Campanha da Fraternidade 2016

“ A política municipal do meio ambiente ”Jornal do Commercio, Opiniões, p. 7, 28 de abril de 1991

“ As péssimas condições de drenagem e o saneamento deficiente representam uma ameaça constante para milhões de famílias, pois

facilitam a propagação de doenças como a dengue, o cólera, a leptospirose e a filariose. (...) A política da saúde, o saneamento básico, o tratamento

adequado do lixo, a correta e democrática ocupação do solo urbano, prevenindo-se aterros desnecessários ou especulativos, enfim, o Recife

precisa de uma política ambiental capaz de formular as linhas básicas para seu crescimento, determinando os investimentos necessários, parâmetros de qualidade e impactos ambientais bem como o controle que diferentes segmentos da sociedade deverão exercer para que metas e prazos sejam

atingidos e cumpridos quando da execução das diferentes ações no município.”

“ 2013: Desenvolvimento urbano em foco ”

“ O peso das contribuições de poucas empresas aos comitês das campanhas eleitorais, na maioria das cidades, em 2012 , acendeu um sinal de alerta.

Quando chegarão as faturas? Toda cidade é um território de contrastes. Nas capitais a medicina privada de média e alta complexidade convive, de um lado,

com a água e o saneamento ainda não universalizados e, de outro, com o Programa Saúde da Família, a porta de entrada da atenção básica no SUS,

longe da cobertura integral. De um lado há empregos de alta remuneração, do outro, 52% da população está abaixo da linha de pobreza (na região

metropolitana do Recife, a maior taxa do país). (...) Contra isso o desafio ainda é fazer cumprir, doze anos depois, o Estatuto da Cidade, Lei 10.257, as leis e

metas nacionais de saneamento, da habitação de interesse social, dos resíduos sólidos e da mobilidade urbana, revisando também, por cidades mais

democráticas, as Leis de Uso e Ocupação do Solo e os Planos Diretores. Espero também que, ainda em 2013, o Congresso Nacional aprove minha Proposta de

Emenda Constitucional, a 162, para o Plano Nacional de Desenvolvimento Urbano, com metas e um futuro Sistema Federativo para sua execução.

“O zika vírus, o SUS e o desenvolvimento urbano”

Diário de Pernambuco, 18 de fevereiro de 2016

“ (...) A reforma urbana, o fortalecimento do SUS e a gestão integrada das cidades são necessidades urgentes, questões

estruturais esquecidas na agenda nacional. Para isso trago ao debate alguns fatores que concorreram para essa crise.(...)

Anualmente, os orçamentos e as diretrizes que lhes originaram seguem sem metas sociais e fundos suficientes que permitam

aos gestores responderem as demandas tratadas nas leis antes referidas, do saneamento à mobilidade urbana, da defesa civil à

habitação de interesse social. As palavras de ordem têm sido, desde 1999, o contingenciamento e a desvinculação de

receitas.”

Constituinte 1986O Município e o Desenvolvimento Urbano

Nos debates realizados durante a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987 e 1988, os

movimentos sociais de luta pela moradia, intelectuais e pesquisadores na área do

desenvolvimento urbano entendiam que a política de desenvolvimento urbano deveria ser

assumida pelos municípios, pela proximidade desses entes da federação com os cidadãos

Fotografias: Nadja Granja

As cidades e as ocupações pela sobrevivência

Fotografias: Paulo Rubm

Rio Tejipió

O poder público e o solo urbanoSem a intervenção do poder público na regulação do uso do solo, o mesmo se torna mercadoria apropriada pelos extratos de renda mais elevados de pessoas físicas e jurídicas, levando a um processo de incorporação e expansão imobiliária muita vezes em dissonância com o planejamento e o desenvolvimento urbanos.

Esse crescimento desordenado leva a cidade ao caos. Em 02 / 10 / 91

PEC 162

Visando corrigir esses hiatos e a ausência de políticas integradas entre as três esferas da administração pública apresentamos a PEC 162, Proposta de Emenda Constitucional, que determina a elaboração do PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO..

PEC 162Plano Nacional de Desenvolvimento

Urbano

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Estatuto da Cidade - Lei 10.257 de 2001EMENTA: Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências

Lei Nacional de Saneamento - 11.445 de 2006EMENTA: Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis nºs 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e dá outras providências.

Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social –Lei 11.124 de 2005EMENTA: Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social - SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social - FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS.

Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305, de 2010EMENTA: Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

Política Nacional de Mobilidade - Lei 12.587, de 2012EMENTA: Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis nºs 3.326, de 3 de junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril de 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e das Leis nºs 5.917, de 10 de setembro de 1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá outras providências.

Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - Lei 12.608 de 2012EMENTA: Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC; autoriza a criação de sistema de informações e monitoramento de desastres; altera as Leis nºs 12.340, de 1º de dezembro de 2010, 10.257, de 10 de julho de 2001, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.239, de 4 de outubro de 1991, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996; e dá outras providências.

Ferramentas prontas mas dispersas e desarticuladas

Entre outras

Leis sem planos e sem metas

As diretrizes e metas que deveriam emanar dessas leis não estão articuladas em planos nacionais,estaduais ou municipais, mesmo com a determinação de que, na habitação e no saneamento, por exemplo, devam ser elaborados os respectivos planos municipais.

Além disso as metas de cada segmento, no tocante à universalização dessas políticas, a qualidade de sua execução e seus impactos orçamentário-financeiros também não estão articulados com os Planos Plurianuais, as Leis de Diretrizes Orçamentárias e as Leis Orçamentárias anuais.

LDO 2009: Veto ao anexo de metas sociais

Lei 12.465, 12/08/2011 - LDO 2012

DAS METAS E PRIORIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

Art. 2o A elaboração e a aprovação do Projeto de Lei Orçamentária de 2012, bem como a execução da respectiva Lei, deverão ser compatíveis com a

obtenção da meta de superávit primário, para o setor público consolidado não financeiro de R$ 139.822.000.000,00 (cento e trinta e nove bilhões, oitocentos e vinte e dois milhões de reais), sendo R$ 96.973.000.000,00

(noventa e seis bilhões, novecentos e setenta e três milhões de reais) para os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social e R$ 0,00 (zero real) para o

Programa de Dispêndios Globais, conforme demonstrado no Anexo de Metas Fiscais constante do Anexo III desta Lei.

§ 1o As empresas dos Grupos Petrobras e Eletrobras não serão consideradas na

meta de resultado primário, de que trata o caput deste artigo, relativa ao Programa de Dispêndios Globais.

Lei 12.708, 17/08/2012 - LDO 2013

“O Estado de São Paulo”, 16 de janeiro de 2012

A evolução do financiamento habitacional no Brasil entre 2005-2011 e a contribuição dos instrumentos do sistema de financiamento imobiliário ( 1 )

( Rafael Fagundes Cagnin – Técnico em Planejamento e Gestão da FUNDAP, Mestre em Teoria Econômica na Unicamp e Doutorando em Economia na

Universidade de Paris 13 )

A evolução do financiamento habitacional no Brasil entre 2005-2011 e a contribuição dos instrumentos do sistema de financiamento imobiliário ( 2 )

( Rafael Fagundes Cagnin – Técnico em Planejamento e Gestão da FUNDAP, Mestre em Teoria Econômica na Unicamp e Doutorando em Economia na

Universidade de Paris 13 )

"Art. 181-A. A lei estabelecerá o Plano Nacional de Desenvolvimento

Urbano, com duração decenal, visando articular o Sistema Nacional de

Desenvolvimento Urbano e definir objetivos, diretrizes, instrumentos,

mecanismos de financiamento, metas e estratégias de implantação para

assegurar o desenvolvimento da Política Nacional de Desenvolvimento

Urbano, de forma a permitir:

Artigo único. O Capítulo II do Título VII da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do seguinte art. 181-A:

I – o acesso aos serviços, infraestruturas e instalações operacionais de saneamento básico;

II – o direito à moradia com dignidade, mediante políticas fundiária e imobiliária adequadas;

III – a integração dos diferentes modos de transporte e a melhoria do trânsito, acessibilidade e mobilidade urbanos;

IV – a redução dos riscos de desastre, mediante uma política nacional de proteção e defesa civil;

V – a proteção do meio ambiente ecologicamenteequilibrado.

Parágrafo único.

O Plano e o Sistema Nacionais de Desenvolvimento Urbano, aos

quais se refere o caput, deverão ser elaborados e estabelecidos de

forma a assegurar a gestão associada dos entes federados, a

universalização do acesso aos serviços básicos e o controle social,

com a participação da sociedade civil, do setor produtivo e das

instituições profissionais e acadêmicas com atuação no segmento.

•Submissão do financiamento das políticas sociais às metas do superávit primário( LDO 2012-artigo 2º. )

•Veto desde 2009 ao Anexo de Metas Sociais (LDO)

•Excesso de zelo no cumprimento das metas fiscais . Jan - Ab 2012 –R$ 45 bilhões( R$16 bilhões acima da meta !!! )

•Ausência de Planos e Sistemas integrados

•Ausência do Sistema Nacional de Desenvolvimento Urbano

•Baixíssima execução orçamentária

•Programas administrativos tomam a vez de políticas públicas estabelecidas em leis

Problemas atuais

• Mobilizar as comunidades e movimentos sociais pela reforma

urbana e áreas afins, pela aprovação do Sistema Nacional de

Desenvolvimento Urbano

•Administrar doses diárias de “SUS na pauta”

• Aprovar anexo de Metas Sociais nas LDOs – Fim do

contingenciamento em saneamento

• Preparar intervenção nos próximos PPA, LDO e LOA sobre

orçamento para desenvolvimento urbano

Caminhos

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Infeliz é a cidade que tem como fator determinante de seu crescimento, a lógica e o ritmo de uma parcela de seus integrantes cuja atividade econômica, legítima e necessária, se alimenta, porém, da capacidade de consumo de uma parcela também menor.Uma política urbana que se restrinja as linhas desse círculo de produção e consumo contribui menos do que poderia! Com a favela, mocambo e privação, nosso chão não verá democracia!

02 / 10 /1991

Referênciaswww.assemae.org.br www.saneamentobasico.com.br/portal www.inesc.org.br www.cidades.gov.br www.plataformadeesquerda.com.brwww.cartamaior.com.br www.plataformapoliticasocial.com.brwww.facebook.com/paulorubemsantiago

“ O impasse da política urbana no Brasil” Ermínia Maricato - Editora Vozes- 2014