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Traumatismo Cranioencefál ico – TCE Romildo Armindo Eliane Vieira

Traumatismo cranioencefálico

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Traumatismo Cranioencefálico –

TCE

Romildo ArmindoEliane Vieira

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Traumatismo Cranioencefálico – TCE

Definido como todo o trauma que, direta ou indiretamente, acomete o encéfalo ou seus envoltórios crânio-meníngeos.

A principal causa de TCE são os acidentes automobilísticos, seguidos de quedas, acidentes por arma de fogo e atividades esportivas.

A população comumente afetada são os adultos jovens do sexo masculino, responsáveis por 80% dos casos.

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Epidemiologia Mundo - 10 milhões/ano internações 3ª maior causa morte Homens > Mulheres (2:1) Jovens Causas:

Acidente trânsito Quedas Agressões Esportes

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Avaliação Inicial História clínica, exame físico geral, avaliação neurológica (Glasgow), tipo e gravidade do acidente, nível de consciência, sinais e sintomas neurológicos, presença de fratura no RX de crânio.

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Avaliação Inicial: muitos fatores influenciam na avaliação neurológica inicial; por isso, a avaliação cardiopulmonar deve acompanhar o exame neurológico. O controle e a manipulação das vias aéreas, respiração e circulação são prioritários.

O uso de álcool ou drogas que deprimam o sistema nervoso ou ainda fatores tóxicos podem influenciar na avaliação inicial do paciente.

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Avaliação dos Sinais Vitais: o TCE pode alterar os dados vitais, sendo

muitas vezes difícil saber se essas alterações se devem ao TCE ou a outros fatores.

Hipertensão, bradicardia e diminuição da freqüência respiratória (tríade cushing) são uma resposta específica ao aumento agudo e potencialmente fatal à hipertensão intracraniana, indicando necessidade de intervenção imediata.

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Avaliação da Reação Pupilar Avaliada por sua simetria e resposta igual à

luz. A diferença de mais de 1 mm no diâmetro das pupilas já é considerada anormal;

uma resposta lenta ao estímulo luminoso pode indicar lesão intracraniana.

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Avaliação de Força Muscular pesquisa de diminuição de força muscular. A vítima com

paresia ou paralisia de uma das extremidades, isto é, com resposta motora não-simétrica, indica lesão intracraniana.

O objetivo do exame neurológico é determinar presença de lesão cerebral, sua severidade e uma deterioração neurológica. Lembrando-se que para avaliações da Escala de Coma de Glasgow com índice igual ou inferior a 9 deve-se solicitar a presença de médico no local da ocorrência.

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Independente da escala de coma Glasgow, o paciente é considerado com TCE grave se apresentar qualquer das situações seguintes:

Assimetria de pupilas Assimetria motora Fratura de crânio com perda de liquor ou exposição do

tecido cerebral Deterioração neurológica (queda de 2 ou mais pontos na

escala de Glasgow ou cefaléia intensa ou aumento do diâmetro de uma pupila ou desenvolvimento de paresia assimétrica)

Fratura com afundamento craniano

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Classificação de Gravidade Gravidade

Leve (G 14 – 15)Moderada (G 9 – 13)Grave (G 3 – 8)

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Classificação Traumatismo craniano fechado, Traumatismo craniano com fratura e

afundamento, Traumatismo craniano aberto.

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Traumatismo craniano fechado ausência de ferimentos no crânio ou,

quando muito, fratura linear. Quando não há lesão estrutural

macroscópica do encéfalo, é chamado de concussão.

Contusão, laceração, hemorragias, e edema podem acontecer com lesão do parênquima cerebral.

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Fratura linear sem afundamento Não requer tratamento específico, somente

observação se houver suspeita de lesão cerebral. Atenção às fraturas que cruzem leito vascular ou suturas cranianas, em virtude da possibilidade de hematoma epidural

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Afundamento craniano Pode não ser uma emergência cirúrgica,

dependendo da lesão cerebral, mas devido ao risco de seqüelas graves e crises convulsivas de difícil controle. Geralmente o tratamento é cirúrgico, com retirada e elevação do fragmento ósseo.

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Fratura de crânio aberta

Havendo comunicação direta entre o escalpe lacerado e a substância cerebral, essa condição é diagnosticada por tecido cerebral visível ou perda de LCR (líquido cefaloraquidiano), exigindo tratamento cirúrgico.

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Fratura de base de crânio O diagnóstico clínico se baseia na perda de LCR

pelo ouvido (otoliquorréia) ou pelo nariz (rinoliquorréia), equimose na região da mastóide (sinal de Battle), sangue na membrana timpânica (hemotímpano) e equimose periorbitária (olhos de guaxinim).

Esse tipo de fratura muitas vezes não aparece na radiografia convencional indiretamente, a suspeita surge devido à presença de ar intracraniano e opacificação do seio esfenóide.

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Equimose retroauricular, Sinal de Batle

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Equimose periorbitária, Olhos deguaxinim

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Concussão X Contusão

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Concussão Cerebral É a perda imediata e transitória da consciência no momento

do trauma, recuperável em 24 horas ou menos , sem seqüelas.

Acompanha-se de amnésia retrógrada e pós-traumática Não há alterações estruturais e histológicas; Geralmente é mais intensa logo após a lesão, e não causa

lesão do parênquima cerebral; Pode ser acompanhada de diversas anormalidades

autonômicas, incluindo bradicardia, hipotensão e sudorese; É diagnóstico essencialmente clínico.

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Contusão cerebral São lesões traumáticas focais e superficiais causadas pelo

atrito entre o cérebro e o crânio no momento do trauma; São muito comuns na face orbitária dos lobos frontais e

região anterior dos lobos temporais; Geralmente apresenta lesão parenquimatosa com graus

variáveis de hemorragia, edema e necrose; Ocorrem déficits neurológicos que persistem por mais de

24h; Não costumam deixar seqüelas importantes, mas podem

originar focos epileptogênicos e resultar em anosmia por lesão dos bulbos e nervos olfativos;

Padrão ouro para diagnostico é a ressonância magnética.

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Lesão Axonal Difusa caracterizada por coma prolongado, é uma

lesão de alta velocidade com estiramento ou chacoalhamento do tecido cerebral, com mortalidade de 33% e, nos casos mais severos, de 50%, geralmente causada por aumento da pressão intracraniana secundária ao edema cerebral, causado por mini hemorragias (petequias) em substancia branca. O diagnóstico é realizado em pacientes em coma, com posturas de descerebração o decorticação.

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Hematoma epidural localizado entre a calota craniana e a membrana mais externa de

revestimento do cérebro ocorre entre 1 a 3 por cento dos TCEs. São lesões associadas a fraturas que laceram uma das artérias ou

veias meníngeas. Em geral há perda da consciência logo após o trauma com

recuperação após alguns minutos ou horas. Entretanto, posteriormente, o paciente começa a ficar letárgico e

ocorre deterioração neurológica, podendo haver herniação cerebral se não tratado.

Alterações pupilares e hemiparesia contralateral ao local da lesão, associadas a alterações da consciência são os achados mais comuns ao exame físico.

Cirurgia para drenagem do hematoma é o tratamento de escolha.

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Hematoma subdural agudo localizado entre as membranas que revestem o cérebro é encontrado em pacientes que sofrem traumatismo

decorrente de aceleração e desaceleração em altas velocidades.

Pode ser simples e tem bom prognóstico quando não há lesão cerebral associada.

Hematomas subdurais complicados são acompanhados de laceração do parênquima e dos vasos.

O quadro clínico se caracteriza, geralmente, por coma e por diversos graus de alterações focais.

O tratamento pode ser cirúrgico ou não, dependendo do tipo e da extensão das lesões

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Hematoma subdural agudo

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Hematoma subdural crônico apresentação tardia, pelo menos 20 dias depois do trauma. É mais comum em crianças e em idosos. Alcoolismo,

epilepsia, uso de anticoagulantes, diálise renal predispõem os pacientes a terem essa complicação.

O quadro clínico é insidioso, caracterizado por confusão, distúrbios de memória, apatia e alteração de personalidade.

Dor de cabeça é comum. O diagnóstico é feito através da tomografia computadorizada

de crânio. tratamento é cirúrgico.

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Hemorragia subaracnóide Em geral, acompanha traumatismos

cranianos moderados e severos;

Injúria de pequenas veias corticais que passam através do espaço subaracnóideo;

Pode ocorrer associada a outras lesões;

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Tratamento de Emergência As vítimas de TCE devem ser transportadas recebendo

oxigênio (a hipóxia agrava o edema cerebral) e com a cabeça elevada em 30 graus, o que facilita o retorno venoso, atenuando o edema. Havendo ferimento, enfaixe a cabeça, porém sem exercer pressão no curativo, pois em caso de fratura de crânio, a compressão poderia lesar o cérebro com fragmentos ósseos, agravando o quadro.

À vítima desorientada e agitada, garanta-lhe proteção. Seja gentil, porém firme.

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Protocolo de Atendimento da Vítima com TCE Avaliação Primária ABC – Vias aéreas, respiração e circulação –

Imobilização da coluna cervical; Realização de exame neurológico rápido. AVDI: Alerta, resposta verbal, resposta à dor, sem

resposta Avaliação pupilar: simetria e reação à luz Avaliação senso-motora: Simetria motora e

sensitiva das extremidades

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Avaliação Secundária InspeçãoLaceraçõesSaída de LCR pelo nariz ou ouvido Palpação FraturasLacerações com fraturas Inspeção das lacerações do couro cabeludo Presença de tecido cerebral Afundamento cranianoPerda de substância Perda de líquor

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Determinação da escala de coma de Glasgow– Resposta ocular– Resposta verbal– Resposta motora Palpação da coluna cervical para descartar

possibilidade de fraturas Determinação de extensão das lesões Reavaliação contínua, observando sinais de

deterioração– Freqüência– Parâmetros usados

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Tratamento

Tomografia computadorizada crânio

Prevenção e tratamento hipotensão e hipóxia. Se necessário -> IOT

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TCE leve CT se perda consciência > 5minutos,

amnésia, cefaléia grave, ECG < 15 ou déficit neurológico focal

Se exames normais e paciente assintomático -> após algumas horas pode receber alta sob observação nas próximas 24h.

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TCE moderado CT crânio + avaliação NCR – TODOS

Hospitalização em UTI

Avaliação neurológica freqüente

Nova CT se necessário

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TCE grave Prioridade à correção de hipotensão e

hipóxia Avaliação neurológica + CT crânio IOT (cuidado com broncoaspiração) Monitorização PCO2 (manter entre 30 e

35mmHg) – evitar hiperventilação Se necessário expansão volêmica -

cristalóides

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Normalizar PIC Prevenir eventos que exacerbem ou

desencadeiem lesões secundárias Evitar complicações iatrogênicas

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O mais importante é prevenir

Obrigado