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Cultura Popular Brasileira Manifestações Culturais Universidade Cândido Mendes, 2011

FUNK - MOVIMENTO CULTURAL

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Cultura Popular Brasileira

Manifestações Culturais

Universidade Cândido Mendes, 2011

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O FUNK POPULAR BRASILEIRO

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ORIGENS

O Funk é, na verdade, ‘filho’ da Música Negra Suburbana Norte Americana dos anos 60/70/80 (Black Music).

Movimentos como a Gospel Music; o Jazz; Soul; R&B (além do rock psicodélico) foram elementos

influenciadores do que conhecemos como “funk” no Brasil hoje.

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Forte e rítmica seção de metais, percussão marcante .

Ritmo dançante .

A princípio, as características marcantes de tais músicas são:

Ritmo lento, sincopado (execução de som em um tempo fraco, ou parte fraca de tempo que se prolonga até o tempo forte, ou parte forte seguinte de tempo, criando um deslocamento da acentuação rítmica).

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Funk era um adjetivo típico da língua inglesa frequentemente utilizado nas jam sessions (sessões de música improvisada), onde os músicos costumavam encorajar os outros a “apimentar” suas performances , dizendo: “Now, put some stank (stink/funk) on it!” (algo como “coloque mais funk nisso!”).

Substantivo

MedoPânicoPavorTerror

MedrosoCovarde

Verbo

TemerAssustarAterrorizarIntimidarEvitar

Etimologia e Significação: F.u.n.k(Tradução de inglês para português segundo Dicionário Online e Google Tradutor)

“Coloque mais FUNK nisso!”

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“ABRASILEIRANDO”

FUNK NO BRASIL

Nos anos 90, chega ao Brasil um derivado de todos os ritmos citados anteriormente, o MIAMI BASS.

Desde meados dos anos 80, o rap feito nos guetos de Miami incorporou a gíria de rua local, explorou ao máximo uma temática sexual explícita e incorporou uma batida eletrônica nitidamente

inspirada no funk dos anos 70. Com isso, eles criaram uma sonoridade diferenciada dentro do universo do hip-hop, que ficaria

conhecida como som de Miami ou “Miami bass”.

Essa música exerceria a partir da virada dos anos 80 para os 90 uma forte influência sobre o funk produzido na periferia do

Rio de Janeiro. Desde a década de 70, São Paulo e Rio apresentavam uma movimentação cultural em torno da black

music.

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Os bailes de funk eram produzidos e realizados nesta década por Equipes de Som. Em São Paulo, a Chic Showera quem comandava as festas.

No Rio de Janeiro, os primeiros bailes aconteciam no Canecão (migrando depois para periferias); as principais equipes de som responsáveis eram a Furacão 2000 e a Black Power.

Tanto o público consumidor quanto os agentes ativos do funk eram, em geral, juventude proveniente de favelas, de

camadas de baixa renda, em grande parte negra.

O FUNK NOS ANOS 90: INÍCIO DA NACIONALIZAÇÃO

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O NASCIMENTO DE UM MOVIMENTO CULTURAL

Língua e Identidade:

Passa-se a criar versões em português do já conhecido Miami Bass.

Mixagem:

Passa-se a tocar músicas nacionais ao novo ritmo das periferias (Raul Seixas - “Rock das Aranhas”)

Bailes passam a ser a céu aberto, nas ruas, bairros periféricos.

Bailes de corredor (lado A e lado B)

Proibição

“Som de Preto”

Após proibição dos bailes pela questão da violência, surgem letras pedido paz entre as “galeras”.

Funk Melody (com letras voltadas ao romance e ao humor):

Latino, Copacabana Beat, Mc Marcinho, Claudinho e buchecha.

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O FUNK DESCE O MORROA partir de 1995, emissoras AM passam a transmitir programas com

temáticas referentes à nova música periférica.

- Programa da Furacão 2000 na CNT

-Rádio Imprensa

A partir da proliferação do ritmo na comunicação social brasileira, uma maior camada da sociedade (que não somente as favelas e subúrbios) começa a se apropriar do funk e cria-se bordões e gritos de guerra que passam a ser conhecido epidemicamente por

todos, como: "Uh, tererê" e "Ah, eu tô maluco”

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OS NOMES DA MÚSICA

No funk, o cantor é chamado de Mc (Mestre de Cerimônia), e o “musicista”, no caso, é chamado de DJ.

-Dj Marlboro (Som de preto)

- Furacão 2000 (Beijo na boca é coisa do passado)

- Cidinho e Doca (rap das armas, rap da felicidade)

- Mc Creu (Dança do Creu)

- Mc Serginho (Vai Serginho)

- Malha Funk (Malha Funk)

- Mc Leozinho (Se ela dança, eu danço)

- Tati Quebra- barraco, primeira mulher com expressão no funk (Atoladinha)

- Bonde do Tigrão (Cerol na Mão, Tapinha não dói, Só as cachorras, Dança da motinha)

- Claudinho e Buchecha (Só love)

- Mr. Catra (Vem todo mundo)

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OLHARES:O funk sob a visão da periferia

“O funk é um movimento cultural onde os instrumentos para que seja propagado é mais acessível as classes pobres... Conquistamos nossa

liberdade de expressão,hoje em dia podemos retratar a nossa realidade da forma que quisermos (...) As letras do funk em sua

maioria, não faz apologia ao crime; as letras muitas das vezes são cantadas por alguém interpretando um personagem característico da favela (...) Será que a sociedade saberia tanto que a policia entra e

mata milhares de pessoas no combate ao trafico? (...) Será que saberíamos que dentro da favela também existe amor? (...) O funk não é machista, a socidade é machista, o funk apenas revela isso.”

Igor, Jovem funkeiro, morador de comunidade carioca

*Igor é um nome fictício apresentado para que se preserve a identidade do jovem.

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O Funk na fala de sociólogos e antropólogos

“Dizer que as mulheres são usadas é uma visão ingênua e simplificadora. O raciocínio delas é outro: ‘Eu vim aqui para me dar bem, para escolher e não ser

escolhida’”, afirma Glória Diógenes, antropóloga da Universidade Federal do Ceará que estuda o cenário funk carioca há dez anos.

Segura o funk!“O tchan e o axé já eram. Quem faz as meninas rebolarem e os puritanos espumarem agora é o ritmo que vem da periferia carioca. Antropólogos que estudam rituais de acasalamento nos ajudam a entender o porquê de tanto auê”. (Superinteressante, 2001)

Livro contendo ensaio antropológico assinado por Adriana Facina

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Dicas de Livros e Documentários:

“Funk e cultura popular Carioca”, Estudos Históricos, 1990, Hermano Vianna (pioneiro nos estudos sobre o funk brasileiro):

“O Mundo funk carioca”, 1988. VIANNA, Hermano.

“Batidão: uma história do funk”. ESSINGER, Silvio.

“Funk, que batida é essa?” CASTRO, André.

“Favela Bolada”, Brasil, 2008.

“Sou feia, mas tô na moda”, Brasil, 2005.

“...arquétipos de jovens que, na verdade, sofrem de baixa auto-estima, por conta da exclusão social. É uma compensação, cheia de charme e energia, para quem vive onde quase não há família nem lei.” Glória Diógenes

“A classificação por animais – predadores (o tigre e a cachorra) e suas presas (potrancas e tchutchucas) – não é difícil de interpretar. Essa é a lógica da liberação: remete ao que há de mais instintivo no ser humano”, Fátima Cechetto, UFRJ.

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“O FUNK É CULTURA!”LEI Nº 5543, DE 22 DE SETEMBRO DE 2009.

DEFINE O FUNK COMO MOVIMENTO CULTURAL E MUSICAL DE CARÁTER POPULAR.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Fica definido que o funk é um movimento cultural e musical de caráter popular.

Parágrafo Único. Não se enquadram na regra prevista neste artigo conteúdos que façam apologia ao crime.

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Art. 2º Compete ao poder público assegurar a esse movimento a realização de suas manifestações próprias, como festas, bailes, reuniões, sem quaisquer regras discriminatórias e nem diferentes das que regem outras manifestações da mesma natureza.

Art.3º Os assuntos relativos ao funk deverão, prioritariamente, ser tratados pelos órgãos do Estado relacionados à cultura.

Art. 4º Fica proibido qualquer tipo de discriminação ou preconceito, seja de natureza social, racial, cultural ou administrativa contra o movimento funk ou seus integrantes.

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Art.5º Os artistas do funk são agentes da cultura popular, e como tal, devem ter seus direitos respeitados.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 22 de setembro de 2009.

SERGIO CABRALGovernador

Fonte: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/e9589b9aabd9cac8032564fe0065abb4/78ae3b67ef30f23a8325763a00621702?OpenDocument

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Por assim dizer, concluímos então que o funk é um movimento cultural brasileiro no âmbito – principalmente – musical; proveniente dos espaços populares e de camadas de baixa renda.Surgido nos anos 90 em território carioca, é incorporado hoje pelos mais diversos lugares do Brasil, alcançando até mesma a classe média do país.

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Suas representações se fazem presentes em letras rimadas (ou não), de poética simples e geralmente fora dos padrões da norma culta da língua portuguesa. A rítmica do canto é quase que falada ou recitada, com vocais grossos e rápidos, de conteúdo muitas vezes agressivo e contendo gírias da própria cultura do movimento.

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As técnicas instrumentais são basicamente eletrônicas, mixadas no computador e tocadas com auxilio de Controlador Midi (aparelho que reproduz as batidas, ou o “pancadão”).

A dança se dá individualmente ou em grupo, marcada por bastante movimentação corporal, e por gestos de conotação sexual.

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Bibliografia

http://www.terra.com.br/reporterterra/funk/historia_do_funk.htm

http://www.cinecriticas.com.br/?p=1475

http://chat.terra.com.br/chat/mcsapao.htm

http://cinema.uol.com.br/ultnot/2005/12/15/ult26u20447.jhtm

http://www.cultura.gov.br/site/2009/09/18/aviso-de-pauta-60/

http://www.fase.org.br/v2/pagina.php?id=3201

http://funknaperiferia.blogspot.com/

http://www.efdeportes.com/efd8/funk8.htm

http://funk-brasil.blogspot.com/

http://www.mirelaberger.com.br/mirela/download/funk_e_cultura_carioca.pdf

http://www.speculum.art.br/novo/?p=553

http://www.observatoriodefavelas.org.br/userfiles/file/manifesto1.pdf

http://www.pedromundim.net/CulturaOutro.htm

http://portalliteral.terra.com.br/artigos/funk-como-manifestacao-cultural

http://www.funkderaiz.com.br/2010/04/considerado-pai-do-hip-hop-e-do-funk.html

http://80balancosfunk.blogspot.com/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Funk_carioca

http://www.marcelofreixo.com.br/site/noticias_do.php?codigo=59

http://www.overmundo.com.br/overblog/o-funk-proibidao

http://www.youtube.com/watch?v=u6VTj7LhCtE

http://www.youtube.com/watch?v=vPhfQ5hWCps

http://pt.wikipedia.org/wiki/Proibid%C3%A3o

http://www.cocadaboa.com/archives/003042.php

http://guimarcal.blogspot.com/2011/02/funk-cultura-ou-apologia_14.html

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Dayane S. LimaProdução e Política Cultural -UCAM