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Síndrome De Digeorge e suas implicações na pediatria LIGIA LORRAINE ARAUJO LIGA ACADÊMICA DE PEDIATRIA DA UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO Maio/2014

Síndrome de Digeorge - Liga de Pediatria UNICID

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Aula da Liga de Pediatria da Unicid sobre Sindrome de Digeorge.

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Síndrome De Digeorge

e suas implicações na

pediatria

LIGIA LORRAINE ARAUJO

LIGA ACADÊMICA DE PEDIATRIA DA UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

Maio/2014

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A síndrome de deleção 22q11.2 (SD22q11), também conhecida como síndrome

de DiGeorge, síndrome velocardiofacial, síndrome de Sedlačková, síndrome de

Cayler, síndrome de Shprintzen e CATCH22 (Conotruncal heart defect,

Abnormal face, T-cell deficiency, Clefting, e Hypocalcemia

Decorrentes de uma anormalidade no cromossomo 22) é uma síndrome

comum, mas pouco diagnosticada. Apresenta uma prevalência estimada de

um para cada 2.000 a 6.000 nascimentos, o que faz dela uma das doenças

genéticas mais frequentes no homem.

Muitas vezes ela não chega a ser diagnosticada pelas características variáveis

CID 10- D82.1

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Mais de 180 achados clínicos, tanto físicos como comportamentais, têm sido

relatados, incluindo anormalidades craniofaciais, oftalmológicas,

otorrinolaringológicas, odontológicas, alimentares, gastrintestinais, neurológicas,

de desenvolvimento psicossocial e de função cognitiva, psiquiátricas,

autoimunes, hematológicas, imunológicas, endocrinológicas, vasculares,

músculo-esqueléticas e geniturinárias

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Achados clínicos

Hipoplasia do timo e consequente imunodeficiência de células T.

Defeitos cardiogênicos congênitos

Hipocalcemia

Hipoplasia das glândulas paratireoides

Dismosfismo facial

Anomalias renais

Défcit auditivo

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TIMO

Órgão localizado no mediastino superior

A glândula timo é muito ativa quando o indivíduo é uma

criança. Ela desempenha um papel crucial no

desenvolvimento e na melhoria do sistema de

imunidade da criança.

A principal função da glândula timo é a produção de

linfócitos ou células T (T de ‘células T’ representa

derivada de timo)

A hipoplasia que acomete a síndrome compromete

seriamente o sistema imune dos pacientes no decorrer

do desenvolvimento

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Defeitos cardiogênicos congênitos

Frequência variável entre 1% a 19%, a incidência de cardiopatias congênitas só é menor que asíndrome

de Down.

em 48 a 60% dos pacientes com IAA(insuficiência adrenal aguda- principalmente do tipo B)(45,46), 31 a

40% com TA(Truncus arteriosus)(47), 22 a 34% com CIV/AP (comunicação interventricular)(48-50) e 8 a

21% com TOF-(Tetralogia de Fallot)(26,50-53). As anomalias do arco aórtico são também

significativamente mais frequentes em pacientes com a SD22q11, sendo que a ocorrência isolada

desses defeitos está associada à síndrome em cerca de 24% dos casos.

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Os cardiologistas pediátricos e cirurgiões cardíacos devem estar cientes das

peculiaridades e dos cuidados associados à SD22q11. Os pacientes afetados

frequentemente apresentam alterações envolvendo vários sistemas e

necessitam de um número elevado de intervenções clínicas e de

hospitalizações ao longo de suas vidas, sendo que a cirurgia cardíaca

representa seu principal motivo de internação em unidades de tratamento

intensivo pediátricas (cerca de 57% dos casos)

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Hipocalcemia

Deficiência de cálcio no organismo

Chega a ocorrer em até 60% dos RN.

É forte preditor para síndromes de deleção

Método cálcio sérico total:

Cálcio Total:

Adultos: 8,8 a 10,6 mg/dl (2,2 a 2,6 nmol/l).

Crianças: 8,5 a 11,0 mg/dl (2,1 a 2,9 nmol/l).

Cálcio ionizado:

Adultos: 4,5 a 5,6 mg/dl (1,05 a 1,30 nmol/l).

Crianças: 4,8 a 5,5 mg/dl (1,20 a 1,38 nmol/l).

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recomendam-se, nos pacientes com a SD22q11, avaliações regulares dos

níveis séricos de cálcio (pois a hipocalcemia pode-se manifestar a qualquer

momento ou idade),

Análise de populações linfocíticas antes de transfusões sanguíneas,

administração de componentes do sangue irradiados e com sorologia negativa

para o citomegalovírus em pacientes imunocomprometidos, bem como o

tratamento agressivo de infecções perioperatórias, com profilaxia

antimicrobiana e antifúngica.

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DISMOSFISMO FACIAL

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Atraso no Aprendizado

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Diagnóstico

Estudos citogenéticos com o uso do cariótipo de alta resolução revelam que

menos de 15% dos pacientes apresentam deleções visíveis na região

22q11(38). Essa técnica, diferentemente do cariótipo convencional, permite

que os cromossomos sejam analisados em uma etapa mais precoce da mitose,

na pró-metáfase, na qual estão menos condensados e com um número maior

de bandas cromossômicas, ou seja, mais ricos em detalhes

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Recomendações atuais para realização de teste FISH para del22q11:

1- Feto, Recém nascido ou lactente com:

• - Tetralogia de Fallot

• - Truncus arteriosus

• - Interrupção de arco aórtico

• - Anomalia isolada de arco aórtico

• - Defeito de septo ventricular perimembranoso com anomalia de arco aórtico.

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2- Considerar o teste em criança com defeito de septo ventricular

perimembranoso associado a qualquer outra característica clínica de

del22q11;

3- Realizar o teste em feto, recém-nascido, lactente ou criança maior com

outros tipos de cardiopatia congênita e fenótipo de del22q11;

4- Realizar o teste em qualquer criança ou adulto com uma das lesões

cardíacas de alto risco e fenótipo de del22q11

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Avaliação do sistema imunológico

Deve ser realizada da seguinte maneira: a) Hemograma:

Contagem do número absoluto de linfócitos;

b) Quantificaçãoda população e subpopulações de células T

(CD3+, CD4+ e CD8+); c) Avaliação funcional de linfócitos T in vitro pela

estimulação com mitógenos como a fitohemaglutinina e a Conavalina ou

antígenos como Candida,tétano, difteria; d) Dosagem de imunoglobulinas

(IgA, IgM,IgG).

É normal na maioria dos pacientes.

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Avaliação do sistema cardiovascular

Nos casos suspeitos de del22q11 é essencial a avaliação do sistema

cardiovascular com radiografia de tórax, eletrocardiograma e

ecocardiograma.

Naqueles pacientes comquadro sugestivo de defeito do arco aórtico está

indicada àrealização de ressonância magnética

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Acompanhamento dos pacientes

Nas crianças que apresentam sintomas no período neonatal,a reposição de cálcio e a

correção dos defeitos cardíacos são as medidas iniciais. Deve-se estar atento também para

o exame do palato, em busca de possíveis fendas.Quanto às alterações cardíacas, a

gravidade varia de acordo com o defeito e o manejo destes pacientes requer profissionais

habilitados. As variações de temperatura,taquipnéia, os distúrbios hidro-eletrolíticos e

metabólicos contribuem para maior instabilidade cardíaca.

De modo geral o tratamento definitivo é cirúrgico devendo ser realizado nos primeiros dias

de vida, após estabilização clínica e hemodinâmica. O tratamento medicamentoso dos

sintomas de insuficiência cardíaca congestiva inclui restrição hídrica, digoxina e

diuréticos.

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• O uso de vacinas de vírus vivo deve se possível, ser postergado até avaliação da

resposta a anticorpos vacinais,resposta normal a linfoproliferação a antígenos e

contagem de células T CD8+ igual ou maior de 300 cels/mm³ nas crianças com um

ano de idade4.

• A avaliação de audição e da linguagem deve ser feita a partir de um a dois anos de

idade, com intervenção precoce nas crianças com atraso da fala. Posteriormente,

avaliações anuais para se investigar a presença de insuficiência velofaringeana,

caracterizada por refluxo de líquidos pelo nariz.

• Nos casos suspeitos está indicada a naso-endoscopiaou vídeo-fluoroscopia para

confirmar o diagnóstico, e o tratamento é eminentemente cirúrgico. A realização de

tomografia computadorizada de crânio deve ser considerada nas crianças com atraso

de desenvolvimento

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Em pacientes com deficiência de IgA e infecções de repetição,o uso de

antibióticos por longo prazo pode ser necessário.

Os pacientes com diminuição de células T CD4+ podem receber

sulfametoxazol- trimetoprim, e o uso de gamaglobulina intravenosa está

indicada nos casos de hipogamaglobulinemia grave ou função defeituosa de

anticorpos

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O tratamento para pacientes com alterações importantes do sistema

imunológico consiste no transplante de timo ou medula óssea, com resultados

promissores.

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access on 10 May 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822011000200018.

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