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Intimidação, Ameaça e Violência no Trabalho
Francisco Rodrigues Alves
Por que atualmente se pensa que trabalhar deveria ser bom?...
Tripalium
Trabalhar não é fácil
• As condições de trabalho já foram muito piores • No entanto, o mercado de trabalho mudou muito nos
últimos 20 anos (e deve mudar mais)
Tendências de trabalho
• Contratos flexíveis (“Zero Hour”, “At Will”, etc) • Desequilíbrio entre “nativos e estrangeiros” • Mais terceirização • Em 2013: Bradesco, Banco do Brasil e Gol (entre
muitas) atingiram lucro recorde através de cortes de custos (= pessoas)
= Menos Garantias Muito mais risco Mais estresse
Era Vitoriana: separação clara entre o público e o privado • A relação de trabalho excluía a intimidade (espaço do privado)
1900 (pós Freud, 1909): nasce nos EUA o “discurso terapêutico”
1950s: O ambiente organizacional passa a ser inundado de emoções
Hoje: Fronteira entre público e privado e trabalho / não-trabalho se dissolveu
8
Daniel Faux +
Sophie Delvaux
Assédio:
enfraquecimento dos sindicatos e dominação do
pensamento capitalista
Hirigoyen (1988)
! P: aspecto masoquista na relação do assédio moral
! propensão do agredido em ocupar essa posição (“pré-depressão”)
! Psicanálise?
a) o desnível de força entre ‘agressor’ e ‘agredido’
b) a tentativa de exclusão
c) o prejuízo psicológico ou físico
d) a repetição (recorrência) > 6 meses
Dan Olweus (1993)
• “Victimizing actions” • Traços aversivos para o alvo • Duração de um longo período de
tempo • Envolvem desequilíbrio de poder entre
agressor e vítima
Dan Olweus (1993)
bullying
mobbing
Lyn Quine (1995) Efeitos
Outros autores: Intenção
• O método - o que você faria? (Marcelo Piñero 2005)
Assédio Moral na cultura
Assédio Moral na cultura
Bullying
• Karate Kid I, de 1984
• Assédio moral: depreciação da estima profissional, atividades aquém ou além das habilidades, envolvimento em situações degradantes
• Bullying: ameaça, sugestão de violência
• Violência na forma de intimidação, ameaças, domínio.
• A experiência da ameaça é traumática, mas o tempo da violência é o futuro (a ameaça é mais intensa que o ato violento em si, que pode nem ocorrer).
Bullying vs Assédio Moral
6/19/13 Folha de S.Paulo - Cotidiano - 7,2% dos jovens sofrem bullying e 20,8% praticam o ato contra colegas - 19/06/2013
www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1297640-72-dos-jovens-sofrem-bulliyng-e-208-praticam-o-ato-contra-colegas.shtml 1/3
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19/06/2013 - 13h40
7,2% dos jovens sofrem bullying e 20,8%
praticam o ato contra colegas
PEDRO SOARESDO RIO
O bullying nas escolas brasileiras, sejam elas públicas ou privadas, é uma prática comume presente ao lado de outros problemas como falta de amigos e sentimento de solidãoentre os adolescentes, que podem desencadear doenças como depressão e outras ligadasà saúde mental.
O retrato surge dos dados da Pense (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar), feita peloIBGE em parceria com o Ministério da Saúde. Numa evidência da existência de bullying,7,2% dos alunos do último ano do ensino fundamental afirmaram que "sempre ou quasesempre se sentiram humilhados por provocações dentro da escola" nos 30 dias anterioresao levantamento (levado a campo em setembro passado).
27% dos estudantes menores de idade já dirigiram veículo motorizado, diz IBGEUm terço das meninas já tentou emagrecer, diz IBGE
A proporção, porém, de adolescentes que praticam algum tipo de bullying em colegas deescolas é ainda maior, atingindo 20,8% dos adolescente do último ano --cuja faixa etáriavaria predominantemente de 13 a 15 anos.
"Sem dúvida isso é uma sinalização que de esses alunos podem ter problemas mentais nofuturo e que eles já sofrem no presente", disse Marco Antonio Andreazzi, gerente do IBGEresponsável pela pesquisa.
Na mesma pesquisa realizada em 2009 (restrita às capitais), 5,4% relataram sofrerbullying. O percentual subiu para 6,9% dos alunos das capitais em 2012.
SOLIDÃO
Outro fator que indica a possibilidade de doenças mentais no futuro, como depressão eoutras, é a ausência de amigos e o sentimento de solidão. Entre os adolescentespesquisados, 3,5% disseram não ter amigos --4,6% entre as meninas e 2,5% entre osgarotos. Já a sensação de estarem sozinhos foi relatada por 16,4% dos alunos --10,7%entre os meninos e 21,7%, ou seja mais do que o dobro, entre as adolescentes do sexofeminino.
Estopim para algumas doenças como esquizofrenia, por exemplo, o uso de drogas já tinhasido usada alguma vez por 7,3% dos adolescentes. Desses, 34,5% usaram maconha e6,4% tiveram contato com o crack.
Para o IBGE, porém, o dado mais preocupante é que 0,5% dos adolescentes que estãomatriculados usaram crack nos 30 dias anteriores à pesquisa --o percentual no caso damaconha é de 2,5%.
"Todos sabemos que o crack é um problema de saúde pública e uma droga que afasta doconvívio social, que degrada o usuário. É surpreendente que 0,5% dos alunos usem cracke permaneçam na escola."
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QUARTA-FEIRA, 19 DE JUNHO DE 2013 18H21 Site OK
SÃO PAULO 19.7°COUTRAS CIDADES
• A etimologia do termo bully remonta a 1530, do holandês “boel’, amante, companheiro, originalmente ‘querido (a)’.
• A expressão se deteriora no século 17 para bully-ruffian, no qual a conexão entre amante e rufião sugere o sentido de “protetor” (e amante) de uma prostituta.
•
Bullying
O termo tem variações de sentido, mas se transforma na idéia da tradução atual de “valentão.” O bully é essencialmente alguém que intimida.
• O Bully na cultura geralmente é mostrado no seu lado ridículo, alguém que tem menos recursos intelectuais e, por isso, utiliza a força física.
Bullying na cultura
Nelson Muntz Moe
Bullying na Cultura
• “Em um Mundo Melhor” (Hævnen, Susanne Bier, 2010)
Mobbing
• Criado pelo etólogo Konrad Lorenz e posteriormente recuperado pelo médico e psicoterapeuta sueco Peter Heinemann
• Mob: horda, turba
Mobbing
• Um grupo que, através de barbárie, visa expelir (até mesmo pela destruição)
Mobbing na Cultura
• A Letra Escarlate (1926, 1995)
Mobbing na Cultura
• A Onda (Die Welle) - Dennis Gansel (2008)
A Caça (Jagten, 2012)
Mobbing na Cultura
Haeven
Tratamentos possíveis?
Hipótese 1: Assédio Moral
! Reconstruir o projeto profissional | existencial
! Assim como no trauma ou TEPT, perde-se noção de continuidade
! Evitar a ‘vítima’ ou ‘vingador’
Hipótese 2: Bullying
! Como nas fobias, dois mecanismos funcionam bem: evitamento e ‘fuga para adiante’
! A culpa está fora
! Sobrevivente
! Apoio da rede social
Hipótese 3: Mobbing
! TEPT e sobrevivência
! Recontar a história (e ‘nomear nomes’)
! Buscar o ‘trauma anterior’?
Francisco Rodrigues Alves (P & C)