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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PERÍCIA E AUDITORIA AMBIENTAL MAICON ZANCHETTIN NR-33 GESTÃO EM ESPAÇOS CONFINADOS Caxias do Sul 2016

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PERÍCIA E AUDITORIA AMBIENTAL

MAICON ZANCHETTIN

NR-33 GESTÃO EM ESPAÇOS CONFINADOS

Caxias do Sul 2016

MAICON ZANCHETTIN

NR-33 GESTÃO EM ESPAÇOS CONFINADOS

Trabalho apresentado para o Curso de pós-graduação em Auditoria e Perícia Ambiental da Universidade Cândido Mendes,

RESUMO

Dentre os estudos que abordam a temática de Gestão de riscos, a ideia proposta neste

trabalho consiste nas questões relacionadas a Gestão de Espaços Confinados, que possa

orientar, reconhecer, avaliar estes espaços de riscos. Risco é todo evento futuro e incerto que

possa comprometer a realização dos objetivos do trabalho. Os acidentes em Espaços

Confinados costumam ser fatais, em sua maioria podem ser evitados com medidas cautelares,

no entanto ainda há desconhecimento sobre este tipo de espaços, ocasionando falhas nos

procedimentos. No Brasil a legislação é escassa de referências técnicas sobre o assunto,

necessitando recorrer a artigos estrangeiros, informações como relatórios e normas. Os

procedimentos metodológicos utilizados foram pesquisas bibliográfica, abrangendo a Norma

Regulamentadora 33. A realização deste trabalho contribuiu para esclarecimentos de um

programa de Gestão de Segurança em Espaços Confinados com base em requisitos técnicos

exigidos na legislação e na literatura especializada, colaborando sobre um assunto amplo,

porém pouco analisado.

LISTA DE SIGLAS

OHSA Occupational Safety and Health Administraction (Administração de

Segurança e Saúde Ocupacional).

NIOSH National Institute for Occupation Safety and Health (Instituto Nacional

de Segurança e Saúde Ocupacional).

INSHT Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo, (Real Decreto

486/1997).

NR Norma Regulamentadora.

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ECs. Espaços Confinados

PET Permissão de Entrada e Trabalho

APR Análise Preliminar de Riscos

EPI Equipamento de Proteção Individual

EPC Equipamento de Proteção Coletiva

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplos de Espaços Confinados ............................................................................. 3

Figura 2 - Exemplo de ambientes de espaços confinados. ......................................................... 4

Figura 3 - Tabela dos Agentes Ambientais................................................................................. 7

Figura 4 - Procedimentos para Gestão de segurança em ECs conforme NR 33......................... 8

Figura 5 - Riscos de acidentes em espaços confinados ............................................................ 13

Figura 6 - Fluxograma de ações para permissão para trabalho de risco e entrada em espaço

confinado .................................................................................................................................. 15

Figura 7 - Equipamento de resgate. .......................................................................................... 18

Figura 8 - Equipamentos de segurança individual. ................................................................... 21

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Método de entrada em espaço confinado. ............................................................... 16

Tabela 2 - Categorias de frequências de ocorrência de cenários .............................................. 19

Tabela 3 - Categorias de severidade dos perigos identificados. ............................................... 19

Tabela 4 - Legenda da Matriz de Classificação de Risco (Frequência x Severidade). ............. 20

Sumário

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................... 2 2.1 DEFINIÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ESPAÇOS CONFINADOS .............................. 2 2.2 TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS – NR 33 ................................................ 3 2.3 RISCOS E PERIGOS COMUNS EM ESPAÇOS CONFINADOS ................................. 5 2.4 CONDIÇÃO AMBIENTAL DE SEGURANÇA E RISCOS AMBIENTAIS ................. 6 2.4.1 Agentes Físicos .................................................................... Error! Bookmark not defined. 2.4.2 Agentes Químicos ............................................................... Error! Bookmark not defined. 2.4.3 Agentes Biológicos .............................................................. Error! Bookmark not defined. 2.4.4 Agentes Ergonômicos ......................................................... Error! Bookmark not defined. 2.5 SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS EM ESPAÇOS CONFINADOS ......................... 8 2.5.1 Medidas Técnicas de Prevenção..................................................................................... 9 2.5.2 Medidas Técnicas Administrativas ................................................................................ 9 2.5.3 Medidas Técnicas Pessoais ........................................................................................... 10 2.5.4 Trabalhadores Autorizados.......................................................................................... 11 2.5.5 Vigia ................................................................................................................................ 11 2.5.6 Supervisor de Entrada .................................................................................................. 11 2.6 FATORES CAUSADORES DE ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS ......... 12 2.6.1 Principais Riscos nos Espaços Confinados ................................................................. 13 2.6.2 Controle para Entrada em Espaços Confinados ........................................................ 14 2.6.3 Treinamento dos Trabalhadores.................................................................................. 16 2.7 MEDIDAS TECNICAS DE EMERGENCIA E SALVAMENTO ................................ 17 2.8 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR ............................................................. 18 2.9 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E PROTEÇÃO COLETIVA

(EPC) ........................................................................................................................................ 20

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 21

4 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 22

1

1 INTRODUÇÃO

O trabalho em ambientes identificados como Espaços Confinados requer atenção

especial devido ao seu elevado grau de risco. A entrada em Espaços Confinados certamente

ocorrer devido a uma série de motivos, como manutenção, limpeza, reparos, inspeção, entre

outros.

Todavia os ambientes confinados não foram planejados para a ocupação humana, o

que faz com que os trabalhos ainda mais fatigantes, exigindo ainda mais dos trabalhadores.

Restrições de movimentos torna-se desconfortáveis, dificuldade de entrada e saída, ar rarefeito

ou atmosfera irrespirável, gases tóxicos ou poeiras explosivas são algumas das adversidades

que os trabalhadores podem encontrar em um local confinado. Tendo em vista que há presença

dos riscos em ECs existem uma série de medidas preventivas objetivando a saúde e a segurança

dos trabalhadores envolvidos. É imprescindível um plano Gestão de Segurança no Trabalho em

Espaços Confinados para empresas que tenham estes locais. Conforme a Norma

Regulamentadora 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados (BRASIL

2006) a Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados incorpora “medidas

técnicas, medidas administrativas e medidas pessoais para trabalhos em ECs. ”

A Norma Regulamentadora 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços

Confinados (BRASIL 2006) dispõe de uma série de requisitos para a operação de trabalhos em

Espaços Confinados, entretanto esta norma é autoritária, mas deixa lacunas por não

aprofundasse do caráter técnico, para a execução destes trabalhos nestes ambientes.

Existem como referências normativas a norma ABNT - NBR 14787- Espaço

Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção, e a ABNT – NBR

14606 - Posto de Serviço – Entrada em Espaço Confinado. A primeira estabelece os

procedimentos de segurança em Espaços Confinados de forma genérica, ao passo que a segunda

aborda especificamente os tanques subterrâneos.

De fato, as normas referidas são escassas para suprir as necessidades técnicas do

assunto exposto pelo trabalho em Espaços Confinados.

Desta maneira o trabalho tem o propósito de apresentar conceito de Espaços

Confinados, sua normalização e riscos potenciais, e após foi abordado a Gestão em Espaços

Confinados e suas análises preliminares. Por fim as considerações finais.do trabalho.

Em suma, um planejamento para que seja produtivo o importante é que nos trabalhos

em Espaços Confinados seja um habito, e que a gestão de risco seja uma ferramenta presente

em cada trabalho.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 DEFINIÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ESPAÇOS CONFINADOS

De acordo com a norma regulamentadora NR 33 (BRASIL 2006), espaço confinado

é:

[...] qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana contínua, possui

meios limitados de entrada e saída, e ventilação existente é insuficiente para remover

contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

Conforme a norma NBR – 14787 (ABNT, 2001), espaço confinado é definido como:

[...] qualquer área não projetada para ocupação humana contínua, a qual tem meios

limitados de entrada e saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para

remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que

possam existir ou desenvolver.

Segundo a OSHA (2006), por definição espaço confinado é:

[...] área grande o suficiente a ponto de permitir que o trabalhador realize seu trabalho,

com meios limitados ou restritos para entrada e saída, não sendo desenhada para a

ocupação humana; com configuração, interna capaz de causar claustrofobia ou asfixia,

podendo apresentar riscos atmosféricos e agentes contaminantes agressivos à saúde e

à segurança.

De acordo com a NIOSH (1997), define espaço confinado como:

[...] um espaço que apresenta passagens limitadas de entrada e saída, ventilação

natural deficiente que contém ou produz perigosos contaminantes do ar e que não é

destinado para ocupação humana contínua, sendo que se dividem em três classes de

espaço confinado:

a) Espaços classe A – são aqueles que apresentam situações IPVS, incluem espaços deficientes de

oxigênio e/ou contenham atmosferas tóxicas explosivas. Por isso a necessidade de atenção

especial como resgate e, suporte de equipamentos e supervisão;

b) Espaço classe B – apesar de possuir potencial para causar lesão ou doenças, caso não sejam

tomadas ações de proteção, não representam riscos imediatos a vida ou a saúde;

c) Espaços classe C – espaço em que qualquer risco é insignificante e não necessita prática ou

procedimento de trabalho.

Através desta definição, vários locais que anteriormente não eram julgados como

perigosos, passaram a ser classificados como espaços confinados, sendo exemplos típicos na

indústria de laticínios: câmaras de secagem, silos de leite, tanques, tubulações, caixas d’água,

torres, galerias subterrâneas, caldeiras e demais equipamentos, conforme Figura 1.

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Figura 1 - Exemplos de Espaços Confinados

Fonte: https://maesso.wordpress.com - Publicado em 13 de outubro de 2011 – (Acesso mai/2016).

1 – Tubulação;

2 – Rede de Esgoto;

3 – Moegas;

4 – Silos;

5 – Tanque de Armazenamento;

6 – Galerias Subterrânea;

7 – Caldeira;

8 – Incinerador.

2.2 TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS – NR 33

Segundo publicado pelo artigo Saúde, Segurança do Trabalho & Meio Ambiente

(2011), relata que ocorre desconhecimento por parte de empresas e trabalhadores da real

definição do local de espaço confinado, uma vez, que, o local pode não ser um ECs, mas vir a

ser. Por exemplo: Uma caixa d´água, enquanto está sendo utilizada na sua função tradicional, é

apenas um reservatório e distribuidor. No entanto, quando é preciso esvaziá-la e realizar

manutenção, inspeção e limpeza com produtos químicos, ela se transforma em um ECs. A falta

de informações sobre o assunto pode resultar em graves acidentes para o trabalhador e em sérios

prejuízos para as empresas.

Munhoz (2000) descreve que, os trabalhadores devem ser treinados para entrar nos

ECs para efetuar o seu trabalho e identificar todos os tipos locais perigosos e assim, executar

as avaliações de segurança necessárias antes de adentrar na área definida de espaço confinado.

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De acordo com Neto (2007), as realizações em espaços confinados nos mais variados segmentos

econômicos podem atingir os trabalhadores, o meio ambiente, a comunidade e o patrimônio das

empresas. Estas atividades são regulamentadas por órgãos específicos e contempladas por

Normas Regulamentadoras que determinam prevenção com os ECs.

Conforme Baleotti (2007), os espaços confinados devem permanecem fechados por

longos períodos de tempos, caso haja à necessidade de acessar, este deve ser a acessado por

profissionais capacitados, encarregados de realizar a inspeção, limpeza, manutenção ou resgate,

podendo expor o trabalhador a riscos de acidentes e óbito.

Os fins para acesso a ECs são variados (Figura 2), mas todos têm o mesmo propósito,

em regra, com trabalhos de construção do espaço, limpeza, pintura, manutenção e reparação

(MUNHOZ, 2000).

Figura 2 - Exemplo de ambientes de espaços confinados.

Fonte: https://maesso.wordpress.com/2011/10/13/espaco-confinado-o-que-voce-precisa-saber-para-se-

proteger-de-acidentes/. - Publicado em 13 de outubro de 2011 – (Acesso 03/2016).

A NBR (14787/2001) em sua publicação, especifica que antes de entrar em ECs o

trabalhador autorizado e treinado deve testar a atmosfera interna com instrumentos de leitura

direta, testados e calibrados, adequado para o trabalho em áreas potencialmente explosivas,

intrinsecamente seguro, protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de

radiofrequência, calibrados e testados antes da utilização para as seguintes condições:

concentração de oxigênio, gases e vapores potencialmente tóxicos, contaminantes do ar

potencialmente tóxicos.

De acordo com NBR (14787/2001), as características físicas, podem ser divididas nos

seguintes aspectos:

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Espaços confinados abertos na parte superior, mas com uma profundidade que dificulta

a sua ventilação natural. Incluem-se neste tipo:

- Fossos de lubrificação de veículos,

- Poços,

- Depósitos abertos;

- Cubas.

Espaços confinados fechados e apenas com uma pequena abertura de entrada e saída:

Incluem-se neste tipo:

- Reatores;

- Túneis para manutenção e galerias técnicas;

- Cisternas de transporte;

- Fornos, silos, etc.

2.3 RISCOS E PERIGOS COMUNS EM ESPAÇOS CONFINADOS

Segundo Santos (2008), os perigos derivados das deficientes condições dos espaços

confinados como lugar de trabalho, destacando-se:

- Risco mecânicos, devido a equipamentos que podem entrar em funcionamento

inadvertidamente, bem como choque e golpes por elementos salientes ou devido às dimensões

reduzidas do espaço;

- Riscos de eletrocussão por contato com partes metálicas que acidentalmente

podem estar em tensão

- Quedas quer a diferentes níveis quer ao mesmo nível;

- Queda de objetos no interior dos espaços;

- Posturas desadequadas;

- Temperaturas elevadas ou muito baixas;

- Ruído e vibrações devidos ao equipamento utilizado (martelos pneumáticos,

etc.);

- Iluminação deficiente.

Todos estes riscos devem ser previamente avaliados de forma a determinar as medidas

preventivas adequadas, nomeadamente os equipamentos de proteção individual a utilizar,

devendo constar da “Autorização de Entrada em Espaços Confinados”

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2.4 CONDIÇÃO AMBIENTAL DE SEGURANÇA E RISCOS AMBIENTAIS

Conforme Caponi (2004), os riscos ambientais é uma união entre a probabilidade de

ocorrer o evento e o perigo e a severidade de ferimentos ou danos para a saúde das pessoas

causadas por um evento, portanto o risco, por sua vez, associa-se à exposição às fontes de perigo

como eventos, sistemas, instalações, processos e atividades, caracterizando-se em função da

frequência em que ocorrem estas exposições e das suas consequências.

De acordo com a Norma Brasileira (NBR 14280/99), condição ambiente de segurança

é a condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.

A norma regulamentadora NR 9 (MTE, 1995) em seu anexo IV – MAPA DE RISCO

- e seus subitens classifica os principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a

natureza e a padronização das cores definem os riscos ambientais como:

GRUPO 1 - VERDE - RISCOS FÍSICOS: Ruídos; Vibrações; Radiações Ionizantes;

Radiações não ionizantes; Frio; Calor; Pressões anormais; Umidade.

GRUPO 2 - VERMELHO - RISCOS QUÍMICOS: Poeiras; Fumos; Névoas;

Neblinas; Gases; Vapores; Substâncias compostas ou produtos químicos em geral.

GRUPO 3 - MARROM - RISCOS BIOLÓGICOS: Vírus; Bactérias; Protozoários;

Fungos; Parasitas; Bacilos.

GRUPO 4 - AMARELO - RISCOS ERGONÔMICOS: Esforço físico intenso;

Levantamento e transporte manual de peso; Exigência de postura inadequada;

Controle rígido de produtividade; Imposição de ritmos excessivos; Trabalho em turno

e noturno; Jornadas prolongadas; Monotonia e repetitividade; outras situações de

estresse físico e/ou psíquico.

GRUPO 5 - AZUL - RISCOS DE ACIDENTES: Arranjo físico inadequado;

Máquinas e equipamentos sem proteção; Ferramentas inadequadas ou defeituosas;

Iluminação inadequada; Eletricidade; Probabilidade de incêndio ou explosão;

Armazenamento inadequado; Animais peçonhentos e outras situações de risco que

poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.

De acordo, com Hall et al. (2000), o Mapa de Riscos constitui em um conjunto de

documentos em gráficos que buscam apresentar os riscos existentes nos diversos ambientes, ou

postos de trabalho. O objetivo do mesmo é de agrupar as informações indispensáveis para

estabelecer a análise da situação de segurança (e saúde) no ambiente e, também, informar e

conscientizar as pessoas, que praticam alguma atividade naquele ambiente, dos riscos ali

existentes através de uma forma fácil de visualização.

Do mesmo modo Teixeira (2013), exemplifica os principais riscos ambientais e

classifica em um MAPA DE RISCO conforme a Figura 3, este sendo fatores desencadeados

das doenças ocupacionais.

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Figura 3 - Tabela dos Agentes Ambientais

Fonte: Fundamentos de Segurança no Trabalho – (Outubro 2013)

Segundo Mattos e Freitas (1994), o Mapa de Risco é um conjunto de fatores presentes

nos locais de trabalho e representados graficamente, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos

trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Tais fatores têm originam-se nos mais diversos

segmentos de trabalho (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de

trabalho) e a forma de organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de

trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.).

Tais grupos de riscos ambientais, destacados anteriormente na Figura 3, devem estar

representados sob a forma de círculos, indicando a gravidade do mesmo no local, ou seja, nível

pequeno, médio ou grande, conforme Figura 4.

Figura 4 - Tabela de severidade

Fonte: Mattos e Freitas, (1994)

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2.5 SISTEMA DE GESTÃO DE RISCOS EM ESPAÇOS CONFINADOS

Conforme Araújo (2006), a gestão de riscos é a base para tomada de decisões na área

de Segurança e Saúde e proporciona melhor destino dos recursos, além de custear o processo

de definição de medidas de controle, podendo averiguar quais são os riscos em potencial e quais

são aceitáveis. Este estudo na gestão de riscos tem o objetivo de minimizar os custos

operacionais direcionando os recursos para as áreas mais importantes.

Segundo Tavares (2005), a gestão de riscos nada mais é que dar proteção aos recursos

humanos, matérias e financeiros de uma empresa, quer pela eliminação ou redução de riscos,

quer pelo financiamento do risco gerado recente. O controle do risco acarreta em definições e

implantações dos processos primordiais, alguns deles como: identificação de riscos, análise de

riscos, prevenção, eliminação e redução.

Conforme a NR 33.3.1 (TEM, 2006) gestão de segurança e saúde do trabalho, entende

como um conjunto de medidas que deve ser planejada, programada, implementada e avaliada,

compreendendo medidas técnicas de prevenção, medidas administrativas e medidas pessoais e

capacitação para trabalho em espaços confinados.

Na Figura 5 é apresentado os procedimentos para a Gestão de segurança em ECs.

Figura 5 - Procedimentos para Gestão de segurança em ECs conforme NR 33.

Fonte: Campos (2007).

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A NR 33 (BRASIL 2006) salienta a Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho em

Espaços Confinados, de forma que desempenho, valores, recursos, equipamentos, materiais e

capital humano sejam formadores no desenvolvimento e consolidação de práticas seguras

(CAMPOS 2007). No entanto para haver Gestão de Segurança e Saúde em Espaços Confinados

“é preciso que que o processo se inicie desde a identificação dos riscos até a implantação do

controle de riscos” (CAMPOS 2007). O processo para estruturação deve estar consolidado de

forma a determinar uma posição transmissão e continuidade, além de um ciclo de controle e

aprendizado, objetivando melhorar a segurança em ECs (CAMPOS 2007).

2.6 Medidas Técnicas de Prevenção

A NR-33 (MTE, 2006) as medidas técnicas de prevenção em espaços confinados

devem cumprir recomendações seguintes:

a) Identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar aentrada de

pessoas não autorizadas;

b) Antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;

c) Proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos,

biológicos, ergonômicos e mecânicos;

d) Prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;

e) Implementar medidas necessárias para eliminação ou controledos riscos at

mosféricos em espaços confinados;

f) Identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar aentrada de

pessoas não autorizadas;

g) Antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;

h) Proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos,

biológicos, ergonômicos e mecânicos;

i) Prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;

j) Implementar medidas necessárias para eliminação ou controledos riscos at

mosféricos em espaços confinados.

Segundo Garcia (2007), com estas recomendações é possível executar ações para

garantir as medidas técnicas analisar as tarefas sem que a necessidade do trabalhador em entrar

no ECs.

2.7 Medidas Técnicas Administrativas

Os ECs normalmente apresentam riscos iminentes em que trabalhador sofre graves

fatalidades. Considerando isso a NR 33 (BRASIL, 2006) estipula algumas medidas

administrativas:

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a) Manter cadastro atualizado de todos os espaços

confinados, inclusive dos desativados, e respectivos riscos;

b) Definir medidas para isolar, sinalizar, controlar oueliminar os riscos do esp

aço confinado;

c) Manter sinalização permanente junto à entrada doespaço confinado, confor

me o Anexo I da presente norma;

d) Implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;

e) Adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho,

previsto no Anexo II desta NR, às peculiaridades daempresa e dos seus esp

aços confinados;

f) Preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão deEntrada e Trabalho a

ntes do ingresso de trabalhadores emespaços confinados;

g) Possuir um sistema de controle que permita arastreabilidade da Permissão d

e Entrada e Trabalho;

h) Entregar para um dos trabalhadores autorizados e aoVigia cópia da Permiss

ão de Entrada e Trabalho;

i) Encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as operações

forem completadas, quando ocorrer uma condição não prevista ouquando h

ouver pausa ou interrupção dos trabalhos;

j) Manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada eTrabalho po

r cinco anos;

k) Disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalhopara o c

onhecimento dos trabalhadores autorizados, seusrepresentantes e fiscalizaçã

o do trabalho;

l) Designar as pessoas que participarão das operações de entrada,

identificando os deveres de cada trabalhador e providenciando acapacitação

requerida;

m) Estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e

no interior dos espaços confinados;

n) Assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciadocom aco

mpanhamento e autorização de supervisão capacitada;

o) Garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos emedidas

de controle existentes no local de trabalho; e

p) Implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com aanális

e de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo detrabalho a ser d

esenvolvido

2.8 Medidas Técnicas Pessoais

Todos trabalhadores responsáveis de trabalhar em ECs tem o dever de passar por

exames médicos específicos estabelecidos na NR-7 (MTE, 1994) e na NR-31 (MTE, 2005),

incluindo os fatores de risco psicossociais com a emissão do respectivos ASO.

O empregador tem o dever de capacitar os trabalhadores que atuam direta ou

indiretamente em ECs e lhes informar seus direitos e deveres, bem como as medidas de controle

para riscos existentes.

A NR-33 veda a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de forma

individual ou isolada. Portanto para a NR-33 a equipe mínima é formada pelo trabalhador

autorizado, pelo vigia e pelo supervisor de entrada.

11

2.9 Trabalhadores Autorizados

Conforme a NR 33 define que é o trabalhador devidamente capacitado, este fazendo

uso dos equipamentos de proteção individual e possuir ferramentas e conhecimentos técnicos

para realizar a atividade de forma segura.

De acordo com a NR-33 (MTE, 2006) é dever do trabalhador:

a) Contribuir com a empresa no cumprimento da NR-33;

b) Fazer uso dos equipamentos e meios disponibilizados pela empresa de forma

adequada;

c) Comunicar ao supervisor de entrada ou vigia, qualquer situação que coloque

em risco sua segurança e saúde, assim como, de terceiros;

d) Cumprir as orientação e procedimentos recebidos em treinamentos.

2.10 Vigia

O vigia é definido pela NBR 14.787 como o trabalhador que se posiciona fora do

espaço confinado e monitora os trabalhadores autorizados, realizando todos os deveres

definidos no programa para entrada em ECs. Conforme a NR-33, o vigia tem como funções:

a) Realizar, de forma contínua e precisa, a contagem do número de

trabalhadores autorizados no espaço confinado e garantir, que ao final da

atividade, todos saiam;

b) Ter conhecimentos dos riscos e medidas de prevenção que possam ocorrer

durante a entrada, assim como, estar informado a respeito do modo, sintomas

ou sinais e consequências da exposição;

c) Ter ciência dos riscos aos quais os trabalhadores autorizados estão expostos;

d) Permanecer à entrada do espaço confinado, monitorando constantemente os

trabalhadores autorizados, para avaliar o estado deles e alertá-los a respeito

da necessidade de deixar o local;

e) Na necessidade de ausentar-se da entrada do espaço, deve esperar a chegada

de outro vigia para substitui-lo;

f) Estar totalmente concentrado no monitoramente e proteção dos

trabalhadores, não se envolvendo com outra atividade;

g) Quando necessário, aplicar os procedimentos de emergência, acionando a

equipe de salvamento, seja ela, pública ou privada;

h) Em situações normais e de emergência executar os movimentadores de

pessoas;

i) Determinar o abandono do espaço confinado sempre que perceber sinal de

alarme, perigo, queixa ou sintoma, acidente, condição proibida, situação

imprevista ou na impossibilidade de exercer suas tarefas e de s er substituído.

2.11 Supervisor de Entrada

O supervisor de entrada é definido pela NBR 14.787 (ABNT, 2001), como a pessoa

com capacitação e responsabilidade pela determinação se as condições de entrada são

aceitáveis, pela medição dos gases no interior do ECs e realização das atividades se estão

presentes numa permissão de entrada. Quando necessário pode desempenhar a função de vigia.

Pela definição da NR-33 (TEM, 2006), os deveres do Supervisor de Entrada são:

12

a) Ter conhecimento dos riscos que possam ser identificados durante a entrada,

assim como, sobre o modo, sintomas ou sinais, além das consequências da

exposição;

b) Antes de iniciar as atividades, providenciar a emissão da Permissão de

Entrada e Trabalho;

c) Antes que se inicie a entrada, o supervisor deve conferir se a entrada foi

realizada de acordo com a Permissão de Entrada, se os testes especificados e

os procedimentos foram executados, e se os equipamentos relacionados na

permissão estão no local;

d) Se necessário, cancelar os procedimentos e permissão de entrada;

e) Se informar quanto a disponibilidade dos serviços de emergência e resgate,

assim como, se as formas de os acionar estão atuantes;

f) Na ocasião da troca de turno, estabelecer que o próximo vigia se

responsabilize pela continuidade da operação;

g) Após a finalização dos serviços, encerrar a PET. De acordo com o livreto do

trabalhador (FUNDACENTRO, 2006) é dever do Supervisor de entrada:

h) Quando houver trabalhador no interior do Espaço Confinado, interromper a

energia elétrica, manter quadros elétricos devidamente sinalizado e trancado

à chave ou cadeado evitando assim choques elétricos e movimentação

acidental de máquinas;

i) Executar medições do nível de oxigênio, assim como, de gases e vapores

tóxicos e inflamáveis;

j) Ser responsável pelas informações que constam na folha de permissão de

entrada.

2.12 FATORES CAUSADORES DE ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS

Norma Regulamentadora, NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambienta is

(PPRA), do Ministério do Trabalho, relaciona os riscos ambientais como os agentes físicos,

químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza,

concentração ou intensidade e tempo de exposição são capazes de causar danos à saúde do

trabalhador (MANUAIS..., 2003).

De acordo com Araújo (2009) um óbito em espaço confinado ocorre devido a um

conjunto de fatores, quando ocorre necessário proceder com uma análise preliminar. Acidentes

graves ocorrem devido à falta de ações preventivas nos procedimentos internos conforme a

Figura 5. Podem-se citar alguns exemplos das principais causas de acidentes: subavaliação dos

riscos, espaço confinado não reconhecido, baixa percepção dos riscos, a confiança nos sentidos

e o despreparo para resgates.

O despreparo e a desinformação acabam sendo as principais razões dos acidentes em

ambientes confinados, e entre os pesquisadores há um consenso de que os acidentes ocorridos

em Espaços Confinados em sua maioria poderiam ser evitados através da identificação dos

riscos, implantação de medidas preventivas, treinamento e conscientização dos trabalhadores

sobre os perigos da atividade.

13

Figura 6 - Riscos de acidentes em espaços confinados

Fonte: http://pt.slideshare.net/robsonqsmsrs/apresentao-nr33-espao-confinado - Acesso (03/2016).

Segundo o mesmo autor os acidentes nestes locais têm como principais fatores: a falta

de reconhecimento dos espaços confinados existentes, Permissões de Entrada e Trabalho – PET,

bloqueio de equipamentos mecânicos, a não utilização de equipamentos de proteção individua l,

ineficiência no resgate e primeiros socorros e a falta de testes de atmosfera e procedimentos.

2.13 Principais Riscos nos Espaços Confinados

Conforme Santos (2008), descreve que os perigos em ECs podem ser dividos em duas

categorias:

a) Perigos Atmosféricos

− Atmosfera deficiente de oxigênio;

− Atmosfera enriquecida de oxigênio;

− Atmosfera tóxica ou irritante.

b) Perigos Físicos:

− Mecânicos;

14

− Elétricos;

− De soldagem ou corte;

− Térmicos;

− De engolfamento;

− Do tráfego e pedestres.

Para Torreira (2002), num espaço confinado a atmosfera pode ser extremamente

nociva devido à perda do movimento do ar natural, ocasionando a privação de oxigênio,

inflamável ou tóxica. Explica ainda que a maioria das substâncias (líquidos, gases, vapores,

névoas, materiais sólidos e poeira) num ambiente confinado deve ser classificado como

perigosa. O autor transcreve como exemplo da procedência de substâncias tóxicas, nestes

ambientes, a remoção de elementos não desejáveis ou limpeza do local, que podem liberar

qualquer substância que tenha sido absorvida pelas paredes, gerando gases no momento da

remoção/limpeza, cita também, a limpeza com solventes e trabalhos que incluem solda, corte,

pintura, raspagem, trabalhos com areia, desengraxamento e outros.

2.14 Controle para Entrada em Espaços Confinados

Segundo Araújo (2006), para se ter um controle operacional deve-se ter controle dos

perigos e evitar possíveis acidentes, assim impossibilitando o perigo ao acidente. Estas

mudanças podem implicar em novas tecnologias agregando custos mais altos para

investimentos, assim com resultados mais satisfatórios.

Araújo (2006) descreve que, para uma empresa ter um controle mais eficiente para a

eliminação do perigo ou redução dos riscos deve estabelecer os controles necessários levando

em consideração os fatores: a fonte, o meio e o indivíduo, o nível de risco existente, a

praticidade do controle e a possibilidade de não gerar novos perigos. Para que se torne eficientes

e eficazes eles têm que trabalharem juntos.

De acordo com Santos (2008), todo espaço confinado deve ser considerado perigoso,

e por essa razão, deve requerer uma permissão de entrada escrita e assinada por um supervisor,

que contenha a lista de todos os procedimentos de segurança informados ao trabalhador antes

de sua entrada.

Segundo a NR 33 PET permissão de Entrada e Trabalho é um documento emitido antes

do início de cada trabalho em espaço confinado contendo os riscos do local, os funcionár ios

autorizados para aqueles serviços, os métodos e equipamentos corretos para o trabalho e os

procedimentos em caso de emergência.

15

Entretanto, antes de entrar em espaço confinado, mesmo que identificado, há de se ter

um controle nas atividades que será desenvolvida respondendo ao um fluxograma conforme

FIGURA 6.

Figura 7 - Fluxograma de ações para permissão para trabalho de risco e entrada em espaço confinado

16

Fonte: Araújo (2006).

Tendo conhecimento do trabalho a ser realizado, deve-se adotar os procedimentos

antes e durante o acesso aos espaços confinados, utilizando o método de emissão da PET,

conforme Tabela 1.

Tabela 1 - Método de entrada em espaço confinado.

Fonte: Sá (2007).

2.15 Treinamento dos Trabalhadores

Chiavenato (2000) descreve que o treinamento independente da área de atuação, é o

processo educacional de curto prazo aplicada de maneira ordenada e organizada, através dos

conhecimentos as pessoas aprendem, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos,

envolvendo transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a

aspectos da organização, da tarefa e do ambiente, e desenvolvimento de habilidades.

Segundo a NBR ISO 10015 (ABNT, 2001), antes de se iniciar o planejamento, condiz

que sejam abordados alguns itens relevantes que possam vir a limitar processo de treinamento.

Numa seleção métodos estes itens podem ser relevantes, sendo que estes itens que possam a vir

17

ser na escolha do fornecedor do treinamento e na elaboração da especificação do programa de

treinamento.

A NR 33 recomenda o treinamento do trabalhador em no mínimo 16hs e do supervisor

no mínimo 40hs para execução de atividades em locais confinados. (NR 33, 2006).

2.16 MEDIDAS TECNICAS DE EMERGENCIA E SALVAMENTO

Conforme a NR 33 o empregador deve elaborar e implementar procedimentos de

emergência e resgate adequados aos espaços confinados, levando em conta todos os cenários

de acidentes identificados na análise de risco. O salvamento deve ser formado por uma equipe

qualificada, bem como apto físico e mentalmente, para defrontar com cenários de acidentes.

Estas considerações incluem, no mínimo:

a) Descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da

Análise de Riscos;

b) Descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a seremexecuta

das em caso de emergência;

c) Seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,

iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e transporte d

evítimas;

d) Acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela execução das

medidas de resgate e primeiros socorros para cada serviço a ser realizado; e

e) Exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de acidente

sem espaços confinados.

f) O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento devepossu

ir aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.

g) A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos ospossíveis

cenários de acidentes identificados na análise de risco.

Na figura 4 observa-se exemplo de equipamento utilizado para resgate em operações,

sendo que a sustentação é realizada por tripé.

18

Figura 8 - Equipamento de resgate.

Fonte: Guia Vertical (2010).

2.17 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR

Na elaboração de um projeto, produto ou sistema desprovido de experiência em riscos,

nas fases inicias aplica-se a técnica de Análise Preliminar de Risco – APR. (ALBERTON, 1996;

BENTES, 2007; JÚNIOR, 2009). Alberton (1996) descreve que a APR foi criada por milita res

com objetivo de revisar sistemas de mísseis em função do alto risco de operação com

combustíveis líquidos perigosos.

Para aplicação da técnica de APR, o processo/instalação deve ser dividido em módulos

de análise, ou seja, a análise dos módulos é individual. (JÚNIOR, 2009). A aplicação da análise

é efetivada com a revisão dos aspectos de segurança de forma padronizada e descrição dos

riscos identificados em categorias especifica. (ALBERTON, 1996). A execução da análise se

evidencia através do preenchimento de uma planilha dividida em colunas com os campos a

seguir:

• Perigos: todo acontecimento acidental que pode causar danos às pessoas, instalações ou meio

ambiente;

• Causas: elementos causadores do perigo que pode envolver falhas humanas ou de

equipamentos;

• Conseqüências: efeitos dos acidentes;

19

• Freqüência: período em que pode haver repetição da ocorrência. Dividida em cinco

categorias (conforme Tabela 2)

• Severidade: está associada às conseqüências dos riscos, dividida em quatro categorias

(conforme Tabela 3);

• Risco: é classificado em quatro categorias, de onde é determinada a realização de estudos

aprofundados (conforme Tabela 4);

• Recomendações: propostas de caráter preventivo e/ou mitigador dos riscos constatados;

Tabela 2 - Categorias de frequências de ocorrência de cenários

Fonte: Aguiar (2007).

Tabela 3 - Categorias de severidade dos perigos identificados.

Fonte: Aguiar (2007).

20

Tabela 4 - Legenda da Matriz de Classificação de Risco (Frequência x Severidade).

Fonte: Aguiar (2007).

Segundo Alberton (1996), comenta que para após a realização da matriz de risco, é

possível reconhecer os possíveis riscos que devem ser investigados de forma mais detalhada

com o objetivo de inserir melhorias ao processo. Para cada etapa do processo é importante que

haja um Brainstorming da equipe com o intuito de encontrar medidas mais adequadas para

eliminação ou controle de cada risco.

2.18 EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E PROTEÇÃO

COLETIVA (EPC)

De acordo com a Norma Regulamentadora NR 6 – Equipamento de Proteção

Individual – EPI é “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,

destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. ”

Para Pantaleão (2012), o uso de EPI somente deverá ser usado em ambientes de

trabalho para eliminar o risco, ou quando as medidas de proteção coletivas não forem viáveis,

eficientes e suficientes para a neutralização destas.

Os equipamentos de proteção coletiva – EPC são dispositivos de uso coletivos, e tem

como finalidade a proteção dos trabalhadores em um todo. Alguns riscos mais comuns que

podem ser citados: os ruídos, ventilação, proteção de equipamentos e máquinas, em que não

afetam apenas um indivíduo, mas acaba prejudicando todos. Portanto, o EPI será obrigatório

somente se o EPC não diminuir os riscos completamente ou se oferecer proteção parcialmente.

Segundo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), todo EPI deverá apresentar em

caracteres indeléveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número

do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número

do CA.

21

Alguns exemplos de proteção individual em que o trabalhador tem a obrigação do uso

conforme Figura 9.

Figura 9 - Equipamentos de segurança individual.

Fonte: Fundamentos de segurança do trabalho (2013).

É importante ressaltar que todo EPI fabricado no Brasil ou importado deve possuir o

Certificado de Aprovação (CA), conforme o Artigo 167 da Consolidação das leis do Trabalho.

“O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do

Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. ” O Certificado de Aprovação (CA) é

expedido pelo Ministério do Trabalho e deve ser renovado após a expiração do seu prazo de

validade, que pode ser de 5 (cinco) anos ou 2 (dois) conforme avaliação de qualidade do Sistema

Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SISNMETRO).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Brasil ainda há poucos assuntos sobre ECs, a literatura é escassa, o que torna difíc il

a procura de qualquer pesquisa sobre o assunto, assim recorrendo a artigos estrangeiros,

informações como relatórios e normas. O levantamento de dados comparativos entre os

segmentos econômicos sobre acidentes ocorridos em espaços Confinados

Este estudo tem a proposta de orientar em um programa de Gestão em Espaços

Confinados conforme NR 33 (MTE 2006), fornecendo conhecimentos para orientar

profissionais na segurança a reconhecer, avaliar e controlar os riscos existente em Espaços

Confinados.

A NR 33 disciplinas uma norma para Gestão em Espaços Confinados, com medidas

administrativas, preventivas e pessoal. Grande parte das empresas dos mais variados segmentos

22

possuem em suas instalações ambientes confinados. A fim de conhecimento não foi limitado

em um segmento especifico.

No trabalho buscou-se levantar o referencial teórico com os propósitos de elencar os

elementos de segurança em ambientes perigosos. Em vista disso foram apresentados os

elementos que regem a Gestão de Segurança nestes ambientes, elaborando os mais diferentes

casos nestes locais confinados. E a partir do conceito de ECs tratou-se identificar os riscos

consideráveis.

Assim foi identificado que os riscos são os mais variados, mas os que envolvem

contaminantes atmosféricos tem em sua grande parte o maior potencial de vitimar

trabalhadores. Daí torna-se necessário que os responsáveis a obrigação da identificação dos

riscos nestes ambientes através de técnicas de Análises Preliminares. Torna-se necessário

entender, desenvolver e implementar a metodologia mais adequada para cada situação. As

entradas e permanência depende dessas medidas nos Espaços confinados. De fato, a Gestão em

Segurança em Espaços confinados são fundamentais, estas ações darão controle para

trabalhadores que adentro em ambientes enclausurados.

Dessa maneira é primordial que após a efetivação do programa de Gestão em Espaços

Confinados, o mesmo seja revisado constantemente e atualizados para que atenta todos os

requisitos da norma, que atenda às necessidades da organização em segurança em Espaços

Confinados e principalmente proteger de maneira eficaz os trabalhadores.

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