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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Engenharia ATIVIDADE PRÁTICA SOBRE O LEITE PRÁTICA DA ADULTERAÇÃO DO LEITE Douglas Rosa da Silva Monique Camille Camargo Prof. Cláudio Luis Frankenberg

RELATÓRIO leite

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Page 1: RELATÓRIO leite

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

Faculdade de Engenharia

ATIVIDADE PRÁTICA SOBRE O LEITE

PRÁTICA DA ADULTERAÇÃO DO LEITE

Douglas Rosa da Silva

Monique Camille Camargo

Prof. Cláudio Luis Frankenberg

Porto Alegre, 6 de maio de 2016

Page 2: RELATÓRIO leite

SumárioINTRODUÇÃO...........................................................................................................................3

1 LEITE..................................................................................................................................4

2 COMPOSIÇÃO DO LEITE.................................................................................................5

2.1 Densidade.....................................................................................................................5

2.2 Gordura........................................................................................................................6

2.3 Crioscopia....................................................................................................................6

2.4 Proteínas.......................................................................................................................6

2.5 Lactose.........................................................................................................................6

2.6 Sólidos-não-Gordurosos (SNG)....................................................................................7

2.7 Sais...............................................................................................................................7

2.8 pH.................................................................................................................................7

2.9 Densidade.....................................................................................................................8

2.10 Viscosidade..................................................................................................................8

3 TESTES REALIZADOS NO LEITE...................................................................................8

3.1 Prova do álcool.............................................................................................................8

3.2 Pesquisa do Formol......................................................................................................9

3.3 Adição de Peróxido de Hidrogênio...............................................................................9

3.4 Pesquisa de Amido.....................................................................................................10

3.5 Análise de Coliformes................................................................................................11

3.6 Analisador de Leite.....................................................................................................11

4 MATERIAIS E MÉTODOS...............................................................................................12

4.1 Acidez: Prova do álcool..............................................................................................12

4.2 Pesquisa do formol.....................................................................................................13

4.3 Analisador de leite......................................................................................................14

4.4 Pesquisa Peróxido de Hidrogênio...............................................................................15

4.5 Pesquisa de Amido.....................................................................................................16

4.6 Análise de Coliformes................................................................................................16

5 RESULTADO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................................................17

5.1 Acidez: Prova do álcool..............................................................................................17

5.2 Teste do formol..........................................................................................................17

5.3 Teste do Amido..........................................................................................................18

5.4 Pesquisa Peróxido de Hidrogênio...............................................................................18

Page 3: RELATÓRIO leite

5.5 Teste de Coliformes Fecais.........................................................................................18

5.6 Analisador de leite:.....................................................................................................19

6 CONCLUSÃO...................................................................................................................22

7 BIBLIOGRAFIA................................................................................................................23

Page 4: RELATÓRIO leite

INTRODUÇÃO

Atualmente, a busca de alimentos saudáveis e com alto valor nutricional, vem se

tornando uma preocupação constante, do ser humano. Na indústria de alimentos, a

qualidade vem acompanhada da inocuidade, ou seja, produzir alimento com qualidade,

para assegurar a competitividade no mercado. Oferecer alimentos que contribuam para

melhoria da qualidade de vida do ser humano é ressaltada pela necessidade de oferecer

alimentos seguros que não ofereçam riscos a saúde do consumidor.

Page 5: RELATÓRIO leite

O leite acompanha o crescimento e desenvolvimento do ser humano desde seu

nascimento. Avanços na área da tecnologia alimentícia vem proporcionando cada vez

mais, aumentos na qualidade do leite e desenvolvimento de produtos em laticínios, o

que favorece ainda mais o seu consumo. Isso, porém, induz a adulterações que podem

comprometer a qualidade do produto final.

Com vistas a propiciar uma prática aos alunos das turmas da disciplina de

Engenharia Bioquímica de Alimentos, do curso de Engenharia Química que permitisse

averiguar a adulteração de alimentos, o experimento consistiu em analisar amostras de

leite previamente adulteradas, no Laboratório de Processos Ambientais, LAPA. Cada

dupla de alunos recebeu uma amostra e desconhecendo a alteração realizada deveriam

determinar a contaminação na amostra através de seis análises.

Este relatório tem por objetivo apresentar as principais análises feitas no leite

partindo de uma amostra (D) de leite adulterado para garantir sua qualidade, verificar se

estas análises são confiáveis, e, por fim, se os limites das análises em legislação são

coerentes com a prática do dia-a-dia.

1 LEITE

O leite é uma mistura homogênea de grande número de substâncias e nutrientes,

das quais alguns destes nutrientes e substâncias estão em emulsão (lipídeos e

substâncias associadas), alguns em suspensão (caseínas ligadas a sais), e outros em

dissolução verdadeira (lactose, vitaminas hidrossolúveis, proteínas do soro, sais, etc).

Page 6: RELATÓRIO leite

Figura 1. Imagem ilustrativa do leite.

A composição do leite é determinante para o estabelecimento da sua qualidade

nutricional e adequação para processamento e consumo humano. A biossíntese do leite

ocorre na glândula mamária, sob controle hormonal. Estima-se que o leite possua em

torno de cem mil constituintes distintos, embora a maioria deles não tenha ainda sido

identificada.

A componente de maior quantidade no leite é a água (88%) é nela que se

encontram em solução os demais componente. A maior parte encontra-se como água

livre, embora haja água ligada a outros componentes, como proteínas, lactose e

substâncias minerais.

2 COMPOSIÇÃO DO LEITE

O controle físico-químico é muito importante para as análises rotineiras do leite.

Por isso, é importante o monitoramento para garantir a qualidade do produto final.

2.1 Densidade

A densidade é a relação que existe entre a massa e o volume de um corpo.

Assim, pode-se verificar a relação entre os sólidos e o solvente no leite e saber se houve

ou não fraudes.A densidade pode ser modificada por adição de água ou desnatação

prévia, visto que a água tem uma densidade maior que a gordura, respectivamente

1g/cm3 e 0,9301g/cm3.

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2.2 Gordura

Segundo Embrapa (2007), a concentração de gordura no leite pode variar de

3,0%- 4,0% e às vezes até 4,5%. A variação é devido a vários fatores, como raça,

alimentação e estágio de lactação. Encontra-se na quantidade de 35g/litro. A gordura

contribui para uma melhor palatabilidade do produto. É responsável pelo grande número

de ácidos graxos essenciais. Os triglicerídeos são os componentes majoritários dos

lipídeos (95%). Os outros 5% constituem-se de ácidos graxos como o butírico, capróico,

caprílico, láurico, mirístico, esteárico e oléico.

2.3 Crioscopia

A análise crioscópica baseia-se no ponto de congelamento do leite. Tem por

finalidade a detecção de fraudes. O teste de crioscopia serve para controlar a adição de

água ao leite para maior rendimento ou também por adição de algum composto para

mascarar algum problema. O ponto crioscópico é definido como a temperatura em que o

leite passa do estado líquido para o estado sólido.

2.4 Proteínas

As proteínas representam entre 3% e 4% dos sólidos encontrados no leite. A

porcentagem de proteína varia, dentre outros fatores, com a raça e é proporcional à

quantidade de gordura presente no leite. Isso significa que quanto maior a percentagem

de gordura no leite, maior será a de proteína.

Existem vários tipos de proteína no leite. A principal delas é a caseína, que

apresenta alta qualidade nutricional. Cerca de 95% da caseína total do leite está na

forma de micelas. As micelas de caseína junto com os glóbulos de gordura são

responsáveis por grande parte das propriedades relativas à consistência e à cor dos

produtos lácteos.

2.5 LactoseO principal carboidrato do leite é a lactose. Compreende aproximadamente 52%

dos sólidos totais do leite desnatado e 70% dos sólidos encontrados no soro do leite.

Controla o volume de leite produzido, atraindo a água do sangue para equilibrar a

pressão osmótica na glândula mamária. A quantidade de água do leite e,

consequentemente, o volume de leite produzido pela vaca, depende da quantidade de

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lactose secretada na glândula mamária. A concentração de lactose no leite é de

aproximadamente 5% (4,7 a 5,2%). É um dos elementos mais estáveis do leite, isto é,

menos sujeito a variações.

2.6 Sólidos-não-Gordurosos (SNG)Os elementos sólidos representam aproximadamente 12 a 13% do leite e a água,

aproximadamente 87%. Os principais elementos sólidos do leite são lipídios (gordura),

carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas. Esses elementos, suas distribuições e

interações são determinantes para a estrutura, propriedades funcionais e aptidão do leite

para processamento. As micelas de caseína e os glóbulos de gordura são responsáveis

pela maior parte das características físicas (estrutura e cor) encontradas nos produtos

lácteos.

Os termos sólidos totais (ST) ou extrato seco total (EST) englobam todos os

componentes do leite exceto a água. Por sólidos não-gordurosos (SNG) ou extrato seco

desengordurado (ESD) compreendem-se todos os elementos do leite, menos a água e a

gordura.

2.7 SaisO leite é uma fonte excelente da maioria dos sais minerais necessários para o

desenvolvimento dos indivíduos jovens. O cálcio e o fósforo do leite apresentam alta

disponibilidade, em parte porque se encontram associados à caseína.

O leite é uma importante fonte de vitaminas, algumas se associam com a gordura

(A, D, E e K), enquanto outras se associam com a parte aquosa. Dentre as últimas, estão

as do complexo B e a vitamina C. Mais de dez vitaminas diferentes do complexo B são

encontradas no leite. Entretanto, com exceção da vitamina B2 (riboflavina), as outras são

encontradas em quantidades pequenas. As vitaminas do complexo B são produzidas no

estômago composto (rúmen) dos animais.

2.8 pH

O pH do leite varia entre 6,6 e 6,8, com média de 6,7 a 20 °C ou 6,6 a 25 °C. O

leite apresenta considerável efeito tampão, especialmente em pH entre 5 e 6, em razão

da presença de dióxido de carbono, proteínas, citratos, lactatos e fosfatos.

A acidez do leite fresco deve-se à presença de caseína, fosfatos, albumina, dió-

xido de carbono e citratos. A elevação da acidez é determinada pela transformação da

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lactose por enzimas microbianas, com formação de ácido lático, caracterizando a acidez

desenvolvida do leite.

2.9 Densidade

A densidade do leite varia entre 1,023 g/mL e 1,040 g/mL a 15 °C; o valor médio

é 1,032 g/mL. Leite com alto teor de gordura apresenta maior densidade em relação a

leite com baixo teor de gordura, em razão do aumento do extrato seco desengordurado

que acompanha o aumento no teor de gordura.

2.10 Viscosidade

O leite é mais viscoso que a água, em razão da presença de proteínas e lipídios,

podendo sofrer alterações com o processamento industrial. O leite integral e o leite

desnatado têm viscosidades médias, a 20 °C.

3 TESTES REALIZADOS NO LEITE

3.1 Prova do álcool

Tem por objetivo verificar se o leite pode ser pasteurizado, pois a alteração do

valor da acidez do leite leva a instabilidade das proteínas, o que pode levar a formação

de coágulos, e este pode vir a entupir o pasteurizador.

O leite tem uma acidez natural que é devido à presença de CO2, fosfatos,

citratos, caseína e outros constituintes menos importantes. Indica o estado de

conservação do leite. Uma acidez elevada é resultado da fermentação da lactose

produzindo ácido láctico, provocadas por enzimas microbianas. Assim, se o leite

apresenta acidez alta é um indício que a contagem microbiana também é alta. A acidez

aumenta à medida que o leite envelhece. Uma acidez acima de 0,18% (valor crítico)

pode causar coagulação do leite quando esta matéria-prima for usada em bebidas

quentes. Existem adulterações como a aguagem simples que diminui a acidez e a

aguagem com soluções preparadas e adição de leite desnatado que mantêm a acidez

invariada. O leite tem pH em torno de 6,6 a 6,8 (neutro).

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3.2 Pesquisa do FormolO formol tem ação antimicrobiana, e pode ser usado como conservante no leite.

Segundo a Portaria nº1, de 07 de Outubro de 1981, do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, o formol em meio ácido e em presença de cloreto férrico

produz, por aquecimento, um complexo interno de coloração roxa.

A união de duas moléculas de ácido cromotrópico (ACT) que reagem com uma de

formaldeído em meio fortemente ácido (H2SO4) e sob aquecimento em banho, através

de uma ponte metilênica. Esta estrutura intermediária é desidratada numa etapa

seguinte, na posição dos grupos (-OH) fenólicos, formando-se um heterociclo. Por

último, uma etapa de oxidação produz a estrutura colorida de interesse analítico, um

composto dibenzoxantílico monocatiônico, responsável pela coloração.

Figura 2. Etapas da formação do composto colorido.

3.3 Adição de Peróxido de Hidrogênio

A adição ilegal de peróxido de hidrogênio ao leite visa impedir a proliferação de

microrganismos que possam provocar a hidrólise do leite e a consequente formação do

ácido lático, tornando o alimento impróprio para o consumo.

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A detecção de peróxido de hidrogênio no leite se dá pela formação de coloração

salmão em presença de guaiacol. A enzima peroxidase (natural do leite) degrada o

peróxido de hidrogênio, oxidando o indicador a tetraguaiacol, responsável pela

coloração característica.

Figura 3.Esquema da reação onde a enzima peroxidase converte o guiacol e o peróxido de hidrogênio em tetraguiacol.

3.4 Pesquisa de Amido

O iodo é utilizado para mascarar a adição de água, pois esta adição provoca a queda

de densidade e tem como função tornar o leite alterado mais espesso aproximando-se da

densidade do leite comum.

Para identificar a presença de iodo no leite uma amostra de leite deve ser aquecida

para a abertura da cadeia helicoidal da molécula do amido e posteriormente esta amostra

deve ser resfriada para evitar a evaporação do iodo que é inserido em seguida na

amostra na forma de lugol. O iodo reage com o amido desnaturado formando um

complexo facilmente reconhecido por sua coloração azulada.

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Figura 4. Complexo iodo e amido.

3.5 Análise de Coliformes

Coliformes totais é o grupo de bactérias da família Enterobacteriaceae. São bacilos

gram-negativos que não formam esporos e são capazes de fermentar a lactose. São

encontrados em fezes, nos vegetais e no solo. A presença de coliformes totais no

alimento não indica, necessariamente, contaminação fecal ou ocorrência de

enteropatógenos.

Os coliformes fecais apresentam uma alta resistência a elevação de temperatura

quando comparados aos totais. A investigação deste tipo de contaminação em alimentos

fornece informações sobre as condições higiênicas e a presença de enteropatógenos.

3.6 Analisador de Leite

O teste do analisador de leite é baseado em avaliar as características físico-

químicas de determinada amostra. Essas características são referentes à/ao: quantidade

percentual de gorduras, sólidos não gordurosos, proteínas, lactose e sais minerais

contidos na amostra; densidade da amostra; pH da amostra e ponto de congelamento da

amostra.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Acidez: Prova do álcool

Materiais e equipamentos:

Tubo de ensaio

Álcool 76%

Pipeta de 5 ml

Procedimento:

Com o auxílio da pipeta, transferiu-se 2 mL de álcool 76% para um tubo de

ensaio limpo e seco, em seguida foi adicionado 2 ml da amostra de leite. O tubo de

ensaio então foi agitado a fim de homogeneizar e verificar a coagulação.

Sabendo- se que o álcool 72% coagula somente o leite ácido, para a

interpretação tem-se:

1. Sem coagulação: O leite normal desliza em tênue camada uniforme ao longo

do tubo- Acidez abaixo de 19 ºD.

2. Coagulação fina: Acidez acima de 19ºD a 20ºD.

3. Coagulado: Acidez superior a 22 º D.

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Figura 5. Leite sem coagulação e com coagulação.

4.2 Pesquisa do formol

Materiais e equipamentos

Tubo de ensaio

H2SO4

Cloreto férrico

Pipeta de 5 ml

Procedimento

Para esta análise foi adicionado 5ml de leite em um tubo de ensaio, em seguida

foi adicioando 2ml de H2SO4 e 1ml de cloreto férrico, essa mistura foi entaãoa quecida

em banho maria a uma temperatura de 62ºC.

Quando houver coloração roxa ou violácea o teste é positivo e então há formol

no leite. Quando a coloração resultar em amarelo, o teste é negativo.

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Figura 6. Resultado positivo e negativo.

4.3 Analisador de leite

Materiais e equipamentos:

Becker de 10ml

Cubeta

Equipamento Analisador de leite

Figura 7. Milk Analyser Master.

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Procedimento:

Foi transferido uma quantidade de leite para uma cubeta, em seguida esta foi

posicionada no sistema de admissão, tomando o cuidado para que a pipeta toque o

fundo do corpo.

4.4 Pesquisa Peróxido de Hidrogênio

Materiais e equipamentos

Tubo de ensaio

Banho-maria com temperatura controlada

Método

Colocou-se em um tubo de ensaio, 2ml da amostra, 2ml de ácido clorídrico concentrado

(HCl) e uma gota de solução diluída de formol (±10%p/v). Posteriormente o tubo foi

deixado em um banho termostatizado em 60°C.

A coloração amarelada indica que a amostra não foi contaminada por H2O2 enquanto

que a roxa é indicativo desta adulteração. A imagem abaixo demonstra os possíveis

resultados.

Figura 8. Teste NaOH

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4.5 Pesquisa de Amido

Materiais e equipamentos:

Tubo de ensaio

Banho-maria com temperatura controlada

Procedimento:

Transferiu-se 10ml da amostra de leite, após o tubo de ensaio foi colocado em

banho-maria e resfriado em água corrente. Em seguida foi adicionado 5 gotas de Lugol

ao tubo.

A imagem abaixo indica os possíveis resultados e a coloração azulada é sinal de

presença de amido.

Figura 9. Possíveis resultados do teste de amido.

4.6 Análise de Coliformes

Materiais e equipamentos:

Erlenmeyer

Cartela

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Figura 10. Cartela utilizada para determinação de coliformes.

Procedimento:

Transferiu-se 10ml da amostra para um erlenmeyer e completou-se com 100ml de

água esterilizada. Após uma ampola de reagente COLILERT foi acrescentada e a

amostra foi homogeneizada, em seguida a amostra foi colocada em uma cartela de

contagem de coliformes e selada, então a cartela foi colocada em uma estufa a 35°C. A

imagem abaixo mostra a ampola e cartela utilizada.

Em seguida é feita a contagem de coliformes totais e fecais. Para a contagem de

coliformes fecais é necessário o uso de luz ultravioleta.

5 RESULTADO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

5.1 Acidez: Prova do álcool

A amostra de leite apresenta pH 6,6, que é considerado um Ph normal. Dessa

forma o leite não apresentou coagulação.

5.2 Teste do formol

O teste resultou em uma coloração amarela. Quando a coloração resultar em

amarelo, o teste é negativo. Segundo Tronco (2003), isto significa que não foi

adicionado nenhum conservante para esconder alguma anormalidade do mesmo.

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5.3 Teste do Amido

A análise para a presença de amido foi positiva, pois após os processos de

aquecimento e resfriamento e adição de lugol a coloração azulada da amostra de leite D

característica da reação entre o iodo presente no lugol e o amido confirmou esta fraude.

Como verificado anteriormente havia presença de água na amostra e um processo

comum de espessamento é a adição de amido.

Segundo a Instrução Normativa nº68 de 2006, do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, se o teste ficar com coloração azul, o teste é positivo e então

o leite é condenado.

5.4 Pesquisa Peróxido de Hidrogênio

A determinação de NAOH foi realizada visualmente e a presença de coloração

roxa após o processo de aquecimento em banho-maria determinou que para amostra

analisada também ocorreu adulteração por adição de hidróxido de sódio.

5.5 Teste de Coliformes Fecais

O teste para a presença de coliformes foi positivo para a contagem de coliformes

totais 10^1 e negativo para a presença de coliformes fecais. Esta análise é feita para leite

pasteurizado para saber se o tratamento térmico foi eficiente e se o lote pode ser

liberado ou não para consumo, isto é, se o produto será inócuo ao chegar ao consumidor

e se irá manter-se apto para consumo durante o prazo de validade.

Houve a presença de uma colônia de Coliformes totais. Segundo Thielmann

(1999), isto significa pasteurização ineficiente, recontaminação após tratamento térmico

ou higiene inadequada de equipamentos, utensílios e embalagens.

Page 20: RELATÓRIO leite

Figura 11. Resultado do teste obtido.

5.6 Analisador de leite:

A tabela com a tabela abaixo mostra os resultados coletados da amostra D

obtidos com o analisador de leite.

Dados Obtidos:  Gordura 2,68%Proteína 2,77%Sólidos não gordurosos 7,59Lactose 4,35Densidade 26,97Sólidos 0,62Ponto de Congelamento -0,491Água adicionada 1,48%Temperatura 25,6pH da amostra 6,6Condutividade 4,8

Tabela 1. Resultados obtidos com o analisador de leite.

Page 21: RELATÓRIO leite

A fim de ter-se um parâmetro de comparação do resultados obtidos, foi utilizado

um laudo de verificação de controle de qualidade da AKSTO produtos eletrônicos.

Figura 12. Valores base de referência

A temperatura de congelamento do leite é mais baixa do que a da água devido ao

efeito das substâncias dissolvidas no leite, principalmente a lactose e os sais minerais. O

ponto de congelamento máximo do leite aceito pela legislação brasileira é - 0,512 °C

(0,530 ºC). O resultado da Tabela 1 mostra que o ponto de congelamento está acima do

valor aceito pela legislação (-0,491), indicando que foi adicionado água ao leite. Quanto

maior o ponto de congelamento (isto é, mais próximo de zero grau) maior a

probabilidade de que o leite contenha água estranha. Com o mesmo objetivo usa-se

outra nomenclatura, a Depressão do Ponto Crioscópico (ou de Congelamento), DPC:

quanto menor a DPC (isto é, mais próxima de zero grau), maior a possibilidade de a

amostra ter sido fraudada com água.

O teor de gordura do leite deve ser, em média, igual a 3%. Neste estudo, tal

índice apresentou um valor abaixo do esperado (2,68%).

Como citado anteriormente o valor do pH do leite recém ordenhado pode variar

entre 6,4 a 6,8. Segundo a tabela de referencia acima a faixa de pH é de 4 a 7. Como a

amostra apresentou um valor de 6,6 o pH da amostra esta dentro do recomendado.

A densidade do leite é pode variar entre 30 e 33,77 kg/m3. Um leite com baixo

teor em gordura apresentará menor densidade enquanto que uma amostra com alto teor

de gordura mostrará alta densidade. A densidade abaixo do nível serve para identificar

fraude no leite (água), problemas nutricionais ou ainda problemas na saúde do animal.

Devido o teor de gorduras estar abaixo de 3 %, refletindo num valor baixo de densidade

Page 22: RELATÓRIO leite

(26,97 kg/m3). Os resultados obtidos indicaram a presença de água (fraude) nas

amostras. Segundo Castro (2005), a temperatura de 16 ºC é a mais inadequada para

medir a densidade, visto que nesta temperatura a gordura não encontra-se totalmente

líquida (gordura sólida tem densidade maior).

A variação da concentração da proteína (3,1-3,2%) depende de vários fatores,

como raça e proporção de gordura (quanto mais gordura, mais proteína) (EMBRAPA,

2007). Como o resultado obtido de teor de gordura está inadequado (abaixo), a amostra

apresentou baixa concentração de proteína (2,77%).

A concentração de lactose no leite é de aproximadamente 5% (4,6 a 4,8 %). É

um dos elementos mais estáveis do leite, isto é, menos sujeito a variações. O resultado

obtido mostra valor alterado do teor de lactose, abaixo do valor aceitável.

Segundo o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de leite

Pasteurizado da Instrução Normativa nº51 de 2002, do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, o extrato seco desengordurado mínimo para o leite

pasteurizado integral é de 8,4g/100g. Dessa forma o resultado obtido para o valor de

sólidos não gordurosos foi de 7,59 %, abaixo do valor de referência aceitável.

O ponto de congelamento do leite depende principalmente da lactose e sais.

Como o valor do ponto de congelamento foi baixo, isso comprova o baixo teor de

lactose e sais no leite.

A adição de água no leite além de ser grave, diminui o valor nutritivo e pode

ser fonte de contaminação por microrganismos patogênicos, pois dependendo da

qualidade da água que foi adicionada ao leite, ela pode afetar a população microbiana

total. A alta porcentagem de água adicionada (1,48%) afetou os valores coletados com o

analisador de leite. Refletindo por sua vez no valor dos coliformes totais da amostra.

A média e desvio padrão da Condutividade Elétrica do leite foram respectivamente

4.799 ± 0.543 ms/cm.

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6 CONCLUSÃO

Os testes realizados apontaram adulterações quanto a adição de água, adição de

amido, a presença de coliformes totais e a adição de H2O2 a amostra de leite D, portanto

não apresenta condições sanitárias para o consumo. As fraudes tinham como objetivo

aumentar o volume do produto pela adição de água e posterior correção da densidade

pelo uso de amido, aumentar a resistência quanto à deterioração pelo acréscimo de

peróxido de hidrogênio, e a amostra ainda apresentou contaminação por coliformes

totais. O amido foi adicionado com a finalidade de disfarçar a adição de água, pois

corrige a densidade original do leite.

Para o teste de acidez a resposta foi negativa, não houve coagulação. O que foi

comprovado com o pH de 6,6.

A água é uma fraude grosseira, facilmente descoberta pelo valor da densidade

(26,97kg/m3). Sua adição que diluiu os nutrientes do leite. Isso se refletiu no valor do

teor de lactose, sais e proteínas e no ponto de congelamento, que também indicou fraude

por adição de água. A adição de água além de diminui o valor nutritivo, pode ser fonte

de contaminação por microrganismos patogênicos, pois afetou a população microbiana

total.

Todos os métodos utilizados são ilegais e por isso são denominados como

fraudulentos estes tipos de adulterações podem passar despercebidas por isso faz-se

necessário os testes de analise do leite tais como os evidenciados nesta prática.

Page 24: RELATÓRIO leite

7 BIBLIOGRAFIA

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