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As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais Antônio Jorge de Souza Marques Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais Rasível dos Reis Santos Júnior Coordenador Estadual de Urgência e Emergência Juiz de Fora, 15 de Março de 2013

As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

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Page 1: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

As Redes de Urgência e Emergência -

Minas Gerais

Antônio Jorge de Souza Marques Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais

Rasível dos Reis Santos Júnior Coordenador Estadual de Urgência e Emergência

Juiz de Fora, 15 de Março de 2013

Page 2: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

“Viver é negócio muito

perigoso”

João Guimarães Rosa

Page 3: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Uma Crise Mundial

• Departamentos de urgência(Pronto-socorros) sempre lotados

• Dificuldade de internação dos pacientes • Recusa de recebimento de ambulâncias • Transporte fragmentado e desorganizado • Ausência de atendimento especializado • Atendimento e lotação nos serviços de urgência de

pacientes de baixo risco • Sistema despreparado para maxi-emergências ou

aumento da procura

Hospital-Based Emergency Care: At the Breaking Point

http://www.nap.edu/catalog/11621.html

Page 4: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

O Sintoma

A Hiperlotação dos Departamentos de

Urgência:

Pronto-socorros,UPAs, Policlínicas, PAs,

UAIs, etc.

Page 5: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Definindo a superlotação

Todos os leitos do SEH ocupados

Pacientes acamados nos corredores

Tempo médio de espera por atendimento

acima de uma hora

Alta tensão na equipe assistencial

Grande pressão para novos atendimentos

Bittencourt e Hortale

Page 6: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Fatores que contribuem para a

superlotação

Aumento da permanência no SEH – marcador

Falta de leitos de internação – causa

Atraso diagnóstico e tratamento – consequência

Baixo desempenho do sistema de saúde

Aumento de mortes e complicações evitáveis

Bittencourt e Hortale

Page 7: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

A Transição Demográfica

9% da população idosa

BRASIL 2005 a 2030

15% da população idosa

20 MILHÕES MAIS DE 40 MILHÕES

1980 1990 2000

2005 2010 2020 2030

Page 8: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Distribuição da carga de mortalidade (YLL), por principais grupos de causa e

distribuição da carga de mortalidade em cada grupo de causas, por sexo. Estado de

Minas Gerais – 2005

Fonte: Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Mortalidade – SIM, Núcleo de

Pesquisa em Métodos Aplicados aos Estudos de Carga Global de Doença, ENSP/Fiocruz.

Page 9: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

A DISTRIBUIÇÃO DO YLL

Page 10: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Proporção de causas mal definidas por

macrorregião

2004-2006

Page 11: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Distribuição da carga de morbidade (YLD), por principais grupos de causa e distribuição da carga de

morbidade em cada grupo de causas por sexo. Estado de Minas Gerais – 2005

Fonte: Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Mortalidade – SIM, Núcleo de Pesquisa em

Métodos Aplicados aos Estudos de Carga Global de Doença, ENSP/Fiocruz.

Page 12: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

As Soluções Apontadas

• Estruturação em Rede • Coordenação e Comando único • Regionalização • Categorização de Serviços (concentração x dispersão) • Linguagem única (protocolos e linha guia) • Accountability (transparência) • Trabalhar com indicadores que avaliem a performance

dos serviços e também a performance da rede ( ex: mortalidade por trauma maior nas primeiras 24 horas)

Hospital-Based Emergency Care: At the Breaking Point

http://www.nap.edu/catalog/11621.html

Page 13: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

A Mudança do Modelo de Atenção à Saúde

no SUS

Do modelo de atenção à saúde voltado para as condições agudas: os sistemas fragmentados de atenção à saúde.

Para o modelo de atenção à saúde voltado para as condições crônicas e agudas: as redes de atenção à saúde.

FONTE: MENDES (As redes de atenção à saúde , 2009)

Page 14: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

• Acesso

FONTE: MENDES (As redes de atenção à saúde -2009)

Princípios Organizativos das

Redes de Atenção à Saúde e

sua Dinâmica

• Economia de escala

• Disponibilidade de

recursos

• Qualidade

Page 15: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Os Modelos de Atenção

Mendes, 2010

Agudo Crônico

Page 16: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Uma Base Conceitual

• Uma população- Região

• Os Componentes:

1.Pontos de Atenção(hospitais, UPAs, UBS)

2.Pontos de Apoio Operacionais(SADT, Sistemas de registro)

3.Logística

4.Governança

• Um modelo de atenção

Fonte: Mendes - As redes de atenção à saúde 2009

Page 17: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

• A lógica de estruturação da Rede de U/E

OBJETIVO

LEVAR O USUÁRIO PARA O HOSPITAL MAIS PRÓXIMO

1. Encaminhar corretamente pessoa usuária

2. Ao ponto de atenção à saúde certo, capaz de

prestar o cuidado efetivo

3. No menor tempo possível

O Desenho da Rede de atenção

Page 18: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Assertivas da Rede de

Urgência e Emergência

• Paciente Certo = Gravidade

• Local Certo = Ponto de atenção preparado

• Tempo mais adequado para a situação clínica =

Logística e guidelines

• Redução de mortalidade = resultado regional

Page 19: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

O Protocolo de Manchester : Classificação de

Risco

VERMELHO Emergência 0 minutos

LARANJA Muito

urgente 10 minutos

AMARELO Urgente 60 minutos

VERDE Pouco

urgente 120 minutos

AZUL Não urgente 240 minutos

FONTE: MACKWAY-JONES et al. (2006)

Um Modelo de Atenção

Page 20: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

“Um galo sozinho não tece uma

manhã”

João Cabral de Melo Neto

Page 21: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

empenho não leva a desempenho

Sem Foco:

Page 22: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

As redes de urgência são regionais

Page 23: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

OS RELAÇÃO ENTRE POPULAÇÃO

E SERVIÇO DE URGÊNCIA

PAÍS URGÊNCIA POR HABITANTES

Estados Unidos Centro de Trauma = 1/1.000.000

(variável de 1/700.000 a 1/5.000.000)

Dinamarca 1 SU / 98.000

Noruega 1 SU / 100.000

França 1 SU (SLMC ou SUP) / 110.000

Suécia 1 SU / 183.000

Islândia 1 SU / 144.000

Finlândia 1 SU / 212.000

Reino Unido 1 SU / 230.000

Page 24: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

RELAÇÃO ENTRE O VOLUME DE SERVIÇOS

HOSPITALARES E QUALIDADE

Fonte: Luft, Harold S., Deborah W. Garnick, David H. Mark, 1990. Hospital volume and

patient outcomes: asessing the evidence. Ann Arbor, MI: Health Administration Press

Page 25: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

COMPARAÇÃO ENTRE CENTRAIS DA LOMBARDIA

(CUSTO POR HABITANTE/ ANO)

Page 26: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

ECONOMIA de ESCALA

Page 27: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

As redes de urgência têm um único comando

na execução do que está previsto(maestro)

• Onde as informações principais chegam e saem (comunica)

• “Link” da execução das decisões pré pactuadas

• Controle dos recursos necessários

• Autoridade delegada.

Page 28: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Foco e Alinhamento

Page 29: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Fonte: Resources for Optimal Care of the Injured Patient

2006

Outros Pontos

de urgência

Lesões leves e

moderadas Hospitais

nível 3 e 4

Lesões moderadas e

graves

Hospitais nível 2

Lesões mais graves

Hospitais de nível 1

mero

de P

ac

ien

tes

O SISTEMA INCLUSIVO DE ATENÇÃO AO

TRAUMA

GRAVIDADE

Page 30: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

R$ 400.000,00 + AVC HOSPITAL DE URGÊNCIA POLIVALENTE NÍVEL I

-

R$ 350,00 a diária HOSPITAL de REFERÊNCIA AO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL NÍVEL I

R$ 150.000,00 HOSPITAL de REFERÊNCIA às DOENÇAS CARDIOVASCULARES NÍVEL I

R$ 300.000,00 HOSPITAL de REFERÊNCIA ao TRAUMA NÍVEL I

R$ 200.000,00

HOSPITAL GERAL de URGÊNCIA NÍVEL II

R$ 100.000,00

HOSPITAL GERAL de URGÊNCIA NÍVEL III

R$ 40.000,00

HOSPITAL de URGÊNCIA NÍVEL IV

Hospitais /Tipologia

PROPOSTA FINANCIAMENTO DA REDE DE

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM MINAS GERAIS

Page 31: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Estrutura do Projeto

Rede d

e U

rgência

e E

merg

ência

Rede Macrorregional

Protocolo de Manchester

Sistema de Gestão Clínica da Urgência

Implantação das UPAS

ECOS dos Gerais

Projeto Aeromédico

Força Estadual de Saúde e Medicina de Catástrofe

Page 32: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

UNIDADE POPULAÇÃO %

BRASIL 190.755.799 100,0

MINAS GERAIS 19.597.330 10,3

MACRORREGIÃO NORTE 1.577.300 0,8

UNIDADE ÁREA (KM²) %

BRASIL 8.514.876 100,0

MINAS GERAIS 586.528 6,9

MACRORREGIÃO NORTE 117.072 1,4

IDH

0,71

0,8

0,65MACRORREGIÃO NORTE (MÉDIA - 2000)

MINAS GERAIS (2006)

BRASIL (2011)

UNIDADE

O Norte de Minas

Page 33: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

A Rede de UE – Norte de Minas

Page 34: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Regionalização do SAMU

(86 Municípios)

Page 35: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

O papel do SAMU-192 na Rede de

Urgência e Emergência

• Elo de ligação com a governança do Comitê Gestor (Central

Operativa)

• Ponto de atenção resolutivo

• Componente logístico potente ( interligação física e

tecnológica dos pontos de atenção)

• Ponto de apoio operacional (banco de dados ) - Rede virtual

de urgência e emergência

• Ponto de classificação e gestão de risco – define acesso

regulado do paciente ao local certo, com a resolubilidade certa,

no tempo resposta certo e com a qualidade certa (Prioridade

clínica)

• Centro de comunicação dos serviços de urgência

Page 36: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais
Page 37: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

47 AMBULÂNCIAS EM 31

BASES

Page 38: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Melhoria no acesso aos cuidados de

saúde

Page 39: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

“A morte de um único homem

também me diminui, porque eu

pertenço à humanidade”

John Donne

Page 40: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

COBERTURA DA REDE DE URGÊNCIA

FONTE: COORDENAÇÃO ESTADUAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – CEUE/MG

Page 41: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

●O Projeto será dividido em 4 fases, e atingirá a atenção primária,

ambulatorial, portas de entrada de urgência, unidades de terapia

intensiva e ambulâncias de suporte avançado do SAMU-192.

●O escopo inclui a capacitação de 378 médicos da rede de

assistência que serão treinados para a utilização da

ultrassonografia “Point-of-care” e alguns desses profissionais se

tornarão treinadores e multiplicadores deste conhecimento.

PROJETO ECOS DOS GERAIS

Page 42: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Multi-Focused Ultrasound Protocols Transversal, Dinâmico, Baseado em Problemas …

Page 43: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

EMERGENCY & CRITICAL CARE

ULTRASOUND INNOVATION

GYNECOLOGICAL & OBSTETRIC CARE

NEONATAL & PEDIATRIC CARE

Page 44: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Projeto Aeromédico

Page 45: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais
Page 46: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais
Page 47: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Projeto Aeromédico - Helicópteros

Page 48: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Projeto Aeromédico - Aviões

Page 49: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Redes de UE Regionais - Desafios

• Fragilidades dos entes de governança regionais

• Falta de um ente regional para o gerenciamento -

consórcio intermunicipal? Agência regional? Fundação?

• Falta de modelo baseado em classificação de risco

(condições agudas)

• Falta de modelo de estratificação de risco (condições

crônicas)

• Ausência de um modelo de financiamento regional

Page 50: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Redes de UE Regionais – Desafios (continuação...)

• Enormes diferenças regionais (densidade demográfica,

epidemiologia, orçamento, etc.)

• Descentralização ao nível municipal, levando a perda de

escala, fragmentação do sistema e pulverização dos

recursos (Modelo federativo brasileiro)

• SAMUs e hospitais municipais existentes sem vocação

regional

• Falta de critérios para distribuição dos Serviços de

Urgência ( Precisam ser baseados em tempo resposta e

qualidade e risco)

Page 51: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Implantação da Rede de Urgência e Emergência

Concepção

Avaliação Técnica da Necessidade

Vontade Política: Aspectos Técnico-políticos

Projeto Estruturante: Elaboração do Projeto do SAMU Regional

Validação do Projeto

Aprovação na CIRA e CIB

Aprovação do MS - Publicação da Portaria de alocação de recursos

Implantação - Consórcio Público

Adesão

Estruturação para administração do SAMU Regional

Convênio SES-Consórcio Público

Construção da Central de Urgência

Aquisição de Materiais e Equipamentos

Realização do Concurso Público

Implantação - SES

Início do Treinamento da Rede Hospitalar e Atenção Primária no Protocolo de Manchester

Oficinas de Estruturação da Rede

Aprovação da Rede na CIRA e CIB

Contratualização da Rede Aprovada

Alocação de Recursos e Definição dos Investimentos a serem realizados na Rede

INAUGURAÇÃO DA REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

PROCESSO

Contratação do Consórcio para gerenciamento do SAMU Regional

Início da Governança: Regulação Médica de Urgência e Comitê Gestor Regional de Urgência

Pagamento, acompanhamento e monitoramento dos parceiros (Consórcio e Rede Hospitalar)

PROJETO

Page 52: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

PROJEÇÃO DA COBERTURA DA REDE DE URGÊNCIA –

ATÉ FINAL DE 2013

Page 53: As Redes de Urgência e Emergência - Minas Gerais

Muito Obrigado!!!