Upload
anogueiran
View
263
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Controle AversivoCatania (1999)
O que significa controle?
Aqui o termo traz a noção de variáveis que controlam outras variáveis.
Como o objeto da área é o comportamento, a noção de controle é interpretada
da seguinte forma:
Quais são as variáveis que controlam o comportamento?
Em outras palavras, o está determinando o comportamento?
Os diferentes processos comportamentais são termos que buscam descrever o
que essas perguntas querem saber:
Reforçamento
Punição
Extinção
Controle Operante
As respostas podem:
Produzir consequências e por isso aumentar (reforçamento positivo)
Evitar consequências e por isso aumentar (reforçamento negativo)
Eliminar consequências e por isso aumentar (reforçamento negativo)
Produzir consequências e por isso diminuir (punição positiva)
Eliminar reforçadores e por isso diminuir (punição negativa)
Existe uma subclassificação de controle que agrupa apenas a relação entre as
respostas e os processos que envolvem um estímulo aversivo, assim:
Todos os processos de Punição e de Reforçamento Negativo
Recapitulando...
R -> SR
Reforço:
As respostas devem ter consequências;
Sua probabilidade deve aumentar (i.e., as respostas devem se tornar mais
prováveis do que quando não produziam essa(s) consequência(s).
A probabilidade aumenta porque a resposta tem/produz essa(s) consequência(s)
Há duas classificações do processo:
Quanto a apresentação da consequência:
Reforçamento positivo : adicionar a consequência que antes não estava lá
Respostas que produzem - adicionando - algo no ambiente tendem a aumentar de
frequência em decorrência desse efeito;
Reforçamento negativo: evitar ou eliminar a consequência
Respostas que produzem - retiram ou evitam – mudanças no ambiente tendem a aumentar
de frequência em decorrência desse efeito;
Retirar: Quando algo já está posto no ambiente, a consequência reforçadora é eliminá-lo
Evitar: Quando algo ainda não está posto, a consequência da resposta é evitá-la.
Há duas classificações do processo:
Quando o processo de reforçamento negativo é de retirada: FUGA
Quando o processo de reforçamento negativo é para evitar: ESQUIVA
Importante lembrar que as palavras POSITIVO e NEGATIVO não se referem a
aspectos “bons” ou “ruins” do processo sem si.
Embora os reforçadores negativos “retirem” estímulos do ambiente, estímulos
que são classificados de “aversivos”, isso não faz do processo algo
necessariamente “bom ou ruim”.
O controle aversivo
Refere-se as formas de controle entre resposta e suas consequências em que
há presente no processo um estímulo aversivo.
Esse estímulo será retirado, evitado, ou aplicado diretamente/indiretamente
uma vez que a resposta ocorra:
Então,
Quando retira ou evita estímulo aversivo ... > Reforçamento Negativo
Quando a consequência é o próprio estímulo aversivo ...> Punição
CONTROLE AVERSIVO
Punição
Processo oposto ao reforçamento, em que a frequência da resposta é
suprimida (diminuída), afetando a probabilidade de ocorrência futura.
R (diminui de frequência) -> SR (estímulo aversivo)
Implica compreender que:
As respostas devem ter consequências;
Sua probabilidade deve diminuir (i.e., as respostas devem se tornar menos
prováveis do que quando não produziam essa(s) consequência(s)).
A probabilidade diminui porque a resposta tem/produz essa(s) consequência(s) e
não por outra razão.
Há dois tipos de processos de punição...
Assim como no reforçamento, há duas classificações de punição.
Vale lembrar que em AMBAS o comportamento é afetado da mesma forma:
Frequência da resposta é suprimida uma vez que produz/produziu estímulos
aversivos.
Separação entre Positiva e Negativa
Punição Positiva: R produz um S que reduz a probabilidade futura dessa R
Punição Negativa: R produz a retirada de um S; a retirada desse S reduz a
probabilidade futura de R
Há dois tipos de processos de punição...
Assim como no reforçamento, há duas classificações de punição.
Vale lembrar que em AMBAS o comportamento é afetado da mesma forma:
Frequência da resposta é suprimida uma vez que produz/produziu estímulos
aversivos.
Separação entre Positiva e Negativa
Punição Positiva: R produz um S que reduz a probabilidade futura dessa R
Punição Negativa: R produz a retirada de um S; a retirada desse S reduz a
probabilidade futura de R
Exemplos
Reforçamento Positivo e Negativo:
Ir ao cinema ver nova estreia;
Mudar o curso do caminho para não encontrar uma pessoa indesejável que
está sentada à poucos metros;
Mentir para a(o) namorada(o) e assim não ocasionar em brigas;
Jogar uma nova partida de seu jogo predileto;
Punição Positiva e Negativa:
Dirigir palavrões ao colega após ter seu celular quebrado por ele;
Agredir fisicamente alguém na rua que esteja arranhando seu carro;
Ameaçar a namorada(o) com greve de beijo após ter negligenciado algum
pedido;
Estabelecer que nota baixa implicará em não poder mais tirar selfies;
Subprodutos do Controle Aversivo
Eliciação de respostas emocionais (medo, raiva, frustração...)
Essas respostas, por sua vez, podem eliciar outras respostas em quem usa
punição, e.g., pena e culpa;
Quem usou a punição pode, então, liberar reforçadores para eliminar as
respostas emocionais de quem foi punido (“bater, depois soprar”)
A punição pode, então, passar a sinalizar o reforço, criando-se condições
que se assemelham àquelas que produzem “masoquismo” (ou “drama”);
Por condicionamento respondente, quem pune se torna um estímulo
aversivo condicionado;
A punição pode ser inefetiva porque elicia a resposta que quer punir (e.g.,
“engolir o choro” com palmadas);
Subprodutos do Controle Aversivo
Supressão de outros comportamentos não punidos (aqueles queocorrem “perto” do comportamento que se deseja punir – e.g.,professor aversivo pode suprimir todos os comentários em sala, nãosomente os inadequados; supressão condicionada – porcondicionamento respondente)
Necessidade de “vigiar” o comportamento punido (devido ao“contracontrole”, e.g., criança que esconde o quarto sujo, dá oslegumes para o cachorro, finge que tomou banho; adulto que sódiminui a velocidade antes do radar; “ratinho esperto”)
Recuperação da resposta quando a punição é interrompida
Punição não constrói comportamento – apenas elimina (como oindivíduo pode receber o mesmo reforço?)
Punição, portanto, não ensina nada...
O que a torna essa forma de controle
tão efetiva?
Primeiramente, funciona.
Efeito imediato de supressão
É menos custoso programar consequências aversivas
Há, nesse sentido, uma explicação filogenética, ontogenética e cultural para
o uso de controle aversivo.
É possível fazer diferente...?
Alternativas ao controle aversivo:
Reforçamento diferencial
Estabelecer condições em que respostas compatíveis com os que
seriam punidos não serão consequenciadas, enquanto que respostas
incompatíveis serão reforçadas diferencialmente.
Extinção
Ao invés de dedica-se a punir o comportamento alvo, podemos
simplesmente estabelecer que nenhuma resposta será apresentada,
que configura extinção.
Também não ensina o que se deve fazer... Mas cria condições tanto para a
não ocorrência da resposta, como para a indução de variabilidade.
Qual a diferença de Extinção e Punição?
Elas se assemelham quanto ao efeito no responder:
Diminuição da frequência da resposta.
Também se assemelham quanto a eliminação da consequência:
A consequência positiva (no caso da punição negativa) é retirada.
DIFERENÇA EM TERMOS DE PROCEDIMENTO:
Punição Negativa
Retira-se SR que não é da resposta alvo. O SR é retirado de uma resposta
alternativa;
Não há quebra da contingência;
Apenas ocorre é estabelecer outra contingência
Extinção
Retira-se o SR da resposta alvo;
Quebra-se a contingência
Qual a diferença de Extinção e Punição?
DIFERENÇA EM TERMOS DE PROCESSO:
Punição Negativa
Suprime imediatamente o responder
Extinção
Efeito na diminuição da frequência é gradual
Com Relação à Distinção Respondente-
Operante, Vale Notar…
Essa distinção é considerada, por muitos,
apenas didática
Operantes sempre envolvem respondentes (relação
S-S está sempre presente):
Reforçadores, geralmente, também possuem funções
eliciadoras (i.e., o SR também é um US)
Estímulos antecedentes tornam-se eliciadores da mesma
resposta eliciada pelo reforço (e.g., fobias, atrações,
alterações fisiológicas); ou seja, o antecedente do
comportamento operante se torna um CS.
Com Relação à Distinção Respondente-
Operante, Vale Notar… Essa distinção é considerada, por muitos, apenas
didática
Pensamentos, por exemplo, podem ser respondentes (e.g.,
visão condicionada, ou imaginação visual) e/ou operantes
(e.g., fala subvocal envolvida na resolução de problemas
encoberta); autoverbalizações operantes (“pensamentos”)
podem funcionar como CSs (e.g., “será que ele vai estar lá?”
taquicardia)
Existem componentes aprendidos de respostas emocionais
respondentes e operantes (e.g., dependendo da cultura)
Aprendemos a nomear (comportamento operante) emoções
(e.g., respostas fisiológicas condicionadas e incondicionadas);
ou seja, respondentes podem funcionar como antecedentes
para comportamento operante.
Com Relação à Distinção Respondente-
Operante, Vale Notar… Essa distinção é considerada, por muitos, apenas
didática
Emoções específicas estão geralmente relacionadas
a cada processo do comportamento operante:
Reforçamento positivo é geralmente acompanhado de
“satisfação”
Reforçamento negativo é geralmente acompanhado de
“alívio”
Punição positiva ou negativa geralmente são
acompanhadas de “raiva” ou “ansiedade”
Extinção operante é geralmente acompanhada de
“frustração”
Com Relação à Distinção Respondente-
Operante, Vale Notar… Essa distinção é considerada, por muitos, apenas
didática
Estudo de emoções requer compreensão de interações entre
comportamento respondente e operante
Exemplos de respondentes: alterações no sistema circulatório,
respiratório e digestivo
Exemplos de operantes: respostas de fuga e esquiva.
Aprendemos a ter medo e nos esquivamos; é difícil compreender
o comportamento sem considerar os dois (e.g., cliente com fobia
de pontes, piloto com fobia de voar de avião)
A esquiva (operante) retarda a extinção (respondente)
O tratamento requer consideração dos dois processos (e.g.,
dessensibilização sistemática)
Com Relação à Distinção Respondente-
Operante, Vale Notar… Essa distinção é considerada, por muitos, apenas
didática
Existem casos limítrofes difíceis de de definir (por exemplo,
comportamento adjuntivo)
Respondentes podem ficar sob controle operante (técnicas de
biofeedback)
Operantes podem afetar respondentes (e.g., automodelagem)
Respondentes podem afetar operantes (e.g., resposta
emocional condicionada)
Interação respondente-operante torna a distinção difícil; Por
exemplo, SD funciona como reforço condicionado:
condicionamento respondente ou puro efeito discriminativo?
(e.g., Shahan, 2010)