27
Planos Estadual e Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas Oswaldo Lucon Assessoria de Mudanças Climáticas Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Planos Estadual e Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas

Oswaldo Lucon

Assessoria de Mudanças Climáticas Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo

Page 2: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Adaptação

• Medidas tomadas pelos estados-partes para reduzir o impacto das mudanças climáticas

• Processo se refere a ajustes em sistemas (ecológicos, sociais e econômicos) em resposta a estímulos climáticos (reais ou esperados) e seus efeitos ou impactos

• Visa moderar danos ou mesmo se beneficiar das oportunidades associadas com a mudança do clima

Page 3: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Elementos da Adaptação

• Observação – informação atualizada e correta – capacitação e operacionalização dos agentes

• Análise – Topdown (cenários) – Bottom up (vulnerabilidades)

• Planejamento – Impactos atuais, possíveis impactos futuros

• Implementação – clara divisão entre “estratégias”, “métodos” e “ferramentas”

(“vitaminas”, “aspirinas” e “cirurgias”) – integração dos agentes com políticas estaduais e federais

• Monitoramento e Avaliação – sintonia com acordos internacionais

Page 4: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Contexto – CoP21 Paris • 1992 Convenção do Clima art. 2º

O objetivo final desta Convenção (...) é a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que impeça uma interferência antrópica perigosa no sistema climático. Esse nível deverá ser alcançado num prazo suficiente que permita aos ecossistemas adaptarem-se naturalmente à mudança do clima, que assegure que a produção de alimentos não seja ameaçada e que permita ao desenvolvimento econômico prosseguir de maneira sustentável.

• CoP15 (Copenhague 2009) e CoP16 (Cancun 2010)

• compromisso dos países desenvolvidos em levantar US$100 bi/ano até 2020 (em 2014 foram US$62 bi); Green Climate Fund é criado

• CoP21, texto de negociação 23 out 2015

• Encoraja contribuições em adaptação • Artigo bem sucinto, opções reintroduzidas • reconhece necessidade de cooperação global e independência de ações adaptativas em relação

às mitigatórias • Não prescritivo e não vinculante, requer que os países “reconheçam a importância” • Remete a planos nacionais transparentes (NAPs), para monitorar, avaliar e responder a áreas

locais com vulnerabilidades particulares • Sugerido um repositório global de NAPs (Global Stocktake) • NAPs exigidos nas futuras contribuições nacionais (NDCs) • Potencialmente estimula ação bottom up.

Page 5: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Medidas anunciadas (parágrafo 12, Decisão 1/CP.20

http://unfccc.int/focus/adaptation/undertakings_in_adaptation_planning/items/8932.php)

• Europa – Elemento integral nas políticas internas e processo de

planejamento (ex. recursos hídricos, agricultura, infraestrutura, cidades)

– 20% do orçamento 2014-2020 da Comissão Européia deve ser alocado a mitigação /adaptação

– 35% dos fundos de pesquisa e inovação voltados para Clima – 20 Planos Nacionais de Adaptação em vias de integração

(inclusive em subregiões)

• EUA – Modernização de programas federais (militar, ambiente,

transporte, gerenciamento de emergências) com 38 planos específicos

– Colaboração internacional para planejamento da adaptação

Page 6: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP
Page 7: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP
Page 8: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

• Programa de Garantia da Atividade Agropecuária(PROAGRO)

• Programa de Garantia da Atividade Agropecuária da Agricultura Familiar (PROAGRO Mais)

• Garantia de Safra (Seguro Agrícola)

• Bolsa Família

Page 10: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Brasil

Page 11: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP
Page 12: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP
Page 13: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP
Page 14: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP
Page 15: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Ações propostas em adaptação: Zonas Costeiras

• Monitoramento de parâmetros metereológicos, oceanográficos e do nível médio do mar; • Aperfeiçoamento de métodos de previsão de ondas a partir de modelos de circulação atmosférica; • Desenvolvimento de métodos para caracterizar a transformação das ondas desde o oceano até a costa; • Caracterização da forma das praias antes/depois de ressacas; • Avaliação do comportamento das obras costeiras e portuárias com nível de risco de 1%; • Estudos para definição de prioridades e formulação de políticas públicas; • Ampliação de faixas de vegetação nativa conectadas em ambientes urbanos, faixas costeiras e projetos urbanísticos; • Ampliação das estratégias de recuperação de áreas degradadas e de conservação da biodiversidade em áreas

costeiras e oceânicas (UCs locais, bancos genéticos específicos etc.); • Fortalecimento das políticas públicas já implantadas, como Gerenciamento Costeiro Integrado (Plano Estadual de

Recursos Hídricos e o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, ZEE) • Implantação de Plano Estadual de Gestão de Desastres Naturais e Redução de Riscos, ações de diagnóstico,

planejamento, monitoramento/fiscalização, intervenção/mitigação, capacitação/informação • Monitoramento da erosão costeira • Mapeamento de áreas de risco de escorregamentos e inundações • Monitoramento de áreas de risco e operação de planos preventivos de defesa civil • Implantação de empreendimentos e moradias com sistemas construtivos alternativos aos efeitos das mudanças • Implantação de planejamento integrado do manejo dos recursos naturais (minerário, biodiverisdade, água) • Fortalecimento de Fóruns institucionais (Comitês de Bacia, COMDECs, Consórcios intermunicipais, etc) • Abandono das casas e das benfeitorias • Reconstrução periódica das benfeitorias • Aproveitamento de áreas inundadas para aquicultura • Engordamento de praias • Construção de muros de proteção • Construção de quebra-mares ou estruturas no mar • Recuperação de estruturas portuárias

Page 16: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Ações propostas em adaptação: Biodiversidade e Florestas

• Desenvolvimento de sistemas de monitoramento com espécies de diversos grupos taxonômicos (plantas, animais e microrganismos) para ajudar a detectar mudanças em padrões e determinar a capacidade de dispersão e/ou migração de espécies em uma paisagem já altamente fragmentada e perturbada pela ação antrópica (Joly, 2005).

• Redução do desmatamento e incêndios florestais, o aumento do florestamento e reflorestamento, a representação dos tipos florestais em reservas, a prática de exploração florestal de baixa intensidade, a manutenção e ampliação dos bancos genéticos (banco ativo de germoplasma), para futura obtenção de sementes e propágulos para recuperação ambientalde um banco genético e a identificação e proteção de grupos funcionais e espécies relevantes

• Criação de Unidades de Conservação e implantação e reforço das já existentes • Combate a impactos ambientais que tornam as espécies mais vulneráveis às mudanças climáticas tais como

extração seletiva, caça e captura de animais silvestres. • Programa Mata Ciliar (atrelado a este programa sugere-se a implantação de um banco ativo de germoplasma em

cada município participante do mesmo); • Ampliação das ações de uso sustentável da biodiversidade.

Page 17: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Ações propostas em adaptação: Saúde Humana

• Melhora dos programas de controle de doenças infecciosas e sensíveis ao clima (tais como: dengue, leptospirose, malária, diarréias agudas e outras);

• Redução das condições que levam a situações de vulnerabilidade socioeconômicas com o incremento ou implementação de políticas econômicas, educacionais e habitacionais; e

• Aperfeiçoamento de sistemas de prevenção e auxílio à saúde, conjugados à melhora da previsão de eventos climáticos extremos.

Page 18: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Ações propostas em adaptação: Recursos Hídricos

• Gestão múltipla e integrada dos reservatórios; • Fortalecimento dos Comitês de Bacia Hidrográfica como fóruns de discussão e decisão na gestão dos recursos

hídricos • Controle e fiscalização de uso e ocupação do solo, visando reduzir a ocorrência de erosão e assoreamento • Expansão do armazenamento e reaproveitamento de água de chuva • Aumento da eficiência do uso de água a partir da reutilização • Promoção da utilização racional, sustentável e integrada dos recursos hídricos • Segurança energética: Integração dos Planos de Recursos Hídricos com o planejamento e operação de hidrelétricas,

uso racional e eficiência energética, expansão da oferta de eletricidade por uso de combustíveis alternativos, energia eólica, solar e marés;

• Ampliação nos estudos das relações e no apoio aos sistemas integrados de gestão de áreas florestadas e da água. • Estímulo à utilização de soluções para melhoria da infiltração de água em áreas urbanas (áreas verdes, sistemas de

captação e drenagem de água de chuva em construções, etc.) • Redução na demanda de água para irrigação a partir da otimização do calendário das colheitas, diversificação de

culturas, adoção de sistemas de irrigação tecnologicamente eficientes e área plantada • Expansão dos incentivos econômicos incluindo medição e cobrança pelo uso dos recursos hídricos para estimular a

conservação e uso racional da água • Aumento da eficiência (redução de perdas) dos sistemas públicos de abastecimento de água • Aplicação de leis especificas para proteção de mananciais regionais • Implementação efetiva das políticas públicas de proteção e recuperação dos recursos hídricos

Page 19: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Ações propostas em adaptação: Agropecuária

• Melhoramento genético • Manejo rotacionado: Incentivo à integração numa mesma área de pecuária e lavoura, gerando maior capacidade de

suporte das pastagens, maior produtividade por área e com isso liberação de áreas pastoris para lavouras, bem como redução de pressão por novas eliminações de ecossistemas naturais e sua biodiversidade.

• Investimento em instalações que amenizem os efeitos das altas temperaturas na criação de animais em confinamento

• Manejo florestal e melhoramento genético das espécies arbóreas cultivadas, inclusive com reflexo direto na produção de sementes florestais, aumentando a produtividade e diminuindo a pressão sobre as florestas naturais;

• Ampliação dos estudos, inclusive econômicos, sobre silvicultura de essências exóticas e nativas em cenários das mudanças climáticas – considerando estudos de demanda e de oferta;

• Estabelecimento de política florestal estadual.

Page 20: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Variação da precipitação (1950-2000) conforme Plano Adaptação

Page 21: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

LEI Nº 13.798, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2009 Institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC

Artigo 2º - A PEMC tem por objetivo geral estabelecer o compromisso do Estado frente ao desafio das mudanças climáticas globais, dispor sobre as condições para as adaptações necessárias aos impactos derivados das mudanças climáticas (...)

Page 22: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

LEI Nº 13.798, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2009 Institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC

Artigo 7º - A Comunicação Estadual será realizada com periodicidade quinquenal, em conformidade com os métodos aprovados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, contendo o seguinte: • II. Mapa com avaliação de vulnerabilidades e necessidades de prevenção e

adaptação aos impactos causados pela mudança do clima, integrado às ações da Defesa Civil;

• III. Referência a planos de ação específicos para o enfrentamento do problema das mudanças climáticas globais, em termos de prevenção, mitigação e adaptação.

Page 23: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

LEI Nº 13.798, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2009 Institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC

Artigo 8º - A Avaliação Ambiental Estratégica do processo de desenvolvimento setorial deve ter periodicidade qüinqüenal e analisar de forma sistemática as conseqüências ambientais de políticas, planos e programas públicos e privados, frente aos desafios das mudanças climáticas, dentre outros aspectos considerando: (...) • II. Estratégias aplicáveis àquelas zonas e atividades de maior vulnerabilidade às

mudanças climáticas, prováveis impactos e medidas de prevenção e adaptação; (...) • VII. Medidas de prevenção e adaptação aos impactos das mudanças do clima; (...) • X. Planos de assistência aos municípios para inventário de emissões e sumidouros,

ações de mitigação e adaptação aos eventos climáticos extremos.

Page 24: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

LEI Nº 13.798, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2009 Institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC

Artigo 20 - O Poder Executivo estabelecerá um Plano Estratégico para Ações Emergenciais - PEAE, para resposta a eventos climáticos extremos que possam gerar situação de calamidade pública em território paulista, notadamente em áreas de vulnerabilidade direta.

Artigo 33 - O Governo do Estado, assumindo sua tarefa no enfrentamento do desafio das mudanças climáticas globais, compromete -se, dentro dos seguintes prazos, após a publicação desta lei, a: IX. Elaborar um plano participativo de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, contemplando catástrofes de origem climática, em até 2 (dois) anos;

Page 25: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

LEI Nº 13.798, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2009 Institui a Política Estadual de Mudanças Climáticas – PEMC

Artigo 25 - Nos termos do artigo 17 desta lei, a aplicação dos recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO deverá contemplar as mudanças climáticas, a definição das áreas de maior vulnerabilidade e as ações de prevenção, mitigação e adaptação.

Page 26: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

Artigo 26 - A aplicação de recursos do Fundo Estadual de Controle e Prevenção da Poluição - FECOP, de que trata o artigo 2º da Lei n. 11.160, de 18 de junho de 2002, deverá contemplar as ações e planos específicos de enfrentamento dos efeitos das alterações do clima.

Parágrafo único - Terão prioridade no acesso aos recursos previstos no caput deste artigo:

1 - as regiões mais atingidas por catástrofes naturais relacionadas ao clima;

2 - os municípios com maiores índices de vulnerabilidade a mudanças climáticas;

3 - os setores da economia mais afetados pelas mudanças do clima;

4 - os municípios que aportem contribuições e contrapartidas ao Fundo

Page 27: Palestrante Oswaldo Lucon - SMA/SP

(PEMC – minuta em 2008)

Art. 28. O Estado criará um Fundo de Adaptação às Mudanças Climáticas, para ações e planos específicos de enfrentamento dos efeitos das alterações do clima. Parágrafo 1º. Será destinado ao Fundo previsto no caput um percentual de 5% da receita obtida pelos royalties estaduais de exploração de petróleo e gás natural no território paulista. Parágrafo 2º. Terão prioridade no acesso aos recursos do Fundo de Adaptação às Mudanças Climáticas: a) as regiões mais atingidas por catástrofes naturais relacionadas ao clima; b) os municípios com maiores índices de vulnerabilidade a mudanças climáticas; c) os setores da economia mais afetados pelas mudanças do clima; d) os municípios que aportem contribuições e contrapartidas ao Fundo.