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Fundamentos da MFC APEMFC ASSOCIAÇÃO PERNAMBUCANA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE Verônica Cisneiros

Fundamentos da APS e da MFC

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Apresentação da Associação Pernambucana de Medicina de Família e Comunidade (APEMFC) exposta no CREMEPE em 07/11/11.

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Page 1: Fundamentos da APS e da MFC

Fundamentos da MFC

APEMFC ASSOCIAÇÃO

PERNAMBUCANA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E

COMUNIDADE

Verônica Cisneiros

Page 2: Fundamentos da APS e da MFC

Pérolas sobre a MFC!

“Quem sabe UTI sabe trabalhar em posto”

“É o clinico geral antigo que ia na casa das pessoas”

“É aquele que não se especializou em nada”

“É uma nova especialidade no Brasil”

“Qualquer um pode ser médico de posto porque só atende doença simples e comum”

“Ninguém pode saber tudo”

“Invenção brasileira”

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APS X MFC

APS = atenção primária à saúde

“Lugar” MFC = Medicina de Família e Comunidade

“Especialidade” PSF = Programa Saúde da Família

“Estratégia de estado”

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Definição de APS:

“Atenção de primeiro contato. Continua, global e coordenada que se proporciona à população sem distinção de gênero, ou enfermidade, ou sistema orgânico”

(Bárbara Starfield)

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Princípios da APS

Primeiro nível do sistema: complexo mas com baixa densidade tecnológica (não se usa mais baixa complexidade)

Problemas frequentes (não simples) Problemas não diferenciados/ incertos

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Ecology of Health System:

2001:

Prevalência mensal de problemas de saúde na comunidade e os papéis de várias fontes de atendimento de saúde (Green et al, 2001). N Engl J Med, Vol. 344, No. 26 · June 28, 2001 · www.nejm.org

2001

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Ecology of Health System:

1961:1961

Monthly Prevalence Estimates of Illness in the Community and the Roles of Physicians, Hospitals, and University Medical Centers in the Provision of Medical Care. Data are for persons 16 years of age and older. Reprinted from the 1961 report by White et al.1

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MFC no Brasil

Brasil: 1976-1981: Medicina Comunitária, Medicina Social,

Medicina Integral - primeiras experiências 1978: Seminário da Abem: Médico de Família ou

Clinico Geral 1981: CNRM aceita a Medicina Geral e Comunitária 1986: CFM aceita a Medicina Geral e Comunitária 1994: PSF 2001: SBMGC muda o nome para Medicina de

Família e Comunidade (MFC) – unificação das especialidades pela AMB e CFM

2003: AMB aceita a especialidade MFC

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Surgimento da Medicina no Mundo

Século XVIII: Os médicos eram pequeno grupo de elite Não faziam cirurgias. Os cirurgiões eram artesãos. Na grã-bretanha boticários e cirurgiões cresceram em

importância.

Início do Século XIX (1815) Apothecaries Act reconheceu o direito dos boticários

darem aconselhamento médico. LCA (Licenciate of the Society os Apothecaries) MRCS (Members of Royal College os Surgeons

Surge a moderna profissão médica.

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Era do Clínico Geral x Era da Especialização

A Era do Clínico Geral: Seculo XIX 1892 surge a pediatria 1889: Marco do desenvolvimento da Educação Médica

pela fundação John Hopkins

A Era da Especialização (focal) 1910: Relatório de Flexner 1930: Flexner usou o Jonh Hopkins e escolas médicas

alemãs como modelos. Ciências de laboratório e tecnologia da medicina Diminui o número de clínicos gerais.

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Surgimento da MFC no Mundo (Canadá, Reino Unido, Holanda, Austrália dentre outros)

Problemas da especialização: Fragmentação da profissão médica Deterioração da relação entre pessoa e médico Aumento de processos por erro médico Baixa resolutividade no âmbito populacional

Novas necessidades De um novo tipo de médico generalista Não mais definido pela falta de treinamento e

qualificação, mas com um conjunto de habilidades 1966, Millis (EUA): The Graduate Education of Physicians 1996, willard: Meeting the Challenge of Family Pratice

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O Que é o Médico de Família e Comunidade?

Não é especialista em partes do corpo (cardiologia, nefrologista)

Nem em grupo de doenças (infectologista, hematologista)

Nem em determinadas técnicas (radiologia, análises clínicas)

Nem é especialista em faixas etárias (pediatria, geriatria)

O MFC é especialista em pessoas! No seu contexto familiar, social, cultural e ambiental! Na comunidade onde vivem! O médico de família é, então, um médico especializado nos cuidados de saúde das pessoas, que pertencem a uma família e vivem numa determinada comunidade.

McWhiney IR. Freeman T. Manual de Medicina de Família e Comunidade. Artmed. 2010

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Medicina de Família e Comunidade:

MFC ≠ (Clínico + GO + Pediatra + Sanitarista)

“Family Medicine Programme (Australia): The RACGP's Family Medicine Programme, set up in 1974, recognised that general practice was more than an amalgam of bits of internal medicine, paediatrics, obstetrics and surgery, and that it required a rigorous vocational training to fit the undifferentiated medical graduate for independent practice. “

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A MFC e a APS

A medicina de família e comunidade – MFC – é uma especialidade médica com foco privilegiado na APS e, por isso, é considerada especialidade estratégica na conformação dos sistemas de saúde. Cabe à MFC, partindo de um primeiro contato, cuidar de forma longitudinal, integral e coordenada, da saúde de uma pessoa, considerando seu contexto familiar e comunitário. Portanto, a medicina de família e comunidade é um componente primordial da atenção primária à saúde , cabendo a ela a coordenação da atenção prestada em outros níveis.

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Competências da Especialidade

Solução de problemas não diferenciados;

Competências preventivas;

Competências terapêuticas;

Competências de gestão de recursos

Mc.Whinney,I.R. “An Introduction to Family Medicine” Oxford University Press,United Kingdon,2009

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Medicina de Família e Comunidade: ferramentas

Abordagem Centrada na Pessoa Genograma Ecomapa Georreferenciamento Identificação de risco e vulnerabilidade Genograma Formação de grupos de educação popular Ações educativas e de rastreamento Vínculo Clínica ampliada Cogestão Equipes de referência e apoio matricial Acolhimento Projeto terapêutico singular

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Princípios da Medicina de Família e Comunidade

MFC são comprometidos com a pessoa, e não com um conjunto de conhecimentos, grupo de doenças ou técnica especial;

MFC procuram entender o contexto da experiência com a doença;

O MFC vê cada contato com as pessoas como uma oportunidade de prevenção de doenças ou promoção da saúde;

O MFC vê as pessoas que atende, não apenas como pessoa isoladamente, mas como uma “população de risco.”

McWhiney IR. Freeman T. Manual de Medicina de Família e Comunidade. Artmed. 2010

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Princípios da Medicina de Família e Comunidade

O MFC considera-se parte de uma rede comunitária de agências de apoio e de atenção à saúde;

O MFC visita as pessoas em suas casas;

O MFC dá importância aos aspectos subjetivos da medicina. Sendo inclusive autorreflexiva;

O MFC é um gerenciador de recursos. Sendo capazes de controlar hospitalizações, pedidos de exames, prescrição de tratamentos, ealém de fazer encaminhamentos a especialistas. Enfim, administra os recursos de forma a beneficiar as pessoas e comunidade como um todo.

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“O MFC do Rei da Espanha sabe menos cardiologia do que um cardiologista, mas é o que mais sabe sobre o Rei!” (citação dos MFC espanhóis)

“ O MFC deve proteger os pacientes dos especialistas inadequados e os especialistas dos pacientes inadequados” (J. Fry)

“Não importa saber apenas que doença a pessoa tem, mas que pessoa tem essa doença” (Osler)

Sobre a MFC

Frases

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APEMFC Associação Pernambucana de Medicina de Família e Comunidade

A SBMFC é filiada às principais sociedades e organizações da especialidade em nível mundial:

(a) Confederação Ibero-Americana de Medicina Familiar (CIMF); (b) Organização Mundial dos Médicos Gerais, de Família e Comunidade (WONCA); (c) Associação Saúde

em Português (sede em Portugal) ; (d) “Action in International Medicine”, com sede na Inglaterra.

Filiada à SBMFC

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Obrigada!

Verônica G. F. CisneirosAPEMFC – Associação Pernambucana de Medicina de Família e Comunidade

GEMFC – Grupo de Estudos em Medicina de Família e [email protected]

La Costa del Mar de La IncertidumbreEl buen medico general/de familia navega alegre y confiado por el Mar de la incertidumbre, y cuando cree que son necesarias las dotes diagnosticas y terapeuticas de los especilistas, se dirige al Puerto adecuado, para desembarcar al paciente em la Tierra de los Síntomas. Hay un Puerto adecuado, por cada especialidad (Puerto de Oftalmologia, Puerto de Pediatria, etc.), donde esperan hábiles cíclopes con una lente por ojo único.El cíclope es muy competente em su campo y examina detenidamente al paciente en busca de un diagnostico al que aplicar sus conocimientos. Si el médico general se equivoca de Puerto, el paciente corre peligro,[...], manda el paciente de Puerto en Puerto, en lugar de derivarlo a su mécico general.[...]También es muy peligroso, y requiere hacerlo com experiencia y ciencia, desembarcar pasajeros em el Puerto e Urgencias, particularmente ajetreado, donde se considera todo diagnóstico como posible e importante, y encuentra lugar todo incoveniente de la intervención médica.[…]Los cíclopes están obsesionados por pasar a los pacientes de la tierra de los Síntomas al Reino de los Diagnósticos, y allí al Imperio de los trtamientos, y por evitar el Mar de la Incertidumbre que los separa.en todo ello, el paciente pude mejorar, pero cuando se compara con la actividad de os médicos generales, éstos resulten los mismos casos com menos actividades diagnósticas y menos diagnósticos.( Aventuras y desventuras de los navegantes solitarios en el Mar de la Incertidumbre J.Gérvas y M.Pérez Fernández )