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Editado por: Rogério F. Cozer CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS PSICOTRÓPICAS

Classificação das Drogas Psicotrópicas

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Este e-book traz informações sobre as drogas psicotrópicas, (Drogas Estimulantes, Depressoras e Alucinógenas), que possuem ação direta no SNC Sistema Nervoso Central. Informa a ação dessas drogas no organismo bem como todos os prejuízos que elas causam aos seres humanos. Abordando: A - Substâncias Estimulantes Anfetaminas,Cocaína, Crack, Ecstasy, Ice – Cristal Meet, Merla, Cigarro – Tabaco – Nicotina, Capsula do Medo ou do Vento, Cafeína. B – Substâncias Depressoras Álcool, Sedativos e Hipnóticos não Barbitúricos (Ansiolíticos), Barbitúricos, Inalantes e Solventes, Lança Perfume, Cheirinho da Loló, B 25, Cola de Sapateiro, GHB ou Ecstasy Líquido, PCP ou Fenciclidina, Ketamina ou Special K, Mefedrona, Opiáceos, Codeína, Morfina, Heroína. C – Substâncias Perturbadoras (Alucinógenas) LSD – 25, Maconha, Haxixe, Skank, Ayahuasca (Chá de Santo Daime), Cogumelos, Cacto Peyote, Mescalina, Anticolinérgicos.

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Editado por: Rogério F. Cozer

CLASSIFICAÇÃO DAS

DROGAS PSICOTRÓPICAS

Classificação das Drogas Psicotrópicas – Edição: Rogério F. Cozer - PPAD

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Conteúdo Conteúdo....................................................................................................01

Classificação das drogas psicotrópicas.......................................................03

A - Substâncias Estimulantes

Anfetaminas...............................................................................................03

Cocaína.......................................................................................................04

Crack...........................................................................................................05

Ecstasy.. .....................................................................................................06

Ice – Cristal Meet. ......................................................................................07

Merla. ........................................................................................................08

Cigarro – Tabaco – Nicotina. ......................................................................08

Capsula do Medo ou do Vento...................................................................12

Cafeína. ......................................................................................................13

B – Substâncias Depressoras

Álcool.. .......................................................................................................14

Sedativos e Hipnóticos não Barbitúricos (Ansiolíticos)...............................17

Barbitúricos.. .............................................................................................18

Inalantes e Solventes. ................................................................................20

Lança Perfume............................................................................................21

Cheirinho da Loló........................................................................................22

B 25.............................................................................................................22

Cola de Sapateiro........................................................................................22

GHB ou Ecstasy Líquido..............................................................................23

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PCP ou Fenciclidina.....................................................................................24

Ketamina ou Special K................................................................................25

Mefedrona..................................................................................................25

Opiáceos.....................................................................................................26

Codeína. .....................................................................................................28

Morfina.. ....................................................................................................29

Heroína.. ....................................................................................................29

C – Substâncias Perturbadoras

LSD – 25..... ................................................................................................31

Maconha.. ..................................................................................................32

Haxixe. .......................................................................................................33

Skank.. .......................................................................................................34

Ayahuasca (Chá de Santo Daime)...............................................................34

Cogumelos.. ...............................................................................................35

Cacto Peyote.. ............................................................................................36

Mescalina. ..................................................................................................37

Anticolinérgicos. ........................................................................................37

Fontes de Pesquisa.....................................................................................38

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CLASSIFICAÇÃO DAS DROSGAS PSICOTRÓPICAS

A - Estimulantes: são as drogas que aceleram o funcionamento do

cérebro.

ANFETAMINAS

1. Histórico das Anfetaminas

As anfetaminas são drogas sintéticas, ou seja, são produzidas em laboratório.

A primeira droga sintetizada foi à d-anfetamina em 1928. Depois desta, várias outras

foram fabricadas. Existe também uma droga tipo anfetamina que é natural, usada por

nativos do norte da África e do Oriente Médio. Ela é encontrada nas folhas de Khat,

cujo nome científico é Catha edulis.

As anfetaminas foram introduzidas em 1930 e eram usadas para congestão nasal.

Depois elas começaram a serem utilizadas no tratamento da depressão e na

diminuição do apetite. Logo em seguida, foi descoberto o efeito de dependência

causada pela droga e, com isso houve um controle e declínio do seu uso. Como

consequência, ocorreu um crescimento da utilização da cocaína.

2. O que as Anfetaminas fazem no organismo?

As anfetaminas interferem na dopamina e noradrenalina, que são neurotransmissores

do Sistema Nervoso. Essas drogas agem aumentando a liberação e diminuindo a

recaptação desses transmissores. Com isso, aumenta a quantidade dessas substâncias

e suas funções ficam exacerbadas no organismo.

A dopamina e noradrenalina possuem várias funções fisiológicas e comportamentais.

Os estados de apetite, saciedade, vigília e funções psíquicas estão envolvidos. A

ingestão de anfetamina causa insônia, perda de apetite e um estado de

hiperexitabilidade. A pessoa se torna muito ativa, inquieta, e extrovertida.

No caso de uma dose excessiva, os efeitos se acentuam e a pessoa pode se tornar

muito agressiva e ter delírios. Ocorre também aumento da temperatura, que em

alguns casos pode levar a convulsões.

A anfetamina produz efeitos também fora do Sistema Nervoso. Nos olhos, ela provoca

dilatação da pupila. No coração, há taquicardia e ocorre aumento da pressão arterial.

3. Como as Anfetaminas são eliminadas do organismo?

O fígado é o responsável pela metabolização das anfetaminas. Ela é inativada e

posteriormente é eliminada pela urina. Uma pequena quantidade das drogas não é

modificada pelo fígado, sendo eliminada diretamente pela urina.

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4. Tolerância e dependência às Anfetaminas

Com o uso crônico dessa droga, ocorre uma diminuição do seu efeito com o passar do

tempo. Para se obter o mesmo efeito é preciso aumentar a dose, ou seja, ocorre um

efeito de tolerância. Não ocorre uma Síndrome de abstinência característica quando

cessa a ingestão abrupta da droga.

COCAÍNA

1. Histórico e Formas de Preparação da Cocaína

A cocaína é um alcaloide presente numa planta sul-americana, a coca, cujo nome

científico é Erythroxylon coca.

O "vinho de coca", preparado à base da planta, foi considerado na Europa uma bebida

muito reconfortante e de grande uso social. O Papa Pio XI agraciou o principal

fabricante deste vinho. Um dos mais adeptos da cocaína foi Freud. Ele próprio ingeriu

a cocaína para provar a energia e vitalidade produzidas pela droga. A cocaína foi usada

como medicamento até o início do século. Existiram surtos do uso desta droga no

passado, mas depois que foram demonstrados os seus efeitos prejudiciais ao

organismo, houve uma proibição do seu uso e um declínio na ingestão da cocaína.

Hoje em dia, vive-se o pico de uma nova epidemia.

Existem várias formas de cocaína. O "chá de coca", preparado à base das folhas, é

muito utilizado no Peru. Nesta forma, pouca droga é absorvida e, portanto muito

pouco chega ao cérebro.

Através de vários procedimentos, usando produtos como solvente e ácido sulfúrico,

obtém-se o sal de cocaína ("pó" ou "neve"). Como ele é solúvel, pode ser aspirado ou

usado via endovenosa, dissolvido em água.

Tratando o sal de cocaína com bicarbonato, obtém-se um bloco sólido, que é

conhecido com o nome de "crack". Este nome "crack" advém do barulho produzido

neste processo de solidificação e na quebra deste bloco em pequenos pedaços. Ele

também pode ser preparado a partir da pasta de cocaína. Esta forma é pouco solúvel

em água, mas se volatiza quando aquecida, sendo fumada em cachimbos.

2. O que a cocaína faz no Organismo?

A cocaína interfere na ação de substâncias que existem no nosso cérebro, os

"neurotransmissores", como a dopamina e a noradrenalina. A cocaína eleva a

quantidade dessas substâncias, porque ela inibe a recaptação pelo neurônio,

aumentando a concentração desta substância na fenda sináptica, isto é, no espaço

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entre os neurônios nos quais se processa a neurotransmissão. Com isso, todas as

funções que esses neurotransmissores possuem ficam amplificadas e podem também

aparecer ações que não existem nas concentrações normais.

Com a ingestão da cocaína ocorre uma sensação de euforia e prazer.

Ela produz aumento das atividades motoras e intelectuais, perda da sensação de

cansaço, falta de apetite, insônia.

Numa dose exagerada (overdose) aparecem sintomas de irritabilidade, agressividade,

delírios e alucinações. Pode ocorrer também aumento de temperatura e da pressão

arterial, taquicardia e degeneração dos músculos esqueléticos. Este excesso pode levar

até à morte, que ocorre por convulsões, falência do coração ou depressão do centro

controlador da respiração.

Se a droga for usada pela via endovenosa ou respiratória os efeitos são quase

imediatos. Isto porque ela vai direto para o cérebro, sem passar pelo fígado, onde é

degradada. Isto provoca aumento da probabilidade de overdose.

No caso da via endovenosa, além do risco de overdose, há também o perigo de

infecção através do uso de seringas contaminadas, principalmente com o vírus da

AIDS, da hepatite e de outras doenças transmissíveis.

3. Como a cocaína é eliminada do organismo?

A cocaína é rapidamente metabolizada pelo fígado e seus metabólitos inativos são

detectáveis na urina.

4. Tolerância e dependência à cocaína

Não há comprovado efeito de tolerância devido ao uso crônico e não existe Síndrome

de Abstinência característica, quando cessa a ingestão. No entanto, o componente

psicológico é muito forte e ocorre, na maioria das vezes, uma vontade incontrolável

de consumir a droga, que é a chamada "fissura".

Crack

O crack é preparado a partir da extração de uma substância alcaloide da planta

Erythroxylon coca, encontrada na América Central e América do Sul. Chamada

benzoilmetilecgonina, esse alcaloide é retirado das folhas da planta, dando origem a

uma pasta: o sulfato de cocaína. Chamada, popularmente, de crack, tal droga é

fumada em cachimbos.

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Cerca de cinco vezes mais potente que a cocaína, sendo também relativamente mais

barata e acessível que outras drogas, o crack tem sido cada vez mais utilizado, e não

somente por pessoas de baixo poder aquisitivo, e carcerários, como há alguns anos.

Ele está, hoje, presente em todas as classes sociais e em diversas cidades do país.

Assustadoramente, cerca de 600.000 pessoas são dependentes, somente no Brasil.

Tal substância faz com que a dopamina, responsável por provocar sensações de prazer,

euforia e excitação, permaneça por mais tempo no organismo. Outra faceta da

dopamina é a capacidade de provocar sintomas paranoicos, quando se encontra em

altas concentrações.

Perseguindo esse prazer, o indivíduo tende a utilizar a droga com maior frequência.

Com o passar do tempo, o organismo vai ficando tolerante à substância, fazendo com

que seja necessário o uso de quantidades maiores da droga para se obter os mesmos

efeitos. Apesar dos efeitos paranoicos, que podem durar de horas a poucos dias e

pode causar problemas irreparáveis, e dos riscos a que está sujeito; o viciado acredita

que o prazer provocado pela droga compensa tudo isso. Em pouco tempo, ele virará

seu escravo e fará de tudo para tê-la sempre em mãos. A relação dessas pessoas com o

crime, por tal motivo, é muito maior do que em relação às outras drogas; e o

comportamento violento é um traço típico.

Neurônios vão sendo destruídos, e a memória, concentração e autocontrole são

nitidamente prejudicados. Cerca de 30% dos usuários perdem a vida em um prazo de

cinco anos – ou pela droga em si ou em consequência de seu uso (suicídio,

envolvimento em brigas, “prestação de contas” com traficantes, comportamento de

risco em busca da droga – como prostituição, etc.). Quanto a este último exemplo, tal

comportamento aumenta os riscos de se contrair AIDS e outras DSTs e, como o

sistema imunológico dos dependentes se encontra cada vez mais debilitado, as

consequências são preocupantes.

Superar o vício não é fácil e requer, além de ajuda profissional, muita força de vontade

por parte da pessoa, e apoio da família. Há pacientes que ficam internados por muitos

meses, mas conseguem se livrar dessa situação.

ECSTASY

Droga psicoativa com alto poder estimulante e propriedades alucinógenas. A

substância chave do ecstasy é o MDMA, tal substância faz com que o ecstasy seja

confundido com metanfetaminas e outras drogas sintéticas. Mesmo sendo um

derivado da anfetamina, o composto de MDMA é muito semelhante a um alucinógeno.

Não tem o poder do LSD, e nem provoca as fortes reações de drogas como a cocaína,

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mas mixa efeitos moderados das duas drogas. Por isso o ecstasy é às vezes

reconhecido como uma "droga social". Não possuí uma assimilação agressiva da

cocaína, e nem deixa cheiro ou sinais de uso, como a maconha. E isso só fortalece o

uso da droga, pois passa uma imagem de não ser maligna. Outro fator que contribuí

para a popularização da droga como algo que só traz alegria, é a alcunha mais popular

do ecstasy; "Droga do amor".

O ecstasy possui muitas variantes e nomes, sua forma similar a uma aspirina e

decorada com símbolos e ícones representando o nome da droga. Kleeblatt, Gorbys,

Pigs, Dreamcast, Fido, Eva, Playboy, V.I.P, Pelikan, Halbmond, Hauptling, Taube,

Smiley, Spatz, Cal, Star and Stripes, Love e Groover são alguns nomes que as

variedades de ecstasy recebem.

Efeitos

Esse apelido ocorre graças ao efeito da droga que hipersensibiliza o toque,

aumentando assim a sensibilidade em zonas erógenas. Nas mulheres isso leva ao

aumento do desejo sexual. Outros efeitos são pupilas dilatadas e olhos sensíveis,

sensação do aumento de energia, eliminação da ansiedade, relaxamento profundo,

pensamentos positivos e simpatia por estranhos. Esses efeitos duram em média de 4 a

6 horas, mas existem variações que suprimem a necessidade de comer, beber e dormir

por até 3 dias, levando o usuário a correr o risco de desidratação, inanição e exaustão.

Não é viciante como a cocaína e a heroína, mas pode causar vários efeitos negativos

em seus usuários, tais como; alucinação, náusea, calafrios, transpiração, aumento da

temperatura corpórea, tremores, ranger involuntário dos dentes, problemas

musculares e visão embaçada. Existem casos de usuários que experimentaram pós-

efeitos de ansiedade, paranoia e depressão. Overdose de ecstasy é caracterizada por

alta pressão sanguínea, falta de ar, ataques de pânico, e nos piores casos, perda da

consciência e súbito aumento da temperatura corporal. Essas overdoses podem ser

fatais pois podem causar também um infarto.

ICE – CRSITAL MEET

Metanfetamina extremamente pura. Parecem pequenos cristais, semelhante a gelo

quebrado. Em geral é fumado, mas também pode ser aspirado ou injetado. (ver mais

em Metanfetamina).

Efeitos

Semelhantes ao da cocaína, mas com duração maior. Entre os efeitos descritos

encontram-se mudanças violentas de comportamento, perda de apetite, distúrbios no

sono, variações súbitas de humor, tremores, convulsões, aumento da pressão

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sanguínea, alterações no ritmo do batimento cardíaco. Há casos registrados de coma,

derrame e morte súbita.

Merla

A merla é derivada da cocaína. É uma junção das folhas da coca com alguns produtos

químicos como ácido sulfúrico, querosene, cal virgem entre outros que ao ser

misturado se transforma numa pasta onde se concentra em torno de 40 a 70% de

cocaína. É ingerida pura ou misturada num cigarro normal ou num cigarro de

maconha.

É uma droga super perigosa causando dependência física e psíquica ao paciente, além

de danos ao organismo irreparáveis.

É absorvida pela mucosa pulmonar rapidamente e assim como a cocaína é excitante ao

sistema nervoso. Causa euforia, diminuição de fadiga, aumento de energia, diminuição

do sono, do apetite e consequentemente causa perda de peso bastante expressiva e

psicose tóxica como alucinações, delírios e confusões mentais.

Durante o uso da merla, o usuário pode ter convulsões e perda de consciência. As

convulsões podem levar o usuário a ter uma parada respiratória, coma, parada

cardíaca e a morte. Ao passar o efeito da merla, o usuário sente medo, depressão e

paranoia de perseguição que em alguns casos leva o usuário ao suicídio.

O usuário da merla normalmente apresenta a ponta dos dedos amarelada, olhos

avermelhados, lacrimejados e irritados, respiração difícil, tremores nas mãos, irritação

e inquietação. Ao longo do tempo o usuário perde seus dentes pois na merla existe um

composto misturado chamado ácido de bateria que começa a furar os dentes até que

a perda total aconteça.

CIGARRO – TABACO – NICOTINA

Doenças causadas pelo Cigarro

Câncer

O fumo é responsável por 30% das mortes por câncer e 90% das mortes por câncer de

pulmão. Os outros tipos de câncer relacionados com o uso do cigarro são: câncer de

boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero.

Doenças Coronarianas

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25% das mortes causadas pelo uso do cigarro provocam doenças coronarianas tais

como angina e infarto do miocárdio.

Doenças Cerebrovasculares

O fumo é responsável por 25% das mortes por doenças cerebrovasculares entre elas

derrame cerebral.

Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas

Nas doenças pulmonares obstrutivas crônicas tais como bronquite e enfisema 85% das

mortes são causadas pelo fumo.

Outras doenças que também estão relacionadas ao uso do cigarro e ampliam a

gravidade das consequências de seu uso são:

Aneurismas arteriais; úlceras do trato digestivo; infecções respiratórias...

Informação retirada da Isto É: A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu mais um

golpe duríssimo contra o cigarro. Os 192 países integrantes da entidade aprovaram um

tratado mundial antitabaco cujo objetivo é reduzir o número de mortes relacionadas

ao produto, estimado hoje em cerca de cinco milhões de vidas perdidas por ano no

mundo. Pelo menos 30% do tamanho das embalagens deverá conter alerta sobre os

malefícios do fumo e os governos se comprometeram a endurecer o combate ao

contrabando de cigarro, entre outras ações. “Agimos para salvar milhões de vidas e

para proteger a saúde das gerações futuras. A aprovação do tratado foi um momento

histórico”, disse Gro Brundtland, diretora da OMS.

O porquê de não fumar:

Fumantes têm 10 vezes a mais de chances de ter câncer de pulmão;

Fumantes têm 50% a mais de chances de terem infarto que os não fumantes;

Fumantes têm 5 vezes mais chances de sofrer de bronquite crônica e enfisema

pulmonar que os não fumantes;

Dependendo do grau de enfisema pulmonar, mesmo que o indivíduo suspenda o uso

do cigarro se torna irreversível o processo (largar o quanto antes... os alvéolos uma vez

danificados nunca se regeneram!);

Efeitos no Metabolismo:

O custo metabólico da respiração pode ser reduzido significativamente como resultado

da abstinência. Observou-se uma redução de CO2 em apenas um dia de abstinência.

Durante um exercício a 80% da Capacidade Aeróbica Máxima (VO2 máx), o custo da

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ventilação pulmonar representa 14% do consumo de O² em fumantes e de apenas 9%

em não fumantes.

Atletas envolvidos em eventos que requerem resistência nunca fumam. Isto pode ser

explicado pelo fato da fumaça do cigarro causar redução na função pulmonar e

aumentar a quantidade de carboxiemoglobina, dificultando o transporte de O² do

sangue.

Pesquisas apontaram uma melhora no desempenho de nadadores, velocistas, ciclistas

em geral, apenas pela abstinência ao fumo. E eles reportaram terem se sentido melhor

exercitando-se em uma condição de não fumante.

Dicas para PARAR de fumar:

Preparar-se para fugir das armadilhas (colegas oferecendo, companhias que fumam,

etc...);

Beber muita água;

Mastigar chicletes e balas ou chicletes de nicotina como substituição ao cigarro;

Exercícios aeróbicos e relaxamento;

Evitar bebidas alcoólicas e café;

Escovar os dentes imediatamente após as refeições (quem fuma não tem paladar e

quem fuma costuma substituí-lo após as refeições pelo cigarro);

Ficar atento a situações de estresse para não ter uma recaída;

Conscientizar-se dos males do cigarro e pensar negativamente nele, realmente enojar-

se;

Pratique sempre um novo esporte (para ficar estimulado);

Métodos para PARAR de fumar:

Contrato de amigos (um ajuda o outro a parar);

Associação do cigarro com a aversão;

Diminuição controlada com Cardiologista;

Hipnose;

Acupuntura;

Apoio social (grupos específicos);

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Auto Ajuda;

Auto monitorização (lista de atividades e momentos que mais fuma);

Acompanhamento psicológico;

Efeitos:

Nos olhos, o fumo produz a ambliopia tabágica, que representa a debilitação do

sentido da visão e distorção do ponto de foco visual.

Quanto ao olfato, o fumo irrita a mucosa nasal e distorce a função olfativa.

Na boca ocorrem os cânceres dos lábios, língua, além de enfermidades nas gengivas,

incluindo até perda de dentes.

Na laringe, o fumo dilata as cordas vocais, e produz rouquidão, não sendo raro o

câncer nesse local derivado do uso do cigarro.

Nos pulmões, a sucessão de enfermidades produzidas pelo hábito de fumar é notória:

enfisema, bronquite, asma e o mortal câncer pulmonar.

No aparelho circulatório ocorrem o aumento da pressão arterial, obstrução de vasos

sanguíneos, aumento de colesterol, todos fatores conducentes a ataques cardíacos.

Nos órgãos digestivos o fumo produz a úlcera péptica dado o aumento da acidez, além

de distúrbios vários no duodeno, e câncer do estômago.

No útero, ocorre aceleração das batidas do feto. Os bebês nascem com menos peso e

ocorre probabilidade maior de nascimentos prematuros.

Nos órgãos urinários pode ocorrer o adenocarcinoma, uma forma de câncer.

A qualidade do leite materno é afetada para a mãe fumante, pois substâncias tóxicas

são transmitidas à criança, o que lhe causa irritabilidade e transtornos digestivos.

Também o hábito de fumar tende a diminuir a quantidade de leite.

Componentes do cigarro:

Na fumaça do cigarro já se isolaram 4.720 substâncias tóxicas, as quais atuam sobre os

mais diversos sistemas e órgãos; Contém mais de 60 cancerígenos, sendo as principais:

Nicotina - é a causadora do vício e cancerígena;

Benzopireno - substância que facilita a combustão existente no papel que envolve o

fumo;

Nitrosaminas;

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Substâncias Radioativas - polônio 210 e carbono 14;

Agrotóxicos - DDT;

Solventes - benzeno;

Metais Pesados - chumbo e o cádmio (um cigarro contém de 1 a 2 mg, concentrando-

se no fígado, rins e pulmões, tendo meia-vida de 10 a 30 anos, o que leva a perda de

capacidade ventilatória dos pulmões, além de causar dispneia, enfisema, fibrose

pulmonar, hipertensão, câncer nos pulmões, próstata, rins e estômago);

Níquel e Arsênico - armazenam-se no fígado e rins, coração, pulmões, ossos e dentes

resultando em gangrena dos pés, causando danos ao miocárdio etc..;

Cianeto Hidrogenado;

Amônia - utilizado em limpadores de banheiro;

Formol - componente de fluído conservante;

Monóxido de Carbono - o mesmo gás que sai dos escapamentos de automóveis, e

como tem mais afinidade com a hemoglobina do sangue do que o próprio oxigênio,

toma o lugar do oxigênio, deixando o corpo do fumante, ativo ou passivo, totalmente

intoxicado.

Causas:

Por sua ação vasoconstritora, a nicotina diminui o calibre da artéria do cordão

umbilical e a irrigação sanguínea da placenta. Como consequência, o bebê recebe

menos nutrientes, a oxigenação fica comprometida e a criança pode nascer com peso

menor. Nos EUA, um de cada seis nascimentos de crianças com baixo peso é devido ao

fumo.

Os filhos de mães fumantes correm 64,8% mais riscos de morrer após o nascimento do

que os bebês daquelas que não fumaram durante a gravidez.

Os riscos de ocorrência de defeitos congênitos são de 1,7 a 2,3% mais altos entre os

bebês de mães fumantes.

As mulheres que fumam 20 cigarros por dia têm 61% mais chances de sofrerem um

aborto do que as não fumantes.

CAPSULA DO MEDO OU DO VENTO

A capsula do vento, ou capsula do medo é uma droga muito violenta.

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É assim chamada por ser, uma pequena quantidade de um pó branco embalado em

uma cápsula transparente; entretanto possui uma ação muito forte, podendo causar

efeitos alucinógenos de até 30 horas consecutivas e flashbacks constantes.

Conhecida também como DOB, nome derivado de sua possível composição; (2.5

dimetoxi-4 bromoanfetamina), além do efeito alucinógeno, muito mais acentuado que

ao do êxtase é também um potente estimulante.

De acordo com especialistas trata-se de uma droga muito perigosa, porque demora

umas 4 horas para fazer efeito, isso motiva os usuários a repetirem a dose, o que

aumenta ainda mais os riscos.

Ao ingeri-la o usuário pode ter aumento acentuado dos batimentos cardíacos e

convulsões.

Esta droga surgiu há aproximada um ano, e é consumida principalmente em festas

noturnas, onde são vendidas por até 70 reais cada uma.

CAFEÍNA

1. Histórico do uso de café e outras plantas que contém cafeína

A cafeína também chamada metil-xantina, derivada das xantinas, está presente em

plantas amplamente distribuídas nas várias regiões geográficas. Ela é encontrada nos

grãos de café, folhas de chá e de mate, nas sementes de cacau e em várias partes do

guaraná. Devido ao consumo generalizado dessa substância, conclui-se que ela é a

droga mais utilizada no mundo. Um copo de café contém aproximadamente 85mg de

cafeína.

2. O que a cafeína faz no organismo?

A cafeína possui efeitos terapêuticos importantes como dilatação dos brônquios,

estimulação do coração e aumento da excreção urinária. No cérebro, ela alivia dores

de cabeça. Ela possui também efeitos prejudiciais, provoca aumento da secreção

gástrica, agravando sintomas de gastrite e úlcera.

A droga também possui efeitos psicoestimulantes. Em doses moderadas (85 a 250mg),

os usuários relatam uma sensação de bem estar, melhora de atenção e pensamento.

Porém em doses elevadas (acima de 250mg), surgem efeitos de nervosismo,

inquietação, insônia e tremores. Doses muito altas podem produzir convulsões,

delírios e aumento da frequência cardíaca.

3. Como a cafeína é eliminada do organismo?

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A cafeína é metabolizada pelo fígado e eliminada pela urina.

4. Tolerância e dependência à cafeína

O uso crônico dessa substância (350mg ao dia) provoca dependência física e tolerância

à droga. Na retirada da droga pode aparecer uma síndrome de abstinência

caracterizada por dores de cabeça, nervosismo, irritação, ansiedade e insônia.

B - Depressoras: são drogas que diminuem a velocidade de

funcionamento do cérebro.

ÁLCOOL

1. Histórico do álcool e Tipos de Bebidas

Embora seja uma droga, frequentemente o álcool não é considerado como tal,

principalmente pela sua grande aceitação social e mesmo religiosa. Podem-se observar

nas obras gregas, mitos sobre a criação do vinho. Com destaque para as figuras de

Dioniso, Icário e o Rei Anfictião protagonizando a visão grega sobre o uso do vinho

(álcool). Nos dias de hoje, é prática em muitas famílias a "iniciação" das crianças no

consumo do álcool. A permissividade ao álcool leva à falsa crença de inocência do uso

do álcool, mas o consumo excessivo tem se tornado um dos principais problemas das

sociedades modernas.

O álcool contido nas bebidas é cientificamente conhecido como etanol, e é produzido

através de fermentação ou destilação de vegetais como a cana-de-açúcar, frutas e

grãos. O etanol é um líquido incolor. As cores das bebidas alcóolicas são obtidas de

outros componentes como o malte ou através da adição de diluentes, corantes e

outros produtos.

No Brasil, há uma grande diversidade de bebidas alcóolicas, cada tipo com quantidade

diferente de álcool em sua composição.

2. O que o álcool faz no organismo?

O álcool é absorvido principalmente no intestino delgado, e em menores quantidades

no estômago e no cólon. A concentração do álcool que chega ao sangue depende de

fatores como: quantidade de álcool consumida em um determinado tempo, massa

corporal, e metabolismo de quem bebe, quantidade de comida no estômago.

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Quando o álcool já está no sangue, não há comida ou bebida que interfira em seus

efeitos. Num adulto, a taxa de metabolismo do álcool é de aproximadamente 8,5g de

álcool por hora, mas essa taxa varia consideravelmente entre indivíduo.

Os efeitos do álcool dependem de fatores como: a quantidade de álcool ingerido em

determinado período, uso anterior de álcool e a concentração de álcool no sangue. O

uso do álcool causa desde uma sensação de calor até o coma e a morte dependendo

da concentração que o álcool atinge no sangue. Os sintomas que se observam são:

Doses até 99mg/dl: sensação de calor/rubor facial, prejuízo de julgamento, diminuição

da inibição, coordenação reduzida e euforia;

Doses entre 100 e 199mg/dl: aumento do prejuízo do julgamento, humor instável,

diminuição da atenção, diminuição dos reflexos e incoordenação motora;

Doses entre 200 e 299mg/dl: fala arrastada, visão dupla, prejuízo de memória e da

capacidade de concentração, diminuição de resposta a estímulos, vômitos;

Doses entre 300 e 399mg/dl: anestesia, lapsos de memória, sonolência;

Doses maiores de 400mg/dl: insuficiência respiratória, coma, morte.

Um curto período (8 a 12 horas) após a ingestão de grande quantidade de álcool pode

ocorrer a "ressaca", que se caracteriza por: dor de cabeça, náusea, tremores e

vômitos. Isso ocorre tanto devido ao efeito direto do álcool ou outros componentes da

bebida. Ou pode ser resultado de uma reação de adaptação do organismo aos efeitos

do álcool.

A combinação do álcool com outras drogas (cocaína, tranquilizantes, barbituratos,

anti-histamínicos) pode levar ao aumento do efeito, e até mesmo à morte.

Os efeitos do uso prolongado do álcool são diversos. Dentre os problemas causados

diretamente pelo álcool podem-se destacar doenças do fígado, coração e do sistema

digestivo. Secundariamente ao uso crônico abusivo do álcool, observa-se: perda de

apetite, deficiências vitamínicas, impotência sexual ou irregularidades do ciclo

menstrual.

3. Tolerância e Dependência ao álcool

O uso regular do álcool torna a pessoa tolerante a muitos dos seus efeitos, sendo

necessário maior consumo para o indivíduo apresentar os mesmos efeitos iniciais.

A dependência física ocorre em consumidores de grandes doses de álcool. Como já

estão adaptados à presença do álcool, esses indivíduos podem sofrer sintomas de

abstinência quando param de beber. Os sintomas de abstinência são: nervosismo ou

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irritação, sonolência, sudorese, diminuição do apetite, tremores, convulsões e

alucinações.

Pode-se desenvolver a dependência psicológica com um uso regular do álcool, mesmo

que em pequenas quantidades. Nesse tipo de dependência há um desejo persistente

de consumir álcool e sua falta pode desencadear quadros ansiosos ou mesmo de

pânico.

4. Álcool e Gravidez

O consumo de álcool durante a gravidez expõe a criança aos efeitos do álcool. O mais

grave desses efeitos é a Síndrome Fetal pelo Álcool, cujas características incluem:

retardo mental, deficiência de crescimento, deformidade facial e de cabeça,

anormalidades labiais e defeitos cardíacos.

5. Drunkorexia ou Anorexia Alcoólica

Drunkorexia, ou anorexia alcoólica termo criado nos EUA para definir o alcoolismo

associado a distúrbios alimentares. Este distúrbio é muito comum entre jovens e

adultos de idade entre 20 e 40 anos, que ingerem bebidas alcoólicas no lugar da

refeição.

O ato restringe a absorção de calorias necessárias ao corpo humano sob o objetivo de

manter um visual esbelto e na moda. Entre as celebridades artísticas o costume da

“Drunkorexia”, além de causas estéticas, é impulsionada por cobranças do mercado,

angústias e compulsões profissionais.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o alcoolismo atinge de 10% a 12% da

população mundial. Equilibrar o peso do corpo através da bebida é o mesmo que

realizar uma dieta forçada e depois cair no efeito sanfona (alternância periódica de

peso).

Estudos psiquiátricos revelam que o alcoolismo feminino está associado a transtornos

psicológicos relacionados à anorexia, bulimia, depressão e ansiedade. O álcool

anestesia emoções ruins como a frustração, e no caso da “Drunkorexia”, reduz o

apetite. No funcionamento orgânico beber com estômago vazio acelera os efeitos do

álcool.

Beber sem moderação pode vir a causar doenças no sistema digestivo e, em certos

casos, no sistema sanguíneo, além de outros males. Beber demais ainda causa perda

de reflexos, principalmente para o motorista em trânsito.

Sedativos e Hipnóticos não Barbitúricos (ANSIOLÍTICOS)

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Incluem-se nesse grupo agentes, que em certos casos, substituíram os barbitúricos, ou

que apesar de terem uso restrito ainda são utilizados na medicina atual. Esses

compostos foram introduzidos devido à necessidade de sedativos e hipnóticos "não

barbitúricos". No entanto, tornaram-se drogas de significante uso abusivo. As drogas

que podem ser assim classificadas são: benzodiazepínicos, paraldeídos e brometos.

Benzodiazepínicos

1. Alguns Exemplos de Benzodiazepínicos disponíveis:

Nome genérico Nome comercial

Clordiazepóxido Librium

Diazepam Valium

Clonazepam Rivotril

Lorazepam Lorax

2. O que os benzodiazepínicos fazem no organismo?

As drogas desse grupo promovem a ligação do ácido (a-aminobutírico (GABA), principal

neurotransmissor inibidor, a receptores na membrana dos neurônios). Com isso

permitem um aumento de correntes iônicas através dos canais de cloreto, inibindo a

atividade neuronal. Os benzodiazepínicos tem um efeito sedativo-hipnótico dependo

da dose utilizada. Como o aumento progressivo da dose os efeitos são: sono,

inconsciência, anestesia cirúrgica, coma e por fim a depressão fatal da regulação

respiratória e cardiovascular. O coma só ocorre em doses muito elevadas, e a

ocorrência de depressão respiratória fatal é muito difícil. Ainda em doses terapêuticas

os benzodiazepínicos têm a capacidade de dilatar os vasos coronarianos, já em doses

altas pode também bloquear a transmissão neuromuscular.

3. Efeitos indesejados dos benzodiazepínicos

Os efeitos indesejados que ocorrem mesmo com o uso de doses terapêuticas são:

graus variados de tonteira, lassitude, tempo de reação aumentado, falta de

coordenação motora, comprometimento das funções mental e motora, confusão,

amnésia anterógrada, e alterações nos padrões de sono. Outros efeitos colaterais que

podem ocorrer são: fraqueza, cefaleia, turvação visual, vertigem, náuseas e vômitos,

desconforto epigástrico e diarreia, dores articulares, torácica e incontinência urinária.

4. Tolerância e Dependência aos benzodiazepínicos

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A tolerância ocorre de modo diferente para os vários efeitos. A ação ansiolítica parece

não sofrer tolerância, mas isto ocorre rapidamente para as ações sedativas ou

hipnóticas. Essa tolerância parece ser tanto funcional como metabólica. O

desenvolvimento da dependência ocorre devido ao uso crônico de benzodiazepínicos e

sua magnitude é dependente da dose utilizada. A síndrome de abstinência caracteriza-

se por: insônia, ansiedade e alucinações.

5. Benzodiazepínicos e a Gravidez

A mulher grávida ou que planeja engravidar deve saber que os benzodiazepínicos

podem afetar o bebê. O uso desses medicamentos durante a gravidez pode fazer com

que o recém-nascido apresente sinais de abstinência. Os benzodiazepínicos também

podem ser passados através do leite materno, por isso seu uso na gravidez deve ser

cuidadoso. O uso de benzodiazepínicos só deve ser suspendido sob orientação médica.

Paraldeído

O paraldeído é um líquido incolor, com forte odor e gosto desagradável. Após a

ingestão, o paraldeído é um hipnótico eficaz e de ação rápida. Devido à sua ação

anticonvulsivante e de limitar a excitação motora, ele pode ser utilizado em convulsões

do estado epiléptico, do tétano, e na abstinência de usuários crônicos de álcool e

barbitúricos. O abuso de paraldeído é raro, devido ao seu gosto e odor. A

superdosagem caracteriza-se por: depressão grave do sistema nervoso central,

respiração rápida e difícil, acidose, gastrite hemorrágica, hepatite tóxica, nefrose e

edema pulmonar. A síndrome de abstinência lembra a do alcoolismo, incluindo

"delirium tremens" e alucinação.

Brometos

O uso de brometos como sedativo não é mais justificável, devida à existência de outras

drogas e a possível intoxicação que podem causar. Os sinais de intoxicação são:

vermelhidão na pele ("rash" cutâneo), depressão do sistema nervoso central, delírio ou

alucinações, e sinal de Babinski presente. Como a excreção do íon brometo é feita pelo

rim, alguns diuréticos e sais podem aumentar sua excreção.

Barbitúricos

Os barbitúricos (ou derivados do ácido barbitúrico) foram por muito tempo, a droga de

escolha para o tratamento da insônia. O declínio de seu uso deu-se por vários motivos

como: mortes por ingestão acidental, o uso em homicídios e suicídios, e

principalmente pelo aparecimento de novas drogas como os benzodiazepínicos. Hoje

em dia, os barbitúricos ainda são utilizados no tratamento de distúrbios convulsivos e

na indução da anestesia geral.

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Os barbitúricos são produzidos através da condensação de derivados do ácido

malônico e da ureia. Atualmente existem diversos barbitúricos disponíveis:

Nome Genérico Nome Comercial Duração da Ação

Amobarbital Amytal Ação curta a intermediária

Barbital Veronal Ação prolongada

Butabarbital Butisol Ação curta a intermediária

Fenobarbital Gardenal, Luminal Ação prolongada

Hexobarbital Evipal Ação curta a intermediária

Mefobarbital Mebaral Ação prolongada

Pentobarbital Nembutal Ação curta a intermediária

Secobarbital Seconal Ação curta a intermediária

Tiamilal Surital Ação ultra-curta

Tiopental Delvinal Ação curta a intermediária

1. O que os barbitúricos fazem no organismo?

A principal ação do barbitúrico é sobre o Sistema Nervoso Central. Eles podem causar

depressão profunda, mesmo em doses que não têm efeito sobre outros órgãos. A

depressão pode variar sendo desde um efeito sedativo, anestésico cirúrgico, ou até a

morte. Outro efeito dos barbitúricos é o de causar sono, podendo induzir apenas o

relaxamento (efeito sedativo) ou o sono (efeito hipnótico), dependendo da dose

utilizada.

2. Absorção, Metabolismo e Excreção dos barbitúricos.

O uso de barbitúricos pode ser oral, intramuscular, endovenoso, ou retal.

Independentemente da via de administração eles se distribuem uniformemente pelos

tecidos. Após a absorção, eles se ligam a proteínas do sangue e vão agir

principalmente no cérebro, devido ao seu alto fluxo sanguíneo. Os efeitos depressores

aparecem entre 30 segundos e de 15 minutos, dependendo do tipo de barbitúrico

utilizado.

Os barbitúricos são metabolizados no fígado e excretados na urina

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3. Envenenamento Barbitúrico

O envenenamento barbitúrico é um problema clínico significativo, podendo levar à

morte em alguns casos. A dose letal do barbitúrico varia de acordo com muitos fatores,

mas é provável que o envenenamento grave ocorra com a ingesta de uma só vez de

doses dez vezes maiores que a dose hipnótica total. Se o álcool ou outros agentes

depressores forem utilizados junto com o barbitúrico, as concentrações que causam

morte são mais baixas.

Em casos de envenenamento grave o paciente apresenta-se comatoso, com a

respiração lenta ou rápida e curta, a pressão sanguínea baixa, pulso fraco e rápido,

pupilas mióticas reativas à luz e volume urinário diminuído. As complicações que

podem ocorrer são: insuficiência renal e complicações pulmonares (atelectasia, edema

e broncopneumonia).

O tratamento nestes casos é de suporte.

4. Tolerância aos barbitúricos

O uso crônico de barbitúricos pode levar ao desenvolvimento da tolerância. Isso ocorre

tanto pelo aumento do metabolismo da droga, como pela adaptação do sistema

nervoso central à droga. O grau de tolerância é limitado, já que há pouca ou nenhuma

tolerância aos efeitos letais destes compostos.

Inalantes e Solventes

1. Histórico dos inalantes

Um número grande de produtos comerciais têm em sua formação várias substâncias

voláteis (evaporam-se facilmente), os chamados solventes. Como essas substâncias

têm a capacidade de evaporar facilmente, a sua inalação pode ocorrer voluntária,

principalmente entre adolescentes e crianças, ou involuntariamente, como nos casos

de trabalhadores da indústria de sapato.

2. Como os inalantes agem no organismo?

Os solventes podem ter efeitos estimulatórios, ou de depressão e até causar

alucinações. Devido a essa complexidade de efeitos, considera-se que essas

substâncias tenham efeitos em vários processos fisiológicos cerebrais

simultaneamente. Até o momento, não se conhece a interação dos solventes com

nenhum neurotransmissor conhecido. A intoxicação aguda pode ser descrita em

quatro fases:- Primeira fase: excitação, euforia, exaltação, tonturas, perturbações

visuais e auditivas. Além disso, podem ocorrer: náuseas, espirros, tosse, salivação,

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fotofobia e rubor na face. - Segunda fase: confusão, desorientação, obnubilação, perda

do autocontrole, visão embaçada, diplopia, cólicas abdominais, dor de cabeça e

palidez. - Terceira fase: redução acentuada do alerta, incoordenação motora, ataxia,

fala pastosa, reflexos deprimidos e nistagmo. - Quarta fase: depressão acentuada do

alerta, chegando até a inconsciência, sonhos bizarros e convulsões epileptiformes. A

exposição crônica aos solventes pode causar: prejuízo de memória, diminuição da

destreza manual, alteração no tempo de reação aos estímulos, cansaço, dor de cabeça,

confusão mental, incoordenação motora e fraqueza muscular. Essa fraqueza pode ser

causada por lesão em nervos motores, em casos graves, pode resultar em paralisia.

3. Metabolismo e Eliminação dos inalantes

A eliminação ocorre em parte através da respiração, mas a maior parte é metabolizada

rapidamente pelo fígado. Os seus metabólitos, como a hexanodiona (substância tóxica

para os nervos periféricos), são eliminados na urina.

Lança-perfume: a droga dos carnavais.

O lança-perfume é um solvente à base de cloreto de etila, éter, clorofórmio e essência

perfumada, fabricado na Argentina. É armazenado em tubos de alta pressão,

permitindo com que seja facilmente evaporado e inalado de forma eficaz.

Essa substância é absorvida pela mucosa pulmonar, sendo seus componentes levados,

via corrente sanguínea, aos rins, fígado e sistema nervoso. Liberando adrenalina no

organismo, acelera a frequência cardíaca, proporcionando sensação de euforia e

desinibição ao mesmo tempo em que confere perturbações auditivas e visuais, perda

de autocontrole e visão confusa.

Como seus efeitos são rápidos, os usuários tendem a inalá-lo diversas vezes,

potencializando a ação de seus compostos sobre o organismo. Assim, seu uso pode

desencadear em quadros mais sérios, como falta de ar, desmaios, alucinações,

convulsões, paradas cardíacas e morte. Além disso, por alterar a consciência do

indivíduo, permite com que este esteja mais vulnerável a acidentes.

Seu uso no Brasil se deu no início da década de vinte, no carnaval do Rio de Janeiro, no

qual era borrifado nos foliões, perfumando-os e fornecendo sensações agradáveis.

Aparentemente uma diversão inofensiva, seus efeitos adversos e consequências mais

sérias fizeram com que, mais tarde, o presidente Jânio Quadros decretasse a proibição

de seu uso em nosso país. Entretanto, o lança-perfume continuou sendo utilizado nos

anos e décadas seguintes, de forma relativamente acessível, já que é contrabandeado

do Paraguai e Argentina: locais estes onde sua fabricação não é proibida.

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Cheirinho da Loló

O que é o cheirinho da loló?

O cheirinho da loló é também conhecido como loló ou apenas cheirinho.

É um preparado clandestino (fabricado ilegalmente), à base de éter mais clorofórmio e

usado apenas para fins de abuso. Sabe-se que esses "fabricantes" quando não

encontram uma daquelas substâncias eles a substituem por qualquer outro solvente;

portanto há muita confusão quanto à composição do cheirinho da loló o que complica

quando se tem um caso de intoxicação aguda por esta mistura.

B 25

B-25, é uma cola feita para superfícies acrílicas e plásticos que vem sendo usada como

droga e tomando o lugar do lança-perfume nas baladas.

Despejada em potinhos pequenos, a cola é escondida dentro da calça, ou da meia. As

meninas costumam entregar o B-25 para os meninos esconderem. "Meus colegas

despejam em latas de refrigerante", conta Thais, 20 anos, de São Paulo. "No meu

colégio, toda a galera usa nas baladas", me disse Leo, 18 anos, que estava com a cola

no Skol Beats, evento de música eletrônica que aconteceu em São Paulo, em abril.

O B-25 tem praticamente o mesmo efeito do lança-perfume, com a vantagem de não

ser considerada droga psicotrópica, ou seja, o usuário não pode ser punido. Mais

barato e acessível do que o lança, a cola é encontrada em lojas de material de

construção. (Com restrição).

Cola de Sapateiro

A cola de sapateiro é uma droga pertencente ao grupo dos inalantes, uma vez que é

utilizada dessa forma, com absorção pulmonar. Segundo pesquisa feita pelo Centro

Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, é a quarta droga mais

consumida em nosso país, depois do tabaco, álcool e maconha.

Composta por diversas substâncias, como o tolueno e n-hexana, proporciona

sensações de excitação, além de alucinações auditivas e visuais que, em contrapartida,

são acompanhadas de tontura, náuseas, espirros, tosse, salivação e fotofobia. Tais

efeitos são bastante rápidos, levando o indivíduo a inalar novamente.

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Seu uso constante desencadeia em desorientação, falta de memória, confusão mental,

alucinação, perda de autocontrole, visão dupla, palidez, movimento involuntário do

globo ocular, irritação das mucosas, paralisia, lesões cardíacas, pulmonares e

hepáticas, dentre outros; podendo desencadear em convulsões, inconsciência, e até

mesmo morte súbita. Isso acontece porque tais substâncias provocam a destruição de

neurônios e nervos periféricos, além de ser consideravelmente irritantes.

GHB OU ECSTASY LIQUIDO

O GHB ou ácido gama hidroxibutirato é a mais nova substância usada em festas

noturnas, chamadas festas "rave" (rave=delírio, entusiasmo). Conhecido como "líquido

X" ou "êxtase líquido", a droga é facilmente adquirida durante estas festas ou até

mesmo pela internet. A droga já foi usada como anestésico e por fisiculturistas, como

alternativa em substituição ao uso de esteroides e atualmente sua utilização passou a

ser recreacional. Uma das grandes preocupações da sociedade sobre o consumo é o

fato do GHB estar relacionado com atos de violência sexual.

O ácido gama hidroxibutirato e seus produtos de biotransformação, gama

butirolactona (GBL) e 1,4 butanodiol (1,4 BD), causam depressão do sistema nervoso

central. Doses subanestésicas elevam o nível de dopamina central, provocando um

estado de alerta e felicidade e sendo erroneamente comparado ao êxtase (MDMA).

Elevadas doses provocam efeito depressor central. O GHB é uma droga altamente

potente, mesmo em pequenas doses pode causar intoxicações intensas. Um dos

problemas do uso do GHB está na pequena diferença entre as doses que podem

provocar o efeito desejado ou as que causam intoxicações agudas ("overdoses").

A droga é comercializada no estado liquido, incolor, inodora e de sabor levemente

salgado, é usualmente consumida juntamente com bebidas alcoólicas, o que torna o

uso extremamente perigoso, pois o etanol potencializa os efeitos depressores do GHB.

O início do efeito acontece de 10 a 30 minutos e pode durar de 2 a 5 horas. Como

qualquer anestésico, a segurança da droga está diretamente relacionada a cálculos

exatos de peso, metabolismo, pressão sanguínea e sensibilidade dados que variam de

pessoa para pessoa.

Os sintomas mais frequentes após a ingestão são: euforia, sedação, diminuição da

inibição, vertigens, perda de visão periférica, agitação, inconsciência. Podendo chegar

a perda temporária de memória e amnésia.

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Os efeitos de doses elevadas são caracterizados por: náusea, vômito, incontinência,

distúrbios visuais, ataxia severa, bradicardia, hipotensão, hipotermia, depressão

respiratória, delírio, baixo nível de consciência e inconsciência.

Nos Estados Unidos e Europa a droga já está bastante difundida, mas a dificuldade de

diagnóstico ainda é grande. Relatos sobre o assunto confirmam que muitas pessoas

veem a óbito antes de chegar ao socorro médico ou chegam inconscientes, além da

grande variedade de sintomas e efeitos tóxicos.

Por isso, é de grande importância entre os profissionais de saúde a discussão sobre o

GHB, devido à carência de documentação científica e o crescente uso recreacional,

além da preocupação da sociedade devido ao destaque dado pela mídia nos últimos

meses.

PCP OU FENCICLIDINA

O PCP ou Fenciclidina tem nomes de rua como angel dust, pó de anjo, krystal ou peace

pill. Tem uma ação alucinógena e apresenta-se sob a forma de pó branco cristalino

com sabor amargo, cápsulas ou líquido amarelado. Pode ser fumado, inalado, ingerido

ou injetado.

Provoca anestesia dissociativa, isto é, deprime os centros nervosos responsáveis pela

dor e impede que a percepção corporal chegue às funções cerebrais. É um anestésico

geral, no entanto, o seu uso terapêutico foi abandonado.

Efeitos

Os seus efeitos duram entre 2 e 48 horas e pode traduzir-se por dissociação psicofísica,

distorção das mensagens sensoriais, desinibição, sensação de flutuar no espaço,

desaparecimento de dores, alucinações, agitação, euforia, sensação de força, poder e

invulnerabilidade. A nível físico, pode ocorrer descoordenação muscular, taquicardia,

depressão cardiovascular e respiratória.

Doses elevadas podem provocar náuseas, vómito, visão turva, movimentos oculares

involuntários, perda de equilíbrio, convulsões, perda de peso, alterações neurológicas

e cardiovasculares perigosas, coma, depressão cardiovascular e respiratória ou morte.

Riscos

O Consumo prolongado poderá originar depressão crónica, estupor, psicose,

dificuldades de linguagem, lapsos de memória ou desordens psicomotoras.

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Ganhou a reputação de droga perigosa devido aos episódios de comportamentos

violentos e agressivos associados ao consumo. Quando os sujeitos estão sob o efeito

da fenciclidina sentem-se mais fortes e têm alguns limites a nível de contenção.

Tolerância e Dependência

Provoca tolerância e dependência psicológica; não existem registos de dependência

física.

KETAMINA OU SPECIAL K

Hidroclorido de ketamida, um depressor do sistema nervoso central e anestésico geral

de ação rápida. Possui propriedades sedativas, hipnóticas, analgésicas e alucinógenas.

É comercializado como anestésico para uso tanto em humanos quanto em animais.

É encontrado na forma líquida injetável, é convertido em pó (Similar à cocaína) e

comercializado em papelotes. A ketamida é, em geral, aspirada, mas também costuma

ser misturada com tabaco ou com maconha e fumada.

Efeitos

Alucinações profundas e duradoura, com distorções visuais e perda das noções de

tempo e espaço. Outros efeitos relatados são delírios, perda do controle motor,

distúrbios respiratórios potencialmente letais, convulsões, vômitos quando misturado

com álcool e sensação de sair do corpo.

Em pequenas doses, pode elevar a pressão cardíaca e, em doses elevadas ou

contínuas, provoca perda de consciência e parada respiratória. O uso frequente

também pode induzir neuroses e distúrbios mentais graves. A substância cria elevado

grau de dependência.

MEFEDRONA

Defensivo agrícola ou Repelente de Insetos

O uso da mefedrona, uma droga sintética muitas vezes utilizada como uma alternativa

legal para as anfetaminas ou a cocaína, está se espalhando em diferentes partes do

mundo, principalmente na Europa, na América do Norte e na Austrália. A mefedrona,

também conhecida como "drona", "miau-miau" ou "m-gato", não está sob controle

internacional, e a dimensão e seus padrões de uso ainda não são claros e,

provavelmente, estejam sendo subestimados.

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"Até agora, pouco se sabe sobre essa droga que está sendo vendida no mercado

ilícito", disse Beate Hammond, gerente do Programa sobre Drogas Sintéticas do

UNODC. "Mesmo em pequenas quantidades, essa droga pode representar um perigo

para a saúde, inclusive, já houve relatos de mortes relacionadas à mefedrona".

Normalmente vendida como um pó branco, os efeitos da mefedrona incluem o

aumento da euforia, do estado de alerta e da inquietação. A mefedrona é

frequentemente vendida pela internet, supostamente para outros fins. A mefedrona

vem sendo apontada como um dos compostos sintéticos, como a "naphyrone", uma

droga que vem sendo vendida ilegalmente na Europa, como sendo fabricada para

produzir efeitos semelhantes aos de substâncias controladas internacionalmente,

como a cocaína. No entanto, devido às diferenças químicas, frequentemente não há

restrições legais nos países em relação à sua fabricação e distribuição.

Como mefedrona é relativamente nova no mercado, há pouca pesquisa sobre seus

efeitos, sua farmacologia e sua toxicidade.

Opiáceos

1. Introdução e Histórico aos opiáceos

Os opióides incluem tanto drogas opiáceas naturais, quanto as drogas sintéticas

relacionadas, como a meperidina e a metadona. Os opiáceos são substâncias derivadas

da papoula. A codeína e a morfina são derivadas do ópio, e a partir destas produz-se a

heroína.

O uso de opiáceos remonta há séculos atrás. No século XVI, o ópio era utilizado como

remédio para os "nervos", contra tosse e diarreia. No fim de século XIX, a heroína foi

utilizada como um remédio para a dependência causada pela morfina, no entanto seu

uso mostrou-se inadequado. Apesar de ter reconhecidamente um maior efeito contra

a dor e contra a tosse, tem também maior probabilidade de causar dependência.

As drogas sintéticas relacionadas aos opiáceos foram criadas para tratar da dor sem

causar dependência. Apesar de sua eficiência como analgésicos, essas drogas também

podem causar dependência.

2. O que os opiáceos fazem no organismo?

Logo após a injeção de opióides, o usuário experimenta um "rush", uma "onda de

prazer". Isso ocorre devido à rápida estimulação de centros cerebrais superiores, que

pode ser seguido de depressão do sistema nervoso central. A dose necessária para

causar esses efeitos pode também causar agitação, náuseas e vômitos. Com o

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aumento da dose, há a sensação de calor no corpo, boca seca, mãos e pés pesados, e

um estado em que o "mundo é esquecido".

Esses efeitos ocorrem devido à ação de opióides "exógenos" como a morfina, e

opióides "endógenos" como as beta-endorfinas em receptores opióides do tipo mu. Ao

se ligarem a esse receptor, essas substâncias causam analgesia, somente com o uso

sistemático é que pode ocorrer a depressão do sistema nervoso central.

Os efeitos fora do sistema nervoso central são muitos: contração da pupila, depressão

respiratória, respiração irregular, obstipação, retenção de urina e diminuição do

volume urinário. Todos esses efeitos ocorrem devido à ação da droga nos centros

nervosos do tronco cerebral, ponte e bulbo, e na musculatura lisa do intestino e do

trato genitourinário. A depressão respiratória pode ser bastante grave, podendo levar

à morte.

3. Como os opiáceos são eliminados do organismo?

Os opiáceos são absorvidos pelo trato gastrointestinal, mas sofrem o "efeito da

primeira passagem" (são metabolizados no próprio intestino e no fígado). Devido a seu

caráter básico e a limitada ionização ao pH fisiológico, a droga atinge rapidamente o

interior das células. Como essas substâncias não têm afinidade especial pelo sistema

nervoso central, elas se espalham por todo o organismo, causando diversos efeitos.

O metabolismo final ocorre no fígado, onde a morfina é transformada em mono e

diglucuronídeos e eliminada na urina.

4. Tolerância e Dependência aos opiáceos

Com o uso regular, há necessidade de maior quantidade de droga para obter-se o

mesmo efeito anterior (tolerância). O desenvolvimento de dependência pode

rapidamente. A dependência psicológica ocorre quando a droga ocupa um papel

central na vida do usuário. Nestes casos, a cessação do uso leva os usuários a uma

forte e incontrolável vontade de utilizar a droga.

A dependência física faz com que os usuários tenham sintomas de abstinência quando

o uso é diminuído ou interrompido de maneira abrupta. Estes sintomas podem

aparecer poucas horas após a última administração. Os sintomas mais comuns são:

agitação, diarreia, cólica abdominal e uma vontade intensa de consumir a droga

("fissura" ou "craving"). Estes sintomas são mais intensos entre 48 e 72 horas após o

último uso, e cessam após uma semana.

Em usuários pesados, que não apresentam boa saúde, a abstinência repentina pode

levar à morte.

5. Opióides e a Gravidez

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Mulheres grávidas dependentes de opióides podem ter dificuldades durante a gravidez

e o parto. As ocorrências mais comuns são: anemia, doenças cardíacas, diabetes,

pneumonia e hepatite. Há também uma maior incidência de abortos espontâneos e

nascimentos prematuros.

Os recém-nascidos de mães dependentes de opióides geralmente são menores e

mostram sinais de infecção aguda. Os opióides têm capacidade de ultrapassar a

barreira placentária e a barreira hematoencefálica imatura do feto, causando

depressão respiratória de maneira mais intensa que no adulto. A maioria dos recém-

nascidos apresentam variados graus de sintomas de abstinência. A mortalidade entre

estas crianças é maior que a normal.

CODEÍNA

Codeína é uma substância extraída do ópio, produto natural da papoula (Papaver

Somniferum). Dessa mesma planta, é extraída a morfina, que pode ser transformada

em heroína por meio de uma pequena transformação química. Tecnicamente, diz-se

que a codeína é um alcaloide (por ser extraído da planta), opiáceo (derivado do ópio).

A codeína pode ser natural (extraída diretamente da papoula), ou produzida

sinteticamente, a partir da morfina. As substâncias derivadas do ópio são depressoras

do sistema nervoso central.

A codeína geralmente é encontrada em vários medicamentos de combate a tosse,

sobretudo em xaropes. A ação da codeína como antitussígeno ocorre por sua

capacidade de inibir ou bloquear a área do cérebro conhecida como Centro da Tosse.

No entanto, seu efeito antitussígeno pode mascarar doenças que tem como sintoma a

tosse, daí a importância do diagnóstico ser anterior a prescrição dessa substância.

Efeitos no organismo

Além disso, o uso da codeína tem todos os efeitos comuns aos opiáceos (morfina), só

que em menor intensidade: é analgésico, induz o sono, lentidão, diminui os

batimentos cardíacos, a pressão sanguínea e a respiração. Os efeitos colaterais do uso

da codeína são má digestão (sensação), prisão de ventre e dilatação das pupilas.

No Brasil, os medicamentos à base de codeína só podem ser vendidos com a

apresentação da receita médica, que fica retida na farmácia. Isso porque o organismo

rapidamente desenvolve tolerância à codeína, o que acaba por levar o usuário de

xarope, por exemplo, a aumentar cada vez mais a dose, buscando sentir os mesmo

efeitos, tornando-se dependente da substância. Nesse estágio, na ausência da codeína

o usuário pode sentir câimbras, cólicas, calafrios, insônia, inquietação e irritabilidade,

sintomas da síndrome de abstinência. Outro perigo na administração da codeína como

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medicamento, sobretudo como antitussígeno para crianças, é a utilização em doses

maiores que a recomendada. Os sintomas de superdosagem de codeína são: apatia,

batimentos cardíacos lentos, pressão sanguínea baixa, respiração fraca, pele fria e

meio azulada, ausência de choro e dificuldade para mamar. Caracterizada como

intoxicação, se não tratada à criança pode ficar inconsciente, entrar em estado de

coma e morrer.

MORFINA

A morfina é a mais conhecida das várias substâncias existentes no pó de ópio. A

palavra morfina vem do deus da mitologia grega Morfeu, deus dos sonhos. Foi isolada

em 1806, sendo uma das mais potentes drogas analgésicas. Após a constatação das

desastrosas consequências do seu largo emprego, a morfina foi relegada a um plano

secundário em medicina. Os mecanismos de fiscalização sobre a sua produção e

comercialização são severos. Só está disponível em soluções injetáveis e comprimidos

e seu uso é restrito a algumas situações médicas onde se impõe o uso de um

analgésico potente (como cânceres, queimaduras extensas, grandes traumatismos). O

mercado clandestino é restrito, quase insignificante.

Efeitos

Os efeitos agudos (ou seja, quando ocorrem apenas algumas horas após o uso) da

morfina são semelhantes aos do ópio, mas mais potentes. Tolerância e dependência

também se instalam rapidamente. O dependente de morfina vive em um estado de

torpor e insensibilidade.

Injetada, provoca torpor e uma sensação de euforia. Sua overdose leva à morte por

parada respiratória.

A síndrome de abstinência é muito grave, acompanhada de intensa angústia,

tremores, diarreia, suores e câimbras. A hospitalização é sempre uma imposição nos

tratamentos de desintoxicação. A droga nunca é retirada bruscamente, havendo

necessidade de se estabelecer um programa de retirada progressiva da droga ou sua

substituição por derivados sintéticos mais seguros.

HEROÍNA

A heroína é uma droga derivada da papoula, sintetizada a partir da morfina: substância

bastante utilizada no século XIX pelas suas propriedades analgésicas e antidiarreicas.

Como outras drogas originárias desta planta, a heroína atua sobre receptores cerebrais

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específicos, provocando um funcionamento mais brando do sistema nervoso e

respiratório.

Descoberta sua potencialidade em causar dependência química e psíquica de forma

bastante rápida, sua comercialização foi proibida na década de vinte. Entretanto,

principalmente no sudeste asiático e Europa, essa substância é produzida e distribuída

para todo o mundo clandestinamente.

Apresentando-se em sua forma pura como um pó branco de coloração esbranquiçada,

é utilizada mais frequentemente de forma injetável, após aquecimento. Além disso,

alguns usuários a inalam ou aspiram.

Seus efeitos duram aproximadamente cinco horas, proporcionando sensações de bem-

estar, euforia e prazer; elevação da autoestima e diminuição do desânimo, dor e

ansiedade. Como esta droga desenvolve dependência e tolerância de forma bastante

rápida, o usuário passa a consumi-la com mais frequência com o intuito de buscar o

mesmo bem-estar provocado anteriormente, e também de fugir das sensações

provocadas pela abstinência. Essa, que surge aproximadamente vinte e quatro horas

após seu uso, pode provocar diarreia, náuseas, vômitos, dores musculares, pânico,

insônia, inquietação e taquicardia.

Assim, formas de obtê-la passam a ser o foco de suas vidas, gerando consequências

sérias. Constantes vômitos, diarreias e fortes dores abdominais, perda de peso,

depressão, abortos espontâneos, surdez, delírio, descompassos cardíacos,

incapacidade de concentração, depressão do ciclo respiratório, colapso dos vasos

sanguíneos; além de problemas relacionados às interações sociais e familiares são

algumas consequências que o usuário está sujeito, em médio prazo. Além disso, no

caso de pessoas que a utilizam na forma injetável, há chances de ocorrer necrose de

tecidos e de se adquirir diversas doenças, como AIDS, hepatites e pneumonias, em

decorrência da utilização de seringas compartilhadas.

A maioria dos casos de morte por overdose é consequência de paradas respiratórias

decorrentes de seu uso prolongado, ou de uso concomitante com outras drogas.

C - Perturbadores: são drogas que alteram o funcionamento do cérebro.

LSD-25

1. Histórico e origem do LSD-25

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O LSD-25, ou seja, a dietilamida do ácido lisérgico é uma substância sintética,

produzida em laboratório. Ela foi descoberta acidentalmente pelo cientista suíço

Hoffman, que ingeriu uma pequena quantidade da droga. A partir disso, iniciaram-se

experiências terapêuticas com o LSD-25. Ela foi utilizada para o tratamento de doenças

mentais, mas hoje em dia sabe-se que ela não tem utilidade médica. Ela é talvez a

substância mais ativa que age no cérebro. Pequenas doses já produzem grandes

alterações.

2. O que o LSD-25 faz no organismo?

O LSD-25 é uma droga perturbadora do sistema nervoso, ou seja, ela provoca

alterações no funcionamento do cérebro, causando fenômenos psíquicos como

alucinações, delírios e ilusões. Essa substância contém em sua estrutura o núcleo indol,

que também está presente em um neurotransmissor do cérebro, a serotonina. Por

esta característica, essa droga interfere no mecanismo de ação da serotonina. O LSD-

25 é um alucinógeno primário, porque seus efeitos ocorrem principalmente no

cérebro.

Os efeitos dessa droga dependem da sensibilidade da pessoa, do ambiente, da dose e

da expectativa diante do uso da droga. Os efeitos físicos observados são: dilatação das

pupilas, sudorese, aumento da frequência cardíaca, aumento de temperatura. Às vezes

podem ocorrer náuseas e vômitos.

As alterações psíquicas são muito mais importantes. As sensações podem ser

agradáveis como a observação de cores brilhantes e a audição de sons incomuns.

Podem ocorrer também ilusões e alucinações. Em outros casos as alterações são

desagradáveis. Algumas pessoas observam visões terríveis e sensações de

deformidade externa do próprio corpo. Já foi descrito o efeito de flashback, isto é,

semanas ou meses após o uso da droga os sintomas mentais podem voltar, mesmo

que a pessoa não tenha mais consumido a droga.

3. Como o LSD-25 é eliminado do organismo?

A metabolização ocorre no fígado e a eliminação é feita pelas fezes e pela urina.

4. Tolerância e dependência ao LSD-25

Os alucinógenos indólicos produzem pouco fenômeno de tolerância e não induzem

dependência física.

Maconha

1. Histórico e origem da maconha

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A palavra maconha provém de cânhamo (Cannabis sativa), que é um arbusto de cerca

de dois metros de altura, que cresce em zonas tropicais e temperadas. O princípio

ativo da planta é o THC (tetra hidro canabinol), sendo ele o responsável pelos efeitos

que a droga causa no organismo. A folha da maconha é conhecida por vários nomes:

marijuana ou marijuana, diamba ou liamba e bangue. O haxixe é uma preparação

obtida por grande pressão que se torna uma pasta semi-sólida, que pode ser moldada

sob a forma de bolotas e que tem grande concentração de THC.

A maconha é conhecida do homem há milênios. O uso dessa droga passou por várias

etapas ao longo dos séculos. Como medicamento ela foi usada há quase 5000 anos na

China. No II milênio da era cristã ela chegou ao mundo ocidental. A primeira referência

de maconha no Brasil é do século XVI. Nos Estados Unidos ela era muito utilizada como

hipnótico, anestésico e espasmolítico. Porém o seu uso terapêutico declinou no final

do século passado. A razão para o desuso médico da droga foi a descoberta que a

droga se deteriorizava muito rapidamente com o tempo, e consequentemente ocorria

a perda do seu efeito clínico. Uma outra causa foi o relacionamento do seu uso não-

médico (abuso) da maconha à distúrbios psíquicos, ao crime e à marginalização.

Nos meados da década de sessenta houve um aumento do uso da maconha nos

Estados Unidos, principalmente entre os jovens. Esse uso se difundiu para a Europa e

países em desenvolvimento. No Brasil, o consumo é feito geralmente por jovens da

classe média das grandes cidades e também por estudantes do primeiro grau. A

legislação brasileira considera o uso e o tráfico da droga um crime.

2. O que a maconha faz no organismo?

A maconha é uma droga perturbadora do sistema nervoso, ou seja, ela altera o

funcionamento normal do cérebro, provocando fenômenos psíquicos do tipo delírios e

alucinações.

Os efeitos da droga dependem da quantidade absorvida, do tipo de preparação, da via

de administração, da sensibilidade da pessoa e do seu estado de espírito no momento

do uso.

Os efeitos físicos agudos não são muito importantes. Podem ocorrer: boca seca,

dilatação dos vasos da conjuntiva e aumento da frequência cardíaca. A diminuição do

hormônio sexual masculino e consequentemente infertilidade pode ser um dos efeitos

crônicos do uso da maconha. Não existem comprovações, mas possivelmente a

maconha pode provocar também câncer de pulmão, pois contém níveis de

benzopirenos semelhantes ao do tabaco. O uso prolongado provoca redução das

defesas imunológicas do organismo.

Os efeitos psíquicos agudos dependem muito do estado de espírito do usuário e das

expectativas do seu uso. Em algumas pessoas pode provocar euforia e hilaridade, em

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outras causa sonolência ou diminuição da tensão. Podem surgir também os efeitos de

ilusões, delírios e alucinações. Ocorre também uma perda da noção de tempo e espaço

e diminuição da memória. Quanto aos efeitos psíquicos crônicos não existem certezas

somente suposições. Possivelmente, ocorra a chamada Síndrome amotivacional, em

que as pessoas perdem o interesse pelos objetivos comuns, em prol do uso da droga

do seu uso.

3. Como a maconha é eliminada do organismo?

O THC não é solúvel em água e é por isso que ele não pode ser injetado. A via de

introdução são os pulmões. Essa substância é inativada pelo fígado e eliminada pelas

fezes e pela urina.

4. Tolerância e dependência à maconha

O uso prolongado pode levar ao efeito de tolerância. A droga também provoca o efeito

de dependência, mas não existe uma Síndrome de abstinência característica com a

cessação.

5. Efeitos terapêuticos dos derivados da maconha

Alguns derivados da maconha possuem efeitos terapêuticos. Tais aplicações incluem

efeitos contra vômitos e náuseas causados pela quimioterapia no tratamento de

câncer e ação analgésica e anticonvulsivante.

HAXIXE

Extraída da mesma planta donde se extrai a maconha. Mais precisamente, é uma

espécie de resina retirada das folhas da Cannabis sativa e assim sendo, possui uma

concentração maior de THC, a substância psicoativa da droga. Ilícita e alucinógena.

A resina é prensada em pedaços, em pelotas ou tabletes.

Efeitos

Observam-se praticamente os mesmos efeitos presenciados quando do consumo de

maconha porém, devido à maior concentração do THC, os efeitos são mais intensos.

Excitação seguida de relaxamento, euforia, falar em demasia, fome intensa, olhos

avermelhados, palidez, taquicardia, pupilas dilatadas e boca seca.

Problemas com o tempo e o espaço, prejuízo da atenção e da memória para fatos

recentes, alucinações, diminuição dos reflexos, aumento do risco de acidentes,

ansiedade intensa, pânico, paranoia, desânimo generalizado.

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SKANK

Skank (também conhecida como supermaconha e skunk) é uma droga mais potente

que a maconha, ambas são retiradas da espécie Cannabis sativa e, por esse motivo,

possuem em suas composições o mesmo princípio ativo - THC (Tetra-hidro-canabinol).

O que torna o Skank uma forma mais concentrada de entorpecente?

A diferença é proveniente do cultivo da planta em laboratório. O preparo da Cannabis

sativa para obtenção do Skank é feito em estufas com tecnologia hidropônica

(plantação em água).

Segundo estudos, no Skank há um índice de THC sete vezes maior que na maconha. A

porcentagem chega até 17,5%, sendo que na maconha é de 2,5%. Sendo assim, a

quantidade necessária para entorpecer o indivíduo é bem menor.

Ações no organismo: A droga começa a ser absorvida pelo fígado até que o composto

THC alcance o cérebro e o aparelho reprodutor.

Efeitos colaterais: como já foi dito, a espécie Skank é mais entorpecente que a

maconha, seu uso leva a alterações da serotonina e da dopamina no organismo, e

fazem o indivíduo ter dificuldades de concentração por provocar danos aos neurônios.

Provoca também lapsos de memória e afeta a coordenação motora.

Em geral, os efeitos da droga Skank são semelhantes aos da maconha: excitação,

aumento de apetite por doces, olhos vermelhos, pupilas dilatadas, alucinações e

distúrbios na percepção de tempo e espaço.

Ayahuasca (Chá do Santo Daime)

As origens do uso da Ayahuasca na bacia Amazônica remontam à Pré-história. Não é

possível afirmar quando tal prática teve origem, no entanto, há evidências

arqueológicas através de potes, desenhos que levam a crer que o uso de plantas

alucinógenas ocorra desde 2.000 a.C.

É uma droga lícita, porém a legalização protege o uso da droga para fins religiosos.

Produz efeitos alucinógenos devido à presença da Dimetiltriptamina na planta

Banisteriopsis caapi.

É uma bebida, um chá, preparada por meio da mistura da Banisteriopsis caapi

(também denominada Ayahuasca) e da Psichotria viridis ou de plantas similares.

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É conhecida também em diferentes culturas por: yajé, caapi, natema, pindé, kahi, mihi,

dápa, bejuco de oro, vine of gold, vine of the spirits, vine of the soul, hoasca, chá do

Santo Daime ou vegetal.

Efeitos

Alterações no processo de pensamento, concentração, atenção, memória e

julgamento. Alteração na percepção da passagem do tempo, medo de perda do

controle e do contato com a realidade, alterações na expressão emocional variando do

êxtase ao desespero, mudanças da percepção corporal, alterações perceptuais

atingindo vários sentidos, onde alucinações e sinestesias são mais comuns, mudanças

no significado de experiências anteriores, sensação de inefabilidade, sentimentos de

rejuvenescimento, hiper sugestionabilidade, sensação da alma estar se desprendendo

do próprio corpo, sensação de contato com locais e seres sobrenaturais.

Náuseas, diarreia, vômitos, aumentos da pressão arterial, dos batimentos cardíacos e

incoordenação motora. Após o uso de grandes quantidades há relatos de que os

usuários tornam-se frenéticos e agitados por alguns minutos. Podem aparecer também

prostração e sonolência. Há ainda referências à audição de zumbidos, formigamento

das extremidades sudorese e tremores. Pode apresentar ainda a síndrome

serotoninérgica, quadro que pode ser fatal.

Cogumelos

Organismos que por suas características se enquadram no reino vegetal, embora

incapazes de sintetizar clorofila, os cogumelos apresentam espécies comestíveis e

outras altamente tóxicas, das quais se extraem venenos e substâncias alucinógenas.

Cogumelo é um fungo pertencente à classe dos basidiomicetos e dos ascomicetos,

distribuído por numerosas famílias e centenas de gêneros. Compõem-se,

morfologicamente, de um receptáculo ou chapéu, em cuja face inferior se encontram

finíssimas lamelas, e um pedúnculo. Podem ser microscópicos, como os Aspergillus,

Phitophthora e Plasmopora, ou visíveis a olho nu. Dentre as espécies macroscópicas, o

chapéu-de-sol-do-diabo (Agaricus campestris) apresenta pedúnculo com

aproximadamente seis centímetros e cresce em lugares úmidos e em madeira podre. É

a espécie mais comum na Europa e muito encontrada no Brasil, onde também é

frequente a orelha-de-pau ou urupê (Polyporus sanguineus).

Efeitos

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Provocam alucinações variadas. Ás vezes, o usuário tem reações psíquicas agradáveis.

Em outros casos, o cogumelo provoca fenômenos mentais desagradáveis, como

sensações de deformação no próprio corpo. Também ocorrem enjoos, diarreias e

vômitos. Pode causar intoxicação de consequências fatais, decorrentes de insuficiência

renal e hepática.

Cacto Peyote

Utilizado desde remotos tempos na América Central, em rituais religiosos indígenas,

sendo originário desta mesma região. Este cacto mexicano (Lopophora Williansi), que

não existe no Brasil, produz a substância alucinógena "MESCALINA". PEYOTE é seu

nome popular, de origem asteca, que significa "planta divina".

Carlos Castanheda, em seu livro "A Erva do Diabo", fala de uma experiência com o

mescalito: "Abriu a tampa e entregou-me o vidro: dentro havia sete artigos de

aparência estranha. Eram de tamanhos e consistência variados. Ao tato, pareciam a

polpa de nozes ou superfície de cortiça. Sua cor acastanhada os fazia parecer cascas de

nozes duras e secas."

Era e ainda é empregado e venerado como amuleto, panaceia (remédio para todos os

males) ou alucinógeno, nas regiões montanhosas do México, bem antes da chegada

dos conquistadores espanhóis. Por certos índios, era utilizado como remédio ou para

visões que permitissem profecias. Ingerido em grupo pode servir como indutor de

estados de transe durante certas atividades rituais. Os astecas o mascavam durante

festividades comunitário - religiosas.

O mescalito é considerado como protetor espiritual, pois acredita-se que ele aconselha

e responde a todas as perguntas que você fizer

Efeitos

Dilatação das pupilas, suor excessivo, taquicardia, náuseas, vômitos, alucinações e

delírios. Essas reações psíquicas são variáveis; às vezes são agradáveis (boa viagem) ou

não (má viagem), onde podem ocorrer visões terrificantes, como sensações de

deformação do próprio corpo. Não há desenvolvimento de tolerância; também não

induz à dependência e não ocorre síndrome de abstinência com o cessar do uso.

Outras Drogas Perturbadoras

Mescalina

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A mescalina é um alucinógeno sintetizado a partir de um cactos, Peyote, natural do

México. O cacto era usado há séculos em cerimônias religiosas. Ele ganhou maior

importância há alguns anos atrás. Ela tem estrutura semelhante aos

neurotransmissores do cérebro, a dopamina e a noradrenalina. Portanto ela age

nessas substâncias para produzir os efeitos de alucinações. A mescalina é quase

inexistente no Brasil.

Anticolinérgicos

1. Introdução aos anticolinérgicos

Plantas do gênero Datura (cartucho, trombeta, saia-branca, zabumba), utilizadas como

arbustos ornamentais, produzem substâncias anticolinérgicas, como a atropina e a

escopolamina. Essas plantas podem ser encontradas em diversas regiões do Brasil,

principalmente a Datura suaveolens e a Datura stramonium. A descrição mais antiga

de uma intoxicação causada pelo seu uso no Brasil, data do ano de 1866, na Bahia.

A triexafenidila é uma substância sintética, que também tem efeito anticolinérgico. É

usada para o tratamento do mal de Parkinson, mas a ingestão de grandes quantidades

leva a fortes efeitos no sistema nervoso central e em outros órgãos do corpo.

2. O que os anticolinérgicos fazem no organismo?

Essas substâncias têm a capacidade de bloquear (antagonismo competitivo) os

receptores onde o neurotransmissor, acetilcolina, age. Os anticolinesterásicos, como a

atropina e a escopolamina, agem mais especificamente em receptores chamados

muscarínicos. Os seus efeitos, como a pupila dilatada, ocorrem devido ao bloqueio

desse tipo de receptor.

Nos olhos, as pupilas ficam bastante dilatadas (midríase), o que causa embaçamento e

"falta de foco" da visão. O coração bate mais rapidamente, a pele fica seca e

avermelhada. Há também retenção urinária, aumento de temperatura, podendo

ocorrer ataques convulsivos. Em alguns casos, a intoxicação pode levar à morte.

Os efeitos no sistema nervoso central são os de um processo alucinatório, podendo

durar de um a três dias. As visões são geralmente de cenas horripilantes (animais,

plantas, cadáveres). Visões agradáveis são raras.

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FONTES:

www.ppad-vida.com

www.pragadomilenio.com

www.alcooledroga.no.comunidades.net

www.brasilescola.com

www.unifesp.com.br

www.jabect.jex.com.br

www.psicologia.pt

www.spiner.com.br

www.unodoc.org

www.grupoescolar.com

www.wikipédia.org