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PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA
1.GLÓRIA, Daniel; 2.SOUTO, Ketollen
A pneumonia associada à ventilação mecânica é uma síndrome infecciosa do
pulmão, freqüente, de grave evolução. A pneumonia hospitalar é aquela que ocorre 48
horas ou mais a partir da admissão hospitalar, em pacientes ainda não intubados.
Quando o paciente evolui desfavoravelmente e é encaminhado para internação na
unidade intensiva, com a indicação de intubação orotraqueal e instituição da ventilação
invasiva, poderão surgir indícios de infecção 48-72 horas após a intubação e o início da
ventilação mecânica, sendo conceituada como pneumonia relacionada à ventilação
mecânica.
Os pacientes intubados perdem a barreira natural entre a orofaringe e a traquéia,
eliminando o reflexo da tosse e promovendo o acúmulo de secreções contaminadas
acima do cuff,surgindo devido uma de equilíbrio entre os mecanismos de defesa do
indivíduo e o agente microbiano, devido ao tamanho do inóculo ou virulência do
microorganismo.
De acordo com o tempo de internação, as pneumonias poderão ser classificadas em
precoces, quando os indícios da infecção surgem até o quarto dia de intubação e
ventilação mecânica, ou tardia quando se inicia após o quinto dia de intubação e
ventilação mecânica, sendo
este fato de importância para se presumir o diagnóstico etiológico e iniciar um
tratamento adequado. As de inicio tardio são geralmente ocasionadas por patógenos
multirresistentes, o que aumenta a mortalidade e a morbidade. Pacientes que tem um
início precoce de pneumonia associada a ventilação mecânica geralmente são
ocasionados por patógenos sensíveis aos antibióticos tendo um melhor prognóstico.
A duração prolongada da VM em pacientes com IOT está associada a um aumento
da morbidade e mortalidade em UTI, apresentando um risco para sua ocorrência de 1 a
3% a cada dia de permanência em VM. A principal fonte de surtos de bactérias
multirresistentes são as UTI’s, devido ao excessivo consumo de antimicrobianos, uso
rotineiro de técnicas invasivas.
O fator de risco para a PN aumenta de seis a vinte vezes nos pacientes que
encontram-se em IOT e VM. A IOT é o fator de risco mais importante para o
surgimento da PAVM, pois pode se tornar um reservatório para a proliferação
bacteriana, aumentar a aderência e colonização bacteriana nas vias aéreas o que reduz a
atividade mucociliar e a tosse.
O diagnóstico desta patologia ainda é bastante controversa, devido a falta de
consenso entre os profissionais. Clinicamente suspeita-se de pneumonia associada a
ventilação mecânica quando o paciente sob este procedimento desenvolve um novo ou
progressivo infiltrado pulmonar associado a febre, leucocitose e secreção
traqueobrônquica purulenta. Porém, existem causas não infecciosas destes sintomas,
podendo confundir o diagnóstico, ou seja, para um melhor diagnóstico deve haver uma
junção entre a avaliação clínica e exames de lavado broncoalveolar e hemocultura, pois
a maioria dos erros resulta em prescrição desnecessária de antibióticos, falhas no
diagnóstico de pneumonia e no tratamento das infecções polimicrobianos ou por
patógenos resistentes.
A maioria dos casos a morte por pneumonia ocorre por uma antibioticoterapia
inadequada. Portanto, a escolha do antibiótico correto se torna uma estratégia
importante na redução da mortalidade desses pacientes. Para realizar uma
antibioticoterapia adequada deve-se considerar vários fatores além de uma simples
combinação de antibióticos com as bactérias, é preciso administrar o medicamento certo
na dose certa, prevenindo a ocorrência de patógenos multirresistentes, que está
relacionada à dois fatores importantes, o uso prévio da antibióticos e a duração da VM.
É importante usar a terapia empírica adequada o mais rápido possível, e é necessário o
conhecimento de quais patógenos estão presentes na UTI de cada hospital, assim como
sua sensibilidade, evitando-se o uso excessivo de antibióticos.
Devido a alta taxa de mortalidade da PAVM, programas de educação básica tem
reconhecido que a ocorrência de PAVM pode ser reduzida em 50% ou mais usando
várias intervenções para prevenir a colonização e a aspiração de secreções e de
conteúdo gástrico. O crescimento da freqüência de microorganismos resistentes
representa um sério problema de saúde. A UTI é uma grande fonte de patógenos
resistentes. Sendo assim, a prevenção deve fazer parte de estratégias de manejo da
PAVM.
A partir do exposto, observou-se que a PAVM é uma patologia bastante incidente e
apresenta uma alta taxa de mortalidade em pacientes intubados internados em UTI’s.
Sendo assim, seu diagnóstico e tratamento devem ser precoces a fim de reduzir a
severidade da doença e melhorar seu prognóstico.
Todos os profissionais da área de saúde, inclusive os fisioterapeutas, que trabalham
com esses pacientes devem agir em concordância, adotando medidas de prevenção da
PAVM a fim de reduzir os riscos para a sua ocorrência, resultando em uma diminuição
da taxa de mortalidade de seus pacientes.