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Cartilha Biossimilares

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Cartilha Biossimilares, Espaço Saúde.

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O que é um medicamento biológico ?

Primeiro passo para desenvolver um medicamento biológico consiste

em modificar geneticamente uma célula ou micro-organismo para introduzir uma sequência

de código genético que produza a proteína escolhida. A célula ou micro organismo é

conservado e réplicas dele serão cultivadas durante o processo de manufatura. Feito a partir

de certas condições de crescimento, inicia-se a colheita da proteína, junto de todas as outras

proteínas celulares e materiais de resíduos, que é remanescentes do meio de cultivo, etc.

Depois, esse extrato passa para a etapa de purificação, que implica vários passos que

utilizam uma diversidade de processos até atingir o componente ativo – para o qual cada

fabricante define os testes que garantem sua pureza. Por último, é fabricado o medicamento

estabilizado e formulado com o qual são realizados os ensaios clínicos para o tratamento

terapêutico. Para obter a indicação terapêutica desejada, é importante garantir que o produto

seja resultante de um processo validado e amplamente controlado ao longo de todos esses

passos.

Ao ser produzidos por organismos vivos, os produtos biológicos são inerentemente

variáveis. Por isso, qualquer mudança no processo de manufatura, por menor que seja,

mudam-se os parâmetros de fabricação, equipamentos, ingredientes, etc. Além disso, há

mudanças no produto que podem não ser detectáveis pela tecnologia analítica atual. Toda

mudança no processo deve ser novamente avaliada pelas autoridades por meio de um

complexo processo de comparabilidade com o processo anterior e que sempre deve

considerar novos ensaios clínicos suplementares.

Importância Farmacovigilância:

Farmacovigilância, segundo definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), compreende a

ciência e as atividades relacionadas à detecção, avaliação, compreensão dos efeitos adversos ou

outros problemas relacionados a medicamentos. Ela se constitui numa estratégia essencial para a promoção do uso racional de medicamentos e traz impacto direto nas políticas de prevenção

de danos, através da disseminação de informação isenta aos profissionais de saúde, órgãos

reguladores e usuários.

Por que é importante notificar as suspeitas de reações adversas?

Os produtos destinados à saúde necessitam de comprovação clínica e científica para serem

administrados com segurança aos pacientes. Para que essa comprovação ocorra, são realizados

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estudos clínicos em um grupo significativo de pacientes com o objetivo de avaliar os benefícios

e os riscos que um produto pode oferecer após o início de sua comercialização. Quando esses

estudos demonstram que os benefícios superam os riscos, o produto é disponibilizado para o

tratamento ou prevenção de alguma doença. Cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) a aprovação final para o início das vendas.

Os sistemas de Farmacovigilância das indústrias farmacêuticas por sua vez devem prosseguir,

no entanto, com o trabalho de vigilância a respeito do comportamento do fármaco. Isso significa

receber e analisar eventuais informações sobre suspeitas de reações provocadas pelo

medicamento, garantindo o mesmo perfil de segurança observado nos estudos clínicos.

Como funciona processo Farmacovigilância?

Quando houver qualquer reação adversa no uso do medicamento esta informação deve ser

reportada para os fabricantes sendo por sua vez consolidadas e encaminhadas as autoridades de saúde.

BIOFÁRMACOS BIOSSIMILARES: CONCEITOS BÁSICOS Hoje em dia são desenvolvidos produtos cujos componentes ativos são obtidos por sínteses

químicas e outros sintetizados por organismos vivos, que na sua maioria são proteínas. Os medicamentos biológicos ou biofármacos são substâncias terapêuticas homólogas ou que

interagem com as proteínas humanas. Sua estrutura molecular é extremamente complexa e, além

disso, o componente ativo é heterogêneo. Estas moléculas são difíceis de caracterizar e de replicar.

Os biofármacos são elaborados utilizando matéria-prima procedente de duas origens:

Componente ativo de origem biológica: extraído de microrganismos, órgãos e tecidos de origem vegetal ou animal, células ou fluidos de origem humana ou animal.

Componente ativo de origem biotecnológica: em geral, são proteínas obtidas a partir de

células modificadas geneticamente para produzi-las.

A complexidade molecular é uma das diferenças entre os biofármacos e os medicamentos

químicos convencionais. As moléculas de um biofármaco são muito mais pesadas, têm uma estrutura espacial mais complexa e são mais diversas que as moléculas pequenas que compõem os medicamentos tradicionais. Uma molécula de um biofármaco é uma proteína conformada por uma cadeia de centenas de aminoácidos com uma estrutura tridimensional que afetará sua atividade. A figura abaixo apresenta um claro exemplo da diferença na complexidade molecular de um biofármaco, como o interferon beta, e a de um medicamento químico, como a aspirina.

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Ilustração comparativa de uma molécula biológica e química

O processo de produção de biofármacos e produtos químicos

Também há grandes diferenças no processo de produção, avaliação e monitoramento de

ambos os tipos de medicamentos. A produção de biofármacos requer uma validação mais

estrita e permanente avaliação do produto ao longo do processo de manufatura, já que há

muito mais parâmetros que a afetam e por ser muito mais complexa. Enquanto estima-se

que são realizados de 40 a 50 testes críticos de um produto químico, um produto biológico

é testado 250 vezes ou mais durante o processo de manufatura para garantir a eficácia do

medicamento.

O primeiro passo para desenvolver um medicamento biológico consiste em modificar

geneticamente uma célula ou microrganismo para introduzir uma sequência de código

genético que produza a proteína escolhida. A célula ou microrganismo é conservado e

réplicas dele serão cultivadas durante o processo de manufatura. Feito a partir de certas

condições de crescimento, inicia-se a colheita da proteína, junto de todas as outras

proteínas celulares e materiais de resíduos, que são remanescentes do meio de cultivo,

etc. Depois, esse extrato passa para a etapa de purificação, que implica vários passos que

utilizam uma diversidade de processos até atingir o componente ativo – para o qual cada

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fabricante define os testes que garantem sua pureza. Por último, é fabricado o

medicamento estabilizado e formulado com o qual são realizados os ensaios clínicos para

o tratamento terapêutico. Para obter a indicação terapêutica desejada, é importante

garantir que o produto seja resultante de um processo validado e amplamente controlado

ao longo de todos esses passos.

Ao serem produzidos por organismos vivos, os produtos biológicos são inerentemente

variáveis. Por isso, qualquer mudança no processo de manufatura, por menor que seja,

mudam-se os parâmetros de fabricação, equipamentos, ingredientes, etc. Além disso, há

mudanças no produto que podem não ser detectáveis pela tecnologia analítica atual. Toda

mudança no processo deve ser novamente avaliada pelas autoridades por meio de um

complexo processo de comparabilidade com o processo anterior e que sempre deve

considerar novos ensaios clínicos suplementares.

Comercialização de biofármacos

O primeiro medicamento desenvolvido via engenharia genética foi

à insulina, a qual foi aprovada para a comercialização nos Estados Unidos em 1982. A

primeira vacina recombinante contra a Hepatite B e a primeira terapia de anticorpo

monoclonal contra a rejeição de transplante de fígado foi lançada em 1986. O primeiro e

único oligonucleotídeo foi aprovado em 1998.

Em 2004, a Agência de Vigilância

Sanitária dos Estados Unidos conhecida como FDA tinha outorgado sua aprovação para a

comercialização de 100 produtos biológicos.

Atualmente, estima-se que 1/5 do total de

remédios que saem ao mercado a cada ano são derivados de processos biotecnológicos.

Cerca de 300 milhões de pacientes no mundo já são beneficiados com estes novos

medicamentos já que são utilizados no tratamento de doenças crônicas como a hepatite C

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(interferon alfa), câncer renal (interleukina), hemofilia (Factor VIII), diabete (insulina

humana), deficiência do crescimento (hormônios de crescimento), esclerose múltipla

(interferon beta) e doença do Crohn.

Atualmente a biotecnologia traz maiores avanços em pesquisa médica conseguindo

desenvolver tratamentos em áreas inexploradas de doenças como o AIDS, câncer, asma,

mal de Parkinson e Alzheimer, bem como soluções alternas para tratamentos existentes.

Glossário:

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O Espaço Saúde tem a seguinte visão deste tema:

As instituições que compõem o ESPAÇO SAÚDE entendem que os medicamentos biológicos são

produzidos e extraídos através de um organismo vivo. Sendo assim muito mais complexos em estrutura e

consequentemente na sua produção se comparados aos de química seca.

Considerando esta estrutura molecular dos medicamentos biológicos, realizar a cópia de destes e muito

mais complexo do que o mesmo procedimento para os de química seca. Tornando assim sua produção

mais complicada, pois qualquer alteração na sua produção, transporte, armazenamento ou refrigeração

podem ocasionar alterações significativas na molécula final. Causando problemas em seu resultado final.

Entendendo assim o exposto acima, concluímos que o medicamento biológico não pode em hipótese

alguma ser considerado um medicamento genérico, e que é impossível a realização de uma cópia idêntica

de um organismo vivo.

Posto isso, é de fundamental importância à realização de estudos não clínicos e clínicos que possam

demonstrar comparação de segurança e eficácia em todas as etapas requeridas.

Assim sendo o ESPAÇO SAÚDE acredita que o Brasil através de sua Agencia Reguladora – ANVISA

deveria considerar a legislação baseado na Organização Mundial de Saúde – OMS que definem critérios

claros e específicos para a produção dos medicamentos biológicos garantindo assim sua segurança e

eficácia. Criando uma política de FARMACOVIGILÂNCIA mais eficaz e segura.

Pelos motivos expostos acima o ESPAÇO SAÚDE corrobora com as intenções tiradas do I SEMINÁRIO

DE DEBATE SOBRE MEDICAMENTOS BIOLÓGICOS NO BRASIL NA ÓTICA DO CONTROLE

SOCIAL realizado no mês de março na cidade de Atibaia.

1 - Que o Governo Federal, através do Ministério da Saúde, da ANVISA e de demais órgãos competentes

incremente a divulgação de informações sobre os medicamentos biológicos, bem como o resultado de

pesquisas em andamento e a capacitação de profissionais de saúde para o tema, buscando ainda reformular

à grade curricular de cursos envolvidos na formação de profissionais da área de saúde.

2- Que sejam efetivadas ações no sentido de tornar obrigatória a notificação de efeitos colaterais, riscos e

benefícios, de medicamentos sob registro, tendo a ANVISA como centralizadora destes dados, os quais

devem ser amplamente divulgados a toda a população a partir de sua dispensação.

3- Que a sociedade civil tenha sua participação representativa garantida nos espaços de discussão e

decisão sobre medicamentos, seus efeitos, pesquisas e disponibilidade na rede pública visando à

atualização dos protocolos clínicos, como forma de conhecimento para proporcionar segurança e

qualidade.

4- Que se promova a produção e divulgação de cartilha informativa dos medicamentos biológicos com

enfoque aos usuários.

5 - Que seja elaborado um Plano Nacional de Farmacovigilância, levando em consideração os padrões

internacionais.

6- Pautar este tema nas Conferências Municipais, Estaduais e Nacional de saúde e de outros espaços de

discussão a serem realizadas neste ano.

7 - Sugerir a reformulação da portaria MS-ANVISA nº 30 de 11/01/2008 que instituiu o Grupo de

Trabalho para a elaboração do manual de Farmacovigilância com a participação do controle social.