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Verônica ROMANCES 1 CAPITULO UM O MORRO DOS VENTOS UIVANTES VERÔNICA Sempre me perguntei se o amor é realmente este sentimento avassalador que corrompe almas e corações. Talvez seja capaz de acreditar nisso, mas não quer dizer que acredite que possa acontecer comigo. Não me considero uma pessoa anti-social, apesar de ter mais amigos no Facebook do que em vida real. Meu maior medo é não entender a verdadeira diferença entre amor e paixão. Algumas pessoas costumam dizer que se apaixonam facilmente, outras dizem acreditar em amor a primeira vista; e apesar de não saber se realmente é amor o que sinto, sei que estou apaixonada. Retirando o fato de que ele nunca me olhou, acredito que um dia eu tenha alguma chance. Existem outros fatores, não menos importante do que esse, que impossibilitam que esse amor platônico se torne algo recíproco. Primeiro: O atraente professor de Matemática tem namorada; segundo: Ele se chama Edgar, e de acordo com minha melhor amiga Kátia: __ Nenhum Edgar presta! Talvez pareça estranho eu confiar tanto nas palavras de alguém, mas acredite, Kátia é a voz da experiência nesses assuntos. Ela já namorou no mínimo quatro homens com esse nome e terminou com todos antes de completarem um mês. Além da Kátia, tenho outro amigo do qual ouço conselhos sem hesitar. Apesar de não conhecê-lo pessoalmente e não tê-lo no Facebook já se faz um ano que conversamos. Seu nome? Bom, o verdadeiro nome eu não sei, mas o conheço por Sr Destino. Não me perguntem por que ele não revela seu nome, ele não me diz. Talvez seja algo

Verônica Romances - CAP.01 O morro dos ventos uivantes

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Neste primeiro capitulo você vai conhecer os personagens principais do livro e vai começar a entender quais as situações futuras irão acontecer.

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Verônica ROMANCES

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CAPITULO UM O MORRO DOS VENTOS UIVANTES

VERÔNICA

Sempre me perguntei se o amor é realmente este sentimento avassalador que

corrompe almas e corações. Talvez seja capaz de acreditar nisso, mas não quer dizer

que acredite que possa acontecer comigo.

Não me considero uma pessoa anti-social, apesar de ter mais amigos no Facebook do

que em vida real. Meu maior medo é não entender a verdadeira diferença entre amor e

paixão. Algumas pessoas costumam dizer que se apaixonam facilmente, outras dizem

acreditar em amor a primeira vista; e apesar de não saber se realmente é amor o que

sinto, sei que estou apaixonada.

Retirando o fato de que ele nunca me olhou, acredito que um dia eu tenha alguma

chance. Existem outros fatores, não menos importante do que esse, que impossibilitam

que esse amor platônico se torne algo recíproco.

Primeiro: O atraente professor de Matemática tem namorada; segundo: Ele se chama

Edgar, e de acordo com minha melhor amiga Kátia:

__ Nenhum Edgar presta!

Talvez pareça estranho eu confiar tanto nas palavras de alguém, mas acredite, Kátia é

a voz da experiência nesses assuntos. Ela já namorou no mínimo quatro homens com

esse nome e terminou com todos antes de completarem um mês.

Além da Kátia, tenho outro amigo do qual ouço conselhos sem hesitar. Apesar de não

conhecê-lo pessoalmente – e não tê-lo no Facebook – já se faz um ano que

conversamos.

Seu nome? Bom, o verdadeiro nome eu não sei, mas o conheço por Sr Destino. Não me

perguntem por que ele não revela seu nome, ele não me diz. Talvez seja algo

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relacionado à religião ou ele tenha vergonha, o que importa é que depois desse tempo

todo, eu aprendi a confiar nele mesmo sem foto, nome ou endereço.

Houve uma vez que o convenci a enviar uma fotografia sua, e é claro, ele enviou uma

foto falsa. Percebi no momento que peguei a foto, ele a havia retirado de uma revista e

felizmente – ou infelizmente pra ele – eu também tinha a revista. Depois disso eu não

insisti mais no assunto.

Apesar de saber muito bem os riscos de relacionamentos pela internet, abro uma

exceção quando se trata do Sr Destino, e além do mais, ele diz que pretende se

apresentar a mim logo.

Levantei-me da cama rapidamente, depois de um fim de semana animado – lendo um

livro e dormindo mais cedo – estava preparada para encarar mais uma semana de

trabalho.

Tomei um copo de leite e depois de me arrumar segui para o apartamento de Kátia,

que ficava dois andares acima do meu. Provavelmente enfrentaria a ressaca de Kátia já

que ela havia chegado às duas horas da madrugada de hoje.

__ Kátia! –chamei a porta pela quarta vez.

__ Entra. –ouvi um grunhido do lado de dentro.

__ Está tudo bem? –perguntei.

__ Sim, eu só preciso de um banho. __ Ou talvez dois...

__ Precisa de ajuda?

__ Não, pode ir. __ Vou mais tarde.

__ Tudo bem. –disse saindo do apartamento de Kátia.

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RICARDO

Nunca imaginei que o amor fosse algo tão complexo. Meu antigo casamento havia sido

tão conturbado que talvez tenha me deixado receoso. Nestes quase dois anos em que

me mudei para o Rio de Janeiro aprendi muito sobre esse sentimento, principalmente

depois que conhecia o verdadeiro amor da minha vida: Verônica Vale.

Antigamente culparia minha timidez por não assumir que sou o seu melhor amigo Sr

Destino e que sou perdidamente apaixonado por ela, mas recentemente descobri que

talvez o problema não seja timidez e sim esse laço com minha antiga vida de casado.

__ Bom dia Sr Ricardo. –Ivone, minha empregada, disse quando entrei na cozinha para

tomar o café da manhã.

__ Arrumou minha pasta Ivone?

__ Na verdade não, não sabia que iria trabalhar hoje.

__ Tudo bem, ultimamente tenho andando tão absorto em pensamentos que me

esqueci de te dizer.

__ Quer que eu tente ao menos colocar os papeis dentro da pasta? –ela disse rindo.

__ Por favor. –disse acompanhando suas risadas.

Eu não sou uma pessoa desorganizada, mas às vezes tenho que deixar algumas coisas

de lados para resolver questões da empresa em que trabalho, e a organização da

minha pasta é a ultima coisa que me lembro de fazer, ou pedir que façam por mim.

Trabalhar numa das maiores revistas da cidade é um trabalho exaustivo,

principalmente quando se é o editor chefe.

Depois de dirigir por quase uma hora no tráfego do centro da cidade, cheguei à revista

BREATH e antes de entrar recebi um telefonema de uma fotografa da revista:

__ Estou subindo Jessica, o que quer?

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__ A grife MODA DE VERÃO enviou o novo modelo para a sessão de fotos.

__ Tudo bem, peça para ele esperar.

__Ok. –ela disse e desligou.

EDGAR

Estou realizando um sonho. Agora que sou o mais novo modelo da MODA DE VERÃO

estou a um passo de deixar meu emprego de professor e me tornar uma celebridade;

adorado por todas e invejados por todos.

O meu único problema no momento é minha namorada – ou assim ela se considera –

Viviane. Apesar de eu ter uma grande atração por seu maravilhoso corpo, eu nunca a

amei e muito menos agora que ela esta tendo crises consecutivas de ciúmes.

Estava sentado em uma poltrona bem confortável conversando com uma das

fotografas – que por sinal, era bem atraente – que me acompanharia na sessão de

fotos.

__ Bom Dia. –um rapaz disse se aproximando.

__ Bom Dia. –disse e Jessica continuou.

__ Ricardo esse é o modelo da MODA DE VERÃO.

__ Prazer Edgar. –disse rapidamente e apertei sua mão.

__ Como vai Edgar? –ele me olhou como se estivesse me reconhecendo de algum

lugar.

__ Algum problema Ricardo? –Jessica perguntou.

__ Não, pode subir para o estúdio e começar as fotografias.

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Verônica ROMANCES

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VERÔNICA

Fiz uma rotineira viagem do centro da cidade – onde moro – até a escola em que

trabalho como Orientadora Educacional ao lado de Kátia. Entrei em minha sala e joguei

minha bolsa em cima da mesa. Minutos depois meu celular tocou.

__ Não me diga que não vai vir? –disse ao atender ao telefone percebendo que se

tratava de Kátia.

__ Vou chegar um pouco atrasada...

__ Mas você já está atrasada.

__ Verônica... É uma questão de vida ou morte.

__ Rodrigo? – perguntei e ouvi um resmungo de Kátia e deduzi que era um sim.

__ Tudo bem Kátia, mas reze para a Senhora Gisele não vir em nossa sala.

__ Ah sem problema, esse projeto de diretora só aparece na escola na reunião de pais.

–ela disse e despedindo-se desligou o telefone.

Aproveitei que não havia muito movimento na escola e peguei o meu exemplar do

livro O Morro Dos Ventos Uivantes1 e continuei a ler.

Talvez tenha sido dessa história que retirei tantas teorias sobre o amor. Heathcliff e

Catherine se tornaram pessoas tão diferentes depois das experiências da vida e

continuaram se amando até mesmo depois da morte desta. Seria possível que um

sentimento tão forte pudesse sair das páginas de livros para a vida real?

KÁTIA

1 Romance Inglês escrito pela autora Emily Brontë

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Minha vida amorosa é bem complexa. Eu me apaixono facilmente e me desapaixono

também. Talvez como Verônica, eu no fundo queira encontrar o verdadeiro amor, mas

diferente dela, eu corro atrás desse amor.

Sei perfeitamente que isso pode parecer vulgaridade da minha parte, mas a vida é feita

de romances e eu sinceramente não me importo com a opinião dos outros.

Estava indo me encontrar com Rodrigo, apesar de estar atrasada para o trabalho, eu

precisava ter uma conversa com meu namorado, ou melhor, ex-namorado.

__ Como vai Kátia? –Rodrigo perguntou me dando um beijo no rosto.

__ O que quer? __ Já disse que não temos mais nada!

__ Eu não acredito em você!

__ Sinto muito por você. –disse fingindo estar querendo ir embora.

__ Eu te amo...

__ Foi pra isso que me chamou aqui?

__ Não, eu sei que nosso namoro está um pouco abalado, mas acho que te devo

explicações.

__ Não me diga que você me traiu? __ Eu arranco o seu...

__ Não, não foi isso... __ Espera, não tem como eu te trair se não estamos mais

namorando!

__ Tudo bem diz logo o que quer, tenho que ir trabalhar.

__ Eu vou sair do país...

__ Ótimo, vai pra qual planeta?

__ Estou falando sério, recebi uma proposta de emprego no México.

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Verônica ROMANCES

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__ Tudo bem, leve um abraço meu a Ninel Conde2!

__ Você realmente não se importa?

__ Rodrigo, faça de sua vida o que você bem entender. __ Beijos, me liga! __ Ou

melhor, não me liga. –disse deixando-o sozinho e seguindo para meu trabalho.

EDGAR

Acompanhei Jessica até o estúdio. Fiquei admirado com tamanha beleza. O estúdio

com certeza era do maior que uma sala de estar grande.

__ Edgar? –Jessica me chamou. __ Tudo bem com você?

__ Sim. –disse.

__ Você vai encontrar as roupas da sessão atrás daquela porta. Fique a vontade

enquanto organizo minhas câmeras.

Segui para a porta e ao abrir me deparei com uma pequena sala revestida de espelhos

e cheia de cabides e etiquetas. Percebi que algumas estavam escritas MODA DE

VERÃO, mas não sabia qual usar. Retirei minha roupa e entrei em meio aos cabides

para ver se encontrava algo.

Minha procura foi em vão, passaram-se quase dez minutos e eu decidi pedir ajuda. Saí

da pequena sala, somente trajando cueca, e chamei por Jessica que ainda estava

distraída com as câmeras fotográficas.

__ Sabe qual roupa devo vestir primeiro?

__ As do cabide verde escuro. –ela me respondeu me olhando fixamente.

2 Cantora e atriz mexicana

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Voltei para a sala de espelhos. Eu havia notado uma pequena onda de nervosismo e

excitação em Jessica quando me viu. Percebi que não poderia perder aquela

oportunidade, afinal já se fazia três dias que eu só transava com minha namorada.

Decidi voltar para a sala principal, levando dois modelos de sungas que encontrei.

__ Qual você prefere?

__ Não sei, vista a vermelha.

__ Também gosto da vermelha...

__ O que está fazendo?

__ Você não me pediu que vestisse a vermelha?

__ Sim, quero dizer, não... __ Não na minha frente!

Deixei a sunga cair propositalmente e me aproximei nu.

__ Você não gostou?

__ Eu, eu... –não deixei que ela terminasse e a beijei.

__ Vamos começar? –disse vestindo a sunga.

Ficamos no estúdio por quase uma hora inteira e eu ainda não havia fotografado com

todas as roupas. Depois de mais um tempo finalmente terminamos.

__ As fotos ficaram ótimas, agora sim terminamos. –Jessica disse desligando a câmera.

__ Na realidade ainda não terminamos. – disse me aproximando desta vez vestido.

__ Não entendi.

__ Eu ainda não te mostrei minha coleção de sungas. __ Não quer vê-las agora?

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Jessica me olhou por um tempo, sua expressão era ilegível. Por um momento pensei

que levaria um fora, mas me enganei.

__ Quem sabe. –ela disse sorrindo.

RICARDO

Estava assinando alguns papéis de fornecedores em minha sala quando meu celular

tocou. Ao perceber de quem se tratava tentei ignorar, mas ela não desistiu.

__ Estou trabalhando Clarice! –disse ao atender.

__ Você não pode falar cinco minutos com sua mulher?

__ Minha ex-mulher!

__ E faz diferença? __ Temos uma filha juntos.

__ O que quer? __ Será que vou precisar te dizer novamente que não te amo mais? __

Não é possível que nesses cinco anos que estamos separados você ainda não

percebeu!

__ Eu ainda te amo Rick.

__ Clarice, se você me ligou pra isso eu vou desligar.

__ Espera! __ Não te liguei só pra isso.

__ Aconteceu alguma coisa com a Alessandra?

__ Não. __ Mas vamos para Toronto daqui alguns dias e a Alessandra quer passar na

sua casa na volta.

__ Tudo bem, e quando vocês voltam?

__ No fim do mês.

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__ Ok, quando voltarem pro México coloque a Alessandra num vôo aqui pro Rio de

Janeiro e eu a encontro no aeroporto.

__Então está bem.

__ Mais alguma coisa?

__ Estou esperando você desligar.

__ Tudo bem, tchau. –disse desligando.

KÁTIA

Cheguei ao trabalho e segui para minha sala sem ao menos cumprimentar o porteiro.

Ao me avistar Verônica guardou o livro que estava lendo – não sei por que ela gostava

tanto de ler – e me cumprimentou.

__ Pode falar. –ela disse.

Verônica me conhecia tão bem que já sabia quando precisava desabafar.

__ Ele vai pro México.

__ E qual o problema?

__ Foi o mesmo que perguntei a ele. __ Mas e agora?

__ Por que se importa você quem terminou com ele.

Apesar de me mostrar uma mulher forte e independente, eu sempre preciso de uma

âncora, alguém em quem possa confiar, alguém mantenha viva a chama ardente em

meu coração. Na realidade, eu tenho medo da solidão.

__ Tem razão.

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__ Está sabendo da última? __ Edgar está fazendo uma sessão de fotos da grife MODA

DE VERÃO pra revista BREATH.

__ Mais uma vez você vem falar do Edgar!

__ E qual o problema?

__ O problema é que você tem que aceitar que o Edgar não serve pra você. __ Você

merece uma pessoa melhor.

__ E onde está a “pessoa melhor”?

__ Se fizesse como eu, talvez já tivesse encontrado!

__ Fazer o quê? __ Sair me oferecendo... __ Me desculpe, eu não quis dizer isso.

Eu realmente não me importo o que os outros pensam de mim, mas minha melhor

amiga não está incluída nesse pacote.

__ Não sabia que você pensa assim de mim.

__ Eu não penso. __ Me desculpe, eu agi sem pensar.

__ Tudo bem. –disse fingindo não me importar.

O dia seguiu e eu dirigi poucas palavras a Verônica, eu não gostava de ficar brigada

com ela, mas às vezes isso era necessário.

VERÔNICA

Magoar minha amiga é uma das coisas que mais tenho medo de fazer. Meus impulsos

frenéticos são realmente incontroláveis, e eu sinceramente não gosto disso.

Kátia ficou a tarde inteira sem falar comigo, mas eu não me importei. Sabia que ela

havia me perdoado e só precisava de um tempo. Estava bem triste, decidi pegar o

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metrô de volta pra casa. A única coisa que me alegrava era saber que ao chegar em

casa iria finalmente poder conversar com o Sr Destino.

__ Boa tarde. –disse ao motorista e me dirigi para um dos poucos bancos vazios.

Sentei-me no banco e percebi que uma senhora estava em pé próxima a mim.

__ Senhora, pode se sentar aqui. –disse me levantando.

__ Não obrigada.

__ Por favor, não é justo que eu me sente quando uma senhora está em pé.

__ Tudo bem.

A senhora se sentou e voltou a olhar pra mim.

__ Precisa de alguma coisa? –perguntei.

__ Como se chama?

__ Verônica. –disse timidamente.

__ Combina com você.

__ Obrigada. – respondi e perguntei seu nome, já que estava sem assunto.

__ Elga. –ela respondeu sorrindo.

Os minutos se passaram enquanto conversávamos – agora por interesse e não por

educação – distraidamente sobre vários assuntos. Elga havia me falado de sua filha já

que eu havia tomado coragem de perguntar o motivo de ela me olhar tanto.

__ Você se parece muito com ela.

__ E como ela se chama?

__ Alice.

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Quando finalmente me despedi de Elga e desci do metrô disparei-me para casa. Entrei

em casa e fui direto para meu computador. Felizmente o Sr Destino já estava me

esperando.

__ Oi. –digitei.

__ Chegou mais cedo hoje? –ele perguntou.

__ Peguei o metrô, queria chegar rápido em casa.

__ Pra conversar comigo?

__ Convencido. –digitei sorrindo. __ Também.

__ E qual foi o outro motivo?

__ Tive uma discussão com minha amiga.

__ A Kátia?

__ Sim, eu disse algumas coisas pra ela e agora me sinto mal.

__ Ela vai te perdoar.

__ Eu sei, só não sei se eu vou me perdoar.

__ Claro que vai. Você sabe que não quis magoá-la.

__ Tem razão. __ Mas mudando de assunto, estou quase terminando o livro.

__ O Morro dos ventos Uivantes?

__ Sim.

__ Uma vez sonhei com esse livro...

__ E quem você era?

__ Linton.

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__ E imagino que também estava no sonho.

__ É claro, você nunca me perdoaria se não estivesse. –ele digitou e terminou a frase

com letras de risadas.

__ Tem razão. __ Até imagino quem eu era.

__ Quem?

__ Isabel?

RICARDO

O jovem Linton casado com a bela Catherine que era perdidamente apaixonada por um

amigo de infância, enquanto o rapaz realizava todos os seus caprichos apenas para

demonstrar seu amor.

Deveria eu mentir para Verônica? Responder que sim, no meu sonho ela era

simplesmente a minha irmã – irmã do Linton – Isabel? Ou eu deveria confessar que ela

sempre foi minha Catherine?

__ Sim, você era ela. –digitei.

Conversei com Verônica por quase duas horas e depois quando ela finalmente teve

que sair – os humanos tem necessidades básicas, como por exemplo, tomar banho –

eu decidi reler o capitulo do meu sonho. Quem me dera naquele momento ser o

Heathcliff, amado por Catherine ou simplesmente adorado por Isabel, não importa qual das

duas, somente importava que pra mim fosse Verônica.

EDGAR

Cheguei a meu apartamento acompanhado de Jessica, felizmente Viviane havia ido pra

uma festa na casa de uma amiga, ela havia me ligado antes para pedir permissão, e

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não sei como não percebeu que se eu não fosse fazer algo errado nunca a deixaria ir

sozinha a uma festa.

__ Seu apartamento é lindo!

__ Você ainda não viu a melhor parte, meu quarto. –disse a carregando e levando-a

até meu quarto. __ Toma alguma coisa? __ Um vinho?

__ Sim. –ela disse sorrindo e eu fui até a cozinha buscar o vinho e duas taças.

Quando voltei encontrei Jessica deitada em minha cama apenas com roupas íntimas.

Coloquei o vinho e as taças no criado mudo e me deitei junto dela, retirando minha

roupa e a beijando.

Eu a acariciava e a beijava ferozmente. Jessica parecia bem experiente, ela me

abraçava e sussurrava coisas excitantes no meu ouvido.

__ Por que você não me mostra se o que vi mais cedo realmente funciona bem? –ela

de repente se tornou uma mulher tomada de prazer.

__ Você é quem manda. –disse.

Iniciamos uma noite selvagem de prazer. Jessica gritava palavras explicitas e me

deixava cada vez mais excitado.

De repente Jessica teve uma idéia maluca, mas eu estava em puro êxtase e não neguei.

__ Que tal uma sessão de fotos particulares? –ela disse retirando sua câmera

fotográfica da bolsa.

Acordei no dia seguinte e Jessica já não estava mais comigo. Encontrei apenas um

bilhete.

“ADOREI A SESSÃO DE FOTOS, NÃO SE ESQUEÇA DE PASSAR NA BREATH AMANHÔ

CONTINUA...