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Aula ministrada para a Liga de Fisioterapia Esportiva da Universidade Estadual de Goiás, com o tema Ruptura do Tendão de Aquiles.
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Ruptura do Tendão de Aquiles
Esp. Felipe M. Campos
História • Aquiles levou os gregos a conquistarem Tróia; • Foi mergulhado no rio Styx para tornar-‐se invencível, tendo
apenas uma área vulnerável; • Personagem principal e maior guerreiro da Ilíada de Homero,
considerado imbaJvel, foi morto com flechada no calcâneo.
Morfologia • Tecido conecNvo denso e regular; • RelaNvamente acelular; • Matriz extra celular (componente orgânico primário):
– Colágeno – Glicoproteínas – Proteoglicanos
• Predominância de colágno Npo I (95%) em relação ao Npo III
Morfologia
Anatomia • Maior tendão do corpo; • F o rm a d o p o r p o r ç õ e s
tend íneas dos múscu los gastrocnêmio e sóleo; – Gastrocnêmio: 11-‐26 cm – Sóleo: 3-‐11 cm
• Apresenta uma bainha sinovial verdadeira
• Paratendão tem camadas visceral e parietal
• Permite a 1,5 cenJmetros de deslizamento dos tendões
Anatomia • O tendão se apresenta progressivamente arredondado; • A cerca de 4 cm, proximalmente à inserção, torna-‐se mais plano; • Na sua inserção 2-‐5 cm distais à extremidade da tuberosidade do
calcâneo, as fibras do gastrocnêmio estendem-‐se lateralmente, e as do sóleo medialmente;
• As fibras se apresentam em espiral na direção de sua inserção, o que facilita a liberação e posterior absorção elásNca de enorme quanNdade de energia potencial.
Anatomia • Suprimento de sangue:
– Ramos arteriais na junção músculotendínea; – Ramos arteriais ósseos e do periósteo na
inserção; – Vasos mesoteliais;
• Vasos Mesoteliais são ramos transversais que transportam o sangue do lado de fora do paratendão ao tendão subjacente;
• Esparsas 4-‐6 cm proximal à inserção • Menor capacidade de reparar após sobrecarga
de tração repeNNva
• Fornecimento de sangue diminui com a idade
Função • Transdutor de força; • Complexo Gastrocnêmio-‐Sóleo-‐Aquiles:
– Flexor plantar (arNc. Tibiotalar); – Flexor da arNculação do joelho; – Inversão (supinador arNc. subtalar).
• 700N sobre a elevação do calcanhar; • Até 4000N durante a função (elasNcidade).
Epidemiologia
• Incidência de 18 por 100.000 (LeppilahN et al., 1994) – 75-‐80% estão relacionados a esportes que uNlizam raquete e bola (saltos, corrida, desaceleração)
Biomecânica • Em repouso, o tendão tem configuração ondulada quando
está sob tensão de tração, sofre perda dessas ondas; • As fibras de colágeno respondem linearmente a tensões e,
podem voltar a configuração original com cargas fisiológicas; • Se a força de tensão for maior que a fisiológica, ligações
cruzadas serão danificadas e, finalmente, ocorre a ruptura macroscópica.
ENologia • Condicionamento -‐ ”Atletas de final de semana”; • Uso prolongado de corNcosteróides; • Hipertermia local; • Condições inflamatórias e auto-‐imunes (Gota); • Anormalidades do colágeno; • Doenças infecciosas.
ENologia (CorNcosteróides) • Estudos demonstraram necrose do tendão e cicatrização demorada como
resposta após injeções de esteróides;
• Propriedades anN-‐inflamatórias e analgésicas podem mascarar os sintomas de lesão do tendão grave;
• As injecções podem gerar necrose do tecido (tenócitos, condrócitos e depleção do colágeno);
• Existe uma reparação tecidual com a formação de massa amorfa acelular
de colágeno, alterando as propriedades de arquitetura e biomecânica do tendão;
• CorNcosteróides sistêmicos também tem implicado no aumento da incidência de ruptura aguda do tendão de Aquiles.
ENologia (Hipertermia) • Estudos demonstraram temperaturas centrais de pico no
tendão de 45 °C, após 7 minutos de corrida (temperatura críNca para tenócitos);
• O fornecimento de sangue adequado é conhecido por ajudar a manter a temperatura normal dos tecidos.
• A zona avascular do tendão de Aquiles pode estar em risco.
ENologia (Teoria Mecânica)
• McMaster (1933) – “O tendão saudável não se romperá, mesmo quando sujeito a uma tensão grave.”
• Atualmente: -‐ T e n d ã o t r a c i o n a d o obliquamente (supinação); -‐ Quando o músculo esNver em contração máxima; -‐ Quando o comprimento inicial do tendão for curto; -‐ Hiperpronação; -‐ Uma torção sobre o tendão pode causar um evento
isquêmico transitório na ou perto da zona avascular.
Mecanismo de Lesão Arner e Lindholm (1952): • Revisão com 92 rupturas agudas do tendão de Aquiles :
§ 53% -‐ aNvidades de “empurrar” enquanto estende o joelho – Comum em parNdas de sprint e esportes de salto § 17% -‐ dorsiflexão súbita e inesperada de tornozelo – Entrando em um buraco ou cair de escadas § 10% -‐ dorsiflexão violenta de um pé em flexão plantar – Queda de altura
• 100% -‐ Histologicamente evidentes alterações degeneraNvas
Avaliação • DiagnósNco basicamente clínico;
• A ruptura aguda: – A maioria dos pacientes relatam ter sido aNngidos por trás (pedrada); – Paciente se queixa de dor súbita e, pode ocorrer estalido audível no
momento da lesão; – Pode ser incapaz de suportar o peso ou impulsionar na marcha; – O tornozelo afetado geralmente perde força fraco e fica rígido.
• A ruptura crônica: – Paciente pode ter notado pela primeira vez, por causa da lesão,
incapacidade para realizar AVD`s (Ex.: subir escadas)
Avaliação • Presença de depressão palpável ou tecido cicatricial
proeminente; • Fraqueza acentuada de planNflexores; • O aumento da dorsiflexão passiva e atrofia da panturrilha
com rupturas crônicas
Teste de Thompson
Exames de Imagem
Discussão
• DiagnósNco Clínico x Imaginologia
§ O Teste de Thompson é suficiente? § Há necessidade de exames complementares
para realização de cirurgia? Qual?
• Tratamento: § Conservador x Cirúrgico § Quais critérios devem ser observados? § Cirúrgico: qual a melhor técnica uNlizada? § Cirúrgico: uNliza imobilização no P.O.?
Tratamento Cirúrgico
Tratamento Cirúrgico
Tratamento Cirúrgico
Tratamento Cirúrgico
Tratamento P.O.
• UNlização de Muletas e Órteses? • Descarga de peso imediato? • Quando iniciar a Fisioterapia? • Existe algum cuidado especial? • Qual a conduta FisioterapêuNca? • Quais os critérios de alta?