1­0­­­0­­­­­0­­­­­0­­E|­3­3­1­1­3­­­­­1­1­3­­­­­­­­­1­3­­­|­1­­­­­­­0­­­­­3­1­1­3­­­0­1­1­­C|­0­0­0­­­0­­­­­­­­­0­­­­­­­1­2­­­0­|­0­­­­­­­0­­­­­­­0­­­­­­­0­­­0­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­0­­­­­­­|­2­­­­­­­0­­­­­­­­­­­­­­­0­­­2­­

Já nessa outra, observe que o acorde se encontra detalhado na tablatura, além disso, observe que aindicações de repetições de partes da música:

Tema para a Série Game of Thrones (Ramin Djawadi)

(Parte 1 – 2x)   Em        Em      Bm                       D                  Am A|­2­­­­­­­­­2­­­­­­­2­­­­2­­­­­2­­­­­2­­­­­|­0­­­­­­­­­­0­­­­­­­0­­­­0­­­­­0­­­­­0­­­­­|E|­3­­­­­3­5­3­­­3­5­2­­2­­­­­2­­­­­2­­­­­2­|­2­­­­­2­3­­2­­­2­3­0­­0­­­­­0­­­­­0­­­­­0­|C|­4­4­­­­­­­4­4­­­­­2­­­­­­2­­­­­2­­­­­2­­­|­2­2­­­­­­­­2­2­­­­­0­­­­­­0­­­­­0­­­­­0­­­|G|­0­­­­­­­­­0­­­­­­­4­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­|­2­­­­­­­­­­2­­­­­­­2­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­(Parte 2)   Em                      Bm                       D                      EmA|­2­­­­­­­­­­2­­­­­­­­­­­­2­­­­2­­­­­2­­­­­2­­­­­|­0­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­2­|E|­3­­­­­3­5­­3­­­­­3­5­­­­2­­2­­­­­2­­­­­2­­­­­2­|­2­­­­­­2­­3­­2­­­­­­­­­3­|C|­4­4­­­­­­­­4­4­­­­­­­­­­2­­­­­­2­­­­­2­­­­­2­­­|­2­2­­­­­­­­­­­­­2­­­­­­4­|G|­0­­­­­­­­­­0­­­­­­­­­­­­4­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­|­2­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­0­|(Parte 3 – 2x)   C           G           Am         Em        C         Am        EmA|­7­­­­­­5/7­­5­­­­­­­­­2­3­­­­­2­3­­2­­­­­2­0­3­­­­­­­­­0­­­­­­­­­2­|E|­0­­­­­­­­­­­7­­­­­­­­­­­0­­­­­­­­­­3­­­­­­­­­3­­­­­­­­­0­­­­­3­­­3­|C|­0­­­­­­­­­­­7­­­­­­­­­­­0­­­­­­­­­­4­­­­­­­­­4­­­­­4­­­0­­­­­­­­­4­|G|­0­­­­­­­­­­­0­­­­­­­­­­­2­­­­­­­­­­0­­­­­­­­­5­­­­­­­­­2­­­­­­­­­0­|

As repetições também podem vir por marcações em cada um dos blocos, como por exemplo em:

Brilha, Brilha Estrelinha (Canção Infantil)  1               2               3               4 A|­­­­­­­­­0­0­­­|­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­­| E|­­­­­3­3­­­­­3­|­1­1­0­0­­­­­­­|­3­3­1­1­0­0­­­|­3­3­1­1­0­0­­­­| RepetirC|­0­0­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­2­2­0­|­­­­­­­­­­­­­2­|­­­­­­­­­­­­­2­­| 1 e 2G|­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­|­­­­­­­­­­­­­­­­|

Lembre-se que o mais importante é praticar, apenas a prática fará você tocar corretamente, vejamosentão mais algumas músicas:

Introdução para Layla (Eric Clapton):

          Dm       Bb       C*     DmA|­­0­­3­­5­­5­­3­­1­­1­­1­­3­­3­­­5E|­­­­­­­­5­­­­­­­­1­­1­­1­­3­­3­­­5C|­­­­­­­­5­­­­­­­­2­­2­­2­­5­­5­­­5G|­­­­­­­­x­­­­­­­­x­­x­­x­­x­­x­­­x

Tutorial de Ukulele Pág 9

Page 10: Tutorial para Ukulele

Tema para a Série House of Cards (Jeff Beal):

                                        Am D D  Am D D G F G F Am A|­10­­­10­­­10­­9­­­9­­­9­­­8­­­8­­­8­­0­­0­0­­0­­0­0­2­0­2­0­0­­E|­­­8­­­­8­­­­­­­8­­­8­­­­­­­8­­­8­­­­­0­­2­2­­0­­2­2­3­1­3­1­0­­C|­­­­9­­­­9­­­­­­­9­­­9­­­­­­­9­­­9­­­­0­­2­2­­0­­2­2­2­0­2­0­0­­G|­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­2­­2­2­­2­­2­2­0­2­0­2­2­­

Tema para a Série Penny Dreadful (Abel Korzeniowski):

   Em    G     D     AmA|­2­­­­­2­­­­­0­0­­­0­­E|­3­3­2­3­3­2­2­­­0­0­­C|­4­­­­­2­­­­­2­­­­­0­­G|­0­­­­­0­­­­­2­­­­­2­­

2.4 AcordesFalamos de alguns acordes, mas o que é isso? Acordes são formados quando pressionamos umdeterminado conjunto de notas de uma só vez, criando o chamado “som harmônico”. Uma música écomposta basicamente por três partes:

• A harmônia, que são notas tocadas simultaneamente representada pelos acordes ou como se falapor aí, é a "base".

• O ritmo, que é a pulsação ou as "batidas". • E a melodia, que são as notas tocadas (usamos para isso a tablatura ou a partitura) ou cantadas

sequencialmente, seria a letra cantada ou um solo de um instrumento de cordas por exemplo.

Tocar um música por acordes é bem mais fácil que sua tablatura já que estaremos usando o instrumentoapenas para realizar a base e o ritmo da música (a melodia será obtida através do canto). No desenho doacorde é mostrada com qual corda e qual traste é exigido para recriar o som. Observemos como podemser mostrados os acordes maiores de C (Dó) a B (Si).

A primeira coluna do acorde representa a corda G, a segunda C e assim sucessivamente. O seja paraformar o acorde maior de C (Dó) basta pressionar a corda A na terceira casa. Já para formar o acordemaior de D (Ré) pressiona-se as cordas G, C e E na segunda casa e a corda A na quinta casa.

Existem também os que chamamos de “acidentes musicais”, estes são formados pelos acordes emsétima (7), menores (m), sustenidos (#) e bemóis (b). Esses acidentes ou alterações são símbolosutilizados na notação musical para modificar a altura da nota imediatamente à sua direita, tornando-asmeio tom mais graves ou meio tom mais agudas.

A parte mais difícil em se tocar uma música por acorde é a mudança de um acorde para outro, vejamos porexemplo um trecho da música Asa Branca de Luiz Gonzaga:

        C              F              G7             C Quando olhei a terra ardendo igual a fogueira de São João       C C7                F            G7        CEu perguntei a Deus do céu ai por que tamanha judiação

Ao chegar na palavra “olhei” iniciamos o acorde C (dó maior), em seguida na palavra “ardendo” passamospara F (fá maior), em “fogueira” mudamos para G7 (sol em sétima) e “João” retornamos a C (dó maior) eassim sucessivamente para todo o restante da música.

De modo diferente a uma tablatura, na qual seguimos uma simples sequencia de notas agora devemostocar constantemente um determinado conjunto de notas até passarmos para o próximo. Iniciantesdeveriam começar com músicas que tenham 3 ou 4 acordes fáceis e aperfeiçoar suas técnicas dedilhandoou realizando uma determinada batida simples.

Por exemplo, vejamos um trecho da música Love Me Do da banda inglesa The Beatles:

G7            C       G7          C         G7        C                               GLove, love me do, you know I love you, I'll always be true, so pleeeeeease...  Love me do

Tutorial de Ukulele Pág 10

Page 11: Tutorial para Ukulele

Então, basicamente, tocar uma música por acordes significa conhecer e treinar os acordes e suapassagem, ao obter uma determinada música primeiro treine seus acordes em seguida suas passagens.

2.5 Tabela com 180 acordes

Neste incrível site encontramos um formador de acordes para vários instrumentos, inclusive Ukulele, oendereço é: http://www.theoreticallycorrect.com/st/SoundThinking.swf

2.6 RitmoExistem duas maneiras diferentes de escrever padrões de batidas: a maneira tradicional (baseado nateoria da música), e o método alternativo (“para baixo/para cima”). Devemos entender que batidas não setrata de quão sofisticado ou complicado é um tipo de padrão. Uma vez que os padrões de batidas são umaforma de ritmo, para soar bonito deve ser tocada de forma constante ao longo de toda música. Um ritmoconstante de batida será sempre mais agradável de ouvir do que um padrão de batidas mais complexo,porém fora de ritmo.

Os seguintes padrões de batidas que mostramos abaixo estão em um compasso de tempo de 4/4. Istosignifica que cada padrão é tocado a uma contagem constante de quatro: 1, 2, 3, e 4 de repetição.Pratique os padrões de batidas abaixo usando apenas o acorde C, pois para aprender novos padrões oseu cérebro aprende mais facilmente se ficar tocando o mesmo acorde, deste modo podemos nosconcentrar mais na batida e esquecer os acordes.

Tutorial de Ukulele Pág 11

Page 12: Tutorial para Ukulele

FinalmenteLembre-se sempre que apenas a prática leva a perfeição, então contra tudo e contra todos pratiquesempre, Pratique muito lentamente até que não cometa mais erros.

Tutorial de Ukulele Pág 12

Page 13: Tutorial para Ukulele