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A Febre do Nilo Ocidental é uma infec- ção viral causada por um vírus e trans- mitida por meio da picada de mosqui- tos comuns, principalmente do gênero Culex 1 . A doença é originária da África, na pro- víncia de Uganda, em 1937, sendo o vírus do Nilo Ocidental reconhecido como um dos * arbovirus mais difundi- do em mosquitos, pássaros e huma- nos. Evidências sorológicas da infec- ção em equinos datam de 1956 (Egito) e 1960 (Israel) e os primeiros relatos clínicos da doença em 1963 (Egito) 3 . As mudanças ecológicas podem au- mentar a prevalência do vetor, criar novos reservatórios ou induzir os * arbovírus a se adaptarem a novos ciclos de manutenção. Além disso, po- dem viajar grandes distâncias, entrar em novos países ou mesmo continen- tes com o potencial de propagar epi- demias 3 . O Brasil é país tropical de grande ex- tensão territorial, recoberto por flores- tas e outros ecossistemas com condi- ções para a ocorrência de diversas * arboviroses. O risco para a emergên- cia de novos * arbovírus no Brasil relaci- ona-se à existência de cidades gran- des, populosas e infestadas por mos- quitos Culex bem como o Aedes ae- gypti 3 . As infecções pelo vírus do Nilo Ociden- tal, normalmente, geram uma infecção clinica inaparente, sendo que 20% dos casos apresentam sintomas leves: do- ença febril de início abrupto, acompa- nhada de mal-estar, anorexia, náusea, vômito, dor nos olhos, cefaleia, mial- gia, exantema máculo-papular e linfo- adenopatia 1 . Aproximadamente, uma em cada 150 infecções resulta em doença neuroló- gica severa (encefalite do Nilo Ociden- tal), cujo maior fator de risco é a idade avançada 1 . O tratamento envolve hospitalização, suporte respiratório e prevenção da infecção secundária para os pacientes com a doença em sua forma severa 1 . As medidas de controle e prevenção nas localidades com ocorrências re- centes consiste em proteção individu- al, como o uso de repelentes e evitar a exposição aos vetores, principalmente ao amanhecer e entardecer; uso de telas em janelas e portas. Ao poder público: redução dos criadouros - elimi- nar objetos que possam acumular água; manejo ambiental - alteração no meio ambiente que reduzam os cria- douros do Culex e Aedes; melhoria no saneamento básico e controle químico e biológico dos criadouros que não podem ser descartados 1 . * Arboviroses são doenças virais transmitidas para o homem por meio de artrópodes (insetos e aracnídeos). Estes vírus são deno- minados arbovírus. 1. Guia de Vigilância Epidemiológica. Caderno 9. Febre do Nilo Ocidental. Ministério da Saúde. Brasil, 2010. 2. Ministério da Saúde confirma primeiro caso de Febre do Nilo. http://www.brasil.gov.br/ saude/2014/12/ministerio-da-saude-confirma-primeiro-caso-de-febre-do-nilo. Acesso em 19/12/2014. 3. Figueiredo, L. T. M. Emergent arboviruses in Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. n. 40 , v. 2, p. 224-229, mar/abr, 2007. FEBRE DO NILO OCIDENTAL NÚMERO 01 EDIÇÃO Boletim Vigilância Epidemiológica - HCFMUSP Em 2014 foi confirmado o primeiro caso de Fe- bre do Nilo Ocidental em um tra- balhador ru- ral do estado do Piauí, en- tretanto, é um evento isolado e sem risco para a saúde pública do Brasil 2 . NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - NUVE A Vigilância Epidemiológica do HCFMUSP está localizada no 6° andar do Prédio da Administração e funciona de 2º à 6º feira, das 07h às 17h. O contato com o Serviço pode ser feito através do ramal 7521 ou via e-mail: epide- [email protected]. Nos demais dias e horários, em caso de dúvidas, entre em contato com o CIEVS do municí- pio (3397-8214 ou 3397-8259) ou com a Central do CVE (0800-55-54-66, plantão 24 horas). Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVE): horário de funcionamento e contatos

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A Febre do Nilo Ocidental é uma infec-

ção viral causada por um vírus e trans-

mitida por meio da picada de mosqui-

tos comuns, principalmente do gênero

Culex1.

A doença é originária da África, na pro-

víncia de Uganda, em 1937, sendo o

vírus do Nilo Ocidental reconhecido

como um dos *arbovirus mais difundi-

do em mosquitos, pássaros e huma-

nos. Evidências sorológicas da infec-

ção em equinos datam de 1956 (Egito)

e 1960 (Israel) e os primeiros relatos

clínicos da doença em 1963 (Egito)3.

As mudanças ecológicas podem au-

mentar a prevalência do vetor, criar

novos reservatórios ou induzir os *arbovírus a se adaptarem a novos

ciclos de manutenção. Além disso, po-

dem viajar grandes distâncias, entrar

em novos países ou mesmo continen-

tes com o potencial de propagar epi-

demias3.

O Brasil é país tropical de grande ex-

tensão territorial, recoberto por flores-

tas e outros ecossistemas com condi-

ções para a ocorrência de diversas *arboviroses. O risco para a emergên-

cia de novos *arbovírus no Brasil relaci-

ona-se à existência de cidades gran-

des, populosas e infestadas por mos-

quitos Culex bem como o Aedes ae-

gypti3.

As infecções pelo vírus do Nilo Ociden-

tal, normalmente, geram uma infecção

clinica inaparente, sendo que 20% dos

casos apresentam sintomas leves: do-

ença febril de início abrupto, acompa-

nhada de mal-estar, anorexia, náusea,

vômito, dor nos olhos, cefaleia, mial-

gia, exantema máculo-papular e linfo-

adenopatia1.

Aproximadamente, uma em cada 150

infecções resulta em doença neuroló-

gica severa (encefalite do Nilo Ociden-

tal), cujo maior fator de risco é a idade

avançada1.

O tratamento envolve hospitalização,

suporte respiratório e prevenção da

infecção secundária para os pacientes

com a doença em sua forma severa1.

As medidas de controle e prevenção

nas localidades com ocorrências re-

centes consiste em proteção individu-

al, como o uso de repelentes e evitar a

exposição aos vetores, principalmente

ao amanhecer e entardecer; uso de

telas em janelas e portas. Ao poder

público: redução dos criadouros - elimi-

nar objetos que possam acumular

água; manejo ambiental - alteração no

meio ambiente que reduzam os cria-

douros do Culex e Aedes; melhoria no

saneamento básico e controle químico

e biológico dos criadouros que não

podem ser descartados1.

*Arboviroses são doenças virais transmitidas para o homem por meio de artrópodes (insetos e aracnídeos). Estes vírus são deno-minados arbovírus.

1. Guia de Vigilância Epidemiológica. Caderno 9. Febre do Nilo Ocidental. Ministério da Saúde.

Brasil, 2010.

2. Ministério da Saúde confirma primeiro caso de Febre do Nilo. http://www.brasil.gov.br/

saude/2014/12/ministerio-da-saude-confirma-primeiro-caso-de-febre-do-nilo. Acesso em

19/12/2014.

3. Figueiredo, L. T. M. Emergent arboviruses in Brazil. Revista da Sociedade Brasileira de

Medicina Tropical. n. 40 , v. 2, p. 224-229, mar/abr, 2007.

FEBRE DO NILO OCIDENTAL

NÚMERO 01 EDIÇÃO

Boletim

Vigilância Epidemiológica - HCFMUSP

Em 2014 foi

confirmado

o primeiro

caso de Fe-

bre do Nilo

Ocidental

em um tra-

balhador ru-

ral do estado

do Piauí, en-

tretanto, é

um evento

isolado e

sem risco

para a saúde

pública do

Brasil2.

NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA - NUVE

A Vigilância Epidemiológica do HCFMUSP está localizada no 6° andar do Prédio da Administração e funciona de

2º à 6º feira, das 07h às 17h. O contato com o Serviço pode ser feito através do ramal 7521 ou via e-mail: epide-

[email protected]. Nos demais dias e horários, em caso de dúvidas, entre em contato com o CIEVS do municí-

pio (3397-8214 ou 3397-8259) ou com a Central do CVE (0800-55-54-66, plantão 24 horas).

Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVE): horário de funcionamento e contatos