160
REALIZAÇÃO APOIO TÉCNICO ESTRATÉGIAS DE ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL VOCÊ JÁ FAZ PARTE DESTA CORRENTE CONTRA O CÂNCER DE MAMA. PARA A PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA

1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

Embed Size (px)

DESCRIPTION

O câncer é um problema de saúde pública em Minas Gerais. É a segunda causa de mortalidade no Estado e apresenta tendência crescente para os próximos anos.

Citation preview

Page 1: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

realização apoio técnico

es t ratég iasDe art iCU LaÇãOinterse tOr ia L

Você já faz parte desta corrente contra o câncer de mama.

Para a P r eVenÇãOe De t eCÇãO P reCOCeDO CÂnCer De MaMa

Page 2: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t u t o aV o n2

aGradecimentos

Page 3: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é G i a s d e a rt i c u l a ç ã o i n t e r s e t o r i a l 3Para a P r eVenÇãOe De t eCÇãO P reCOCeDO CÂnCer De MaMa

Fundação Pio XII – Hospital do Câncer de Barretos

Título do Projeto: Prevenção Bate à sua PortaCoordenação: Edmundo Carvalho MauadAno de Apoio: 2003

Hospital São Paulo – Unifesp – Setor de Mastologia – Seção de Diagnóstico

Título do Projeto: Treinamento para Realização da MamografiaCoordenação: Cláudio KempAno de Apoio: 2005

Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (Asfecer)

Título do Projeto: Mamografia para TodasCoordenação: Luzia Célia Amorim VitoiAno de Apoio: 2005

Fundação SOBECCan – Hospital do Câncer de Ribeirão Preto

Título do Projeto: MamamóvelCoordenação: Dr. Hermes de Freitas BarbosaAno de Apoio: 2004

Uerj

Título do Projeto: Capacitação Profissional para Detecção PrecoceCoordenação: Carlos Eduardo de AlmeidaAno de Apoio: 2005

Fundação Amaral de Carvalho (FAC)

Título do Projeto: Mastologia Hospital Amaral CarvalhoCoordenação: Dr. João Ricardo Auler PaloschiAno de Apoio: 2004

Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (IAVC)

Coordenação: Dr. Agliberto BarbosaAno de Apoio: 2005

INCA – MS Campo Grande

Título do Projeto: Rastreamento para o Câncer de Mama por meio do Exame Clínico.Projeto – Toque de VidaCoordenação: Luiz Cláudio Santos Thuler e Hilda Guimarães de FreitasAno de Apoio: 2004

Unifesp

Título do Projeto: Mutirão do Nódulo Mamário na Zona Sul de São PauloCoordenação: Luiz Henrique GebrimAno de Apoio: 2004

Afecc - Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer – Hospital Santa Rita de Cássia – Vitória

Título do Projeto: Implantação de Serviço Ambulatorial Gratuito de Prevenção e TratamentoCoordenação: Maria Aparecida França SianoAno de Apoio: 2004

Spoc - Sociedade Paulista de Oncologia Clínica

Título do Projeto: Educação e Prevenção no Combate ao Câncer de MamaCoordenação: Dra. Nise Hitomi YamaguchiAno de Apoio: 2004

Instituição: Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás – Serviço de Mastologia do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia

Título do Projeto: De Peito AbertoCoordenador: Ruffo de Freitas JúniorAno de Apoio: 2004

Agradecemos às instituições e equipes dos doze projetos apoiados pelo Instituto Avon que participaram do Programa de Articulação de Lideranças para a Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama, que através da troca de experiências, elaboração de material e sugestões – incorporadas neste documento -, enriqueceram o seu conteúdo.

Page 4: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t u t o aV o n4

prefácio

Page 5: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é G i a s d e a rt i c u l a ç ã o i n t e r s e t o r i a l 5Para a P r eVenÇãOe De t eCÇãO P reCOCeDO CÂnCer De MaMa

Este Documento Consensual: Estratégias de Articulação Intersetorial para Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama insere-se no trabalho iniciado em 2002, pelo Instituto Avon, com a criação e estruturação da Campanha Um Beijo pela Vida (CUBPV), cujo objetivo é contribuir para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama. Na CUBPV de 2002 (apoio 2003), foram selecionados os quatro primeiros projetos; na de 2003 (apoio 2004), oito; na de 2004 (apoio 2005), treze; e na de 2005 (apoio 2006) dezessete, totalizando quarenta e dois projetos apoiados.

A partir desses projetos, foram selecionados os participantes do Programa de Articulação de Lideranças, segundo os seguintes critérios: obtenção de vitória em projetos realizados anteriormente, com foco na prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama; demonstração de características de liderança e compromisso pessoal e profissional com a causa.

O Câncer de Mama é o segundo tipo de câncer mais incidente no Brasil. A cada ano, cerca de 10 mil mulheres morrem em decorrência da doença e estima-se que, em 2006, tenham sido registrados 49 mil novos casos. Um dos motivos para o elevado número de óbitos é o diagnóstico tardio da doença, sendo que 60% dos casos são diagnosticados em estágio avançado (Instituto Nacional de Câncer – INCA, 2006).

Para contribuir com a redução desses indicadores, o Instituto Avon vem apoiando projetos com foco na prevenção e detecção precoce da doença e ou disseminação de informações. O investimento nessa causa revelou que muitos deles apresentavam estratégias similares ou complementares.

A fim de promover a sistematização de conhecimentos, a troca de experiências entre esses projetos e provocar transformações sociais por meio do investimento social comunitário, em 2005, o Instituto Avon passou a estimular a articulação intersetorial nos municípios em que os projetos estavam presentes. Assim, criou o Programa de Articulação de Lideranças para a Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama.

O programa visa à criação de redes de pessoas e organizações para liderar as ações de combate ao Câncer de Mama; ao fortalecimento da atuação dos participantes dos projetos apoiados pelo Instituto Avon; e à elaboração de uma proposta para estratégias de prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama. Durante um ano, foram realizados três encontros, nos

quais líderes de doze projetos (dos quarenta e dois apoiados até então) discutiram e refletiram sobre os temas relacionados aos objetivos do programa.Dos doze líderes que participaram dos encontros, seis já estão promovendo a articulação intersetorial para a abordagem dessa doença. No futuro, essas experiências poderão resultar na criação de redes sociais em prol da prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

Como finalização do processo, o grupo vem apresentar à sociedade este Documento Consensual, que reúne a sistematização do conhecimento acumulado e as estratégias de sucesso dos projetos que fazem parte do programa.

A intenção desta publicação é aumentar a eficácia de projetos sociais, contribuindo para que os gestores aproveitem ao máximo todos os recursos que estiverem efetivamente ao seu alcance, visando à redução da mortalidade por Câncer de Mama. As beneficiadas com esta iniciativa serão as mulheres brasileiras. A disseminação das estratégias e experiências poderá servir de exemplo a outros municípios para a reaplicação, aumentando, assim, a cobertura e o acesso das mulheres aos serviços de saúde.

O Instituto Avon, realizando esse investimento social estratégico, acredita estar contribuindo para a melhoria da qualidade de saúde e de vida das mulheres brasileiras.

Lírio CiprianiDIRETOR D O INSTITUTO AVON

Page 6: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

o câncer de mama

é o seGundo tipo de

câncer mais incidente

no brasil. a cada

ano, cerca de 10 mil

mulheres morrem

em decorrência da

doença e estima-se

que, em 2006, tenham

sido reGistrados 49 mil

noVos casos.

(inca, 2006)

Page 7: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é G i a s d e a rt i c u l a ç ã o i n t e r s e t o r i a l 7Para a P r eVenÇãOe De t eCÇãO P reCOCeDO CÂnCer De MaMa

apresentação

O Documento Consensual: Estratégias de Articulação Intersetorial para Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama foi elaborado a partir dos resultados do Programa de Articulação de Lideranças para a Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama, com a finalidade de servir como ferramenta para gestores de projetos sociais que atuam na prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

Para a construção deste documento, foram selecionados projetos que conseguiram atingir os objetivos propostos para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama. Em seguida, foram realizados três encontros com os responsáveis por esses projetos, que refletiram sobre suas experiências e elaboraram, passo a passo, esta publicação.

No primeiro encontro, foram abordados os seguintes temas: articulação intersetorial para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama; planejamento pessoal; o papel de cada um na comunidade/sociedade; liderança no contexto atual; formulação de políticas de saúde; conceito de rede social; ativos e o potencial de trabalho de uma rede em prol do combate ao Câncer de Mama. Como tarefa a ser realizada no intervalo entre o primeiro e segundo encontros, os líderes fizeram o Diagnóstico Situacional Baseado em Ativos (DSBA), levantando as necessidades do público-alvo e os ativos de seus municípios.

No segundo encontro, foram discutidos a abordagem do processo saúde–doença, com enfoque na prevenção do Câncer de Mama; o modelo da história natural de qualquer doença no homem; a política nacional de combate ao Câncer de Mama; os DSBAs; e passou-se a analisar as estratégias adotadas para cada projeto.

No terceiro encontro, o grupo refletiu sobre experiências de articulação dos três setores, sistematização das estratégias dos projetos, redes sociais – identificando-se os ativos – e revisou a primeira versão dos capítulos que compõem o documento.

O resultado desse processo é a publicação deste material, organizado em cinco capítulos:

1. Câncer de Mama no Brasil — salienta a importância do Câncer de Mama, sua incidência e prevalência e o impacto dessa doença na população feminina.

2. Projetos e Sistematização de Estratégias — Programa de Articulação de Lideranças – apresenta o resumo dos doze projetos que participaram do programa, bem como suas estratégias de abordagem.

3. Estratégias para Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama — seleciona e organiza as principais estratégias utilizadas nos projetos, em função dos ótimos resultados obtidos.

4. Ativos/O que são Redes Sociais/Como Trabalhar em Rede/Manual — Diagnóstico Situacional Baseado em Ativos/Quadro de Ativos – enfoca o conceito de redes sociais e apresenta um passo-a-passo para a sua formação, mostrando como identificar ativos.

5. A Informação em Saúde — aborda a importância da informação em saúde e, em especial as relacionadas ao Câncer de Mama; tipos de sistemas de informação e as principais fontes relacionadas ao Câncer de Mama.

O documento foi elaborado pelo Instituto Avon, com apoio técnico do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).

Tânia R. G. B. PupoC O ORDENAçãO D O PRO GR AMAINSTITUTO PAR A O DESENVOLVIMENTOD O INVESTIMENTO SO CIAL ( IDIS)

Page 8: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t u t o aV o n8

PREFÁCIO / APRESENTAÇÃO

CAPÍTULO 1Incidência e Prevalência do Câncer de Mama no Brasil

CAPÍTULO 2

Projetos e Sistematização de Estratégias – Programa de Articulação de Lideranças para a Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama

CAPÍTULO 3Estratégias para Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama

CAPÍTULO 4Ativos/O que são Redes Sociais/Como trabalhar em Rede/Manual – Diagnóstico Situacional Baseado em Ativos/Quadro de Ativos

CAPÍTULO 5A Informação em Saúde: as fontes de informação para a atuação em prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama

ANEXOSCurrículos resumidos

sumário

Page 9: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é G i a s d e a rt i c u l a ç ã o i n t e r s e t o r i a l 9Para a P r eVenÇãOe De t eCÇãO P reCOCeDO CÂnCer De MaMa

005

011

027

069

085

137

155

Page 10: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 0

CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1

CapítULO 1

Page 11: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Localização primárianeoplasia maligna

estimativa dos casos novos

Masculino Feminino total

Mama feminina – 48.930 48.930

traquéia, brônquio e pulmão 17.850 9.320 27.170

estômago 14.970 8.230 23.200

Colo do útero – 19.260 19.260

próstata 47.280 – 47.280

Cólon e reto 11.390 13.970 25.360

esôfago 7.970 2.610 10.580

Leucemias 5.330 4.220 9.550

Cavidade oral 10.060 3.410 13.470

pele melanoma 2.710 3.050 5.760

Outras localizações 61.530 63.320 124.850

Subtotal 179.090 176.320 355.410

pele não mencionada 55.480 61.160 116.640

Todas as neoplasias 234.570 237.480 472.050

Profª Drª Rita DardesDiretor a - MéDica D o instituto avon

Ta be l a 1 – estiMativas De casos novos De neopl asia Maligna, segunD o o inca, 2006 .

00

o câncer de Mama é um problema de saúde pública, merecedor de atenção especial das autoridades de saúde. segundo o instituto nacional de câncer (inca), é o segundo tipo de câncer mais comum nas mulheres brasileiras, sendo o mais freqüente, o câncer de pele não-melanoma. no entanto, é a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres do Brasil (inca, 2006). segundo as estimativas do inca, apresentadas na tabela 1, para o ano de 2006 esperam-se 48.930 novos casos de câncer de Mama, com 10 mil óbitos estimados. as estimativas da incidência do câncer de Mama são de 51,66/100.000 na média dos estados e 80,56/100.000 na média das capitais do Brasil.

os registros de câncer de Base populacional representam uma preciosa fonte de dados sobre

a incidência, ou seja, os casos novos de câncer ocorridos num determinado período, numa área geográfica bem delimitada. com isso, pode-se comparar a magnitude da doença nas diferentes regiões brasileiras e contrapô-la à incidência observada em outros países.

as principais fontes brasileiras de dados para o estudo de epidemiologia do câncer são: o sistema nacional de Mortalidade, do Ministério da saúde; os registros do câncer de Base populacional (rcBp); e os registros Hospitalares de câncer (rHc). os endereços dos rcBp podem ser encontrados no www.inca.gov.br – registro do câncer de Base populacional – inca, assim como os rHc.

CapítULO 1 inCiDênCia e

prevaLênCia DO CânCer

De MaMa nO BrasiL

Font

e: in

ca

, 200

6.

Page 12: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 2

em relação ao estadiamento, um fato que nos chama atenção é o número crescente de pacientes que chegam aos serviços com a doença já em fase avançada. uma avaliação dos dados do rHc do Hospital do câncer/inca mostra que mais de 60% das pacientes chegam ao hospital com o câncer de Mama nos estadios iii e iv, cuja sobrevida da paciente é bem menor. o que nos preocupa é que a mortalidade por câncer de Mama tem aumentado nas duas últimas décadas, decorrente principalmente da fragilidade de detecção em estadios iniciais. isso pode ser fruto da falta de acesso aos serviços de saúde por parte das pacientes ou do despreparo dos profissionais da saúde em detectar o câncer de Mama em sua fase inicial.

pelo aumento persistente da mortalidade e da incidência do câncer de Mama nas últimasdécadas, essa doença tem sido motivo de constante e crescente preocupação, constituindo-se um problema de saúde pública. além disso, o câncer de Mama éprovavelmente o mais temido pelas mulheres devido ao tratamento e, sobretudo, por suas conseqüências psicológicas, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. a partir dos 35 anos de idade, sua incidência cresce rápida e progressivamente (garfinkel, 1995).

Fatores de risco

como em outras neoplasias malignas, o câncer de Mama tem o seu desenvolvimento estimulado pela interação de fatores ambientais e fatores do hospedeiro, próprios do indivíduo. ambos são variados e os seus papéis na gênese do câncer de

Mama não estão completamente esclarecidos, apesar de fatores do hospedeiro, como herança genética,sexo e idade, e de fatores externos, entre eles a agressão por agentes físicos, biológicos e químicos, já estarem bem documentados. os fatores externos mais associados à gênese do câncer de Mama:

1. agrotóxicos: pequenas doses diárias de inseticidas como o BHc e o DDt – tanto de uso caseiro quanto por contaminação de cereais, frutas e legumes nas lavouras – ao longo dos anos. esses e outros agrotóxicos acumulam-se em glândulas (como o fígado, as glândulas mamárias, a próstata, os testículos etc.) e no sangue. ao atingir certos níveis, causam mutações genéticas que podem resultar em câncer de Mama, de próstata, de ovário etc.

2. exposição à radiação ionizante: principalmente em mulheres que tiveram linfoma na adolescência.

3. Álcool: acima de dois cálices de álcool diários aumenta o risco relativo para câncer de Mama, pois o álcool aumenta o nível sérico dos hormônios femininos endógenos.

4. Fatores alimentares: existe uma evidência limitada de redução do risco de câncer de Mama e o controle da obesidade associado à adoção de hábitos alimentares com baixo consumo de gorduras e alto consumo em frutas e vegetais nas mulheres da pós-menopausa, segundo o instituto nacional de câncer americano. entretanto, essas precauções irão reduzir o risco de doenças comuns nessa faixa etária, como hipertensão, doenças cardíacas, derrame e diabetes mellitus tipo ii, conforme dados apresentados na tabela 2.

Ta be l a 2 - níveis De eviDência par a o risc o De câncer De MaMa Da liter atur a cientíFica, oMs, 2006 .

convincente

possível / insuficiente

atividade física

soja, flavóides, isoflavonas,vitamina D e cálcio

sobrepeso e obesidade

gordura animal, nitrosaminas, aminas heterocíclicas, hidrocarbonos policíclicos aromáticos

e v i Dê nc ia Di m i n u i o R i s c o aum e n Ta o R i s c o

Fonte: oMs, 2006.

Page 13: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

a constatação da influência de fatores externos na etiologia do câncer de Mama é observada há muito tempo entre as mulheres asiáticas, as quais apresentam baixa incidência de câncer de Mama quando nascidas e permanentes em seu país de origem. Quando essas mulheres migram para países de alta incidência como os estados unidos, apresentam um aumento da incidência de câncer de Mama (Ziegler et al., 1993).

os alimentos consumidos em grande quantidade pelas orientais, como grãos integrais, ervilhas, broto de feijão e vegetais, contêm fitoestrogênio, que parece ser um fator protetor. a soja, principalmente, e os alimentos baseados em soja, como tofu, são uns dosmais ativos alimentos que possuem fitoestrogênio. acredita-se que os fitoestrogênios possam reduzir o risco de câncer de Mama, uma vez que essas substâncias interferem no metabolismo do estrogênio endógeno da mulher. no entanto, para se observar o efeito modulador do fitoestrogênio, a mulher deveria ter sua base alimentar em soja desde cedo.

as mulheres japonesas que consomem uma dieta tradicional com muita soja excretam mais estrogênio pela urina. adicionalmente, elas apresentam menor nível sérico de estrogênio que mulheres consumidoras de dietas ocidentais (lu et al., 2000). as mulheres que são expostas prolongadamente aos estrogênios ao longo da sua vida podem apresentar risco aumentado para o aparecimento do câncer de Mama. por exemplo, o câncer de Mama é relativamente mais comum entre as mulheres que menstruam mais cedo (menarca com idade inferior a 12 anos), que apresentam menopausa tardia (acima dos 50 anos), ou que nunca tiveram filhos.

apesar de algumas evidências, o papel específico dos fatores alimentares e a sua influência no câncer de Mama não estão totalmente bem definidos na literatura.

no entanto, os estudos prospectivos demonstram que o ganho de peso em mulheres de meia-idade tem uma relação importante com o câncer de Mama (Holmes e Willett, 2004). o álcool é o maior fator dietético de risco estabelecido para o câncer de Mama, provavelmente por aumentar os níveis de estrogênio endógeno (rinaldi et al., 2006). a conclusão de diversos trabalhos recentes em fatores externos demonstra que o risco de incidência de câncer de Mama pode ser reduzido evitando-se ganho de peso durante a vida adulta (principalmente na fase da perimenopausa e da pós-menopausa) e limitando o consumo de álcool (Holmes e Willett, 2004).

com relação à atividade física, um estudo americano demonstrou que a incidência do câncer de Mama diminui nas mulheres que praticam exercícios físicos regularmente, pelo menos quatro vezes por semana (Bauman, 2004).

Page 14: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

segUnDO a OMs, a aLta

inCiDênCia DO CânCer

De MaMa nãO é

exCLUsiviDaDe DO BrasiL.

Page 15: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

os fatores de risco intrínsecos mais conhecidos para câncer de mama são:

• Idade (80% dos casos ocorrem em mulheres acima dos 50 anos) rr: 6,5.

• História familiar de Câncer de Mama (cerca de 10% dos casos) rr: 1,4 – 13,6.

• Menarca precoce (< 12 anos) RR: 1,2 – 1,5.

• Menopausa tardia (> 55 anos) RR: 1,5 – 2,0.

• Primeira gestação tardia (> 30 anos) RR: 1,3 – 2,2.

• Câncer de ovário ou mama no passado (aumenta três a quatro vezes).

• Doença mamária benigna (atipia = três a quatro vezes).

• Alta densidade mamária (acima de 75%).

• Mutações genéticas (BRCA1 e BRCA2: 55-85% de risco de desenvolver a doença); -3% dos casos de câncer de Mama.

mulheres de alto risco para câncer de mama

segundo o Ministério da saúde são consideradas mulheres com risco elevado de desenvolver a doença comparada às mulheres da mesma faixa etária sem os fatores de risco:

• Um ou mais parentes de primeiro grau (mãe, filha ou irmã) com câncer de Mama antes dos 50 anos.

• Um ou mais parentes de primeiro grau com Câncer de Mama bilateral ou câncer de ovário.

• História familiar de Câncer de Mama masculina.

• Lesão mamária proliferativa com atipia comprovada em biópsia.

incidência mundial e brasileira

essa alta incidência do câncer de Mama na mulher não é exclusividade do Brasil. o câncer de Mama é o mais freqüente nos países desenvolvidos, assim como nos países em desenvolvimento, segundo a organização Mundial de saúde (oMs) (tabela 3).

Ta be l a 3 – inciDência De câncer segunD o tipos Mais FreQüentes, eM países DesenvolviD os e eM DesenvolviMento, oMs, 2001 .

Paísesdesenvolvidos

1º2º3º

1º2º3º

1º2º3º

R a n k i ng c â nc e R i nc i Dê nc ia ( x 1 . 0 0 0 )

Fonte: oMs, 2002.

Mamacólon e reto

pulmão

Mamacolo do útero

estômago

Mamacolo do úterocólon e reto

579292175

471379193

1050471337

Países emdesenvolvimento

mundo

Page 16: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 6

no entanto, sua freqüência varia de lugar para lugar, sendo que as populações que apresentam alto risco para a incidência são encontradas na europa ocidental e na américa do norte, e aquelas com menor risco são residentes na Ásia (gráfico 1). a incidência de câncer de Mama no Brasil encontra-se em uma faixa de magnitude intermediária quando comparada no plano internacional (gráfico 1). as taxas de incidência das áreas mais desenvolvidas (foram somadas as taxas de quatro paísesdesenvolvidos – com taxas equivalentes – e calculada a média.) foram 2,26 vezes maiores que as das menos desenvolvidas (foram somadas as taxas de quatro países menos desenvolvidos – com taxas equivalentes – e calculada a média.), 84,77 e 37,48/100.000 mulheres, respectivamente. a mortalidade, em escala bem menor, também apresentou padrão diferencial com taxas de 21,28 e 14,20/100.000, respectivamente (gráfico 2). observa-se que a diferença entre as taxas de incidência e de mortalidade entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento registra índices importantes. para a incidência, o diferencial entre as duas categorias de países foi 2,26 vezes menor, enquanto que para a mortalidade o diferencial foi apenas 1,5 vez menor.

estados unidos

França

austrália

canadá

uruguai

itália

argentina

brasil

méxico

cuba

iraque

angola

china

congo

91,39

83,19

82,74

81,78

79,99

64,87

64,71

46,35

38,39

34,34

30,84

24,25

16,39

10,29

0 20 40 60 80 100

g R á F ic o 1 – c oMpar ação entre as tax as paDroniZ aDas De inciDência por câncer De MaMa eM países selecionaD os, 2000 .

Fonte: oMs, 2003.

Page 17: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

uruguai

canadá

argentina

França

estados unidos

itália

austrália

cuba

brasil

iraque

méxico

angola

congo

china

26,27

22,75

21,63

21,41

21,22

20,66

19,74

15,59

15,01

13,99

12,23

11,17

4,74

4,51

0 30

g R á F ic o 2 – c oMpar ação entre as tax as paDroniZ aDas De MortaliDaDe por câncer De MaMa eM países selecionaD os, 2000 .

Fonte: oMs, 2003.

5 10 15 20 25

analisando essas informações, pode-se concluir que uma das hipóteses para esse quadro é que o risco para o processo de adoecimento é mais intenso nos países desenvolvidos, assim como o são as ações de assistência, tanto no diagnóstico quanto notratamento precoces.

na Figura 1, observamos que nos países desenvolvidos a incidência para o câncer de Mama é alta e a mortalidade é baixa, justificada pela detecção precoce por meio do rastreamento mamográfico populacional, enquanto no Brasil ambas (incidência e mortalidade) são altas, explicadas pelo diagnóstico e tratamento tardios.

Page 18: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 8

Países como: eua / canadá / Reino unido / Holanda / Dinamarca / noruega

F ig u R a 1 – c oMpar ação De tax as De inciDência e MortaliDaDe por câncer De MaMa entre os países DesenvolviD os e o Br asil .

Tax a De i nc i Dê nc ia

Tax a De moRTa l i Da De

Detecção precoce por meio da introdução da mamografia para rastreamento e

oferta de tratamento adequado.

no brasil

Tax a De i nc i Dê nc ia

Tax a De moRTa l i Da De

retardo no diagnósticoe na instituição de terapêutica

adequada.

Fonte: oMs, 2003 e inca, 2005.

na Figura 2, verificamos que a distribuição do câncer de Mama no Brasil é heterogênea. nas grandes cidades que contam com o registro de câncer de Base populacional é marcante a diferenciação da magnitude. assim, a cidade de porto alegre ficou emprimeiro lugar, com incidência de 146,83/100.000 mulheres, seguida pelas cidades do rio de Janeiro, de são paulo, do recife, de curitiba, de Florianópolis e de vitória, com incidências de 128,68; 100,48; 91,26; 77,88; 73,57 e 72,01/100.000 mulheres, respectivamente (inca, estimativa do câncer, 2006).

na região sudeste, esse tipo de câncer é o de maior incidência entre o público feminino, com risco estimado de 71 casos novos em cada 100 mil mulheres. sem considerar os tumores de pele não-melanoma, esse tipo de câncer também é o mais freqüente nas mulheres das regiões sul (69/100.000), Centro-Oeste (38/100.000) e Nordeste (27/100.000). na região norte, é o segundo tumor com maior incidência (15/100.000).

Page 19: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

isso pode ser atribuído basicamente a dois fatores:

• Sub-notificação dos registros hospitalares em determinadas regiões.

• Hábitos alimentares e estilo de vida bem diferentes das regiões norte/nordeste comparadas às regiões sul/sudeste (influência dos fatores externos). as mulheres da região sudeste do país apresentam um ritmo de vida mais estressante, consomem mais álcool, são em maior número tabagistas, têm filhos tardiamente ou não têm, não amamentam, e com maior freqüência fazem uso de hormônio.

F ig u R a 2 – tax as Brutas De inciDência De câncer De MaMa por 100 Mil MulHeres estiMaDas par a o ano De 2006 ( inca, estiMativa De câncer – 2006) .

Mulheres

45,38 a 96,95

27,88 a 45,37

16,5 a 27,87

9,54 a 16,49

Page 20: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n2 0

Detecção Precoce

Diante do cenário obscuro do câncer de Mama, pois é um câncer sem uma causa conhecida e definida, portanto não pode ser totalmente evitado, foi elaborado o programa viva Mulher, do inca, que segue as recomendações do consenso de 2004. adetecção precoce é a principal estratégia para controle do câncer de Mama. segundo as orientações do consenso para controle do câncer de Mama, deve-se realizar o exame clínico das mamas para as mulheres de todas as faixas etárias, como parte do atendimento integral à mulher, inclusive no período gestacional. além disso, o exame clínico das mamas é condição necessária para a solicitação de mamografia. para asmulheres acima de 40 anos de idade, esse exame deve ser realizado anualmente, para aquelas na faixa etária de 50 a 69 anos recomenda-se a realização de uma mamografia, pelo menos, a cada dois anos. recomenda-se que as mulheres em período de climatério que estão na vigência de tratamento de reposição hormonal devam ser submetidas aorastreamento mamográfico anual como as mulheres com risco elevado para câncer de Mama. adicionalmente deve-se realizar exame clínico e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para as mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de Mama. todas as mulheres submetidas ao rastreamento devem teracesso garantido aos demais procedimentos de investigação diagnóstica e de tratamento quando necessário e ao seguimento das alterações encontradas. o auto-exame das mamas não deve substituir o exame clínico realizado por profissional de saúde treinado para essa atividade. entretanto, o exame das mamas pela própria mulher ajuda noconhecimento do corpo e deve estar contemplado nas ações de educação para a saúde. o auto-exame não deve ser preconizado como medida isolada de diagnóstico precoce.

a ultra-sonografia mamária não é método de imagem para rastreamento, dentro das evidências atuais. Mas deve sempre ser realizada quando necessária comocomplementação no intuito de esclarecer a hipótese diagnóstica. está também indicada em pacientes com menos de 40 anos sintomáticas com tumor palpável.

se diagnosticado em fases iniciais, o câncer de Mama tem ótimas chances de cura, com uma sobrevida de cinco anos em 98% dos casos. Mesmo quando o diagnóstico não é tão precoce como no estadio i, novas terapias têm possibilitado a muitas mulheres viver com a doença tendo uma boa qualidade de vida. no entanto, quanto mais precoce esse câncer for detectado, maior a sobrevida da mulher!

encaminhamento e Fluxo de atendimento

com o objetivo de ordenar o encaminhamento das mulheres com queixas ou achados mamários e propiciar um fluxo de atendimento, o sistema Único de saúde no Brasil tem-se mobilizado para organizar a assistência nos diversos níveis de complexidade. o atendimento primário tem como função primordial o atendimento médico ginecológico e preventivo das mulheres realizado pelas equipes do programa saúde da Família (pFs) e das unidades Básicas de saúde (uBs), com a garantia de encaminhamento adequado aos ambulatórios de especialidades e Hospitais. o principal objetivo é integrar a atenção básica (psFs e uBss) aos serviços especializados e hospitais em relação às patologias da mama de forma a garantir a referência e a contra-referência dos casos, entendendo que, com isso, busca-se melhorar a qualidade da assistência prestada – sendo esse o objetivo principal. para que se possa atingir essa integração, os profissionais das unidades de saúde da Família e das uBss devem encaminhar de forma clara e objetiva, relatando os dados positivos da paciente, o motivo de seu encaminhamento e os exames que subsidiaram o seu diagnóstico. a contrapartida dos profissionais dos ambulatórios de especialidades e das unidades hospitalares será o reencaminhamento da paciente para seu seguimento após ser efetivado o tratamento clínico-cirúrgico, com dados claros e objetivos.

Page 21: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 2 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Procedimentos de controle do câncer de mama

os profissionais de saúde que atuam no sus trabalham sob diferentes condições quanto aos recursos disponíveis, sua capacitação profissional e organização do sistema de saúde. assim, é desejável que as ações desses profissionais se façam a partir de níveis hierarquizados de atividades que possibilitem a integração e racionalização dos serviços, tornando-os capazes de atender com mais eficiência e presteza. esses níveis de intervenção, segundo leavell & clarck, são assim definidos:

nível de atenção PrimáriaDirecionado à educação para a saúde, no qual se fornecem informações gerais sobre hábitos saudáveis de vida e dá-se o atendimento multidisciplinar, visando à prevenção de doenças, com base em profissionais qualificados em promoção e dispondo de equipamentos de complexidade mínima.

atividades• Reuniões educativas (palestras, grupos de reflexão,

mostra de vídeos etc.) sobre o câncer, visando à mobilização e conscientização para o auto-cuidado, a importância da promoção e prevenção e orientação para o diagnóstico precoce do câncer de Mama e a diminuição do medo da doença.

• Reuniões específicas para o ensino do auto-exame das mamas e sobre os fatores de risco.

• Exame clínico das mamas.

• Encaminhamento ao nível secundário. de casos suspeitos.

Perfil do profissional:• Clínico geral, ginecologista, enfermeiro,

técnicos e auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde.

• Pessoal de nível médio ou técnico envolvido em qualquer atividade de saúde pública ou comunitária.

• Assistente social e pedagogo.

estabelecimentos:programa saúde da Família, unidades Básicas de saúde, escolas, igrejas, centros comunitários, sindicatos, clubes e outros.

nível de atenção secundáriaesse nível exige profissionais mais treinados para realizar especificamente o exame de mamas e proceder ao diagnóstico de uma lesão suspeita.

atividades• Exame das mamas, diagnóstico clínico,

patológico e estadiamento.

• Biópsia das lesões suspeitas (BAAF, Core, Mamotomia e excisional).

• Tratamento de lesões benignas simples.

• Encaminhamento dos casos de alta suspeita e de câncer confirmados para o nível terciário.

• Seguimento de casos tratados.

Perfil do profissionalginecologista e mastologista, enfermeiro, psicólogo etc.

estabelecimentosambulatórios de especialidades.

Page 22: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n2 2

nível de atenção Terciárianesse nível é realizado o tratamento de lesões benignas complexas e do câncer de Mama.necessita de profissionais treinados em diversas áreas, que compõem a chamada equipe multidisciplinar.

atividades• Biópsia e diagnóstico complementar, inclusive de

lesões metastáticas.

• Cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

• Seguimento de casos tratados.

• Reabilitação física e psicológica, objetivando bons resultados terapêuticos com mínimos efeitos colaterais e a reintegração da mulher aos seus ambientes familiar, social e ocupacional.

Perfil do profissional• Mastologista

• Cirurgião plástico

• Radioterapeuta

• Oncologista clínico

• Enfermeiro

• Psicólogo

• Fisioterapeuta etc.

estabelecimentosHospitais gerais (com serviço de mastologia, cirurgia plástica, radioterapia e oncologia clínica) ou hospitais especializados no tratamento do câncer (cacons).

Foco do instituto avon

o instituto avon está lançando todos os seus esforços na conscientização da mulher, na educação médica continuada e na criação de estratégias para o acesso dessa mulher (encaminhamento e fluxo de atendimento) aos serviços de saúde. tudo isso só pode ser concretizado em parceria com instituições brasileiras competentes no assunto.

não existem maneiras de prevenir o surgimento do câncer de Mama, mas se o identificarmos numa fase inicial há muita diferença na sobrevida das mulheres. para atingir esse objetivo, o instituto avon propaga

essa mensagem por meio de palestras, cartilhas, folhetos, oficinas e divulgação na mídia em geral.

sensibiliza as mulheres para que tenham consciência da importância da realização do exame clínico das mamas, que deve ser realizado anualmente durante a visita ginecológica. se o ginecologista não o faz, a própria paciente deve ser orientada para solicitar que ele examine (palpação das mamas).

além de orientar a mulher sobre seus direitos, investe-se também na capacitação dos profissionais de saúde, e em especial dos ginecologistas, sobre a importância do exame clínico das mamas, que deve ser realizado anual e corretamente. portanto, o foco do instituto avon está na educação das mulheres e na capacitação dos profissionais da área da saúde.

a maioria dos casos de câncer de Mama chega aos Mastologistas pela descoberta da própria mulher. por isso não podemos desprezar o auto-exame como uma ferramenta de detecção. a literatura mostra que a utilização isolada do auto-exame como método de detecção não tem impacto na mortalidade (Thomas et al., 2002), que é o ponto primordial do processo, mas deve ser estimulado como um exame complementar ao exame clínico das mamas e à mamografia.

a mamografia é o método-padrão ouro de detecção precoce por apresentar impacto direto e importante na mortalidade da mulher por câncer de Mama. os estudos demonstram que a mamografia pode reduzir a mortalidade por câncer de Mama em 40%- 45% (Soseg, 2006). Em 1977, na Suécia, o Comitê Nacional de saúde e Bem-estar iniciou um teste controlado e aleatório em grande escala, com mulheres de 40-74 anos, totalizando 133.065 mulheres, para descobrir qual a importância da indicação do rastreamento para a mortalidade por câncer de Mama. o estudo foi realizado em duas comarcas e ficou conhecido como o teste sueco de Duas comarcas, ou teste W-e. em abril de 1995, os resultados apontavam uma redução significativa de 31% nas mortes causadas por câncer de Mama nas mulheres que fizeram rastreamento e, vinte anos depois do início do programa, em 1997, a Suécia adotou o rastreamento em todo o país.

Page 23: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 2 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

em janeiro de 2006, os resultados publicados da curva de sobrevida de 22.204 mulheres entre 40-69 anos de 12 comarcas da suécia demonstraram nitidamente a eficácia do rastreamento. esses resultados englobaram 50% da população nacional da suécia, evidenciando uma redução de 45% da mortalidade por câncer de Mama naquelas mulheres que participavam dos programas de rastreamento populacional, quando comparadas às que não participaram (soseg, 2006).

exatamente por esse motivo, o instituto avon apóia vários projetos que contemplam a utilização desse método. segundo o Ministério da saúde, a mamografia deve ser realizada a partir dos 50 anos, no máximo a cada dois anos e a partir dos 35 anos, anualmente, se a mulher for considerada de alto risco. esse é o rastreamento populacional que o ministério pretende oferecer à população por meio do programa viva Mulher (inca, 2006). nos casos dos projetos comunitários apoiados pelo instituto avon, pode-se adotar a mamografia anual a partir dos 40 anos, conforme preconizado pela sociedade americana de cancerologia, pois se caracteriza como um rastreamento oportunístico. além disso, o instituto avon investe em programas de qualidade de mamografias, pois de nada adianta ampliar o acesso das mulheres se os exames são de má qualidade (baixa sensibilidade e especificidade do exame).

a missão do instituto avon é reduzir a mortalidade pelo câncer de Mama na mulher brasileira. para atingir esse objetivo, o instituto apóia diversos projetos que visam à prevenção e à detecção precoce e, dentro de dez anos, espera mensurar as ações através do impacto na redução da mortalidade por câncer de Mama nas regiões dos projetos apoiados.

Page 24: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n2 4

bibliografia:

1. instituto nacional de câncer do Brasil (inca), Ministério da saúde. http://www.inca.gov.br

2. garfinkel, l, 1995. “cancer statistics and trends”. In: Murphy gp; lawrence W Jr; lenhard re Jr. The American Cancer Society Textbook of Clinical Oncology, 2nd ed., atlanta, ga. p. 1-9.

3. instituto nacional de câncer do Brasil (inca), Ministério da saúde. http://www.inca.gov.br – estimativa de câncer 2006

4. Ziegler rg, Hoover rn, pike Mc, Hildesheim a, nomura aM, West DW, Wu-Williams aH, Kolonel ln, Horn-ross pl, rosenthal JF, Hyer MB. “Migration patterns and breast cancer risk”, in Asian-American women. J natl cancer inst. 1993; 85(22):1819-27.

5. lu lJ, cree M, Josyula s, nagamani M, grady JJ, anderson Ke. “increased urinary excretion of 2-hydroxyestrone but not 16 alpha-hydroxyestrone”, in Premenopausal women during a soya diet containing isoflavones. cancer res. 2000; 60(5):1299-305.

6. Holmes MD, Willett Wc. Does diet affect breast cancer risk? Breast cancer res. 2004; 6(4):170-8.

7. rinaldi s, peeters pH, Bezemer iD, Dossus l, Biessy c, sacerdote c, Berrino F, panico s, palli D, tumino r, Khaw Kt, Bingham s, allen ne, Key t, Jensen MK, overvad K, olsen a, tjonneland a, amiano p, ardanaz e, agudo a, Martinez-garcia c, Quiros Jr, tormo MJ, nagel g, linseisen J, Boeing H, schulz M, grobbee De, Bueno-de-Mesquita HB, Koliva M, Kyriazi g, Thrichopoulou a, Boutron-ruault Mc, clavel-chapelon F, Ferrari p, slimani n, saracci r, riboli e, Kaaks r. “relationship of alcohol intake and sex steroid concentrations in blood”, in Pre- and postmenopausal women: the European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition. Cancer Causes Control. 2006; 17(8):1033-43.

8. Bauman ae. Updating the evidence that physical activity is good for health: an epidemiological review 2000-2003. J Sci Med Sport. 2004; 7(1 Suppl):6-19.

9. Thomas DB, gao Dl, ray rM, Wang WW, allison cJ, chen Fl, porter p, Hu YW, Zhao gl, pan lD, li W, Wu c, coriaty Z, evans i, lin Mg, stalsberg H, self sg. Randomized trial of breast self-examination in Shanghai: final results. J Natl Cancer Inst. 2002; 94(19):1445-57.

10. soseg – “The swedish organised service screening evaluation group. reduction”, in Breast Cancer Mortality from Organized Service Screening with Mammography: 1. Further Confirmation with Extended Data. epidemiol Biomarkers prev 2006; 15(1):45-51.

Page 25: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

estUDOs DeMOnstraM

qUe a MaMOgraFia

pODe reDUzir a

MOrtaLiDaDe pOr

CânCer De MaMa eM

40%-45%.

Page 26: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n2 6

CAPÍTULO 1

CapítULO 2

Page 27: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 2 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

O acesso das mulheres do grupo de risco aos serviços de saúde para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama está determinado por variáveis ligadas às mulheres (fatores genéticos, idade, obesidade, número de filhos, idade de aparecimento da primeira menstruação e outros); fatores ambientais (poluição, ingestão de alimentoscontaminados por agrotóxicos, radiação etc.); fatores culturais (falta de informação, crendices, medo e outros); e fatores políticos e socioeconômicos (pobreza, falta de acesso a bens e serviços, forma de provisão de serviços de saúde pelo setor público).

Outro fator importante que determina o acesso é a forma como as políticas públicas, que priorizam o Câncer de Mama, são formuladas e implantadas. Estas dependem do poder de pressão que esse grupo exerce para garantir seus direitos e da oferta pública e privada de serviços de saúde que respondam às suas necessidades.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Documento de Consenso de 2004, conforme apresentado no capítulo 1, estabelece para esta população: o exame clínico das mamas anual em mulheres com 40 anos ou mais; rastreamento mamográfico populacional bianual para mulheres de 50 a 69 anos; exame clínico das mamas e mamografia anual para mulheres de risco elevado a partir de 35 anos; e a garantia de acesso ao diagnóstico, tratamento e seguimento para todas as mulheres com alterações nos exames realizados.

Analisando os dados do Instituto Nacional de Câncer/Pnad, Brasil, 2003, observamos que a cobertura da população feminina (SUS e não-SUS) acima de 40 anos pela mamografia é de 44,6%. Dessas, o SUS cobre apenas 15,8%. Esses percentuais são variáveis de região para região, sendo que o Distrito Federal apresenta a maior cobertura,61,8% (SUS e não-SUS), sendo 9,6% (SUS) e o Tocantins a menor, 21,7% (SUS e não-SUS) e dessas 6,9% (SUS).

Em função dessa realidade, e buscando contribuir para a melhoria da qualidade de vida e de saúde da mulher brasileira, o Instituto Avon vem apoiando projetos sociais que tenham como objetivo reverter esse quadro, ampliando o acesso à prevenção e à detecção precoce do Câncer de Mama.

Os projetos que obtiveram bons resultados na implantação de suas estratégias foram apresentados com o intuito de servirem de modelo para a reaplicação em outros municípios, e com isso poderem contribuir para a redução da mortalidade por Câncer de Mama no Brasil.

CapítULO 2 prOjetOs

e sistematizaÇãO

De estratégiasprograma de articulação de Lideranças para a prevenção e Detecção precoce do Câncer de mama

Page 28: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n2 8

títULO prevenÇãO Bate à sUa pOrta

institUiÇãO FUnDaÇãO piO Xii

HOspitaL DO CânCer De BarretOs

COOrDenaÇãO

eDmUnDO CarvaLHO maUaD

anO De apOiO 2003

Objetivo Geral

Diagnosticar precocemente o Câncer de Mama em população SUS dependente da região da Direção Regional de Saúde (DIR) IX de Barretos, da Secretaria de Estado da Saúde – Estado de São Paulo, denominada prevenção ativa.

Objetivos Específicos

• Oferecer exame de prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama na Fundação Pio XII ou na Unidade Móvel a mulheres acima de 40 anos, SUS dependente, da DIR IX de Barretos.

• Promover a conscientização das mulheres sobre prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama por meio do auto-exame, exame clínico da mama e mamografia.

• Controlar anualmente a realização de exames por meio de registro de mamografia das mulheres de Barretos e região.

Estratégia

Rastreamento mamográfico organizado por meio de Unidades Móvel e Fixa.

Apropriada para

Detecção precoce do Câncer de Mama (rastreamento organizado) em áreas de difícil acesso. A população determinada para tal ação foram mulheres de 40 a 69 anos (54.238 mulheres), visto que nessa faixa etária estudos mostram que o rastreamento mamográfico é efetivo, determinando redução na mortalidade por câncer.

Vantagens

• Melhorar o estadiamento da doença.

• Aumentar a sobrevida.

• Melhorar o nível do conhecimento da população a respeito do câncer, com ênfase no Câncer de Mama.

• Realizar vigilância constante da população predeterminada, no que diz respeito ao Câncer de Mama.

• Promover o correto tratamento das mulheres diagnosticadas.

Recursos Necessários

• Unidade móvel de rastreamento com mamógrafo.

• Unidade fixa contando com mamógrafo.

• Profissionais para o correto processamento, interpretação e tratamento das possíveis alterações.

• Impresso para o correto cadastramento, consulta e coleta de dados epidemiológicos das mulheres.

• Material informativo, computador portátil e datashow para execução das palestras.

• Softwares adequados para o processamento dos dados.

ProcedimentosReunião com gestores de saúde

• O projeto foi discutido com os gestores estaduais, foi realizada uma programação financeira em função do atendimento, sendo formalizado um aumento do teto financeiro, o que permitiu assim a viabilização e sustentabilidade do projeto.

• Realizou-se ampla discussão com os gestores municipais para melhor adesão ao projeto por parte das Secretarias Municipais. O projeto foi apresentado e discutido na sede da DIR IX, interligando a Fundação Pio XII, a Secretaria Estadual de Saúde e os gestores de saúde das Secretarias Municipais. Ficou estabelecida a cota de 40 exames por dia dentro da Unidade Móvel e 120 exames na Unidade Fixa (Fundação Pio XII).

• Foram programadas visitas diárias aos dezenove municípios na forma de ciclos, sendo que cada ciclo teria a duração aproximada de três meses.

Page 29: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 2 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

• Foi realizada reunião para explanação do projeto nas dependências da instituição, contando com a participação dos responsáveis pelo projeto, enfermeiras dos municípios, responsáveis pelas Secretarias de Saúde e agentes comunitários de saúde. Nessa reunião foram expostas as diretrizes do projeto, justificando-as, e firmado apoio entre as partes.

• Após o término de cada ciclo, uma reunião foi agendada na Fundação Pio XII, com as enfermeiras de cada município, quando foram discutidos os pontos positivos e negativos encontrados e qual estratégia deveria ser utilizada para correção antes de reiniciar um outro ciclo de visitas.

Realização dos Exames

Os exames foram realizados de duas formas:

• Por meio de uma Unidade Móvel (UM), dotada de um mamógrafo para a realização e exames de mamografia com a seguinte equipe: um motorista, uma enfermeira, um digitador, um técnico de raios X. Unidade esta que se dirigiu aos municípios segundo escalas predeterminadas, com o apoio das Secretarias de Saúde dos municípios envolvidos. Foram oferecidos um total de quarenta exames por dia e variações de dois a cinco dias de permanência em cada cidade, dependendo do tamanho do município e da taxa de ocupação da UM.

• Por meio da Unidade de Diagnóstico por Imagem da instituição, que conta com três aparelhos para a realização de mamografias e com a seguinte equipe: uma secretária, um digitador, um técnico de raios X e médicos radiologistas. Foram liberados cento e vinte exames diários para os dezenove municípios, sendo a única exigência que se respeitassem às diretrizes do projeto e houvesse um agendamento prévio.

• Para mobilizar as mulheres a realizarem o exame foram utilizados: visita domiciliar realizada pelos agentes comunitários ou enfermeiras, radialista com programação de boa audiência para a população mais carente, carro de som transitando pelas ruas dos bairros e palestras educativas sobre prevenção de Câncer de Mama para os profissionais de saúde que se tornaram multiplicadores do projeto. Essa divulgação foi realizada uma ou duas semanas antes da ida da Unidade Móvel ao bairro específico, e em bairros mais pobres houve a necessidade de repetir a divulgação durante a permanência da unidade no bairro.

• Nos municípios, após convocação por parte das enfermeiras, as mulheres fizeram os exames e dentro de um curto prazo de tempo os resultados retornaram a elas por intermédio da UBS à qual elas pertenciam.

• Nos casos em que se necessitava de prosseguimento na investigação, um funcionário do setor fazia a convocação pessoalmente da paciente para que esta comparecesse à instituição e fossem tomadas as devidas providências, ao mesmo tempo em que a enfermeira era avisada sobre essa convocação, estreitando assim os laços de amizade e respeito entre as partes.

• Os resultados dos exames normais de Papanicolaou e mamografia eram entregues na Secretaria da DIR IX no prazo de três a quatro semanas, que os encaminhava para as enfermeiras responsáveis pelos municípios.

• Nos casos suspeitos ou positivos, que necessitavam de avaliação posterior, o contato com as mulheres era feito diretamente pelo telefone por uma funcionária do Departamento de Prevenção da Fundação Pio XII. Nos casos suspeitos, em que as mulheres não tinham telefone, a funcionária da Prevenção ligava para a enfermeira do município pedindo que esta entrasse em contato com a pessoa, agendando a consulta com os médicos do Departamento de Prevenção.

• A Fundação Pio XII ofereceu suporte de retaguarda ao projeto em todos os aspectos, desde a mobilização das unidades até o tratamento e seguimento da mulher após o diagnóstico.

Page 30: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n3 0

0

20.0

13.5

DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE CÂNCER DE MAMA SEGUNDO ESTADIAMENTO CLÍNICO INICIAL (EC 0 E I) COMPARANDO DADOS DA FOSP, INCA, DIR IX (ANTES DO PROJETO), EUA E O PROJETO DE PREVENÇÃO FUNDAÇÃO PIO XII

15.3

52.8 53.2

10

20

30

40

50

FOSP (2000 - 2002) INCA(2001) DIR IX (1995 - 2001) EUA BREASTCANCER STAGE

DISTRIBUTION 1998

PROJETO UNIDADEMÓVEL (2003 - 2005)

0

32.4

43.6

DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE CÂNCER DE MAMA SEGUNDO ESTADIAMENTO CLÍNICO AVANÇADO (EC III E IV) COMPARANDO DADOS DA FOSP, INCA, DIR IX (ANTES DO PROJETO), EUA E O PROJETO DE PREVENÇÃO FUNDAÇÃO PIO XII

40.5

96.410

20

30

40

50

FOSP (2000 - 2002) INCA(2001) DIR IX (1995 - 2001) EUA BREASTCANCER STAGE

DISTRIBUTION 1998

PROJETO UNIDADEMÓVEL (2003 - 2005)

%

%

Page 31: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 3 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Como Registrar os Dados e Resultados

• Através do correto preenchimento dos impressos e sua devida digitação.

• Organização de um banco de dados de fácil acesso.

Resultados (2003-2005)

• Exames realizados: 24.337 exames de mamografia.

• Porcentagem de cobertura: 44% da população.

• Classes sociais mais assistidas: D e E, sendo 72% dos exames (população mais carente ou SUS - dependente).

• Primeiro acesso ao exame: 40% das pacientes da zona urbana e 62% das mulheres da zona rural, na faixa etária dos 40-69 anos, nunca haviam realizado o exame de mamografia previamente.

• Foram diagnosticados 94 casos de Câncer de Mama.

• Estadiamento dos casos diagnosticados:

0 e I – casos iniciais – 53,2%.

II – casos intermediários – 40,4%.

Page 32: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

QUarenta pOr CentO

Das paCientes Da

zOna UrBana e 62%

Das mULHeres Da zOna

rUraL, na FaiXa etária

DOs 40-69 anOs, nUnCa

Haviam reaLizaDO O

eXame De mamOgraFia

previamente.

Page 33: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 3 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

títULO treinamentO para reaLizaÇãO

De mamOgraFia

institUiÇãO UniFesp - setOr De

mastOLOgia – seÇãO De DiagnóstiCO

DO HOspitaL sãO paULO

COOrDenaÇãO CLáUDiO Kemp

anO De apOiO 2005

Objetivo Geral

Contribuir para melhorar a qualidade dos exames complementares para a detecção precoce do Câncer de Mama dos centros de atendimento à saúde da mulher, que possuem o Hospital São Paulo como referência.

Objetivos Específicos

• Reduzir a distorção dos laudos aferidos pelos médicos por falta de capacitação diagnóstica e, conseqüentemente, diminuir a repetição de exames devido a erros.

• Promover a conscientização dos profissionais para o controle de qualidade.

Estratégia

Capacitar profissionais de saúde para interpretação de laudos de mamografia, realização de ultra-sonografias (USG) e de procedimentos invasivos (punção aspirativa com agulha fina, biópsia percutânea com agulha grossa e mamotomia).

Apropriada para

Quando se identifica na instituição a falta de padrão de qualidade dos exames de mamografia, USG e procedimentos invasivos.

Vantagens

• Aumento do consenso nos diagnósticos dos exames de mamografia.

• Redução do percentual de diagnósticos falso-positivos e falso-negativos emitidos.

Atenção/Pressupostos

Estabelecer parceria formal com a Secretaria Municipal de Saúde antes do início do projeto.

Recursos Necessários

• Casos clínicos para estudos, laudos e debates.

Procedimentos

• Apresentação do projeto aos profissionais da instituição.

• Definição do papel de cada instituição no projeto.

• Reunião com instituição parceira (SMS – SP).

• Planejamento das atividades, definição dos professores e do cronograma.

• Organização do material didático.

• Capacitação dos profissionais de duração mínima de 6 (seis) meses – os médicos receberam treinamento em interpretação e laudo de mamografias, realização de ultra-sonografia e realização de procedimentos invasivos (punção aspirativa com agulha fina, biópsia percutânea com agulha grossa e mamotomia).

• Avaliação dos resultados alcançados.

• Registro de dados.

Dicas

• Estabelecer parceria com a Secretaria Municipal de Saúde para garantir a autorização e liberação dos profissionais para a capacitação.

• Definir um profissional administrativo para se responsabilizar pela articulação e organização da agenda, encaminhamentos etc.

Como Registrar os Dados e Resultados

• Registro da avaliação do conteúdo programático ministrado no curso.

• Avaliação do impacto do curso: redução de percentual de exames com baixa qualidade e redução do número de repetições de exames.

Parcerias

• Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo• Instituto Avon

Page 34: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n3 4

títULO prOjetO mamOgraFia para tODas

institUiÇãO assOCiaÇãO Feminina De

prevenÇãO e COmBate aO CânCer De

sãO jOãO nepOmUCenO - asFeCer

COOrDenaÇãO LUzia CéLia amOrim

vitOi - presiDente

anO De apOiO 2005

Objetivo Geral

Instituir em São João Nepomuceno um programa de rastreamento mamográfico para mulheres SUS dependentes que se enquadrem no grupo de risco para o Câncer de Mama ou mulheres com mais de 40 anos que nunca tenham realizado uma mamografia ou que tenham dificuldade de acesso a esse serviço.

Objetivos Específicos

• Promover a conscientização das mulheres sobre a importância da mamografia como meio de detecção precoce.

• Contribuir para melhorar a resolubilidade da abordagem do Câncer de Mama em São João Nepomuceno.

Estratégia

Detecção precoce do Câncer de Mama através da mamografia.

Apropriada para

Realização do diagnóstico do Câncer de Mama em seus estágios iniciais, garantindo, assim, um bom prognóstico de cura para os casos positivos. Vantagens

• Desmistificação do exame de mamografia (relação com dor/descoberta de câncer).

• Trabalhar na comunidade o estigma do câncer.

• Detecção precoce de nódulos mamários.

• Redução, a longo prazo, do índice de mortalidade por Câncer de Mama.

Atenção/ Pressupostos

• Parcerias estabelecidas com Secretarias de Saúde e Programas Saúde da Família dos municípios onde o projeto foi implementado para garantia das atividades e transporte das mulheres para o Ambulatório Esperança, onde se encontra instalado o Serviço de Mamografia.

• Parceria estabelecida com a Prefeitura Municipal de São João Nepomuceno para a aquisição de películas para a realização de mamografias.

• Parceria com o Instituto Avon.

• Parceria com a médica radiologista para emissão dos laudos (residente em Juiz de Fora) e com a Clínica Sommada, para realização de ultra-sonografias.

Recursos Necessários

• Mamógrafo fixo.

• Películas de filme (4,5 por mulher), revelador e fixador.

• Laudo mamográfico (papel timbrado), envelopes e etiquetas.

• Aparelho de ultra-sonografia para diagnóstico diferencial.

• Exames específicos para os casos suspeitos: biópsias, descarga papilar, Paaf.

• Agendamento prévio do exame e da consulta com o mastologista pelo Serviço de Mamografia.

Page 35: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 3 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Procedimentos

• Reunião do mastologista com os ginecologistas para orientações gerais.

• Mulheres cadastradas nos PSFs instalados na cidade e na zona rural foram acionadas pelos agentes de saúde que atuam junto às famílias e pelas enfermeiras responsáveis por esse programa.

• Cadastramento de mulheres no Ambulatório Esperança por voluntárias do projeto (Revendedoras da Avon, mulheres da comunidade e funcionários da organização), acionados pelos veículos de comunicação local e por carro de som.

• Agendamento prévio de consultas (triagem) com o ginecologista que avaliou a necessidade ou não da realização desse exame.

• Após a triagem, houve encaminhamento para o serviço de mamografia realizado na sede do Ambulatório Esperança.

• Realização de mamografia pela Técnica de Radiologia.

• Envio do exame para ser feito um laudo pela médica radiologista (Juiz de Fora).

• Recebido o laudo, retorno agendado previamente com o ginecologista que solicitou o referido exame.

• Encaminhamento a partir dessa análise de casos suspeitos e anomalias mamárias encontradas para o mastologista, adotados os procedimentos médicos adequados para a detecção ou não de Câncer de Mama (ultra-sonografias, punções, biópsias, descarga papilar e outros).

• Confirmado o diagnóstico, adotaram-se procedimentos cirúrgicos conforme estágio da doença, sendo as pacientes encaminhadas para o Hospital São João (hospital local).

• Para tratamento quimioterápico e radioterápico, quando o caso assim exigiu, foi feito o encaminhamento pelo SUS para o Centro de Referência em Juiz de Fora.

• Apresentação do número de mamografias realizadas ao Conselho Municipal de Saúde, ao Conselho Municipal de Assistência Social e aos prefeitos das localidades envolvidas.

• Busca de parceiros para ampliar o serviço.

Dicas

Sensibilizar os empresários locais a respeito da importância da mamografia para as funcionárias, facilitando o acesso delas ao serviço existente, e mobilizar o secretário de Saúde para a questão do Câncer de Mama, fazendo com que o mesmo direcione recursos de Juiz de Fora (Centro de Referência) para o serviço existente em São João Nepomuceno.

Como Registrar os Dados e Resultados

Os dados foram registrados por meio do arquivamento de fichas individuais no setor de Mastologia e os nomes das mulheres que realizaram mamografias foram lançados em planilhas que permitiram a condensação de informações importantes ao projeto.

Resultados

• Por meio das campanhas de mobilização contra o Câncer de Mama realizadas pela Asfecer em anos anteriores e através da divulgação do projeto pelas rádios locais e pelos veículos de comunicação gerou-se uma demanda acima do previsto nos três primeiros meses, unindo-se pessoas da comunidade, funcionários voluntários da Asfecer e revendedoras da Avon para um grande mutirão de cadastramento na sede do Ambulatório Esperança.

Page 36: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n3 6

• Em doze meses o projeto já havia atingido 82,25% de sua meta total. A previsão era que fossem realizadas 2 mil mamografias. No final dos 18 meses, somamos 2.188 mamografias.

• A maioria das mulheres atingidas pelo projeto se encontrava na faixa etária entre 40 e 59 anos de idade (72,3%), com 39,8% do total entre 40 e 49 anos.

• Dentro da faixa etária considerada crítica (de 40 a 60 anos) há uma expressiva participação da mulher com relação aos cuidados preventivos contra o Câncer de Mama. O que falta a essa mulher é o acesso ao serviço para detecção precoce (mamografia).

• As três maiores formas de contato e informações sobre o projeto, que somam 61,5% dos casos, foram “por meio de amigos, parentes e conhecidos” (boca a boca – 31,9%), “encaminhamento pela UBS” (17,7%) e através do “rádio” (11,9%). As formas não convencionais de comunicação (campanhas, faixas, cartazes, panfletos e carros de som) correspondem a 19,11%.

• O projeto permitiu o acesso pela primeira vez ao exame de mamografia para 63,3% das mulheres envolvidas no projeto.

• As mulheres com menos de 50 anos retornaram mais ao ginecologista do que as mulheres idosas, o que pode significar que o processo de educação e de prevenção esteja atingindo as mulheres cada vez mais cedo e que a médio e longo prazo trará efeitos positivos nas próximas gerações.

• Desmistificar o medo da mamografia é um passo importante no combate ao Câncer de Mama: 97% das mulheres afirmaram estarem dispostas a fazerem mamografia todo ano.

• 75,3% das mulheres envolvidas no projeto disseram que o mesmo contribuiu para modificar a percepção quanto ao Câncer de Mama.

• Com relação ao auto-exame, 88,3% das mulheres afirmaram ter aprendido o procedimento para fazer auto-exame através do projeto e 70,3% afirmaram fazê-lo constantemente.

• Para 99,5% das mulheres a mamografia trouxe tranqüilidade, e consideraram o exame muito importante para prevenir o Câncer de Mama. A ruptura com o medo se evidenciou em 93% de usuárias, que afirmam não existir razão para temer o exame de mamografia, e 94,2% delas, que concordam ou concordam muito com a afirmação de que a “doença tem cura quando diagnosticada

no início”. Essa certeza é um incentivo para as 5,4% mulheres que afirmaram que aprender a fazer o auto-exame foi muito bom.

O Projeto “Mamografia para Todas” em números:

• Número total de mulheres que participaram das palestras:1.850.

• Número total de panfletos distribuídos: 5.000.

• Número total de mulheres cadastradas: 3.786.

• Número total de atendimentos: 4.948.

• Número total de consultas ginecológicas: 4.456 (2.230 retornos e 2.226 triagens).

• Número total de mamografias: 2.188.

• Número total de mamografias realizadas pela primeira vez: 1.385.

• Número total de ultra-sonografias: 136.

• Número total de encaminhamento ao mastologista: 223.

• Número de mulheres que realizaram procedimetos ambulatoriais para definição do diagnóstico: 18.

• Número de esterotaxias com radiologista em nódulos não-palpáveis: 2.

• Número total de casos positivos: 6.

• Número de encaminhamentos para os Centros de Referência (JF): 6.

• Número total de estadiamento: 1 Estádio I B, 5 Estádio II B, 1 em análise.

• Número total de parcerias estabelecidas: 23.

• Número total de voluntários envolvidos no projeto: 80.

• Número total de médicos envolvidos no projeto: 4.

• Número total de cirurgias realizadas: 4 quadrantectomias.

Parcerias:

• Secretarias de Saúde/Prefeitura Municipal

• Clínica Ultramed (laudos de mamografias)

• Clínica Sommada

• Clínica de Ultra-sonografia

• Instituto Avon

Page 37: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 3 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

títULO mamamóveL

institUiÇãO FUnDaÇãO sOBeCCan

HOspitaL DO CânCer De riBeirãO pretO

COOrDenaÇãO Dr. Hermes De

Freitas BarBOsa

anO De apOiO 2004

Objetivo Geral

Desenvolver a cultura da prática do auto-exame das mamas, assim como promover a assistência integral à mulher portadora do Câncer de Mama.

Objetivos Específicos

• Levar anualmente, através de equipe de profissionais, material didático ilustrativo para 60 mil mulheres das classes C, D e E, com idade entre 15 e 60 anos, a prevenção do Câncer de Mama por meio do auto-exame e do conhecimento sobre os fatores de risco da doença (nutrição, genética etc.).

• Propiciar treinamento específico aos agentes comunitários de saúde para que façam um trabalho permanente, contínuo e eficaz em suas comunidades.

• Encaminhar para consulta na Fundação SOBECCan aproximadamente três mil mulheres com maior suscetibilidade à doença, definida pelo índice de Gail, e para diagnóstico via SUS, se necessário, na própria instituição (exame clínico, biópsia) ou instituições SUS parceiras (mamografia).

• Garantir tratamento por gratuidade às pacientes que, após avaliação rigorosa de uma assistente social, forem consideradas de baixa renda; demais pacientes serão devidamente encaminhadas à rede SUS de atendimento.

• Proporcionar a todas as pacientes em tratamento suporte gratuito na Fundação SOBECCan para reabilitação física através de fisioterapia e emocional através do Serviço de Psicologia e Grupo de Mama.

Estratégia

Levar o Mamamóvel para atendimento em bairros da periferia de Ribeirão Preto.

Apropriada para

Divulgar informações relativas à detecção precoce do Câncer de Mama (prevenção secundária) à população com baixo nível de conscientização, dos bairros da periferia de Ribeirão Preto, utilizando como ferramentas:

• O ensino do auto-exame das mamas.

• O exame clínico realizado por profissional de saúde e estudantes de medicina, em um ônibus adaptado para o procedimento.

• O encaminhamento de casos suspeitos, detectados no exame clínico, para diagnóstico e tratamento gratuito, se for o caso.

• O encaminhamento de pacientes consideradas de risco, após questionário para determinação do índice de Gail.

• O encaminhamento de pacientes acima de 40 anos, que nunca fizeram mamografia, para a realização da mesma.

Todas essas ferramentas têm uma finalidade em comum: despertar o interesse da população na prevenção do Câncer de Mama, com o objetivo último de contribuir para a diminuição da mortalidade e o aumento da sobrevida das pacientes pela doença.

Vantagens

• Promover um dia inteiro de atividades focadas na problemática do Câncer de Mama.

• Garantir atendimento aos casos triados.

• Garantir tratamento dos casos de Câncer de Mama diagnosticados.

• Capacitar alunos de graduação em medicina para desenvolver tanto o aspecto técnico como o senso de responsabilidade social.

Page 38: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n3 8

Atenção/Pressupostos

Para o êxito do projeto é fundamental uma sólida rede de parcerias, entre as quais não podem faltar:

• Agentes do Poder Público, tais como Secretaria de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, Unidades Básicas de Saúde – importantes para um bom levantamento epidemiológico e para a viabilização de projetos de assistência.

• Universidades, através de seus cursos da Área da Saúde e/ou Ligas de Medicina – a atuação no projeto de alunos de graduação melhora a humanização do atendimento e ajuda na formação dos futuros profissionais, que poderão atuar como agentes multiplicadores de informações.

• Organizações não-governamentais que atuem em áreas de assistência à população – importante para a divulgação e organização dos atendimentos do projeto.

Recursos Necessários

• Panfletos explicativos com informações relativas à prevenção do Câncer de Mama, tais como auto-exame, exame clínico pelo médico e mamografia.

• Utilização de modelos didáticos tais como “mamamiga”.

• Questionário para identificação de pacientes de risco, utilizando o índice de Gail.

• Computador para a confecção de um banco de dados das pacientes atendidas.

Procedimentos

• Montagem e treinamento de uma equipe constituída por uma enfermeira e dois auxiliares de enfermagem. A equipe, sob coordenação de um médico mastologista, atendeu aos vinte e cinco municípios pertencentes à DIR XVIII (Direção Regional XVIII da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo) em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde.

• A equipe atuou sobre um caminhão transformado (intitulado Mamamóvel) em duas salas de consulta, equipadas com mesa ginecológica e demais utensílios para a realização de pequenos procedimentos (exames citológicos), além de material didático. Transportou, ainda, estandes a

serem montados próximos ao caminhão, auxiliando na abordagem ativa das mulheres transeuntes para diversas ações, entre elas:

– distribuição de folhetos e apresentação de vídeos ilustrativos, na tela do computador, sobre o auto-exame das mamas;

– demonstração do auto-exame em modelos específicos para essa finalidade, tais como “mamamiga”;

– aplicação de questionário para identificação de pacientes de risco; e

– agendandamento de consulta para os casos de risco;

• O Mamamóvel tem duas saídas programadas por mês, aos sábados, com escala para o ano todo. No sábado programado, a entidade parceira agenda previamente as consultas na comunidade escolhida, num total de 100 atendimentos, divididos em grupos de vinte e cinco pacientes – às 8, 10, 13 e 15h.

• Para essas pacientes foi realizada uma palestra, um bate-papo, sobre detecção precoce do Câncer de Mama, sendo o exame clínico realizado logo após a aplicação do questionário. Conforme já citado, foram encaminhadas para o Hospital do Câncer da Fundação SOBECCan:

– pacientes com achados clínicos suspeitos para investigação: se confirmado o Câncer de Mama, a paciente é tratada no próprio hospital, gratuitamente; se achados negativos, a paciente é encaminhada à rede para seguimento;

– pacientes com índice de Gail 1,6 para seguimento;

– pacientes com mais de 40 anos que nunca fizeram mamografia para realizarem o primeiro exame: se achados não suspeitos, encaminhamento à rede para seguimento; se achados suspeitos, investigação.

Como Registrar os Dados e Resultados

Os dados são registrados em um banco de dados, base SQL, que nos permite fazer levantamentos rápidos e precisos.

Page 39: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 3 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Resultados

• Número de mamografias realizadas: 143.

• Número de ultra-sonografias realizadas: 90.

• Número de atendimentos: 2.360 (2.979).

• Pacientes de risco detectadas (Gail 1,6): 237.

• Número de profissionais de saúde treinados: 24 acadêmicos de medicina.

• Participaram dezesseis funcionários de cada UBS nas reuniões pré-visitas realizadas e vinte integrantes da ONG Maria Otília Neix e da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto.

• Visitas quinzenais do ônibus aos bairros carentes de Ribeirão Preto, houve, contudo, uma extensão para outras zonas da cidade de acordo com a solicitação por entidades de bairro, além de visitas às cidades da região.

• Envolvimento dos acadêmicos em um maior número de atividades teóricas a fim de aprimorar seus conhecimentos no campo da Mastologia aproveitando o projeto como estímulo para discussões educacionais. Com isso, instituiu-se a realização de reuniões administrativas no fim de cada mês, podendo ser esclarecidas dúvidas a respeito do andamento das atividades e ainda a realização do Clube de Revistas, com a mesma periodicidade, através de apresentações orais, preparadas pelos estudantes, de artigos científicos relacionados com Câncer de Mama e debatidos com o mastologista.

• Motivação e realização de trabalhos científicos que foram apresentados em congressos no segundo semestre: Congresso Brasileiro e Paulista de Mastologia, Simpósio Internacional de Iniciação Científica USP.

• Conseguiu-se diagnosticar um caso de Câncer de Mama em estadio II A e dois em estadio III A. Essas pacientes encontram-se em tratamento na fundação e permanecerão em seguimento clínico na SOBECCan por tempo indeterminado.

• Indiretamente o projeto propiciou a procura do serviço para rastreamento e diagnóstico do Câncer de Mama, sendo que no período referido foram realizadas 61 consultas de casos novos com queixa principalmente relacionada às mamas.

Parcerias

• Sesi – Serviço Social da Indústria: possui nove Centros Educacionais em bairros da periferia de Ribeirão Preto.

• ONG Maria Otília Neix, que também atua organizando e agendando o atendimento do Mamamóvel nos bairros de Ribeirão Preto.

• Acirp – Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto.

Page 40: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

a prOpOsta FOi

CapaCitar DUzentOs

prOFissiOnais

inDiCaDOs peLa

seCretaria De estaDO De

saúDe e seLeCiOnaDOs

COnjUntamente COm

O LaBOratóriO De

CiênCias raDiOLógiCas.

Page 41: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 4 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

títULO CapaCitaÇãO prOFissiOnaL para

DeteCÇãO preCOCe

institUiÇãO Uerj

COOrDenaÇãO CarLOs eDUarDO

De aLmeiDa

anO De apOiO 2005

Objetivo Geral

Capacitar médicos radiologistas e técnicos em radiologia, atuantes na detecção precoce do Câncer de Mama, por intermédio da mamografia, e desenvolver manuais de padronização de procedimentos a serem utilizados pelos profissionais envolvidos na área em questão.

Objetivos Específicos

• Desenvolver um manual de operação de câmaras escuras, com procedimentos objetivos para a melhoria do seu funcionamento.

• Desenvolver um manual de padronização de procedimentos de interpretação das imagens.

• Desenvolver um banco de imagens de exames mamográficos e de ultra-som de pacientes normais e com patologias benignas e malignas. A partir do banco de imagens, é desenvolvido um sistema de educação continuada e de auto-avaliação contendo:

– um conjunto de casos clínicos (normais e com patologias benignas e malignas) com as imagens de mamografia e ultra-sonografia;

– descrição da história clínica de cada caso.

Obs.: os manuais, assim como o banco de imagens, serão validados por uma equipe multidisciplinar (médicos, físicos e técnicos), com o intuito de obter consenso entre osprofissionais experientes nas diferentes áreas.

• Criar home page sobre o Programa de Treinamento com:

– um banco de dados com um conjunto de perguntas e respostas mais freqüentes;

– suporte ao usuário sobre o diagnóstico;

– suporte ao usuário sobre programas de controle da qualidade.

• Realizar um Seminário Satélite, durante a Jornada Paulista de Radiologia, com a participação do Colégio Brasileiro de Radiologia, para apresentar os resultados alcançados por meio do projeto. No seminário, haverá cadastramento de instituições interessadas em obter o material produzido no decorrer do projeto.

• Realizar curso de capacitação de duzentos profissionais atuantes no Estado do Rio de Janeiro, envolvidos no processo de detecção precoce do Câncer de Mama.

Estratégia

Ampliar a quantidade de profissionais capacitados – médicos radiologistas e mastologistas e técnicas em mamografia – atuantes na detecção precoce do Câncer de Mama, por intermédio da mamografia, objetivando aumentar a eficiência e a eficácia dosprocedimentos quando da realização de exames de mamografia e quando da emissão de laudos.

Apropriada para

Atualização de médicos mastologistas e radiologistas e técnicas em mamografia.

Page 42: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n4 2

Vantagens

• Aumento do consenso nos diagnósticos dos exames de mamografia.

• Redução do percentual de diagnósticos falso-positivos e falso-negativos emitidos.

• Diminuição da distorção dos laudos aferidos pelos médicos por falta de capacitação diagnóstica.

• Eliminação da repetição de exames desnecessários devido ao mau funcionamento das processadoras automáticas de filmes e das câmaras escuras.

• Diminuição da repetição de exames de mamografia devido a erros de posicionamento.

• Diminuição do custo com repetição de exames mamográficos.

• Conscientização em relação ao controle de qualidade.

• Melhora no relacionamento interpessoal entre as técnicas em mamografia e as pacientes.

• Adoção de modelo consensual para interpretação de imagens.

• Utilização de metodologia de pré e pós-teste nas capacitações com o objetivo de aferir o grau de assimilação da capacitação.

• Utilização de material didático desenvolvido através de consenso entre profissionais da área.

Atenção/Pressupostos

Conjunto de médicos radiologistas e mastologistas e técnicas em mamografia, envolvidos na detecção precoce do Câncer de Mama, que estejam engajados no processo de melhoria dos serviços oferecidos à população.

Recursos Necessários

• Manual de Câmara Escura para Mamografia.

• Manual de Técnicas Mamográficas.

• Manual de Capacitação Profissional no Diagnóstico Precoce do Câncer de Mama.

• Manual de Avaliação das instituições contempladas.

• Casos clínicos para estudos, laudos e debates.

• Ambiente virtual de educação continuada.

Procedimentos

• Identificação de instituições parceiras para integrarem a rede do projeto.

• O projeto foi desenvolvido no âmbito do governo do Estado do Rio de Janeiro, envolvendo os hospitais públicos existentes no Estado.

• Apresentação do projeto às instituições.

• Definição do papel de cada instituição no projeto.

• Elaboração do Plano do Projeto – planejamento das atividades, definição dos professores e cronograma.

• Definição dos serviços mamográficos contemplados pelo projeto.

• Convite aos serviços mamográficos para a capacitação.

• Capacitação dos médicos e das técnicas em mamografia.

• A proposta foi capacitar duzentos profissionais indicados pela Secretaria de Estado de Saúde e selecionados conjuntamente com o Laboratório de Ciências Radiológicas (LCR)/Uerj.

• As turmas foram compostas de, no máximo, vinte participantes, seguindo o escopo dos treinamentos especificados no projeto.

• A metodologia no curso de capacitação baseou-se em aulas expositivas, com aplicação prática, através de estudos de casos.

• Foi utilizado material didático específico e as aulas foram ministradas em laboratórios especializados do LCR, com recursos multimídia e modernos equipamentos.

• Avaliação dos resultados alcançados.

• Registro das lições aprendidas.

Page 43: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 4 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Dicas

• Trata-se de um trabalho que envolve paciência, para vencer as barreiras iniciais relativas aos conceitos de trabalho multidisciplinar.• A coordenação do projeto deve ter uma postura participativa, com espírito de formação de equipe, de valorização individual de todos os integrantes em todos os níveis.• A morosidade administrativa por vezes presente deve ser levada em consideração visto que pode resultar em atrasos significativos no cronograma preestabelecido para o projeto.

Como Registrar os Dados e Resultados

• Os resultados parciais e finais do projeto devem ser registrados em planilhas, atas, relatórios, fotos, avaliações, para servirem de lições aprendidas, tenham sido elas de sucesso ou fracasso.

• No que diz respeito especificamente às capacitações, comparações entre pré e pós, treinamento, servem para avaliar o grau de assimilação adquirido durante o período.

Resultados Parciais

• Os materiais educativos foram concluídos.

• Os treinamentos foram realizados.

Parcerias

• Secretarias Estadual e Municipais de Saúde.

• Sociedade Brasileira de Mastologia.

• Associação Brasileira de Técnicas em Mamografia• INCA• Instituto Avon.

Page 44: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n4 4

títULO pró-mama – prOgrama De

prevenÇãO primária e DiagnóstiCO

preCOCe DO CânCer De mama

institUiÇãO FUnDaÇãO amaraL

CarvaLHO

COOrDenaÇãO Dr. jOãO riCarDO aULer

paLOsCHi

anO De apOiO 2004

Objetivo Geral

Aumentar o número de pacientes com diagnóstico precoce do Câncer de Mama, oferecendo treinamento aos médicos ginecologistas e demais membros da Equipe de Saúde das Unidades Básicas de Saúde do município.

Objetivos Específicos

• Implantar Serviço de Detecção Precoce do Câncer de Mama no Hospital Amaral Carvalho (HAC) e rastreamento mamográfico oportunista, contando com o trabalho de três mastologistas, uma secretária, uma psicóloga e uma enfermeira.

• Informar para desmistificar o Câncer de Mama.

• Estimular a realização do auto-exame das mamas e exames físicos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

• Integrar e aprimorar a assistência à saúde mamária plena e o processo de encaminhamento das pacientes das UBSs para o hospital para avaliação de doenças mamárias.

Estratégia

Promover prevenção primária e diagnóstico precoce do Câncer de Mama a uma população conhecida e determinada.

Apropriada para

• Implantação do Serviço de Detecção Precoce do Câncer de Mama e rastreamento mamográfico oportunista.

• Estimular a realização do auto-exame da mama e exames físicos nas UBSs.

• Integrar e aprimorar a assistência à saúde mamária plena e o processo de encaminhamento das pacientes das UBSs para o hospital para avaliação de doenças mamárias.

• Informar para desmistificar o Câncer de Mama.

• Realizar prevenção primária e diagnóstico precoce do Câncer de Mama, disponibilizando ações amplas nesses quesitos.

• Populações definidas, ideal para cidades de pequeno e médio portes.

Vantagens

• Trabalhar com uma população conhecida que vem às UBSs e que não necessitam busca ativa.

• Sensibilização e informação para prevenção do Câncer de Mama.

• Disponibilidade de mamografia e ultra-sonografia para a população, promovendo investigação imagenológica maciça para população-alvo.

• Detectar precocemente alterações mamárias e o Câncer de Mama, diminuindo a incidência de diagnósticos tardios.

• Estimular e orientar para correta realização, periódica, do auto-exame.

• Identificar e orientar a paciente de alto risco, estimulando-a quanto à adoção de hábitos saudáveis.

• Realizar processo educativo sobre percepção de morte associado ao Câncer de Mama.

• Fornecer tratamento especializado para Câncer de Mama, quando diagnosticado.

• Facilitar encaminhamentos das pacientes que procuram as UBSs com queixa ou imagenologia alterada, criando um ambulatório específico para esse fim.

Page 45: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 4 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Recursos Necessários

• Datashow e notebook para ministrar palestras.

• Folder informativo com orientações sobre saúde mamária e reforçando a importância do auto-exame das mamas.

• TV e vídeo.

• Vídeo informativo sobre prevenção primária e secundária do Câncer de Mama, que é veiculado nas salas de espera das UBSs.

• Ficha de pré-consulta para coleta de dados epidemiológicos.

• Programa de computador para realizar a análise dos dados coletados e identificar pacientes de alto risco (Gail positivo).

Procedimentos

• Foi feita parceria com a Secretaria de Saúde promovendo a participação de profissionais da Saúde (enfermeiras, técnica de enfermagem) que realizou orientação verbal, fornecimento de material impresso explicativo e disponibilizou em sala de espera o vídeo informativo sobre saúde mamária.

• A equipe de enfermagem realizou a pré-consulta e preencheu dados epidemiológicos tirando dúvidas das pacientes (o formulário permitiu detectar pacientes de alto risco para Câncer de Mama que foram cadastrados através de programa específico para se calcular o índice de Gail no Ambulatório de Prevenção do Câncer de Mama).

• Após o pré-atendimento, a paciente realiza sua consulta ginecológica na própria UBS em que está inserida. Nessa consulta o ginecologista examina a sua mama e toma suas queixas.

• Como rotina pede mamografia anual para as pacientes acima de 40 anos, e se houver necessidade de complementação diagnóstica utiliza ultra-sonografia mamária.

• Caso necessite de investigação especializada de um mastologista para tratamento mamário, o ginecologista da UBS encaminha a paciente para o Ambulatório de Prevenção do Câncer de Mama.

• Os dados epidemiológicos coletados nas UBSs e devidamente identificados são encaminhados para o Ambulatório de Prevenção do Câncer de Mama para cadastramento, onde será possível identificar pacientes de alto risco.

• Com índice de Gail positivo identificado na população-alvo, essa população é convocada a participar do Ambulatório de Prevenção do Câncer de Mama realizando acompanhamento médico e psicológico na promoção da qualidade de vida e prevenção primária e secundária.

• A partir da necessidade de investigar de forma invasiva, ou mesmo no diagnóstico do Câncer de Mama, a paciente é transferida para o Departamento de Mastologia do HAC para tratamento.

Dicas

• A Secretaria de Saúde é responsável pelas Unidades de Saúde do município, e por essa razão há necessidade de estabelecer a parceria, já que a maior parte das ações se dá nesse nível.

• A mobilização da população é obtida através do envolvimento dos profissionais de saúde inseridos nas Unidades de Saúde.

• Demonstrar dados e mudanças obtidos em relação ao Câncer de Mama, valorizando os profissionais e estimulando a sua participação.

Como Registrar os Dados e Resultados

• Deve-se centralizar o recebimento das fichas de pré-consulta das UBSs, onde uma secretária calcula o Gail e cadastra a paciente no programa.

• As UBSs devem preencher a ficha de pré-consulta da paciente na primeira consulta ao médico, após o início do programa. Essa ficha não deve ser preenchida nos retornos das pacientes. Deve-se, portanto, identificar com carimbo os prontuários já cadastrados, evitando esse problema.

• Para os outros dados a serem registrados, temos um programa hospitalar que nos possibilita saber: número de pacientes encaminhados das UBSs e os motivos desse encaminhamento, número de mamografias e ultra-sonografias realizadas, número de biópsias e o tipo delas, número de casos de câncer identificados e o estadiamento clínico respectivo, relacionando-os com dados epidemiológicos.

• As pacientes Gail positivo são cadastradas separadamente e acompanhadas, de modo que temos a data da última consulta e a programação futura, inclusive com datas previstas de exames futuros, que, caso a paciente se esqueça, é lembrada e cobrada via telefone/carta ou pessoalmente.

Page 46: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n4 6

Resultados

Os objetivos específicos foram atingidos:

• Implantação do Serviço de Detecção Precoce do Câncer de Mama e rastreamento mamográfico da população-alvo nas UBSs; realização de mamografias nas mulheres a partir dos 40 anos, anualmente. Em treze UBSs, foram feitos trabalhos de prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama, sendo que em seis foram utilizados TV + vídeo explicativo sobre o Câncer de Mama na sala de espera.

• Estimulou-se e treinou-se a realização do auto-exame. Eles continuaram a cumprir esse item integralmente nas 13 UBSs por meio dos folhetos + vídeos e informações das enfermeiras locais.

• Desmistificar o Câncer de Mama (MEDO). Eles continuaram a cumprir este item integralmente nas 13 UBSs por meio dos folhetos + vídeos e informações das enfermeiras locais.

• Criação do banco de dados sobre saúde mamária e epidemiologia da população-alvo no município de Jaú.

• Confecção de formulários próprios para a aplicação do índice de Gail a fim de detectar mulheres de alto risco. Eles realizaram essa atividade e até solicitaram remanejamento de verba para mais formulários.

• Acompanhamento das mulheres de risco elevado para Câncer de Mama + adoção de hábitos saudáveis. Foram detectados 267 pacientes de risco, e essas mulheres estão sendo acompanhadas de perto. Dentre elas, já são nove os casos de câncer identificados.

• Integração e aprimoramento da assistência à saúde mamária plena e do processo de encaminhamento das pacientes das UBSs para o hospital. Esse importante mecanismo foi criado, e com isso, agilizando-se o encaminhamento ao Hospital Amaral Carvalho, diminuindo o tempo para consulta.

• Estimulação da realização de exames da mama pelo ginecologista nos postos. Isso faz parte do mecanismo hospital/UBS. Uma vez que os ginecologistas aprendem a examinar mamas, muitos casos banais deixam de ser encaminhados para o hospital.

Indicadores Quantitativos (período: 3/2004 a 9/2006)

• Número de mamografias realizadas: 10.467.

• Número de ultra-sonografias realizadas: 1.590.

• Número de profissionais de saúde treinados: 13 médicos e cinqüenta enfermeiras.

• Número de atendimentos: foram realizadas até o momento 48.215 consultas ginecológicas nas UBSs (sendo o objetivo inicial do projeto 15 mil mulheres) + 712 mulheres no ambulatório de Prevenção do Hospital com 893 consultas. O programa recebeu 11.366 fichas pré-consulta (das UBSs) encaminhadas ao hospital.

• Número de parcerias estabelecidas – Hospital Amaral Carvalho e Secretaria de Saúde de Jaú. Essas parcerias já eram estabelecidas. Não foram criadas novas ao decorrer do programa.

• Número de casos positivos detectados: 60.

• Número de voluntários: nenhum

• Número de médicos envolvidos: três mastologistas, um ultra-sonografista e vinte ginecologistas.

• Número de cirurgias realizadas: 60 (grande porte) e 73 (pequeno porte).

• Número de encaminhamentos para fisioterapia: 60.

• O estadiamento dos casos positivos foi apenas de 15% de casos avançados. Isso superou a meta, uma vez que a média de casos avançados em Jaú, em 2003, era de 30%.

Parcerias

• Instituto Avon• Hospital Amaral Carvalho de Jaú - Departamento de Mastologia• Secretaria Municipal de Saúde de Jaú

Page 47: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

FOram DeteCtaDOs 267

paCientes De risCO, e

essas mULHeres estãO

senDO aCOmpanHaDas

De pertO. Dentre

eLas, já sãO nOve

Os CasOs De CânCer

iDentiFiCaDOs.

Page 48: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n4 8

institUiÇãO institUtO DO CânCer Dr.

arnaLDO vieira De CarvaLHO (iavC)

COOrDenaÇãO: Dr. agLiBertO BarBOsa

anO De apOiO: 2005

Objetivo Geral

Promover a detecção precoce do Câncer de Mama, reduzindo o tempo de espera para a realização de mamografias no Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (IAVC).

Objetivos Específicos

• Contribuir para melhorar a resolubilidade da abordagem do Câncer de Mama na população de mulheres que procura o atendimento no IAVC.

Estratégia

Ampliar o número de mamografias oferecidas à população de mulheres que procuraatendimento no IAVC.

Apropriada para

• Atuar na prevenção primária e secundária do Câncer de Mama.

• Colaborar para a diminuição do número de casos com estadiamento avançado.

• Aumentar o número de mulheres em condições de serem submetidas a tratamento conservador do Câncer de Mama.

• Diminuir os danos físicos e psicológicos freqüentes em pacientes com doença avançada.

• Diminuir, no longo prazo, a mortalidade por Câncer de Mama.

• Diminuir os danos sociais e familiares pela ausência dessas mulheres.

Vantagens

• O diagnóstico precoce propicia melhor qualidade de vida às mulheres com Câncer de Mama.

• O diagnóstico precoce pode diminuir os custos dos tratamentos evitando gastos com quimioterapia, internações prolongadas, fisioterapia, tratamento de metástases que ocorrerão em maior número.

• A identificação e tratamento de lesões iniciais permitem retorno ao seio da família e à atividade laborativa em menos tempo, diminuindo consideravelmente os custos sociais.

Atenção/Pressupostos

• Estabelecer termo de parceria com a Secretaria de Estado da Saúde para aumentar o teto SUS.

• Estabelecer termo de parceria com a Secretaria Municipal de Saúde para definição de fluxo de encaminhamento e recursos necessários.

• Ativo serviço de prevenção de câncer ginecológico e mamário que ofereça atendimento e orientação sobre auto-exame e rastreamento mamográfico.

• Ambulatório especializado em Mastologia.

• Prontuário específico com dados pessoais e epidemiológicos.

Procedimentos

• Análise dos custos de aquisição de mamógrafo, entre os fornecedores, apresentando inicialmente uma pessoa física como o possível comprador (negociação permitiu menor custo).

• Compra com importação direta do fabricante (EUA), transporte aéreo, terrestre, seguro e desembaraço aos cuidados de despachante aduaneiro, diminuindo custos.

• Instalação do novo equipamento em sala anexa ao mamógrafo já em funcionamento otimizou o trabalho dos técnicos e permitiu o uso de apenas uma reveladora (já existente).

• Todas as pacientes com mamografias classificadas como Bi-rads 0, 3, 4 ou 5 foram imediatamente convocadas por telefone ou telegrama para consulta com mastologista em nosso ambulatório, agilizando o diagnóstico e o tratamento.

• Gestão junto aos órgãos públicos permitiu o aumento da cota de mamografias liberadas mensalmente.

Page 49: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 4 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Dicas

• Ação judicial cautelar para importação com isenção de impostos, já que existe equipamento semelhante fabricado no Brasil.

Como Registrar os Dados e Resultados

• Informatizar o Serviço de Radiologia, com registro dos laudos de mamografias segundo a classificação Bi-rads.

• Estudo prospectivo da freqüência de casos com estadiamento avançado a partir da instalação do segundo mamógrafo.

Parcerias

• Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho

• Instituto Avon

• Associação dos Voluntários do IAVC

• Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo

• Laborgraf

• Secretaria Estadual de Saúde

• DM9 Agência de Propaganda

• Sabesp

• Gol Linhas Aéreas

• Doação de pessoa física

Page 50: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n5 0

títULO rastreamentO DO CânCer De

mama pOr meiO DO eXame CLíniCO

nO estaDO De matO grOssO DO sUL

prOjetO tOQUe De viDa

institUiÇãO inCa – CampO granDe/ms

COOrDenaÇãO LUiz CLáUDiO santOs

tHULer e HiLDa gUimarães De Freitas

anO De apOiO 2004

Objetivo Geral

Avaliar o impacto da realização do exame clínico das mamas, anualmente, como estratégia de rastreamento organizado do Câncer de Mama na população feminina em três municípios do Estado de Mato Grosso do Sul, coberta pelo Programa Saúde da Família.

Objetivos Específicos

• Ter a prevenção do Câncer de Mama como prioridade nos municípios atingidos por este projeto.

• Difundir para 100% da população-alvo informações sobre o Câncer de Mama, com ênfase nos fatores de risco que são passíveis de intervenção, como obesidade na pós-menopausa, exposição à radiação ionizante em altas doses, exposição a pesticidas/ organoclorados e tabagismo.

• Realizar exame clínico das mamas em 50% da população-alvo.

• Investigar 100% das mulheres com exames clínicos alterados.

• Tratar 100% das mulheres com câncer.

Estratégia

Rastreamento de Câncer de Mama através do Exame Clínico de Mama (Projeto Toque de Vida).

Apropriada para

• Reorganizar os serviços em lugares onde não é garantida a mamografia para 100% das mulheres, conforme Consenso de Mama, INCA, 2004.

Vantagens

• Trabalhar na comunidade o estigma do câncer.

• Trabalhar hábitos saudáveis de vida.

• Detectar precocemente nódulos mamários.

• Impactar a longo prazo a mortalidade por Câncer de Mama.

• Estimular a mulher para o conhecimento do próprio corpo por meio do auto-exame das mamas.

• Criação de material para os agentes comunitários de saúde trabalharem na comunidade.

• Capacitar os profissionais da rede.

Atenção/Pressupostos

O projeto pode ser empregado em níveis de aplicação de medidas preventivas de estratégias de prevenção primária e secundária.

Recursos Necessários

• Datashow com apresentações para as capacitações.

• Manual para capacitação de médicos e enfermeiros “Falando sobre Câncer de Mama”.

• Álbum seriado utilizado pelos agentes comunitários de saúde nas visitas domiciliares e nas Unidades de Saúde para tirar dúvidas das mulheres.

• Cartilha para os agentes comunitários de saúde falando sobre câncer para orientar a comunidade.

• Folder para as mulheres esclarecendo dúvidas e reforçando a importância dos exames.

• Cartaz convidando a mulher para o exame clínico das mamas.

• Ficha do projeto de coleta de dados clínicos e o registro do exame da mama.

• Aerograma contendo questionário de avaliação do atendimento.

Page 51: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 5 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Procedimentos

• Apresentação do Projeto na CIB (Comissão Intergestores Bipartite).

• Carta de compromisso do gestor de saúde (estadual e municipais) firmando o projeto como prioridade em seu município.

• Apresentação do projeto ao Conselho Estadual de Saúde.

• Oficina de Planejamento com os municípios envolvidos para que cada um execute o projeto diante da sua realidade.

• Buscar na rede (serviços) profissionais que tenham experiência em realizar exame clínico da mama, preferencialmente mastologista.

• Busca de parceiros, formação de redes (como indústrias, fábricas, lojas, lideranças, ONGs etc).

• Capacitação dos profissionais.

• Questionário de avaliação do atendimento enviado às mulheres que apresentaram alguma alteração no exame clínico.

• Duas oficinas de readequação de estratégias e avaliação.

Dicas

Apresentar o projeto no Conselho de Saúde por ser uma instância onde há participação de vários seguimentos sociais, a saber:

• Usuários.

• Prestadores de Serviços.

• Instâncias governamentais e não-governamentais, entre outras.

Na sensibilização dos agentes comunitários, utilizar dinâmicas de grupo para fixação e compreensão do conteúdo.

O projeto deve ser avaliado a cada seis meses com a finalidade de redirecionar as ações para que os objetivos sejam atingidos.

Como Registrar os Dados e Resultados

Utilizada uma ficha de atendimento e os dados repassados para um programa local no Acess, onde foi possível condensar dados.

Resultados

• Foram realizados exames clínicos das mamas em 11.884 mulheres, o que equivale a 133,4% da meta previamente estabelecida de 8.910 (50% de 17.820 no primeiro ano).

• Nesse grupo foram encontradas alterações no exame clínico das mamas em 10,5% e história familiar de Câncer de Mama em 2,9%.

• O número total de casos novos de Câncer de Mama foi de 15, que equivale a duas vezes mais casos que aqueles esperados segundo as estimativas do INCA (sete casos novos de câncer por ano).

• Outros benefícios:

– maior envolvimento dos profissionais de saúde (equipe multidisciplinar);

– maior participação dos meios de comunicação comunitários, possibilitando “falar mais sobre Câncer de Mama”.

• Aumento dos casos de Câncer de Mama detectados precocemente.

• Melhoria no seguimento das mulheres com exames alterados.

• Maior adesão ao tratamento.

Parcerias

• Secretaria Estadual de Saúde

• Secretarias Municipais de Saúde

• Indústrias

• Comércio

• ONGs

• Lideranças comunitárias, Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher

• Instituto Avon

• Mídia (rádios locais e comunitárias)

• Universidades (cursos de Enfermagem e Medicina) e pesquisadores

Page 52: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n5 2

títULO mUtirãO DOs nóDULOs

mamáriOs na regiãO sUL DO mUniCípiO

De sãO paULO

institUiÇãO UniFesp – HOspitaL sãO

paULO – DisCipLina De mastOLOgia

COOrDenaÇãO prOF. Dr.LUiz

HenriQUe geBrim

anO De apOiO 2004

Objetivo Geral

Organizar a referência e contra-referência da rede pública e agilizar o atendimento secundário nos Centros Especializados nas etapas diagnósticas (punção, biópsia, mamografia e ultra-som) de mulheres com idade superior a 40 anos de idade, na região sul do município de São Paulo.

Objetivos Específicos

• Implementar o atendimento resolutivo em consulta única para mulheres com sintomas mamários (nódulo).

• Propiciar treinamento específico aos agentes comunitários de saúde para que agendem consulta com o ginecologista na mesma semana para mulheres que apresentarem nódulo mamário.

• Capacitar ginecologista ou mastologista para o atendimento resolutivo em consulta única, via SUS.

• Identificar as Unidades Secundárias para acompanhamento das doenças benignas.

• Divulgar o atendimento resolutivo do Centro de Referência da Saúde da Mulher do Hospital Pérola Byington e da disciplina de Mastologia da Unifesp.

Estratégia

Criar Unidade Secundária para o diagnóstico precoce do Câncer de Mama na rede municipal da zona sul do município de São Paulo visando garantir o fluxo de atendimento ágil e resolutivo, nos moldes do Centro de Referência do Hospital Pérola Byington (Pronto- Atendimento exclusivo para nódulos ou alterações mamográficas mamárias).

Apropriada para

• Confirmar ou excluir malignidade dos tumores em mulheres com nódulos mamários.

• Conscientizar médicos, enfermeiros e funcionários das Unidades Básicas de Saúde de que mulheres com nódulo mamário devem ter prioridade no atendimento.

• Criar um modelo de atendimento hierarquizado com divisão de responsabilidades.

Vantagens

• Promove em consulta única o atendimento.

• Reduz o número de casos avançados de Câncer de Mama no Brasil.

• Garante acesso ao diagnóstico e tratamento.

• Garante tratamento dos casos de Câncer de Mama diagnosticados.

• Capacitação e treinamento de alunos de graduação em medicina, médicos residentes de ginecologia, estagiários e mastologistas desenvolvendo tanto o aspecto técnico, como o senso de responsabilidade social.

Atenção/Pressupostos

Para que o projeto tenha êxito é fundamental uma sólida rede de parcerias com:

• Agentes do poder público, tais como Secretaria de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, Unidades Básicas de Saúde – importantes para priorizar o atendimento inicial.

• Universidades, capacitando e dando credibilidade ao projeto dentro de um trabalho de humanização do atendimento e ajuda na formação dos futuros profissionais, que atuam como agentes multiplicadores de informações.

• Organizações não-governamentais que atuem em áreas de assistência à população – importante para a divulgação e organização dos atendimentos do projeto.

Recursos Necessários

• Material de divulgação, em conjunto com a Secretaria de Saúde.

• Aquisição de material para biópsias percutâneas.

• Computador para a confecção de um banco de dados das pacientes atendidas.

Page 53: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 5 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Procedimentos

• Utilizando-se critérios técnicos, foram mapeadas as unidades da rede municipal da zona sul de atendimento primário e secundário, em total sincronismo com os Centros de Referência para o encaminhamento das pacientes com nódulos mamários.

• Enviou-se grupo de apoio composto de médicos mastologistas para um trabalho semanal nas cinco principais UBSs (as que já dispunham de um recurso, preferencialmente mamógrafos).

• Realizou-se o treinamento das equipes multiprofissionais envolvidas para normatizar a triagem e conduta racional das pacientes, agilizando os encaminhamentos, além da orientação da importância para o diagnóstico precoce.

• Esse trabalho visa a médio prazo articular e viabilizar o preparo para etapas futuras que envolverão o rastreamento mamográfico das pacientes assintomáticas com idade superior a 50 anos.

• As pacientes com nódulos suspeitos têm à disposição, já no primeiro dia de atendimento, toda a infra-estrutura do Centro de Referência da Unifesp e do Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM) para o diagnóstico de certeza e início de tratamento imediato. Pela incidência do Câncer de Mama ser maior após os 40 anos de idade, há de se priorizar esse grupo etário.

• Com esse intuito, viabilizou-se na disciplina de Mastologia da Unifesp e no Centro de Referência da Saúde da Mulher do Hospital Pérola Byington atendimento em mesma área física dotada de 4 (quatro) equipamentos de mamografia, sendo um digital com estereotaxia, 2 (dois) equipamentos de ultra-som. Foi adaptada uma sala para exame citológico com coloração imediata com microscópio, agulhas para biópsias percutâneas e sala para cirurgia ambulatorial.

• O atendimento em consulta única foi implementado após a capacitação pela equipe de mastologistas treinados há mais de três anos em atendimento resolutivo na Unifesp, em conjunto com médicos mastologistas do Hospital Pérola Byington.

• O Centro de Referência tem finalidade assistencial e de ensino, capacitando especialistas para atuar na rede pública.

• As pacientes são submetidas a um breve questionário para que sejam identificadas as Unidades Básicas de triagem com dados básicos de interesse científico a serem usados posteriormente nos cursos de capacitação, exame físico para confirmação de alterações clínicas e, a critério médico, propedêutica imagenológica ou biópsia.

• As pacientes que necessitaram de tratamento oncológico realizaram seus exames pré-operatórios e a cirurgia foi agendada para um período de, no máximo, dez dias.

• Tendo em vista o grande número de doenças benignas, está sendo estruturada a contra-referência da rede secundária para resolução desses casos e futura triagem inicial das UBSs, impedindo o deslocamento das pacientes sem necessidade.

• A experiência clínica embasada no conhecimento de prioridades de atuação em Saúde Pública em Mastologia são fundamentais para cumprir os objetivos de qualquer programa de redução de mortalidade por câncer.

• Conclui-se que o treinamento da equipe multiprofissional em um centro habilitado ao atendimento resolutivo deve preceder ou ser concomitante à utilização de recursos para readequação ou melhora da infra-estrutura.

Como Registrar os Dados e Resultados

Os dados são registrados em um banco de dados, de base SQL, que nos permite fazer levantamentos rápidos e precisos.

Page 54: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n5 4

Resultados

• Número de atendimentos: 14.367.

• Número de ultra-sonografias realizadas: 1.490.

• Número de profissionais de saúde treinados: 264 médicos ginecologistas da rede pública da zona sul de São Paulo.

• Visitas aos 5 (cinco) Centros Secundários: Jardim dos Prados, Hospital Interlagos, Hospital Campo Limpo, Santa Casa de Santo Amaro e Hospital Regional Sul.

• Foi criado o Comitê de Alta Resolubilidade para Câncer de Mama no município de São Paulo, com intuito de propagar o projeto em toda a cidade.

• Realização de um trabalho científico do Pibic(CNPq) apresentado em congresso, no segundo semestre de 2006.

• Cerca de 30% das pacientes encaminhadas pelo ginecologista não apresentavam nenhuma patologia mamária, tendo sido encaminhadas desnecessariamente.

• O diagnóstico em consulta única foi possível em 84,5% das pacientes.

• O número de casos positivos para malignidade foi inferior a 8%. Foram diagnosticadas e tratadas 968 mulheres de Câncer de Mama, sendo 73,4% nos estadios I e II e apenas 26,4% nos estadios avançados (III e IV).

Parcerias

• Secretaria Estadual da Saúde do Estado de São Paulo

• Disciplina de Mastologia da Unifesp

• Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo

Page 55: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 5 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

títULO impLantaÇãO DO serviÇO

amBULatOriaL gratUitO De prevenÇãO e

tratamentO DO CânCer De mama

institUiÇãO aFeCC – assOCiaÇãO

Feminina De eDUCaÇãO e COmBate aO

CânCer – HOspitaL santa rita

De Cássia – vitória/es

COOrDenaÇãO maria apareCiDa

FranÇa sianO

memBrOs Da eQUipe DO prOjetO:

LiLiane COsta BrasiLeirO –

COOrDenaDOra aDministrativa

maria apareCiDa FranÇa sianO –

COOrDenaDOra sOCiaL

jULiana mara tempOrim mOreira –

assistente aDministrativa

rOBertO De OLiveira Lima –

COOrDenaDOr Da área méDiCa

regina maria santOs mUraD –

avaLiaDOra eXterna

méDiCOs gineCOLOgistas/

mastOLOgistas DO COrpO CLíniCO DO

HsrC aCaDêmiCas De serviÇO sOCiaL

vOLUntárias Da aFeCC

FUnCiOnáriOs DO HsrC

anO De apOiO 2004

Objetivo Geral

Promover a divulgação e multiplicação de informações e atendimento médico para adetecção precoce do Câncer de Mama, para que no prazo de 10 (dez) anos possa ser avaliada a redução da mortalidade entre mulheres acima de 40 anos provocada por esse tipo de câncer nos municípios de Vitória, Vila Velha e Cariacica. Implantar no hospital um serviço ambulatorial gratuito de prevenção e tratamento do Câncer de Mama.

Objetivos Específicos

• Realizar palestras de prevenção sobre o Câncer de Mama para mulheres acima de 40 anos com dificuldades ao acesso a serviços de saúde, dos

municípios de Vitória, Vila Velha e Cariacica (100 mulheres para cada município por palestra).

• Estimular a formação de hábitos saudáveis de vida, prática permanente de exames preventivos e o auto-exame.

• Proporcionar consultas com médicos ginecologistas/mastologistas, no Ambulatório do Hospital Santa Rita de Cássia, a todas as mulheres acima de 40 anos que tiveram presença nas palestras.

• Oferecer a todas as mulheres consultadas exames de mamografia e nos casos que apresentarem nódulo ser realizada a ultra-sonografia para diagnóstico diferencial (nódulo sólido e cístico). Caso seja cisto, recomenda-se rastreamento mamográfico de acordo com a faixa etária; no caso de ser sólido, controle ou biópsia.

• Tratar gratuitamente todos os casos positivos detectados durante o projeto, nas instalações do Hospital Santa Rita de Cássia. Os diagnósticos e tratamentos de todas as mulheres atendidas neste projeto serão realizados por médicos oncologistas do Hospital Santa Rita de Cássia.

Estratégia

Ampliar a cobertura de serviços referente à detecção precoce e ao tratamento do Câncer de Mama a outros hospitais locais e a municípios vizinhos.

Apropriada para

• Organizar um fluxo de atendimento para prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama nos municípios envolvidos (Vitória, Vila Velha e Cariacica) para uma unidade de referência (Hospital Santa Rita de Cássia).

• Reorganizar o serviço existente de forma a suportar o aumento do número de mulheres atendidas.

Page 56: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n5 6

Vantagens

• Reduzir o tempo entre a consulta e o início do tratamento dos casos diagnosticados.

• Atingir um maior número de mulheres.

• Estimular hábitos saudáveis de vida, através das palestras.

• Estimular o conhecimento do corpo por meio das mamamigas, após cada palestra.

• Aumentar a oferta de exames de mamografia a todas as mulheres consultadas em um período reduzido.

• Tratar todas as mulheres com diagnóstico de câncer.

• Capacitar um maior número de voluntários para atender à demanda existente.

• Reduzir a longo prazo o índice de mortalidade por Câncer de Mama.

Atenção/Pressupostos

Estabelecer parcerias que garantam os serviços referentes à detecção precoce e aotratamento do Câncer de Mama.

Recursos Necessários

• Folders do Câncer de Mama – distribuídos nos dias das palestras para disseminar conhecimentos sobre o Câncer de Mama e estimular a busca por consultas.

• Datashow e notebook – usados nas palestras sobre a prevenção, detecção precoce e o tratamento do Câncer de Mama.

• Mamamigas– utilizadas para o treinamento do auto-exame e conhecimento do corpo. Essa prática é feita nos términos das palestras.

• Livro de registro – consta nome, idade e bairro das mulheres que compareceram às palestras.

• Senhas – distribuídas às mulheres presentes nas palestras para o dia da consulta.

• Fichas médico-sociais – preenchidas por voluntários nos dias das consultas.

• Agenda do Setor de Diagnóstico do HSRC para agendamento de mamografia.

• Mamógrafo específico para o programa.

• Aparelho de ultra-sonografia utilizado nos casos suspeitos.

• Equipamento e materiais utilizados para o tratamento de: quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

• Exames anatomo-patológicos.

Procedimentos

• A metodologia contemplou a parceria como estratégia privilegiada de divulgação/disseminação, execução, monitoramento e avaliação do projeto.

• Em conjunto com os parceiros, o plano de ação foi analisado, para indicar as adequações necessárias à execução das atividades planejadas, bem como definir as competências que couberam a cada um dos parceiros e o período de realização das atividades.

• A execução dos trabalhos ficou a cargo das equipes de técnicos e voluntários da Afecc/HSRC, acadêmicos de Serviço Social e coordenadores de Programas de Saúde da Mulher das Secretarias Municipais de Vitória, Cariacica e Vila Velha, dentro do plano de ação.

• Foram realizadas reuniões com prefeitos, secretários municipais de saúde de Vitória, Cariacica e Vila Velha e coordenadores de programas de Saúde da Mulher.

• Foram realizadas reuniões com coordenadores dos programas para definição do cronograma das palestras e consultas.

• Foi realizada reunião com o coordenador da Equipe Médica para elaboração do material que foi utilizado nas palestras de prevenção do Câncer de Mama.

• Reunião do coordenador da Equipe Médica junto com a assistente social e todos os médicos participantes para apresentação da palestra e do cronograma da escala dos médicos palestrantes.

Page 57: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 5 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

• Foram capacitados quarenta voluntários para atividades: palestras, consultas, agendamento de exames de mamografias.

• Distribuição dos folders de prevenção do câncer de mama nos dias de palestra.

• Reuniões mensais de avaliação com os voluntários.

• Reuniões mensais de avaliação com os coordenadores dos programas.

• Reuniões mensais com a avaliadora externa, coordenadora da captação de recursos e assistente social responsável pela execução do projeto para monitoramento e avaliação.

• Busca de parceiros para ampliar a rede.

• Reunião com médico mastologista/ginecologista.

• Apresentação do projeto a vereadores dos municípios, para ser apresentado na Câmara dos Vereadores e ser votado como projeto de lei.

Dicas

• Formação de um banco de dados.

• Sensibilizar mais empresas, o poder público e a sociedade civil de maneira que essa rede possa ser ampliada, tendo um maior número de serviços que atenda mulheres com dificuldades ao acesso a serviços de saúde referente ao Câncer de Mama, possibilitando a detecção precoce e o tratamento, conseqüentemente, a redução da mortalidade.

• As ações devem ser monitoradas continuamente para que os ajustes necessários sejam feitos frente aos problemas apresentados, resultando em respostas satisfatórias que garantam credibilidade ao projeto.

Como Registrar os Dados e Resultados

Foi criada uma ficha médico-social que deverá ser repassada para um banco de dados, quando for criado um programa específico para o projeto.

Resultados

Principais resultados em 2004:

• Todos os objetivos específicos e metas foram superados:

2.884 mulheres com 40 anos ou mais participaram das palestras (meta: 2.400);

2.523 mulheres com 40 anos ou mais realizaram consulta;

2.449 mulheres com 40 anos ou mais fizeram mamografia;

28 casos suspeitos de Câncer de Mama;

28 biópsias realizadas;

19 alterações benignas;

8 casos confirmados;

4 casos submetidos a quadrantectomia com pesquisa linfonodo;

1 caso submetido à quadrantectomia;

2 casos submetidos à mastectomia;

1 caso submetido à quimioterapia prévia;

7 cirurgias realizadas;

2 pacientes em quimioterapia;

4 pacientes em radioterapia;

1 paciente em hormonioterapia.

Estadiamento das pacientes com Câncer de Mama:

T1.sNOMO – ECO: 1 caso (detecção mais precoce é ideal para diagnóstico com quase 100% de cura);

T1.sNOMO – ECI: 3 casos (detecção inicial);

T1.bNOMO – ECI: 1 caso (detecção inicial);

T2.NOMO – ECII: 2 casos;

T4.bN1MO – ECIII: 1 caso.

• Resultados evidenciam que foi conseguido um ótimo índice de eficiência e eficácia na aplicação dos recursos e efetividade das ações.

• Projeto obteve financiamento para a expansão e continuidade em 2005.

Page 58: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n5 8

• O projeto em 2005 teve a inclusão de mais um município (Serra), com atendimento a 3.200 mulheres (800 mulheres de acréscimo), tendo como financiador pessoa física.

• Resultados do projeto em 2005:

3.741 mulheres com 40 anos ou mais participaram das palestras;

3.174 mulheres com 40 anos ou mais realizaram consulta;

2 750 mulheres com 40 anos ou mais fizeram mamografia;

13 casos detectados positivos;

21 casos para agulhamento;

22 casos para biópsia;

13 casos encaminhados para cirurgia;

2 pacientes encaminhadas para radioterapia;

10 pacientes encaminhadas para quimioterapia;

2 pacientes encaminhadas para hormonioterapia.

Número de casos suspeitos nos Municípios de

Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra:

– 45 casos

Número de casos confirmados por município:

• Vitória: 3 casos;

• Vila Velha: 4 casos;

• Cariacica: 3 casos;

• Serra: 3 casos.

Casos positivos e seus estadiamentos:

T1s NOMO – ECO: 2 casos (detecção precoce);

T1bNOMO – ECI: 1 caso (detecção precoce);

T1cNOMO – ECI: 3 casos (detecção precoce);

T1cN1MO – EII: 1 caso;

T1bN1MO – ECII: 1 caso;

T2NOMO – ECII: 2 casos;

T2N1MO – ECII: 1 caso;

T4bN1MO – ECIII: 1 caso;

T3N1MO – ECIII: 1 caso.

O projeto teve continuidade em 2006 com um grande marco através da Lei n° 3.039, que autoriza o município de Serra a firmar convênio com a Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer para execução do Projeto de Prevenção, Detecção Precoce e Tratamento do Câncer de Mama.

Outra conquista foi a formação de um grupo com todas as mulheres que tiveram diagnóstico de Câncer de Mama desde o primeiro ano do projeto. Esse grupo é coordenado por uma assistente social, duas acadêmicas de serviço social e se reúne quinzenalmente. Para palestras, conta com a participação de médicos e outros profissionais de diferentes áreas. O grupo tem como proposta acompanhar essas mulheres em sua totalidade, fortalecer a importância da continuação do tratamento, trocar experiências e incentivar a ajuda mútua. O nome do grupo é Grupo Vida Nova e foidefinido por suas integrantes.

Parcerias

• Secretarias Municipais de Saúde de Vitória, Cariacica, Vila Velha e Serra

• Universidades

• Grupo de voluntárias

Page 59: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

Uma COnQUista FOi

a FOrmaÇãO De Um

grUpO COm tODas as

mULHeres QUe tiveram

DiagnóstiCO De

CânCer De mama DesDe

O primeirO anO DO

prOjetO.

Page 60: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n6 0

títULO eDUCaÇãO De méDiCOs e OUtrOs

prOFissiOnais De saúDe, grUpO De

vOLUntariaDO, CUiDaDOres e FamiLiares

através Da reDe BrasiLeira De COmBate

aO CânCer (rBCC), COm váriOs

prOgramas De DesenvOLvimentO e

eDUCaÇãO COntinUaDa a DistânCia via

satéLite nessa área.

institUiÇãO spOC – sOCieDaDe paULista

De OnCOLOgia CLíniCa

COOrDenaÇãO Dra. nise HitOmi

YamagUCHi

anO De apOiO 2004

Objetivo Geral

Democratizar o conhecimento médico-científico em cancerologia para profissionais da área da saúde, visando a promoção da saúde, prevenção e diagnóstico precoce do Câncer de Mama e propiciando um atendimento melhor à população brasileira.

Objetivos Específicos

• Realizar prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

• Capacitar médicos e profissionais de saúde que atuam na área.

• Capacitar o grupo de voluntariado ligado à causa.

• Envolver os gestores hospitalares na causa Câncer de Mama.

Estratégia

Ensino a distância através de uma rede via satélite que visa à democratização do conhecimento médico-científico em Câncer de Mama, buscando a promoção da saúde, prevenção e diagnóstico precoce do Câncer de Mama, e proporcionando um atendimento melhor à população brasileira.

Apropriada para

• País de dimensões continentais, em que muitas vezes os atores do sistema estão separados por distâncias e vales econômicos que dificultam o acesso ao conhecimento essencial para salvar vidas e fazer detecção precoce do Câncer de Mama, bem como o tratamento com competência, em tempo hábil.

• Mais de 130 hospitais, universidades, associações médicas e clínicas interligados pela Rede da Conexão Médica, um sistema de TV através de satélite que promove uma grade de programação ao vivo e interativa por meio de um 0800 e da internet.

• Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e, principalmente, o voluntariado em instituições que trabalham com o Câncer de Mama.

• O desenvolvimento de uma rede de interação local, potencializando as capacidades instaladas e ampliando a rede de ação em nível nacional.

• O aprimoramento dos professores e do sistema de educação a distância.

Vantagens

• Constituição de uma comunidade multidisciplinar que se reúne sistematicamente uma vez por mês, assiste ao conteúdo programático e o discute.

• Alcance nacional em regiões de difícil mobilização por questões geográficas, sociais e econômicas.

• Capacitação de profissionais habilitados na prevenção, detecção precoce e tratamento do Câncer de Mama.

• Custo institucional zero para quem já faz parte da rede da conexão médica, onde a atualização se faz sem precisar sair para congressos fora do ambiente de trabalho.

• Valorização de títulos de especialistas através de créditos adquiridos pelo envio de listas de presença pelo indivíduo responsável pelo centro de retransmissão.

• Valorização do aprendizado e do estudo para um voluntariado capacitado, que saiba se comunicar adequadamente com a paciente e demonstrar o conhecimento necessário quando se lida com pacientes com Câncer de Mama.

• Percepção do cunho prático do curso, onde aspectos básicos e complexos são abordados de forma didática.

Page 61: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 6 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

• Acesso a professores preparados e disponíveis que podem dar as aulas do estúdio ou mesmo de outros centros no Brasil.

• Novos aspectos diagnósticos e de prevenção precoce podem se estruturar em torno do conhecimento gerado pelo curso.

Atenção/Pressupostos

• Rede da Conexão Médica ativa, com aparelhos atualizados e atuantes.

• Comunidade de profissionais de saúde engajada e com prioridade, naquele momento, para o desenvolvimento do programa, de forma a crescer de maneira sustentável.

• Profissionais de saúde e voluntariado com desejo de aprender o contexto no qual o Câncer de Mama se forma no organismo, e como ele é tratado quando descoberto precocemente.

• Uma rede de parcerias da capacidade instalada e da formação de novos ativos.

• A oportunidade de se criar uma metodologia de ensino que vença pelas suas habilidades.

• Custos operacionais contemplados na ocasião da formação do projeto.

• Treinamento de seres humanos engajados com potencial de atividade nas suas regiões e instituições.

Recursos Necessários

• Datashow interligado por cabos de envio e manutenção das imagens.

• Conexão via satélite e tecnologia de ponta.

• Aulas presenciais com o maior índice de aproveitamento ao longo do curso, dada a propaganda positiva que a participação traz.

• Professores de diversas áreas disciplinares gabaritados.

• A existência de uma rede instalada em mais de 130 regiões do Brasil.

Procedimentos

• A criação do projeto e apresentação ao Instituto Avon.

• O estabelecimento de parcerias com organizações que possam alavancar o processo burocrático e atingir ideais comuns.

• A parceria científica precisa ficar bastante em evidência.

• Levantamento de fundos para a realização do projeto.

• Estudo piloto.

• Acreditar que é possível...

• Através de uma programação composta por doze programas que foram ao vivo e interativo e mais duas reprises, transmitidos a partir de maio de 2005 a julho de 2006, com periodicidade mensal, totalizando 90 minutos cada, no formato ao vivo e interativo por telefone 0800, fax ou e-mail, com conteúdo desenvolvido pela Sociedade Paulista de Oncologia Clínica, e o apoio de sociedades e entidades convidadas voltadas especificamente para o tema Câncer de Mama, abordando os aspectos mais relevantes em prevenção, detecção, combate e encaminhamento para a formação dos profissionais de saúde e voluntariado, disseminando em todo o Brasil a atividade e não apenas em uma única localidade.

• Para aqueles que não puderam acompanhar a programação no dia da exibição ao vivo, reprises puderam ser solicitadas por um telefone 0800 que ficou à disposição de todos os pontos receptores participantes efetivamente ou não da programação, ou pelo uso da CDteca (disponibilizada pela Spoc) por grupos locais, pelo uso de um CD contendo o vídeo e o áudio digital dessa ou daquela reunião transmitida.

Page 62: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n6 2

Dicas

• Mudança de cultura demanda tempo e dedicação.

• O que você deseja oferecer nem sempre é considerado pela comunidade que precisa receber.

• A evolução da tecnologia precisa ser acompanhada de perto para aumentar o potencial de alcance.

• Técnicas de mensuração da freqüência e do aproveitamento.

• Utilização de estratégias de marketing positivo.

• Nunca desistir.

Como Registrar os Dados e Resultados

• Listas de presença em todas as salas com um responsável.

• Recebimento e compatibilização das informações geradas dentro do programa do Instituto Avon – Spoc/SP.

• Conhecimento do fluxo de informações.

• Geração de relatórios sistemáticos.

• Envio de relatórios a todo o grupo de parceiros efetivos.

• Interatividade de opiniões e sugestões em reuniões pontuais periódicas.

Resultados

12 transmissões ao vivo.

Parcerias

• Instituto Avon• Fundação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo• Unaccam• Napacan• Jornalistas• Rede de relacionamentos• Outras sociedades médicas.

Page 63: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 6 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

títULO De peitO aBertO

institUiÇãO serviÇO De mastOLOgia

DO DepartamentO De gineCOLOgia e

OBstetríCia DO HOspitaL Das CLíniCas

Da UniversiDaDe FeDeraL De gOiás

COOrDenaDOr rUFFO De Freitas júniOr

anO De apOiO 2004

Objetivo Geral

Criar núcleo de prevenção, detecção precoce, tratamento e reabilitação do Câncer de Mama na cidade de Goiânia, que possa organizar e coordenar ações de saúde referentes ao Câncer de Mama, de forma contínua, para que todas as mulheres tenham acesso ao serviço, visando em médio prazo, a uma redução de cirurgias mutilantes e, eventualmente,redução da mortalidade do Câncer de Mama em moradoras da cidade de Goiânia.

Objetivos Específicos

• Criar um núcleo de integração incluindo Serviço de Mastologia da Universidade Federal de Goiás, Liga da Mama, Associação dos Portadores de Câncer de Mama, Secretaria Municipal de Saúde, Registro de Câncer de Base Populacional da cidade de Goiânia.

• Conscientizar e orientar a população sobre a importância da prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

• Facilitar a entrada de mulheres com alterações mamárias na rede de saúde pública.

• Realizar diagnóstico precoce de Câncer de Mama.

• Encaminhar as pacientes que necessitem de atendimento terciário ao Serviço de Mastologia do Hospital das Clínicas de Goiás, onde receberão tratamento médico especializado e reabilitação.

• Realizar treinamento dos profissionais dos postos de saúde (Cais) da rede de atenção primária da Secretaria Municipal de Saúde.

• Obter dados para pesquisas epidemiológicas.

• Gerar informações epidemiológicas, contribuindo para uma melhoria do banco de dados do Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia.

• Fornecer informações epidemiológicas para tomada de decisões de ações básicas da Secretaria Municipal da Saúde.

Estratégia

Realizar programa continuado de educação e rastreamento do Câncer de Mama que abrange todos os distritos sanitários da cidade de Goiânia, escolhidos de acordo com o número de mulheres desassistidas em suas necessidades relativas ao Câncer de Mama.

Apropriada para

• Implantação de um núcleo de detecção precoce de Câncer de Mama.

• Integrar e aprimorar a assistência à saúde mamária da rede primária à rede terciária.

• Realizar diagnóstico precoce de Câncer de Mama.

• Promover assistência médica à população da rede de saúde pública.

• Estimular a realização do auto-exame e do exame físico pelos profissionais do PSF e das UBSs.

• Ampliar a capacidade de realização de mamografias.

Vantagens

• Mobilização dos profissionais da Área de Saúde.

• Melhoria do padrão de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde.

• Valorização dos profissionais ligados ao Programa de Saúde da Família.

• Socialização dos conhecimentos relacionados ao diagnóstico precoce e prevenção primária do Câncer de Mama e de seus benefícios.

• Aumento do número de mulheres em rastreamento para o Câncer de Mama.

• Melhoria da qualidade dos mamógrafos locais que atendem a clientela previdenciária.

• Melhor aproveitamento dos recursos financeiros destinados ao rastreamento do Câncer de Mama.

Page 64: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n6 4

Atenção/Pressuposto

• Parceria formalizada com a Secretaria Municipal de Saúde.

• Termo de Cooperação Técnica entre a Universidade e Secretaria Municipal de Saúde.

• Envolvimento dos profissionais de saúde da Secretaria Municipal de Saúde.

Recursos Necessários

• Local para o desenvolvimento do núcleo de rastreamento e capacitação.

• Mamógrafo para o rastreamento.

• Aparelho de ultra-sonografia, que serve como apoio ao diagnóstico das lesões vistas na mamografia.

• Projetor multimídia e notebook para ministrar palestras.

• Computadores conectados em rede para armazenamento dos dados e troca de informações.

• Telão.

• Pincéis atômicos e pranchetas para orientação.

• Folder informativo com orientações sobre saúde mamária, importância da mamografia no rastreamento e auto-exame.

• Ficha para coleta de dados epidemiológicos.

• Negatoscópios para análise de mamografias e treinamento dos profissionais.

• Lupas.

• Mamamiga, para facilitar a orientação sobre auto-exame.

• CD com informações sobre Câncer de Mama que é repassado aos profissionais, durante a capacitação.

• Pessoal necessário: coordenador do projeto, secretária, mastologistas, radiologistas e estagiários.

Procedimentos

• O projeto funcionou em cada distrito sanitário de Goiânia por um período de oito semanas, constituindo um ciclo.

• Com o apoio estrutural do Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia, bem como da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, a equipe do Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás, juntamente com os membros da Liga da Mama da Faculdade de Medicina/UFG, se deslocou para o distrito selecionado.

• Houve uma reunião com as equipes do PSF e das UBSs do distrito sanitário-sede dois meses antes da capacitação e do atendimento, a fim de motivá-los, treiná-los e orientá-los quanto à realização da mamografia, aos objetivos e ao funcionamento do Projeto de Peito Aberto. Essas reuniões ocorriam em uma das unidades do distrito-sede.

• Foram realizadas a divulgação e sensibilização dos profissionais do distrito.

• Na mesma semana, foi distribuído a cada unidade um kit com os pedidos de exames, corretamente identificados, a ficha de cadastramento da mulher, um informativo do retorno da paciente com local, data e horário onde seria entregue a mamografia e onde o atendimento médico seria realizado. Cartazes do projeto e material explicativo sobre o funcionamento, plano de ação e orientações para os funcionários do distrito sanitário envolvidos no Peito Aberto também foram entregues na ocasião.

• A Secretaria Municipal de Saúde e o Programa de Mastologia distribuíram panfletos explicativos sobre o Câncer de Mama, mamografia e auto-exame das mamas a todas as mulheres que receberam o pedido de mamografia nos postos de saúde e também durante as palestras educativas realizadas no decorrer da parte prática. Dessa forma, as informações contidas nos folhetos educativos puderam ser repassadas a vizinhas, parentes e amigas.

• A mídia televisionada colaborou para a divulgação das informações, conscientizando e orientando sobre o Câncer de Mama, atingindo um maior número de mulheres da cidade de Goiânia.

Page 65: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 6 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

• Na consulta nas UBSs, a mulher ao ser identificada e atendida foi encaminhada ao local de realização da mamografia com um pedido de exame, preenchido pelo(a) médico(a) ou enfermeiro(a). Mesmo pacientes que não estavam aguardando consulta, mas se encontravam na unidade por algum motivo, podiam ter sua mamografia solicitada.

• A mamografia era agendada por telefone pelas UBSs no momento da solicitação do exame, ou seja, a paciente saía da unidade já com o pedido e sabendo o local e a data da realização do mesmo, assim como o dia do retorno. As UBSs fazem uma relação das mulheres através da ficha de cadastramento para repassar ao distrito sanitário; essa listagem é recolhida semanalmente.

• As mamografias foram realizadas em três Centros de Diagnóstico de Goiânia nas oito semanas que antecederam o atendimento de cada distrito. As mulheres cujas mamografias apresentaram alterações suspeitas de malignidade foram convocadas para serem atendidas diretamente no Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas.

• Na sexta-feira anterior ao início do ciclo foi realizado um curso teórico de capacitação e treinamento para os profissionais de saúde de cada posto de saúde (Cais), ministrado pelos mastologistas do Programa de Mastologia da UFG. O curso abordou: funcionamento do projeto, epidemiologia das doenças da mama, exame físico de mama, mamografia e ultra-sonografia mamária, além da discussão de casos.

• A parte prática do ciclo construiu-se pelo atendimento das mulheres previamente agendadas, que são examinadas pelos profissionais que estão sendo capacitados e sempre supervisionados pelos mastologistas do Programa de Mastologia.

• Foram atendidas de 600 a 800 mulheres em cada ciclo. O atendimento consistiu em caracterização social, coleta de dados, exame físico das mamas e avaliação da mamografia previamente realizada.

Dicas

• O envolvimento da Secretaria Municipal de Saúde é o grande diferencial. É necessário que pelo menos um profissional dentro da Secretaria Municipal de Saúde esteja envolvido com a causa do “Câncer de Mama”.

• Estimular e mostrar aos diretores das UBSs a importância na participação do projeto.

• Estimular, demonstrar e envolver os profissionais da rede básica no processo de rastreamento.

• Repassar as informações e resultados obtidos no projeto para todos os pares, bem como para os profissionais que estiverem envolvidos.

Como Registrar os Dados e Resultados

• Criação de banco de dados próprio, que dê entrada nos dados do projeto.

• Criação de mídias eletrônicas contendo as informações.

• Apresentação em eventos científicos.

Resultados Parciais

• Número de mamografias solicitadas pelas UBSs: 3.011.

• Número de mamografias realizadas no HC/UFG, no Sistema de Prevenção de Goiânia e no Centro de Referência em Goiânia: 2.186 (de 2.400 previamente programadas no projeto).

• Número de mulheres convocadas para serem atendidas no Programa de Mastologia do HC/UFG: 86.

• Número de mulheres que realizaram exame físico das mamas e avaliação da mamografia previamente realizada, antes da parte prática: 7.

• Número de mulheres procuradas pelo serviço de busca ativa: 2.

Page 66: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n6 6

• Número de mulheres que compareceram à consulta após serviço de busca: 2. Obs.: Uma delas está em tratamento em outro hospital, em Goiânia.

• Número de mulheres que apresentaram alteração mamária e foram agendadas para atendimento no HC/UFG: 86.

• Número de mulheres que estão sendo tratadas no HC/UFG: 4.

• Número de mulheres que estão sendo tratadas fora do HC/UFG: 2.

• Número de cirurgias realizadas: 5.

• Tempo médio de espera entre diagnóstico e tratamento: 1 mês.

• Número de treinamentos realizados: 3.

• Número de profissionais treinados: 198.

• Foram publicados dois resumos científicos do projeto. Um deles nos “Anais do VIII Congresso Ibero-Americano de Extensão Universitária” e o outro nos “Anais do 17º Encontro Científico dos Acadêmicos de Medicina”, sendo que este último foi premiado em 2º lugar na categoria Medicina Social e Preventiva.

• Os dados dos três ciclos serviram de informações epidemiológicas para o banco de dados do Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia, contribuindo para sua melhoria e atualização. Além disso, essas informações serviram de ferramenta para tomada de decisões básicas da SMS, ou melhor, estruturação das UBSs; a criação de um núcleo de detecção precoce dentro do Programa Saúde da Mulher, Criança e Adolescente da SMS; o aumento do teto para mamografia no município de Goiânia; a cobrança de maior efetividade e rapidez de exames pela SMS de Goiânia ao Centro de Referência de Goiânia, com implementação de planilha de produção, antes inexistente; a abertura de contatos com a rede privada para realização de mamografias.

Parcerias

• Instituto Avon

• Prefeitura Municipal de Goiânia, através da Secretaria Municipal de Saúde

• Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás

• Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás

• Liga da Mama da Universidade Federal de Goiás

• Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Goiás

• Registro de Câncer de Base Populacional de Goiânia

Page 67: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 6 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Page 68: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n6 8

CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1

CapítULO 3

Page 69: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 6 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

As estratégias que passaremos a descrever, organizadas no Quadro 1, foram selecionadas a partir dos aprendizados documentados por doze projetos apoiados pelo Instituto Avon nos últimos quatro anos, que buscam ampliar o acesso das mulheres às ações e serviços de saúde para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

Elas foram escolhidas em função da avaliação do resultado no público-alvo dos projetos, como:

• Incremento de mulheres sensibilizadas para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

• Incremento de profissionais capacitados para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

• Incremento de mulheres que passaram a realizar auto-exame e exame clínico das mamas.

• Incremento de mulheres que passaram a realizar mamografias na faixa etária acima de 40 anos, na área de abrangência do projeto.

• Redução do percentual de diagnósticos com estadiamento tardio para o Câncer de Mama.

A utilização de serviços de saúde pela população em geral, e no caso do Câncer de Mama pelas mulheres, está determinada por duas importantes variáveis: a demanda por serviços de saúde e a oferta pública e privada de serviços para atender a essa demanda.

No nível macro, a oferta e a demanda estão influenciadas pelas condições gerais da sociedade, como a riqueza nacional, o nível de industrialização

e de desenvolvimento e o grau de urbanização. Como não é possível alterar essas condições por meio de intervenções setoriais, este documento se concentrará na apresentação de estratégias aplicáveis em âmbito loco-regional que influenciaram na oferta e demanda.

A oferta é um resultado da organização do setor público e privado que determina a quantidade e a qualidade dos serviços de saúde em todos os seus níveis de atenção (Programa Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde, Ambulatórios de Especialidades, Hospitais); a formação/capacitação dos profissionais de saúde; a tecnologia disponibilizada na atenção; os materiais utilizados no processo de atenção à saúde. Para ampliar a oferta são necessárias estratégias destinadas a cada uma dessas características.

A demanda por serviços de saúde está relacionada diretamente à população que os projetos de prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama – mulheres com mais de 40 anos querem atingir. Devem levar em conta as características desse público-alvo: grau de instrução, crenças, valores sociais, tradições familiares, estilo de vida que são influenciados pelas condições socioeconômicas e culturais. As estratégias para modificar a demanda por serviços de saúde devem atuar levando em conta essas variáveis.

Nos quadros a seguir apresentamos as estratégias e intervenções desenvolvidas no conjunto dos projetos que atuam tanto na oferta quanto na demanda por serviços de saúde para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

CapítULO 3 estratégias

para prevenÇãO e

DeteCÇãO preCOCe DO

CânCer De MaMaCoordenadores dos projetos participantes do programa de articulação de Lideranças

Page 70: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n7 0

QUA DRO 1 – SIStemAtIz Ação DAS eStR AtégIAS SelecIonADAS De 12 pRojetoS ApoIAD oS pelo InStItUto Avon, 2003 , 2004 e 2005 .

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

garantir o acesso das mulheres aos serviços de saúde para prevenção, detecção precoce e tratamento do Câncer de Mama.

Definir idade para rastreamento oportunístico e ou populacional.

Identificar o número de mulheres elegíveis no município ou na área deabrangência do projeto.

Consultar sites:INCAwww.inca.gov.brFebrasgowww.febrasgo.com.brSociedade Brasileira de Mastologiawww.sbmastologia.com.brprojeto novas Diretrizes da AMB/CFMwww.projetodiretrizes.org.brIBgewww.ibge.org.br

Os projetos apoiados pelo Instituto Avon consideram a faixa etária de risco acima de 40 anos (rastreamento oportunístico).

O INCA considera a faixa etária de risco acima de 50 anos (rastreamento populacional).

Estimar o número de casos de Câncer de Mama a cada ano na faixa etária definida e na região de abrangência.

Consultar sites:INCARegistro de câncer local portaria gm nº1101 Indicadores e parâmetros das diretrizes da Programação Pactuada Integrada.

Após a elaboração da estimativa, divulgar ao público interessado.

Identificar os equipamentos disponíveis e as respectivas cotas SUS.

Consultar site:Cadastro Nacional de Estabelecimentos deSaúde (CNES)www.cnes.gov.br

A cota SUS é uma medida importante para identificar a cobertura dos serviços de saúde, especificamente de mamografia.

Diagnóstico (análise dos dados coletados):

• número de mulheres elegíveis.

• número estimado de casos de CM.

• Demanda reprimida.• tempo de espera para o

diagnóstico.• número de serviços da

região de abrangência.• Identificar o fluxo de atendimento e encaminhamento para diagnóstico e tratamento.

Consultar sites:IBge – www.ibge.gov.brINCA – www.inca.gov.brSecretaria Estadual de SaúdeSecretaria Municipal de SaúdeRealizar reuniões com o INCA, a Secretaria de estado, as Diretorias Regionais de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde paraestabelecer parcerias.

Fazer negociação com o Poder Executivo.

Buscar apoio do Poder legislativo para aprovação de projeto de lei.

Ministério Público aciona o Estado na garantia de acesso.

Page 71: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 7 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Elaboração de projetode intervenção (necessidades, análise de custo e propostas de soluções).

O projeto deve garantir aos usuários o acesso em todos os níveis de complexidade de atendimento ao SUS.

Apresentar o custo–benefício do diagnóstico precoce do Câncer de Mama do projeto em comparação com os altos custos de tratamento em estadiamento avançado, além de destacar os danos e as implicações sociais e financeiras: afastamento do trabalho, auxílio-doença, complicações familiares.

Inserir na agenda de saúde o Câncer de Mama como prioridade.

Apresentar o projeto para os conselhos de saúde, organizações não-governamentais, iniciativa privada, financiadores e outros.

levantar verbas parlamentares existentes, liberadas por meio de emendas parlamentares (deputados estadual e federal /senadores).

Envolver pessoas públicas na causa.

Agendar e inserir na pauta de reunião dos conselhos a apresentação do projeto.

Promover a articulação intersetorial.

Promover eventos para apresentação do projeto convocando lideranças, vereadores, deputados, empresários, mídia local.

visitar gabinetes de senadores, deputados federais (Brasília) e estaduais do Estado proponente.

Distribuir press-release do projeto para a mídia.

No município, marcar reunião com o prefeito e o secretário de saúde, coordenadoria de Programa de Saúde da Mulher.

Apresentar o projeto e obter a adesão.

é importante marcar reunião conjunta com o secretário de saúde e o prefeito.

Page 72: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n7 2

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

No município, marcar reunião com a Comissão de Saúde da Câmara para elaboração e aprovação de lei que garanta a execução do projeto.

Apresentação do projeto à Comissão de Saúde e participação na elaboração do conteúdo técnico que fará parte da lei.

Identificar o vereador presidente da Comissão de Saúde que deve se responsabilizar pelo projeto e aprovação da lei.Acompanhar publicação no diário oficial e liberação de verba. Monitoramento da implementação pelo Conselho Municipal de Saúde.

Sensibilizar as mulheres em relação a:1. desmistificação do Câncer de Mama.2. necessidade da detecção precoce.3. mudança de hábitos (promoção da saúde).

Realizar oficinas ou palestras sobre o tema.

Conhecer a realidade da mulher para definir os instrumentos adequados para a oficina/palestra.

Álbum seriado

Mamamiga

Folders

Filmes

levar em consideração cultura religiosa, escolaridade,nível socioeconômico, idade.

Reunir as mulheres. Utilizar cartazes, banners, rádio, tv, líderes religiosos, profissionais de saúde e educação e revendedoras Avon para a divulgação.

Aproveitar ambientes já freqüentados pelas mulheres para realizar oficina/palestra:espaços religiosos, centros comunitários, associações, shoppings, UBS, supermercados, escolas, empresas/indústrias. O parceiro/marido é um ativo para potencializar a sensibilização da mulher.Buscar na comunidade grupos e lideranças (fazer referência ao capítulo de ativos).

Page 73: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 7 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Planejar o conteúdo a ser abordado.

Palestra:ComputadorDatashowRetroprojetorvídeoFolderMamamigaRecursos Humanosoficina: álbum seriado, pincel atômico, flip chart,gravuras

Utilizar e valorizar a experiência de pacientestratadas com sucesso (depoimentos).

não DeSIStIR! Este trabalho envolve umamudança de cultura, por isso o sucesso será resultado de um processo contínuo e que poderá ser medido a longo prazo.

Utilizar os meios de comunicação para divulgar o tema.

Rádio, tv, carros de som.

Realizar campanha educativa.

Desenvolver várias atividades num período predefinido.

Caminhada, semana, tenda, camelô educativo, visitas domiciliares (aproveitar as equipes do PSF e voluntários).

Page 74: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n7 4

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Treinamento de acadêmicos de Medicina e Enfermagem

Criação de ligas acadêmicas.

Sala para reuniões periódicas, com mesas, cadeiras, computador, projetor, impressora, telefone.

Despertar interesse através da divulgação do Câncer de Mama como problema de saúde pública.

Agregar acadêmicos que tenham interesse no rastreamento do Câncer de Mama.

Selecionar acadêmicos de Medicina e Enfermagem para participação na liga.

Enfatizar que a participação na liga permite obter créditos em pontuação curricular, provoca o surgimento de lideranças.

Buscar um professor orientador que estejarelacionado com o tema.

Identificar no departamento de ginecologia e obstetrícia os professores que atuam em Mastologia e estão interessados em orientar acadêmicos.

Deve haver o professor orientador da liga.

Registrar a liga em cada unidade acadêmica.

Buscar na universidade orientação e modelo de documento para o registro da liga que deve seraprovada nos colegiados da universidade.

Criar estatuto interno.

Alocação junto às pró-reitorias de extensão.

Enfatizar que a formação de uma liga pode devolver à comunidade recursos destinados a universidades públicas.

Enfatizar a oportunidade de aprimoramento gratuito.

Produzir materiais didáticos.

Elaborar protocolos de condutas médicas e de Enfermagem para subsidiar a capacitação dos graduandos em Medicina e Enfermagem.

Definir um dia da semana para a capacitação e o desenvolvimento de atividades práticas fora doperíodo escolar.

Treinamento de professores que possam se interessar pelo Câncer deMama e seu rastreamento.

Implementar cursos de extensão nas universidades.

Projetor (datashow), computador,material didático.

Identificar e contatar o público/comunidade interno que esteja interessado no tema.

Produzir materiais didáticos.

Elaborar protocolos de condutas médicas e de Enfermagem para subsidiar a capacitação dos profissionais.

Definir cronograma de capacitação.

Page 75: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 7 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Treinamento dos profissionais do Programa Saúde da Família (PSF) e Unidade Básica de Saúde (UBS) (médicos, enfermeiros,auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde)

Fazer o levantamento de dados sobre o que existe no Programa Saúde da Família em relação ao Câncer de Mama.

elaborar material didático em linguagem simples para utilizar com agentes comunitários de saúde.

garantir a participação dos agentes comunitários de saúde por meio de termos de parcerias com as Secretarias Municipais de Saúde.

Contatar SMS para apresentar a propostae garantir a liberação dos profissionais.

Formalizar parceria com a SMS.

Realizar curso no horário de trabalho, para que não se inviabilize a participação dos funcionários.

Instituir a capacitação dos profissionais na rotina de trabalho.

Desenvolver curso de capacitação junto à SMS.

Selecionar conteúdo, metodologia, duração, local e método de avaliação.

Recurso humano, local, datashow, negatoscópio, lupas, mamamiga, laudos mamográficos, material didático, película mamográfica e de ultra-som ou imagens escaneadas por equipamento de alta resolução.

produzir materiais didáticos.

Avaliar a eficácia da capacitação.

linguagem simples.

Introduzir atividades práticas.

convocação compulsória pela SmS, dentro do horário de trabalho. Sensibilizar gestores e diretores.

Para melhor absorção, promover treinamentos dinâmicos e oficinas.

Page 76: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n7 6

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Treinamento de médicos, clínicos gerais e ginecologistas para exame físico e interpretação de mamografias.

Criar programa de atualização e de treinamento para médicos clínicos geraise ginecologistas.

Recurso humano, local, datashow, negatoscópio, lupas, mamamiga, laudos mamográficos, material didático, película mamográfica e de ultra-som ou imagens escaneadas por equipamento de alta resolução.produzir materiais didáticos.Avaliação da eficácia da capacitação.

Identificar e sensibilizar os candidatos.

Educação continuada para médicos habilitados a fazer laudos de mamografia.

levantamento dos médicos habilitados que precisam ser treinados, interação comos serviços aos quais eles pertencem.

Recurso humano, local específico para aula prática, datashow, negatoscópio, lupas, laudosmamográficos, material didático, película mamográfica e de ultra-som ou imagens escaneadas por equipamento de alta resolução.

produzir materiais didáticos.

Avaliar a eficácia da capacitação.

Identificar médicos habilitados e interessados.

Envolver chefes de serviço. negociar horários e duração dos cursos. A fim de motivar a participação é importante a escolha cuidadosa do corpo docente. Diplomas e certificados de atualização em conjunto com alguma instituição de credibilidade científica também estimulam.

Padronização de tomada de condutas diagnósticas(ultra-sonografia, PAF, core biopsy/mamotomia).

Criar grupo de trabalho para a elaboração das condutas a serem padronizadas.

produzir materiais didáticos. Eleger grupo de trabalho em reunião com todos os profissionais para dar legitimidade.

Treinamento dos profissionais.

mulheres voluntárias, pistolas, agulhas, localespecífico, aparelho de ultra-som, material didático.

mulheres já identificadas com lesões mamárias, aguardando para serem submetidas àidentificação da lesão. Utilizar sistema Bi-rads para padronização da tomada de decisões.

Treinamento do voluntariado.

Identificar voluntários, sensibilizá-los e motivá-los.

Recursos humanos, local, datashow, mamamiga, material didático/cartilhas/álbum seriado.

produzir materiais didáticos.

Avaliação.

Identificar os líderes comunitários, local de fácil acesso para os treinamentos ou conseguir parcerias que contribuam para motivar a participação como transporte gratuito, lanche, café.

Page 77: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 7 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Educação do voluntariado.

Cursos estruturados com aulas e oficinas.

confecção de certificados, eventos de reconhecimento.

projeto virtual – Educação a distância.

Identificar grupos potenciais a serem treinados.

Contatar parceiros como Secretarias Municipaisde Saúde, empresas privadas, universidades e sociedades médicas, de pacientes, grupos de voluntariado e ongs.

Definir a plataforma tecnológica (internet, tv de internet, DvDs, tv via satélite, rádio etc.).

Produzir materiais didáticos.

Produção do programa, estúdio, material de apoio, apostilas.

Promover treinamento para utilização das ferramentas tecnológicas.

Datashow, computadores, estúdio, satélite, dependendo da plataforma.

Por tratar-se de plataformas de tecnologia avançada, possivelmente existirá resistência ao uso, sendo necessária a motivação e a capacitação.

Realizar as aulas. Estúdio, recurso humano, central de tv ou rádio, help desk ou fale conosco (0800).

Atualização constante de conteúdo e da tecnologia.

Recurso humano e recurso financeiro/tecnológico.

Mensurar resultados/avaliação, controleda eficiência.

Questionário

Page 78: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n7 8

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Rastreamento por meio deUnidade móvel (UM).

Avaliar a viabilidade. Pesquisa da demanda reprimida de mamografias e possibilidade de cota SUS.

Preferencialmente utilizado para abranger vários municípios com população com menos de 30 mil habitantes, locais de difícil acesso (periferia) e de baixa adesão a programas de rastreamento.

Adquirir ônibus urbano.

Adaptar e reformar o ônibus.

mamógrafo, ar-condicionado, isolamento de chumbo, fixação própria para recebimento do mamógrafo.

Interação entre o fabricante do mamógrafo, a empresa responsável pela reforma e instalação.

Instalar câmara escura, processadora e câmara clara.

entrada e saída de água permanente, além de filtro de absorção de prata/negatoscópio/identificadora.

Processadora de boa qualidade.

Manutenção técnica. limpeza de câmara escura, chassi e câmara clara (diária).

Avaliação de processadora e limpeza (semanal).

Avaliação da condição técnica da processadora (trimestral).

Avaliação da condição técnica do aparelho (semestral).

Avaliação pelo físico (anual).

Recursos humanos. Técnico em radiologia, auxiliar de enfermagem, motorista e enfermeiro (para a Unidade móvel) e um médico habilitado para fazer o laudo dos exames, com treinamento periódico.

Registro de pacientes. em livro próprio, com posterior transcrição para banco de dados.

Page 79: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 7 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

garantir o financiamento para manutenção da unidade e realização dos exames.

Poder público (Prefeitura, Secretaria Municipal deSaúde e outras instâncias do SUS), OSCs.

lembrar que são várias as fontes de despesas: material técnico (filme, químicos, chassis), recursos humanos (médico para fazer o laudo do exame, enfermeiro, técnico em radiologia, auxiliar deenfermagem), além da manutenção do ônibus.

Organizar o fluxo de encaminhamento das pacientes para exames na UM.

Agendamento via Unidades Básicas de Saúde, agentes de saúde, representantes da mídia.

Enviar os exames normais para o agente de saúde responsável pela área, para entrega às pacientes.

Organizar o fluxo de encaminhamento daspacientes com exames alterados (Bi-rads 0, Iv e v).

Serviço de referência para diagnóstico etratamento (parceria prévia).

Controle de qualidade. Controle de qualidade do exame mamográfico (parâmetros abordados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia).

Controle de qualidade do diagnóstico (índices referenciados no sistema Bi-rads).

Normatização dos achados mamográficose da conduta.

Sistema Bi-rads. Consultar Projeto Diretrizes, da AmB.

Page 80: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n8 0

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Rastreamentopor meio deUnidade Fixa (UF).

Avaliar a viabilidade. Pesquisa da demanda reprimida de mamografias e possibilidade de cota SUS.

Preferencialmente utilizado para abranger municípios com população acima de 60 mil habitantes.

Adquirir o mamógrafo.

Instalar o mamógrafo. Ar-condicionado, isolamento de chumbo e outrasespecificações técnicas.

Instalar câmara escura, processadora e câmara clara.

entrada e saída de água permanente, além defiltro de absorção de prata/ negatoscópio/identificadora.

Manutenção técnica. limpeza de câmara escura, chassi e câmara clara (diária).

Avaliação de processadora e limpeza (semanal).

Avaliação da condição técnica da processadora (trimestral).

Avaliação da condição técnica do aparelho (semestral).

Avaliação pelo físico (anual).

Recursos humanos. Técnico em radiologia, auxiliar de enfermagem, enfermeiro e um médico habilitado para fazer o laudo dos exames, com treinamento periódico.

Page 81: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 8 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Registro de pacientes. em livro próprio, com posterior transcrição para banco de dados.

garantir financiamento para manutenção da unidade e realização dos exames.

Poder público (Prefeitura, Secretaria Municipal de Saúde, SUS), OSCs.

lembrar que são várias as fontes de despesas: material técnico (filme, químicos, chassis), recursos humanos (médico para fazer o laudo do exame, enfermeiro, técnico em radiologia, auxiliar deenfermagem).

Organizar o fluxo de encaminhamento daspacientes para exames.

Agendamento via Unidades Básicas de Saúde, agentes de saúde, representantes da mídia.

Enviar os exames normais para o agente de saúde responsável pela área, para entrega às pacientes.

Organizar o fluxo de encaminhamento das pacientes com exames alterados (Bi-rads 0, Iv e v).

Serviço de referência para diagnóstico etratamento (parceria prévia).

Controle de qualidade. Controle de qualidade do exame mamográfico(parâmetros abordados pelo cBR).Controle de qualidade do diagnóstico (índices referenciados no sistema Bi-rads).

Normatização dos achados mamográficos e da conduta.

Sistema Bi-rads.

Page 82: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n8 2

E st R At é g iA PRO c E Di m E n tOPAs s O A PAs s O

R E c U R s O s n E c E s s á R iO s Dic As / sU g E stõE s

Mobilização Social

para os profissionais de saúde:

Mostrar a importância do Projeto de Prevenção e Detecção precoce.

Apresentar e entregar material sobre o projeto.

Discutir com os profissionais a partir da realidade local, apresentando a incidência eprevalência do câncer de mama; como está o perfil do estadiamento nos casos diagnosticados. Quanto tempo a mulher aguarda para ser atendida entre o diagnóstico e o tratamento no município. Mostrar a importância do trabalho deequipe. Apresentar os resultados alcançados.

Para o setor público:

Mostrar a importância do projeto.

Resumo do projeto*

* mostrar dados estatísticos sobre mortalidade por Câncer de Mama no município, bem como os benefícios da prevenção.

prefeito, secretário de saúde, conselhos municipais e estaduais e universidades.

Para o setor privado:

Mostrar para empresários e mídia a oportunidade de apoiar a causa do Câncer de Mama como um exercício de sua responsabilidade social.

Resumo do projeto. Contatos:

Associações comerciaisAgências de desenvolvimentoMídiaApresentar projetos de sucesso, bem como exemplos de empresas que exercem a responsabilidade social.(Fonte de informação: ethos/gife)

Para o terceiro setor:

Mostrar a importância do projeto para:– Sociedades e conselhos

– Universidades

– Associações de voluntários

– Organizações da sociedade civil

Resumo do projeto. Universidades: As universidades podem ter interesse em tornar o projeto uma pesquisa. Os centros de pesquisas sociais são grandes ativos.

Buscar profissionais nessas organizações que têm envolvimento com a causa doCâncer de Mama.

Page 83: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 8 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Page 84: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n8 4

CAPÍTULO 1

CapítULO 4

Page 85: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 8 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

A gestão dos recursos privados para fins públicos pode ser melhorada se os talentos e recursos existentes – capital humano, econômico, cultural e tecnológico – forem aproveitados em benefício do desenvolvimento da comunidade, se os atoreslocais se articularem visando à organização em redes sociais e, conseqüentemente, gerarem capital social.

A evolução no processo de análise dos problemas sociais e na forma de enfrentá-los está levando, cada vez mais, à criação de redes – teia de relações em torno de objetivos comuns.

Há diferentes formas de conceituar redes sociais. Para Teixeira (2002), as redes sociais têm sido vistas como a solução adequada para administrar políticas e projetos onde os recursos são escassos, os problemas são complexos, existem múltiplos atores envolvidos, interagem agentes públicos e privados, centrais e locais, e há uma crescente demanda de benefícios e de participação cidadã.

INOJOSA (1999) e SCHLITHLER (2004) consideram que há diferentes formas de definir e classificar as redes. Segundo INOJOSA (1999), Redes de Compromisso Social são redes em que parcerias são mobilizadas a partir da percepção compartilhada desituações ou problemas, que rompem ou colocam em risco o equilíbrio da sociedade ou as perspectivas de seu desenvolvimento, e para cujo equacionamento não é suficiente a ação isolada de organizações públicas e ou privadas.

CapítULO 4 ativOs/

O qUe sãO reDes sOCiais/

COmO trabaLhar em reDe/

manUaL – DiagnóstiCO

sitUaCiOnaL baseaDO

em ativOs/qUaDrO

De ativOsCoordenação: Célia R.B. Schlithler

Page 86: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n8 6

Para Schlither (2004), as Redes de Desenvolvimento Comunitário são formadas por iniciativas de pessoas ou organizações que têm por objetivo provocar transformações sociais em determinada comunidade, por meio da articulação dos três setores (governo, empresas e organizações da sociedade civil). São sistemas organizacionais pautados pela ética, com estrutura horizontal, orgânica e autônoma, onde a participação é incentivada, a diversidade é valorizada e o protagonismo é desenvolvido.

As Redes de Desenvolvimento Comunitário congregam organizações da sociedade civil (ONGs e entidades sociais), empresas socialmente responsáveis, organizações sociais de origem empresarial (institutos e fundações), órgãos do setor público e profissionais independentes. Seus objetivos são definidos a partir de um diagnóstico elaborado coletivamente e os projetos são construídos por meio da ação voluntária e comprometida de seus integrantes.

É importante pontuar que a meta dessas redes não é o fortalecimento isolado das organizações que a compõem. Esse fortalecimento é um dos meios de contribuir para que ocorram mudanças relacionadas à causa. Nesse sentido, Toro (2005) afirma queem uma rede se estabelece um sistema de instituições interdependentes, em que os objetivos de cada uma somente são inteiramente alcançados quando as outras atingem suas metas, permitindo-se, assim, que os propósitos comuns sejam conseguidos.

A interação horizontal entre setores distintos, a construção de projetos de forma coletiva e a implementação de ações conjuntas, componentes intrínsecos às Redes de Desenvolvimento Comunitário, favorecem a utilização eficaz de recursos destinados a fins públicos, fator imprescindível para o desenvolvimento social.

Não há dúvida de que a ampliação no número de conexões e as trocas de experiência caracterizam uma rede, porém, é preciso mais do que isso para ser uma Rede de Desenvolvimento Comunitário, porque elas sempre têm por objetivo provocar impactossociais efetivos. A construção coletiva de um projeto que resulte em ações integradas e eficazes precisa ser realizada de forma democrática e participativa, motivo para o investimento no processo de grupalização.

Grupalização é a passagem da condição de agrupamento para grupo. Segundo Sartre, em um agrupamento cada indivíduo é um número e não se importa com o outro – é uma situação de inércia e impotência. Já no grupo, cada sujeito é multiplicado pelos outros e pode interferir na história. A tabela a seguir sintetiza a diferença:

Page 87: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 8 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

AG RU PA M E N TO G RU P O

Interesses/motivação exteriores ou impostos fortes e interiorizados

Conhecimento entre osmembros

anonimato profundo

Relacionamento superficial vincular, interdependente

Comunicação indireta direta

unilateral bilateral (feedback)

Objetivos em comum (individuais) comuns a todos (grupais)

Diversidade problema riqueza

Atitudes autocentrada descentrada

sem compromisso com compromisso

sem confiança com confiança

competitiva cooperativa

passiva proativa

Sentimento impotência motivação

Ação não-refletida planejada e refletida

circunstancial transformadora

Análise do cenário externo negada crítica

Page 88: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n8 8

Investir no processo de grupalização significa definir estratégias e destinar tempo e espaço para a construção de vínculos e para a criação de uma imagem de futuro compartilhada, pela qual todos se comprometem.

Por isso, na formação de uma rede social é importante ter facilitadores – atoresfundamentais para promover a grupalização, a autonomia e o desenvolvimento da rede.São algumas de suas atribuições:

• Incentivar o conhecimento dos integrantes da rede.

• Promover a participação de todos.

• Compartilhar tudo.

• Valorizar a diversidade e os objetivos comuns.

• Assinalar a aprendizagem.

• Garantir a intercomunicação (comunicação transparente, democrática, horizontal).

• Incentivar as ações.

Planejamento Estratégico de uma Rede Social

Uma das principais atribuições dos facilitadores é contribuir para a elaboração do planejamento da rede. O planejamento estratégico está muito bem associado às organizações instituídas, sendo uma das práticas do meio empresarial que foram adotadas pelo terceiro setor. No entanto, pensar no futuro desejável – aquilo que se pretende transformar na sociedade –, analisar o cenário e definir objetivos e ações para percorrer o caminho entre o que existe hoje e o que se deseja alcançar, é primordial para a rede não se tornar apenas um fórum de discussões. Isso é planejar estrategicamente.

Qual é o momento ideal para fazer o planejamento? Na verdade, as redes têm de planejar sempre, mas esse olhar mais estratégico faz sentido quando os integrantes começam a manifestar o desejo de ter objetivos mais consistentes, de médio ou longo prazo.

O planejamento é uma meta e também um meio de unir e fortalecer a rede. Por ser um processo de construção coletiva, é estimulante e provoca muita aprendizagem.

Os Passos do Planejamento em Rede

Os valores, princípios e visão de mundo da rede baseiam-se nos valores pessoais e organizacionais dos integrantes, e são definidos quando se discute a concepção da rede sobre a causa. Assim, se for uma rede pelo desenvolvimento comunitário de certa região, é preciso discutir e alinhar o que essa rede entende por desenvolvimento comunitário nessa região. Se for uma rede em prol da prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama, é necessário fazer o mesmo, e assim por diante.

Ao fazer esse alinhamento, a rede está tomando consciência das demandas relacionadas à causa, mas precisará qualificá-la melhor. É o momento de realizar o diagnóstico. O primeiro passo será elaborar questionários, entrevistas e grupos focais com pessoas que tenham alguma relação com a causa, para que as demandas fiquem mais claras e refinadas. Essa é uma ação que pode envolver todos os membros da rede,subdivididos em grupos por segmento ou setor, que definirão a melhor forma de abordagem e quem acompanhará as atividades e tabulará os resultados.

Esse arrolamento de demandas pode ser complementado com um mapeamentodos ativos existentes para atendê-las. Os ativos são os talentos e recursos humanos, materiais, financeiros, físicos e sociais de pessoas, organizações e comunidades que podem ser potencializados e articulados. O diagnóstico situacional baseado em ativos é muito mais compatível com as redes sociais do que um diagnóstico situacional baseado em problemas, a forma mais usual e conhecida. (Ver o Diagnóstico de Manual Situacional Baseado em Ativos).

O diagnóstico fornecerá à rede uma boa visão do cenário, com as necessidades da comunidade e os recursos disponíveis para atendê-las. Será possível, depois, ver quais desses recursos não estão sendo bem aproveitados, e o por quê disso e identificar o que está faltando para suprir as demandas.

Tomar consciência dos ativos empodera e estimula a agir, o que é imprescindível, notadamente no início do processo de formação de uma rede. Isso porque uma das maiores riquezas das redes é a potencialização dos recursos das organizações que acompõem, ou seja, o produto da união em rede é muito maior do que a simples soma das partes, o que é reforçado por esse tipo de diagnóstico.

Page 89: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 8 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Entrar em contato com a realidade da comunidade ou do público-alvo estimula a rede a sonhar com um futuro diferente. É o momento de expressar a visão de futuro da rede. E a expressão do que a rede deseja que esteja transformado na comunidade ou no público-alvo é sua idéia-força. A idéia-força enuncia a bandeira da rede, a sua causa.

O próximo passo, naturalmente, será definir os objetivos (não mais que três ou quatro), para colocar em prática a idéia-força e, em seguida, como se pretende atingir os objetivos, ou seja, as estratégias ou linhas de ação para cada um deles. Cada uma seráimplementada por meio de projetos e ações colaborativas. As ações colaborativas são atividades que podem ser efetivadas sem que haja necessidade de se elaborar um projeto.

Resumindo os passos do planejamento estratégico de uma rede social, mencionados até aqui, temos:

1. Valores e princípios/concepção sobre a causa

2. Análise de cenário/diagnóstico situacional baseado em ativos

3. Visão de futuro

4. Idéia-força

5. Objetivos

6. Estratégias ou linhas de ação

7. Projetos e ações colaborativas

Formar uma Rede de Desenvolvimento Comunitário cria o sentimento de comunidade, mesmo que seus membros não morem na mesma região geográfica. O sentimento é reforçado na medida em que a rede constrói projetos coletivos para atender a necessidades identificadas pela própria comunidade; projetos que serão implementados por meio de ações que ela mesma coordenará.

O desenvolvimento comunitário é a transformação social resultante do desenvolvimento de pessoas, pois são elas que operam as mudanças. E pessoas crescemporque aprendem com o “outro”. Tal processo resulta das relações de cooperação que os diferentes atores estabelecem e dos recursos que são colocados a serviço do bem comum pelas organizações que cada um representa. Por essa razão, a intersetorialidade dasRedes de Desenvolvimento Comunitário é estrategicamente muito importante.

As redes rompem o isolamento das pessoas e das organizações, evitam a duplicação de ações e viabilizam a realização de atividades integradas porque atuam de maneira sistêmica e sinérgica. Nelas o desenvolvimento é o resultado do compromisso e da co-responsabilidade de todos os setores da sociedade. Faz todo sentido, portanto, o investimento social comunitário ser dirigido ao apoio de redes sociais.

Page 90: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n9 0

O primeiro passo para realizar o planejamento estratégico das redes sociais é o diagnóstico situacional, e para realizá-lo utilizamos o Manual de Diagnóstico Situacional Baseado em Ativos, que foi escrito para ajudar líderes de projetos apoiados pelo Instituto Avon na articulação intersetorial para a prevenção e detecção precoce doCâncer de Mama.

Projetos de Prevençãodo Câncer de Mama

Clubes de serviço

Governo

Instituiçõesreligiosas

Escolas

OSCs

Redes/Ligas de Prevenção

Associaçõesempresariais

Instituto AvonOrganizaçãoarticuladora

Universidades

Associações femininas

Novos integrantes da rede

Rede de Desenvolvimento Comunitário

Por meio das ferramentas apresentadas nesse manual, acreditamos que o investimento social possa se tornar instrumento estratégico de mudanças, resultando na melhoria da qualidade de vida das mulheres expostas a esse risco.

Page 91: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 9 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

manUaL: DiagnóstiCO sitUaCiOnaL

baseaDO em ativOs

Elaboração: Equipe do IdisRevisão e adaptação: Célia R.B. Schlithler

Introdução

Vivemos um momento de profundas mudanças em termos de expectativas do papel do governo, do setor privado e da sociedade civil. Tanto o governo como o setor privado apóiam e incrementam parcerias para fortalecer o papel da sociedade civil. Apesar do excelente trabalho que vem sendo desenvolvido por muitas organizações privadas no Brasil, a sociedade civil, ou o terceiro setor como um todo, ainda tem umlongo caminho no seu desenvolvimento.

Aproveitando o ambiente atual favorável, o terceiro setor deve desenvolver suas capacidades de análise, de captação e gerenciamento de recursos, articulação com outras organizações da sociedade civil e, sobretudo, desenho de estratégias para a solução de problemas em conjunto com a comunidade. No processo de desenvolvimento dessas capacidades, o papel das organizações que apóiam o investimento social nas comunidades deve ser crucial.

Ao estabelecer uma parceria com o Idis para a concepção e implementação do Programa de Articulação de Lideranças, o Instituto Avon demonstra estar alinhado com essa visão. O programa potencializará os talentos e recursos dascomunidades, favorecerá a articulação intersetorial nos municípios e, certamente, provocará transformações sociais por meio do investimento social comunitário. Esse investimento se concretizará com a mobilização de recursos humanos, materiais efinanceiros não somente de empresas e de outras organizações do setor privado, mas também do setor público e das organizações da sociedade civil.

Para desenvolver projetos de Investimento Social Comunitário foi criado o presente manual, que descreve como enxergar os ativos de uma comunidade e, a partir dessa fotografia, definir ações concretas para atingir os objetivos de transformação social.

O Diagnóstico Situacional é o instrumento utilizado para revelar essa imagem. Acreditamos que basear o diagnóstico nos ativos faz muita diferença, porquedesenvolve um novo olhar da comunidade sobre suas próprias potencialidades, impulsionando-a a planejar e a agir coletivamente pelo desenvolvimento comunitário.

Ao apoiar experiências desse tipo no País, esperamos que as comunidades tornem-se mais preparadas para lidar com problemas sociais por meio de processos participativos.

“Quando você olha para um copo metade cheio, metade vazio, tem duas formas de encará-lo: pode achar que ele está quase vazio ou pode apreciar a parcela cheia. Em geral, no trabalho filantrópico, é comum vermos instituições focando na metade vazia, que representa as deficiências de uma comunidade. A estratégia de focar na metade vazia, ou seja, no problema, tem limites reais. Os governos, em geral, focam nos problemas. Mas a sociedade civil organizada precisa olhar para a metade cheia do copo, ou seja, para as capacidades da comunidade. É a estratégia mais eficiente.”

John McKnight

Page 92: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n9 2

Investimento Social Comunitário

A articulação do setor privado com as organizações da sociedade civil (OSCs) e o setor público é um fato de extrema relevância no cenário atual. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro, tornou-se evidente a impossibilidade de o Estado atuar sozinho e comeficiência para atender a todas, e cada vez mais complexas, demandas da sociedade. No caso brasileiro, às dificuldades crescentes do setor público em atender às exigências de um desenvolvimento social sustentável, com a crescente exclusão social de segmentos da população, têm provocado uma proatividade também crescente da sociedade civil –organizações e mantenedores.

O envolvimento da sociedade civil mostrou-se fundamental para promover avanços nas mais diversas áreas, desde o processo de abertura política até a geração de renda para comunidades de baixa renda, passando por direitos humanos, assistência social, proteção do meio ambiente e responsabilidade corporativa.

Para o mundo corporativo, a idéia de que a empresa deve se envolver cada vez mais na comunidade em que está situada e na sociedade como um todo, promovendo o desenvolvimento social, não é mais contestada. Investir recursos em projetos quebeneficiem o desenvolvimento social torna a empresa sujeito do processo de transformação de nosso país.

Esse comportamento traz uma série de benefícios para a própria empresa e seus colaboradores. As lições constantes de cidadania e solidariedade promovem expressiva melhora em seu clima interno. A associação da empresa a seu papel de agente demudança social promove mudanças benéficas também para sua imagem.

Hoje, se não existem dúvidas quanto à importância da participação da sociedade nos destinos do País, outros desafios inadiáveis vêm surgindo na agenda social. A grande visibilidade alcançada pelas OSCs e a má utilização dos recursos estatais vêm gerandomaior cobrança por profissionalismo, transparência e geração de resultados. Uma nova forma de atuação, mais atenta a esse fato, com melhor uso dos recursos alocados privadamente para benefício público, passa a ser uma exigência da sociedade.

Visualizar a existência de uma Rede de Desenvolvimento Comunitário permite um conhecimento mais amplo das organizações que

atuam numa determinada comunidade e das relações que se estabelecem entre elas. A partir dessa perspectiva, fica mais fácil detectar quais são as ações transformadoras necessárias.

Entre essas iniciativas, a articulação dos setores público, privado e sociedade civil em torno de uma causa social, tendo uma empresa como fomentadora e catalisadora do processo, se revela como forma inovadora e coerente para fazer frente à complexidade das questões sociais.

Considerando todos os aspectos descritos acima, projetos de desenvolvimento social demandam:

• Conhecer a situação atual – quais as condições de partida do processo de mudança.

• Identificar e compreender as forças que atuam sobre a comunidade – quais os desafios, oportunidades e ameaças a serem enfrentadas.

• Conhecer o que se quer mudar – quais os fatores críticos de sucesso a serem revisados.

• Saber aonde se quer chegar – quais os objetivos a serem atingidos.

• Reconhecer a necessidade de envolvimento de pessoas e organizações – utilização de abordagem integrada para viabilizar a realização de mudanças.

Page 93: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 9 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Entendendo um Diagnóstico Situacional

O planejamento estratégico é um instrumento essencial para que se alcance o sucesso esperado em qualquer processo de desenvolvimento comunitário, e se decida o que mudar e qual a necessidade, orientação ou o sentido dessa mudança. Envolve osrecursos e o tempo necessários para alcançá-la e, ainda, as variáveis para se avaliar o sucesso da mudança proposta.

O próprio processo de organizar-se para realizar um planejamento estratégico já representa uma contribuição única para qualquer grupo social, seja ele uma rede ou uma instituição. No caso específico, estaremos realizando o planejamento estratégico de uma rede com foco na prevenção do Câncer de Mama.

Esse processo pode contribuir para:

• Estimular uma ampla participação de pessoas e grupos na definição de prioridades a serem atendidas pela comunidade com foco na prevenção do Câncer de Mama.

• Aumentar a consciência coletiva sobre o que acontece na comunidade em relação aos seus recursos e potenciais na prevenção do Câncer de Mama, ampliando a transparência e o caráter democrático da informação.

• Criar um processo de pensar a comunidade, que pode adquirir uma permanência por meio do estabelecimento de um sistema organizacional que adquira vida para além do período de planejamento.

• Profissionalizar um grupo de pessoas que, de maneira multidisciplinar, entendam as necessidades e as propostas de solução para o desenvolvimento da comunidade, visando à prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

• Estimular o surgimento ou fortalecimento de lideranças da comunidade em diferentes esferas sociais com foco na mulher.

Todo e qualquer processo de planejamento estratégico exige informações de caráter quantitativo e qualitativo para orientar as decisões necessárias para um processo de mudança. Nesse sentido, a busca de informações, bem como a sistematização e a análise dessas informações, passa a ter caráter prioritário.

Assim, antes de propor qualquer mudança, a comunidade necessita conhecer a fundo sua situação atual. É preciso saber onde a comunidade se encontra para planejar aonde se quer chegar. Faz-se neccessário, portanto, um Diagnóstico Situacional.

Premissas de um Diagnóstico Situacional

Saber o grau de desenvolvimento de umacomunidade em relação a determinadacausa é o objetivo final de um Diagnóstico Situacional. Dessa forma, essa etapa doplanejamento estratégico compreende coleta e compilação de dados e posterior análise, resultando no conhecimento da situação atual da comunidade.

Não existe um diagnóstico único. Cada diagnóstico alcançado é resultado do conjunto de variáveis que se estuda, profundidade com que cada variável é estudada, momento histórico em que o estudo é realizado e experiência de quem realiza o diagnóstico.

Diagnóstico Situacional de uma Comunidade

Diagnóstico Situacional é um meio sistemático de identificar os recursos e as necessidades existentes em uma comunidade. Isso é conseguido por meio de dados estatísticos ou por informações colhidas de indivíduos e instituições selecionadas. Também é obtido com provedores de serviços ou outros recursos comunitários, como centros de pesquisa, universidades e OSCs.

Diagnóstico Situacional é sempre um produto e um processo. Como produto, gera informações sobre as condições atuais da comunidade e sobre sua capacidade de apoiar o desenvolvimento de seus membros. Como processo, é um elemento educacional onde os membros da comunidade aprendem coletivamente sobre seus problemas e suaspróprias capacidades em superá-los. Com isso, a comunidade ganha as bases para criar seus próprios programas e iniciativas de desenvolvimento social.

Relembrando o que já foi dito, o diagnóstico de uma comunidade retrata sua situação no intervalo de tempo em que o levantamento de dados foi realizado. Como as mudanças são contínuas, interdependentes e cada vez mais profundas, os Diagnósticos Situacionais deverão ocorrer com freqüência para retratar as novas realidades. Abordaremos essa questão mais à frente, quando falarmos das fases de um diagnóstico.

Page 94: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n9 4

Razões para a Realização de um Diagnóstico Situacional

Existem várias razões que justificam a realização de um diagnóstico situacional:

• Estabelecer uma imagem mais ampla do que é a comunidade através da compilação e interpretação de informações que são providas por diferentes fontes.

• Desenvolver o entendimento sobre problemas específicos, com base em uma visão mais abrangente de toda a comunidade.

• Identificar os ativos (recursos) comunitários formais e informais existentes.

• Atender às necessidades de um problema específico identificado pela comunidade.

• Entender melhor o impacto das mudanças provocadas na vida da comunidade por forças internas e externas e elaborar respostas adequadas às mudanças citadas.

• Desenvolver um melhor entendimento sobre como os serviços prestados à comunidade são adequados, ou não, às suas necessidades.

• Prover uma linha de base, ou ponto de partida, para ser usada como referência para medir o impacto de medidas tomadas a fim de melhorar a eficiência e eficácia dos serviços prestados.

• Facilitar o estabelecimento de prioridades e planos de ação para o desenvolvimento da comunidade.

• Facilitar a decisão sobre uso de recursos colocados à disposição da comunidade.

• Apoiar propostas e projetos comunitários que necessitem de recursos específicos.

• Informar a comunidade sobre projetos e atividades realizadas, bem como sobre os resultados e impactos alcançados.

• Estabelecer as bases para que grupos ou entidades isoladas possam juntar esforços a fim de atuar de forma mais coordenada, eficiente e eficaz.

• Fortalecer a comunidade para que possa advogar em causa própria.

• Estabelecer um sistema de informação baseado em uma rede de acesso compartilhado para os membros de um sistema social.

• Estimular a formação de novas lideranças, necessárias ao desenvolvimento comunitário, baseadas no servir e no estímulo à participação democrática de diferentes indivíduos ou grupos.

Formação do Grupo Inicial

Para a realização do Diagnóstico Situacional Comunitário, os seguintes elementos essenciais devem ser trabalhados:

• Formar um grupo para planejar o diagnóstico, coordenar e executar o levantamento e avaliar os resultados. Esse grupo deve ser representativo, incluindo lideranças dos três setores que tenham algum tipo de relação com a causa escolhida (prevenção do Câncer de Mama).

• Estabelecer uma visão compartilhada dos membros do grupo a respeito de sua concepção sobre o tema da rede.

• Elaborar Planos de Ação (ver Folha de Trabalho) para cada etapa de execução do diagnóstico, monitorá-los e avaliar os resultados obtidos.

• Atuar de maneira aberta, buscando a participação de todos, com sensibilidade para entender situações específicas que devam ser objeto de negociação e de tomada de decisão.

Page 95: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 9 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

DiagnóstiCO sitUaCiOnaL baseaDO

em ativOs COmUnitáriOs

Diagnóstico Situacional Baseado em Problemas

Tradicionalmente, o Diagnóstico Situacional de uma comunidade busca a identificação de problemas. Nesse caso, o diagnóstico segue um processo de formulação que consiste de quatro etapas básicas:

1. Formular a hipótese (ou o problema): pode começar simplesmente com um comentário do tipo “a incidência de Câncer de Mama está aumentando”, ou “faltam mamógrafos para o diagnóstico do Câncer de Mama”.

2. Juntar informação: pode incluir levantamento de documentos, observação das rotinas cumpridas pelos recursos humanos ou entrevistas e conversas com pessoas relacionadas com entidades sociais.

3. Analisar as informações geralmente inclui comparação com algum tipo de padrão e procedimento operacional idealizado pela equipe responsável pelo diagnóstico.

4. Comparar os resultados do padrão “ideal” e a realidade apurada sugerem as ações futuras. Essas ações são os passos requeridos para levar a comunidade do estado atual do problema para o estado futuro idealizado e que busca a solução ou, pelo menos, a diminuição dos efeitos do problema identificado.

Essa abordagem focada em PROBLEMAS tem sido a rotina de muitos diagnósticos. Estudos realizados em várias comunidades demonstraram que essa abordagem determina:

• Perda da auto-estima, já que as comunidades e seus cidadãos se vêem fundamentalmente como deficientes e vítimas de circunstâncias que não permitem que assumam o controle sobre os seus destinos.

• Fragmentação dos esforços, onde não se identifica a interconexão necessária a eventuais soluções. Entidades se especializam e se fecham em suas realidades e áreas temáticas, atendo-se aos seus “problemas sociais”.

• Descrição agravada do problema, pois maiores serão as chances de serem obtidos os recursos para que a entidade sobreviva. Em outras palavras: trabalha-se para apresentar o pior a cada ano, já que isso garantiria os recursos necessários para a operação da entidade.

• Alocação distorcida de recursos, pois eles são geralmente dirigidos às entidades e suas necessidades, e não obrigatoriamente às necessidades de indivíduos ou grupos da comunidade. A sobrevivência das entidades passa a ser um objetivo primário, quando o objetivo primário seria a melhoria das condições de vida de grupos populacionais.1

Diagnóstico Situacional Baseado em Ativos Comunitários

Uma alternativa a esse modelo de diagnóstico baseado em problemas é o de um Diagnóstico Situacional com base nos ativos ou em talentos e recursos existentes na comunidade. Essa nova forma de abordagem, e ao mesmo tempo proposta metodológica, é vital para a criação de uma Rede de Desenvolvimento Comunitário.

Cada comunidade possui uma combinação única de recursos de diferentes ordens, sobre as quais pode planejar seu futuro. No caso de uma Rede de Desenvolvimento Comunitário, esses recursos ou ativos apresentam-se na forma de conhecimentos ehabilidades de pessoas e entidades existentes, ou na forma de recursos financeiros e materiais disponíveis.

Quando uma comunidade já escolheu a situação social ou causa para sua ação coletiva, o diagnóstico terá de ser voltado para ela, o que exigirá empenho para não se desviar do foco, pois, certamente, outras questões sociais igualmente relevantes surgirãodurante o processo. Por isso, é importante lembrar que a mesma metodologia poderá ser reaplicada em outros focos, posteriormente. Nesse caso, nosso foco é a prevenção do Câncer de Mama.

1 Construindo Comunidades de Dentro para Fora, McKnight e Kretzmann.

Page 96: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n9 6

Embora muitas vezes se considere que problemas e necessidades sejam a mesma coisa, precisamos fazer uma distinção. Dizer, por exemplo, que o Câncer de Mama é causado pela falta de conhecimento da doença pela mulher já embute uma hipótese e direciona toda a ação nesse sentido, além das outras conseqüências já abordadas neste manual, sobre o diagnóstico baseado em problemas.

No entanto, iniciar o processo de diagnóstico pelo levantamento das demandas e necessidades é diferente. Pode-se, no mesmo exemplo, constatar que as mulheres do grupo de risco precisam de oportunidades de educação, lazer, cultura, acesso aosserviços de saúde e trabalho. A partir daí, se inicia o diagnóstico com base nos ativos que a comunidade já tem para atender a essas necessidades.

É importante lembrar que, ao se focar nos ativos de uma comunidade não se está negando ou desprezando o papel de outros recursos, que devem ser atraídos ou trazidos de fora da comunidade. O que se acredita é que esses recursos poderão ser utilizados de maneira mais eficiente e eficaz, se a comunidade souber utilizar, e potencializar, osrecursos de que já dispõe.

Essa estratégia está alinhada com o papel protagônico (proativo) que a comunidade pode e deve ter em assumir o controle sobre o seu próprio processo dedesenvolvimento. Ela adquire consciência de seus próprios recursos e de sua capacidade de mobilizá-los de acordo com seus interesses e prioridades.

Isso também ajuda a comunidade a entender que, progressivamente, pode identificar e mobilizar novos recursos e que o processo deve obrigatoriamente sedesenvolver de forma gradual. É importante ter a consciência de que, com a ocorrência de contínuas e variadas mudanças, um diagnóstico nunca está completo, e novos ativos podem ser continuamente identificados dentro da própria comunidade.

Outra característica importante desse modelo é que diferentes atividades que fazem parte do diagnóstico podem ocorrer de maneira paralela e simultânea. Isso significa que as informações parciais podem ser utilizadas tão logo sejam analisadas e, portanto, passam a ser de utilidade imediata, não havendo necessidade de esperar que todos os estudos que estão sendo feitos simultaneamente estejam terminados.

Segundo McKnight e Kretzmann, mapear os ativos da comunidade é o primeiro passo. Após completar o mapeamento, o grupo deverá realizar novas atividades com foco na mobilização desses recursos. O que isso significa? Deverão ser construídas redes derelacionamentos entre todos os atores para que se maximize a execução de atividades benéficas a toda a comunidade. A mobilização dos ativos existentes para desenvolvimento econômico e social, operacionalizado por um plano construído a partir de uma visão comum (prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama), facilitará a resolução de problemas. Quando os membros da comunidade passam a acreditar no próprio potencial e, inevitavelmente, no potencial da sua comunidade, torna-se viável alavancar novas atividades e investimentos e trazer recursos de fora da comunidade.

Fases de um Diagnóstico

Este manual propõe um modelo de diagnóstico situacional como parte integrante de um processo de planejamento estratégico, embora as outras etapas desse planejamento não sejam objeto deste documento. Para facilitar sua compreensão, o diagnóstico é tomado em fases que são apresentadas de forma linear, porém, na realidade, elas muitas vezes se dão de maneira simultânea e integrada. Essas fases são:

Fase de Pré-diagnóstico

Nessa fase, as pessoas e organizações que participarão do processo conversam sobre sua visão e posicionamento sobre a causa escolhida. É uma fase em que os valores e princípios podem e devem ser discutidos, para que se chegue à concepção do grupo em relação ao tema, no caso, a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

Aqui é importante saber qual será o grau de envolvimento possível das organizações que as pessoas representam, e de quanto tempo essas pessoas poderão dispor para as tarefas que precisarão executar.

É nessa fase que se inicia o processo de vínculo e compromisso entre os componentes do grupo que irão elaborar o diagnóstico, processo essencial para o sucesso do trabalho.

Page 97: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 9 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Fase de Diagnóstico

Nessa fase, cada organização é participante ativa de um esforço comunitário para realizar o levantamento de dados, estabelecer confiança recíproca entre os participantes, identificar e fortalecer lideranças comunitárias, identificar objetivos comunitários comuns e os ativos de instituições e pessoas que devem ser colocados à disposição da comunidade.

Fase de Pós-diagnóstico

Nessa fase se desenvolvem as outras etapas do planejamento estratégico, que deve resultar em um plano de ação onde se definam os objetivos estratégicos, áreas de atuação e projetos prioritários.Estendendo um pouco mais o horizonte, as próximas etapas serão a execução das ações desenhadas e o monitoramento e avaliação destas. Geralmente após um ano realiza-se um novo ciclo de planejamento estratégico, partindo-se, então, das avaliaçõessobre o que foi realizado no período.

Fluxograma de Atividades

pré-DiagnóstiCOCONHECERCONTEXTO

CONCEPÇÃOSOBRE O TEMA

DiagnóstiCO COLETAR DADOS COMPILAR DADOSELABORARDIAGNÓSTICO

pós-DiagnóstiCO APROVAR ANÁLISEPLANEJAMENTOESTRATÉGICO

exeCUÇãO EXECUTAR AÇÕES

avaLiaÇãO AVALIAR RESULTADOS

pós-DiagnóstiCO REVER CONTEXTO DEFINIR OBJETIVOS

Page 98: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n9 8

Levantamento de Dados

Um diagnóstico situacional da comunidade é sempre parcial, já que se trabalha com limitações financeiras, temporais e de informação. Nesse sentido, uma parteimportante do sucesso deve ser creditada à capacidade de identificar quais informaçõesserão buscadas e com quais dados é viável trabalhar.Escolhas devem ser feitas visando à facilitação da coleta de informações que sejam úteis ao diagnóstico.

Essas informações devem resultar num conhecimento mais detalhado e abrangente das necessidades e demandas da comunidade, e, principalmente, dos ativos para atendê-las.

Nesse sentido, três tipos de informações devem ser buscados:

• Dados estatísticos que incluam informações sociodemográficas relacionados ao grupo de risco.

• Perspectivas dos membros da comunidade.

• Ativos/recursos comunitários existentes, formais e informais.

Dados Estatísticos

Normalmente, trabalha-se com dados existentes que foram coletados por outras organizações internas ou externas à comunidade. Esse tipo de dado é chamado de dado secundário e está facilmente disponível para consulta. No capítulo cinco descreveremosas possíveis fontes. Como exemplo temos:

• IBGE – http://www.ibge.gov.br/cidadesat/ default.php

• Ministério da Saúde – http://www.saude.gov.br

• INCA – http://www.inca.gov.br

• Datasus – http://www.datasus.gov.br

• Atlas do Desenvolvimento Humano –http://www.pnud.org.br/atlas/

• Fundação Seade– http://www.seade.gov.br/

• Funasa – www.funasa.gov.br.

• SIM – Sistema de Informação de Mortalidade

• Centros de pesquisa, prefeituras, universidades e as próprias instituições envolvidas no processo.

Perspectivas dos Públicos Interessados

Podem ser usados diferentes métodos para se conhecer as opiniões dos membros da comunidade, incluindo pesquisas por meio de questionários, entrevistas com informantes-chave, grupos focais e fóruns comunitários.

Para esse tipo de diagnóstico os dados qualitativos são muito mais importantes do que os quantitativos, o que será fundamental no momento de definir as formas de realizar esse levantamento e, sobretudo, na análise dos dados levantados.

Talentos e Recursos

Esse componente do Diagnóstico Situacional busca identificar as fortalezas da comunidade com base nos recursos ou ativos existentes. Isso envolve a identificação de todo e qualquer recurso que se apresenta de maneira formal ou informal e que estejarelacionado à situação social escolhida. Envolve ainda recursos financeiros, materiais e humanos, bem como organizações de distintas naturezas, públicas e privadas.

No item recursos humanos, é importante buscar e mobilizar as pessoas existentes na comunidade que possam agregar e potencializar a execução do diagnóstico e ações posteriores. Assim, a presença de especialistas em pesquisa, análise, planejamentoestratégico, áreas temáticas como educação e saúde, captação de recursos, comunicação, finanças, entre tantas outras áreas, contribuirá para fortalecer o grupo e viabilizar a execução das atividades.

O levantamento dos recursos deve partir de fontes secundárias de informação como diretórios, lista de organizações compiladas por organizações públicas etc. Assim, é possível identificar as instituições formais. Para as informais, é necessário recorrer àpesquisa por meio de questionários ou entrevistas com pessoas-chave que conhecem a comunidade.

Com isso, é possível estabelecer um inventário de instituições e pessoas que deveriam ser abordadas por instrumentos de coleta de informações.

Page 99: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

a artiCULaÇãO DO setOr privaDO COm as OrganizaÇões Da sOCieDaDe CiviL (OsCs) e O setOr púbLiCO é Um fatO De extrema reLevânCia nO CenáriO atUaL. nãO só nO brasiL, mas nO mUnDO inteirO, tOrnOU-se eviDente a impOssibiLiDaDe De O estaDO atUar sOzinhO e COm efiCiênCia para atenDer a tODas, e CaDa vez mais COmpLexas, DemanDas Da sOCieDaDe.

Page 100: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 0 0

Realização de Diagnóstico com Foco na Prevenção do Câncer de Mama

A partir desse ponto, este manual fornece orientações bem práticas para a elaboração do diagnóstico.

Em primeiro lugar, há o “Passo a Passo do Diagnóstico” para que se tenha noção do processo como um todo.

Em seguida, a Folha de Trabalho FT A propõe uma forma de monitorar todo o processo, e deve ser preenchida após cada reunião e no encerramento de cada passo. Já a FT B traz um modelo de Plano de Ação que poderá ser utilizado em todas as atividades.

Sugerimos, por fim, que um membro do grupo fique encarregado da documentação, guardando cópias de tudo que for produzido.

Page 101: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 0 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Aç ãO AT I v I DA DE S F T

Ampliação dosintegrantes da rede.

Ver a relação de pessoas/ organizações que aderiram à Rede de Prevenção do Câncer de Mama do Instituto Avon.

1

Relacionar outras pessoas-chave.

Levantamento dasnecessidades das organizações que atuamna prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

Definição de pessoas e organizações-chave.

2

Escolha de técnicas (entrevista, grupo focal, fórum).

Realização do levantamento.

Análise das necessidades levantadas.

Leitura dos registros feitos. 3

Organização das necessidades por área (educação, saúde, trabalho, cultura etc.).

Levantamento dos ativosda comunidade paraatender às necessidades.

Definição das pessoas e organizações que serão pesquisadas.

4

Escolha dos instrumentos (entrevista, questionário etc.).

Aplicação dos instrumentos.

Levantamento de dadosestatísticos para complementação do diagnóstico.

Definição de instituições que serão consultadas.

5

Coleta de dados.

Page 102: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 0 2

Aç ãO AT I v I DA DE S F T

Análise dos ativos.

Organização dos dados obtidos (tabulação).

6

Análise dos dados tabulados.

Identificação dos ativos que estão sendo bem utilizados.

Identificação dos ativos que não estão sendo bem utilizados e o porquê (identificação de obstáculos).

Redação do diagnóstico.

Redação da síntese da análise qualitativa dos dados.

7

Preparação da Apresentação para a Rede.

Page 103: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 0 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft a – mOnitOranDO

Reunião __

Data ________________________

Decisões

Obstáculos:

Como superamos:

Quem participou:

Page 104: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 0 4

ft b – eLabOranDO Um pLanO De aÇãO

1. Aonde queremos chegar? (objetivo)

2. Como chegaremos lá? (estratégia)

3. O que já temos? (posicionamento atual)

4. Quais as ações necessárias para se chegar aonde se quer? (ação)

5. Quem fará o que deve ser feito? (responsável)

6. Quando será feito? (prazo)

Exemplo

Aonde queremos chegar?

Queremos realizar o Passo 2 – Levantamento das necessidades das organizações que atuam na prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

Esta é uma ferramenta para ser utilizada sempre que a rede precisar desenvolver alguma ação conjunta.

C OMOC h E G A R E MO S

O qU E jáT E MO S

Aç õE SN E C E S S á R IAS

qU E M FA R á AT é qUA N D O

Descobrir o quejá existe.

Há pesquisas da universidade X.

Selecionar a pesquisa mais apropriada.

JoãoUma semana (dia 8)

Levantar se existemoutras pesquisas.

Maria Duas semanas

Fazer grupofocal (GF) compessoas-chave.

Não há relaçãopronta depessoas-chave.

Definir quem serãoas pessoas.

Grupo deTrabalho (GT)

1a reunião (dia 1)

Contatar as pessoas. JoséUma semana(dia 8)

Planejar reunião doGrupo Focal.

Clara e PauloUma semana(dia 8)

Realizar reunião. Clara e PauloDuas semanas(dia 15)

Providenciar omaterial.

MônicaDuas semanas(dia 15)

Page 105: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 0 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft b – pLanO De aÇãO

Aonde queremos chegar?

C OMO C h E G A R E MO S

O qU E já T E MO SAç õE S

N E C E S S á R IASqU E M FA R á AT é qUA N D O

Page 106: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 0 6

ft 1 – ampLianDO a reDe

1. Quem mais deveria participar da rede, além das pessoas aqui presentes?

O grupo deve representar a comunidade de forma significativa.FT 4b – Ativos Comunitários – pode ajudar.

Page 107: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 0 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft 2 – iDentifiCanDO as neCessiDaDes Das mULheres qUe pertenCem aO

grUpO De risCO

1. Exponham suas opiniões sobre as necessidades das mulheres que pertencem ao grupo de risco de seu município.

2. vocês consideram necessário complementar sua visão ouvindo outras pessoas?Ouvir as próprias mulheres será imprescindível! verifique a FT 4b, que poderá ajudar.

3. Elaborem uma lista de pessoas ou organizações que podem contribuir:

4. Definam qual é o melhor instrumento para saber a opinião dessas pessoas (nós sugerimos um Grupo Focal).

5. Preparem o instrumento que será utilizado:a. Grupo Focal: roteiro com questões orientadoras;b. Fórum: roteiro com questões orientadoras;c. Pesquisa: questionário com questões fechadas e abertas.

Elaborem agora um Plano de Ação para este Passo FT B.

Page 108: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 0 8

ft 3 – COmpiLanDO as neCessiDaDes iDentifiCaDas

Vocês já completaram o levantamento das necessidades, por meio do instrumento escolhido. Agora, a partir dos registros feitos, organizem tudo por categorias.

Educação:

Saúde:

Cultura:

Moradia:

Trabalho e renda:

Outras:

Page 109: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 0 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft 4a – iDentifiCanDO Os ativOs

Um levantamento de ativos pode ser realizado por meio de questionários, entrevistas, grupos focais e fóruns. Caberá à rede definir a melhor forma para cada público.

Entrevistas com informantes-chave (pessoas que detêm informações sobre o problema a ser estudado)

Normalmente são formuladas perguntas abertas para o levantamento de dados qualitativos. Devem ser conduzidas por um entrevistador que tenha um bom conhecimento da situação focada. A seleção dos entrevistados é essencial para a qualidade dainformação colhida e é preciso elaborar um roteiro para orientação dos entrevistadores.

Grupos focais (grupos homogêneos compostos por sete a 12 pessoas reunidas para a discussão do problema. Por exemplo: grupo de jovens, de moradores, de profissionais de saúde etc.).

São úteis para conhecer a opinião de determinados grupos da comunidade. Não se busca um consenso. Cada grupo deve ter no máximo dez pessoas, devendo sempre trabalhar com um facilitador e um relator, membros da rede.

Fórum Comunitário

Convoca os interessados a debater abertamente o tema. A troca de informações entre os participantes pode resultar em consensos coletivos, ou apontar os assuntos mais controversos.

Pesquisa

Realizada por meio de um questionário, é um método de serem obtidas informações sobre um grupo populacional definido. É apropriada para levantamento de dados quantitativos, embora possa ter também perguntas abertas. Pode incluir entrevistas pessoais, por telefone ou respondidas por correio.

O instrumento deve começar com uma descrição do propósito da pesquisa, quem a está realizando e de que forma a informação será utilizada. Deve também conter explicação sobre o nível de confidencialidade mantida em relação às respostas. Precisa ser adequadamente desenhada e aplicada. Isso envolve: escolher a abordagem a ser utilizada pela pesquisa, desenhar o questionário, testá-lo em grupo piloto,distribuir e administrar o questionário, coletar os dados e analisá-los.

Page 110: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 1 0

ft 4b – ativOs COmUnitáriOs

Confiram a listagem para definir as organizações e pessoas que serão objeto de levantamento de ativos. Organizações da Sociedade Civil:• Entidades sociais

• Associações de caráter religioso (ex.: igrejas, vicentinos, espíritas etc.)

• Associações culturais

• Grupos de convivência (de mulheres, condição feminina...)

• Clubes de serviços (ex.: Rotary, Lions)

• Associações comunitárias

• Conselhos de direitos e tutelares

Instituições do Setor Público:• Escolas e universidades

• Secretaria Municipal de Saúde (Programa Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde, ambulatórios de especialidades, hospitais)

• Parques

• Bibliotecas

• Centros esportivos

• Outras

• Organizações do setor privado

• “Sistema S” (Senai, Senac, Sesi...)

• Associações comerciais e industriais

• Universidades, escolas e hospitais particulares

• Mídia (rádios, TVs, jornais...)

• Líderes comunitários direta ou indiretamente relacionados à causa escolhida

Pessoas com Conhecimentos e habilidades Específicas:• Pesquisadores

• Educadores, médicos...

• Recursos que estão sendo doados privadamente para benefício público. Esses recursos podem ser financeiros, materiais ou humanos (voluntários).

• Recursos existentes, mas não utilizados, ou subutilizados. Podem ser capacidades e habilidades de indivíduos, grupos informais ou associações.

Page 111: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 1 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft 4C – ativOs Das empresas

1. qual é a melhor forma de abordar as empresas?a. Entrevista

b. Questionário por correio/fax/e-mail

c. Questionário por telefonema

d. Outras

2. quantas empresas devem ser abordadas? Existem empresas mais importantes para este diagnóstico? quais?

3. Com que setor da empresa deve ser feito o contato?

4. O que deve ser explicado sobre o projeto? é preciso elaborar um folheto?Ver sugestão de roteiro para o levantamento e completar o que for necessário em FT 4d.

Page 112: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 1 2

ft 4D – rOteirO para empresas

Parte I – Identificação da empresa

Razão social:

Endereço:

Bairro: _________________________________________ CEP: __________-______ Cidade: ____________

Telefone: ( ) _______________________ Fax: ( ) __________________________________________

E-mail: _____________________________ Site: _________________________________________________

Contato para ação social

Nome: ________________________________________________________ Cargo: ____________________

Telefone: ( ) _________________ E-mail:__________________________________

Ramo(s) de atividade(s):• ____________________________________• ____________________________________• ____________________________________

1. Porte da empresa:

1.1. ( ) micro (indústria até 19 empregados e comércio/serviço até 9 empregados)

1.2. ( ) pequena (indústria com 20 a 99 empregados e comércio/serviço com 10 a 49 empregados)

1.3. ( ) média (indústria com 100 a 499 empregados e comércio/serviço com 50 a 99 empregados)

1.4. ( ) grande (indústria com mais de 499 empregados e comércio/serviço com mais de 99 empregados)

2. Tem Programa para Prevenção do Câncer de Mama?

2.1. ( ) Sim

2.2. ( ) Não

Page 113: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 1 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Parte II – Informações sobre a Ação Social da Empresa

Ação social são todas as atividades realizadas em benefício da comunidade externa, não previstas em lei. Em outras palavras, todas as ações filantrópicas, doações pontuais, projetos comunitários e outros tipos de apoio a entidades sociais.

3. A empresa realiza ações sociais?

3.1. ( ) Sim

3.2. ( ) Não

4. que tipo de ação social a empresa realiza? (múltipla escolha)

Aç ãO S O C IA LDE ST I NA DAS AO P ú BL IC O G E R A L

DE ST I NA DAS àS M U L h E R E S AC I M A

DE 4 0 A NO S

4.1. Doação de materiais/produtos

4.2. Doação de equipamentos

4.3. Doação de serviços (palestras, atendimentos, exames, consultorias etc.)

4.4. Doação em dinheiro para organizações sociais

4.5. Programas de voluntariado corporativo

4.6. Realização de campanha de arrecadação(alimentos/vestuário...)

4.7. Apoio a projetos e programas de outrasinstituições/fundações

4.8. Realização de programa/projeto social próprio

4.9. Outros (especifique)

Page 114: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 1 4

5. qual a área de atuação das ações sociais de sua empresa? (múltipla escolha)

6. Se a empresa realiza programas e projetos próprios, descreva a seguir:

7. Utiliza incentivos fiscais?

7.1. ( ) Não

7.2. ( ) Sim

8. Se a resposta for afirmativa, defina quais:

8.1. ( ) Doação para organizações do setor de saúde

8.2. ( ) Renúncia fiscal até 2% do lucro líquido para Oscips

8.3. ( ) Outros. Especifique: ______________________________________

9. Sua empresa gostaria de participar da Rede de Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama do Instituto Avon?

9.1. ( ) Sim

9.2. ( ) Não

á R E A DE AT UAç ãO DE ST I NA DAS AO P ú BL IC O G E R A L

DE ST I NA DAS àS M U L h E R E S AC I M A

DE 4 0 A NO S

5.1. Assistência social

5.2. Arte e cultura

5.3. Educação

5.4. Esporte

5.5. Meio ambiente

5.6. Saúde

5.7. Qualificação profissional

5.8. Geração de trabalho e renda

5.9. Outros (especifique)

Page 115: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 1 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft 4e – ativOs Das OrganizaÇões sOCiais

1. qual é a melhor forma de abordar as organizações sociais (entidades, associações etc.)?a. Entrevista

b. Questionário por correio/fax/e-mail

c. Questionário por telefonema

d. Outras

2. quantas organizações devem ser abordadas? há organizações maisimportantes para este diagnóstico? quais?

3. Com que setor da organização deve ser feito o contato?

4. O que deve ser explicado sobre o projeto?Ver sugestão de roteiro para o levantamento e completar o que for necessário em FT 4f.

Page 116: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 1 6

ft 4f – rOteirO para OrganizaÇões sOCiais

Parte I – Identificação da organização

Nome:

CNPJ:

Endereço:

Bairro: _________________________________________ CEP: __________-______ Cidade: ____________

Telefone: ( ) _______________________ Fax: ( ) __________________________________________

E-mail: _____________________________ Site: _________________________________________________

Pessoa para contato:

Telefone: ( ) _______________________ Fax: ( ) __________________________________________

E-mail: _____________________________

Tempo de funcionamento: _____________________

Data do registro do estatuto: ___/___/___

Parte II – Ação da organização

1. área de atuação (múltipla escolha):1.1. ( ) Assistência social1.2. ( ) Arte e cultura1.3. ( ) Educação1.4. ( ) Esporte1.5. ( ) Meio ambiente1.6. ( ) Saúde1.7. ( ) Qualificação profissional1.8. ( ) Geração de trabalho e renda1.9. ( ) Outras. Especifique: _________________________________

2. Atende mulheres com mais de 40 anos?2.1. ( ) Sim. Número de atendidas: _____________________2.2. ( ) Não

3. Em caso positivo, liste as atividades desenvolvidas:

Page 117: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 1 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

4. Em caso negativo, informe a faixa etária atendida e o tipo de atividade desenvolvida:

Parte III – Recursos

Origem do orçamento – ano______

FA I x A ETá R IA N úM E RO DE AT E N DI DAS AT I v I DA DE S

OR IG E M %

Governamental

Municipal

Estadual

Federal

Privados

Doações de empresas

Doações de indivíduos

Próprios

Internacionais

Outros

Page 118: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 1 8

5. quais são as principais necessidades da organização hoje?

a. ( ) Voluntários

AT I v I DA DE qUA L I F IC Aç ãO N E C E S S á R IA

b. ( ) Recursos materiais(assinale com um x a necessidade, descreva resumidamente e informe sobre a finalidade.)

N E C E S SI DA DE DE S C R Iç ãO F I NA L I DA DE

Alimentos

Roupas

Móveis

Veículos

Informática

c. ( ) Recursos financeiros

vA L OR PA R A qUA L F I NA L I DA DE ?

Page 119: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 1 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Parte Iv – Projetos

Caso a organização tenha projetos para mulheres com mais de 40 anos, preencha o formulário abaixo.

Nome do projeto:

Quais são os objetivos do projeto?

Público-alvo (se for o caso, especificar outros critérios além da idade):

Quantas pessoas o projeto vai atender?

Onde o projeto vai ser realizado?

Cidade:

Região ou bairro:

Quanto tempo vai durar o projeto?

Qual o valor total do projeto? R$ ____________________

Page 120: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 2 0

ft 4g – ativOs DO setOr púbLiCO

1. qual é a melhor forma de abordar os órgãos públicos?a. Entrevistab. Questionário por correio /fax/e-mailc. Outras

2. quais órgãos devem ser abordados? quais secretarias são mais importantes paraeste diagnóstico?

3. Com quem deve ser feito o contato em cada órgão?

4. O que deve ser explicado sobre o projeto?

Ver sugestão de roteiro para o levantamento e completar o que for necessário em FT 4h.

Page 121: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 2 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft 4h – rOteirO para O setOr púbLiCO

1. qual é o número de mulheres com mais de 40 anos de seu município?

2. qual o grau de escolaridade e renda dessas mulheres?

3. qual a ocupação delas?

4. quais são os coeficientes de morbidade e de mortalidade por Câncer de Mama em seu município?

5. Dos casos diagnosticados de Câncer de Mama, qual é o estadiamento deles?

6. qual o número de serviços de saúde existentes no município para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama? (setores público e privado)

7. Destes, quais são os “ativos” (Rh, espaço físico etc.) oferecidos pela SecretariaMunicipal de Saúde para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama?

8. A prevenção e a detecção precoce do Câncer de Mama são consideradas prioridadesno município?

Page 122: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 2 2

9. qual é o orçamento municipal para as ações voltadas à prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama no município?

10. quantas entidades sociais atendem mulheres com foco na prevenção do Câncer de Mama com apoio da prefeitura (especificar se é convênio, per capita, ajuda para folha de pagamento etc.)? quais são os melhores programas oferecidos?

Observações:

Page 123: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 2 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft 5 – LevantamentO De DaDOs estatístiCOs sObre prevenÇãO e DeteCÇãO

preCOCe DO CânCer De mama

Os dados estatísticos poderão ser obtidos na prefeitura, nos sites da Secretaria Municipal de Saúde, do Ministério da Saúde etc.Abaixo, seguem sugestões de itens

1. Características populacionais• População total

• Distribuição da população por sexo, faixa etária

• População de mulheres com mais de 40 anos

• IDH e outros índices

2. Indicadores econômicos referente às mulheres com mais de 40 anos• Participação das mulheres com mais de 40 anos na força de trabalho

• Taxa de desemprego

• Rendimento médio per capita

• Fonte de rendimento

• Emprego por setor da economia

3. Indicadores educacionais• Escolaridade das mulheres com mais de 40 anos

Trabalhar indicadores por área geográfica (regiões administrativas).

Page 124: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 2 4

ft 6 – anaLisanDO Os ativOs

A rede tem em mãos muitos dados, que foram coletados por meio dos instrumentos escolhidos.É importante esclarecer que os dados quantitativos devem ser tabulados apenas se a amostra for significativa. Do contrário, é preferível trabalhá-los somente do ponto de vista qualitativo.E o principal: os dados precisam ser analisados tendo como foco os ativos.

1. Definam grupos para analisar cada instrumento. Dirijam a análise para os ativos relacionados à mulher com mais de 40 anos, ou seja, o que existe na cidade que pode ser potencialmente aproveitado para atender às necessidades delas.

2. Cada subgrupo apresenta sua análise para a rede.

3. Formem grupos para fazer as seguintes listas:• Relação de ativos que já estão sendo bem aproveitados.

Por exemplo: o Rotary desenvolve um projeto de prevenção de Câncer de Mama.

• Ativos que não estão sendo bem aproveitados e por quê. Por exemplo: um ambulatório possui um mamógrafo que poderia ser utilizado para a detecção precoce do Câncer de Mama, mas ele fica ocioso porque não está credenciado pelo SUS.

4. Obstáculos encontrados. Por exemplo: falta de agentes comunitários, falta de esclarecimento sobre Câncer de Mama etc.

Page 125: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 2 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ft 7 – reDiginDO O DiagnóstiCO

1. Escolham um grupo para a redação da Síntese do Diagnóstico. Ele deve conter:a. Os principais dados quantitativos e qualitativos.b. A relação dos ativos que estão sendo bem aproveitados.c. A relação dos ativos que não estão sendo bem aproveitados.d. A relação dos obstáculos identificados.

2. Transformem os obstáculos em desafios. Por exemplo:

OBSTÁCULOS DESAFIOS

Falta de agentes comunitários. Conseguir/contratar agentes comunitários.

Falta de esclarecimentos dosagentes comunitários sobreprevenção de Câncer de Mama.

Orientar agentes comunitários sobreprevenção do Câncer de Mama.

Formem um grupo para preparar uma apresentação do diagnóstico para que ele seja discutido com os componentes da rede.

Bibliografia utilizada e consultas recomendadas

1. INOJOSA, R.M. “Redes de Compromisso Social”. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas – Revista de Administração Pública, 1999.

2. OLIVIERI, L. “A importância histórico-social das Redes”. Rede de Informações para o Terceiro Setor, jan 2003.

3. SCHINTHLER, C. “Redes de Desenvolvimento comunitário: iniciativas para a transformação social”. Ed. Global. Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social, São Paulo, 2004.

4. TEIXEIRA, S.M.F. O desafio da gestão das redes de políticas – www.ebape.fgv.br.

5. TORO, e B. RODRIGUEZ, “M. La comunicación y la movilización social” en La construcción de bienes públicos. Bogotá: BID, 2001.

Page 126: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 2 6

qUaDrOs De ativOs eLabOraDOs DUrante Os enCOntrOs

Ativos do Primeiro Setor

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

Presidente da RepúblicaÉ o principal executivo danação. Tem poder parapriorizar temas e delegar.

Por meio dos contatospolíticos e sociais da sua região.

Primeira-dama

É uma mulher estratégica.Pode abraçar a causa esensibilizar a opiniãopública e política, além deangariar recursos.

Identificar contatos emarcar audiências paraapresentar a causa.

Ministério da Saúde

É o responsável, juntamentecom o Conselho Nacionalde Saúde, pela formulaçãodas políticas de saúde.

Por meio de contatos comlíderes políticos da suaregião (governador,senador, deputado federal,secretário de saúde).

Comissão IntergestoresTripartite

É a instância onde sãopactuados os planos desaúde para os vários níveisdo SUS.

Acompanhar a agenda dasreuniões e inserirrepresentações em temasque vão ser discutidos.

Conselho Nacional de Saúde(CNS)

É uma instância colegiada decaráter permanente edeliberativo, paritário, comrepresentantes de vários segmentos: Ministério da Saúde, Conass, Conasems erepresentantes de usuários e entidades. Não existe nenhuma ONG que atue na causa Câncer de Mama no CNS.

Acompanhar a agenda dereuniões que está no sitedo CNS. As reuniõessão abertas e podem serfeitas colocações sobre o Câncer de Mama.

Conselhos dos Secretáriosde Saúde Estaduais(Conass) e Municipais(Conasems)

Promove reuniões periódicas com discussões dos temas de saúde mais importantes. Pode-seinserir o tema na pauta das reuniões.

Por intermédio dos secretários de saúde estadual e municipal,respectivamente, podemosapresentar as informaçõesnecessárias sobre o Câncer de Mama solicitando a atenção deles para esse problema de saúde pública.

Page 127: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 2 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

Secretaria de PolíticasPúblicas para Mulheres

Pode ser um importante ativo.

Apresentar os principaisproblemas de saúde queafetam a mulher, destacando o Câncer de Mama.

Instituto Nacional deCâncer (INCA)

Tem programas específicospara o Câncer de Mama eé o formulador daspolíticas para a abordagem do Câncer de Mama, representando o país em fóruns internacionais e locais. Detém verbas epode formular projetos.

Estabelecer interlocuçãocom o INCA chamando aatenção para estratégiasde prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

Anvisa (Agência Nacionalde Vigilância Sanitária)

É a agência que normatiza os serviços de saúde emâmbito federal (hospitais,centrais de quimioterapia eradioterapia, de radiologiae mamografias).

Por meio de sites, contatos oficiais.

Programa Saúde da Família

Normatiza as ações eestratégias do Programa Saúde da Família. Projeto com grande capilaridade, tendo como ativo o agente comunitáriode saúde.

Por meio de Ministério da Saúde – Coordenação de Atenção Básica e Coordenação do PSF nos municípios.

Ministério da Ação Social

Normatiza as estratégiasde ação social do governoe pode haver espaço paracolocar os problemasrelacionados ao Câncer de Mama e seu impactosocial no trabalho e na família.

Apresentar os principaisproblemas de saúde queafetam a mulher, destacando o Câncer de Mama.

Governador

É o principal executivo doestado. Tem poder parapriorizar temas e delegar.

Por meio dos contatospolíticos e sociais da sua região.

Primeira-dama

É uma mulher estratégica.Pode abraçar a causa esensibilizar a opiniãopública e política, além deangariar recursos.

Identificar contatos emarcar audiências paraapresentar a causa.

Page 128: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 2 8

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

Secretaria Estadual de Saúde

Responsável, juntamentecom o Conselho Estadualde Saúde, pela formulaçãodas políticas de saúde nos estados.

Agendar reunião por intermédiode lideranças políticas esensibilizar para a prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama como prioridade de saúde.

Conselho Estadual de Saúde

É a instância colegiada de caráter permanente e deliberativo, paritário, com a participação direta do secretário estadual de saúde.

Participar de reuniões eintroduzir na agenda otema prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama como problema de saúde pública.

Comissão IntergestoresBipartite

É a instância onde sãopactuados os planos desaúde para o estado,as regiões e os municípios.

Acompanhar a agenda dasreuniões e inserir temasrelacionados à prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.

Programas Estaduais de Saúde

Programa Saúde Integralda Mulher e ProgramaSaúde da Família.

Esses dois programaspodem fazer a diferençapara o Câncer de Mama,sendo um específico paraatuar na causa e o outropela facilidade de acessoàs mulheres de sua áreade atuação.

Vigilância SanitáriaEstadual

Habilita e fiscaliza emâmbito estadualmedicamentos e serviçostécnicos (hospitais,centrais de quimioterapia eradioterapia, de radiologiae mamografias).

Por meio de sites, contatos oficiais.

Secretaria de PolíticasPúblicas para Mulheres,Promoção Social,Transportes e Educação

Podem ser importantesativos. Agendar reunião.

Apresentar os principaisproblemas de saúde queafetam a mulher, destacando o Câncer de Mama. Dar visibilidade à causa.

Associação de Prefeitos

Realizam encontros ondepode-se pedir que se incluamtemas e apresentação de projetos.

Apresentar os principaisproblemas de saúde queafetam a mulher, destacando o Câncer de Mama. Dar visibilidade à causa.

Page 129: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 2 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

PrefeitoPrincipal executivo domunicípio. Tem poder parapriorizar temas e delegar.

Por meio dos contatospolíticos e sociais de seumunicípio.

Primeira-dama

É uma mulher estratégica.Pode abraçar a causa esensibilizar a opiniãopública e política, além deangariar recursos.

Identificar contatos emarcar audiências paraapresentar a causa.

Secretaria Municipal de Saúde

Responsável, juntamentecom o Conselho Municipal de Saúde, pela formulação das políticas de saúde municipais.

Agendar reunião por intermédiode liderança política para discutir o tema.

Conselho Municipal de Saúde

É uma instância colegiada decaráter permanente e deliberativo, paritário, coma participação diretado secretário municipal de saúde.

Participar de reuniões eintroduzir na agenda otema prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama como problema de saúde pública.

Programas Municipais de SaúdePrograma Saúde Integralda Mulher e ProgramaSaúde da Família.

Esses dois programaspodem fazer a diferençapara o Câncer de Mama,sendo um específico paraatuar na causa e o outropela facilidade de acessoàs mulheres de sua áreade atuação.

Secretaria de PolíticasPúblicas para Mulheres,Secretaria de Promoção Social

Podem ser importantesativos. Agendar reunião.

Apresentar os principaisproblemas de saúde queafetam a mulher, destacando o Câncer de Mama. Dar visibilidade à causa.

Vigilância SanitáriaMunicipal

É responsável no municípiopelo credenciamento efiscalização de serviços de saúde.

Por meio de sites, contatos oficiais.

Page 130: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 3 0

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

Câmara dos DeputadosLeis, utilidade pública,Comissões de Saúde,emendas parlamentares

Identificar um deputado sensível às causas sociais e da saúde.É importante identificarpotenciais líderes regionaisque pertençam ao partidoou sejam aliados dopresidente da Comissão deSaúde, por exemplo, ou dopresidente da Câmara, oudos líderes, para facilitar o acesso aos projetos.Podem criar leis parapriorizar o Câncer deMama. Emendasparlamentares podemviabilizar os projetos. São também contatosimportantes para agendarreuniões com outros ativos.

Senado FederalLeis, utilidade pública,Comissões de Saúde,emendas parlamentares.

Procurar um senador doseu estado, que é umgrande ativo junto àPresidência da República, aosministérios e às comissões.Podem gerar importantesemendas parlamentarescom verbas e tambémcriar leis.

Poder Legislativo Estadual(Assembléia Legislativa)

Leis, utilidade pública,Comissões de Saúde,emendas parlamentares.

Procurar deputadosestaduais que são grandesativos junto aogovernador, à SecretariaEstadual de Saúde e àComissão de Saúde daAssembléia Legislativa.Podem gerar importantesemendas parlamentarescom verbas e tambémcriar leis.

Page 131: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 3 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

Poder Legislativo MunicipalLeis, utilidade pública,Comissões de Saúde.

Procurar vereadores quesão ativos junto aoprefeito, à SecretariaMunicipal de Saúde eà Comissão de Saúde daCâmara Municipal. Podemcriar leis e aprovam a leide diretrizes orçamentárias,onde são priorizadas açõespara a prevenção edetecção precoce doCâncer de Mama.

Page 132: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 3 2

Ativos do Segundo Setor

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

Revendedoras Avon Há mais de um milhão de revendedoras Avon espalhadas pelo Brasil.

Estão sensibilizadas para a causa.

Fazem parte da comunidadee conhecem a realidade damulher brasileira.

Identificação na própria comunidade.

Empresas e associações deempresários (exemplo.:Febraban, Fiesp etc.)

As empresas necessitam exercitar a responsabilidade social. A empresa tem maiordinamismo, altaresolubilidade e maiorpoder de gestão. Potencialde recursos financeiros,produtos ou serviços (porexemplo: impressão defolders, transporte,assessoria de imprensa etc.).

Elaborar uma propostaclara, objetiva, consistentee com contrapartida.Procurar as pessoas quetêm poder de decisão.Demonstrar a credibilidadedo proponente.Sensibilizar os dirigentesda empresa.

Mídia:falada, escrita e televisionada

Possui meios para disseminarinformações, recrutarpacientes e novosparceiros financiadores paradivulgar a causa. Tem poder para sensibilizar a comunidade.

Contatar o responsável porcada meio de divulgação.Sensibilizar os meiosde comunicação para acausa. Criar umaassessoria de imprensa,voluntária ou não. Oferecernotícias à mídia local e demaior abrangência, conforme interesse e possibilidades.Gerar uma rede de relacionamento pessoalcom jornalistas, repórteres,editores e diretoria dos veículos.

Page 133: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 3 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Ativos do Terceiro Setor

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

Rotary LionsOrganizações não-governamentais (ONGs)

Têm potencial paradisponibilizar recursoshumanos, financeiros emateriais e disseminador deinformações sobre a causa(poder multiplicador).

Buscar contato compessoas nas instituiçõespara apresentar o projeto.

Femama – Federação das Organizações Filantrópicas pela Saúde da Mama

Sensibiliza a sociedade civil e o governo.Potencial paradisponibilizar recursos financeiros e humanos.Apoiar os trabalhos emprevenção, detecção precoce e tratamento do Câncer de Mama. Possui capilaridade.

Buscar no site da RedeFeminina de Combate aoCâncer de Mama a unidademais próxima da sua cidade.Identificar e contatar o representantelocal/regional da rede/Femama

Associaçõescomerciais/industriais

Recursos financeiros, humanos e materiais.

Identificar os empresáriosque estão nos conselhosde organizações sociais(estão mais sensibilizados)para articular reuniões naassociação comercial/industrial para apresentar o projeto.Convidar os associadospara uma reunião sobre ainstituição e o projeto.

Sociedades médicas (e afins):Colégio Brasileiro deRadiologia, Febrasgo,Sociedade Brasileira deMastologia, SociedadeBrasileira de OncologiaClínica, SociedadeBrasileira de Mastologia econselhos de classe

Têm poder de divulgação.Oferecem legitimidade paraas ações do projeto.

Procurar representantelocal/regional envolvendo a sociedade no projeto.

Page 134: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 3 4

ATIVO POR QUÊ? COMO ARTICULAR?

Voluntariado É um recurso humano que deve ser contemplado em todo o projeto.Dá sustentabilidade humana e operacional ao projeto

Convocar para palestras.Realizar palestras de sensibilização.Capacitar para atuar coma causa.Realizar reuniões demonitoramento paraapresentar os resultadosdo projeto e do trabalhovoluntário (manter amotivação das pessoas).

Centros religiososPastorais

É um espaço físico já freqüentado pela mulher. Tem maior poder de convencimento da mulher para desmistificar e falarda importância da prevenção e detecção precoce. Sensibilização da comunidade.

Contato e sensibilização dolíder religioso para a causa.

Fundações/Institutos Têm potencial investidor. Possuem recursos humanos,financeiros e materiais.

Buscar contato com pessoasnas Fundações/Institutospara apresentar o projetosite internet

Ethos / Gife (Grupo deInstitutos e FundaçõesEmpresariais)

As empresas que estãoatuando na área socialpodem ser potenciaisparceiros para a causa.Têm poder de divulgação.

Site:www.ethos.org.brwww.gife.org.br

Page 135: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 3 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Outros Ativos

ATIVO POR QUÊz? COMO ARTICULAR?

Universidade É a sede de formação deprofissionais e construçãodo conhecimento, além do desenvolvimento de pesquisas.Há possibilidade de parcerias com a instituição e alunos (ligas).Extensão universitária(cursos, seminários eações sociais).

Identificar pessoas compotencial de sensibilizaçãopara a causa.

Escolas Para conscientização einformação de alunos doensino fundamental emédio (multiplicadores).

Estabelecer contato comescolas dos setores público e privado.

Page 136: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 3 6

CAPÍTULO 1

CapítULO 5

Page 137: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 3 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

1. intrODUÇãO

Há um amplo reconhecimento, na atualidade, de que não é possível gerenciar empresas, organizações, serviços ou projetos em qualquer setor se não houver um sistema de apoio à decisão que se sustente na informação.

Entende-se por informação o significado que o homem atribui a um determinado dado, por meio de convenções e representações. O significado atribuídopermite reconhecer cada situação e a partir dessa interpretação gerar uma decisão, que, por sua vez, desencadeará uma ação.

Assim, informação constitui-se em suporte básico para toda atividade humana e nosso cotidiano é um processo permanente embasado em informação. Informação permite compor cenários do passado e do presente e suas possibilidades de transformação em um futuro planejado. Nas últimas décadas, a informação e suas tecnologias são ferramentas da

ciência, da indústria, do comércio e da comunicação e se universalizam em todo o mundo.

Da mesma forma, esse processo ocorre no setor de saúde e a atuação nessa área exige informação, isto é, o conhecimento do problema, da causa, a busca dealternativas e procedimentos para sua solução, com estabelecimento de metas e etapas para cumprir objetivos.

O termo informação em saúde é compreendido como um conjunto de sistemas de apoio à decisão, abrangendo informações sobre a situação socioeconômica, demográfica e epidemiológica, bem

CapítULO 5 a infOrmaÇãO

em saúDe: as fOntes De

infOrmaÇãO para a

atUaÇãO em prevenÇãO

e DeteCÇãO preCOCe DO

CânCer De mamaMaria Bernadete de Paula Eduardo MéDIcA EpIDEMIOlOgIstA E sANItArIstA DO cENtrO DE VIgIlâNcIA EpIDEMIOlógIcA (cVE), DA sEcrEtArIA DE EstADO DA sAúDE DE sãO pAulO, DOutOrA EM MEDIcINA prEVENtIVA pElO DEpArtAMENtO DE MEDIcINA prEVENtIVA DA FAculDADE DE MEDIcINA DA uNIVErsIDADE DE sãO pAulO.

Page 138: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 3 8

como aquelas relacionadas ao planejamento, gestão, organização e avaliação, nos vários níveis de um sistema de saúde, de um serviço de saúde, ou de um determinado programa ou atividade.

Na gerência de programas, projetos ou serviços de saúde são necessários cadastros de pacientes e da população em geral, dados da produção das atividades, conhecimento do perfil de doenças atendidas, mortalidade, número de profissionais desaúde, número de consultórios, leitos, medicamentos utilizados, gastos efetuados, entre outras informações.

E a utilidade dessas informações se mostram ao comparar todas elas, para avaliar o alcance de metas, objetivos e impactos.

Essas informações são, em geral, expressas por um conjunto de indicadores que, dentro de metodologias adequadas, informam sobre o desempenho de um serviço, de um projeto ou programa de saúde e constituem ferramentas de monitoração dasatividades e do alcance dos objetivos e metas, geralmente requerendo a informatização do processamento de dados para a análise e tomada de decisão em tempo oportuno.

O câncer de Mama, uma doença de importância em saúde pública pela significativa taxa de mortalidade e impacto entre as mulheres, requer vigilância emonitoramento dos casos.

um sistema de vigilância e monitoramento de determinada doença é implantado quando é possível, através de informações coletadas, para conhecer e interferir em suas causas e desencadear ações que previnam o surgimento de novos casos,eliminando ou minimizando os fatores de risco que provocam a doença. para isto deve haver tecnologia que permita a prevenção ou o controle.

No câncer de Mama, a ação de vigilância para prevenção consiste basicamente na sua detecção precoce que envolve conhecimento dos possíveis fatores de risco e dos procedimentos para essa identificação precoce e tratamento e, fundamentalmente, a disseminação das informações.

uma vigilância de casos depende também do estado- da-arte dos meios diagnósticos, isto é, da existência de meios diagnósticos e da qualidade da assistênciamédica, a qual deve possuir capacidade para

diagnosticar, prestar atendimento adequado, monitorar e dar suporte aos pacientes.O câncer de Mama não é uma doença de notificação compulsória no Brasil e, por esse fato, talvez não tenha se firmado como parte de um sistema de informação estruturado, de abrangência nacional, a exemplo de várias doenças transmissíveis.contudo, pela sua gravidade e importância em saúde pública, consta do programa de vigilância de Doenças e Agravos Não transmissíveis (Dant), coordenado, em nível federal, pela secretaria de Vigilância em saúde (sVs), do Ministério da saúde, e em parceria com o Instituto Nacional de câncer (INcA), possibilitando a obtenção de dados por meio de alguns subsistemas de registros de câncer e programas de vigilância do câncer, que serão descritos mais adiante.

Assim, ao apresentar as fontes de informação existentes no setor e breves conceitos sobre informação e sistemas, este capítulo tem o objetivo de fornecer subsídios para os profissionais atuantes na gerência de serviços, programas ou projetos destinados à prevenção do câncer de Mama, bem como estimular e contribuir para a organização de um sistema de informação que contemple a coleta de dados nos principais aspectos da doença, para um monitoramento e uma avaliação mais abrangentes e permanentes.

A literatura especializada e fontes consultadas que fazem parte deste capítulo não foram referenciadas no corpo do texto, com a finalidade de facilitar a leitura e compreensão do assunto. Estão, contudo, relacionadas no final do trabalho comobibliografia consultada ou recomendada.

Page 139: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 3 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

2. tipOs De sistemas De infOrmaÇãO

um sistema de Informação (sI) pode ser definido como um conjunto de procedimentos organizados que, quando executados, provêem informação de suporte a uma determinada empresa ou organização.

um sI tem como função a obtenção e o processamento de dados e a geração de resultados que serão analisados por seus usuários, os quais, com base em interpretações, tomarão decisões desencadeando ações ou não. Há várias formas de classificação dos sI. podem ser classificados segundo algumas categorias, cabendo destacar os definidos como sistemas de Informação gerencial (sIg) e os sistemas de Apoio à Decisão (sAD).

Os sIgs têm como finalidade aumentar a efetividade do processo de decisão e os sADs a de fornecer apoio para discernimento e julgamento do gerente, visando aumentar o alcance e a efetividade do processo decisório.

Os sIs também podem ser classificados segundo seus propósitos. Esse enquadramento permite a diferenciação e o posicionamento dos diversos tipos de sistemas de informação de acordo com seus objetivos. por exemplo: no planejamento estratégico, o sistema volta-se para as decisões que norteiam os rumos da organização; para o controle gerencial, dirige-se para o uso eficiente e efetivo dos recursos da organização a fim de alcançar seus objetivos; para o controle operacional, prioriza-se a execução das tarefas essenciais ao funcionamento da organização.

Na área de saúde, surge a terminologia sistemas de Informação em saúde (sIs), referente aos sistemas de gerência em saúde, incluindo-se os sistemas informativos da condição do doente, de sua vida, do meio ambiente e de outros fatores que interferem no processo saúde-doença.

Os sIss exigem para seu desenho e sua implantação uma clara fundamentação clínica e epidemiológica, bem como em planejamento, programação e avaliação em saúde.

Os sIss devem informar sobre a doença dos indivíduos e seu perfil na comunidade, as causas e condições que propiciam o seu aparecimento, a atividade clínica, condutas, normas técnicas, tecnologias em saúde utilizadas, ações programáticas e resultados, bem como informar sobre a extensão e o impacto das ações na população ou grupos de risco.

utiliza-se o enfoque epidemiológico para o desenho de um sIs, pois o método epidemiológico permite conhecer o quadro de saúde de um determinado local ou região geográfica, bem como os fatores causais dos problemas de saúde, apontando as medidas preventivas e de controle.

Obtidos os dados, interpretados, segue-se à decisão, configurando-se os momentos de avaliação do problema ou da ação e o da execução da ação ou de uma nova ação dentro da alternativa escolhida.

A avaliação em saúde pode ser compreendida como o ato de apreensão das relações entre as necessidades de saúde e suas práticas e técnicas, visando verificar a capacidade dessas práticas ou técnicas em responder às necessidades geradas no processo saúde-doença.

Esse processo requer dados corretos e fidedignos sobre a realidade e enfoques teóricos e metodológicos apropriados para coleta, tratamento e interpretação.

Assim, os indicadores de saúde, formas numéricas ou não, obtidas a partir dos sIss , são utilizados para se mensurar as atividades realizadas, ou o grau de risco de um evento ou agravo à saúde, e para atribuir valor a dados ou aspectos da realidade que se deseja conhecer, quantitativa ou qualitativamente, e, a partir desse conhecimento, intervir para alcançar metas e objetivos. Há, na literatura especializada, váriaspropostas de indicadores para avaliação da situação de saúde da população e do desempenho das práticas e políticas de saúde.

Os sIss são conhecidos, ainda conforme sua natureza, ou função, tais como: sistemas de Informação Estatístico-Epidemiológica, sistemas de Informação clínica e sistemas de Informação Administrativa.

sistemas de Informação Estatístico-Epidemiológica são aqueles que registram os dados de mortalidade, morbidade, de demanda atendida pelos serviços, dos aspectos demográficos, sociais e econômicos e suas relações com a saúde da população. Incluem-senesse grupo aqueles que permitem o conhecimento

Page 140: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

as infOrmaÇões pODem

ainDa ser reCOnheCiDas

segUnDO sUa Origem De

prODUÇãO, pOr tipO De

institUiÇãO De saúDe OU

espaÇOs COLetivOs, OU

finaLiDaDe.

Page 141: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 4 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

do grau de acesso da população aos serviços, isto é, da produção e utilização, da qualidade técnica dos procedimentos de saúde prestados e do grau de satisfação do usuário.

compõem os sistemas de Informações clínicas o registro de dados clínicos sobre o paciente, desde sua identificação, problemas de saúde relatados, diagnóstico médico, até exames clínicos, laboratoriais, radiológicos, procedimentos realizados, medicamentos prescritos, entre outros.

As informações administrativas, não específicas do setor de saúde, são as de controle de estoque, materiais, equipamentos, recursos humanos, gestão financeira, entre outras necessárias para o gerenciamento dos serviços.

O conjunto das informações clínicas, estatístico-epidemiológicas e administrativas compõe o sistema de Apoio à Decisão em saúde.

As informações podem, ainda, ser reconhecidas segundo sua origem de produção, por tipo de instituição de saúde ou espaços coletivos, ou finalidade, tais como grupos populacionais de risco, ações programáticas, especialidades etc. são assim classificadas em sistemas de Informação Ambulatorial, sistemas de Informação Hospitalar, sistemas de Apoio Diagnóstico, sistemas de Informação das Ações programáticas sistemas de Informação de Mortalidade, sistemas de Vigilâncias à saúde, incluídas a Vigilância Epidemiológica e a Vigilância sanitária, entre outros.

Na atividade de planejamento em saúde e gerência são necessários dados inter e extra-setoriais, gerados pelas mais diversas fontes, tais como censos, pesquisas populacionais, estatísticas vitais, produção e utilização de serviços.

cabe destacar, ainda, que a constituição de um sistema básico de informação, de abrangência nacional, segue a estrutura, diretrizes e princípios do sistema único de saúde (sus), respeitando-se a hierarquização entre os níveis de serviço, a descentralização e a municipalização. O município deve coletar e deter informações suficientes para a gerência local dos serviços, remetendo-as, seletivamente, aos níveis estadual e federal, que detêm os papéis de coordenadores e supervisores das ações de saúde, sem prejuízo de outras necessidades específicas de informação reconhecidas pelo município ou pelos serviços e entidades produtores

da informação. por meio da informática, de sistemas computadorizados e on-line, promove-se a integração entre eles, viabilizando a avaliação permanente e a tomada de decisão com ações em tempo oportuno.

3. as prinCipais fOntes De infOrmaÇãO

reLaCiOnaDas aO CânCer De mama

são relacionados, a seguir, os principais sIss e fontes de informações que devem estar ao alcance da gerência em saúde, de serviços, projetos ou sistemas de saúde, e que fornecem dados específicos relacionados ao câncer de Mama e outroscomplementares, tanto para a construção de seus indicadores quanto para as atividades educativas.

Sistemas de Informações Demográficas, Socioeconômicas e Culturais

são compostos pelos censos populacionais periódicos ou ocasionais, permitindo conhecer a estrutura de uma população em determinada área geográfica, por sexo, idade, constituindo as “pirâmides de população”, e outros dados como estado civil, religião, nacionalidade, características sociais, econômicas e culturais. Essas informações são encontradas nos sites do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística – IBgE (http://www.ibge.gov.br) e do Departamento de Informática do sus – Datasus (http://www.datasus.gov.br).

Sistemas de Informações de Eventos Vitais

registram os nascimentos vivos, nascimentos mortos, óbitos, casamentos, divórcios e outros fatos relacionados ao começo e fim da vida do indivíduo. Fornecem dados importantes para a confecção de vários indicadores, como de mortalidade, morbidade, vida média ou esperança de vida, cobertura das ações etc. Destaca-se aqui o sistema de Informação de Mortalidade (sIM), de onde podem ser obtidas as informações sobre óbitos por câncer de Mama.Os eventos vitais podem ser encontrados nos sites do Instituto Brasileiro de geografia e Estatística – IBgE (http://www.ibge.gov.br), do Datasus (http://www.datasus.gov.br) e da sVs (http://www.saude.gov.br/svs).

Page 142: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 4 2

Sistemas de Informação de Morbidade Hospitalar

registram as doenças de pacientes que necessitaram internação, na rede pública e conveniada ao sus, por sexo, idade, procedimentos médicos, raça, nacionalidade, procedência e outras variáveis de interesse clínico, epidemiológico, social, econômico e cultural. Dados sobre morbidade hospitalar podem ser obtidos do sistema de Informação Hospitalar (sIH), processados pelo Datasus, no sitehttp://www.datasus.gov.br.

Sistemas de Informação de Morbidade Ambulatorial

Não há um sistema informatizado que permita a coleta permanente das doenças atendidas em ambulatórios, consultórios e unidades básicas de saúde, ainda que exista o sistema de Informações Ambulatoriais (sIA-sus/Datasus), relacionadoao pagamento de procedimentos de saúde. Os sistemas de vigilância epidemiológica de determinadas doenças ou agravos de notificação compulsória, ou os relativos a programas específicos, são os que fornecem o registro do diagnóstico realizado em atendimento de nível ambulatorial, porém restrito a algumas doenças. Dados sobrecadastramento, controle orçamentário e capacidade instalada constantes do sIA-sus estão disponíveis no site do Datasus (http://www.datasus.gov.br).

Sistemas de Vigilância Epidemiológica das Doenças e Agravos Não Transmissíveis

A vigilância epidemiológica do câncer faz parte de um programa de vigilância de Doenças e Agravos Não transmissíveis (Dant), ainda em desenvolvimento, coordenado pela sVs, com ações centradas no fomento e desenvolvimento de estudose pesquisas para identificação e monitoramento de fatores de risco, análise e avaliação das ações de promoção da saúde, prevenção e controle das Dant.

O programa de Epidemiologia e Vigilância do câncer, coordenado pela sVs, em parceria com o INcA, obtém informações sobre incidência de câncer por meio dos registros de câncer de Base populacional (rcBp), dos registros Hospitalares decâncer (Hc) e do Inquérito Domiciliar sobre

comportamentos de risco e Morbidade referida de Dant, que são fontes de amostras da ocorrência de câncer, ao lado das informações fornecidas pelo sIM e sIH.

Os rcBps e rHcs são obtidos de centros sistematizados para coleta, armazenamento e análise da ocorrência e das características de casos novos,possibilitando, por métodos apropriados, a realização de estimativas de incidência para o país e suas regiões.

para o INcA, a portaria Ministerial Nº 2.607, de 28 de dezembro de 2005, que institui recursos do teto Financeiro de Vigilância em saúde, incluindo incentivo financeiro para custeio das atividades desenvolvidas pelo rcBp, pode ser um instrumento legal que consolide as atividades de registro de câncer no país, além de suas ações e missão de estruturar um sistema de vigilância de câncer em conjunto com a sVs.

Dados ou documentos técnicos sobre câncer de Mama e em geral estão disponíveis no site do INcA (http://www.inca.gov.br) e da sVs(http://www.saude.gov.br/svs).

Classificação Internacional de Doenças

refere-se a tabelas que agrupam doenças ou eventos segundo as características semelhantes apresentadas, criando-se a nomenclatura de classificação e codificação de doenças.é importante porque fornece a padronização e universalização do diagnóstico e os códigos das doenças para os fins clínicos, epidemiológicos e de processamento das informações.

A classificação Internacional de Doenças, na sua décima revisão, é produzida pelo centro colaborador da Organização Mundial de saúde (OMs) para classificação de Doenças em português, da Faculdade de saúde pública, universidade de são paulo, sendo divulgada pelo site do Datasus(http://www.datasus.gov.br) e por meio de cD-rOM.

Page 143: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 4 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Sistema de Avaliação Hospitalar

A avaliação é obtida por meio do censo médio diário, dos cálculos sobre a percentagem de ocupação de leitos, número de leitos, mortalidade hospitalar,necropsia hospitalar, infecção hospitalar e outros. Esses dados dos sistemas podem ser obtidos com os serviços de saúde e, de forma periódica, por meio da pesquisa da Assistência Médica sanitária – AMs, realizada pelo IBgE (http://www.ibge.gov.br) e peloDatasus (http://www.datasus.gov.br).

Produção dos Serviços

Informações obtidas dos programas de saúde, que fornecem dados sobre número de consultas produzidas, por idade, sexo, tipos de procedimento e outras variáveis de interesse. permitem a construção de indicadores de cobertura populacional e utilização dos serviços, concentração das atividades por paciente, produtividade, entre outros. referem-se à mensuração de todas as atividades de saúde produzidas passíveis de quantificação.

Os dados dos sistemas podem ser obtidos com os serviços de saúde. perfis da assistência médica são disponibilizados, de forma periódica, por meio da pesquisa da Assistência Médica sanitária – AMs, realizada pelo IBgE (http://www.ibge.gov.br),também disponíveis no site do Datasus (http://www.datasus.gov.br).

Outros sistemas gerenciais, administrativos, em nível de governo, podem ser obtidos no site do Datasus (http://www.datasus.gov.br).

Literatura Especializada

Artigos, livros e teses estão disponíveis em bibliotecas virtuais, como Medline, lilacs, cochrane, sciElO, entre outras, que podem ser acessadas pelo siteda Biblioteca regional de Medicina – Bireme (http://www.bireme.org), vinculada à Organização pan-Americana de saúde – Ops e OMs (http://www.paho.org e http://www.who.int).

Destacam-se também teses de mestrado e doutorado, disponibilizadas em bibliotecas on-line das principais universidades e escolas de saúde pública do país, comtrabalhos importantes sobre o câncer de Mama (http://teses.cict.fiocruz.br http://www.usp.br entre outras).

As sociedades científicas, associações de especialistas ou de pacientes da área, em nível nacional e internacional, divulgam conhecimento para profissionais de saúde e público em geral, podendo ser obtidos, além de publicações científicas, orientações em linguagem simples, livretos e cartilhas sobre a matéria. Destacam-se também institutos e fundações, governamentais ou não, com a produção de material científico e educativo sobre o câncer de Mama, cujos endereços na internet estão especificados mais adiante.

Os principais sites sobre Câncer de Mama na internet – Como encontrar as informações

A apresentação de alguns dos endereços de sites e formas de acesso às informações de câncer de Mama, e breve descrição de sistemas disponíveis on-line, tem como objetivo subsidiar os profissionais atuantes nessa área para a obtenção rápida de dados importantes ao gerenciamento de serviços, programas ou projetos.

A internet, na atualidade, é uma das mais importantes fontes de informações, de artigos científicos, de experiências e de comunicação, facilitando o conhecimento da produção em saúde em todos os níveis, estadual, nacional e de diversos países, representando um instrumento valioso para subsidiar a gerência.

Destaca-se, contudo, que o processo de inserção de informações nas páginas da internet é dinâmico e veloz, e muito do que se apresenta aqui pode modificar-se em pouco tempo, tais como endereços, formatos de páginas de apresentação, produtosdisponíveis etc.

Os endereços e home pages dos sites selecionados aqui apresentados representam um retrato da situação atual, e foram incluídos com finalidade didática e de ilustração de alguns dos sistemas e bases de dados disponíveis na internet, que podem ajudar na busca de informações para a atuação em prevenção e detecção precoce do câncer de Mama.

Vale ressaltar que não se esgotam neste capítulo as fontes de informações disponíveis na internet sobre câncer de Mama, sejam as de cunho científico, sejam as de orientações para leigos, havendo outros importantes sites que poderão ser acessados utilizando-se os meios comuns de busca e uso de palavras-chave ou descritores.

Page 144: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 4 4

iBge – http://www.iBge.gOv.Br

cabe ao IBgE a produção, análise, pesquisa e disseminação de informações de natureza estatística (demográfica, social e econômica), geográfica, cartográfica, geodésica e ambiental. O Anuário Estatístico, sua principal publicação, é uma síntesedas informações disponíveis sobre o Brasil de diferentes fontes. As informações principais para avaliações em câncer de Mama referem-se às estatísticas e informações obtidas de pesquisas demográficas, sociais e econômicas.

DatasUs – http://www.DatasUs.gOv.Br

cabe ao Datasus, coletar, processar e disseminar as informações de saúde em âmbito nacional. Em seu acervo encontram-se séries históricas que possibilitam a análise da evolução de um determinado fenômeno ao longo do tempo.

As informações de saúde disponíveis no Datasus são apresentadas por grupos de temas: Informações de saúde, Indicadores e Dados Básicos para a saúde –Brasil, Mortalidade, Mortalidade Infantil, Nascidos Vivos, Imunizações, Dst-Aids, saúde Bucal,

Atenção Básica, produção Ambulatorial, Morbidade Hospitalar, Internações Hospitalares, rede Hospitalar, rede Ambulatorial, recursos do sus, guia de Autorização de pagamento, pesquisa Assistência Médico-sanitária, população residente, Educação, Abastecimento de Água, Instalações sanitárias e coleta de lixo.

para facilitar a utilização e análise dos dados, segundo o interesse do usuário, o Datasus disponibiliza aplicativos para manuseio dessas informações tais como software do tabwin e alguns aplicativos genéricos de domínio público, além de que várias dessas bases de dados estão em cD-rOM.

svs – http://www.saUDe.gOv.Br/svs

Há vários produtos de interesse no site do Ministério da saúde, em particular no site da sVs, tais como as informações produzidas em saúde, legislação, recursos humanos, recursos financeiros, vigilância epidemiológica, entre outras. grande parte desse acervo encontra-se também disponível no site do Datasus.

A sVs é responsável pela coordenação do sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e pela Vigilância Ambiental.

Na home page da sVs destacam-se: o sistema de Informação de Mortalidade (sIM), já descrito anteriormente, sendo gerenciado em conjunto com o Datasus e disponível no servidor web do Datasus; o sistema de Informações de NascidosVivos (sinasc), também gerenciado em conjunto com o Datasus; o sistema de Informações de Agravos de Notificação de Vigilância Epidemiológica (sinan), que registra e processa dados sobre doenças e agravos de notificação compulsória, em todo o território

Page 145: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 4 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

nacional; a Vigilância de Doenças e AgravosNão transmissíveis (Dant), com um link para o Inquérito Domiciliar sobre comportamentos de risco e Morbidade referida de Dant, entre outrossistemas e atividades.

inCa – http://www.inCa.gOv.Br

O INcA tem como missão coordenar a política nacional de controle de câncer, desempenhando seu papel governamental na prevenção e no controle da doença e assegurando a implantação de ações correspondentes em todo o Brasil. Estão disponíveis em seu site as estimativas de câncer de Mama e de câncer em geral, obtidas por meio do rcBp e dos rHcs, pelo Inquérito Domiciliar sobre comportamentos de risco e Morbidade referida de Doenças e Agravos Não transmissíveis e pelosoferecidos pelas bases de dados de mortalidade. possui também outros acervos de informações sobre as doenças, tais como causas, tecnologias para diagnóstico, avanços terapêuticos, sobrevida e qualidade de vida das pessoas doentes, fatores derisco, implantação e funcionamento de programas.

Bireme – http://www.Bireme.Org

A Bireme é um centro especializado da Opas, criado no Brasil a partir de 1967, em colaboração com os Ministérios da saúde e da Educação, a secretaria de Estado da saúde de são paulo e a universidade Federal de são paulo.

tem como missão contribuir para o desenvolvimento da saúde fortalecendo e ampliando o fluxo de informação em ciências da saúde, promovendo a cooperação técnica em informação técnico-científica em saúde entre os países da América latina edo caribe e outros países. é responsável pelo desenvolvimento e operação descentralizada da Biblioteca Virtual em saúde, denominada BVs, entendida como a base do conhecimento técnico-científico em saúde, registrado, organizado earmazenado em formato eletrônico nos países da América latina e do caribe, disponível de forma universal na internet e de forma compatível com as principais fontes de informação internacionais. pelo site da Bireme é possível acessar publicaçõescientíficas sobre câncer de Mama e outros temas, de revistas indexadas nas bases de dados do sistema lilacs (literatura latino-Americana e do caribe de Informação em ciências da saúde), Medline (dados bibliográficos produzidos pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados unidos), cochrane (fonte para estudos em medicina baseada em evidências), sciElO (scientific Electronic library Online), entre outras.

Page 146: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 4 6

Oms e Ops – http://www.whO.int e

http://www.pahO.Org

A OMs e a Ops, em colaboração com outras agências e institutos internacionais, apresentam em seus sites links para páginas sobre programas de controle de câncer, destacando-se o The Breast Health global Initiative (BHgI), que abrange estudos, publicações científicas e manuais com recomendações específicas sobre o câncer de Mama, focadas na detecção precoce e acesso aos serviços, diagnóstico e patologia, tratamento e alocação de recursos e sistemas e políticas públicas de saúde.

CiCt – CentrO De infOrmaÇãO CientífiCa

e teCnOLógiCa, fiOCrUZ –

http://teses.CiCt.fiOCrUZ.Br

A Fundação Oswaldo cruz – Fiocruz é uma instituição vinculada ao Ministério da saúde que desenvolve ações na área de ciência e tecnologia como pesquisa básica e aplicada, ensino, assistência hospitalar e ambulatorial de referência, produção devacinas, medicamentos, entre outras atividades.

Em sua home page (http://www.fiocruz.br), em catálogo de teses (http://teses.cict.fiocruz.br), no cIct, podem ser encontrados trabalhos e teses demestrado e doutorado sobre o câncer de Mama, além de outros links para cursos e ações no tema. O cIct, criado em 1986, é a unidade da Fiocruz responsável por formular políticas, desenvolver estratégias e executar ações de informação e comunicação no campo da ciência e tecnologia em saúde que respondam às demandas da sociedade, do sistema único de saúde e de outros órgãos governamentais, visando à melhoria da qualidade de vida da população brasileira e ao desenvolvimento científicoe tecnológico do país.

Page 147: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 4 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Usp – http://www.Usp.Br

são inúmeras as universidades no país que possuem biblioteca virtual, divulgando seus estudos, pesquisas e teses na internet.

Destacamos, aqui, a universidade de são paulo – usp, que disponibiliza em sua biblioteca virtual teses e dissertações, encontrando-se entre elas inúmeros trabalhos desenvolvidos sobre o câncer de Mama. Além disso, possui o Banco de Dados Bibliográfico – catálogo On-line global – Dedalus (http://dedalus.usp.br), com a produção científica elaborada pela instituição.

pUBmeD – http://www.nCBi.nLm.nih.gOv

O pubMed é um serviço da Biblioteca Nacional de Medicina (NlM) e do Instituto Nacional de saúde (NIH) dos Estados unidos da América, fonte importante de trabalhos científicos desenvolvidos na área.

iarC – agênCia internaCiOnaL para

pesqUisa sOBre CânCer –

http://www.iarC.fr

A Iarc é parte da OMs, e tem como principal objetivo a identificação das causas de câncer e das relações do câncer humano e o ambiente. sua atuação centra-se principalmente em pesquisas epidemiológicas, carcinogênese ambiental e treinamento para pesquisas. são quatro principais objetivos: 1) monitoração global da ocorrência do câncer; 2) identificação das causas de câncer; 3) elucidação dos mecanismos da carcinogênese; e 4) desenvolvimento de estratégias científicas para o controle do câncer. Em seu site, acessam-se as publicações relacionadas aos estudos e pesquisas desenvolvidos, disponíveis em livros, manuais, revistas e comunicações científicas sobre epidemiologia do câncer em geral e de mama, prevenção de câncer, genética e patologia do câncer, avaliação dos riscos de fatores carcinogênicos parahumanos e registros de câncer no mundo.

Page 148: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 4 8

Sites de Sociedades Científicas, Associações de Pacientes, Centros de Referência, Institutos e outros

são apresentados abaixo os sites e respectivos endereços de algumas das principais entidades internacionais e nacionais relacionadas à produção de material científico e ou educativo, dirigidos a profissionais de saúde ou leigos, com o intuito deampliar o acesso às informações para prevenção e detecção precoce do câncer de Mama.

sOCieDaDe ameriCana De DOenÇas Da

mama – http://www.asBD.Org

sOCieDaDe BrasiLeira

De CanCerOLOgia –

http://www.sBCanCer.Org.Br

natiOnaL CanCer institUte (nCi)

nOs estaDOs UniDOs Da amériCa –

http://CanCer.gOv

sOCieDaDe BrasiLeira De mastOLOgia –

http://www.sBmastOLOgia.COm.Br

Page 149: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 4 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

fUnDaÇãO OnCOCentrO –

http://www.fOsp.saUDe.sp.gOv.Br

iBCC – institUtO BrasiLeirO De COntrOLe

DO CânCer – http://iBCC.Org.Br

CânCer De mama – infOrmaÇões

OrganiZaDas peLas paCientes –

http://www.CanCerDemama.Org.Br

institUtO avOn –

http://www.institUtOavOn.Org.Br

Page 150: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 5 0

4. Considerações finais

A lei Orgânica da saúde (lei Nº 8.080/90) define Vigilância Epidemiológica como “o conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou a história natural das doenças,bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças”.

Há ainda um importante caminho a ser percorrido para a efetivação da vigilância epidemiológica e monitoramento de câncer, em particular do câncer de Mama no Brasil, isto é, para se alcançar a consolidação de um sistema de informação integrado de registros de câncer, que reúna todas as fontes e seja representativo das regiões, estados e dos municípios.

Ainda que os dados de mortalidade representem a principal fonte para compreensão do perfil epidemiológico do câncer, e é inegável sua contribuição, é consenso entre os especialistas que para o câncer de Mama e outras formas consideradas de bom prognóstico quando identificadas e tratadas oportunamente, a mortalidade não é suficiente para fornecer os indicadores de avaliação de perfil nos distintos aspectos que cercam a doença, nem tampouco para o delineamento mais adequado de ações de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.

por sua vez, a Vigilância de Doenças e Agravos Não transmissíveis (Dant), incluindo a do câncer de Mama, de responsabilidade da sVs/Ms, conta com um sistema estruturado para o registro de câncer, composto pelo rcBp e pelo rHc, operacionalizado e supervisionado pelo INcA, que não cobre todo o território nacional.

Vale destacar que há no país toda a base e a infra-estrutura para a ampliação e operacionalização desses registros, representadas por programas de vigilânciaepidemiológica descentralizados, sob a coordenação de centros de epidemiologia e vigilância epidemiológica sediados nas secretarias Estaduais de saúde, executados e operacionalizados pelas equipes de vigilância em nível municipal.

Assim, o grande desafio a ser superado é a ampliação dos sistemas de registros envolvendo os centros de atendimento em oncologia e a integração das distintas fontes de informação, constituindo-se assim, de fato, um sistema básico de informação para todo o território nacional.

As atribuições dos coordenadores estaduais, definidas pelo INcA são: 1) o desenvolvimento das ações relacionadas aos registros de câncer de base hospitalar e populacional, coordenando, treinando e supervisionando os serviços de atendimento aocâncer participantes do programa; 2) realizar inquéritos e estudos especiais sobre fatores de risco e situação do câncer; 3) divulgar e publicar informações sobre a doença e seus fatores de risco, sobre incidência e outras variáveis epidemiológicas e mortalidade em seus estados; e 4) avaliar os resultados alcançados pelas ações de prevenção e controle do câncer em seus estados.

Dessa perspectiva, a articulação entre órgãos governamentais e não-governamentais para o desenvolvimento de projetos sociais de prevenção e identificação precoce do câncer de Mama pode estimular e colaborar com a necessária implementação do sistema de registro da doença em centros de atendimento ao câncer, e para a reordenação dos fluxos de informação, que incluam o envio de informações desses centros para a vigilância epidemiológica, nos níveis municipal e estadual, e dessas para o INcA e a sVs.

para a instância da gerência de serviços e ou gestão de projetos, as principais informações devem estar organizadas de forma que sejam de fácil acesso erapidamente recuperáveis.

Page 151: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 5 1PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Recomendações práticas

• Organizar a visualização, em mapas e gráficos, dos dados de incidência, internação e mortalidade por câncer de Mama para regiões, estados, municípios ou outra divisão geográfica de interesse.

• Discriminar em cartazes os programas e atividades de saúde, implantados ou a implantar, governamentais e não-governamentais, com suas etapas de desenvolvimento, prazos, metas e indicadores de avaliação.

• Elaborar breves resumos técnicos armazenados em pastas para armários ou em diretórios do microcomputador, organizados por temas como indicadores demográficos, socioeconômicos, epidemiológicos, recursos humanos, recursos financeiros, entre outros, referentes à área geográfica de atuação do projeto.

• Organizar um arquivo computadorizado de planos, projetos, programas e relatórios de avaliação, com informações relevantes sobre o andamento das atividades, ocorrências positivas e negativas, cronogramas de atividades, atribuições dos responsáveis etc.

• Colocar no comando “favoritos” para acesso rápido na internet os endereços de sites com informações de interesse, como dados epidemiológicos, artigos, manuais etc.

Esperamos que este documento seja útil e estimule os gerentes de serviços, gestores de projetos e demais profissionais de saúde a implementar esses sistemas,que são ferramentas essenciais para o cumprimento de objetivos de organizações governamentais e não-governamentais com vistas ao estabelecimento de melhores ações de promoção da saúde, detecção precoce e de atenção ao câncer de Mama, emtodos os níveis do sistema de saúde.

Esperamos, também, ter contribuído com a apresentação dos breves conceitos aqui discutidos, trazendo subsídios para a atuação dos gestores em busca de melhores soluções para superar os problemas em sua prática de trabalho.

Page 152: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 5 2

5. BiBLiOgrafia UtiLiZaDa e

COnsULtas reCOmenDaDas

1. ABrAscO. Uso e Disseminação de Informações em Saúde. [relatório técnico.] Brasília, 1994.

2. Aguilar Ms, Ander Egg E. Avaliação de Serviços e Programas de Saúde. rio de Janeiro: Vozes, 1994.

3. American society of Breast Disease. Home page and Provide Breast Disease and Breast Cancer Information. [Acessado em 16/11/2006.] url: www.asbd.org

4. Banta HD, luce Br. Health Care Technology and its Assessment – An International Perspective. Oxford: Oxford Medical press, 1993.

5. Bertalanffy lV. Teoria Geral dos Sistemas. rio de Janeiro: Vozes/MEc, 1975.

6. Bireme. Biblioteca Virtual em Saúde – Bases de Bibliografias Lilacs, Medline, Cochrane, SciELO e Missão. [Acessado em 18/11/2006.][On-line.] url: www.bireme.org/php/index.php

7. Brasil. Leis etc. Lei Orgânica de Saúde Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições de promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Diário Oficial da união, Brasília, 20/9/1990.

8. carvalho AO, Eduardo MBp. “sistemas de Informação em saúde para Municípios”. Coleção Saúde & Cidadania, vol. 6. são paulo: Ed. peirópolis, 2001.

9. cautela Al, polloni Eg. Sistemas de Informação. são paulo: Mcgraw-Hill, 1986.

10. Centers for Diseases Control and Prevention. Framework for program evaluation in Public Health – Recomendations and reports. MMWr 1999; 48 (rr-11).

11. Eduardo MBp. A Informação em Saúde no Processo de Tomada de Decisão. rAp/FgV, 1990; 24(4):70-7.

12. Eduardo MBp, Novaes HMD. “Análise de conformidades às normas técnicas de proteção radiológica dos serviços de radioterapia no Estado de são paulo, Brasil”. Cad. Saúde Pública 2004; 20 (sup 2):s256-s267.

13. Fundação Oncocentro. secretaria de Estado da saúde de são paulo. Mortalidade por câncer no estado de São Paulo – estudo de 10 anos. [Documento técnico.] [Acessado em 5/12/2006.] [On-line.] Disponível na url: www.fosp.saude.sp.gov.br/html/fr_dados.html

14. câncer de Mama. Entre de peito nessa luta. [Acessada em 12/11/2006.]

url: www.cancerdemama.org.br

15. Instituto Avon. Estatísticas sobre o Câncer de Mama. [Acessado em 1/12/2006.] [On-line.] Disponível na url: www.institutoavon.org.br

16. centro de Informação científica e tecnológica — cIct. Fiocruz. Catálogo de Teses. [Acessado em 21/11/2006.][On-line.]

Disponível na url: http://teses.cict.fiocruz.br

17. Instituto Brasileiro de controle do câncer. Home page. [Acessada em 11/11/2006.]

url: www.ibcc.org.br

18. Instituto Brasileiro de geografia e Estatística. Home page. [Acessada em 1/12/2006.]

url: www.ibge.gov.br

19. International Agency for research on cancer – IArc. Home page. [Acessada em 6/12/2006.] Disponível na url: www.iarc.fr

20. Keen pgW, Morton Mss. Decision Support System: An Organizational Perspective. Addison-Wesley publishing company, usA, 1978.

21. laurenti r, Mello Jorge MHp, lebrão Ml, gotlieb slD. Estatísticas de Saúde. são paulo: Epu/Edusp, 1985.

22. Ministério da saúde. Datasus. Home page, Sistemas de Informação, Bases de Dados e Arquivos de Dados. [Acessada em 23/11/2006.]

url: www.datasus.gov.br

23. Ministério da saúde. Instituto Nacional de câncer. Câncer de Mama. [Acessado em 1/12/2006.] [On-line.] Disponível na url: www.inca.gov.br

24. Ministério da saúde. Instituto Nacional de câncer. Incidência de Câncer no Brasil – Estimativa 2006. [Acessado em 21/11/2006.] [On-line.] Disponível na url: www.inca.gov.br

Page 153: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 5 3PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

36. siqueira E. 2015: Como viveremos – o impacto das tecnologias da informação e da comunicação na vida humana, na próxima década, segundo a visão de 50 famosos cientistas e futurologistas do Brasil e do mundo. são paulo: telequest; 2004.

37. sociedade Brasileira de cancerologia. Home page e artigos. [Acessada em 15/11/2006.]

url: www.sbcance.org.br

38. sociedade Brasileira de Mastologia. Home page – espaço para médicos, espaço para o público. [Acessada em 12/11/2006.]

url: www.sbmastologia.com.br/site/home/index.asp

39. universidade de são paulo. Banco de Dados Bibliográfico – Catálogo On-line Global – Dedalus. [Acessado em 20/11/2006.]

url: http://dedalus.usp.br

40. universidade de são paulo. Catálogo de Teses [Acessado em 20/11/2006.]

url: www.teses.usp.br

41. WHO. Home page and breast cancer. [Acessada em 25/11/2006.] url: www.who.int

25. Ministério da saúde. Instituto Nacional de câncer. Manual de Rotinas e Procedimentos para Registros de Câncer de Base Populacional. [Acessado em 1/12/2006.] [On-line.] Disponível na url: www.inca.gov.br

26. Ministério da saúde. Instituto Nacional de câncer. Programa de Epidemiologia e Vigilância do Câncer e seus Fatores de Risco. [Acessado em 21/11/2006.] [On-line.]

Disponível na url: www.inca.gov.br

27. Ministério da saúde. secretaria de Vigilância em saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. 6ª ed. Brasília: Ministério da saúde, 2005.

28. Ministério da saúde. secretaria de Vigilância em saúde. Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (Dant). [Acessado em 23/11/2006.][On-line.]

Disponível na url: www.saude.gov.br/svs

29. National câncer Institute. Home page and Breast Cancer. [Acessada em 15/11/2006.]

url: http://cancer.gov

30. National Institute of Health. Home page PubMed – a service of the National Library of Medicine and the National Institute of Health. [Acessada em 28/12/2006.]

url: www.ncbi.nih.gov/entrez/query fcgi?DB=pubmed

31. Olivieri l. A importância histórico-social das Redes de Informações para o Terceiro Setor, jan 2003.

32. pAHO. The breast Health Global Initiative – Guidelines for International Breast Health and Cancer Control. [Acessado em 24/12/2006.] [On-line.] url: www.paho.org/English/AD/Dpc/Nc/pcc-breast-cancer-guidelines.htm

33. rodrigues rJ. Manual de Pautas para el Establecimiento de Sistemas Locales de Información. Manuales Operativos, vol. II, nº 8. Washington: Ops/OMs/Fund. Kellogg; 1996.

34. silva lMV; Formigli VlA. “Avaliação em saúde: limites e perspectivas”. Cad. Saúde Pública 1994; 10(1):80-91.

35. siqueira E. A Sociedade Inteligente. são paulo: Bandeirante, 1987.

Page 154: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 5 4

CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1

anexOs

Page 155: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 5 5PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

Coordenadores de projetos

agLibertO barbOsa é mestre em Ginecologia e doutor em Mastologia pela Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho (Unesp) – Faculdade de Medicina de Botucatu, 2005, área de Câncer de Mama, neoplasias intraductais, fatores prognósticos, marcadores biológicos. Médico titular do departamento de Ginecologia e Mastologia do Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (SP). Autor de 18 capítulos em livros publicados, 11 artigos em periódicos e 55 em anais de eventos. Atuou como palestrante, membro ou coordenador de mesa-redonda por 61 vezes em cursos, simpósios e congressos médicos nacionais e internacionais. Participou da diretoria da Sociedade Brasileira deMastologia em cinco gestões, atualmente é presidente do departamento de Cancerologia da Associação Paulista de Medicina e da Sociedade Brasileira deGinecologia Oncológica (Sobragon).

Hermes De Freitas barbOsa concluiu o mestrado em medicina em 2004 pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), na área de Oncologia Ginecológica. Atualmente é médico assistente do Hospital das Clínicas da FMRP-USP e doutorando da mesma instituição; professor adjunto da disciplina de Patologia da Universidade Paulista (Unip); mastologista da Fundação SOBECCan; acadêmico de direito pela Unip; membro da Comissão de Bioética,Biodireito e Biotecnologia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subsecção Ribeirão Preto. Publicou dois periódicos internacionais, dois periódicos nacionais, um livro publicado na área de direito médico. Participou de dois eventos no exterior e nove eventos no Brasil.

Endereço para contato: Fundação SOBECCan – Rua Octávio Martins Braga – 50 – Jardim Flórida, Ribeirão Preto – e-mail: [email protected]

CarLOs eDUarDO De aLmeiDa é graduado em física pela Universidade Federal da Bahia (1967), possui mestrado em física médica – MD Anderson Hospital and Tumor Institute (1973), doutorado em Biomedical Sciences com ênfase em Radiation Biophysics - MD Anderson Hospital and Tumor Institute – Universidade do Texas (1979) e pós-doutorado no Bureau International des Poids et Mesures. Ex-diretor do Instituto de Radioproteçãoe Dosimetria da Cnen. Pesquisador aposentado do Instituto Nacional de Câncer. Atualmente é professor titular em física médica e procientista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, editor associado da Revista Medical Physics, membro docorpo editorial da Revista Brasileira de Física Médica, pesquisador nível 1B do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Tem 29 orientações de mestrado concluídas e seis em andamento. Treze orientações de doutorado concluídas e cinco em andamento. Publicou mais de 100 trabalhos em revistas internacionais, além de capítulos em livros. Atua principalmente nos seguintes temas: física médica, dosimetria das radiações, dosimetria em radioterapia, radiobiologia, metrologia em mamografia e proteção radiológica.

Endereço para contato: Rua São Francisco Xavier, 524 – Pav. Haroldo Lisboa da Cunha, nº 36. CEP: 20550-013 – e-mail: [email protected]

anexOs CUrríCULOs

resUmiDOs

Page 156: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 5 6

CLáUDiO Kemp é atualmente professor adjunto doutor e chefe da disciplina de Mastologia do departamento de Ginecologia da Unifesp – EPM. Mestrado em 1987 e doutorado em 1995 pela Unifesp – EPM. Estágio no exterior: Istituto Nazionale per lo Studio e la cura dei Tumori – Itália; Guy`s Hospital – Inglaterra; Karolinska Institute and Hospital – Suécia; Helath One Swedish Medical Center – Colorado. Participação em 520 eventos. Livros ou capítulo de livros – 57. Trabalhos publicados em anais – 75. Artigos publicados em periódicos – 54. Participação em banca de trabalho de conclusão – 39. Participação em banca de comissão julgadora – 7. Editoração – 7. Dissertação de mestrado – 19. Doutorado – 19. Monografias – 3.

Endereço para contato: Rua Botucatu, 527 São Paulo – SP – CEP: 04023-061 e-mail: [email protected]

eDmUnDO CarvaLHO maUaD concluiu o mestrado em medicina pela Bristol University – Inglaterra – em 1984. Trabalhou como pesquisador em gastroenterologia no Bristol Royal Infirmary – Inglaterra – de 1981 a 1984. Fez MBA Internacional em Gestão em Organizações Hospitalares na Fundação Getulio Vargas. Doutorando na Unifesp – SP/Escola Paulista de Medicina. Estágio no exterior: Royal Marsden Hospital – England, Detroit Medical Center – EUA. Visitas internacionais com atualização em Gestão: MD Anderson – EUA, Gustave Roussy - França, Royal Marsden Hospital – Inglaterra, Instituto Europeu de Oncologia – Itália, Instituto Karolinska e Gotemburg – Suécia, Universidade de Berlim - Alemanha. Vem trabalhando como diretor nos últimos 20 anos na área de Gestão Hospitalar do Hospital de Câncer de Barretos – Fundação Pio XII.

Endereço para contato: Rua Antenor Duarte Villela, nº 1331, Bairro Dr. Paulo Prata – Barretos/SP e-mail: [email protected]

HiLDa gUimarães De Freitas concluiu a especialização em Epidemiologia pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz em 1989. Atualmente é funcionária da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul, instrutora da Escola de Saúde Pública/MS na área da Saúde da Mulher, participou como instrutorade 100 cursos de formação e atualização de técnicos da rede do SUS. Membro da Comissão Nacional do Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis/DST/Aids. Publicou um periódico na Revista do Sistema Único de Saúde do Brasil (Epidemiologiae Serviços de Saúde) e dez trabalhos em anais e eventos. Foi membro integrante da equipe do Ministério da Saúde no Programa de Erradicação da Poliomielite no período de 1992 a 1995. Orientou dois trabalhos de conclusão do Curso de Especialização Descentralizado de Saúde Pública/MS. Atualmente coordena a área Saúde da Mulher, que se responsabiliza por implementar o Plano Nacional de Câncer do Colo do Útero e da Mama. Em suas atividades profissionais tem contribuído com outros estados brasileiros na implantação do Projeto de Proteção à Gestante, bem como o Projeto Toque de Vida – Rastreamento por Meio do Exame Clínico das Mamas.

Endereço para contato: Parque dos Poderes – Bl. 07 Secretaria Estadual de Saúde – CEP: 79031-902 Telefone: 3318-1704 – Telefone/fax: 3318-1696 e-mail: [email protected]

JOãO riCarDO aULer paLOsCHi graduou-se em medicina em 1994 pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP). Cursou residência médica na mesma faculdade em Ginecologia e Obstetrícia e após, em Ginecologia Oncológica/ Mastologia. Estagiou em Milão – Itália –, em 1999 no Istituto dei Tumori de Milano e no Istituto Europeo di Oncologia. Atualmente é chefe do Serviço de Prevenção do Câncer de Mama do Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, e coordenador do Pró-Mama – Programa de Prevenção Primária e Diagnóstica Precoce do Câncer de Mama. Publicou três periódicos especializados internacionais. Atua na área de Mastologia e prevenção do Câncer de Mama e é membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia.

Endereço para contato: Rua Luiz Paiva, 160 CEP:17210-180 – Jaú (SP) e-mail: [email protected]

Page 157: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 5 7PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

LUiz CLáUDiO santOs tHULer concluiu o mestrado em Epidemiologia Clínica pela Universidade de Montreal em 1993 e o doutorado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1998. Atualmente é professor adjunto daUniversidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), médico epidemiologista do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e editor da Revista Brasileira de Cancerologia. Publicou 23 artigos científicos em periódicos especializados e foi organizador ou co-autor de 17 livros. Tem 22 trabalhos publicados em anais de congressos no Brasil e no exterior. Orientou cinco dissertações de mestrado e 12 trabalhos de conclusão de cursosde graduação ou especialização. Atua na área de Epidemiologia com ênfase em prevenção e detecção precoce do câncer.

Endereço para contato: Instituto Nacional de Câncer Coordenação de Ensino e Divulgação Científica Rua do Rezende, 128/2º andar – Centro CEP: 20231-092 – Rio de Janeiro e-mail: [email protected]

LUiz HenriqUe gebrim é graduado em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (1981), tem mestrado em medicina (Ginecologia) pela Universidade Federal de São Paulo (1986) e doutorado em medicina (Ginecologia) pela Universidade Federal de São Paulo (1991). Atualmente é professor adjunto livre-docente e chefe da disciplina de Mastologia, coordenador do curso de Mastologia no internato do departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo e coordenador da residência médica em Mastologia da Unifesp. É pesquisador IB da Capes/CNPq e líder de grupo de pesquisa que estuda a proliferação do epitélio mamário no carcinoma e tecido adjacente sob efeito de modulares seletivos (tamoxifeno e raloxifeno) e inibidores de aromatase. Publicou 97 trabalhos científicos em revistas nacionais e 32 eminternacionais. Orientou 32 teses de mestrado e 12 de doutorado. Tem experiência na área de medicina, com ênfase em ginecologia, prevenção do Câncer de Mama, oncologia mamária, atuando principalmente nos seguintes temas: Câncer de Mama, prevenção, detecção precoce, tamoxifeno, raloxifeno, inibidores de aromatase, biomarcadores. É diretor do Centro de Referência da Saúde da Mulher – Hospital Pérola Byington do governo do Estado de São Paulo.

Endereço para contato: Rua Botucatu, 527 São Paulo – SP – CEP: 04023-061 e-mail: [email protected]

LUzia CéLia amOrim vitOi concluiu o curso de letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora em 1980. Atualmente é presidente da Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de São João Nepomuceno, entidade filantrópica que tem como objetivo a luta preventiva e o combate ao câncer, atuando como voluntária nessa entidade por 23 anos. Como presidente, esteve à frente na montagem de projetos importantes para a comunidade são-joanense, como a doação de um mamógrafo para a Asfecer pelo Lions Club International Foundation e a concretização do Projeto Mamografia para Todas, em parceria com o Instituto Avon. Participa como conselheira,representante na área de saúde, do Conselho Municipal de Assistência Social e da diretoria da Sociedade Pestalozzi de São João Nepomuceno.Realiza palestras sobre a prevenção do Câncer de Mama na zona rural, nos PSFs e nas cidades vizinhas, mobilizando a comunidade para a detecção precoce do Câncer de Mama.

Endereço para contato: Rua Orozimbo Rocha, 446 Centro – São João Nepomuceno – MG Cep: 36680-000 – e-mail : luzia [email protected]

maria apareCiDa FranÇa sianO formou-se em serviço social pela Universidade Federal do Espírito Santo em 1978 e é pós-graduada pelas Faculdades Integradas de Vitória – FDV, em convênio com a Interação – Ensino, Pesquisa e Consultoria emPlanejamento, Gerência e Avaliação de Projetos Sociais em 2003. Trabalhou durante 22 anos como assistente social no Centro de Tratamento de Queimados e no CTI Pediátrico do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, da rede pública, em Vitória (ES). Participou de congressos com apresentação de trabalhos de pesquisa referente à Queimadura, de sua autoria. Participou de cursos referentes às áreas de desenvolvimentos em Relações Interpessoais, Capacitação para Coordenadores de Grupo, Qualidade no Atendimento e outros. Atualmente trabalha na Afecc/Hospital Santa Rita de Cássia, coordenando a execução do Projeto de Prevenção, Detecção Precoce e Tratamento do Câncer de Mama (Projeto Querer Bem).

Endereço para contato: Avenida Marechal Campos, 1579 – Santos Dumont – Vitória e-mail: [email protected]

Page 158: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

i n s t i t U t O av O n1 5 8

nise HitOmi YamagUCHi é médica formada pela Universidade de São Paulo (USP). Especialistaem Oncologia pela Sociedade Brasileira de Cancerologia. Mestre em Imunologia pela USP (1993). Doutora em Clínica Médica pela USP (2002). Diretora do Instituto Avanços em Medicina. Editora-chefe da Revista Sociedades Brasileiras de Câncer. Médica oncologista e imunologista do Hospital Sírio Libanês e do Hospital das Clínicas. Presidente da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos. Ex-presidente do Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer – Napacan. Ex-presidente da Sociedade Paulista de Oncologia Clínica. Ex-diretora científica da Sociedade Brasileira de Cancerologia. Autora de inúmeros artigos científicos em periódicos especializados. Mais de uma centena de conferências em eventos científicos nacionais e internacionais. Detentora de vários prêmios de reconhecimento em prol do doente com câncer. Criadora do prêmio Carmen Prudente, oferecido a personalidades que se destacam no combate ao câncer.

Endereço para contato: Sociedade Paulista de Oncologia Clínica – Rua República do Togo, 360 São Paulo – CEP: 05537-110 e-mail: [email protected]

rUFFO De Freitas JúniOr é professor adjunto doutor do departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. Coordenador do Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. Médico titular do serviço de Ginecologia e Mama do Hospital Araújo Jorge, da Associação de Combate ao Câncer, em Goiás. Diretor do departamento de Pesquisa e Estudos Multicêntricos da Sociedade Brasileira de Mastologia. Membro do Registro de Câncer de Base Populacional da cidade de Goiânia. Membro do Conselho Diretor da Associação das Portadoras de Câncer de Mama.

Instituto Avon

rita De Cássia De maiO DarDes concluiu o doutorado em medicina pela UniversidadeFederal de São Paulo (Unifesp)/Northwestern University em Chicago (doutorado sanduíche – Capes), em 2001, na área de Câncer de Mama e moduladores seletivos do receptor de estrogênio (Serm). Atualmente é professora adjunta (visitante) da disciplina de Ginecologia-Endócrina do departamento de Ginecologia da Unifesp e coordenadora do Ambulatório de Alto Risco para Câncer de Mama do Climatério da Unifesp. Está concluindo pós-doutorado na Unifesp (bolsa da Fapesp) – pesquisa clínica em mulheres da pós-menopausa com alto risco para Câncer de Mama. Publicou 15 periódicos especializados internacionais e 14 trabalhos em anais e eventos internacionais. Tem três capítulos em livros publicados. Participou de 14 eventos no exterior e 25 no Brasil relacionados a Câncer de Mama. Proferiu 27 palestras em congressos, simpósios médicos nacionais e internacionais. Atua nas áreas de Ginecologia e Mastologia, com ênfase em prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama.Participou do desenvolvimento do Instituto Avon em 2003 e atualmente ocupa cargo de diretora-médica do Instituto Avon, que tem foco programático em prevenção e detecção precoce do Câncer de Mama. Coordenou três simpósios médicos em Câncer deMama. Atualmente é membro do departamento de Genética e Biologia Molecular da Sociedade Brasileira de Mastologia e do corpo editorial da Revista Brasileira de Mastologia.

Endereço para contato: Rua João Cachoeira, 488, cj. 602 – CEP: 04535-001 e-mail: [email protected]

Page 159: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer

e s t r at é g i a s D e a rt i C U L a Ç ã O i n t e r s e t O r i a L 1 5 9PARA A P R EVENÇÃOE DE T ECÇÃO P RECOCEDO CÂNCER DE MAMA

O Idis

O Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social é uma organização social de interesse público (Oscip) que oferece consultoria em investimento social privado para empresas, famílias, indivíduos e comunidades. Por meio da promoção e estruturação do investimento social privado, o Idis busca sistematizar diferentes modelos de intervenção social que contribuam para a redução das desigualdades sociais no País. Endereço para contato: Rua Paes Leme, 524 / 14º andar - conj. 141 – Pinheiros – São Paulo – SP CEP 05424-904 – Telefone: (11) 3031-9032 Fax: (11) 3031-9038 site: www.idis.org.br

CéLia r. beLizia sCHLitHLer é assistente social formada pela PUC-SP com formação e aperfeiçoamento em Coordenação de Grupos Operativos pelo Instituto Pichon-Rivière de São Paulo. Desde 1998 desenvolve projetos de formação de redes sociais como consultora de organizações, tais como o Unicef e o Instituto C&A. Desenvolveu também projetos específicos para entidades sociais, como cursos e seminários de capacitação para trabalho em grupo e assessoria para coordenadores de equipes. Atualmente, coordena o Núcleo de Investimento Social Comunitário do Idis – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social –, que empreende projetos de investimento social comunitário tais como o Programa Doar-SP, Projeto Redin-BH e Redes de Desenvolvimento Comunitário. É autora do livro Redes de Desenvolvimento Comunitário – Iniciativas para Transformação Social, da Coleção Idis de Investimento Social.

Endereço para contato: Idis – Rua Paes Leme, 524 / 14º andar - conj. 141 – Pinheiros São Paulo – SP – CEP 05424-904 Telefone: (11) 3031-9032 – Fax: (11) 3031-9038 e-mail: [email protected]

tânia regina gasparini bOteLHO pUpO é enfermeira formada pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, com mestrado pela Faculdade de Saúde Pública (USP) em 1999, onde estudou a “Participação dos Conselhos Municipais de Saúde no processo decisório de formulação e implantação das políticas de saúde”. É doutora em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo na área de Administração Hospitalar (2005). Dentre suas contribuições destacam-se: colaboradora do Manual para gestores municipais de serviços de saúde – Gestão da Mudança Organizacional, vol. 4 da Coleção Saúde & Cidadania – Editora Fundação Petrópolis, São Paulo, 1998; coordenação geral do Manual de Condutas Médicas e do Manual de Enfermagem do Programa Saúde da Família, IDS, Ministério da Saúde (2002). Atualmente é vice-coordenadora do departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina de Jundiaí e gerente de projetos do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis); coordena o Programa de Articulação de Lideranças para a Prevenção e Detecção Precoce do Câncer de Mama do Instituto Avon. Endereço para contato: Idis – Rua Paes Leme, 524 14º andar - conj. 141 - Pinheiros São Paulo – SP – CEP 05424-904 Telefone: (11) 3031-9032 – Fax: (11) 3031-9038 e-mail: [email protected]

Autora convidada

maria bernaDete De paULa eDUarDO é médica epidemiologista e sanitarista do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, doutora em Medicina Preventiva pelo departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Page 160: 1982-L - Informações básicas para a suspeita e detecção precoce do câncer