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GOVERNO DO DISTRITO FEDERALSECRETARIA DE ESTADO DE SAUDE
SUBSECRETARIA DE ATENCAO PRIMARIA A SAUDEDIRETORIA DE ATENCAO PRIMARIA A SAUDE
GERENCIA DE AREAS PROGRAMATICAS E ESTRATEGICASNÚCLEO DE SAÚDE DO HOMEM E AGRAVOS RELEVANTES
PROGRAMA DE EDUCACAO E CONTROLE DE HIPERTENSÃO
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM
Hipertensão Arterial Sistêmica
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PROGRAMA DE EDUCACAO E CONTROLE DE HIPERTENSÃO
Brasília, janeiro de 2012
PROTOCOLO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
1. Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um processo multifatorial que leva ao aumento dos níveis de pressão arterial a valores acima daqueles considerados normais e traz como conseqüência lesões em órgãos-alvo como cérebro, coração e rins, precipitando complicações tais como o acidente vascular encefálico, insuficiência cardíaca e insuficiência renal.
O atendimento do paciente hipertenso deve ser feito por uma equipe multidisciplinar e para isso há necessidade de treinamento dos profissionais de saúde. O enfermeiro é o ponto chave para melhor adesão do paciente ao tratamento e consequente controle de seus níveis pressóricos.
2. Diagnóstico e Classificação
A HAS normalmente evolui sem qualquer sintomatologia e a sua identificação se faz através da medida casual1, onde encontramos um valor sustentado maior ou igual a 140 mmHg e/ou 90 mmHg da pressão arterial (PA) sistólica e/ou diastólica respectivamente. A medida da PA deve ser realizada por qualquer profissional de saúde desde que o mesmo seja capacitado utilizando-se a metodologia descrita no anexo 4.
Na fase de diagnóstico de HAS, será realizada em cada visita 3 medidas de pressão arterial, será ignorado o valor da primeira medida e calculado a média aritmética das duas medidas subseqüentes. Este resultado será o valor a ser utilizado.
A classificação de PA de acordo com a Tabela 1 será realizada após duas visitas utilizando-se o maior valor médio obtido na PA sistólica ou diastólica.
Tabela 1 - Classificação da PA de acordo com a medida casual no consultório em indivíduos com idade maior ou igual a 18 anos*
CLASSIFICAÇÃO PRESSÃO SISTÓLICA
(mmHg)PRESSÃO DIASTÓLICA
(mmHg)Ótima <120 <80Normal <130 <85Limitrofe 130-139 85-89
1
1
A medida causal da pressão arterial é a medida comumente realizada no consultório, através de método indireto com utilização de estetoscópio e
esfigmomanômetro.
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Hipertensão estágio 1 140-159 90-99Hipertensão estágio 2 160-179 100-109Hipertensão estágio 3 ≥180 ≥90Hipertensão sistólica isolada ≥140 <90*Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2010. Nos casos em que as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias diferentes, a classificação é feita pelo maior valor de PA.
De acordo com a classificação da PA, presença de fatores de risco associados e os sinais e/ ou sintomas clínicos sugestivos de crise hipertensiva será decido a conduta clínica.
3. Hipertensão em Populações Especiaisa. Idoso
Alterações próprias do envelhecimento determinam aspectos diferentes na obtenção da PA casual dessa população. Como exemplo temos uma maior frequência do chamado “hiato auscultatório”, que consiste no desaparecimento temporário dos sons de Korotkoff durante a deflação do manguito, resultando em valores subestimados da pressão sistólica ou superestimados para a diastólica.Recomenda-se verificação da PA na posição sentada, deitada e em pé, para identificar a presença de hipotensão ortostática.
b. CriançaDeve-se utilizar manguitos com proporções adequadas para a medida casual da pressão nessa população. O resultado deve ser comparado com as tabelas de normalidade que relaciona o peso, estatura e valores de PA sistólica e diastólica (anexo 4).
c. GestanteOrientações no protocolo Saúde da Mulher
4. Fatores de Risco Adicionais e Situações de Alto Riscoa. Fatores de Risco Cardiovascular Adicionais
A presença de fatores de risco cardiovascular adicionais aumentam o potencial de risco do paciente hipertenso e devem ser identificados para a definição das metas de controle e abordagem terapêutica adequada.
São considerados fatores de risco cardiovascular adicionais:- Idade maior que 55 anos para homens e maior que 65 anos para mulheres;- Tabagismo; - Dislipidemia (definida como presença de níveis sanguíneos de triglicérides ≥150 mg/dl;
LDL-colesterol >100 mg/dl e/ou HDL-colesterol <40 mg/dl); - Diabetes mellitus;
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- História familiar prematura de doença cardiovascular: homens da família com histórico de eventos cardiovasculares em idade menor que 55 anos e mulheres, 65 anos.
b. Situações de Alto Risco (Condições Clínicas Associadas de Alto Risco)Há condições clínicas associadas à HAS, independente da presença de fatores de risco
cardiovasculares adicionais ou dos valores pressóricos, que elevam o potencial de risco do indivíduo e requerem atenção especial.
São consideradas situações de alto risco:- Doença cerebrovascular (Acidente Vascular Cerebral - AVC),- Doença Arterial Coronariana Obstrutiva (DAC);- Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC);- Nefropatia crônica com Clearance de Creatinina (ClCr) menor que 60 ml/min2;- Doença arterial periférica (DAP); e- Retinopatia avançada (com hemorragias, exsudato ou papiledema).
Algumas condições clínicas de alto risco são obtidas pela história clínica e exame físico, porém outras situações somente serão identificadas a partir da realização de exames complementares.
5. Consulta de Enfermagem e Estratificação de Riscoa. Consulta de Enfermagem
i. ANAMNESE
Deve-se obter história clínica de enfermagem completa com atenção especial referentes ao tempo, e tratamento prévio de HAS (reação às drogas utilizadas), fatores de risco adicionais, sinais e sintomas sugestivo de lesões de órgão-alvo e ou causas secundárias de hipertensão arterial., aspectos sócio-econômicos (fumar, uso exagerado de álcool, ingesta excessiva de sal) e características do estilo de vida do paciente e familiares, ao consumo pregresso ou atual de medicamentos ou drogas que podem interferir em seu tratamento (anti-inflamatórios não-hormonais, antidepressivos tricíclicos e inibidores da mono-aminooxidase, anorexigenos, descongestionantes nasais, etc.).
Observar com muita atenção qualquer achado clínico sugestivo de hipertensão secundária ou lesão de órgão-alvo.
Tabela 2 – Achados Clínicos Sugestivos de Hipertensão Arterial Secundária.Achado ObservaçãoRELACIONADO A HISTÓRIA CLÍNICA
Início súbito de hipertensão arterial antes dos 30 ou após os 55 anos de idadeInício abrupto e grave de hipertensãoAusência de história familiar de hipertensãoMá resposta ao tratamento Principalmente quando ocorre o tratamento utilizando-se
2
2
Para estimativa do Clearance de Creatinina utiliza-se a fórmula de Cockroft-Gault que calcula a taxa de filtração glomerular baseada no valor da Creatinina sérica, Idade, Sexo e Peso do paciente (ClCr = (140 - idade) x peso em kg ÷ Creatinina sérica em mg/dL x 72 x 1 para homens ou 0.85 para mulheres.
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várias drogas e ainda assim os valores de pressão arterial permanecem aumentados de forma significativa
Acentuada oscilação de pressão arterial, acompanhada por rubor facial, sudorese e taquicardia paroxística
Deve ser investigado a possibilidade da presença de tumores produtores de drogas vasoativas
RELACIONADO AO EXAME FÍSICO
Pressão arterial mais baixa nos membros inferiores ou valor de pressão arterial muito diferente em braço direito e esquerdo
Pode significar lesão vascular importante como coarctação de aorta ou aneurisma de aorta abdominal
Sopro Abdominal Indicativo de lesão vascular obstrutiva como estenose arterial
RELACIONADO AOS EXAMES COMPLEMENTARES
Proteinúria Presença de proteínas no exame de urina rotina 1Hematúria Presença de hemácias ou hemoglobina no exame de
urina rotina 1 (afastado causas ginecológicas nas mulheres em idade fértil)
Creatinina aumentada Pode estar relacionada a hipertensão de origem renal.Hipopotassemia Potássio sérico menor que 3,5mEq/dL principalmente na
ausência de tratamento com diuréticos
É considerada lesão em órgão-alvo na nossa rotina a presença de qualquer um desses eventos:o Doença cardíaca (hipertrofia do ventrículo esquerdo, angina do peito ou infarto agudo do miocárdio prévia, revascularização miocárdica percutânea ou cirúrgica prévia, insuficiência cardíaca) o Episodio isquêmico ou acidente vascular cerebral o Nefropatia o Doença arterial periférica o Retinopatia hipertensiva.
ii. EXAME FÍSICO
O exame físico pelo enfermeiro deve ser minucioso, onde além da medida da PA e frequência cardíaca, fará também: medida da circunferência abdominal3, peso, altura, cálculo do índice de massa corporal (IMC)4 e avaliação dos pulsos nos quatro membros e carotídeo, buscando sinais sugestivos de lesões de órgão-alvo e de HAS secundária. (* Anexo - 1: Roteiro de anamnese)
iii. AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR
3
3
A medida da circunferência abdominal considerada normal é, para mulheres, menor que 80cm e, para homens, menor que 94cm
4
4
IMC = peso (kg) ÷ altura² (m);
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A avaliação laboratorial complementar mínima do portador de HAS deve constar os seguintes exames descritos a seguir na tabela 3 e que poderão ser solicitados pelo enfermeiro na 1ª consulta.
Tabela 3 – Exames Complementares mínimos para a avaliação inicial de Hipertensão Arterial SistêmicaExame Valor de ReferênciaExame de Urina Rotina 1 (ou EAS) Ausência de Proteinúria, hematúria
Potássio plasmático (ou potássio sérico) 3,5 a 5,1 mmol/L
Creatinina plasmática (ou creatinina sérica)5 Mulheres: 0,6 a 1,1 mg/dLHomens: 0,6 a 1,5 mg/dL
Glicemia de jejum 60 a 99 mg/dL
Colesterol total (CT), HDL-colesterol (HDL) e Triglicérides (TGL) plasmáticos6
CT: Entre 2 a 19 anos: <170mg/dLAdulto:Ótimo <199mg/dLLimítrofes 200 a 239mg/dLAlto ≥240mg/dL
HDL >40mg/dLTGL:Ótimo <150mg/dLLimítrofe 150 a 199mg/dLAlto 200 a 499mg/dLMuito alto ≥500mg/dL
Ácido úrico Mulheres: 2,6 a 6,5mg/dLHomens: 3,5 a 7,7mg/dL
Eletrocardiograma de repouso (ECG) Normal
Fundoscopia Normal
A reavaliação laboratorial complementar mínima é de caráter anual em pacientes com níveis pressóricos limítrofes, assintomáticos e sem intercorrências. A fundoscopia será solicitada apenas na avaliação inicial do paciente hipertenso.
b. Estratificação de RiscoApós o diagnóstico de hipertensão arterial, para fins de definição de metas de tratamento e
seguimento, necessita-se estratificar o potencial de risco do indivíduo através da correlação entre o valor encontrado de pressão arterial e a quantidade de fatores de risco adicionais presentes (de acordo com a tabela 4).
5
5
A partir da Cretinina plasmática faz-se o cálculo da estimativa de filtração glomerular (TFGE) = (140-idade) x peso (kg) ÷ creatinina plasmática (mg/dl) x 72 x 1 para homens ou x 0.85 para mulheres;
6
6
As demais frações do Colesterol podem ser calculadas pela fórmula: LDL = CT - (HDL + TGL ÷ 5); e VLDL = TGL ÷ 5
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Tabela 4 - Estratificação de risco individual de acordo com o valor encontrado na medida casual da pressão e a quantidade de fatores de risco adicionais presentes na avaliação clínico-labotarorial em indivíduos com idade maior ou igual a 18 anos.
NORMOTENSÃO HIPERTENSÃOOutros fatores de risco ou doença
Ótima Normal Limitrofe Estágio 1 Estágio 2 Estágio 3PAS<120 ouPAD<80mmHg
PAS 120-129 ouPAD 80-84mmHg
PAS 130-139 ouPAD 85-89mmHg
PAS 140-159PAD 90-99mmHg
PAS 160-179PAD 100-109mmHg
PAS ≥180PAD ≥110mmHg
Nenhum fator de risco Risco basal Risco basal Risco basal Baixo risco adicional Moderado risco adicional
Alto risco adicional
1-2 fatores de risco Baixo risco adicional Baixo risco adicional Baixo risco adicionalModerado risco adicional
Moderado risco adicional
Risco adicional muito alto
≥3 fatores de risco, LOA ou SM-DM
Moderado risco adicional
Moderado risco adicional
Alto risco adicional Alto risco adicional Alto risco adicional Risco adicional muito alto
Condições clinicas associadas
Risco adicional muito alto
Risco adicional muito alto
Risco adicional muito alto
Risco adicional muito alto
Risco adicional muito alto
Risco adicional muito alto
*Modificado da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2010. LOA- lesão de órgão-alvo; SM- sindrome métabolica; DM- diabetes melito
Figura 1 - Fluxograma para Consulta de Enfermagem e Consulta Médica em casos de hipertensão arterial
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Figura 2 - Fluxograma de Estratificação de Risco na Ausência de Condições Clínicas Associadas de Alto Risco7
6. Linhas Gerais de Tratamentoa. Conduta de Enfermagem em Casos de Urgência e Emergência Hipertensiva8
7
7
Condições clínicas associadas de alto risco: Acidente Vascular Cerebral (AVC), Doença Arterial Coronariana Obstrutiva (DAC); Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC); Nefropatia crônica com Clearance de Creatinina (ClCr) menor que 60 ml/min
C
; Doença arterial periférica (DAP); e Retinopatia avançada (com hemorragias, exsudato ou papiledema).
8
8
Pode-se definir emergência hipertensiva como toda situação clínica em que a elevação crítica da pressão arterial é acompanhada de grave quadro
clínico, progressiva e rápida lesão de órgão-alvo e risco de morte, exigindo imediata redução da pressão arterial com agentes por via parenteral. Já o termo urgência hipertensiva refere-se à substancial elevação da pressão arterial, porém, sem lesão de órgão-alvo, exigindo a redução da pressão arterial em até 24 horas.
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Nos casos em que ocorrer a presença de valores de pressão arterial maiores que 160mmHg para a pressão arterial sistólica e/ou 110mmHg para pressão arterial diastólica, o enfermeiro deverá encaminhar o paciente para a avaliação por médico de forma imediata e assim ser realizada a tomada de uma decisão terapêutica adequada.
Nos casos em que o paciente conhecidamente hipertenso encontra-se sintomático, com os valores de pressão arterial acima de 160 e/ou 110mmHg, para PAS e PAD respectivamente, e já faz ou fez uso de medicamentos da classe de inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA) como captopril ou enalapril por exemplo e não apresenta histórico conhecido de angioedema ou hipersensibilidade à droga, é possível o enfermeiro prescrever e administrar uma dose complementar de 25mg de captopril mastigado por via oral enquanto aguarda atendimento pelo médico, como uma forma de reduzir a exposição do risco imediato do paciente.
Em casos específicos de maior complexidade, a equipe deverá estar preparada para encaminhar o paciente para o atendimento em local apropriado (pronto-atendimento hospitalar ou emergência).
b. Tratamento em Situações Ambulatoriaisi. DECISÃO TERAPÊUTICA, METAS E PRAZOS DE REAVALIAÇÃO E SEGUIMENTO
O tratamento do paciente hipertenso envolve mudanças do estilo de vida como controle de peso, alteração do padrão alimentar, redução do consumo de sal, moderação no consumo de álcool e abolir o tabagismo e atividade física regular. Se necessário, a medicação deverá ser prescrita pelo médico.
A decisão terapêutica deve ser baseada no risco cardiovascular considerando-se a presença de fatores de risco, lesão de órgão-alvo e/ou doença cardiovascular estabelecida, e não apenas no nível pressórico.
Para a decisão terapêutica, considerar a tabela de estratificação de risco (Tabela 4), e para as metas de PA nas diferentes categorias de risco considerar as características individuais (Tabela 6).
A decisão terapêutica (Tabela 5) será tomada de acordo com a estratificação de risco realizada. Nos casos de normotensão sem qualquer fator de risco adicional identificado, será orientado o retorno anual para avaliação de pressão arterial9. Nos casos de normotensão com presença de 1 a 2 fatores de risco adicionais há o risco adicional baixo de complicações cardiovasculares, levando a indicação de orientações para estimular a mudança de estilo de vida. Nas situações de normotensão com a presença de 3 ou mais fatores de risco adicionais ou Diabetes Mellitus ou lesão de órgão-alvo ou presença de situações clínicas associadas descritas no item 4b, deverá ser encaminhado para consulta médica. Nos casos de hipertensão arterial segue-se a tabela 5 e tabela 6 para decisão terapêutica e metas respectivamente.
99 Nos casos de pressão arterial limítrofe deverá ser orientado reavaliação em 6 meses
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Tabela 5 - Decisão terapêutica de acordo com a estratificação de riscoRisco adicional baixo Tratamento não-medicamentos isolado por até 6 meses. Se não
atingir a meta, associar tratamento medicamentoso*Risco adicional medio, alto e muito alto Tratamento não-medicamentoso + medicamentoso**Se necessário, a medicação deverá ser prescrita pelo médico.
Tabela 6 - Metas para o tratamento de hipertensão arterial de acordo com estratificação de riscoHipertensos com risco baixo e moderado <140/90 mmHgHipertensos e comportamento limítrofe com risco alto ou muito alto, ou com 3 ou mais fatores de risco, DM, SM ou LOA
<130/80 mmHg
*Modificado da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2010. LOA- lesão de órgão-alvo; SM- sindrome métabolica; DM- diabetes melito
Tabela 7 - Prazo de reavaliação e seguimento de acordo com os valores de pressão obtidos a partir da medida casual da PA
Classificação de acordo com a Pressão Arterial
Seguimento
Ótima Reavaliar em 1 anoNormal Reavaliar em 1 ano
Estimular mudanças de estilo de vidaLimítrofe Reavaliar em 6 meses
Insistir em mudanças do estilo de vidaHipertensão estágio 1 Confirmar em 2 mesesHipertensão estágio 2 Confirmar em 1 mêsHipertensão estágio 3 Intervenção medicamentosa imediata ou reavaliar em 1 semana*Modificado da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2010. Para os casos de hipertensão sistólica isolada utilizar o valor da pressão sistólica para o seguimento
ii. TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO
Modificações de estilo de vida:- Manter o peso corporal na faixa normal (IMC entre 18,5 a 24,9 Kg/m);
- Consumir dieta rica em frutas e vegetais e alimentos com baixa densidade calórica e baixo teor de gordura saturadas e totais;
- Substituir bolos, biscoitos doces, sobremesas doces por frutas in natura;
- Incluir, pelo menos, seis porções de frutas, legumes, e verduras no plano alimentar diário, procurando variar os tipos e cores consumidos durante a semana;
- Manter ingesta adequada de cálcio pelo uso de vegetais de folhas verdes-escuras e produtos lácteos, de preferência, desnatados;
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- Reduzir a ingestão de sódio para não mais que 2 g(5 g de sal/dia) = no máximo 3 colheres de café rasas de sal = 3g +2 g de sal dos próprios alimentos e retirar o saleiro da mesa;
- Preferir temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa e cebolinha, ao invés de similares industrializados;
- Restringir as fontes industrializadas de sal: temperos prontos, sopas, embutidos como salsicha, linguiça, salame e mortadela, conservas, enlatados, defumados e salgados de pacote, “fast food”;
- Limitar o consumo dia 30g/dia de etanol para homens e 15g/dia para mulheres;
- Abandono do tabagismo;
- Habituar-se à prática regular de atividade física aeróbica10
iii. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
O tratamento farmacológico, quando necessário, será introduzido pelo médico da atenção primária, entretanto para fins de conhecimento e melhor orientação ao tratamento e consequente maior adesão terapêutica, apresentamos a seguir os fármacos anti-hipertensivos disponíveis nas unidades de atenção primária da SES-DF.
Tabela 8 - Relação de medicamentos disponíveis nas unidades de atenção primária da SES-DFGrupos e representantes Dose diária (mg) Intervalo de dose (h) Risco de emprego mais
importantesIndicações Favoráveis
Diúretico Tiazidicos: hidroclorotiazidaDe alça:furosemida
12,5 – 50
20 - 320
24
12 - 24
hipocalemia, hiperuricemiahipovolemia, hipocalemia
Antagonista adrenérgicobetabloqueadores: atenololcarvedilolmetoprololpropranolol
25 - 1003,125-5025-20040 - 320
12 - 241212-246 - 12
Em predispostos: broncoespasmo, doença arterial periférica, bradiarritmiasC.I. em pacientes com asma brônquica, DPOC e BAV de segundo e terceiro grau
Antagonistas do SRAInibidores da ECA:CaptoprilEnalaprilAntagonistas do receptor da angiotensina:Losartana
12,5 - 1505 - 40
25-300
6 - 1212 - 24
12-24
Tosse, hipercalemiaC.I. na gestaçãoHipercalemia, elevação de escórias nitrogenadas, C.I na gestação
101 Atividade física: deve ser praticada de forma regular e gradativa, iniciando com 30 minutos contínuos ou acumulados em 2 períodos de 15 minutos
ou 3 períodos de 10 minutos, 5 a 7 vezes na semana. A recomendação é que inicialmente os indivíduos realizem atividades leves (até 60 a 70% da FC máxima ou de pico) a moderadas (de 70 a 80% da FC máxima ou de pico). Somente após estarem adaptados, caso julguem confortável e não haja nenhuma contra-indicação, é que devem passar às vigorosas (de 80% a 90% da FC máxima). A Freqüência Cardíaca (FC) Máxima deve ser estabelecida preferencialmente em um teste ergométrico. Na impossibilidade da ergometria, pode-se usar a fórmula: FC Máxima = 220 – idade, exceto nos pacientes em uso de betabloqueadores ou inibidores dos canais de cálcio. Exercícios exagerados em pessoas mal preparadas podem ser deletérios.
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Antagonista de cálcio:Anlodipina
2,5 - 10 24
cefaleia, tontura, rubor facial, edema de extremidade ( maleolar)
Idosos(>65 anos), angina de peito, HAS sistolica
Inibidores adrenérgicos-Ação central: alfametildopa
250-1000 6-12
galactorreia, anemia hemolítica e lesão hepática C.I. em insuficiência hepática
C.I. - Contra-indicação; DPOC - doença pulmonar obstrutiva crônica; BAV - Bloqueio Atrioventricular
Escolha de anti-hipertensivos em algumas condições clínicas.Classes de anti-hipertensivos Indicadores favoráveis Possíveis indicaçõesVasodilatadores diretos ICCAntagonistas do calcio Hipertensão Sistólica isoladaAlfa -bloqueadores Hiperplasia benigna próstataBeta-bloqueadores Infarto prévio, angina de peito, taqui-
arritmias ICC
Diuréticos tiazídicos Idosos, Hipertensão sistólica isolada, pós-AVC
Inibidores de ECA ICC, disfunção VE, pós-infarto, nefropatia diabética tipo-1, pós-AVC, DRC, proteiúniria
nefropatia diabética tipo2ICC
Bloqueadores do receptores AT1 da angiotensina II;
Intolerância a IECA ICC
ICC: insuficiência cardiaca congestiva; VE: ventriculo esquerdo; DRC: doença renal crônica; AVC: acidente vascular cerebral
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Anexo 1
Ficha de Admissão no Programa de Educação e Controle de Hipertensão Arterial
Nome: Nasc: Sexo: (Masc) (Fem) Idade:
Medicação anti-hipertensiva em uso:
Tabela 1 - Fatores de Risco
Diabetes mellitus ( )Sim ( )NãoIdade Homem > 55a ou Mulher > 65a
( )Sim ( )Não
Tabagismo atual ( )Sim ( )NãoDislipidemiaTGL≥ 150 LDL>100 HDL<40
( )Sim ( )Não
Circunferência AbdominalHomem > 94 Mulher > 80 ou Obesidade (IMC>30)
( )Sim ( )Não
História FamiliarEventos em Homens (<55a)ou Mulheres (<65a)
( )Sim ( )Não
Tabela 2 - Condições Clínicas AssociadasDoença Cerebrovascular(AVC)
( )Sim ( )Não
Doença Arterial Coronariana(IAM)
( )Sim ( )Não
Insuficiência Cardíaca(ICC)
( )Sim ( )Não
Nefropatia Crônica(ClCr< 60mL/min)
( )Sim ( )Não
Doença Arterial Periférica ( )Sim ( )Não
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Tabela 3 - Histórico Social:Tabagismo (Não) (Sim) Quantidade:Etilismo (Não) (Sim) (Destilada) Periodicidade:Ingesta de Sal (Saleiro na mesa?) (Não) (Sim)Sedentarismo (Sim) (Não) Atividade:Drogas que aumentam a PA? (Não) (Sim) Qual?Descongestionantes nasais, Ciclosporina, Eritropoetina, Antidepressivos tricíclicos, Anticoncepcionais, Corticóides, Cocaína, Inibidores da Monoaminooxidase
Exame Físico:
IMC: Peso: Altura:FC: Circ. Braço: Circ. Abd:
PA [Sentado / Deitado]Braço*Dia
(BD) (BE)
(BD) (BE)
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(BD) (BE)
PulsosCarotídeo:Radial:Pediosos:Ingurgitamento Jugular e Tireóideo:Tórax:Ausculta Cardiopulmonar:Abdome:
* Deverá ser marcado qual o braço em que foi aferida a PA, direito (BD) ou esquerdo (BE).
Tabela 4 - Indícios de Hipertensão Secundária
Início de HA antes de 30a ou após 50a
( )Sim ( )Não
Hipopotassemia (< 3,5 mmol/L) ( )Sim ( )NãoProteinúria ( )Sim ( )NãoHematúria ( )Sim ( )NãoElevação de Creatinina ( )Sim ( )NãoSopro Abdominal ( )Sim ( )NãoMá Resposta ao Tratamento ( )Sim ( )NãoAusência de História Familiar ( )Sim ( )NãoPA mais baixa em MMII ( )Sim ( )Não
Outros indícios de HA secundária são: a) início abrupto e grave de hipertensão, com retinopatia severa,
hematuria e perda de funçao renal (HAS acelerada ou maligna); b) acentuada oscilaçao de pressao arterial, acompanhada de rubor facial, sudorese e taquicardia paroxistica.
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SUBSECRETARIA DE ATENCAO PRIMARIA A SAUDEDIRETORIA DE ATENCAO PRIMARIA A SAUDE
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PROGRAMA DE EDUCACAO E CONTROLE DE HIPERTENSÃO
Anexo 2
Participação do Enfermeiro pela SES - DF Consulta de Enfermagem
Realizar a medida da pressão arterial com um manguito adequado à circunferência do braço; a medida da altura, do peso (com roupas leves e sem sapatos), das circunferências da cintura abdominal e do quadril e o cálculo do índice de massa corporal (IMC)
Identificar os fatores de risco e hábitos de vida presentes na história clínica;
Orientar sobre a hipertensão e o uso regular de medicamentos prescritos pelo médico;
Orientar como adquirir hábitos de vida pessoais e familiares saudáveis;
Realizar o exame físico detalhado;
Solicitar os exames essenciais de acompanhamento estabelecidos no protocolo de hipertensão de forma anual ou em menor tempo de acordo com a necessidade de cada caso;
Aferir a adesão do tratamento não-medicamentoso e medicamentoso por parte dos pacientes hipertensos e abordando possíveis intercorrências ao tratamento a partir de instrumento próprio para tal
Renovar a prescrição médica de indivíduos adequadamente controlados, participantes do programa de hipertensão há pelo menos 1 ano e sem relatos de intercorrência clínica, classificados como “moderado risco” ou “baixo risco” de complicações por um período máximo de até 6 meses.
Encaminhar para renovar a prescrição com o médico, aqueles com classificação de risco situados em “alto risco” ou “muito alto risco”, e assim mantê-los em constante avaliação médica.
Administração do Serviço Delegar, capacitar e supervisionar as atividades do técnico/auxiliar de enfermagem e dos agentes comunitários, de forma permanente.Desenvolver atividade educativa de promoção à saúde com todas as pessoas da comunidade e individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos a partir de estratégias já consagradas com reuniões periódicas de grupos de pacientes, oficinas de atividades como nutrição;Estabelecer, junto à equipe, estratégicas que possam favorecer a adesão dos grupos de hipertensos
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Anexo 3
P ro ce d im e n to s reco m e n d a d o s p a ra a m e d id a d a p ressã o a rte ria l (D )
1. Obter a circunferência aproximadamente no meio do braço. Apos a medida selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço*;
Tab e la 1 - D im en sões d a b o lsa de borrach a p ara d iferentes c ircu nferências de braço em crian ças e adu ltos (D )
Denominação Circunferência Largura do Manguito
Comprimentoda bolsa
R ecém -n ascido <-10 cm 4 cm 8 cm
crian ça 11-15 cm 6 cm 12 cminfantil 16-22 cm 9 cm 18 cmAdultopequenos
20 - 26 cm 10 cm 17 cm
adulto 27 - 34 cm 12 cm 23 cmAdultograndes
35- 45 cm 16 cm 32 cm
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão et al (2010)
2. Colocar o manguito, sem deixar folgas, cerca de 2 a 3 cm da fossa cubital;
3. Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
4. Estimar o nível da pressão sistólica pela palpação do pulso radial;
4. Estimar o nível da pressão sistólica pela palpação do pulso radial;
5. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do estetoscópio (ou diafragma) sem compressão excessiva
6. Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica, obtido pela palpação
7. Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo).
8. Determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff), que é em geral fraco seguido de batidas regulares, e, após, aumentar ligeiramente a velocidade de deflação.
9. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff).
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10. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à defação rápida e completa
11. Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da sistólica/diastólica/zero
12. Sugere-se esperar em torno de 1 minuto para nova medida, embora esse aspecto seja controversso
13. Informar os valores de pressões arteriais obtidos para o paciente.
14. Anotar os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a pressão arterial foi medida.
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Anexo 4
C a ra cterística s d a s p rin cip a is b e b id a s a lco ó lica s e te o r d e eta n o l p o r q u a n tid a d e d e fn id a
BEBIDA VOLUME APROXIMADOCerveja 2 latas (350x 2 = 700 ml) ou 1 garrafa (650 ml)
Vinho ≅ 2 taças de 150 ml ou 1 taça de 300 ml
Uísque, vodka, aguardente ≅ 2 doses de 50 ml ou 3 doses de 30 ml