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Bens públicos

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Bens Públicos

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•Definição legal (artigo 98 do CC): são bens públicos os bens do domínionacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno;todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a quempertençam.;

•Divergências doutrinárias;

•Para Hely Lopes: são bens públicos todas as coisas, corpóreas ouincorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações quepertençam, a qualquer título às entidades estatais, autárquicas,fundacionais e empresas governamentais;

•Para Celso Bandeira de Mello: além dos bens pertencentes às pessoasjurídicas de direito público, somam-se aqueles que, embora nãopertençam a tais pessoas, estão afetos à prestação de serviços públicos;

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• Para Diógenes Gasparini, bens públicos são todas as coisasmateriais ou imateriais pertencentes às pessoas jurídicasde Direito Público e as pertencentes a terceiros quandovinculadas à prestação de serviços públicos;

• Para Marcelo Alexandrino, acrescenta-se a definição legalde bens públicos, em razão do princípio da continuidadedos serviços públicos, os bens das empresas públicas esociedades de economia mista prestadoras de serviçospúblicos que estiverem sendo diretamente utilizados naprestação do serviço;

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Direito Romano

Caio e Justiniano - Institutas

res nullius - extra commercium

res communes

res publicae

res universitatis

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Idade Média

Terras eram divididas entre o Rei, os soldados e osvencidos (allodium).

A parte dos soldados era um beneficio temporário,passando a vitalício e depois hereditário (feudos).

Séc. XVII-XVIII - coisas públicas e coisas da coroa

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Classificação dos bens públicosDiógenes Gasparini/Marcelo Alexandrino,Quanto à natureza:Bens móveis (bancos de jardim, automóveis,computadores) e Bens imóveis (edifícios,praias, praças;Quanto à titularidade:Observando-se a pessoa jurídica titular dobem, os bens públicos podem ser federais,estaduais, distritais ou municipais;

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Classificação dos bens públicosMSZP e CABM

Quanto a destinação

Quanto a afetação

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• Quanto à destinação (artigo 99, CC):• Art. 99. São bens públicos:

• I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

• II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviçoou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial oumunicipal, inclusive os de suas autarquias;

• III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas dedireito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada umadessas entidades.

• Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-sedominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público aque se tenha dado estrutura de direito privado.

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• Bens de uso comum do povo (res communes - res universitatis)• São aqueles destinados a utilização geral dos indivíduos, que

podem utilizá-los em igualdade de condições,independentemente de autorização individualizada do PoderPúblico. São utilizáveis sem quaisquer formalidades, nada se exigeem termos de autorização ou permissão. Via de regra, o acesso atais bens não é cobrado, embora seja facultada, nos termos doartigo 103 do CC a cobrança pela utilização;

• Exemplos: estacionamentos rotativos em logradouros, cobradospelos municípios; pedágios em estradas de rodagem;

• Apesar do caráter genérico amplo e irrestrito de utilização, essepatrimônio está sujeito à incidência do Poder de Polícia daAdministração, materializado na regulamentação, fiscalização eaplicação de medidas coercitivas, visando à conservação da coisapública e a preservação do usuário;

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RES PUBLICAEBens de uso especial

São todos aqueles que visam à execução dos serviços administrativos e dos serviçospúblicos em geral. Correspondem às coisas móveis e imóveis destinadas a realizaçãodas ações do Estado para o público;

Exemplos: edificações onde estão instaladas escolas, hospitais, creches, cemitérios,etc.

Bens dominicais

São aqueles destituídos de qualquer destinação, prontos para ser utilizados oualienados, ou ainda, ter seu uso repassados a quem por eles se interesse; constituemo patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoalou real de cada uma dessas entidades.

Podem ser utilizados pelo Estado para fazer renda. Não se enquadram nas categoriasde uso comum do povo ou de uso especial;

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• Exemplos: as terras devolutas, os terrenos de marinha, os prédiospúblicos desativados, a dívida ativa, etc.

• Outros dispositivos do Código Civil que disciplinam os benspúblicos:

• Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de usoespecial são inalienáveis, enquanto conservarem a suaqualificação, na forma que a lei determinar.

• Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados,observadas as exigências da lei.

• Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

• Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ouretribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade acuja administração pertencerem.

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Classificação dos bens públicos quanto àdisponibilidade

•Bens indisponíveis por natureza;

•São aqueles que dada a sua natureza não-patrimonial, não podem ser alienados ou oneradospelas entidades a que pertencem. São insuscetíveisde alienação, até mesmo pela inviabilidade deaferição de seu valor, a exemplos dos mares, rios,estradas, (res universitatis) etc.

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• Bens patrimoniais indisponíveis;

• São aqueles de que o poder público nãopode dispor, embora tenham naturezapatrimonial, uma vez que estão afetados auma destinação pública específica.Possuem valor patrimonial e este é de fácilvisualização, mas não podem ser alienadosporque são utilizados pelo Estado para umafinalidade;

• Exemplo: bens de uso especial;

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• Bens patrimoniais disponíveis;

• São todos aqueles que possuem naturezapatrimonial e, por não estarem afetados acerta finalidade pública, podem seralienados, na forma e nas condições que a leiestabelecer;

• Correspondem aos bens dominicais em geral:não se destinam a o público em geral, nemsão utilizados para a prestação de serviçospúblicos;

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• Características dos bens públicos:

• Inalienabilidade;

• Impenhorabilidade;

• Imprescritibilidade;

• Não-onerabilidade;

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• Inalienabilidade;

• Artigo 100, CC;

• A inalienabilidade impede a transferência do bem aterceiros, seja por doação, venda ou permuta;

• Pode excluir a inalienabilidade um dispositivo de lei, umfato ou um ato administrativo;

• Os bens públicos dominicais ou disponíveis, podem serobjeto de alienação, obedecidos os requisitos legais,constantes da Lei nº 8.666/1993, que exigedemonstração de interesse público, prévia avaliação,licitação e, caso se trate de bem imóvel, autorizaçãolegislativa;

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• Imprescritibilidade;• Os bens públicos, seja qual for a sua natureza, são

imprescritíveis;• Visa proteger a propriedade dos bens públicos frente

a aquisição por terceiros através de usucapião;• Vedação disposta nos artigos 183, par. 3º e 191, par.

Único da CF/88; Súmula 340, STF: os bens dominicais,como os demais bens públicos não estão sujeitos ausucapião;

• Embora os dispositivos legislativos refiram-se aimpossibilidade de usucapião de bens imóveis, éentendimento pacífico que a regra também se aplicaaos bens móveis;

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• Não-onerabilidade;

• Vedação de onerar os bens públicos. Osbens públicos não podem ser gravados,inscritos, como garantia em favor deterceiros.

• Em outras palavras, não podem ser dadosem de garantia, penhor, hipoteca ouanticrese;

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• Afetação e desafetação;

• Afetação: atribuição, destinação, dos bens a umadeterminada finalidade;

• Desafetação: desvinculação do bem em relação àfinalidade que lhe fora atribuída por ato administrativoou Lei;

• As iniciativas de afetação ou desafetação são decompetência única e exclusiva de cada um dos Entes dedireito público interno;

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• Impenhorabilidade;

• Natureza jurídica da penhora;

• Diferenciação do processo de execução para aspessoas jurídicas de direito público interno;

• Código de Processo Civil, artigo 649, I;

• Regramento do artigo 100 da CF;

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TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO

Considerando o interesse econômico ou jurídico dos bens, julgue o item

abaixo.

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Por constituir bem de uso comum do povo, o jardim de uma praça pública

pode servir ao lazer da população em geral, sem necessidade de permissão

especial de uso.

• Certo

• Errado

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TRF 2ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS

Considere:

I. Praça da Sé − São Paulo − Capital.

II. Gonzaga − Praia da Cidade de Santos − SP.

III. Rio Tietê.

IV. Edifício onde se localiza a Prefeitura Municipal da cidade W.

V. Terreno Público destinado à instalação da autarquia municipal X.

De acordo com o Código Civil brasileiro, considera-se bem público de uso especial os indicados APENAS

em

I e IV.

I, II e III.

I, IV e V.

III, IV e V.

IV e V.

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Os imóveis a seguir mencionados pertencem:

Imóvel 1 − a uma pessoa jurídica de direito privado, mas de que o Estado é acionista;

Imóvel 2 – a uma autarquia, onde funciona hospital para atendimento gratuito da população;

Imóvel 3 – a um loteamento urbano aprovado e registrado, para servir de praça pública, mas cujo

terreno não foi objeto de desapropriação;

Imóvel 4 – ao município que o recebeu, por ser a herança vacante, e que permanece sem

destinação.

Esses imóveis são classificados, respectivamente, como bens:

particular; público de uso especial; público de uso comum do povo; público dominical.

público de uso especial; público de uso especial; particular por falta de desapropriação; público

dominical.

particular; público de uso comum do povo; público de uso comum do povo; público de uso

especial.

público dominical; público de uso especial; particular, por falta de desapropriação mas que se

tornará público pela usucapião; público dominical.

particular; público de uso especial; particular que só se tornará público por desapropriação; público

dominical.

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A respeito dos bens públicos, considere:

I. Bens de uso comum do povo.

II. Bens de uso especial.

III. Bens dominicais.

São inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, os bens públicos indicados APENAS

em

I.

I e II.

I e III.

II e III.

III.

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TRT 20ª 2011 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIO

A respeito dos bens públicos, é correto afirmar que

os bens dominicais constituem o patrimônio da pessoa jurídica de direito público e, por isso,

são inalienáveis.

os terrenos e edifícios usados pelo próprio Estado para execução de serviço público especial

são considerados bens de uso geral ou uso comum do povo.

as praças, ruas e estradas podem ser alienadas enquanto destinadas ao uso comum do povo.

a venda de bens de uso comum do povo pelo Estado denomina-se desafetação.

os bens de uso comum do povo não perdem essa característica se o Estado regulamentar sua

utilização de maneira onerosa.