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Boletim Informativo Biagini Advogados, um rápido apanhado dos assuntos que julgamos mais relevantes para o mês.
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Maio | 2014
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Boletim
Inform
ativo
Terceirização 2 Redução de custos? Serviço especializado? Maior eficiência? As razões são as mais variadas
Anticorrupção 3 Clientes passam a exigir dos escritórios de advocacia códigos de ética e de conduta
EPIs 4 A falta de segurança juridical na Justiça do Trabalho. Ou podemos chamar de “Injustiça”algumas vezes?
E se o país proibisse ligações e e-‐mails do trabalho após as 18h?
Segundo alguns especialistas, uma lei como essa jamais funcionaria no Brasil
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Tem circulado pela internet a notícia que a França proibiu funcionários de responderem e-‐mails ou atenderem ligações corporativas depois do expediente. Não é verdade. Mas e se fosse, e ainda por cima no Brasil? A França é o único país do mundo a ter jornada de trabalho semanal de 35 horas (são 44 horas semanais no Brasil). Mas a regra de desligar ferramentas de comunicação à distância vale apenas para os autônomos da área de engenharia, que não cumprem a jornada semanal. Esses profissionais trabalham sob o regime de pacote de dias e a ideia do novo acordo é evitar jornadas cansativas. O Ministério do Trabalho alemão também tem uma regra de "intervenção mínima" com seus funcionários. Os profissionais do local não podem ser penalizados por desligar seus
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celulares ou por não responder mensagens fora do horário de trabalho. O gestor só pode entrar em contato com o funcionário em casos de emergência, quando o trabalho não pode ser adiado. Mas não espere que apliquem essa regra por aqui. Uma lei como essa jamais funcionaria no país. As pessoas sempre burlam as leis no Brasil. Também não funcionaria porque há uma diferença gritante entre a cultura dos países. Para alguns especialistas, os direitos trabalhistas são levados muito a sério na França. Já o Brasil faz parte de um mercado emergente, completamente motivado por produção. “É difícil para os gestores levar adiante uma regra como essa, pois eles precisam entregar resultados acima de tudo. Iria prejudicar a eficiência da empresa”, dizem.
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Isso também explica o fato de as empresas valorizarem funcionários multidisciplinares. “Por causa do sistema econômico, o funcionário é responsável por várias atividades. É uma forma usada pelas empresas para otimizar o custo dos funcionários. A empresa busca reduzir sua equipe e fazer com que ela fique mais bem preparada, com funcionários generalistas, e não especialistas”, afirmam. A consequência de uma lei como a da França ou da Alemanha em um mercado como o brasileiro, provavelmente, acarretaria um maior número de horas extras.
“Se o funcionário for proibido de usar meios de comunicação após as 18h, ele terá muito mais trabalho acumulado e fará ainda mais hora extra”, afirmam.
Maio | 2014
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Muitas empresas optam por terceirizar seus serviços jurídicos. Os motivos variam: * redução de custos com estrutura, pessoal e tecnologia; * busca de um serviço especializado; * maior eficiência na execução de determinadas tarefas; Há ainda as empresas que preferem optar pela contratação de advogados que permaneçam no escritório durante um tempo prestando determinada consulta.
Porém, muitas companhias ainda têm dúvidas se terceirizar o setor jurídico é o melhor caminho. É bom para a empresa entregar suas informações confidenciais a um funcionário que não tenha vínculo direto com a companhia? Como garantir que o trabalho atenda as expectativas? Afinal, entre terceirizar o serviço e manter um setor jurídico interno, qual é a melhor opção? Muitos acham ser uma tendência que os departamentos jurídicos terceirizem atividades que não são core business e
mantenham internamente grupos de advogados que estejam intimamente ligados ao negócio, mas optar por um ou outro depende da estratégia da companhia.
Quanto mais a atividade jurídica for inerente a uma das etapas de produção da empresa, seja de um serviço, seja de um bem, maior é a tendência desse serviço ser internalizado porque neste caso você tem questões que precisam ser controladas, questões sigilosas e você tem uma relação trabalhista que permite uma forte presença de área. Quanto mais distante for a atividade jurídica dessa linha de produção maior a tendência à terceirização. O componente de controle, neste caso, já não é tão rígido. Uma saída para garantir que o funcionário ou departamento terceirizado esteja totalmente interligado com as estratégias da empresa é estabelecer uma relação de proximidade, ainda que sua atuação não seja interna.
Para alguns, ainda que se terceirize o serviço, é importante ter um componente da companhia, seja um departamento com alguns profissionais, seja pelo menos um diretor que entenda do assunto, para fazer a mediação com os demais profissionais. Desta forma passa-‐se a ter mais tempo disponível para atuar no preventivo, que não necessariamente O fato é que hoje não existe uma tendência definida entre terceirizar serviços jurídicos ou não.
A tendência é que haja uma utilização das duas ferramentas, ou seja, de um jurídico interno associado a uma terceirização. As duas frentes hoje em dia andam juntas.
Vamos pensar nisso??
Quando terceirizar o serviço jurídico
Muitas companhias ainda têm dúvidas se terceirizar o serviço jurídico é o melhor caminho, mas manter um setor jurídico interno é mesmo a melhor opção
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A necessidade de entender, e se adaptar, a nova Lei 12.846 byline Lei Anticorrupção
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A exigência passou a vir dos próprios clientes, e os escritórios de advocacia estão tendo que adaptar-‐se. A nova Lei Anticorrupção trouxe preocupações que podem ser mitigadas por códigos de ética e conduta.
Por uma exigência dos próprios clientes, escritórios de advocacia estão implementando códigos de ética e de condutas a serem seguidos por seus profissionais e demais funcionários. A preocupação, principalmente das multinacionais, decorre da entrada em vigor da Lei Anticorrupção brasileira, em janeiro, e do temor de que possam ter problemas por atos das bancas com as quais possuem contratos. Os terceiros são os que mais representam riscos para as empresas porque, deliberadamente ou não, podem fazer pagamentos em nome dela. E o pior? Advogados também fazem isso. Nessas situações, há desde aqueles que seguem orientações das empresas para o pagamento de propinas até os que atuam por conta própria, algumas vezes, em busca dos honorários de êxito. Como a lei é recente, as empresas estão começando a entender o assunto e daria para "contar nos dedos" o número de escritórios que possuem programas de compliance no Brasil. A partir de agora os escritórios deverão comprovar que possuem um programa de compliance e que sabem praticar internamente aquilo que pregam aos clientes. E sabemos por quê dizemos isso: há desde aqueles escritórios de fachada até muitos que não fazem um trabalho jurídico tributário, mas de corrupção de autoridades.
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Antes da nova legislação, a preocupação com o compliance atingia apenas de 5% a 10% das empresas com operações no Brasil, já que o cuidado atingia basicamente as companhias submetidas às leis estrangeiras. Atualmente, a maior parte dos escritórios que já possui algum programa de compliance segue a Lei americana anticorrupção -‐ Foreign Corrupt Practicies Act (FCPA) -‐ e espera ter que implementar poucas mudanças após a regulamentação da legislação brasileira. O artigo 7º da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846) estabelece que, antes da aplicação de uma sanção, será considerado a "existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica". Ou seja, a comprovação da criação de um programa de compliance pode atenuar uma eventual sanção. No entanto, os parâmetros de um bom programa ainda não foram estabelecidos pelo governo. Agora cabe a cada empresa, organização ou companhia delinear seus próprios mecanismos de educação e controle de práticas que possam beirar a ilicitude ou a improbidade. Um bom começo? Conhecimento integral e profundo da nova Lei 12.846, conhecimento da lei Americana anticorrupção – FCPA, o desenvolvimento de um manual de ética e conduta, e sobretudo: a implantação imediata de um programa de compliance.
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Em casos de acidente, a Justiça do Trabalho se divide ao apontar a responsabilidade tanto das empresas quanto dos empregados. Em alguns tribunais, a não utilização pelos empregados ou mesmo a utilização incorreta do EPI é culpa da empresa. Em outras cortes entende-‐se que se o trabalhador não tiver uma justificativa plausível para não usar o EPI, pode ser demitido por justa causa.
Jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região aponta caso em que o empregado faltou no dia da instrução de como usar os EPIs e não usou o equipamento durante o trabalho. Nesse caso, julgado em abril deste ano, a 9ª Turma entendeu que a falta de fiscalização não pode transferir para a empregadora a responsabilidade total pelos danos. “Se o empregado recebe óculos de proteção e não o usa, cabe-‐lhe grande parcela de culpa por ferimentos ocorridos na região que seria protegida pelo EPI”, diz o acórdão.
Entretanto esses entendimentos não são unânimes. Há decisões no sentido de que a falta de fiscalização impede a dispensa por justa causa. É o caso de duas decisões do TRT-‐24 que entenderam que se não havia rígida fiscalização ou exigência da utilização dos equipamentos durante o trabalho, e as empresas descumpriam obrigação legal de assegurar a integridade física de seus empregados — o que impede a dispensa por justa causa. A Consolidação das Leis Trabalhistas, por sua vez, determina que o uso não justificado do equipamento é motivo de demissão por justa causa do empregado. Porém, é possível interpretar que a demissão se dará apenas no caso em que o empregado não tenha uma justificativa plausível para o não uso do EPI.
Se o empregado se recusar a usar o equipamento pode ser demitido por justa causa, já que além de ser um ato de insubordinação do empregado, está colocando em risco a sua saúde. Para segurança da empresa é importante que a mesma se acautele através de advertências e suspensão antes da demissão por justa causa, já que um único evento pode ser considerado rigor excessivo do empregador. A empresa que não fiscaliza a utilização de EPI por seus funcionários assume o risco de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e, como consequência, pode ser responsabilizada pelo pagamento de dano moral, material, estético e pensão vitalícia. Uma postura negligente da empresa desestimula os empregados e faz com que eles não prezem pelo uso e conservação do equipamento, e, consequentemente, pela sua própria segurança. Isso traz uma imagem negativa para a empresa, além de consequências jurídicas em ações trabalhistas, para o pagamento de adicionais de periculosidade e insalubridade, decorrentes de irregularidade no fornecimento e/ou utilização dos equipamentos Além disso, não basta que a empresa forneça os equipamentos de proteção. É necessário que haja a comprovação da entrega dos EPIs, em perfeito estado de conservação, quantidade suficiente e, imprescindível, dentro de seus prazos de validade, assim como uma fiscalização efetiva quanto a sua regular e correta utilização. A empresa deve fazer ainda o rigoroso controle dos funcionários e promover a conscientização pelo regular uso dos equipamentos.
A falta de segurança jurídica na Justiça do Trabalho — queixa constante de empresários e advogados — pode ser exemplificada nas decisões sobre o controle do uso de equipamentos de
segurança obrigatório pelos trabalhadores, os Equipamentos de
Proteção Individual (EPI’s).
“Não basta que a empresa forneça os equipamentos de proteção. Deve haver a comprovação da entrega dos EPIs.”
-‐ Justiça do Trabalho
Justa Causa ou não? Responsabilização pelo não uso de EPIs ainda varia.