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Como podemos melhorar a produção, processamento e armazenamento do trigo, a fim de reduzir as perdas no Brasil? Como podemos aumentar a geração de valor para todos os participantes na cadeia de valor do trigo brasileiro, melhorando a produção de trigo? DESAFIO 3A

Como podemos melhorar a produção, processamento e armazenamento do trigo, a fim de reduzir as perdas no Brasil?

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Como podemos melhorar a produção, processamento e armazenamento do trigo, a fim de reduzir as perdas no Brasil?

Como podemos aumentar a geração de valor para todos os participantes na cadeia de valor do trigo brasileiro, melhorando a produção de trigo?

DESAFIO 3A

Escopo da discussão

Identificação de melhorias da produção de trigo no Brasil que são benéficas para

toda a cadeia de valor, ganhos rápidos ,

soluções tecnológicas

Fora: Desafios de pós-colheita (tratado em

outro workshop)

Fora: Soluções

Tecnológicas limitadas a um único estágio

ou a parte interessadas

da cadeia

Dentro do escopo

Fora do escopo

Resultados Esperados

Identificação de demandas: Tamanho do desafio e relevância.

Cocriar ideias e soluções: Visão holística e realizável.

Plano de ação: Especificar o tempo, localização/área, papéis e responsabilidades e papel individual/ compromisso

Apresentação para especialistas

Trigo no Brasil: Fatos e números O Brasil não é um produtor principal, mas é um importante importador

n  1% da produção de trigo mundial é realizada no Brasil

n  O trigo é produzido principalmente no Rio Grande do Sul e Paraná à baixas temperaturas e condições secas, solo areno-argiloso

n  50% do trigo é importado da Argentina e do Canadá; o consumo do trigo é de aproximadamente 12,000 toneladas por ano (2014);

n  O Brasil é o segundo maior produtor de massas do mundo

Consumo, produção e importação (m, t)

10,5

4,3

7,2

Consumo doméstico

Produção Importação

n O Brasil não é autossuficiente na produção de trigo

n  Importa mais do que a metade de seu consumo interno, principalmente da Argentina e do Canadá

Evolução das exportações (m t)

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

0,1

0,6 0,4

1,3

2,3 2,3

1,2

As exportações têm sido realizadas pelos produtores nos últimos anos, porém a qualidade do grão ainda é uma barreira

Cadeia de valor do trigo

Insumos

P&D Terra Água

Sementes Fertilizantes Pesticidas Maquinário

Produção

Grandes propriedades

Pequenos produtores

Pesagem Elevadores

Classificação Limpeza Mistura

Certificação Armazenamento

Moagem Moinhos

Ensacamento

Ração Animal

Comercialização

Serviços Alimentícios Padarias

Varejo Outros atacadistas

Produção de Alimentos

Pecuária Biocombustíveis

Processamento

Doméstico

Internacional Sociedades comerciais Produção offshore

Regulamentação do governo Politicas de comercialização

Comércio futuro Intermediários Financeiros

Auxílio Alimentar Infraestrutura e serviços Instituições

Comércio

~6%

     

~4%

     

~6%

~2%

10 INTERNAL 19.12.2014

~6%

Perdas na cadeia de valor

Consumo Distribuição Processamento e Embalagem

Pós-Colheita e Estocagem

Semeadura e Manejo

~2% ~6% ~6%

~6%

~4%

Total de perdas 24%

Fatores Comuns para a perda de grãos

Estágio Exemplos de Perdas

1 Colheita, manuseio na colheita

Culturas que podem ser consumidas deixadas no campo, aradas no solo, comidas por predadores; tempo de colheita não ideal; cultura danificada durante a colheita

2 Armazenamento, secagem, debulha

Ataques de pragas e doenças, derramamento, contaminação; Secagem natural dos alimentos, Perdas devido à técnica inadequadas, Qualidade e quantidade de perda durante a secagem

3 Transporte e distribuição Infraestrutura de transporte deficiente; menos cultura e mais perda/culturas danificadas

4

Processamento primário, limpeza, classificação, descasque, secagem, trituração, empacotamento, imersão, exposição ao vento, secagem, peneiramento, moagem

Perdas de processamento; contaminação no processamento causando perda de qualidade

Desafios da produção de trigo específicos do Brasil

Solos ácidos com altos níveis de alumínio solúvel e forte fixação de fósforo

Doenças graves: ferrugens, Septoria, Fusarium, Helminthosporium, sarna, oídio e insetos

Precipitação variável, frequentes chuvas no Sul do Brasil e pouca chuva na região central

Condições de tempo/clima, como geadas fora de época. No norte do Brasil, a época de calor precoce, média e tardia e a época seca média e tardia afetam negativamente a colheita. Geadas na floração e o excesso de chuva na colheita são comuns. No sul do Brasil, as geadas na floração e chuvas na colheita podem reduzir a produção drasticamente

1

2

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4

1. A escolha de variedades erradas resulta em uma produção de menor qualidade levando a perdas elevadas

n  Escolha de variedades que são propensas ao desmatamento em regiões onde os ventos são predominantes contribui para perdas elevadas

n  Uma causa igualmente importante de perdas de alimentos no setor dos cereais é o plantio de variedades que não se adaptam a um determinado local, por exemplo, aquelas que podem amadurecer durante a estação chuvosa predispondo os alimentos a infecção por fungos

2. Germinação Pré-Colheita

n  O principal fator que gera a germinação pré-colheita é a chuva prolongada e a alta umidade após o amadurecimento do grão

n  A germinação resulta em uma produtividade mais baixa, devido à diminuição do peso de teste, e isso limita as aplicações do uso final do trigo devido à diminuição da qualidade de grãos.

n  A menor qualidade dos grãos, associada à diminuição da produtividade, pode resultar em perdas financeiras importantes para os agricultores e processadores de alimentos: mais de $1 bilhão de dólares por ano *

Soluções para prevenir a germinação pré-colheita

n  Colher e então secar o trigo na primeira vez que ele atingir 20% de umidade ou – se a secagem não for possível– colher quando atingir 15% de umidade

n  O momento ideal para o manejo da pré-colheita é logo após a colheita atingir a maturidade fisiológica

n  Os pesquisadores da universidade McGill sugerem o uso do gene indicador de germinação pré-colheita

3. Biológico: Insetos, Plantas Daninhas, Fungos

n  26% a 29% das perdas de produção do trigo são causadas por pragas e doenças

n  As plantas daninhas diminuem a produção de trigo diretamente, competindo com a cultura pela umidade, luz e nutrientes.

n  Os insetos danificam a safra diretamente, mas também muitas vezes espalham doenças virais

n  Doenças fúngicas que causam perdas de produção incluem ferrugens das folhas, oídio e pragas fúngicas foliares (septoria, helmintosporiose, mancha marrom, mancha amarela)

n  Pulgão: Os pulgões são os principais vetores do vírus do nanismo amarelo do cereal causando perdas enormes de produção

n  Lagartas: As pragas mais críticas são: lagarta da espiga, lagarta-do-trigo, lagarta-militar e lagarta-do-cartucho-do-milho, tratadas com inseticidas e controles biológicos

n  Percevejos: Nos últimos 20+ anos, barrigas-verdes, Dichelops furcatus (F.) (no Rio Grande do Sul) e Dichelops melacanthus (Dallas) (no Paraná) aumentaram em abundância e têm ocorrido anualmente. Prejuízos podem variar desde a perda total da planta até perdas de 30% da produção nas plantas sobreviventes (Embrapa)

Afídeos e soluções para o controle de plantas daninhas: Pesticidas e MIP

n  Manejo Integrado de Pragas dependendo da praga, combinando medidas biológicas, mecânicas e químicas

n  Lagartas-do-trigo e a lagarta-militar possuem número apreciável de inimigos naturais

n  Contra os pulgões podemos usar besouros, larvas de moscas sirfídeas, crisopídeos, vespas parasitas e fungos como Pandora neoaphidise e Zoophthora radicans

n  Contra os percevejos, os agentes biológicos Trissolcus basalis, Telenomus podisi, Hexacladia smithii, Trichopoda nitens estão sendo recomendados pela Embrapa

n  Herbicidas aumentam o rendimento das culturas de trigo em 21-47% batendo o azevém e a aveia

n  Tratamento de sementes com inseticidas para manejo do percevejo, coró, pulgão

Soluções contra os fungos

n  Os fungicidas são amplamente utilizados no trigo para fazer o manejo de doenças foliares

n  Tratamentos de sementes com fungicidas também são comuns uma vez que o oídio, a mancha marrom e a mancha amarela podem ser transmitidos por sementes, portanto o tratamento de sementes com fungicidas antes do plantio pode reduzir o inóculo à base de sementes

n  A Ferrugem da folha pode causar perdas de produtividade de grãos de trigo superior a 50% em epidemias graves se os fungicidas não forem aplicados

Fontes

Imagens Todas as imagens são de nossa propriedade ou são de domínio público Slide 10: https://pubs.ext.vt.edu/424/424-060/424-060_pdf.pdf

Slide 13: Wikipedia & AgriLife Today

Fontes de informação Slide 5: Indexmundi.com

Slide 5: Duke.edu

Slide 7: Post-Harvest Losses And Strategies To Reduce Them Report, ACF International, 2014, Parvitt et al. 2010

Slide 8: Kohli and McMahon, 1988

Slide 9: HLPE Report, Food losses and waste in the context of sustainable food systems, June 2014

Slides 10, 11: Virginia Cooperative Extension, Understanding Pre-harvest Sprouting of Wheat, Publication 424-060, 2009, McGill.ca

Slides 12: University of Minesota, Pre-harvest management options for wheat

Slides 13: Cornell University, UC Davis, Embrapa Slide 14: Croplife.org, Leonard P. Gianessi, Importance of Pesticides for Growing Wheat in Latin America, International Pesticide Benefits Case Study No. 110, November 2014