1. Aula 03 Direito Administrativo p/ XX Exame de Ordem - OAB
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www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 82 AULA 03 Ol pessoal! Na aula
de hoje estudaremos os consrcios pblicos, as agncias reguladoras e
as entidades paraestatais. Dos assuntos da aula, os consrcios
pblicos que possuem maior histrico de cobrana nas provas da OAB,
seguidos pelas OSCIP, no mbito das entidades paraestatais.
Portanto, redobre a ateno nesses temas. Nosso sumrio o seguinte:
SUMRIO Consrcios
pblicos.......................................................................................................................................................3
Entidades
paraestatais..............................................................................................................................................20
Servios sociais
autnomos...................................................................................................................................22
Organizaes sociais
(OS).......................................................................................................................................27
Organizaes da sociedade civil de interesse pblico
(OSCIP)...............................................................35
Principais distines entre OS e
OSCIP.............................................................................................................43
Agncias
reguladoras.................................................................................................................................................47
RESUMO DA
AULA.....................................................................................................................................................63
Jurisprudncia da
aula..............................................................................................................................................66
Questes comentadas na
aula...............................................................................................................................72
Gabarito.............................................................................................................................................................................82
Preparados? Aos estudos! 89144404190
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www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 82 CONSRCIOS PBLICOS Como j
adiantado na aula passada, os consrcios pblicos, quando constitudos
com personalidade jurdica de direito pblico, integram a Administrao
Indireta dos entes consorciados, sob a forma de associaes pblicas.
Contudo, a doutrina diverge sobre se essas associaes integrariam a
Administrao Indireta como uma quinta espcie de entidade, ao lado de
autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia
mista, ou, to somente, como uma subdiviso do gnero autarquia.
Vejamos. Os consrcios pblicos so figuras administrativas previstas
originalmente no art. 241 da Constituio Federal, o qual estabelece:
Art. 241 - A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios
disciplinaro por meio de lei os consrcios pblicos e os convnios de
cooperao entre os entes federados, autorizando a gesto associada de
servios pblicos, bem como a transferncia total ou parcial de
encargos, servios, pessoal e bens essenciais continuidade dos
servios transferidos. Com suporte no art. 241 da CF, a Lei
11.107/2005 foi editada para estabelecer normas gerais para que a
Unio, os Estados, o DF e os Municpios contratassem consrcios
pblicos para a realizao de objetivos de interesse comum, promovendo
a gesto associada a que alude o citado mandamento constitucional.
Regulamentando a matria, o Decreto 6.017/2007 define consrcio
pblico da seguinte forma: Consrcio pblico: pessoa jurdica formada
exclusivamente por entes da Federao, para estabelecer relaes de
cooperao federativa, inclusive a realizao de objetivos de interesse
comum, constituda como associao pblica, com personalidade jurdica
de direito pblico e natureza autrquica, ou como pessoa jurdica de
direito privado sem fins econmicos. Consrcio pblico, portanto,
pessoa jurdica formada exclusivamente por entes federados (Unio,
Estados, DF e Municpios) com a finalidade de cooperao federativa
(realizao de objetivos de interesse comum). Diferem-se dos convnios
pelo fato de que estes, ao contrrio dos consrcios, so
despersonificados, ou seja, no possuem personalidade jurdica;
ademais, os convnios podem ser celebrados entre 89144404190
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www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 82 entidades pblicas e privadas
(pessoa fsica ou jurdica). J o consrcio pblico formalizado
necessariamente entre entes polticos/federados. O objeto dos
consrcios pblicos, ressalte-se, consiste na realizao de atividades
e metas de interesse comum das pessoas federativas consorciadas. A
ideia que determinados servios pblicos, por sua natureza ou extenso
territorial, demandam a presena de mais de uma pessoa pblica para
que sejam efetivamente executados. Pode haver, por exemplo, um
consrcio entre dois Estados, entre um Estado e o Distrito Federal,
entre a Unio e vrios Estados. No poder, contudo, haver consrcio
pblico constitudo unicamente pela Unio e Municpios. Deve haver
sempre a participao do Estado em cujo territrio estejam situados os
Municpios consorciados1 . Tambm no pode haver consrcio pblico
celebrado entre um Estado e Municpio de outro Estado. Entretanto,
podem ser celebrados consrcios pblicos entre o Distrito Federal e
Municpios. O consrcio pblico ser constitudo por contrato. Carvalho
Filho esclarece que h dois requisitos formais prvios formao do
consrcio: 1) Subscrio prvia de protocolo de intenes. 2) Ratificao
do protocolo por lei. Primeiramente, deve haver a prvia subscrio de
protocolo de intenes (Lei 11.107/2005, art. 3). Esse protocolo uma
espcie de do ente estatal para participar do negcio pblico. Na
verdade, o protocolo de intenes corresponde ao prprio contedo do
ajuste, devendo j conter as clusulas que definam a atuao dos entes
estatais e as formas de consecuo de seus objetivos. Firmado o
protocolo, dever este ser ratificado por lei (art. 5). Assim, o
Poder Legislativo de cada ente da Federao consorciado dever editar
uma lei a ttulo de ratificao do protocolo de intenes; esta, porm,
ser dispensada se a entidade pblica, ao momento do protocolo, j
tiver editado lei disciplinadora de sua participao no consrcio
(art. 6, 2). 1 A Unio somente participar de consrcios pblicos em
que tambm faam parte todos os Estados em cujos territrios estejam
situados os Municpios consorciados . 89144404190
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www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 82 Aps ser ratificado pelos
entes da Federao interessados, mediante lei, o protocolo de intenes
converte-se no contrato do consrcio pblico. O consrcio pblico
adquirir personalidade jurdica (art. 6): de direito pblico, no caso
de constituir associao pblica, mediante a vigncia das leis de
ratificao do protocolo de intenes; de direito privado, mediante o
atendimento dos requisitos da legislao civil. Assim, quanto
formalizao do consrcio, exige-se que as partes constituam uma
pessoa jurdica, sob a forma de associao pblica ou de pessoa jurdica
de direito privado. Quando assumir a forma de associao pblica, ter
personalidade jurdica de direito pblico e integrar a Administrao
Indireta das pessoas federativas consorciadas. o que dispe o art.
6, 1 da Lei 11.107/2005: 1o O consrcio pblico com personalidade
jurdica de direito pblico integra a administrao indireta de todos
os entes da Federao consorciados. Nesse caso, ter todas as
prerrogativas e privilgios prprios das pessoas jurdicas de direito
pblico. No que concerne ao enquadramento das associaes pblicas na
Administrao Indireta, existem posicionamentos diversos na doutrina:
parte entende que so uma espcie de autarquia, no caso, uma
autarquia interfederativa, e parte entende que so uma nova entidade
da Administrao Indireta que, semelhana das autarquias, tm
personalidade jurdica de direito pblico e autonomia administrativa
e financeira. Carvalho Filho comunga do primeiro entendimento e
Maria Sylvia Di Pietro, do segundo. Exemplo de associao pblica a
Autoridade Pblica Olmpica APO, consrcio formado pela Unio, Estado e
Municpio do Rio de Janeiro com vistas preparao e realizao dos Jogos
Olmpicos e Paraolmpicos de 20162 . Por outro lado, caso se institua
como pessoa jurdica de direito privado, assumir a forma de associao
civil e, em princpio, estar 2 Lei 12.396/2011 89144404190
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Indireta. Parte da doutrina, contudo, entende que a entidade
representativa do consrcio pblico se incluir na Administrao
Indireta dos entes federativos consorciados mesmo se for constituda
com personalidade jurdica de direito privado, uma vez que seu
objeto a prestao de servios pblicos de forma descentralizada por
pessoa jurdica formada exclusivamente por pessoas da federao.
Quanto alterao ou extino do consrcio, o art. 12 da lei determina
que depender de instrumento aprovado pela assembleia geral,
ratificado mediante lei por todos os entes consorciados. Nos
responsveis por cada obrigao, os entes consorciados respondero
solidariamente pelas obrigaes remanescentes, garantindo o direito
de regresso em face dos entes beneficiados ou dos que deram causa O
regime jurdico do consrcio com personalidade jurdica de direito
privado hbrido. Seu quadro de pessoal ter regime trabalhista,
submetido s normas da CLT. Todavia, o consrcio pblico de direito
privado deve observar as normas de direito pblico no que concerne a
realizao de licitao, celebrao de contratos, prestao de contas e
admisso de pessoal mediante concurso pblico (art. 6, 2). Para o
cumprimento de seus objetivos, o consrcio pblico poder firmar
convnios, contratos, acordos de qualquer natureza, alm de receber
auxlios, contribuies e subvenes sociais ou econmicas de outras
entidades e rgos do governo. Havendo previso no contrato, o
consrcio tambm poder promover desapropriaes e instituir servides
administrativas. Pode ainda o consrcio ser contratado mediante
dispensa de licitao pela administrao direta ou indireta dos entes
da Federao consorciados (art. 2, 1). A lei admite, ainda, que os
consrcios pblicos arrecadem tarifas e outros preos pblicos no caso
de ser prestado algum servio ou quando administrarem bens pblicos
cujo uso seja remunerado (art. 2, 2). Os entes consorciados se
comprometem a fornecer recursos financeiros ao consrcio pblico para
realizao de suas despesas mediante um instrumento chamado contrato
de rateio, formalizado em cada exerccio financeiro e com prazo de
vigncia no superior ao das dotaes que o suportam, com exceo dos
contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos
consistentes em programas e aes 89144404190
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www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 82 contemplados em plano
plurianual ou a gesto associada de servios pblicos custeados por
tarifas ou outros preos pblicos. Ademais, poder ser firmado
contrato de programa entre o consrcio e um de seus consorciados, a
fim de que este ltimo assuma a obrigao de prestar servios por meio
de seus prprios rgos (Administrao Direta) ou por meio de entidades
da Administrao Indireta (art. 4, XI, d). O representante legal do
consrcio pblico obrigatoriamente dever ser eleito dentre os Chefes
do Poder Executivo dos entes da Federao consorciados. A forma de
sua eleio e a durao de seu mandato devem estar previstas no
protocolo de intenes (art. 4, VIII). Por fim, importante ressaltar
que o consrcio pblico est sujeito fiscalizao contbil, operacional e
patrimonial pelo Tribunal de Contas competente para apreciar as
contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consrcio,
inclusive quanto legalidade, legitimidade e economicidade das
despesas, atos, contratos e renncia de receitas. No entanto, isso
no afasta o controle externo a ser exercido pelos Tribunais de
Contas responsveis pela fiscalizao dos demais entes consorciados,
em razo dos recursos disponibilizados nos contratos de rateio. 1.
(FGV OAB 2016) O Estado X e os Municpios A, B e C subscreveram
protocolo de intenes para a constituio de um consrcio com
personalidade jurdica de direito privado para atuao na coleta,
descarte e reciclagem de lixo produzido no limite territorial
daqueles municpios. Com base no caso apresentado, assinale a
afirmativa correta. A) Por se tratar de consrcio a ser constitudo
entre entes de hierarquias diversas, a saber, Estado e Municpios,
obrigatria a participao da Unio. B) O consrcio de direito privado a
ser constitudo pelo Estado e pelos Municpios no est alcanado pela
exigncia de prvia licitao para os contratos que vier a celebrar. C)
O consrcio entre o Estado e os Municpios ser constitudo por
contrato e adquirir personalidade jurdica mediante o atendimento
dos requisitos da legislao civil. D) Por se tratar de consrcio para
atuao em rea de relevante interesse coletivo, 89144404190
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www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 82 no se admite que seja
constitudo com personalidade de direito privado. Comentrio: Vamos
analisar cada alternativa: a) ERRADA. No obrigatria a participao da
Unio em consrcios celebrados entre Estados e Municpios. O que a lei
prescreve, na verdade, Unio somente participar de consrcios pblicos
em que tambm faam parte todos os Estados em cujos territrios
estejam situados os Municpios consorciados 1, 2). Ou seja, se a
Unio quiser celebrar consrcio com algum Municpio, necessariamente
dever haver a participao do Estado correspondente. b) ERRADA.
Conforme o art. 6, 2 da Lei 11.107/2005, o consrcio pblico de
direito privado deve observar as normas de direito pblico no que
concerne a realizao de licitao, celebrao de contratos, prestao de
contas e admisso de pessoal mediante concurso pblico. c) CERTA.
consrcio pblico ser constitudo por contrato cuja celebrao depender
da prvia subscrio de protocolo de intenes . Por sua vez, o art. 6
da lei prescreve que o o consrcio pblico adquirir personalidade
jurdica: I de direito pblico, no caso de constituir associao
pblica, mediante a vigncia das leis de ratificao do protocolo de
intenes; II de direito privado, mediante o atendimento dos
requisitos da legislao civil. d) ERRADA. A lei no impe restries em
relao ao objeto dos consrcios pblicos com personalidade jurdica de
direito privado. A escolha do regime jurdico do consrcio um ato
discricionrio do Poder Pblico. c 2. (FGV OAB 2011) A Lei 11.107, de
6 de abril de 2005, dispe sobre normas gerais para a Unio, os
Estados, o Distrito Federal e os Municpios contratarem consrcios
pblicos para a realizao de objetivos de interesse comum. A respeito
do regime jurdico aplicvel a tais consrcios pblicos, assinale a
alternativa correta. (A) vedada a celebrao de contrato de consrcio
pblico cujo valor seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhes)
de reais. (B) Os consrcios pblicos na rea de sade, em razo do
regime de gesto associada, so dispensados de obedecer aos princpios
que regulam o Sistema nico de Sade. (C) vedada a celebrao de
contrato de consrcio pblico para a prestao de servios cujo perodo
seja inferior a 5 (cinco) anos. (D) A Unio somente participar de
consrcios pblicos em que tambm faam parte 89144404190
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www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 82 todos os Estados em cujos
territrios estejam situados os Municpios consorciados. Comentrios:
vamos analisar cada assertiva: a) ERRADA. A Lei 11.107/2005 no impe
limite de valor para a celebrao de consrcios pblicos. b) ERRADA.
Segundo o art. 1, 3 da Lei 11.107/2005, pblicos, na rea de sade,
devero obedecer aos princpios, diretrizes e normas que regulam o
Sistema nico de Sade . c) ERRADA. A Lei 11.107/2005 no impe limite
de prazo para o contrato de consrcio pblico. d) CERTA. No poder
haver consrcio pblico constitudo unicamente pela Unio e Municpios.
Deve haver sempre a participao do Estado em cujo territrio estejam
situados os Municpios consorciados. o que prev o art. 1, 2 da Lei
11.107/2005: 2o A Unio somente participar de consrcios pblicos em
que tambm faam parte todos os Estados em cujos territrios estejam
situados os Municpios consorciados. 3. (FGV OAB 2012) Quatro
municpios celebram um consrcio pblico para desenvolverem um projeto
comum para o tratamento industrial de lixo coletado em suas
respectivas reas, criando uma pessoa jurdica para gerenciar as
atividades do consrcio. luz da legislao aplicvel, assinale a
alternativa correta. (A) Como se trata de atividade tipicamente
estatal, essa pessoa jurdica administrativa dever ser
obrigatoriamente uma autarquia, criada por lei oriunda do maior
municpio celebrante do pacto. (B) O ordenamento jurdico brasileiro
admite, no caso, tanto a criao de uma pessoa jurdica de direito
pblico (a chamada associao pblica) quanto de direito privado. (C) O
ordenamento jurdico brasileiro no admite a criao de uma entidade
desse tipo, pois as pessoas jurdicas integrantes da Administrao
Indireta so apenas as indicadas no art. 5 do Decreto-Lei 200/67.
(D) A pessoa jurdica oriunda de um consrcio pblico no poder ser, em
hiptese alguma, uma pessoa jurdica de direito privado, pois isso no
admitido pela legislao aplicvel. Comentrios: vamos analisar cada
alternativa: a) ERRADA. A gesto associada de servios pblicos entre
entes polticos distintos deve ser promovida pela celebrao de
convnios ou pela formao de consrcios pblicos, e no pela criao de
autarquia nica. Com efeito, a jurisprudncia do STF veda a criao de
autarquias interestaduais ou 89144404190
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www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 82 intermunicipais; portanto,
essa no poderia ser a soluo adotada no caso concreto da questo. b)
CERTA. O art. 6 da Lei 11.107/2005 admite que os consrcios pblicos
possuam personalidade jurdica de direito pblico ou de direito
privado: Art. 6o O consrcio pblico adquirir personalidade jurdica:
I de direito pblico, no caso de constituir associao pblica,
mediante a vigncia das leis de ratificao do protocolo de intenes;
II de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da
legislao civil. no deixa dvidas a respeito da possibilidade de se
formar um consrcio pblico para que os Municpios desenvolvam um
projeto comum para o tratamento industrial de lixo coletado: Art.
1o Esta Lei dispe sobre normas gerais para a Unio, os Estados, o
Distrito Federal e os Municpios contratarem consrcios pblicos para
a realizao de objetivos de interesse comum e d outras providncias.
d) ERRADA. A Lei 11.107/2005 admite a criao de consrcio pblico como
pessoa jurdica de direito privado, conforme o art. 6 transcrito
acima. Tal possibilidade tambm est prevista no art. 1, 1: 1o O
consrcio pblico constituir associao pblica ou pessoa jurdica de
direito privado. 4. (FGV OAB 2013) A Unio celebrou protocolo de
intenes com o Estado A e os Municpios X, Y e Z do Estado B, todos
em regies de fronteira, para a constituio de um consrcio pblico na
rea de segurana pblica. Considerando a disciplina legislativa
acerca dos consrcios pblicos, assinale a afirmativa correta. A) O
consrcio pblico pode adquirir personalidade jurdica de direito
pblico, constituindo-se em uma associao pblica. B) O consrcio
pblico representa uma comunho de esforos, no adquirindo
personalidade jurdica prpria. C) A Unio no pode constituir consrcio
do qual faam parte Municpios no integrantes de Estado no
conveniado. D) O consrcio pblico adquire personalidade jurdica com
a celebrao do protocolo de intenes. Comentrios: 89144404190
12. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 82 a) CERTA, nos termos do
art. 6, I da Lei 11.107/2005: Art. 6o O consrcio pblico adquirir
personalidade jurdica: I de direito pblico, no caso de constituir
associao pblica, mediante a vigncia das leis de ratificao do
protocolo de intenes; II de direito privado, mediante o atendimento
dos requisitos da legislao civil. b) ERRADA. Conforme se nota no
caput do art. 6 transcrito acima, o consrcio pblico adquirir
personalidade jurdica. c) ERRADA. Segundo o art. 1, 2 da Lei
11.107/2005, a Unio somente participar de consrcios pblicos em que
tambm faam parte todos os Estados em cujos territrios estejam
situados os Municpios consorciados. Assim, por exemplo, para a Unio
participar de um consrcio com o Municpio de Campo Grande, o Estado
do Mato Grosso do Sul tambm dever fazer parte do ajuste. d) ERRADA.
Caso seja um consrcio pblico de direito pblico, a personalidade
jurdica ser adquirida mediante a vigncia das leis de ratificao do
respectivo protocolo de intenes. Caso seja um consrcio pblico de
direito privado, a personalidade jurdica ser adquirida mediante o
atendimento dos requisitos da legislao civil. 5. (FGV OAB 2014) Os
municpios A, B e C formam o consrcio ABC, com personalidade jurdica
de direito privado, para a realizao de objetivos de interesse
comum. Para o desempenho das atividades, o consrcio pretende
promover desapropriaes, com vistas a obter terrenos, onde,
futuramente casas populares com recursos transferidos pelo Governo
Federal. Considerando a disciplina legislativa acerca dos consrcios
pblicos, assinale a afirmativa correta. A) Os Municpios A, B e C no
podem constituir consrcio que no se revista de personalidade
jurdica de direito pblico. B) O consrcio pblico que tenha
personalidade jurdica de direito privado, ainda que constitudo por
entes pblicos, no pode promover desapropriaes. C) A Unio poder
firmar convnios com o consrcio ABC para fins de transferncia
voluntria de recursos. D) Apenas os consrcios constitudos sob a
forma de pessoas jurdicas de direito pblico podem receber recursos
transferidos pela Unio. Comentrios: vamos analisar cada
alternativa: a) ERRADA. O art. 6 da Lei 11.107/2005 admite a criao
de consrcio 89144404190
13. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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de direito pblico ou de direito privado. b) ERRADA. O art. 2, 1, II
da Lei 11.107/2005 d a entender que apenas os consrcios de direito
pblico podem promover desapropriaes e instituir servides
administrativas. Veja: Art. 2o Os objetivos dos consrcios pblicos
sero determinados pelos entes da Federao que se consorciarem,
observados os limites constitucionais. 1o Para o cumprimento de
seus objetivos, o consrcio pblico poder: I firmar convnios,
contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxlios,
contribuies e subvenes sociais ou econmicas de outras entidades e
rgos do governo; II nos termos do contrato de consrcio de direito
pblico, promover desapropriaes e instituir servides nos termos de
declarao de utilidade ou necessidade pblica, ou interesse social,
realizada pelo Poder Pblico; e III ser contratado pela administrao
direta ou indireta dos entes da Federao consorciados, dispensada a
licitao. Todavia, o Decreto 6.017/2007, que regulamenta a Lei
11.107/2005, d margem para que os consrcios de direito privado
tambm tenham tais competncias, desde que previsto no contrato de
programa: Art. 10. Para cumprimento de suas finalidades, o consrcio
pblico poder: I - firmar convnios, contratos, acordos de qualquer
natureza, receber auxlios, contribuies e subvenes sociais ou
econmicas; II - ser contratado pela administrao direta ou indireta
dos entes da Federao consorciados, dispensada a licitao; e III -
caso constitudo sob a forma de associao pblica, ou mediante previso
em contrato de programa, promover desapropriaes ou instituir
servides nos termos de declarao de utilidade ou necessidade pblica,
ou de interesse social. Nessa linha, Maria Sylvia Di Pietro ensina
que os consrcios pblicos podem promover desapropriaes e instituir
servides. c) CERTA. o que prev o art. 14 da Lei 11.107/2005: Art.
14. A Unio poder celebrar convnios com os consrcios pblicos, com o
objetivo de viabilizar a descentralizao e a prestao de polticas
pblicas em escalas adequadas. d) ERRADA. Como se nota no art. 2 da
Lei 11.107/2005 e no art. 10 do acima, os consrcios pblicos podem
firmar convnios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber
auxlios, contribuies e subvenes sociais ou econmicas de outras
entidades e rgos do governo. A professora Di Pietro
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14. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 82 ensina que tal faculdade
assiste aos consrcios pblicos . 6. (Cespe OAB 2010) Em cada uma das
opes abaixo, apresentada uma situao hipottica, seguida de uma
assertiva a ser julgada com relao organizao da administrao pblica.
Assinale a opo em que a assertiva est correta. A) Hlio pretende
ingressar com ao ordinria de repetio de indbito, visando devoluo do
imposto de renda que fora pago, conforme alega, indevidamente.
Nessa situao, a ao dever ser proposta em face da Receita Federal do
Brasil. B) A Unio qualificou uma instituio privada como organizao
social. Nessa situao, essa instituio passar a integrar a
administrao indireta da Unio. C) Jorge ingressou com reclamao
trabalhista contra sociedade de economia mista federal exploradora
de atividade econmica, em regime de ampla concorrncia. Nessa
situao, conforme o regime constitucional, os bens dessa empresa no
podem ser penhorados, j que ela integra a administrao indireta da
Unio. D) Mediante previso do contrato de consrcio pblico, foi
firmado contrato de programa entre a Unio e entidade que integra a
administrao indireta de um estado consorciado. Nessa situao, esse
contrato de programa ser automaticamente extinto caso o contratado
deixe de integrar a administrao indireta do estado consorciado.
Comentrios: vamos analisar cada alternativa: a) ERRADA. A Receita
Federal, na qualidade de rgo pblico da administrao direta federal,
no possui capacidade processual, uma vez que no possui
personalidade jurdica. Portanto, no caso, Hlio deveria ingressar
com a ao em face da Unio, e no da Receita Federal. b) ERRADA. As
instituies privadas qualificadas como organizaes sociais no passam
a integrar a administrao indireta da Unio. Tais instituies so
consideradas entidades paraestatais, pois so fomentadas pelo
Estado, mas sem a ele pertencerem. c) ERRADA. Os bens das
sociedades de economia mista exploradas de atividade econmica so
considerados bens privados. Em consequncia, no possuem as
prerrogativas prprias de bens pblicos, como a impenhorabilidade. d)
CERTA, conforme previsto no art. 13, 6 da Lei 11.107/2005: 5o
Mediante previso do contrato de consrcio pblico, ou de convnio de
cooperao, o contrato de programa poder ser celebrado por entidades
de direito 89144404190
15. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
exerccios comentados Prof. Erick Alves Aula 03 Prof. Erick Alves
www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 82 pblico ou privado que
integrem a administrao indireta de qualquer dos entes da Federao
consorciados ou conveniados. 6o O contrato celebrado na forma
prevista no 5o deste artigo ser automaticamente extinto no caso de
o contratado no mais integrar a administrao indireta do ente da
Federao que autorizou a gesto associada de servios pblicos por meio
de consrcio pblico ou de convnio de cooperao. 7. (Cespe AGU 2013)
Embora o consrcio pblico possa adquirir personalidade jurdica de
direito pblico ou de direito privado, em ambas as hipteses a
contratao de pessoal dever ser regida pela Consolidao das Leis do
Trabalho, pois a legislao veda a admisso de pessoal no regime
estatutrio. Comentrio: A questo est errada. A Lei 11.107/2005
estabelece que o pessoal dos consrcios pblicos com personalidade
jurdica de direito privado dever ser regido pela Consolidao das
Leis do Trabalho - CLT: 2o No caso de se revestir de personalidade
jurdica de direito privado, o consrcio pblico observar as normas de
direito pblico no que concerne realizao de licitao, celebrao de
contratos, prestao de contas e admisso de pessoal, que ser regido
pela Consolidao das Leis do Trabalho - CLT. Quanto aos consrcios de
direito pblico, no h impedimento para que sejam admitidos no regime
estatutrio. Gabarito: Errado 8. (ESAF SUSEP 2010) Em nossos dias,
embora sequer sejam citadas(os) pelo Decreto-Lei n. 200/1967, tambm
integram a administrao indireta as(os): a) Organizaes Sociais de
Interesse Pblico. b) Organizaes No-Governamentais sem fins
lucrativos. c) Organizaes Sociais. d) Consrcios Pblicos com
personalidade jurdica de direito pblico. e) Parceiros
Pblico-Privados sem fins lucrativos. Comentrios: Nos termos da Lei
11.107/2005, que dispe sobre normas gerais de contratao de
consrcios pblicos: Art. 6o O consrcio pblico adquirir personalidade
jurdica: I de direito pblico, no caso de constituir associao
pblica, mediante a vigncia das leis de ratificao do protocolo de
intenes; II de direito privado, mediante o atendimento dos
requisitos da legislao civil. 1o O consrcio pblico com
personalidade jurdica de direito pblico integra a 89144404190
16. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 82 administrao indireta de
todos os entes da Federao consorciados. A de Interesse Pblico,
Organizaes No-Governamentais e Organizaes Sociais, respectivamente,
so consideradas entidades paraestatais, isto , entes privados que
colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse
pblico, mas que no integram a Administrao formal, direta ou
indireta. J os Parceiros Pblico- servios pblicos por delegao do
Poder Pbico, tambm no so considerados integrantes da Administrao
Pblica direta ou indireta. 9. (ESAF AFRFB 2014) Em se tratando dos
Consrcios pblicos, Terceiro Setor e o disposto na Instruo Normativa
SLTI/MP n. 02 de 2008, correto afirmar: a) a lei que rege os
consrcios pblicos prev dois tipos de contratos a serem firmados
pelos entes consorciados: o contrato de rateio e o contrato de
cooperao. b) o servio dever ser executado obrigatoriamente pelos
cooperados, vedando-se qualquer intermediao, quando se tratar da
contratao de cooperativas. c) o terceiro setor compreende as
entidades da sociedade civil de fins pblicos e lucrativos
coexistindo com o primeiro setor, que o Estado, e o segundo setor,
que o mercado. d) vedado ao consrcio pblico a possibilidade de ser
contratado pela administrao direta ou indireta dos entes da Federao
consorciados, com dispensa de licitao. e) no caso de extino do
consrcio pblico, os entes consorciados respondero subsidiariamente
pelas obrigaes remanescentes, at que haja deciso que indique os
responsveis por cada obrigao. Comentrios: Vamos analisar cada
alternativa: a) ERRADA. A Lei 11.107/2005, que rege os consrcios
pblicos, prev dois tipos de contratos a serem firmados pelos entes
consorciados, a saber: contrato de rateio e contrato de programa.
Portanto, a assertiva erra ao falar Contrato de rateio o
instrumento pelo qual os entes consorciados se comprometem a
aportar recursos financeiros para a realizao das despesas do
consrcio pblico (art. 8). J contrato de programa o instrumento pelo
qual devem ser constitudas e reguladas as obrigaes que um ente da
Federao, inclusive sua administrao indireta, tenha para com outro
ente da Federao, ou para 89144404190
17. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 82 com consrcio pblico, no
mbito da prestao de servios pblicos por meio de cooperao federativa
(art. 13). Por outro lado, a lei no prev a figura de contrato de
cooperao. O que existe so os convnios de cooperao, conforme
previsto no art. 241 da CF: Art. 241. A Unio, os Estados, o
Distrito Federal e os Municpios disciplinaro por meio de lei os
consrcios pblicos e os convnios de cooperao entre os entes
federados, autorizando a gesto associada de servios pblicos, bem
como a transferncia total ou parcial de encargos, servios, pessoal
e bens essenciais continuidade dos servios transferidos. Como se v,
consrcios pblicos e convnios de cooperao tm por objetivo promover a
gesto associada de servios pblicos; porm, so institutos jurdicos
distintos. De fato, convnios de cooperao so pactos firmados
exclusivamente por entes da Federao, com o objetivo de autorizar a
gesto associada de servios pblicos, desde que ratificado ou
previamente disciplinado por lei editada por cada um deles (Decreto
6.017/2007, art. 1, VIII). Nos convnios, no h a criao de pessoa
jurdica. H um mero acordo de cooperao. Nos consrcios pblicos, por
sua vez, h uma reunio exclusiva de entes polticos, e a formao de
uma nova pessoa jurdica, com a personalidade jurdica de direito
pblico (associao pblica) ou de direito privado. b) CERTA. A
assertiva trata das disposies da IN SLTI 2/2008, que dispe sobre
regras e diretrizes para a contratao de servios, continuados ou no.
A norma prev que a contratao de sociedades cooperativas somente
poder ocorrer quando, pela sua natureza, o servio a ser contratado
puder ser executado com autonomia pelos cooperados, de modo a no
demandar relao de subordinao entre a cooperativa e os cooperados,
nem entre a Administrao e os cooperados (art. 4, I). Ademais, o
art. 5 da IN prev o seguinte: Art. 5 No ser admitida a contratao de
cooperativas ou instituies sem fins lucrativos cujo estatuto e
objetivos sociais no prevejam ou no estejam de acordo com o objeto
contratado. Pargrafo nico. Quando da contratao de cooperativas ou
instituies sem fins lucrativos, o servio contratado dever ser
executado obrigatoriamente pelos cooperados, no caso de
cooperativa, ou pelos profissionais pertencentes aos quadros
funcionais da instituio sem fins lucrativos, vedando-se qualquer
intermediao ou subcontratao. c) ERRADA. Segundo a doutrina
predominante, o primeiro setor compreende o Estado com sua misso de
realizar a atividade administrativa para satisfazer as necessidades
da coletividade. O segundo setor compreende o mercado no qual vale
a livre iniciativa e tem como paradigma o lucro. O 89144404190
18. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 82 terceiro setor compreende
entidades privadas sem fins lucrativos que exercem atividades de
interesse social e coletivo, razo pela qual recebem incentivos do
Estado a ttulo de fomento. So exemplos as Organizaes Sociais e as
Organizaes da Sociedade Civil de Interessa Pbico. H ainda, para
alguns doutrinadores, o quarto setor que compreende a economia
informal. Portanto, d) ERRADA, ante o disposto na Lei 11.107/2005:
Art. 2o Os objetivos dos consrcios pblicos sero determinados pelos
entes da Federao que se consorciarem, observados os limites
constitucionais. 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o
consrcio pblico poder: I firmar convnios, contratos, acordos de
qualquer natureza, receber auxlios, contribuies e subvenes sociais
ou econmicas de outras entidades e rgos do governo; II nos termos
do contrato de consrcio de direito pblico, promover desapropriaes e
instituir servides nos termos de declarao de utilidade ou
necessidade pblica, ou interesse social, realizada pelo Poder
Pblico; e III ser contratado pela administrao direta ou indireta
dos entes da Federao consorciados, dispensada a licitao. e) ERRADA.
No caso, os entes consorciados respondero , e no . o que diz a Lei
11.107/2005: Art. 12. A alterao ou a extino de contrato de consrcio
pblico depender de instrumento aprovado pela assemblia geral,
ratificado mediante lei por todos os entes consorciados. 1o Os
bens, direitos, encargos e obrigaes decorrentes da gesto associada
de servios pblicos custeados por tarifas ou outra espcie de preo
pblico sero atribudos aos titulares dos respectivos servios. 2o At
que haja deciso que indique os responsveis por cada obrigao, os
entes consorciados respondero solidariamente pelas obrigaes
remanescentes, garantindo o direito de regresso em face dos entes
beneficiados ou dos que deram causa obrigao. 10. (ESAF DNIT 2013) A
respeito dos conceitos, constituio, formas e objetivos dos
consrcios pblicos de que trata a Lei n. 11.107/2005, correto
afirmar, exceto: a) a participao da Unio na formao dos consrcios
pblicos est condicionada participao de todos os Estados em cujos
territrios estejam situados os municpios consorciados. b) a
celebrao de protocolo de intenes condio necessria para a constituio
89144404190
19. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 82 do consrcio pblico. c) para
o cumprimento dos seus objetivos, os consrcios pblicos podem
receber auxlios, subvenes e contribuies. d) vedado autorizar
mediante contrato a permisso para que o consrcio pblico promova a
outorga, concesso e permisso de obras ou servios pblicos. e) Pode
ser constitudo na forma de associao pblica ou pessoa jurdica de
direito privado. Comentrios: Vamos analisar cada alternativa com
base na Lei 11.107/2005: a) CERTA, nos termos do art. 1, 2 da Lei:
2o A Unio somente participar de consrcios pblicos em que tambm faam
parte todos os Estados em cujos territrios estejam situados os
Municpios consorciados. Assim, no pode haver um consrcio formado
exclusivamente pela Unio e por um Municpio. No caso, o Estado ao
qual pertence o Municpio tambm deve participar. b) CERTA, nos
termos do art. 3 da Lei: Art. 3o O consrcio pblico ser constitudo
por contrato cuja celebrao depender da prvia subscrio de protocolo
de intenes. O protocolo de intenes um contrato preliminar cujas
clusulas devem conter todas as regras necessrias ao funcionamento
do consrcio, por exemplo (art. 4): a denominao, a finalidade, o
prazo de durao e a sede do consrcio; a identificao dos entes da
Federao consorciados; a indicao da rea de atuao do consrcio; a
previso de que o consrcio pblico associao pblica ou pessoa jurdica
de direito privado sem fins econmicos; as normas de convocao e
funcionamento da assembleia geral, inclusive para a elaborao,
aprovao e modificao dos estatutos do consrcio pblico; a forma de
eleio e a durao do mandato do representante legal do consrcio
pblico que, obrigatoriamente, dever ser Chefe do Poder Executivo de
ente da Federao consorciado. Aps ser ratificado pelos entes da
Federao interessados, mediante lei, o protocolo de intenes
converte-se em contrato de consrcio pblico. c) CERTA, nos termos do
art. 2, 1 da Lei: 1o Para o cumprimento de seus objetivos, o
consrcio pblico poder: I firmar convnios, contratos, acordos de
qualquer natureza, receber auxlios, contribuies e subvenes sociais
ou econmicas de outras entidades e rgos do governo; d) ERRADA, pois
os consrcios pblicos podero sim promover a 89144404190
20. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 82 outorga, concesso e
permisso de obras ou servios pblicos, nos termos do art. 2, 3 da
Lei: 3o Os consrcios pblicos podero outorgar concesso, permisso ou
autorizao de obras ou servios pblicos mediante autorizao prevista
no contrato de consrcio pblico, que dever indicar de forma
especfica o objeto da concesso, permisso ou autorizao e as condies
a que dever atender, observada a legislao de normas gerais em
vigor. e) CERTA, nos termos do art. 6 da Lei: Art. 6o O consrcio
pblico adquirir personalidade jurdica: I de direito pblico, no caso
de constituir associao pblica, mediante a vigncia das leis de
ratificao do protocolo de intenes; II de direito privado, mediante
o atendimento dos requisitos da legislao civil. 11. (Cespe TJDFT
2013) Os consrcios pblicos so ajustes firmados por pessoas
federativas, com personalidade de direito pblico ou de direito
privado, mediante autorizao legislativa, com vistas realizao de
atividades e metas de interesse comum dos consorciados. Comentrios:
A assertiva guarda perfeita consonncia com a definio de consrcio
pblico presente do Decreto 6.017/2007: Art. 2o Para os fins deste
Decreto, consideram-se: I - consrcio pblico: pessoa jurdica formada
exclusivamente por entes da Federao, na forma da Lei no 11.107, de
2005, para estabelecer relaes de cooperao federativa, inclusive a
realizao de objetivos de interesse comum, constituda como associao
pblica, com personalidade jurdica de direito pblico e natureza
autrquica, ou como pessoa jurdica de direito privado sem fins
econmicos; Lembrando que os consrcios pblicos so constitudos por
contrato firmado entre os entes da federao participantes, porm
dever ser ratificado por lei aprovada por cada um dos entes
consorciados. Da estar correta a Gabarito: Certo 89144404190
21. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 82 ENTIDADES PARAESTATAIS
Entidades paraestatais so aquelas pessoas jurdicas que atuam ao
lado e em colaborao com o Estado, sem com ele se confundirem.
Trata-se de pessoas privadas, vale dizer, institudas por
particulares, sem fins lucrativos, que exercem funo tpica, embora
no exclusiva, do Estado, se sujeitando ao controle direto ou
indireto do Poder Pblico. Maria Sylvia Di Pietro apresenta a
seguinte conceituao: Entidades paraestatais so pessoas privadas que
colaboram com o Estado desempenhando atividade no lucrativa e s
quais o Poder Pblico dispensa especial proteo, colocando a servio
delas manifestaes do seu poder de imprio, como o tributrio, por
exemplo. Como exemplo de entidades paraestatais pode-se citar os
servios sociais autnomos, as organizaes sociais e as organizaes da
sociedade civil de interesse pblico. Tradicionalmente, as entidades
paraestatais so consideradas integrantes do denominado terceiro
setor, assim entendido aquele que composto por entidades da
sociedade civil sem fins lucrativos; esse terceiro setor coexiste
com o primeiro setor, que o Estado, e o segundo setor, que o
mercado, ou seja, o setor privado empresarial, com fins lucrativos.
As entidades paraestatais no fazem parte da Administrao Indireta;
elas integram o terceiro setor. O terceiro setor caracteriza-se por
prestar atividade de interesse pblico, por iniciativa privada, sem
fins lucrativos. Justamente pelo interesse pblico da atividade, as
entidades que integram o terceiro setor podem receber incentivos do
Estado, inclusive sob a forma de aportes de recursos pblicos. Tais
incentivos que compem a atividade administrativa de fomento. Por
essa razo, as entidades paraestatais, embora institudas por
particulares, se sujeitam a algumas normas de direito pblico, como
o controle pela Administrao Pblica e pelo Tribunal de Contas.
Detalhe importante que as entidades do terceiro setor no precisam,
necessariamente, manter qualquer vnculo com o Poder Pblico.
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22. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 82 Se mantiver que seria o
caso, por exemplo, de uma associao que se qualifica como organizao
social para receber repasse de recursos pblicos essa entidade do
terceiro setor passa a ser considerada entidade paraestatal. Por
outro lado, se uma entidade privada desenvolver atividade no
econmica de interesse do Estado e, apesar disso, no mantiver
qualquer vnculo com o Estado, ela seria uma entidade do terceiro
setor, mas no uma paraestatal, qualificao que pressupe algum vnculo
como Poder Pblico3 . Em suma, os principais atributos das entidades
paraestatais so: Entidades privadas, ou seja, so institudas por
particulares; Desempenham servios no exclusivos do Estado, porm em
colaborao com ele; Recebem algum tipo de incentivo do Poder Pblico
(fomento); Se sujeitam ao controle da Administrao Pblica e do
Tribunal de Contas. Regime jurdico de direito privado, porm
parcialmente derrogado por normas de direito pblico; No fazem parte
da Administrao Indireta; Integram o terceiro setor. 12. (Cespe
PC/BA 2013) Entidades paraestatais so pessoas jurdicas privadas que
colaboram com o Estado no desempenho de atividades no lucrativas,
mas no integram a estrutura da administrao pblica. Comentrio: O
quesito est correto, pois apresenta o exato conceito de entidades
paraestatais. Exemplos de entidades paraestatais so organizaes
sociais (OS), organizaes da sociedade civil de interesse pblico
(OSCIP) e servios sociais autnomos. Vale prestar ateno no fato de
que as entidades paraestatais, embora recebam fomento do Estado, no
integram a estrutura formal da Administrao Pblica, vale dizer, no
so entidades da Administrao Indireta e muito menos rgos da
Administrao Direta. Gabarito: Certo 3 Lucas Furtado (2014, p. 181).
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23. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 82 Vejamos ento um pouquinho
mais sobre cada uma das entidades paraestatais mais estudadas pela
doutrina. SERVIOS SOCIAIS AUTNOMOS Os servios sociais autnomos
desempenham atividades de utilidade pblica, sem fins lucrativos,
que beneficiam determinados grupamentos sociais ou profissionais,
usualmente direcionadas ao aprendizado profissionalizante e prestao
de servios assistenciais. So exemplos de servios sociais autnomos
as entidades do elas: SESC Servio Social do Comrcio e SESI Servio
Social da Indstria, destinados assistncia social a empregados dos
setores comercial e industrial, respectivamente; SENAI Servio
Nacional de Aprendizagem Industrial; SENAC Servio Nacional de
Aprendizagem Comercial, destinados formao profissional e educao
para o trabalho. SEBRAE Servio Brasileiro de Apoio s Micro e
Pequenas Empresas, que se destina execuo de programas de auxlio e
orientao a empresas de pequeno porte. SENAR Servio Nacional de
Aprendizagem Rural, com o objetivo de organizar, administrar e
executar o ensino da formao profissional rural e a promoo social do
trabalhador rural; SEST Servio Social do Transporte e SENAT Servio
Nacional de Aprendizagem do Transporte, que incentivam a formao
profissional dirigida aos servios de transporte; SESCOOP Servio
Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, que atua na formao
profissional, desenvolvimento e promoo social do trabalhador em
cooperativa e dos cooperados. Os servios sociais autnomos possuem
administrao e patrimnio prprios e so constitudos sob a forma de
instituies particulares convencionais (fundaes, sociedades civis ou
associaes). A criao dos servios sociais autnomos depende de
autorizao em lei, a exemplo do que ocorre com as pessoas da
Administrao Indireta de direito privado. Assim, a aquisio de sua
personalidade 89144404190
24. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 82 jurdica somente se d com a
inscrio dos seus atos constitutivos no registro competente. Porm,
ao contrrio das entidades da Administrao Indireta, no o Poder
Executivo quem usualmente recebe autorizao para criar os servios
sociais autnomos. Diferentemente, tal encargo geralmente conferido
pela lei autorizadora a entidades representativas de categorias
econmicas, como a Confederao Nacional da Indstria CNI, a Confederao
Nacional do Comrcio CNC, dentre outras. Ressalte-se que, embora
sejam criados por autorizao dada em lei, os servios sociais
autnomos, assim como as demais entidades paraestatais, no integram
a Administrao Pblica formal, direta ou indireta. Os servios sociais
autnomos, embora criados por autorizao em lei, no integram a
Administrao Pblica formal. A necessidade de lei para autorizar a
criao dos servios sociais autnomos decorre do fato de que suas
atividades so mantidas, predominantemente, por contribuies
arrecadadas compulsoriamente de determinados contribuintes, as
chamadas contribuies parafiscais. Tais recursos so arrecadados pela
Receita Federal e repassados diretamente s entidades, ou seja, no
chegam a compor o errio ou transitar pelo oramento pblico. Apesar
disso, so considerados recursos pblicos, afinal, as contribuies so
compulsrias, ou seja, pagas obrigatoriamente pelos contribuintes, a
semelhana dos tributos. Alm disso, sua aplicao deve estar vinculada
aos objetivos institucionais da entidade definidos na lei
instituidora, sob pena de desvio de finalidade passvel de controle
pelos rgos pblicos competentes. Detalhe importante que, segundo a
jurisprudncia do STF, a instituio das contribuies parafiscais pode
ser feita mediante lei ordinria, sendo desnecessria a edio de lei
complementar4 . Os contribuintes das contribuies parafiscais so as
pessoas jurdicas includas no setor econmico a que est vinculada a
entidade. Para o SENAI e o SESI, por exemplo, so contribuintes as
empresas 4 RE 635.682/RJ 89144404190
25. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 82 inseridas no setor da
indstria, ao passo que para o SESC e o SENAC contribuem as empresas
do comrcio5 . O Supremo entende que a cobrana da contribuio vlida
independentemente de contraprestao direta em favor do contribuinte.
Para surgir a obrigao de recolher a contribuio, o que importa to
somente o setor econmico em que a empresa atua, e no o fato de ser
diretamente beneficiada pelo servio prestado pela entidade
paraestatal. Maria Sylvia Di Pietro esclarece que os servios
sociais autnomos no prestam servio pblico delegado pelo Estado, mas
atividade privada de interesse pblico (servios no exclusivos do
Estado). Assim, no se trata de servio pblico que incumbisse ao
Estado e que ele tenha transferido a outra pessoa jurdica, por meio
da descentralizao (concesso, permisso ou autorizao). Trata-se, sim,
de atividade privada de interesse pblico que o Estado resolveu
incentivar e subvencionar. A atuao estatal, no caso, de fomento e
no de prestao de servio pblico. Os servios sociais autnomos, por
serem pessoas jurdicas de direito privado, sujeitam-se,
basicamente, s regras de direito privado. Todavia, pelo fato de
administrarem recursos pblicos, tambm se submetem a algumas normas
de direito pblico, sobretudo no que toca utilizao dos recursos,
prestao de contas e aos fins institucionais. Com efeito, os servios
sociais autnomos se submetem a controle pelo Poder Pblico, nos
termos e condies estabelecidas na legislao pertinente a cada
entidade. o que dispe o Decreto-Lei 200/1967: Art. 183. As
entidades e organizaes em geral, dotadas de personalidade jurdica
de direito privado, que recebem contribuies para fiscais e prestam
servios de interesse pblico ou social, esto sujeitas fiscalizao do
Estado nos termos e condies estabelecidas na legislao pertinente a
cada uma. Assim, as leis instituidoras dessas entidades devem
prever os meios de controle a que se submetem. Ainda quanto ao
controle, vale destacar que os servios sociais autnomos esto sempre
vinculados superviso do Ministrio em 5 Tambm contribuem para o SESC
e o SENAC as empresas prestadoras de servio, salvo quando integram
outro servio social (Smula STJ 499). 89144404190
26. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 82 cuja rea de competncia
estejam enquadrados. O SESI, SENAI, SESC e SENAC, por exemplo, esto
vinculados ao Ministrio do Trabalho 6 . Ademais, tambm devem
prestar contas ao Tribunal de Contas da Unio. Detalhe importante
que, segundo a jurisprudncia do TCU, os servios sociais autnomos no
se submetem inteiramente Lei de Licitaes. De fato, a Corte de
Contas entende que tais entidades, nas suas contrataes, devem
observar apenas os princpios da Administrao Pblica, e no
necessariamente os procedimentos previstos na Lei 8.666/1993,
podendo, em consequncia, editar regulamentos prprios para definir
as regras relativas aos contratos que venham a celebrar 7 .
Todavia, ressalte-se que os servios sociais autnomos no podem
inovar na ordem jurdica por meio de seus regulamentos prprios, por
exemplo, instituindo novas hipteses de dispensa e de
inexigibilidade de licitao, haja vista que a matria deve ser
disciplinada por norma geral, de competncia privativa da Unio 8 .
Dessa forma, tais regulamentos devem conter apenas regras
procedimentais, como nmero mnimo de propostas, prazos, meios de
garantir a publicidade etc. Por fim, vale destacar que o STF j
deixou assente que as entidades natureza privada e no integram a
administrao pblica, direta ou indireta, razo pela qual elas no esto
obrigadas a realizar concurso pblico para contratar pessoal9 . 6
Decreto 74.296/1976, art. 4. 7 Acrdo 526/2013-TCU-Plenrio 8 TCU:
Informativo de Licitaes e Contratos 159/2013 9 RE 789.874
89144404190
27. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 82 13. (FGV OAB 2013)
Determinada entidade de formao profissional, integrante dos
chamados Servios Sociais Autnomos (tambm questionada sobre a
realizao de uma compra sem prvia licitao. Assinale a alternativa
que indica a razo do questionamento. A) Tais entidades, vinculadas
aos chamados servios sociais autnomos, integram a Administrao
Pblica. B) Tais entidades, apesar de no integrarem a Administrao
Pblica, so dotadas de personalidade jurdica de direito pblico. C)
Tais entidades desempenham, por concesso, servio pblico de
interesse coletivo. D) Tais entidades so custeadas, em parte, com
contribuies compulsrias cobradas sobre a folha de salrios.
Comentrios: vamos analisar cada alternativa: a) ERRADA. Os servios
sociais autnomos so considerados entidades paraestatais e, como
tal, no integram a Administrao Pblica. b) ERRADA. Os servios
sociais autnomos so dotados de personalidade jurdica de direito
privado. c) ERRADA. Os servios sociais autnomos no desempenham
servio pblico delegado pelo Estado, ou seja, no atuam sob regime de
concesso, permisso ou autorizao. Ao contrrio, so entidades que
desempenham atividade privada de interesse pblico, fomentada pelo
Estado. d) CERTA. De fato, os servios sociais autnomos so
custeados, em parte, por contribuies compulsrias cobradas das
pessoas jurdicas includas no setor econmico a que esto vinculados.
So as chamadas contribuies parafiscais, que so consideradas
recursos pblicos e, por isso, fazem com que tais entidades se
submetam a algumas normas de direito pblico quanto utilizao desses
recursos, a exemplo da necessidade de observar os princpios da
Administrao Pblica nas suas contrataes. d 89144404190
28. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 82 ORGANIZAES SOCIAIS (OS)
Maria Sylvia Di Pietro assim define as organizaes sociais:
Organizao social a qualificao jurdica dada a pessoa jurdica de
direito privado, sem fins lucrativos, instituda por iniciativa de
particulares, e que recebe a delegao do Poder Pblico, mediante
contrato de gesto, para desempenhar servio pblico de natureza
social. Conforme ensina a professora, nenhuma entidade nasce com o
nome de organizao social; a entidade criada como associao ou fundao
privada e, habilitando-se perante o Poder Pblico, recebe a
qualificao; trata-se de ttulo jurdico outorgado e cancelado pelo
Poder Pblico. Assim, ao invs de montar um hospital pblico ou posto
de sade, o Poder Pblico pode buscar no setor privado alguma
entidade privada sem fim lucrativo que atua nesse setor, a
qualificar como organizao social e repassar entidade privada os
recursos pblicos necessrios prestao dos servios populao10 . As
organizaes sociais no so uma categoria de pessoa jurdica. Trata-se,
apenas, de uma qualificao atribuda pelo Poder Pblico a determinadas
entidades privadas. No mbito da Reforma do Estado, as organizaes
sociais foram idealizadas para substituir a Administrao Pblica em
determinadas entidades administrativas a serem extintos, processo
este denominado de publicizao. Na esfera federal, as organizaes
sociais so regidas pela Lei 9.637/1998. A aludida Lei prescreve que
o Poder Executivo poder qualificar como organizaes sociais as
pessoas que observem trs fundamentos principais: 10 Lucas Furtado
(2014, p. 182). 89144404190
29. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
exerccios comentados Prof. Erick Alves Aula 03 Prof. Erick Alves
www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 82 1. Devem ter personalidade
jurdica de direito privado; 2. No podem ter fins lucrativos; 3.
Devem desenvolver atividades dirigidas ao ensino, pesquisa
cientfica, ao desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do
meio ambiente, cultura e sade (art. 1) A qualificao como organizao
social ato discricionrio do Poder Pblico, dependendo da aprovao do
Ministrio competente para supervisionar ou regular a rea de
atividade correspondente ao objeto social da entidade (art. 2, II).
Dessa forma, a qualificao no conferida a toda e qualquer entidade
que atenda aos requisitos legais, e sim depende do juzo de
convenincia e oportunidade da autoridade competente. As entidades
qualificadas como OS so declaradas como entidades de interesse
social e utilidade pblica, para todos os efeitos legais (art. 11).
A habilitao da entidade privada como OS feita mediante a assinatura
de contrato de gesto11 com o Poder Pblico. no contrato de gesto que
estaro discriminadas as atribuies, responsabilidades e obrigaes do
Poder Pblico e da organizao social. Tal instrumento elaborado de
comum acordo entre o rgo representante do Poder Pblico e a entidade
qualificada. O rgo de deliberao superior das organizaes sociais,
seu Conselho de Administrao, deve ter representantes do Poder
Pblico e de membros da comunidade, de notria capacidade
profissional e idoneidade moral (art. 3). semelhana dos servios
sociais autnomos, as OS tambm no prestam servio pblico delegado
pelo Estado, mas sim atividade privada de interesse pblico (servios
no exclusivos do Estado), em seu prprio nome, com incentivo
(fomento) do Estado. Conforme previsto na Lei 9.637/1998, o fomento
s organizaes sociais pode ocorrer das seguintes formas: 11 O
contrato de gesto celebrado entre o Poder Pblico e as OS diferente
do previsto no art. 37, 8 da CF, o qual celebrado entre o Poder
Pblico e entidades da Administrao Indireta ou rgos da Administrao
Direta, com a finalidade de ampliar a sua autonomia gerencial,
oramentria e financeira, e 89144404190
30. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 82 Destinao de recursos
oramentrios. Destinao de bens pblicos necessrios ao cumprimento do
contrato de gesto, dispensada a licitao, mediante permisso de uso,
consoante clusula expressa do contrato de gesto. Cesso especial
servidor, devendo o rgo de origem arcar com a sua remunerao. Um
ponto importante que, quando Administrao Pblica (de qualquer
esfera, federal, estadual, distrital ou municipal) contrata servios
a serem prestados pelas organizaes sociais, a licitao dispensvel,
desde que aquele servio esteja previsto no contrato de gesto
celebrado pela organizao social (Lei 8.666/1993, art. 24, inciso
XXIV12 ). Quando constatado o descumprimento das disposies contidas
no contrato de gesto, o Poder Executivo poder proceder
desqualificao da entidade como organizao social (art. 16). A
desqualificao ser precedida de processo administrativo, assegurado
o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da organizao
social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuzos
decorrentes de sua ao ou omisso. A desqualificao importar reverso
ao Poder Pblico dos bens e dos valores entregues utilizao da
organizao social, sem prejuzo de outras sanes cabveis. 12 Art. 24.
dispensvel a licitao: XXIV - para a celebrao de contratos de
prestao de servios com as organizaes sociais, qualificadas no mbito
das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gesto. 89144404190
31. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 82 Foi ajuizada uma ADI contra
diversos dispositivos da Lei 9.637/98 e tambm contra o art. 24,
XXIV, da Lei 8.666/93, que prev a dispensa de licitao nas
contrataes de organizaes sociais. O Plenrio do STF no declarou os
dispositivos inconstitucionais, mas deu interpretao conforme a
Constituio para deixar explcitas as seguintes concluses: a) o
procedimento de qualificao das organizaes sociais deve ser
conduzido de forma pblica, objetiva e impessoal do art. 37 da CF, e
de acordo com parmetros fixados em abstrato segundo o disposto no
art. 20 da Lei 9.637/98; b) a celebrao do contrato de gesto deve
ser conduzida de forma pblica, objetiva e impessoal c) as hipteses
de dispensa de licitao para contrataes (Lei 8.666/1993, art. 24,
XXIV) e outorga de permisso de uso de bem pblico (Lei 9.637/1998,
art. 12, 3) so vlidas, mas devem ser conduzidas de forma pblica,
objetiva e impessoal, d) a seleo de pessoal pelas organizaes
sociais deve ser conduzida de forma pblica, objetiva e impessoal da
CF, e nos termos do regulamento prprio a ser editado por cada
entidade; e e) qualquer interpretao que restrinja o controle, pelo
Ministrio Pblico e pelo Tribunal de Contas da Unio, da aplicao de
verbas pblicas deve ser afastada. STF. Plenrio. ADI 1923/DF, rel.
orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acrdo Min. Luiz Fux, julgado em
15 e 16/4/2015 (Info 781). 89144404190
32. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 82 14. (ESAF AFRFB 2005)
Assinale entre o seguinte rol de entidades de cooperao com o Poder
Pblico, no-integrantes do rol de entidades descentralizadas, aquela
que pode resultar de extino de entidade integrante da Administrao
Pblica Indireta. a) Organizao social. b) Fundao previdenciria. c)
Organizao da sociedade civil de interesse pblico. d) Entidade de
apoio s universidades federais. e) Servio social autnomo.
Comentrio: Trata-se das organizaes sociais ensina Carvalho Filho, a
necessidade de ser ampliada a descentralizao na prestao de servios
pblicos levou o Governo a instituir o Programa Nacional de
Publicizao, atravs da Lei 9.637/1998, pelo qual algumas atividades
de carter social, hoje exercidas por entidades e rgos
administrativos de direito pblico, podero ser posteriormente
absorvidas por pessoas de direito privado, segundo consta
expressamente do art. 20: Art. 20. Ser criado, mediante decreto do
Poder Executivo, o Programa Nacional de Publicizao - PNP, com o
objetivo de estabelecer diretrizes e critrios para a qualificao de
organizaes sociais, a fim de assegurar a absoro de atividades
desenvolvidas por entidades ou rgos pblicos da Unio, que atuem nas
atividades referidas no art. 1o, por organizaes sociais (...) A
absoro implicar, naturalmente, a extino daqueles rgos e entidades,
assim como a descentralizao dos servios para a execuo sob regime de
parceria. Gabarito: 15. (FCC DP/AM 2013) As Organizaes Sociais so
pessoas jurdicas de direito privado, qualificadas pelo Poder
Executivo, nos termos da Lei Federal no 9.637/98, com vistas formao
de parceria para execuo de atividades de interesse pblico. NO est
entre as caractersticas das Organizaes Sociais, nos termos da
referida lei, a) a necessidade de aprovao de sua qualificao, por
meio de ato vinculado do Ministro ou titular de rgo supervisor ou
regulador da rea de atividade correspondente ao seu objeto social e
do Ministro do Planejamento, Oramento e Gesto. 89144404190
33. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 82 b) a previso de participao,
no rgo colegiado de deliberao superior, de representantes do Poder
Pblico e de membros da comunidade, de notria capacidade
profissional e idoneidade moral. c) a proibio de distribuio de bens
ou de parcela do patrimnio lquido em qualquer hiptese, inclusive em
razo de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou
membro da entidade. d) o desempenho de atividades relacionadas a
pelo menos um dos seguintes campos: ensino, pesquisa cientfica,
desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente,
cultura e sade. e) a atuao com finalidade no-lucrativa, com a
obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no
desenvolvimento das prprias atividades. Comentrio: Vamos analisar
cada alternativa: a) ERRADA. O ato de qualificao das organizaes
sociais discricionrio, e depende da aprovao, quanto convenincia e
oportunidade, do Ministro ou titular de rgo supervisor ou regulador
da rea de atividade correspondente ao seu objeto social e do
Ministro do Planejamento, Oramento e Gesto. b) CERTA. Nos termos do
art. 3 da Lei 9.637/1998, as OS devem ter um Conselho de
Administrao, o qual deve ser composto por representantes do Poder
Pblico e de entidades da sociedade civil: Art. 3o O conselho de
administrao deve estar estruturado nos termos que dispuser o
respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos
requisitos de qualificao, os seguintes critrios bsicos: I - ser
composto por: a) 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros
natos representantes do Poder Pblico, definidos pelo estatuto da
entidade; b) 20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos
representantes de entidades da sociedade civil, definidos pelo
estatuto; c) at 10% (dez por cento), no caso de associao civil, de
membros eleitos dentre os membros ou os associados; d) 10 a 30%
(dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos demais
integrantes do conselho, dentre pessoas de notria capacidade
profissional e reconhecida idoneidade moral; e) at 10% (dez por
cento) de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida pelo
estatuto; Art. 2o So requisitos especficos para que as entidades
privadas referidas no artigo 89144404190
34. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 82 anterior habilitem-se
qualificao como organizao social: I - comprovar o registro de seu
ato constitutivo, dispondo sobre: (...) h) proibio de distribuio de
bens ou de parcela do patrimnio lquido em qualquer hiptese,
inclusive em razo de desligamento, retirada ou falecimento de
associado ou membro da entidade; Uma vez que as OS no podem ter
fins lucrativos, a lei probe que seu patrimnio seja distribudo aos
scios da entidade. d) CERTA, nos termos do art. 1 da Lei
9.637/1998: Art. 1o O Poder Executivo poder qualificar como
organizaes sociais pessoas jurdicas de direito privado, sem fins
lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, pesquisa
cientfica, ao desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do
meio ambiente, cultura e sade, atendidos aos requisitos previstos
nesta Lei. Art. 2o So requisitos especficos para que as entidades
privadas referidas no artigo anterior habilitem-se qualificao como
organizao social: I - comprovar o registro de seu ato constitutivo,
dispondo sobre: (...) b) finalidade no-lucrativa, com a
obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no
desenvolvimento das prprias atividades; Gabarito: 16. (FCC SEAD/PI
2013) Em novembro de 2007, a Associao Piauiense de com o Estado do
Piau para, dentre outras obrigaes, administrar o Centro I mensal de
mais de 35 mil pacientes deficientes de todo o Estado. Sabe-se que
a referida Associao instituio no governamental sem fins lucrativos,
com personalidade jurdica de direito privado e qualificada pelo
Poder Executivo como Organizao Social. Sabe-se tambm que existe
repasse de recursos estaduais Associao, a ttulo de contrapartida.
Diante do exposto, deduz-se que o negcio jurdico celebrado entre o
Estado do Piau e a Associao Reabilitar consiste em tpico a)
protocolo de intenes, o qual dispensa a entidade privada de
sujeitar-se fiscalizao do Tribunal de Contas do Estado, dada a
inexistncia de fins lucrativos nas operaes realizadas dentro do
escopo do negcio jurdico. b) termo de cooperao, no qual se
estabelece o modo de desempenho de um 89144404190
35. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 82 servio no exclusivo do
Estado e que, em razo dessa no exclusividade, a entidade privada
fica dispensada de controle da Administrao pblica. c) contrato de
gesto, no qual se especificam o programa de trabalho proposto, as
metas, os prazos de execuo, bem como os critrios objetivos de
avaliao de desempenho. d) contrato de parceria pblico-privada, na
modalidade de concesso administrativa, no qual o Estado do Piau,
por meio de sua Secretaria de Sade, figura como usurio indireto do
servio pblico prestado. e) consrcio pblico, o qual, por ser
relacionado rea da sade, dever obedecer aos princpios, diretrizes e
normas que regulam o Sistema nico d Comentrio: Poder Executivo
poder qualificar como organizaes sociais pessoas jurdicas de
direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam
dirigidas ao ensino, pesquisa cientfica, ao desenvolvimento
tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura e sade. A
formao de parceria entre as partes para fomento e execuo dessas
atividades ocorre mediante a celebrao de contrato de gesto entre o
Poder Pblico e a entidade qualificada como organizao social (art.
5). O contrato de gesto discriminar as atribuies, responsabilidades
e obrigaes do Poder Pblico e da organizao social (art. 6). Alm
disso, especificar o programa de trabalho proposto pela organizao
social, a estipulao das metas a serem atingidas e os respectivos
prazos de execuo, bem como previso expressa dos critrios objetivos
de avaliao de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores
de qualidade e produtividade (art. 7). Para o cumprimento do
contrato de gesto o Poder Pblico poder destinar recursos
oramentrios e bens pblicos, bem como ceder servidores s organizaes
sociais (art. 12 e 14). Gabarito: 89144404190
36. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 82 ORGANIZAES DA SOCIEDADE
CIVIL DE INTERESSE PBLICO (OSCIP) Maria Sylvia Di Pietro assim
define as organizaes da sociedade civil de interesse pblico
(Oscip): Organizao da sociedade civil de interesse pblico (Oscip) a
qualificao jurdica dada a pessoas jurdicas de direito privado, sem
fins lucrativos, institudas por iniciativa de particulares, para
desempenhar servios sociais no exclusivos do Estado com incentivo e
fiscalizao pelo Poder Pblico, mediante vnculo jurdico institudo por
meio de termo de parceria. Da mesma forma que as organizaes
sociais, as Oscip no constituem uma categoria de entidades, e sim
uma qualificao conferida pelo Poder Pblico a determinadas pessoas
privadas, sem fins lucrativos, que exercem atividade social ou de
utilidade pblica. Na esfera federal, as Oscip so regidas pela Lei
9.790/1999. Segundo a referida lei, as Oscip devero atuar em pelo
menos uma das seguintes finalidades (art. 3): Promoo da assistncia
social, da cultura, defesa e conservao do patrimnio histrico e
artstico; Promoo gratuita da educao e da sade; Promoo da segurana
alimentar e nutricional; Defesa, preservao e conservao do meio
ambiente e promoo do desenvolvimento sustentvel; Promoo do
voluntariado; Promoo do desenvolvimento econmico e social e combate
pobreza; Experimentao, no lucrativa, de novos modelos
scio-produtivos e de sistemas alternativos de produo, comrcio,
emprego e crdito; Promoo de direitos estabelecidos, construo de
novos direitos e assessoria jurdica gratuita de interesse
suplementar; Promoo da tica, da paz, da cidadania, dos direitos
humanos, da democracia e de outros valores universais; Estudos e
pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produo e
divulgao de informaes e conhecimentos tcnicos e cientficos que
digam respeito s atividades antes mencionadas. Alm de atuar em
algum dos segmentos acima, a lei estabelece que s podem se
qualificar como OSCIP as pessoas jurdicas de direito privado
89144404190
37. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
exerccios comentados Prof. Erick Alves Aula 03 Prof. Erick Alves
www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 82 sem fins lucrativos que
tenham sido constitudas e se encontrem em funcionamento regular h,
no mnimo, 3 (trs) anos (art. 1, caput). Alm disso, a Lei 9.790/1999
enumerou um rol de entidades que no podero ser qualificadas como
Oscip, ainda que se dediquem de qualquer forma s atividades
anteriormente descritas. So elas (art. 2): Sociedades comerciais;
Sindicatos, as associaes de classe ou de representao de categoria
profissional; Instituies religiosas ou voltadas para a disseminao
de credos, cultos, prticas e vises devocionais e confessionais;
Organizaes partidrias e assemelhadas, inclusive suas fundaes;
Entidades de benefcio mtuo destinadas a proporcionar bens ou
servios a um crculo restrito de associados ou scios; Entidades e
empresas que comercializam planos de sade e assemelhados;
Instituies hospitalares privadas no gratuitas e suas mantenedoras;
Escolas privadas dedicadas ao ensino formal no gratuito e suas
mantenedoras; Organizaes sociais; Cooperativas; Fundaes pblicas;
Fundaes, sociedades civis ou associaes de direito privado criadas
por rgo pblico ou por fundaes pblicas; Organizaes creditcias que
tenham quaisquer tipo de vinculao com o sistema financeiro
nacional. A entidade privada interessada em obter a qualificao como
organizao da sociedade civil de interesse pblico dever formalizar
requerimento perante o Ministrio da Justia (art. 5). Assim, a
qualificao sempre concedida pelo Ministrio da Justia, e no pelo
Ministrio correspondente rea de atuao da entidade. A outorga da
qualificao de Oscip ato vinculado ao cumprimento dos requisitos
institudos pela Lei 9.790/1999, ou seja, o Ministrio da Justia s
poder indeferir o pedido no caso de a pessoa jurdica requerente
desatender a algum desses requisitos (art. 1, 2; art. 6, 3). Alis,
essa uma diferena relevante entre as Oscip e as OS, uma vez que a
qualificao como organizao social constitui 89144404190
38. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 82 ato discricionrio, cabendo
ao Ministro de Estado ou titular do rgo supervisor correspondente
rea de atuao da entidade decidir quanto convenincia e oportunidade
de sua qualificao (Lei 9.637/1998, art. 2, inciso II). A qualificao
como organizao social ato discricionrio. J a qualificao como Oscip
ato vinculado. O vnculo de cooperao entre o Poder Pblico e as
entidades qualificadas como Oscip se d mediante a celebrao de termo
de parceria. No termo de parceria devem estar previstos os direitos
e as obrigaes das partes signatrias, tais como o objeto do ajuste,
as metas, os prazos de execuo, os critrios de avaliao de
desempenho, a previso de receitas e despesas e a obrigatoriedade de
apresentao de relatrio anual demonstrando os resultados alcanados,
acompanhado da respectiva prestao de contas. possvel a vigncia
simultnea de dois ou mais termos de parceria, ainda que com o mesmo
rgo estatal, desde que a Oscip tenha capacidade operacional para
executar seus objetos. Embora a qualificao seja conferida pelo
Ministrio da Justia, a execuo do objeto do termo de parceria ser
acompanhada e fiscalizada por rgo do Poder Pblico da rea de atuao
correspondente atividade fomentada, e pelos Conselhos de Polticas
Pblicas das reas correspondentes de atuao existentes, em cada nvel
de governo (art. 11). Os resultados atingidos com a execuo do termo
de parceria devem ser analisados por comisso de avaliao, composta
de comum acordo entre o rgo parceiro e a Oscip. A comisso dever
apresentar autoridade competente um relatrio conclusivo sobre a
avaliao procedida (art. 11). Os responsveis pela fiscalizao do
termo de parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade na utilizao de recursos ou bens de
origem pblica pela organizao parceira, daro imediata cincia ao
Tribunal de Contas respectivo e ao Ministrio Pblico, sob pena de
responsabilidade solidria (art. 12). 89144404190
39. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 82 Alm disso, sem prejuzo
dessa comunicao, os responsveis pela fiscalizao representaro ao
Ministrio Pblico e Advocacia-Geral da Unio para que requeiram ao
juzo competente a decretao da indisponibilidade dos bens da
entidade e o sequestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de
agente pblico ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente
ou causado dano ao patrimnio pblico (art. 13). Detalhe que,
diferentemente do que ocorre com as OS, a Lei 8.666/1993 no prev
hiptese de dispensa de licitao para que a Administrao Pblica
contrate uma Oscip. Vale dizer, o fato de uma entidade ser
qualificada como Oscip no , por si s, fundamento para que o Poder
Pblico dispense a licitao caso pretenda contratar essa entidade
para prestar algum servio. A Lei de Licitaes no permite que a
Administrao contrate OSCIP por dispensa de licitao; permite apenas
a contratao de OS. Na hiptese de posterior descumprimento dos
requisitos legais, a perda da qualificao como Oscip ocorrer
mediante deciso proferida em processo administrativo, instaurado no
Ministrio da Justia, de ofcio ou a pedido da entidade interessada,
ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministrio Pblico, nos
quais sero assegurados a ampla defesa e o contraditrio (Decreto
3.100/1999, art. 4). Na hiptese do pedido de desqualificao ser
proveniente de iniciativa popular, a Lei veda o anonimato e
estabelece que o pedido deva ser amparado em fundadas evidncias de
erro ou fraude (art. 8). 17. (FGV OAB 2011) A qualificao como
Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIPs) de
pessoas jurdicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
objetivos sociais e normas estatutrias atendam aos requisitos
previstos na respectiva lei ato (A) vinculado ao cumprimento dos
requisitos estabelecidos em lei. (B) complexo, uma vez que somente
se aperfeioa com a instituio do Termo de Parceria. (C)
discricionrio, uma vez que depende de avaliao administrativa quanto
sua convenincia e oportunidade. 89144404190
40. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 82 (D) composto,
subordinando-se homologao da Chefia do Poder Executivo. Comentrio:
A resposta est no art. 1, 2 da Lei 9.790/1999: Art. 1o Podem
qualificar-se como Organizaes da Sociedade Civil de Interesse
Pblico as pessoas jurdicas de direito privado sem fins lucrativos
que tenham sido constitudas e se encontrem em funcionamento regular
h, no mnimo, 3 (trs) anos, desde que os respectivos objetivos
sociais e normas estatutrias atendam aos requisitos institudos por
esta Lei. 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins
lucrativos a pessoa jurdica de direito privado que no distribui,
entre os seus scios ou associados, conselheiros, diretores,
empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos
ou lquidos, dividendos, bonificaes, participaes ou parcelas do seu
patrimnio, auferidos mediante o exerccio de suas atividades, e que
os aplica integralmente na consecuo do respectivo objeto social. 2o
A outorga da qualificao prevista neste artigo ato vinculado ao
cumprimento dos requisitos institudos por esta Lei. De se destacar
a previso do caput do art. 1 no sentido de que a entidade privada,
para se qualificar como OSCIP, deve estar em funcionamento regular
h, no mnimo, 3 anos. a 18. (FGV OAB 2014) Numerosos professores, em
recente reunio da categoria, queixaram-se da falta de interesse dos
alunos pela cultura nacional. O Sindicato dos Professores de
Colgios Particulares do Municpio X apresentou, ento, um plano para
ampliar o acesso cultura dos alunos com idade entre 10 e 18 anos,
obter a qu celebrar um termo de parceria com a Unio, a fim de unir
esforos no sentido de promover a cultura nacional. Considerando a
proposta apresentada e a disciplina existente sobre o tema,
assinale a afirmativa correta. A) O sindicato no pode se qualificar
como Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico, uma vez que
tal qualificao, de origem doutrinria, no tem amparo legal. B) O
sindicato no pode se qualificar como OSCIP, em virtude de vedao
expressa da lei federal sobre o tema. C) O sindicato pode se
qualificar como OSCIP, uma vez que uma entidade sem fins lucrativos
e o objetivo pretendido a promoo da cultura nacional. D) O
sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar um
contrato de gesto e no um termo de parceria com o poder pblico.
89144404190
41. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 82 Comentrios: vamos analisar
cada alternativa: a) ERRADA. A qualificao de entidades privadas
como OSCIP no possui origem puramente doutrinria. Ao contrrio, esse
tipo de qualificao previsto expressamente na Lei 9.790/1999, da o
erro. Contudo, importante ressaltar que a lei veda a qualificao de
sindicatos (art. 2, II). b) CERTA. Como informado, o art. 2, II da
Lei 9.790/1999 veda expressamente a qualificao como OSCIP de . b
19. (FGV OAB 2014) qualificada como Organizao da Sociedade Civil de
Interesse Pblico (OSCIP), celebrou Termo de Parceria com a Unio e
dela recebeu R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para
execuo de atividades de interesse pblico. Uma revista de circulao
nacional, entretanto, divulgou denncias de desvio de recursos e de
utilizao da associao como forma de fraude. Com base na hiptese
apresentada, considerando a disciplina constitucional e legal,
assinale a afirmativa correta. A) O Tribunal de Contas da Unio no
tem competncia para apurar eventual irregularidade, uma vez que se
trata de pessoa jurdica de direito privado, no integrante da
Administrao Pblica. B) O Tribunal de Contas da Unio tem competncia
para apurar eventual irregularidade praticada pela OSCIP, por
tratar de pessoa jurdica integrante da administrao indireta
federal. C) O Tribunal de Contas da Unio tem competncia para apurar
eventual irregularidade praticada pela OSCIP, por se tratar de
recursos pblicos federais. D) O controle exercido sobre a utilizao
dos recursos repassados OSCIP realizado apenas pela prpria
Administrao e pelo Ministrio Pblico Federal. Comentrios: Como a
OSCIP em questo recebeu recursos da Unio para a execuo de
atividades de interesse pblico, o Tribunal de Contas da Unio (TCU)
possui competncia para apurar eventual irregularidade na aplicao
desses recursos. o que diz o art. 12 da Lei 9.790/1999: Art. 12. Os
responsveis pela fiscalizao do Termo de Parceria, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilizao
de recursos ou bens de origem pblica pela organizao parceira, daro
imediata cincia ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministrio
Pblico, sob pena de responsabilidade 89144404190
42. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 82 solidria. Destaca-se que a
competncia do TCU atrada pela aplicao de recursos pblicos federais,
no importando, no caso, se quem est aplicando o recurso uma
entidade privada. Portanto, correta a alternati tem competncia para
apurar eventual irregularidade na aplicao dos recursos federais
pela OSCIP, pois ele tem, independentemente da natureza administrao
indireta, pois ela uma entidade paraestatal, portanto, no controle
sobre os recursos repassados OSCIP tambm pode ser efetuado pelo
Tribunal de Contas, assim como pela prpria Administrao e pelo
Ministrio Pblico. c 20. (Cespe TCDF 2012) Uma OSCIP que receba
recursos financeiros oriundos de termo de parceria com o governo do
DF estar obrigada a seguir a Lei de Licitaes da administrao pblica
para comprar com esses recursos. Comentrio: Conforme estabelece a
Lei 9.790/1999: Art. 14. A organizao parceira far publicar, no
prazo mximo de trinta dias, contado da assinatura do Termo de
Parceria, regulamento prprio contendo os procedimentos que adotar
para a contratao de obras e servios, bem como para compras com
emprego de recursos provenientes do Poder Pblico, observados os
princpios estabelecidos no inciso I do art. 4o desta Lei. Isso
significa que a OSCIP, em regra, ao utilizar recursos pblicos em
suas aquisies de bens e servios, dever observar os princpios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade
e eficincia. Entretanto, ela no precisar seguir os procedimentos da
Lei 8.666/1993, e sim o seu regulamento prprio. Gabarito: Errado
21. (Cespe AGU 2012) Para que sociedades comerciais e cooperativas
obtenham a qualificao de organizaes da sociedade civil de interesse
pblico, preciso que elas no possuam fins lucrativos e que tenham em
seus objetivos sociais a finalidade de promoo da assistncia social.
Comentrio: certo que a qualificao de OSCIP somente ser conferida s
pessoas jurdicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
objetivos sociais tenham pelo menos uma das finalidades listadas no
art. 3 da Lei Entretanto, nos termos do art. 2 da mesma lei,
sociedades comerciais e 89144404190
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www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 82 cooperativas , dentre
outras entidades, no so passveis de qualificao como OSCIP, da o
erro. Gabarito: Errado 22. (ESAF CGU 2008) Sobre as Organizaes da
Sociedade Civil de Interesse Pblico - OSCIP, julgue as assertivas a
seguir: I. a outorga da qualificao como OSCIP ato discricionrio.
II. as entidades de beneficio mtuo destinadas a proporcionar bens
ou servios a um crculo restrito de associados ou scios so passveis
de qualificao como OSCIP prevista na lei. III. a promoo da segurana
alimentar e nutricional uma das finalidades exigidas para a
qualificao como OSCIP, instituda pela lei. IV. as organizaes
sociais so passveis de qualificao como OSCIP. V. as fundaes,
sociedades civis ou associaes de direito privado criadas por rgo
pblico ou por fundaes pblicas no podero ser qualificadas como
OSCIP. Assinale a opo correta. a) I, II e III so verdadeiras e IV e
V so falsas. b) II e III so falsas e I, IV e V so verdadeiras. c) I
e III so verdadeiras e II, IV e V so falsas. d) I, III e V so
verdadeiras e II e IV so falsas. e) I, II e IV so falsas e III e V
so verdadeiras. Comentrios: Vamos analisar cada afirmativa: I.
FALSA. A outorga da qualificao como OSCIP ato vinculado, vale
dizer, o Ministrio da Justia, responsvel pela qualificao, s poder
indeferir o pedido no caso de a pessoa jurdica requerente
desatender a algum dos requisitos previstos na Lei 9.790/1999. Caso
contrrio, dever atende-lo e qualificar a entidade. II. FALSA. A Lei
9.790/1999 enumerou um rol de entidades que no podero ser
qualificadas como Oscip. Vejamos: Art. 2o No so passveis de
qualificao como Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico,
ainda que se dediquem de qualquer forma s atividades descritas no
art. 3o desta Lei: I - as sociedades comerciais; II - os
sindicatos, as associaes de classe ou de representao de categoria
profissional; III - as instituies religiosas ou voltadas para a
disseminao de credos, cultos, 89144404190
44. Direito Administrativo para XX Exame OAB 2016 Teoria e
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e confessionais; IV - as organizaes partidrias e assemelhadas,
inclusive suas fundaes; V - as entidades d