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Conferência “Administração Pública Electrónica: O que falta fazer?
Programa e algumas questões que preocupam a administração pública e a sociedade civil
Lisboa, 4 de Junho de 2014
Patrocinadores
Apoio científico
Manhã
Abertura
Joaquim Pedro Cardoso Costa Secretário de Estado para a Modernização Administrativa (Em representação do Senhor Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional)
Alice Trindade Vice Presidente do ISCSP
Raul Mascarenhas Presidente da Direção da APDSI
Luís Vidigal Direção da APDSI e Coordenador da Conferência
As Grandes Áreas Estruturantes (M
oderador: José Gomes Almeida)
António Figueiredo -‐ Presidente do Instituto de Registos e Notariado -‐ Os Cidadãos e as Empresas: -‐ A “Fé Pública” Os Registos e Notariado tiveram na última década uma transformação profunda e constituem hoje um dos pilares mais estruturantes do e-‐Government em Portugal. A criação de repositórios digitais, únicos e fiáveis, sobre pessoas, empresas, prédios e veículos devem fazer parte da estratégia de automatização dos processos relacionados com a satisfação dos eventos de vida do cidadão e das empresas. No que se refere à “Fé Pública”, enquanto função soberana do Estado, Portugal deu passos de gigante no que se refere ao sistema de identificação civil, através do Cartão do Cidadão, repositórios de empresas, através da IES e repositórios de veículos, como o Documento Único Automóvel. No entanto, tem faltado a mobilização coletiva para a criação do Cadastro Predial do país, onde ainda existe um longo caminho a percorrer no que se refere aos registos de propriedade. Já se fizeram alguns progresso na eliminação e desmaterialização de certidões e comprovantes, sobretudo em atos que envolviam simultaneamente as conservatórias e os notários, nomeadamente na “Empresa na Hora”, no “Casa Pronta”, entre outros, mas o caminho para a sua eliminação integral e a sua substituição pela troca de web services entre os diversos sistemas da administração pública tem de constituir uma estratégia persistente, com vista à eliminação efetiva das burocracias inúteis em papel, com elevados custo para o Estado e para a sociedade.
Paulo Correia -‐ Diretor Geral do Território -‐ O Território O Território é um dos repositórios mais importantes para o desenvolvimento do e-‐Government. Portugal tem adiado por diversas vezes os esforços e os investimentos necessários à criação de um Cadastro Predial único e multifuncional, partilhado por autarquias, impostos, justiça, estatística, ordenamento, ambiente, emergência e proteção civil, defesa, serviços de correios, telecomunicações, energia, águas e saneamento, etc. O SINERGIC foi um sonho não concretizado, mas continuam a multiplicar-‐se iniciativas a nível da administração central e local, que acabam por dispersar esforços e investimentos de forma pouco eficiente e muito pouco eficaz. O interesse pela utilização dos sistemas de Informação geográfica (SIG) tem sido evidente em múltiplos setores, mas tem-‐se limitado a uma abordagem sobretudo tecnológica, desintegrada e pouco colaborativa. Desconhecem-‐se ainda os donos de cerca de um quarto do nosso país e a partilha de dados e a interoperabilidade entre os organismos no domínio do território, tais como a Autoridade Tributária, o INE, o IRN, o IMT, as autarquias, entre outros, ainda são uma miragem, com despesas sobrepostas e assinaláveis redundâncias de informação.
Jaime Quesado -‐ Presidente da ESPAP -‐ Os Recursos do Estado A gestão dos recursos financeiros, humanos e patrimoniais do Estado constitui um requisito estruturante para o funcionamento de todos os serviços públicos. A centralização dos sistemas de informação para a gestão (ERP) em serviços partilhados, foi uma opção dos últimos governos, mas a sua concretização no terreno parece tardar. Os últimos anos de intervenção externa da Troika, aceleraram a necessidade de conhecer com rigor os recursos de que o Estado dispõe, não apenas na administração direta, mas sobretudo nos serviços da administração indireta (agências, institutos, fundações, empresas públicas, etc.). A aposta na interoperabilidade entre os diversos ERP e a disponibilização de dados abertos parece ainda ser um desafio adiado, para que se atinja uma visão global e integrada da totalidade dos recursos do Estado e através disso melhorar a eficiência na utilização dos seus recursos financeiros, humanos e patrimoniais. A disponibilização do "Balanço do Estado", do "Balanço Social do Estado" e de uma efetiva contabilidade analítica e patrimonial parecem ainda ser objetivos distantes.
As Condições para o Crescimento do País (M
oderador: João António Tavares) Paulo Simões -‐ Diretor de Serviços da Direção Geral da Atividades Económicas
-‐ Os Licenciamentos Económicos Os licenciamentos económicos, a par da justiça, constituem os obstáculos mais relevantes para o investimento e o crescimento do país. Depois de Portugal ter batido todos os recordes na aceleração do processo de criação de empresas e ter recebido o reconhecimento internacional, através do sistema “Empresa na Hora”, a demora e a falta de transparência nos licenciamentos económicos e urbanísticos continuam a ser dos mais importantes problemas da administração pública e da economia portuguesa. Apesar dos progressos já alcançados com a iniciativa “Licenciamento Zero”, recentemente premiada pela União Europeia, e da mudança de paradigma que esta nova abordagem significa para a aceleração e transparência do procedimento administrativo, ainda existe um longo caminho a percorrer no sentido de uma administração pública mais rápida, transparente e equitativa, na sua relação com os agentes económicos.
Mouraz Lopes -‐ Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses -‐ A Justiça e os Tribunais O sistema de Justiça e particularmente o funcionamento dos tribunais parece ser um dos maiores problemas do funcionamento do Estado português. Apesar dos esforços de desmaterialização processual mediante a criação de sistemas como o CITIUS ou a desmaterialização da entrega dos atos processuais, parece que não se conseguiu melhorar a produtividade dos tribunais e os juízes continuam a debater-‐se com a manipulação de processos em papel em paralelo com os novos instrumentos digitais, criando-‐se muitas vezes redundâncias e sobretrabalho em vez de uma aceleração efetiva do processo judiciário. Mais do que gastar dinheiro em mais equipamentos, são cada vez mais necessários esforços de reengenharia de processos e instrumentos fluidos e fáceis de utilizar por parte de todos os agentes judiciários. Mas afinal o que se pretende fazer nos próximos anos? Dada a indisponibilidade dos responsáveis de topo do sistema de informação da Justiça para intervir na conferência, a APDSI decidiu convidar o representante dos juízes, enquanto utilizadores privilegiados do sistema de informação da justiça, a pronunciarem-‐se sobre os seus problemas no presente e as expectativas quanto ao futuro.
Antero Luís -‐ Secretário Geral do Sistema de Segurança Interna -‐ A Segurança Interna A Segurança é um dos pilares para o crescimento e sustentabilidade de um país. O funcionamento integrado dos sistemas de polícia criminal, assim como a eficácia e prontidão dos sistemas de emergência e proteção civil, ainda parecem ficção em séries televisivas e em filmes de Hollywood. A interoperabilidade e a partilha de informação entre as diversas polícias (GNR, PSP, SEF e PJ), a disponibilidade e a prontidão do SIRESP para a próxima época de incêndios, os relacionamentos com o sistema do INEM, são temas de que se conhecem mais os problemas do que as soluções. A recente criação de novas estruturas de cibersegurança e o seu relacionamento com questões de ciberdefesa criam algumas expectativas no modo de coordenação da totalidade do sistema de segurança interna e externa.
Conferência “Administração Pública Electrónica: O que falta fazer?
Programa e algumas questões que preocupam a administração pública e a sociedade civil
Lisboa, 4 de Junho de 2014
Patrocinadores
Apoio científico
Tarde
Os Eventos de Vida dos Cidadãos e das Empresas (M
oderadora: Maria Helena Monteiro)
João Mota Lopes -‐ Vogal do Conselho Diretivo do Instituto de Informática, IP -‐ A Segurança Social e o Emprego A utilização das tecnologias da informação na Segurança Social e no Emprego, constitui uma urgência em tempo de crise e um instrumento de apoio às pessoas mais excluídas e desfavorecidas do nosso país. A prontidão nas prestações sociais, a gestão e o planeamento financeiro, a bolsa de emprego, a redução das filas de espera nos postos de atendimento e a acessibilidade aos vários canais de interação electrónica com os cidadãos e agentes económicos ainda constituem desafios a serem superados através dos sistemas de informação. A qualidade dos repositórios de dados sobre beneficiários e contribuintes, a luta contra a evasão e fraude, a colaboração e interoperabilidade com outros sistemas do estado e agentes económicos, a estratégia multicanal e a universalidade de acesso, constituem alguns dos desafios e fatores críticos de sucesso nesta área.
Azevedo Pereira – Diretor Geral da Autoridade Tributária -‐ Os Impostos Os Impostos são sem dúvida a área onde se têm verificado maiores progressos no e-‐Government no nosso país. Portugal foi pioneiro em todo o mundo a disponibilizar desde 1997 o preenchimento de declarações fiscais através da Internet. Entretanto verificaram-‐se avanços na criação de repositórios cada vez mais fiáveis relativamente aos cidadãos e às empresas, como foi o caso do IES, que coloca Portugal no topo dos países com informação mais fiável sobre as empresas, de forma partilhada com múltiplos sectores. A informação sobre prédios e veículos ainda requer aperfeiçoamentos e mais colaboração com outros sistemas do estado. Os automatismos na eficácia das execuções fiscais, as faturas e as guias de transporte electrónicas, entre outras iniciativas, são também uma marca da informatização fiscal portuguesa, elogiada por uns e considerada excessiva por outros. Mas afinal o que falta fazer para lutar contra a fraude e evasão fiscal e trazer o universo de contribuintes para o sistema? Em que medida se pode melhorar a colaboração e a interoperabilidade com outros sistemas da administração pública, do sector financeiro e de outros agentes económicos?
Henrique Martins -‐ Presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde -‐ A Saúde A utilização das tecnologias da informação na saúde, nomeadamente no âmbito da telemedicina, na intervenção clínica, na gestão dos recursos, etc., constitui desde há muito um desafio para diferentes governos, mas nem sempre tem sido possível obter resultados proporcionais ao elevado investimento em TIC e à altura da excelência já alcançada pelo Sistema Nacional de Saúde português. Problemas de interoperabilidade e de cooperação entre os diversos agentes do sistema de saúde têm dificultado uma visão mais integrada dos utentes e a obtenção mais efetiva de ganhos financeiros e de produtividade, numa área da administração pública que é responsável por uma fatia significativa do orçamento do Estado. As autonomias hospitalares e profissionais e a consequente fragmentação dos sistemas de informação constituem um desafio sério a ser ultrapassado, para uma gestão adequada dos recursos do SNS.
Paulo Neves -‐ Presidente da Agência para a Modernização Administrativa -‐ Da Interoperabilidade ao “Balcão Único” A coordenação da modernização administrativa, através da utilização das tecnologias da informação, tem sido um desafio para a Agência para a Modernização Administrativa e constitui um serviço horizontal de transformação, fundamental para a tão anunciada Reforma do Estado. Questões como a autenticação através do Cartão do Cidadão, a partilha da Plataforma de Interoperabilidade, os dados abertos ou o controlo das aquisições, são preocupações que atualmente mobilizam a AMA. A publicação recente de três diplomas enquadradores da modernização administrativa e dos novos canais de interação entre o Estado e a sociedade, parece dar novo folgo a esta área. A reavaliação em curso da estratégia do GPTIC, parece traduzir a intenção de se corrigir o rumo e de fazer das TIC uma verdadeira solução para a melhoria do funcionamento da administração pública, em vez de se encarar as TIC como um mero problema de corte e redução da despesa pública, tal foi a imagem negativa passada no início deste executivo.
Painel Final (M
oderador: Luís Vidigal)
Elisabete Reis de Carvalho Professora universitária do ISCSP, especializada em ciência da administração e em políticas públicas
Maria Manuel Leitão Marques Professora universitária da Universidade de Coimbra, especializada em direito económico e modernização administrativa
José Tribolet Professor universitário do IST, especializado em sistemas e tecnologias da informação.
Paulo Neves Presidente da Agência para a Modernização Administrativa
Encerram
ento
Pedro Gonçalves* Secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade (Em representação do Senhor Ministro da Economia) (*) a confirmar
12 propostas para um estado em tempo real e amigo do cidadão e da economia do país
• Inovação, criando valor e ouvindo os outros • Orientação aos eventos de vida dos cidadãos e das empresas • Colaboração interdepartamental • Partilha de dados e infraestruturas tecnológicas • Desmaterialização de certidões e comprovantes • Interoperabilidade organizacional, semântica e tecnológica
• Clareza e simplicidade nas regras e procedimentos • Rigor e transparência no processo decisório • Reengenharia de processos adaptados à era digital • Normas e dados abertos • Garantia de segurança e continuidade de serviços • Universalidade de acesso através de canais múltiplos