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– 90 anos? – Esquece! Por Manoel Marcondes, filho de Stella Marcondes. Esqueça a morte, esqueça o coma induzido, os maus tratos, o intratável. Esqueça as carências, as incompetências e as insuficiências. Renal, cardíaca e pulmonar. Esqueça a pressa, a urgência e a emergência. Esqueça as semanas, os dias e as intermináveis horas. Ao fim e ao cabo de uma internação de 64 dias, saindo ontem do Hospital Federal de Ipanema em ALTA, só posso agradecer, em nome de minha mãe – a (im)paciente, no meu nome, e também no de meus irmãos, cunhadas e sobrinhos, a atenção, o desvelo, a dedicação, a perseverança, a compreensão e o carinho de que Stella (no HFI apelidada ‘highlander’) foi alvo. Quanto será que valeu tudo isso? Quanto será que custaram montanhas de gaze, hectolitros de soro fisiológico, tonelada de medicamentos – tudo chegando e sendo ministrado a tempo e a hora? E o que dizer do sangue que minha mãe recebeu? Como na propaganda... não tem preço’. Assim como não tem preço ter tido a dedicação de profissionais de TODAS as categorias: médicos, do staff e da residência, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, pessoal da limpeza, da segurança, da portaria, da manutenção, da cozinha. Nominando alguns, estendemos o nosso MUITO OBRIGADO: À Dra. Cristine Maria dos Santos Quintas, médica do Serviço de Proctologia, nosso eterno agradecimento por ter acreditado e tanto investido na recuperação de minha mãe. Sem seus cuidados não estaríamos hoje, aqui. Ao Dr. Jorge Benjamim Fayad, chefe do Serviço de Proctologia, e a seus residentes que com carinho a acompanharam neste período de internação: Ariane Pinheiro Moreira Oliveira, Debora Beckhauser Pinto e Vinícius Amaro Chagas Mesquita. Ao Dr. Caio Cirilo Freitas da Silva, residente do Serviço de Proctologia, em especial, a nossa gratidão pelo zelo, acompanhamento intensivo e profissionalismo. O Acre ganha um grande médico. Ao Dr. Paulo Gabriel Bastos, chefe do Centro de Terapia Intensiva, e a todo seu staff médico, enfermagem e fisioterapeutas, pela dedicação à ‘causa’ Stella, o que foi imprescindível para a sua recuperação. Nunca esqueceremos a logística do primeiro dia da paciente sentada fora do leito e a emoção, nossa e de todos os profissionais envolvidos nesta proeza.

- 90 anos? - Esquece!

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Page 1: - 90 anos? - Esquece!

– 90 anos? – Esquece!

Por Manoel Marcondes, filho de Stella Marcondes.

Esqueça a morte, esqueça o coma induzido, os maus tratos, o intratável. Esqueça as

carências, as incompetências e as insuficiências. Renal, cardíaca e pulmonar. Esqueça a

pressa, a urgência e a emergência. Esqueça as semanas, os dias e as intermináveis horas.

Ao fim e ao cabo de uma internação de 64 dias, saindo ontem do Hospital Federal de

Ipanema em ALTA, só posso agradecer, em nome de minha mãe – a (im)paciente, no meu

nome, e também no de meus irmãos, cunhadas e sobrinhos, a atenção, o desvelo, a

dedicação, a perseverança, a compreensão e o carinho de que Stella (no HFI apelidada

‘highlander’) foi alvo.

Quanto será que valeu tudo isso? Quanto será que custaram montanhas de gaze,

hectolitros de soro fisiológico, tonelada de medicamentos – tudo chegando e sendo

ministrado a tempo e a hora?

E o que dizer do sangue que minha mãe recebeu? Como na propaganda... não tem preço’.

Assim como não tem preço ter tido a dedicação de profissionais de TODAS as categorias:

médicos, do staff e da residência, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros, auxiliares

de enfermagem, pessoal da limpeza, da segurança, da portaria, da manutenção, da

cozinha.

Nominando alguns, estendemos o nosso MUITO OBRIGADO:

À Dra. Cristine Maria dos Santos Quintas, médica do Serviço de Proctologia, nosso eterno

agradecimento por ter acreditado e tanto investido na recuperação de minha mãe. Sem

seus cuidados não estaríamos hoje, aqui.

Ao Dr. Jorge Benjamim Fayad, chefe do Serviço de Proctologia, e a seus residentes que

com carinho a acompanharam neste período de internação: Ariane Pinheiro Moreira

Oliveira, Debora Beckhauser Pinto e Vinícius Amaro Chagas Mesquita.

Ao Dr. Caio Cirilo Freitas da Silva, residente do Serviço de Proctologia, em especial, a

nossa gratidão pelo zelo, acompanhamento intensivo e profissionalismo. O Acre ganha

um grande médico.

Ao Dr. Paulo Gabriel Bastos, chefe do Centro de Terapia Intensiva, e a todo seu staff

médico, enfermagem e fisioterapeutas, pela dedicação à ‘causa’ Stella, o que foi

imprescindível para a sua recuperação. Nunca esqueceremos a logística do primeiro dia

da paciente sentada fora do leito e a emoção, nossa e de todos os profissionais

envolvidos nesta proeza.

Page 2: - 90 anos? - Esquece!

Às anestesistas Bruna Mangaranite Moraes Encina e Emanuelle Assunção da Rocha,

presentes na primeira cirurgia, sempre preocupadas com a sua recuperação no pós-

operatório. E à equipe de enfermagem do Centro Cirúrgico, chefiadas por Maria Vieira

Roges e Márcia Ramos do Nascimento.

Ao Dr. Luiz Alfredo Lamy, chefe do Serviço de Cínica Médica, e sua equipe, pela

assistência e acompanhamento durante os dias passados na enfermaria de clínica médica.

À fisioterapeuta Danielle Abelheira, pelos primeiros, pequenos e importantes passos

dados nos corredores da enfermaria. Mas para a paciente uma grande caminhada.

Você sabe que foi objeto de bons cuidados quando chega a sentir saudades do hospital.

Aquelas paredes nuas, aqueles móveis padronizados, janelas, equipamentos, bipes e

cliques passaram a fazer parte da sua vida. Os trajetos, as chegadas e partidas mais ou

menos otimistas. O choro no corredor, o sorrido forçado no CTI e os oitenta exatos

degraus que o separam do térreo. Isto acometeu-me, sinceramente, às vésperas da saída.

Como serão os dias e noites de minha mãe sem a religiosidade dos horários de banho, de

ministrar medicamentos, de aferir a pressão e a temperatura, fazer exercícios, sem contar

as visitas de hordas de pessoas vestidas branco e azul – um angélico ‘dream team’.

Volto hoje ao HFI para levar esta carta à Ouvidoria como quem vai rever o seu velho

colégio.

Mas o melhor é saber que temos tudo isso – e mais a cura (gol final tão esperado)

custeado pelo Estado brasileiro, pelo contribuinte, Ou seja, por nós. São nossos recursos

voltando para nós mesmos. E para muitos que desconhecemos, neste imenso país inteiro.

Não poderíamos deixar de agradecer à Dra. Selene Maria Rendeiro Bezerra, diretora do

HFI – pelo exemplar funcionamento de todo o seu corpo profissional. Sem uma gestão

eficaz, nada disso teria sido possível.

O SUS, como conceito, é perfeito e modelar para o mundo. Suas idiossincrasias e erros

devem-se a pontuais desvios – algo que pode e deve, sempre, ser aperfeiçoado. Uma

assistência de saúde de excelência é direito do cidadão e dever do Estado. O que

vivenciamos nestes exatos 64 dias de internação é a certeza de um sistema que pode

funcionar adequadamente e dar uma assistência digna aos seus usuários.

O exemplo do HFI é para ser seguido.

Rio de Janeiro, 19 de julho de 2016.

Manoel Marcondes Machado Neto