74
AUTOMAÇÃO E CONTROLE PROJETO DE AUTOMAÇÃO: LINHA DE PRENSAS EXCÊNTRICAS

Automatização de sistema de prensas

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Automatização de sistema de prensas

AUTOMAÇÃO E CONTROLE

PROJETO DE AUTOMAÇÃO:

LINHA DE PRENSAS EXCÊNTRICAS

Page 2: Automatização de sistema de prensas

Prof. Dr. RODRIGO JULIANO

Graduandos:

ANTONIO MARCOS LINO DOS SANTOS - RA3800591

ISAC NEGREIROS DOS SANTOS JUNIOR - RA3800608

JOÃO PAULO FERREIRA - RA 3800605

GERSON ROBERTO DA SILVA - RA 3800701

TIAGO VALERIO FRANCO - RA 3800576

2

Page 3: Automatização de sistema de prensas

SUMARIO

LISTA DE ABREVIATURAS E, SIGLAS E

SIMBOLOS.........................................4

LISTA DE FLUXOGRAMAS E

GRÁFICOS.............................................................5

LISTA DE

FIGURAS....................................................................................................6

1.

INTRODUÇÃO..........................................................................................................8

1.1 –

Justificativa.................................................................................................9

1.2 – Necessidade vs.

Solução............................................................................11

2. REVISÃO

BIBLIOGRAFICA...............................................................................14

2.1 – Prensas

Hidraulicas..................................................................................14

2.2 – Robôs com 6

eixos.....................................................................................15

2.2.1 - Eixos de um

Robô........................................................................16

2.2.2 - Tipos de

Robôs.............................................................................17

2.3 – Sistemas de

segurança..............................................................................22

2.3.1 - Segurança no trabalho em máquinas e

equipamentos..............22

2.3.2 - Arranjo físico e

instalações.........................................................23

2.3.3 - Instalações e dispositivos

elétricos..............................................24

3

Page 4: Automatização de sistema de prensas

2.3.4 - NBR-14153 - A segurança de

máquinas.....................................25

3. DESENVOLVIMENTO DO

SISTEMA................................................................29

3.1 - Operações de transporte de

materiais.....................................................29

3.2 –

Programação.............................................................................................31

3.2 - Garras e

Ferramentas...............................................................................36

3.3 - Precisão e

Repetitividade..........................................................................39

3.4 – Controle do

processo................................................................................44

3.5 - Manutenções periódicas...........................................................................47

4. DICUSSÃO DOS

RESULTADOS..........................................................................48

5.

CONCLUSÃO..........................................................................................................49

5.1 - Perspectivas

Futuras............................................................................................49

5.2 - Formação de Profissionais no

Brasil...................................................................50

6. REFERÊNCIAS

BIBLIOGRAFICAS...................................................................51

ANEXO A.....................................................................................................................52

LISTA DE ABREVIATURAS E, SIGLAS E SIMBOLOS

EPC – Equipamento de proteção coletiva.

EPI – Equipamento de proteção individual.

NR - 10 – Norma regulamentadora 10.4

Page 5: Automatização de sistema de prensas

NR - 12 – Norma regulamentadora 12.

NBR 5410 – Manual técnico em instalações de baixa tensão.

NBR 14153- Segurança com maquinas

LISTA DE FLUXOGRAMAS E GRÁFICOS

Fluxograma 1- Rotina de funcionamento robô 1.

Fluxograma 2 – Rotina de funcionamento robô 2.

Fluxograma 3 – Rotina de funcionamento robô 3.

Gráfico 1 – Comparativo de produção entre as duas linhas de produção automática e manual

5

Page 6: Automatização de sistema de prensas

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 Prensa n° 1 a primeira da linha de montagem. (Fonte próprios autores).

Figura 1.2 – Prensa n° 2 da linha. (Fonte próprios autores).

Figura 1.3 – É possível observar as demais prensas que compões a linha de produção.

(Fonte próprios autores).

6

Page 7: Automatização de sistema de prensas

Figura 1.4 – Imagem do robô número 1 e a mesa de centralização (Foto dos próprios autores).

Figura 1.5 - Robô 2 entre as prensas 1 e 2. (Fonte próprios autores).

Figura 1.6 - Robô 3 retira peças e as deposita em 2 esteiras. (Fonte próprios autores).

Figura 2.1 – Partes que compõe uma prensa excêntrica.

Figura 2.2.1 – Eixos de um robô

Figura 2.2.2 - Eixos de um robô cartesiano (Prismático-Prismático-Prismático, PPP).

Figura 2.2.3 - Eixos de um robô de coordenadas cilíndricas (RPP).

Figura 2.2.4 - Eixos de um robô de coordenadas polares ou esféricas (RRP).

Figura 2.2.5 - Eixos de um robô de coordenadas de revolução ou articulado (RRR).

Figura 2.2.6 – Robô scara.

Figura 2.3.1 – Comando de acionamento bi manual.

Figura 2.3.2 – Imagem de um scanner de área 3D (foto dos próprios autores).

Figura 2.3.3 – Ilustração do funcionamento de uma barreira de proteção ótica

Figura 2.3.4 – Enclausuramento de maquinas e travas de segurança.

Figura 3.1 – Foto controlador manual do robô da fabricante ABB. (Foto dos próprios autores).

Figura 3.2 – É possível ver alguns tipos de garras e ferramentas para robôs.

Figura 3.3 – esquema de funcionamento pneumático do robô 1.

Figura 3.4 – Esquema pneumático do robô 2.

Figura 3.5 – Esquema pneumático robô 3.

Figura 3.6 – Esquema pneumático da mesa centralizador localizada na célula 1.

Figura 3.7 – Ilustra um sistema de repetitividade e precisão de um robô.

Figura 3.8 – Layout da célula 1.

Figura 3.9 – Layout célula 2.

Figura 3.10 – Layout da célula 3.

Figura 3.11 – Layout das 3 células juntas.

Figura 3.12 – Vista de um painel de controle de robôs, fabricante ABB.

Figura 3.13 – CPU de controle do robô e seus periféricos

Figura 3.14 – Periféricos instalados para acionamentos externos e segurança

Figura 3.15 – Vista interna do painel de controle do robô.

Figura 7.1 – Lista de Materiais

Figura 7.2 – Lista 2 de materiais.

Figura 7.3 – Lista 3 de materiais.

7

Page 8: Automatização de sistema de prensas

1 - INTRODUÇÃO.

Com as novas exigências de qualidade, flexibilidade e produtividade, impostas pelo

mercado, toma-se necessário a utilização de máquinas automatizadas por parte das

indústrias que desejam ser competitivas. Toda indústria, almeja cada vez mais por

8

Page 9: Automatização de sistema de prensas

velocidade, controle dos processos, redução de custo, aumento de qualidade, entre

outros. Essa modificação na visão industrial teve início com a Revolução Industrial no

século XVIII (ARAÚJO, 2006). Dois séculos depois, Henry Ford mudou o mundo

com a produção em série nos Estados Unidos. Isso demonstra que a automação vem

aumentando a cada dia. Por meio da automação, a indústria reduz o custo com

empregados, aumenta a velocidade dos procedimentos, aumenta a segurança dos

operadores, melhora a qualidade dos produtos e torna o sistema eficaz e eficiente. O

sistema fica mais independente das variações da mão de obra, aperfeiçoando sua

capacidade.

Os benefícios teóricos de utilizar robôs em uma indústria são numerosos e vão desde o

aumento da produtividade, a melhoria e a consistência na qualidade final do produto (a

qual também minimiza a necessidade de operações adicionais), a menor demanda de

contratação de mão de obra especializada, que é difícil de encontrar, a confiabilidade

no processo, a facilidade na programação e uso dos robôs, a operação em ambientes

difíceis e perigosos ou em tarefas desagradáveis e repetitivas para o ser humano e,

finalmente, a capacidade de trabalho sem descanso por longos períodos.

Entretanto, na prática, a aplicação de robôs na indústria requer uma solução confiável

e robusta que desempenhe de forma consistente as funções predeterminadas. Ou seja,

ao existir um problema a resolver, este deveria ser resolvido com um êxito próximo a

100%, em 100% do tempo, de tal forma que se tenha a confiança que o sistema

robotizado realiza o trabalho para o qual foi designado. Qualquer porcentagem de

êxito menor que esta, frequentemente não é aceita.

1.1 – Justificativa.

É com base nesse contexto mundial que uma empresa montadora eletrodomésticos viu

a necessidade e a oportunidade de se automatizar uma linha de prensas excêntricas que

9

Page 10: Automatização de sistema de prensas

juntas formam uma linha de produção onde o produto final é conformação de chapas

de metal que formam o gabinete de uma lavadora de roupas da linha branca. O

processo era feito de forma manual, onde as prensas eram dispostas em linha de forma

que de uma lado entramos com a chapa “crua” e no final temos uma estrutura pronta

para formar um gabinete de lavadora de roupas.

Nas Figuras 1.1; 1.2; e 1.3 é possível ver o processo de produção manual, trata-se de

um sistema onde em cada prensa efetua uma parte do processo, existem em média dois

operadores em cada lado da prensa que correspondem a colocação e a retirada da peça

para próxima etapa do processo e cada prensa realiza um tipo trabalho seja furando ou

conformando a peça.

Figura 1.1 Prensa n° 1 a primeira da linha de montagem. (Fonte próprios autores)

Na figura 1.1 é possível observar o operador no momento em que ele aguarda a

abertura da Prensa n° 1 para retirar a peça e coloca-la sobre uma esteira que a leva até

o próximo operador que a coloca na Prensa n° 2.

10

Page 11: Automatização de sistema de prensas

Figura 1.2 – Prensa n° 2 da linha. (Fonte próprios autores)

Na Figura 1.2 é possível ver o colaborador pronto para realizar o procedimento de

execução de ciclo da prensa com a peça já posicionada em seu devido local.

Figura 1.3 – É possível observar as demais prensas que compões a linha de produção.

(Fonte próprios autores)

11

Page 12: Automatização de sistema de prensas

Na Figura 1.3 é possível observar as Prensas n° 2, n° 3 e a n° 3 ou seja existem quatro

prensas em uma linha de produção com 10 colaboradores envolvidos no processo de

produção.

Outro importante fator é a segurança envolvidas nesse tipo de trabalho uma vez que

estamos tratando com equipamentos de 250 a 400 toneladas de força de prensagem,

torna-se imprescindível a adoção de sistemas de segurança que venham a garantir a

integridade física de todos aqueles colaboradores envolvidos no processo de produção

dessa maquinas. Para isso são adotadas e seguidas normas nacionais e internacionais

que garantem a operação segura desses equipamentos, como a instalação de barreiras

de proteção, sistemas redundantes, equipamentos de proteção coletiva (EPC) entre

outros.

Cabe lembrar que por se tratar do corte, dobra e furação de chapas de aço, sempre

existe o risco de lesão corporais como cortes e arranhões, já com intuito de eliminar

tais riscos todos os colaboradores devem trabalhar com equipamentos de proteção

individuais (EPI) adequados para cada função.

1.2 - Necessidade vs. Solução

Com base na necessidade de se tornar competitiva e na complexidade desta linha de

produção, seja por fatores de segurança, velocidade de produção ou por custos

operacionais. A empresa em questão decidiu buscar formas de readequar o modelo

existente de produção, e a forma encontrada foi com a instalação de uma nova linha de

prensas que seriam operadas via sistemas automatizados (Robôs), visando uma maior

produção, a redução nos riscos de acidentes humanos, uma maior confiabilidade no

processo (repetitividade) e a redução de custos operacionais.

A ideia básica foi a de se elaborar um projeto de produção onde a atividade humana

seria substituída pela mecânica, as maquinas seriam responsáveis por colocar e retirar

as peças de uma prensa a outra, nas figuras a seguir é possível observar como ficou à

12

Page 13: Automatização de sistema de prensas

disposição dos novos equipamentos em uma nova linha de produção que serviu de

modelo para novos projetos do mesmo âmbito em toda linha fabril.

O projeto escolhido foi o de implementar três robôs da fabricante ABB entre 2 novas

prensas, onde o primeiro robô ficou responsável por colocar a chapa na primeira

prensa, o segundo robô fica responsável por retirar da primeira prensa e coloca-la na

segunda prensa e o terceiro robô fica responsável por retirar da prensa número 2 e

deposita-la em uma esteira que leva esta peça pronta a próxima etapa da linha de

produção. E possível ter uma visão na imagens que se seguem.

Na Figura 1.4 abaixo é possível ver o robô número 1 que responsável pela retirada das

chapas de aço de um ponto especifico, leva-la até uma mesa que garante o alinhamento

correto da chapa e logo após deposita-la dentro da prensa para seguir no processo.

A Figura 1.5 abaixo nos mostra o robô número 2 que é o responsável pela retirada de

peças da prensa 1 e a colocação na prensa 2.

E com a Figura 1.6 abaixo é possível observar o robô 3 que retira as peças da prensa 2

e deposita sobre a esteira que estiver vazia.

Figura 1.4 – Imagem do robô número 1 e a mesa de centralização (Foto dos próprios autores).

13

Page 14: Automatização de sistema de prensas

Figura 1.5 - Robô 2 entre as prensas 1 e 2. (Fonte próprios autores)

Figura 1.6 - Robô 3 retira peças e as deposita em 2 esteiras. (Fonte próprios autores)

14

Page 15: Automatização de sistema de prensas

Mesmo se tratando de maquinas realizando serviços de produção, toda a montagem

deste projeto seguiu as normas brasileiras de segurança NR-12 e NR10 assim como

NBR-5410, barreiras de proteção foram instaladas para evitar o acesso aos pontos de

movimentação dos robôs, barreiras para evitar danos as prensas e ao robôs.

Cabe lembrar que mesmo sendo instalados sistemas automáticos entre as prensas em

caso de falhas ou de outras necessidades tais maquinas ainda sim podem ser operadas

manualmente ou seja, as normas para proteção de colaboradores foram mantidas e em

muitos dos casos aprimoradas com a instalação de sistemas ainda mais modernos de

proteção.

2 – REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 – Prensas Hidráulicas.

Inventado em 1795 por Joseph Bramah, a prensa hidráulica é também conhecida como

a prensa Bramah. Ele usou seu conhecimento da mecânica dos fluidos e de movimento

para desenvolver este dispositivo. Esta invenção aumentou significativamente o poder

de compactação disponível, ampliando os grupos de produtos e opções disponíveis

para outros inventores. Ao aplicar a hidráulica para uma prensa, uma classe inteira de

máquinas foi inventada. Existe uma vasta gama de diferentes máquinas de prensa

hidráulica, que variam a partir de pequenas unidades de mesa para amadores até

máquinas enormes usadas para criar peças de metal.

As prensas são máquinas ferramentas em que o material placa ou chapa é trabalhado

sob operações de conformação ou corte e são utilizadas, principalmente, na metalurgia

básica e na fabricação de produtos de metal, máquinas e equipamentos, máquinas de

escritório e equipamentos de informática, móveis com predominância de metal,

veículos automotores, reboques e carrocerias.

Nesses processos existe sempre um martelo (punção) cujo movimento é proveniente

de um sistema hidráulico (cilindro hidráulico) ou de um sistema mecânico (em que o

15

Page 16: Automatização de sistema de prensas

movimento rotativo é transformado em linear através de um sistema de bielas,

manivelas ou fusos).

Há uma grande diversidade de prensas, que variam quanto ao tipo, modelo, tamanho e

capacidade de aplicação de força ou velocidade.

No mercado, encontramos prensas com capacidade de carga de poucos quilos até

prensas de mais de 50.000 toneladas de força. No parque industrial brasileiro a maioria

das prensas é do tipo excêntrica que é a mais perigosa. O acionamento das prensas

pode ser feito por pedais, botoeiras simples, por comando bi manual ou por

acionamento contínuo.

Quais os elementos básicos em uma prensa?

Figura 2.1 – Partes que compõe uma prensa excêntrica.

2.2 – Robôs com 6 eixos.

Os robôs, de acordo com a Associação de Indústrias de Robôs dos Estados Unidos

(Robot Industries Association - RIA), são "manipuladores reprogramáveis e

multifuncionais, projetados para manipular materiais, peças, ferramentas ou

16

Page 17: Automatização de sistema de prensas

dispositivos especializados, através de movimentos variáveis programados para a

realização de tarefas diversas".

Com respeito a sua estrutura, um robô é um sistema mecânico, de geometria variada,

formada por corpos rígidos, articulados entre si, destinado a sustentar e

posicionar/orientar o órgão terminal, que dotado de garra mecânica ou ferramenta

especializada, fica em contato direto com o processo. A mobilidade do manipulador é

o resultado de uma série de movimentos elementares, independentes entre si,

denominados graus de liberdade do robô (AMADA 1995).

2.2.1 - Eixos de um Robô

O braço manipulador de um robô é capaz de se mover para várias posições porque

possui uniões ou juntas, também denominadas eixos, que permitem ao manipulador

executar tarefas diversas. O movimento da junta de um robô pode ser linear ou

rotacional. O número de juntas de um robô determina seus graus de liberdade; a

maioria dos robôs possui de 3 a 6 eixos. Estes eixos podem ser divididos em duas

classes: eixo do corpo e eixo da extremidade do robô. Os eixos da base do corpo do

robô permitem mover seu órgão terminal para uma determinada posição no espaço.

Estes eixos são denominados cintura, ombro e cotovelo (waist, shoulder e elbow). Os

eixos da extremidade do robô permitem orientar seu órgão terminal e são denominados

roll, pitch e yaw Figura 2.2.1. Um robô com 6 eixos, sendo 3 para o posicionamento e

três para a orientação, é compatível com qualquer tarefa que seja realizada dentro de

seu volume de trabalho; com menos de 6 graus de liberdade não se alcançam todos os

pontos de um ambiente de trabalho. Um robô com mais de 6 eixos é denominado robô

redundante, ou seja, tem mais graus de liberdade do que o mínimo requerido para a

execução da tarefa.

17

Page 18: Automatização de sistema de prensas

Figura 2.2.1 – Eixos de um robô

2.2.2 - Tipos de Robôs

Os robôs são classificados de acordo com o número de eixos, tipo de controle, tipo de

acionamento, e geometria, tais características são descritas abaixo:

A - Geometria do Robô

Os eixos do corpo de um robô podem ser encontrados em várias combinações de

configurações rotacionais e lineares, dependendo da aplicação. Estas combinações são

denominadas geometria do robô. Existem cinco classes principais de robôs

manipuladores, segundo o tipo de juntas (de rotação ou de revolução -R-, ou de

translação ou prismáticas -P-), o que permite diferentes possibilidades de

posicionamento no volume de trabalho. As cinco classes ou geometrias principais de

um robô são: cartesiana, cilíndrica, polar (ou esférica), de revolução (ou articulada) e

SCARA (Selective Compliant Articulated Robot for Assembly). Estes estiOs são

também denominados sistemas geométricos coordenados, posto que descrevem o tipo

de movimento que o robô executa.

18

Page 19: Automatização de sistema de prensas

B - Robô de Coordenadas Cartesianas

O robô de coordenadas cartesianas, ou robô cartesiano como pode ser viso na Figura

2.2.2 pode se mover em linhas retas, em deslocamentos horizontais e verticais. As

coordenadas cartesianas especificam um ponto do espaço em função de sus

coordenadas X, e y Z.

Figura 2.2.2 - Eixos de um robô cartesiano (Prismático-Prismático-Prismático, PPP).

C - Robô de Coordenadas Cilíndricas.

O robô de coordenadas cilíndricas combina movimentos lineares com movimentos

rotacionais. Normalmente, este tipo de robô possui um movimento rotacional na

cintura (waist) e dos movimentos lineares como pode ser visto na Figura 2.2.3; os

movimentos destes eixos descrevem um cilindro.

19

Page 20: Automatização de sistema de prensas

Figura 2.2.3 - Eixos de um robô de coordenadas cilíndricas (RPP).

D - Robô de Coordenadas Polares (Esféricas).

O robô de coordenadas polares ou esféricas possui dois movimentos que são

rotacionais na cintura e ombro (waist e shoulder) e um terceiro movimento que é

linear. Estes três eixos descrevem uma esfera (Figura 2.2.4).

E - Robô de Coordenadas de Revolução (Articulado).

O robô de coordenadas de revolução (ou articulado) possui juntas e movimentos que

se assemelham aos de um braço humano (Figura 2.2.5). O robô PUMA

(Programmable Universal Machine for Assembly) é um dos projetos mais populares

de robôs articulados e foi projetado inicialmente para cumprir com os requerimentos

da indústria automobilística.

20

Page 21: Automatização de sistema de prensas

Figura 2.2.4 - Eixos de um robô de coordenadas polares ou esféricas (RRP).

21

Page 22: Automatização de sistema de prensas

Figura 2.2.5 - Eixos de um robô de coordenadas de revolução ou articulado (RRR).

F - Robô SCARA.

O robô SCARA é uma configuração recente utilizada para tarefas de montagem, como

seu nome sugere. Embora tal configuração possua os mesmos tipos de juntas que uma

configuração esférica (Rotacional-Rotacional-Prismática, RRP), ela se diferencia da

esférica tanto pela sua aparência quanto pela sua faixa de aplicação. A figura 2.2.6

ilustra a estrutura de um robô SCARA.

Figura 2.2.6 – Robô scara.

22

Page 23: Automatização de sistema de prensas

2.3 – Sistemas de segurança

2.3.1 - NR - 12 Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos.

Esta Norma Regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas, princípios

fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos

trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças

do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos

os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a

qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do

disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR aprovadas pela Portaria n.º

3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão

destas, nas normas internacionais aplicáveis.

Entende-se como fase de utilização a construção, transporte, montagem, instalação,

ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina

ou equipamento. As disposições desta Norma referem-se a máquinas e equipamentos

novos e usados, exceto nos itens em que houver menção específica quanto à sua

aplicabilidade.

O empregador deve adotar medidas de proteção para o trabalho em máquinas e

equipamentos, capazes de garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, e

medidas apropriadas sempre que houver pessoas com deficiência envolvidas direta ou

indiretamente no trabalho. São consideradas medidas de proteção, a ser adotadas nessa

ordem de prioridade:

a) medidas de proteção coletiva;

b) medidas administrativas ou de organização do trabalho; e

c) medidas de proteção individual.

A concepção de máquinas deve atender ao princípio da falha segura.

23

Page 24: Automatização de sistema de prensas

2.3.2 - Arranjo físico e instalações.

Nos locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de circulação devem

ser devidamente demarcadas e em conformidade com as normas técnicas oficiais.

As vias principais de circulação nos locais de trabalho e as que conduzem às saídas

devem ter, no mínimo, 1,20 m (um metro e vinte centímetros) de largura.

As áreas de circulação devem ser mantidas permanentemente desobstruídas.

Os materiais em utilização no processo produtivo devem ser alocados em áreas

especificas de armazenamento, devidamente demarcadas com faixas na cor indicada

pelas normas técnicas oficiais ou sinalizadas quando se tratar de áreas externas. Os

espaços ao redor das máquinas e equipamentos devem ser adequados ao seu tipo e ao

tipo de operação, de forma a prevenir a ocorrência de acidentes e doenças relacionados

ao trabalho.

A distância mínima entre máquinas, em conformidade com suas características e

aplicações, deve garantir a segurança dos trabalhadores durante sua operação,

manutenção, ajuste, limpeza e inspeção, e permitir a movimentação dos segmentos

corporais, em face da natureza da tarefa.

As áreas de circulação e armazenamento de materiais e os espaços em torno de

máquinas devem ser projetados, dimensionados e mantidos de forma que os

trabalhadores e os transportadores de materiais, mecanizados e manuais, movimentem-

se com segurança. Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam máquinas e

equipamentos e das áreas de circulação devem:

a) ser mantidos limpos e livres de objetos, ferramentas e quaisquer materiais que

ofereçam riscos de acidentes;

b) ter características de modo a prevenir riscos provenientes de graxas, óleos e outras

substâncias e materiais que os tornem escorregadios; e

c) ser nivelados e resistentes às cargas a que estão sujeitos. As ferramentas utilizadas

no processo produtivo devem ser organizadas e armazenadas ou dispostas em locais

específicos para essa finalidade. 24

Page 25: Automatização de sistema de prensas

As máquinas estacionárias devem possuir medidas preventivas quanto à sua

estabilidade, de modo que não basculem e não se desloquem intempestivamente por

vibrações, choques, forças externas previsíveis, forças dinâmicas internas ou qualquer

outro motivo acidental.

2.3.3 - Instalações e dispositivos elétricos.

As instalações elétricas das máquinas e equipamentos devem ser projetadas e

mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico,

incêndio, explosão e outros tipos de acidentes, conforme previsto na NR 10.

Devem ser aterrados, conforme as normas técnicas oficiais vigentes, as instalações,

carcaças, invólucros, blindagens ou partes condutoras das máquinas e equipamentos

que não façam parte dos circuitos elétricos, mas que possam ficar sob tensão.

As instalações elétricas das máquinas e equipamentos que estejam ou possam estar em

contato direto ou indireto com água ou agentes corrosivos devem ser projetadas com

meios e dispositivos que garantam sua blindagem, estanqueidade, isolamento e

aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes.

Os condutores de alimentação elétrica das máquinas e equipamentos devem atender

aos seguintes requisitos mínimos de segurança:

a) oferecer resistência mecânica compatível com a sua utilização;

b) possuir proteção contra a possibilidade de rompimento mecânico, de contatos

abrasivos e de contato com lubrificantes, combustíveis e calor;

c) localização de forma que nenhum segmento fique em contato com as partes móveis

ou cantos vivos;

d) facilitar e não impedir o trânsito de pessoas e materiais ou a operação das máquinas;

e) não oferecer quaisquer outros tipos de riscos na sua localização; e

f) ser constituídos de materiais que não propaguem o fogo, ou seja, auto extinguíveis, e

não emitirem substâncias tóxicas em caso de aquecimento.

25

Page 26: Automatização de sistema de prensas

Os quadros de energia das máquinas e equipamentos devem atender aos seguintes

requisitos mínimos de segurança:

a) possuir porta de acesso, mantida permanentemente fechada;

b) possuir sinalização quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de acesso por

pessoas não autorizadas;

c) ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de objetos e

ferramentas;

d) possuir proteção e identificação dos circuitos.

e) atender ao grau de proteção adequado em função do ambiente de uso.

As ligações e derivações dos condutores elétricos das máquinas e equipamentos

devem ser feitas mediante dispositivos apropriados e conforme as normas técnicas

oficiais vigentes, de modo a assegurar resistência mecânica e contato elétrico

adequado, com características equivalentes aos condutores elétricos utilizados e

proteção contra riscos

2.3.4 - NBR-14153 - A segurança de máquinas

Aplica-se a todas as partes de sistemas de comando relacionadas à segurança,

independentemente do tipo de energia aplicado, por exemplo, elétrica, hidráulica,

pneumática, mecânica. Não especifica quais são as funções de segurança e quais

categorias devem ser aplicadas em um caso particular. Abrange todas as aplicações de

máquinas, para uso profissional ou não profissional. Também, onde apropriado, pode

ser aplicada às partes de sistemas de comando relacionadas à segurança, utilizadas em

outras aplicações técnica.

Segundo a norma, as partes de sistemas de comando de máquinas têm,

frequentemente, a atribuição de prover segurança e são chamadas de partes

relacionadas à segurança. Estas partes podem consistir em hardware e software e

desempenham as funções de segurança de sistemas de comando. Podem ser parte

integrante ou separada do sistema de comando.

26

Page 27: Automatização de sistema de prensas

O desempenho, com relação à ocorrência de defeitos, de uma parte de um sistema de

comando, relacionada à segurança, é dividido, nessa norma, em cinco categorias (B, 1,

2, 3 e 4), que devem ser usadas como pontos de referência. Não é objetivo a utilização

dessas categorias, em qualquer ordem de hierarquia, com respeito a requisitos de

segurança.

As categorias podem ser aplicadas para: comandos para todo tipo de máquinas, desde

máquinas simples (por exemplo, pequenas máquinas para a cozinha) até complexas

instalações de manufatura (por exemplo, máquinas de embalagem, máquinas de

impressão, prensas etc.); sistemas de comando de equipamentos de proteção, por

exemplo, dispositivos de comando a duas mãos, dispositivos de Inter travamento,

dispositivos de proteção eletros sensitivos, por exemplo, barreiras fotoelétricas e

plataformas sensíveis à pressão. A categoria selecionada depende da máquina e da

extensão a que os meios de comando são utilizados para medidas de proteção.

Na seleção de uma categoria e no projeto de uma parte de um sistema de comando,

relacionada à segurança, o projetista deve declarar ao menos as seguintes informações,

relativas à parte relacionada à segurança: a(s) categoria(s) selecionada(s); a

característica funcional e a exata finalidade da parte na(s) medida(s) de segurança; os

limites exatos (ver 3.1); todos os defeitos relevantes à segurança considerados; aqueles

defeitos relevantes à segurança não considerados pela exclusão de defeitos e as

medidas empregadas para permitir sua exclusão; os parâmetros relevantes à

confiabilidade, como condições ambiente; e a(s) tecnologia(s) aplicada(s).

O uso das categorias como pontos de referência e a sua declaração nos princípios de

projeto visam permitir a utilização flexível dessa norma. O objetivo é proporcionar

uma base clara sobre a qual o projeto e as características funcionais das partes de um

sistema de comando (e a máquina) relacionados à segurança, em qualquer aplicação,

possam ser avaliados, por exemplo, por terceiros, em ensaios internos ou em

laboratórios independentes.

As partes de um sistema de comando relacionadas à segurança, que proporcionam as

funções de segurança, devem ser projetadas e construídas de tal forma que os

27

Page 28: Automatização de sistema de prensas

princípios da NBR 14009 sejam integralmente considerados: durante toda a utilização

prevista e utilização incorreta previsível; na ocorrência de defeitos; quando erros

humanos previsíveis forem cometidos durante a utilização planejada da máquina como

um todo

Nas figuras 2.3.1; 2.32, 2.3.3 e 2.3.4 é possível ver alguns dos principais itens de

segurança aplicados em sistemas de prensas.

Figura 2.3.1 – Comando de acionamento bi-manual.

28

Page 29: Automatização de sistema de prensas

Figura 2.3.2 – Imagem de um scanner de área 3D (foto dos próprios autores).

Figura 2.3.3 – Ilustração do funcionamento de uma barreira de proteção ótica

29

Page 30: Automatização de sistema de prensas

.

Figura 2.3.4 – Enclausuramento de maquinas e travas de segurança.

3 – DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA

3.1 - Operações de transporte de materiais

As operações de transporte e manipulação de materiais (“materials handling”) são

aquelas em que o robô move materiais ou componentes de uma posição e orientação

(localização) para outra localização.

O transporte de componentes ou materiais é uma aplicação ideal para um robô

industrial. É normalmente, uma tarefa repetitiva, muitas vezes realizada em condições

adversas ao ser humano e que normalmente requer pouca complexidade.

Para poder transportar os materiais ou componentes o robô é equipado com uma garra

na sua parte terminal. A garra deve ser projetada par a o ou os componentes a

30

Page 31: Automatização de sistema de prensas

transportar atendendo, entre outros fatores, à forma, peso e material do ou dos

referidos componentes.

As aplicações de transporte de materiais ou componentes são muito variadas podendo

ser consideradas, de acordo com a sua função principal, em dois grupos:

- transferência de matérias

- alimentação de máquinas

Nas aplicações de transferência de materiais o objetivo primário é mover componentes

de uma dada localização para uma outra localização. Uma aplicação básica deste tipo

de aplicações é um simples sistema de “pick and place” onde um robô pega num

componente e o deposita numa nova posição. Neste tipo de aplicação, as posições de

carga e descarga permanecem constantes ao longo de todo o ciclo de trabalho.

Normalmente os requisitos para este tipo de operação são modestos, sendo possível

utilizar um robô de baixo nível tecnológico. Há, no entanto, operações de transferência

de materiais que são mais complexas, como por exemplo paletizar/despaletizar,

empacotar/desempacotar e empilhar/desempilhar em que por vezes se torna necessário

reorientar o componente. Neste tipo de operações as posições de carga e descarga

variam ao longo de ciclo de trabalho, necessitando para isso de um robô mais

sofisticado quer em termos de controlo, quer em facilidades de programação, quer

ainda em termos de manobrabilidade.

Nas aplicações de alimentação de máquinas, o robô transfere componentes de ou para

determinado equipamento de produção. Podemos pois ter o robô só a carregar

determinada máquina, só a descarregar ou ainda a realizar as duas funções. As

aplicações são inúmeras, podendo ser utilizados em:

- equipamentos de fundição injetada

- equipamentos de injeção de plástico

- máquinas ferramentas

- equipamentos de prensagem

- equipamentos de tratamentos térmicos

31

Page 32: Automatização de sistema de prensas

3.2 – Programação

Para que os robôs possam realizar sua missão, é necessário

programá-los. O robô pode executar as tarefas por meio de

programas realizados diretamente no computador que controla o

robô, utilizando uma das várias linguagens de programação de

robôs, ou utilizar o modo "playback" para programá-lo, utilizando o

"comando manual" (Figura 3.1). Este método é utilizado para

simplificar a programação dos robôs, pois quando o robô está no

modo ensino ("teach"), pode-se mover o robô da forma desejada

através das teclas do comando manual. Pode-se também editar

programas, selecionar velocidades, mudar parâmetros da tarefa (por

exemplo, inserir e/ou apagar parâmetros de soldagem), etc. Uma

vez programado, o robô repetirá automaticamente os movimentos

entre os pontos gravados. Se um ponto necessita ser corrigido,

pode-se executar o programa para atrás passo a passo, alcançar o

ponto desejado e corrigi-lo. Assim, o resultado é uma importante

economia de tempo.

32

Page 33: Automatização de sistema de prensas

Figura 3.1 – Foto controlador manual do robô da fabricante ABB. (Foto dos próprios autores).

Nos últimos anos, a programação dos robôs industriais evolucionou evolucionado

bastante, e atualmente eles também podem ser programados por:

• Voz.

• Sistemas gráficos interativos.

• Geração de planos de ação.

• Realidade virtual, etc.

Com intuito de facilitar a compreensão de cada etapa do processo a implementação

desse sistema de automação foi dividido em 3 celulas distintas cada uma delas com

um robô que é responsável por uma etapa do processo, são elas:

Célula 1

Compreende a primeira etapa do processo, trata-se do ponto onde o primeiro robô

pega a chapa já cortada em um tamanho padrão com auxílio de ventosas levando-a

uma mesa centralizadora, que além de deixar a chapa na posição correta para ser

inserida dentro da ferramenta, é verificado se não existe a presença de 2 (duas) chapas,

33

Page 34: Automatização de sistema de prensas

uma vez que caso fosse inserida 2 chapas de aço dentro da ferramenta de corte

teríamos sérios problemas.

O robô sempre aguarda o sinal de prensa pronta para receber peça antes de inseri-la na

máquina. O fluxograma 1 abaixo nos dá uma melhor ideia do processo de

funcionamento da célula 1.

Fluxograma 1- Rotina de funcionamento robô 1.

Celula 2

Trata-se do segundo robo envolvido no processo, este robô esta posicionado entre as

duas prensas e é responsavel por retirar a peça da primeira prensa e deposita-la na

34

Page 35: Automatização de sistema de prensas

segunda prensa assim que a mesma esteja pronta para receber a chapa. O fluxogrma 2

que segue abaixo mostra as etapas deste processo.

Fluxograma 2 – Rotina de funcionamento robô 2.

Célula 3.

O robô localizado na terceira etapa do processo é responsável por retirar a peça já

pronta da prensa 2 e deposita-la sobre umas das duas esteiras de saída que estiverem

livres, estas esteiras são responsáveis por levar a chapa já conformada para as linhas

de solda onde o produto é montado para formar o gabinete da lavadora de roupas.

35

Page 36: Automatização de sistema de prensas

Fluxograma 3 – Rotina de funcionamento robô 3.

O layout das três células foi projetado de forma que os robôs possam trabalhar

livremente dentro da área, e também existe espaço para a entrada de empilhadeiras

entre as prensas que são responsáveis por executar o setup dos diferente tipos de

ferramentas.

Existe também a possibilidade de se operar manualmente as prensas em caso de falhas

em qualquer um dos robôs. Os comandos bi manuais foram preservados para poderem

ser utilizados nessas ocasiões.

36

Page 37: Automatização de sistema de prensas

3.2 - Garras e Ferramentas

Os robôs são projetados para atuar sobre seu ambiente, mas para isto devem ir dotado

em seu órgão terminal de:

a) Garras ou mãos mecânicas:

• Com sujeição por pressão.

• Com sujeição magnética.

• Com sujeição a vácuo.

• Com sujeição de peças a temperaturas elevadas.

• Resistentes a produtos corrosivos/perigosos.

• Dotadas de sensores, etc.

b) Ferramentas especializadas:

• Pistolas pulverizadoras (pintura, metalização).

• Soldagem por resistência por pontos.

• Soldagem por arco.

• Furadeiras

• Polidoras, etc.

A figura 3.2 mostra a enorme possibilidade de ferramentas e garras para robôs.

37

Page 38: Automatização de sistema de prensas

Figura 3.2 – É possível ver alguns tipos de garras e ferramentas para robôs.

O esquema de funcionamento da atuação pneumática do robô 1 pode ser vista na

figura 3.3. Trata-se de um sistema válvulas e geradores de vácuo, que com auxílio de

ventosas e um vacuostato, que é responsável por verificar e informar ao sistema

eletrônico de controle, se ouve a atuação de vácuo uma vez que, só existe sinal de

vácuo se todas as ventosas aderiram a peça a ser deslocada até o processo.

Figura 3.3 – esquema de funcionamento pneumático do robô 1.

O funcionamento pneumático dos robôs 2 e 3 assemelham-se ao do robô da célula 1

como pode ser visto nas Figuras 3.4 e 3.5 respectivamente.

38

Page 39: Automatização de sistema de prensas

Figura 3.4 – Esquema pneumático do robô 2.

Figura 3.5 – Esquema pneumático robô 3.

39

Page 40: Automatização de sistema de prensas

A Figura 3.6 abaixo nos mostra o diagrama pneumático da mesa centralizadora

localizada na célula 1, que é responsável por centralizar a chapa de aço antes da

colocação na prensa e a verificação da existência de mais de uma chapa. É possível

vermos o circuito centralizador e o circuito que faz a verificação da existência ou não

de chapas a mais depositadas sobre a mesa centralizadora.

Figura 3.6 – Esquema pneumático da mesa centralizador localizada na célula 1.

3.3 - Precisão e Repetitividade.

Dois importantes parâmetros característicos dos robôs são sua precisão e

repetitividade. Por precisão, entende-se a capacidade do robô de ir a uma posição

desejada, com respeito a um sistema de referência fixo (normalmente a base do robô),

com um erro determinado (por exemplo ± 1 mm). Trata-se de precisão em

posicionamento absoluto.

Por repetitividade, entende-se a capacidade do robô de, uma vez conhecida e alcançada

uma posição, e partindo-se da mesma condição inicial, voltar a ir ("repetir")

novamente a tal posição com um erro determinado. A maioria dos manuais dos robôs

40

Page 41: Automatização de sistema de prensas

informa sobre a repetitividade do robô e não a precisão absoluta, muito mais difícil de

obter. Ambos os parâmetros são mostrados na figura 3.3.

Figura 3.7 – Ilustra um sistema de repetitividade e precisão de um robô.

Como forma de garantir um trabalho preciso e seguro as células que contém os robôs

foram projetadas de forma a privilegiar a segurança e a manobrilidade dos robôs

dentro de uma área fechada. Na figuras que se seguem podemos ver qual foi a

disposição escolhida para cada célula e uma breve descrição de cada item que a

compõem.

Na figura 3.8 abaixo é possível ver a disposição dos equipamentos dentro da célula 1,

temos então:

- Robô 1.

- Mesa centralizadora.

- Mesas de material 1 e 2.

- Frente da prensa CHIN FONG GTX400 1.

41

Page 42: Automatização de sistema de prensas

- 4 portas de acesso de pessoas e materiais.

- Painel de programação e utilização do robô 1.

- Diversos sistemas de segurança.

Figura 3.8 – Layout da célula 1.

Na Figura 3.9 que se segue é possível vermos o layout da célula 2, que é responsável

por retirar a chapa da Prensa 1 e coloca-la na Prensa 2, dando assim continuidade ao

processo, temos então:

- Robô 2.

- Painel de controle do robô 2.

- 2 portas para acesso de pessoas e materiais.

- Sistemas de segurança diversos.

- Saída da prensa 1 e entrada para prensa 2

42

Page 43: Automatização de sistema de prensas

Figura 3.9 – Layout célula 2.

E com a Figura 3.10 é possível ver o layout da célula 3 que é a responsável por retirar

a chapa pronta da prensa 2 e deposita-lo sobre uma das esteiras que levam este

material até as linhas de solda, é possível ver:

- Robô 3.

- Painel de controle robô 3.

- Esteiras de saída 1 e 2.

- 2 portas de acesso de pessoas e materiais.

- sistemas de segurança diversos.

43

Page 44: Automatização de sistema de prensas

Figura 3.10 – Layout da célula 3.

E na Figura 3.11 é possível ver as 3 células juntas formando todo o layout de

automação desse sistema de prensas.

Figura 3.11 – Layout das 3 células juntas.

44

Page 45: Automatização de sistema de prensas

3.4 – Controle do processo.

A elaboração deste sistema de automação contou com a integração de diversas áreas

de conhecimento dentro e fora da empresa, empresas como a alemã ABB e a Chinesa

CHIN FONG, prestaram importantes esclarecimento de como poderia ser a integração

entre estes dois sistemas, Prensas Excêntricas e Robôs de 6 eixos.

A intercabialidade disponível em um robô desta categoria fornece uma incrível gama

de possibilidades de integração, foi graças a este fato que o controle do acionamento

das prensas e sistemas de segurança, são controlados dentro dos painéis de controle

dos próprios robôs ou seja, não existiu a necessidade de construírem novos painéis de

comando e controle. Todos os dispositivos eletroeletrônicos utilizados nessa

automação estão alocados dentro dos painéis da ABB como pode ser visto na Figura

3.12.

Na Figura 3.13 é possível a central de processamento do robô, responsável por todas as

funções de movimento e segurança, assim como os acionamento externos que foram

adicionados ao esquema como pode ser visto na Figuras 3.14 e 3.15.

45

Page 46: Automatização de sistema de prensas

Figura 3.12 – Vista de um painel de controle de robôs, fabricante ABB.

Figura 3.13 – CPU de controle do robô e seus periféricos.

Figura 3.14 – Periféricos instalados para acionamentos externos e segurança

46

Page 47: Automatização de sistema de prensas

Figura 3.15 – Vista interna do painel de controle do robô.

Para o controle e acionamento dos dispositivos externos, como o controle de prensas e

sistemas de segurança, foram instalados internamente ao painel de controle de cada

robô dispositivos específicos para controle de cada célula. Na sua maioria são:

- Relês de interface.

- Relês de segurança categoria 4.

- Contatores de potência.

- Bornes para interligações.

Cabe lembrar que este modelo de robô utilizado nesta automação possui um grande

número de entradas e saídas que podem ser programadas para as mais diversas

aplicações.

Uma lista detalhada de todos os itens utilizados nesta automação podem ser vistos no

Anexo A.

47

Page 48: Automatização de sistema de prensas

3.5 - Manutenções periódicas

INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO PERIÓDICA

A inspeção e a manutenção apropriadas ajudam a garantir a segurança e prolongar a

vida útil do equipamento. Dois intervalos de inspeção e manutenção são indicados:

- Um baseado no horrífero e outro baseado em meses corridos, realize as inspeções e

manutenções de acordo com o que ocorrer primeiro.

Os intervalos de inspeção são baseados no uso do equipamento em condições normais.

Se o equipamento for utilizado sob condições severas ou anormais, reduza o intervalo

das inspeções.

Manutenções mecânicas periódicas (seguem-se as verificações):

- Analise de vibração;

- Fixação da base do equipamento;

- Reaperto de parafusos de fixação de componentes mecânicos, hidráulicos e

pneumáticos;

- Lubrificação;

- Troca de rolamentos;

- Troca de mancais;

- Troca de correias de transmissão;

Manutenções elétricas periódicas (seguem-se as verificações):

- Analise termográfica;

- Fixação de sensores;

- Reaperto de bornes dos painéis elétricos;

- Limpeza dos painéis elétricos;

- Revisão das conexões elétricas dos motores;

- Testes do sistema de segurança.

48

Page 49: Automatização de sistema de prensas

4 – DISCUSÃO DOS RESULTADOS.

Com a aplicação de robôs na linha de corte e dobra foi possível eliminar alguns tipos

de trabalho insalubres como:

- Pesados;

- Desagradáveis,

- Monótonos; e repetitivos;

Alguns dos benefícios gerados, pela aplicação de robôs manipuladores industriais

nesta linha de produção foram:

- Redução de custos;

- Ganhos de produtividade;

- Aumento de competitividade;

- Controle eficaz de processos;

- Controle de qualidade mais eficiente;

- Eliminação de tempos mortos;

- Flexibilidade ao processo de fabricação, ou seja, permitiu que os produtos sejam

produzidos conforme as tendências do mercado, evitando que se produzam estoques de

produtos invendáveis.

O Gráfico 1 abaixo nos mostra um comparativo de produção entre as linhas manuais

que ainda existem na fábrica com a nova linha automatizada. Nele é possível observar

que existem um maior número de peças produzidas pela linha automática, além desta

linha poder trabalhar por períodos interruptos sem a necessidades de paradas para

descanso.

A comparação aconteceu dentro de um período normal de trabalho de 8 horas por

turno ou seja, se fizermos uma média para a produção dos 3 turnos podemos ter mais

um comparativo entre as duas formas de produção.

49

Page 50: Automatização de sistema de prensas

1 Hora 2 Horas 3 horas 4 Horas 5 Horas 6 Horas 7 Horas 8 Horas40

90

140

190

240

180190

200

180190 193

182 179

240 235242

230240 242 240 239

50 45 4250 50 49

58 59

Comparação entre a produção Manul vs. Automatica

Linha Manual Linha Automatica Diferença

Gráfico 1 – Comparativo de produção entre as duas linhas de produção automática e manual.

Desta forma fica evidente que a instalação desta linha automatizada de produção em

todos os aspectos supera as linhas manuais pela sua versatilidade e capacidade de

produção.

5 – CONCLUSÃO.

Perspectivas Futuras.

As aplicações dos robôs nas indústrias brasileiras são diversas. Em termos percentuais,

por exemplo, os robôs da ABB são utilizados para soldagem por resistência por pontos

(33%), manipulação de materiais/paletização (25%), soldagem por arco (18%), pintura

(10%) e outras aplicações tais como corte a jato de água, corte por gás, acabamento e

montagem (14%) (fonte ABB Internal Report).

Os principais fatores de crescimento do uso de robôs na indústria é motivada pelo

aumento do custo da mão de obra, pelo aumento da produtividade e qualidade, pela

melhoria das condições de segurança e qualidade de vida na realização de tarefas

perigosas, além da queda do custo dos robôs. Estudos da ABB Robotics, mostram que

em 1 ano pode-se obter o retorno do investimento realizado em robôs, já que o custo

da mão de obra cresce cerca de 5% ao ano, enquanto que o custo dos robôs decresce

mais que 5% ao ano. Um robô de soldagem utilizado na indústria automobilística que 50

Page 51: Automatização de sistema de prensas

em 1994 custava US$ 200.000,00 custa atualmente cerca de US$ 30.000,00. É

importante destacar que deve-se somar a isto cerca de US$ 12.000,00 relativos a

custos de instalação, configuração, treinamento e testes do robô. A robótica do futuro

constitui uma matéria multidisciplinar, que requer conhecimentos provenientes de

diversos campos: projeto mecânico, eletrônica de potência, e continuará sendo

influenciada pelos avanços em acionamentos, controle, mecanismos, programação e

sensores. De acordo com alguns pesquisadores, o desafio tecnológico está na

montagem de conjuntos de alto valor agregado, de uma forma econômica e mediante o

emprego de sensores diversos. Isto supõe resolver problemas que até hoje não estão

completamente resolvidos, como a integração multissensorial, a aprendizagem, o

emprego cooperativo de sistemas multirobôs, a adaptação às condições do ambiente,

etc.

Formação de Profissionais no Brasil

Com o propósito de criar mão de obra especializada em robótica,

existem vários grupos de pesquisa vinculados a Centros de Pesquisa

e Universidades brasileiras. Em termos de

preparação de mão de obra para atuar em sistemas robotizados,

existe o SENAI (Serviço

Nacional de Aprendizagem Industrial) que oferece cursos de

formação profissional na área de robótica. Estudantes de nível

básico de algumas escolas têm seu primeiro contato com robôs,

utilizando kits de robôs em cursos de robótica pedagógica.

A ABB, líder de robôs na Europa e EUA e com 60% do mercado de

robôs de Brasil, também contribui para a formação de profissionais

nesta área, pois criou o primeiro centro de treinamento em

automatização e robótica da América Latina, com aulas teóricas e

práticas.

51

Page 52: Automatização de sistema de prensas

6 - BIBLIOGRAFIA.

- ARAÚJO, Adriene Pereira de. Revolução Industrial. Julio Battisti, Santa Cruz do

Sul, jun. 2006. Seção História. Disponível em:

< http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/historia025.asp>.

- Armada, M.A., Control de Robots, XV Curso de Automática en la Industria,

Aguadulce (Almería), Junio de 1995.

- “Conceito Empresarial - ABB Robotics", ABINEE TEC'93, 1993.

- ABB Internal Report, 2000.

- Abackerli, A. J., 1992. Sistema de Rastreamento Interferométrico para Calibração

Volumétrica de Robôs Industriais, Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo,

EESC, São Carlos.

- Introducing Robotics, Technical Specifications of Pegasus II - Articulated Servo

Robot System, Edacom Tecnologia, São Caetano do Sul, Brasil

- Spong, M.W., Vidyasagar, M., Robot Dynamics and Control, John Wiley & Sons,

Inc., 1989.

52

Page 53: Automatização de sistema de prensas

7 – ANEXOS

ANEXO A

Neste anexo o possível ver a lista de materiais utilizados nesta automação.

Figura 7.1 – Lista de Materiais.

53

Page 54: Automatização de sistema de prensas

Figura 7.2 – Lista 2 de materiais.

Figura 7.3 – Lista 3 de materiais.

54